A primeira coisa que todos percebem e melhor se lembram sobre "The Cabinet of Dr. Caligari" é a aparência bizarra do filme. O ator vive numa paisagem irregular de ângulos retos afiados, paredes e janelas inclinadas, escadas subindo em diagonais malucas, árvores com folhas pontudas, grama que mais parecem facas. Essas distorções radicais imediatamente colocam o filme a parte dos produzidos na mesma época, os quais usavam ainda câmeras fixas e a tendência de filmar a realidade. Os sets estilizados, obviamente bidimensionais, devem ter sido muito mais baratos que os realistas, mas não foi por essa razão que o diretor, Robert Wiene, os quis assim. Ele estava fazendo um filme sobre ilusões e falsas aparências, sobre um louco e um assassino, e suas personagens existem apenas em certos ângulos da realidade. Em nenhum deles podemos confiar plenamente, nem eles podem confiar uns nos outros. O filme inicia na cidade alemã de Holstenwall, vista em forma de desenho com casas distorcidas sobre um morro íngrime. Um apresentador de atrações chamado Caligari (Werner Krauss) chega na feira da cidade para exibir o Sonâmbulo, o homem afirma que ele vêm dormindo desde seu nascimento, 23 anos atrás. Esta figura, chamada Cesare (Conrad Veidt), dorme num caixão e é alimentado pelo apresentador doutor, de aparência lunática, prega que o Sonâmbulo pode responder qualquer pergunta. O herói, Francis (Frederich Feher), visita a atração com seu amigo Alan (Hans Heinz von Twardowski), que pergunta, "Quando irei morrer?". A resposta é arrepiante: "No primeiro amanhacer!". E no amanhecer, Alan está morto. As suspeitas caem sobre Cesare. Francis mantém vigília durante toda a noite na janela de Caligari. Mas na próxima manhã, sua noiva, Jane (Lil Dagover), é raptada. Isso retira as suspeitas sobre o médico e o Sonâmbulo? Em sua essência, esse não é um enredo assustador. O design da produção o transforma em algo muito mais para o estranho, bizarro, especialmente quando Cesare é visto carregando a inconsciente Jane e é perseguido por uma multidão. A perseguição nos leva por ruas com fortes luzes mas sombras escuras e por sobre uma trilha em ziguezague. Caligari, enquanto isso, é seguido por Francis enquanto retorna para aonde ele aparentemente vive - O manicômio, aonde ele é... o diretor! Evidências são descobertas por Francis e a polícia, que provam que Caligari, influênciado por um manuscrito medieval ocultista, buscou um sonâmbulo e o colocou sob seu feitiço hipnótico, sujeitando-o a sua vontade. Pode-se fazer um case sobre como "Caligari" foi o primeiro filme de terror. Claro, houveram curtas sobre contos de fantasmas, e seriais como "Fantomas" filmado entre 1913-14, mas suas personagens habitavam um mundo reconhecível. "Caligari" cria um mundo paralelo, uma fantasia psicológica subjetiva. Nesse mundo, horrores indiscritíveis se tornam possíveis. "Caligari" é tido como o primeiro exemplo do Expressionismo alemão, um estilo aonde não só as personagens mas o mundo em si são desalinhados a realidade. Não é fácil lembrar de outros filmes que usaram distorções e ângulos tão incoerentes como esse, porém sua influência é fácilmente sentida em "The Golem", "Nosferatu", "Metropolis" e "M". Acredita-se que esse movimento nasceu como uma reação aos horrores da 1ª Guerra Mundial, que deixou a Europa devastado, com sentimentos de perda e destruição. Os filmes de terror Expressionistas criaram o mais duradouro e resistente dos gêneros. Tudo que um filme de terror precisa prometer é terror - o indescritível, o aterrorizante, a impiedade, a figura monstruosa de destruição à espreita. Não precisa de estrelas, apenas de production values básicos, só a promessa de... terror. Assistir "The Cabinet of Dr. Caligari" em 1920 deve ter sido uma experiência desconcertante. Wiene usa textos sobrepostos na imagem para mostrar como Alan está sentindo-se cercado de vozes, utiliza closeups na face sinistra e feroz de Caligari, no rosto angelical e inocente da Jane, nos olhos de determinação de Alan. O Sonâmbulo não é muito expressivo - certamente não tem o carisma do monstro de Frankenstein, que deve ter inspirado - e é frequentemente visto de longe, como se a câmera o considerasse um objeto, não uma pessoa. Os sets são apresentados em cenas mais longas, enfatizando suas pontas e bordas afiadas, assim, funcionam como uma mundo de facas e lâminas; efeito que está lá para negar as personagens qualquer lugar de segurança ou descanso. Nem ao espectador, que se pega tão confuso e enrolado na insanidade do conto quanto o próprio Alan. "The Cabinet of Dr. Caligari", de Robert Wiene, ainda desafia a audiência com um desfecho de reviravoltas e surpresas que demorariam décadas para se tornarem populares, mostra que mesmo após quase um século, sua fórmula continua atual e pode ser considerado, de fato, o pai do gênero Terror.
Cabiria de Giovanni Pastrone foi famoso em sua época, recorde de bilheteria mundial, mas caiu no esquecimento. Destruído pelo tempo, tantas gerações perderam a oportunidade de comtemplar essa obra, porém, compilado de prints encontrados em Moscou, Paris, Londers, Nova Iorque e nos itens pessoais de Pastrone, novamente o filme original nos presenteia com sua grandiosidade. Martin Scorsese disse que Pastrone inventou o épico e merece créditos por muitas inovações frequentementes dadas a D.W. Griffith e DeMille. Entre outras, a camera móvel, Pastrone libertou os filmes da tradição estática. O que começa-se a perceber conforme mais e mais filmes mudos são redescobertos e restaurados, é que não houve um filme revolucionário e sim que o entusiasmo e a inovação estavam por toda parte. Embora o americano tenha dado mais liberdade e vivacidade a camera, usado uma narrativa mais afiada e o cross-cutting excitantes, Pastrone foi o que apontou o caminho com seu Cabiria. Em Birth of a Nation (1915), Griffith evolui a maneira de contar uma história em um longa, enquanto Cabiria introduz tantos personagens, cidades, linhas de enredo que novas audiências podem facilmente se confundir. Entretanto foi após ver Cabiria que Griffith ficou tão empolgado que decidiu como seguir a produção de seu épico Intolerance. O filme foi produzido sem limites para ambição. Com sets gigantescos e centenas de extras, com stunts impactantes feitos por pessoas de verdade. Os elefantes de Hannibal realmente atravessando os Alpes. Tudo real e grandioso. Porém ainda há espaço para pequenos detalhes - Em uma cena, com a ação ocorrendo na frente de imponente muro do palácio, pode-se ver no canto, bem ao fundo da cena, uma pequena ponte e sobre essa há uma mulher gesticulando. Ela estava ali atuando, num espaço insignificante da tela, longe da ação, simplesmente para dar vida a cidade. Esse é o o escopo de Pastrone. Do macro de torres e palácios, há cidadões individuais num canto longínquo da tela. Cabiria é a pequena princesa, que sobrevive a uma erupçao do Aetna mas é sequestrada e após diversas aventuras, se torna uma escrava em Carthage. Fulvio e Maciste que haviam a ajudado na tragédia do vulcão a reencontram já adulta e planejam sua fulga. Fulvio é inteligente e heróico, mas seus músculos se chamam Maciste, que com seu carisma e porte único garantiu-o como um dos primeiros astros de cinema da Itália, aqui a presença de tela e química deles é inegável. Não há closeups em Cabiria, a tela padrão se posiciona loneg o suficiente para incorporar toda a arquitetura e a quantidade de personagens. Quando um moderno como Tróia cria um vasta cidade Grega através de computação gráfica, nós podemos nos impressionar, mas não ser enganados, não ficamos admirados pela façanha. Assistir a filmes mudos como esse nos deixam inspirados, pois sabemos que está tudo ali, daquele jeito, daquele tamanho. Igual, são os stunts de Cabiria. Há uma cena de batalha aonde soldados tentam invadir os muros com altas escadas, que são empurradas derrubando dezenas de homens. O que vemos ali não é o CGI de homens sem peso caindo de acordo com as leis da física de uma engine, e sim homens empurrados pela força da gravidade, caindo a sua sorte sobre prováveis colchões e travesseiros. Repare na cena aonde guerreiros chegam a cidade com seus escudos e para pular o alto muro, formam uma pirâmide, subindo nos escudos dos outros para Fulvio passar e resgatar Maciste e a princesa. Isso é um stunt acontecendo ali na nossa frente, houvesse a perna de um ator falhado e a torre de soldados ruiria e talvez homens se ferissem de verdade. Esse senso de realidade que torna todo esse filme uma maravilha de se ver. Como o filme corre de maneira estática, porque as legendas introduzem mais e mais personagens e plotlines do que é necessário, porque a atuação é exagerada e teatral, nós não nos envolvemos emocionalmente. Mas aí está a vantagem e desvatagem do estilo de Pastrone. Filmes com som são mais realistas, mas os mudos em contrapartida, tem um ar de sonho, de uma realidade que não está mais aqui... ou nunca esteve. Essas pesssoas estão todas mortas, mas aqui elas estão como eram naquele dia em 1914. Desafiando a cultura ao contar uma história através de uma nova mídia, na expectativa de alcançarem o mundo todo, pouco sabendo que um século depois cinéfilos ainda escalariam palácios modernos, com ar condicionado e surround, para os ver fazendo história.
Uma das diversas obras criadas no Expressionismo alemão, Der Golem foi a primeira obra criada com o intuito de mostrar o folclóre judeu ao passo que demonstra a repressão e perseguição aos seus seguidores - massacrados pelo Nazismo menos de 20 anos depois -, tendo sido antes levadas às telas pelo mesmo diretor, Paul Wegener.
O peso dessa obra se deve ao seu elemento central, o Golem, um monstro criado ou nascido, para defender certo grupo. Elemento frequentemente usado no cinema durante toda sua história. Com um enredo bem desenvolvido ao redor da história do judaísmo e suas tradições, há espaço para um reviravolta, aonde o criador percebe que sua criação se torna mais que um simples servo e tenta destruí-la, a criação por sua vez se revolta contra o criador. E assim temos outro elemento usado ostensivamente pelo cinema.
Tecnicamente falando, o filme tem o mesmo padrão das obras de sua época, sem arriscar muito em efeitos e técnicas de camera novas. A trilha sonora tem qualidade e acompanha o passo calmo do longa. E é nesse ambiente que se destacam as atuações, Greta Schröder entrega um trabalho consistente e convincente, que a garantiu no papel de Ellen em Nosferatu (1922).
Como todo filme do começo do século XX, para realmente aproveitar dessa obra, é preciso estar no clima apropriado, já que Der Golem podem ser cansativo aos pouco simpatizantes do cinema mudo clássico, porém é uma aula de história cinematográfica que merece ser apreciado.
Embora não seja o primeiro filme com temática "horror" (há curtas que predatam o ano de 1900), Das Kabinett des Doktor Caligari foi o primeiro longa a entrar nessa categoria. Nascido no Expressionismo alemão, o filme retrata temas sombrios, como a morte, sonambulismo, misticismo e magia. Para deixar o espectador num clima ainda mais desconcertante, todo o cenário utiliza de sombras e construções fora de forma e alinhamento, criando uma atmosfera surreal, como um sonho ou pesadelo. As atuações são consistentes, por atores que estavam aprendendo o que era atuar na frente de uma camera, principalmente de Conrad Veidt no último terço do filme. O enredo é bom e mesmo aparentando ser simples, como os primeiros filmes apresentavam, até apresenta reviravoltas. Efeitos especiais são poucos mas bem feitos, usando das técnicas criadas e aprimorando as do clássico "Le voyage das la Lune", por exemplo.
Elementos usados aqui, foram vistos continuamente nas obras alemãs e continuam sendo usados quase 100 anos depois. Ainda hoje o espectador pode sentir o desconforto imaginado pelo diretor, porém, sendo um filme de 1920, é necessário entrar no clima para uma apreciação completa. Tenha em mente que estamos falando de uma obra do começo do século passado, quando o cinema ainda engatinhava; aumente o som para escutar a trilha sonora - essencial no cinema mudo -, apague as luzes, e testemunhe a criação de um gênero cinematográfico e um movimento artístico influente até hoje.
Filme com um dedo, mas não com a cara de Woody Allen, ao menos não o que conhecemos com histórias melancólicas, deprimentemente engraçadas e niilistas. Woody quis expor um pouco de dois mundos, o americano mais conservador, como dito por Cristina "produzido em série", e o estilo artístico aventureiro liberal europeu (Diga-se de passagem que apesar de ser um povo de mente mais aberto, europeus não vivem apenas de arte, relacionamentos abertos e romances) na visão do diretor. Incluindo na fórmula Bardem, que é a problemática, ou melhor, a solução para a maneira de viver regrada e entediante do Novo Mundo. Maria é o ponto que desequilibra esses dois modos de viver, e o equilíbrio só pode ser recuperado quando o "lado americano" cede as particularidades do lado oposto. Tudo isso soma para um enredo romântico altamente complexo, com o jeito de Allen, mas ainda não me adaptei a esse novo estilo sonhador do diretor, muito menos essa visão fantasiosa que adquiriu sobre a Europa. Apesar do típico tema da vida de artistas e seus problemas psicológicos e amorosos, as produções de Woody partiram para uma atmosfera mais clara e simplista, eu diria até mais fútil.
As atuações do triângulo amoroso são excelentes, não tinha como esperar menos de Scarlett e Penélope, o resto do elenco também não deixa a desejar, embora não seja um enredo de alta dificuldade para se interpretar, todos estão de parabéns. A fotografia e ambientação são lindas, o que explica em parte a fixação de Woody pela Europa, Oviedo esbanja charme e arte, combinados com um bela e consistente trilha sonora, setores onde o diretor tem excelência.
Apesar dessa nova cara de Woody Allen que pode desagradar os fãs clássicos, Vicky Cristina Barcelona é recomendado para todos que gostam de um bom romance com um pouco de comédia, não que seja uma comédia romântica, vai bem além disso; e também aos que consideram os antigos filmes do diretor, muito pesados, massantes ou melancólicos, mas que se dispõem a dar mais uma chance ao velho Woody.
Sequer terminei de ver o filme, fiquei extremamente frustrado e toda a magia foi tirada com essa terrível trilha sonora. Quem teve a ideia de inserir músicas eletrônicas, black music, Jay-Z, Will.I.Am e outros do gênero em uma obra de época, principalmente em uma época em que o Jazz americano embalava as festas e teve alta influência no estilo de vida americano. Pretendo assistir o original para assim tirar conclusões sobre o verdadeiro filme. Dou a nota baseado na fotografia e ambientação do filme, que sem dúvida são deslumbrantes.
Finalmente uma produção digna da história do Godzilla, porém uma cheia de extremos, momentos de tirar o folego e outros que bocejar. A maior crítica ao filme vai para a forma que o lado militar foi desenvolvido, exército americano assumindo no Japão, somente os soldados do tio Sam em combate ignorando completamente que o resto do mundo também possui os seus disponíveis para uma situação que, claramente, representa um perigo para a humanidade, o mal uso das tecnologias de guerra como mísseis de longo alcance. Outra crítica se deve ao lado humano da história, que se tornou primário contrariando os clássicos japoneses onde o foco é o monstro, e ainda pior, vemos um roteiro chato e entediante onde no final não damos a mínima para os protagonistas, desenvolvimento de personagem teve, contudo sem sucesso ou no mínimo no mesmo patamar de Cloverfield. O ponto fraco que deve ser discutido é sobre a demora em revelar os monstros e, principalmente, os tão esperados combates. Aqui temos os dois lados da moeda, primeiramente aos que conhecem o clássico japonês, lá o deus dos monstros demora para dar as caras também, criando um suspense e expectativa. O diretor Gareth Edwards criou suspense e expectativa, porém exagerou no elemento ao ponto de tornar frustrante. Defeitos a parte, acredito esse ter sido apenas o rascunho do que está por vir, pois apesar de tudo não dá para deixar de aplaudir de pé os efeitos especiais, as lutas entre MUTO e Godzilla, e a aparência que deram a eles são fantásticas. Aos que estão acostumados com o monstro de borracha japonês, é impossível segurar o arrepio com o primeiro urro do gigante. E bota gigante nisso, o tamanho da criatura é descomunal, de longe o maior já criado, se deve isso ao fato dos prédios americanos serem vezes mais altos que os das produções da Toho, o que tornaria Godzilla em um lagarto gigante correndo entre prédios, escondido das lentes dos helicópteros. Mas apesar do dado histórico científico, ficou perfeito. Passando aquela sensação que é a essência da história de Gojira - Ele é o deus, nós estamos em um degrau mais baixo da cadeia alimentar. Dentre tantos altos e baixos, gafes e acertos, Godzilla traz a esperança de uma nova série de filmes que respeitam a tradição criado na terra do Sol nascente. Já sabemos que o diretor será provavelmente o mesmo e que ele manterá a mesma fórmula, então agora é ficar na expectativa para ver uma continuação com menos foco no lado humano da história e/ou ao menos um drama mais bem trabalhado, sem gafes impossíveis de não serem notadas. Colocando na balança todos os prós e cons, Godzilla é definitivamente um dos melhores, senão o "deus" dos filmes de monstros gigantes nos últimos tempos e definitivamente é recomendado para todos, especialmente os fãs do lagarto que não são extremistas conservadores ligados ao passado.
Melancholia é dividido em duas partes, cada uma dando foco em uma das irmãs. A primeira, retratando Justine, mostra como a depressão pode ser cruel e tornar a pessoa mais dócil, detestável. Lars faz com que fiquemos com raiva e ao mesmo tempo tristes pela personagem. Aos que já sofreram dessa doença ou conhecem alguém que o fez, esse filme deixa uma sensação de algo preso na garganta, algo como agonia. Trier tem o costume de fazer isso com quem assiste suas obras, mas em Melancholia ele se supera. O que nos leva para a segunda parte que trata de Claire, e é aqui que o filme perde sua magia. Um planeta, chamado Melancholia, irá passar próximo a Terra e há a possibilidade de colisão que destruirá ambos os astros. Justine se recuperando de uma grave depressão parece conformada com o evento, já Claire se desespera. Aqui se percebe que Melancholia pode ser uma metáfora para a própria depressão. Na primeira parte Justine sofre mas ao final não parece tão triste pois já esperava que tudo acontecesse, pois conhece sua doença e a si mesma, mesma reação esboçada com a provável colisão. Já Claire entra em pânico, seu marido vai ainda mais além. A catástrofe em diversos momentos mostra semelhanças com a depressão, por exemplo quando parece estar indo embora mas acaba retornando, assim como Claire medindo a distância do planeta com a ferramenta nos momentos finais do filme. Embora toda a ideia seja genial, a execução deixou a desejar, o diretor estendeu demais o filme, criando cenas entediantes e sonolentas, momentos que não acrescentam nada a história, desenvolvimento da personagem ou o afeto a eles. Ao final senti que perdi ao menos 30 minutos do meu tempo. Destaque merecido a fotografia, trilha sonora e as atuações, principalmente de Kirsten Dunst, que nunca havia me chamado a atenção até ver seu trabalho aqui; somando isso a uma ideia brilhante sobre um tema nunca explorado dessa maneira, a subjetividade e ousadia únicas de Lars Von Trier, contudo com um passo entediante e duração excessiva, a nota 3.8 serve muito bem a Melancholia.
Depois de 2 filmes geniais, o 3º Alien chegou com a difícil missão de ao menos se equiparar com os seus antecessores e ainda por cima fechar a trilogia com um final digno para Ripley. Infelizmente o resultado final ficou muito abaixo do esperado e apesar de possuir um enredo interessante, o diretor David Fincher não obteve sucesso nos fatores que foram o maior trunfo dos primeiros filmes, a tensão, o suspense, a atmosfera que prende a atenção. Por diversas vezes me peguei pensando em outra coisa, completamente avulso do filme. Outro fator decepcionante foi o uso dos CGI da época, que geraram um alien muito artificial e até desproporcional quando se compara diferentes ângulos de suas aparições no filme. O desfecho de Ripley é muito bom, condizente com a história, mas novamente faltou tato do diretor, que deixou a cena ficar artificial e sem vida, aliás, durante todo o filme tive momentos em que queria que os créditos finais rolassem logo. Mal citei os personagens porque todos ficaram com pouco desenvolvimento ou muito caricatos, até mesmo Ripley teve muito menos carga emocional dessa vez. Para finalizar, Alien 3 ficou longe do esperado, e embora um bom filme, perde muito para suas origens. O diretor não teve a capacidade de usar toda a extensão do filme para desenvolver uma atmosfera, suspense e personagens como os anteriores. O mal uso da computação gráfica prejudicou ainda mais o terror, tornando o alien uma criatura exageradamente artificial. Um dos melhores filmes do cinema, se levarmos em consideração a trilogia como um todo, porém aqui temos seu elo mais fraco.
Uma das melhores adaptações de um livro que já assisti. Apesar de não conseguir ter tanto suspense e brincar tanto com o psicológico como a obra literária fez, o filme conseguiu explorar todos os pontos essenciais da trama. Ainda sugiro ler o livro antes de ver o filme, mas recomendo o filme também, principalmente devido a atuação genial de Anthony Hopkins, uma das melhores que já vi. A inteligência debochada, o olhar penetrante, os enigmas nas palavras, são todas características que o ator conseguiu interpretar com maestria, confirmando ser um dos melhores do cinema. Jodie Foster não deixou por menos e criou uma Clarice muito boa, contudo mais segura enquanto no livro, Starling era uma jovem estudante encarando um trabalho muito além de sua experiência e rigidez, com uma admiração assustada por Hannibal. O enredo se desenvolve muito bem e a um bom passo, o diretor conseguiu assim como no livro, misturar com habilidade a ação e o suspense. Hannibal é, com certeza, assim como o livro, um dos melhores filmes de serial killer do cinema.
Europa Report não conseguiu causar impacto, porém para eu que assisti com expectativas baixas, surpreende na qualidade se comparado com as pérolas do gênero que foram lançadas nos últimos anos. O que mais me agradou foi essa ficção próxima de nossa realidade, aos amantes do tema, Europa sempre causou muito interesse e curiosidade. Satélite natural de Júpiter, com um oceano de água oculto sobre quilômetros de gelo, parece ser o ambiente mais propicio para encontrarmos vida fora da Terra em nosso Sistema Solar. E, no filme, uma empresa decide financiar uma expedição tripulada para a lua jupiteriana a fim de realizar de pesquisas e estudos sobre suas propriedades. A desculpa de que a missão era muito ambiciosa para o envio de uma nave não tripulada não soou tão cientifica, entretanto do ponto de vista entusiasta seria compreensível. Dividido em duas seções, vemos primeiramente o percurso da nave até o objetivo. Esse momento seria usada para desenvolver os personagens, porém deixou a desejar nesse aspecto, em nenhum momento senti nada por nenhum deles. Em seguida chegamos em Europa, alguns efeitos especiais depois e estamos na superfície, onde o "suspense espacial" entra em ação. Alguns eventos estranhos começam a acontecer na expedição, mas todos são explicados de maneira científica pela tripulação, fazendo com que o terror não alcance um ápice, mas de espaço para o suspense. Apesar da tentativa de passar tensão ao espectador, o pouco desenvolvimento dos personagens prejudicou o esforço. O ambiente do filme é limitado as paredes da nave, novamente por causa da tentativa de algo mais adequado a nossa realidade cientifica, entretanto foi mais um fator que tirou do filme o suspense que senti em Alien. De qualquer forma toda a ambientação é muito bonita, reduzida por não ter um orçamento astronomico, mas que não deixou a desejar em momento algum. Ao fim, temos um desfecho honesto, não tanto previsível como eu esperava, tampouco surpreendente. Falando em desfecho, um problema que encontrei foi o fato que o filme afogou o espectador com um a ficção depois do banho de realidade que veio em crescente desde o seu início.
Antes de tudo, venho com uma crítica pessoal e sem fanatismo, mostrado por alguns usuários que idolatram o diretor Lars Von Trier. Não sou conhecedor de sua obra por isso não pretendo usar seu nome como justificativa para nenhuma falha da produção. Parte 1:Ninfomaníaca mostra muito bem os conflitos causados por esse transtorno que no caso da personagem, se manifesta desde a infância. O diretor Lars Von Trier usa desse artifício para produzir uma crítica muito bem feita contra vários aspectos da nossa sociedade, os tabús, os preconceitos, sem falar das deliciosas críticas diretas a religião. As digressões de Seligman são fundamentais nesse processo e genialmente usados durante o longa. Nessa primeira parte, vemos a construção da personagem Joe. Do evolução de seu distúrbio até os primeiros conflitos. Ao final do ato temos uma noção clara de quem estamos acompanhando, mas ainda confusos sobre seus verdadeiros sentimentos. As atuações estão fantásticas somadas aos ângulos de filmagem e expressões desse elenco maravilhoso, fazem jus a todo o hype que o filme recebeu. Toda a parte erótica e até pornográfica do filme é exibida dentro de um contexto e não de forma gratuita como li em algumas resenhas, de forma que enriqueceu a história dando a ela um realismo poucas vezes visto no cinema. Parte 2: Já na segunda parte, senti que a atuação se tornou secundária. Toda a riqueza de sentimentos expressados na primeira parte ficou encoberto. Isso se deve ao fato de a partir desse ato estarmos acompanhando o desfecho de Joe e Jerome. Assim já não temos mais toda a carga emocional que a protagonista causou em diversas personalidades ao longo de sua jornada. Achei K e P pouco trabalhados em comparação com o que vi na primeira parte da produção, me passou uma sensação de que o background de ambos teve de ser passado as pressas para que a duração não se estendesse demais. Apesar de tudo, boa parte dessa inferioridade se revelou a mim não como uma falha na sequência, e sim por já ter visto tudo na primeira parte, o sexo, violência, promiscuidade, falhas na psique humana. Nessa segunda parte o espectador está preparado e por isso já não se surpreende tanto. Mas Lars não deixa barato por muito tempo e ressurge para mostrar que tudo pode ser corrompido, deixando uma surpresa e um sabor desagradável da realidade na boca.
Antes de tudo, venho com uma crítica pessoal e sem fanatismo, mostrado por alguns usuários que idolatram o diretor Lars Von Trier. Não sou conhecedor de sua obra por isso não pretendo usar seu nome como justificativa para nenhuma falha da produção. Ninfomaníaca mostra muito bem os conflitos causados por esse transtorno que no caso da personagem, se manifesta desde a infância. O diretor Lars Von Trier usa desse artifício para produzir uma crítica muito bem feita contra vários aspectos da nossa sociedade, os tabús, os preconceitos, sem falar das deliciosas críticas diretas a religião. As digressões de Seligman são fundamentais nesse processo e genialmente usados durante o longa. Nessa primeira parte, vemos a construção da personagem Joe. Do evolução de seu distúrbio até os primeiros conflitos. Ao final do ato temos uma noção clara de quem estamos acompanhando, mas ainda confusos sobre seus verdadeiros sentimentos. As atuações estão fantásticas somadas aos ângulos de filmagem e expressões desse elenco maravilhoso, fazem jus a todo o hype que o filme recebeu. Toda a parte erótica e até pornográfica do filme é exibida dentro de um contexto e não de forma gratuita como li em algumas resenhas, de forma que enriqueceu a história dando a ela um realismo poucas vezes visto no cinema.
Gravidade tem uma fotografia linda, o cenário espacial é incrível e a atuação da Sandra Bullock não deixa dúvidas da grande atriz que ela é. O tema do filme é a superação de limites e o renascimento, uma segunda chance para viver, a cena em que ela entra na estação e as mangueiras parecem se tornar um cordão umbilical representa bem esse objetivo. Os efeitos especiais não precisam de muitas palavras, assisti na maior tela do Brasil e a experiência foi inesquecível, de tirar literalmente o fôlego, se deve isso a trilha sonora tensa que acompanha muito bem durante todo filme, já que ele ocorre em um ambiente em que não há propagação de sons, e a todos os momentos claustrofóbicos que a personagem enfrenta. Apesar disso, cientificamente não é uma produção completamente acurada, entretanto esse não é o objetivo dos produtores, portanto não coloco isso como uma falha. Porém é impossível não reparar nos momentos hollywoodianos onde tudo se encaixa e o personagem principal se torna invencível e a partir daí sabemos que nada o fará falhar ou morrer. Outro ponto fraco já esperados nas produções AAA americanas são os clichês que aparecem com frequência. Gravidade vale a pena ser assistido, se permitindo vê-lo em um ambiente quieto e de preferência escuro, com o som alto e de qualidade. Sem grandes expectativas de inovador ou único.
Um daqueles filmes que mudou o cinema e como se faz comédia, que ainda hoje é inspiração para outros do mesmo gênero. De Volta para o Futuro é um filme que apesar da idade ainda é fresco, leve, não enjoa. A história é muito bem contada e os reviravoltas acontecem a todo hora, já que estamos moldando o futuro através do passado, isso torna-o ao mesmo divertido e inteligente, apesar de não seguir a fio as regras da física, ainda abrange alguns temas de suas teorias. Um dos principais diferencias do filme são as surpresas, algo raro de se ver na maioria das comédias, quando imaginamos que estamos indo em direção ao fim que conhecemos como padrão, algo novo muda todo o sentido do filme. Por exemplo a paixão da mãe de Marty por ele ou a descoberta de como seu pai era no passado.
De Volta para o Futuro é um ícone que sempre estará em minha prateleira e recebe nota máxima não só pela produção, mas pelo legado que criou.
Um filme engraçado e principalmente divertido, não deve ser confundido com uma obra séria ou Western. Várias cenas de ação estão presentes aqui, porém todas com o alívio cômico das caras e bocas de Depp interpretando Tonto, um índio que representa o oposto da civilização e esconde algum mistério em seu passado. O outro personagem se trata do Texas Ranger, John Reid, um homem da lei sério mas que também não deixa de ter seus momentos engraçados. A trama é fraca e com clichês, lembrando vários filmes da mesma categoria. Nota-se que o foco não foi criar uma história que tire o fôlego do espectador, e sim gargalhadas. Lone Ranger é uma comédia voltada para o público mais jovem, apresentando Depp como a estrela que esse mesmo público admira. Atrapalhado, confuso, excêntrico e com um ar de mistério. Quem procura um longa mais maduro e profundo, deve deixar que esse cavaleiro permaneça solitário.
Muitos aqui estão criticando o filme por falhar ao transcrever a obra de Tolkien, mas pelo contrário, Peter Jackson uma das melhores adaptações de livro no cinema. A palavra é "Adaptação", os fãs sempre resmungam sobre como o livro é superior, se esquecendo de que jamais haverá um filme que possa mostrar o livro todo. São mídias diferentes, públicos diferentes, visões diferentes. A sequência de O Hobbit acabou sendo mais fraca que o primeiro filme, menos empolgante, mas um ótimo gancho para o último filme. Os pontos fracos de devem ao exagero no CGI em certas partes, principalmente quando ligadas aos elfos, nos livros Tolkien os descreve como seres leves e ágeis, mas o que vi no filme vai além de qualquer descrição feita nas páginas. Também achei muito fácil enganar Smaug, se isso se deve ao fato do dragão estar "enferrujado", deveria ter sido explicado antes. O Hobbit é obra que merece ser assistida e colocada na coleção.
Obs: Aos reclamões, sugiro que leiam a última entrevista de GRR Martin, falando sobre as adaptações de livros para as telas, como ele já trabalhou em Hollywood, tem uma opinião muito sensata sobre o tema.
Um filme de comédia muito bom, mas nem de longe o que se esperava para o final da trilogia Hangover. Praticamente foram abandonadas as raízes da história, embora fosse se tornar repetitivo Alan drogando os amigos novamente, era possível criar algo que lembrasse mais as origens. O que se vê em Hangover III é muita ação, perseguições, gritos e armas, com flashes da comédia ao mesmo tempo adulta e imatura que se viu nos anteriores. Ainda assim, considero essa trilogia, a melhor comédia dos últimos tempos e recomendo assistir aos 3.
Um dos melhores filmes de heróis humanos que existe, nada de superpoderes, força sobre humana, visão a laser ou conta bancária ilimitada. Só um grupo de pessoas que se juntaram inspiradas pelo que Kick-Ass fez no primeiro filme. Não li as HQs para comparar mas não tenho dúvida que nelas tudo é muito mais detalhado, entretanto o filme não deixa a desejar, no geral, manteve a ação, os conflitos pessoais de cada um e o medo que esses "heróis" sentem quando de fato encaram o perigo, o que dá um tom de realismo e humor ao filme. Essa sequência decaiu em alguns aspectos comparado a sua origem. A violência aumentou, porém faltou algo para dar suporte, como se ela tivesse ganhado destaque para tirar o foco que vimos Kick-Ass passar anteriormente e do drama da Hit Girl com seu pai. Kick-Ass 2 é um ótimo filme de super heróis dessa vez voltado menos para os fãs da HQ e o público "nerd", ação e comédia são seu foco, com a profundidade apresentada no primeiro, quase deixada de lado.
O ponto forte desse filme é o realismo, mostrando que apesar de alguém ser extrovertido, feliz, ativo, a vida não deixa de ser difícil, cheia de adversidades, o que não impede de ser aproveitada, mesmo que às vezes com irresponsabilidade. Frances tem um sonho difícil de se realizar, busca isso a todo tempo mas as dificuldades superam as oportunidades, a luta contra o conformismo é uma constante e sua personalidade infantil ajudam-na a fazer escolhas não tão corretas ou maduras. Ao longo da produção, o espectador se sente mais próximo da situação da protagonista, encontrando pontos em comum com si próprio, de forma que no desfecho, já está preparado para o final tão realista quanto o resto do longa.
Filme incrível, no sentido de que não dá para acreditar em algumas coisas que acontecem, apesar de ser sobre "mágica", certos truques que eles fazem não tem sentido. Apesar dessa grande falha, é um filme para se assistir, tem uma boa história, boas atuações e surpreende. Surpresa que entra também, de certa forma, como uma falha, pois desde o começo sabemos que irá ter um final clichê com uma grande virada no jogo. É um bom filme, ao qual já sabemos o final, exceto quem é o final.
Muito bom, fora o Hype. Os Oscars dados ao filme fizeram todo mundo ver ele muito além do que realmente é. Mas é um filme muito bem feito, fiel a origem, figurino ótimo, cenários incríveis, atuações excelentes. Pouco cansativo, mas era de se esperar.
Esperávamos bem mais, depois de todo o hype que esse filme criou a produção final não saiu como prometia. Os infectados ficaram exagerados com suas qualidade sobre humanas inexplicavelmente adquiridas, a rapidez de infecção, a justificativa dos imunes e a insistente mania de Hollywood criar personagens que tudo acontece aonde eles chega,
O Gabinete do Dr. Caligari
4.3 524 Assista AgoraA primeira coisa que todos percebem e melhor se lembram sobre "The Cabinet of Dr. Caligari" é a aparência bizarra do filme. O ator vive numa paisagem irregular de ângulos retos afiados, paredes e janelas inclinadas, escadas subindo em diagonais malucas, árvores com folhas pontudas, grama que mais parecem facas. Essas distorções radicais imediatamente colocam o filme a parte dos produzidos na mesma época, os quais usavam ainda câmeras fixas e a tendência de filmar a realidade.
Os sets estilizados, obviamente bidimensionais, devem ter sido muito mais baratos que os realistas, mas não foi por essa razão que o diretor, Robert Wiene, os quis assim. Ele estava fazendo um filme sobre ilusões e falsas aparências, sobre um louco e um assassino, e suas personagens existem apenas em certos ângulos da realidade. Em nenhum deles podemos confiar plenamente, nem eles podem confiar uns nos outros.
O filme inicia na cidade alemã de Holstenwall, vista em forma de desenho com casas distorcidas sobre um morro íngrime. Um apresentador de atrações chamado Caligari (Werner Krauss) chega na feira da cidade para exibir o Sonâmbulo, o homem afirma que ele vêm dormindo desde seu nascimento, 23 anos atrás. Esta figura, chamada Cesare (Conrad Veidt), dorme num caixão e é alimentado pelo apresentador doutor, de aparência lunática, prega que o Sonâmbulo pode responder qualquer pergunta.
O herói, Francis (Frederich Feher), visita a atração com seu amigo Alan (Hans Heinz von Twardowski), que pergunta, "Quando irei morrer?". A resposta é arrepiante: "No primeiro amanhacer!". E no amanhecer, Alan está morto. As suspeitas caem sobre Cesare. Francis mantém vigília durante toda a noite na janela de Caligari. Mas na próxima manhã, sua noiva, Jane (Lil Dagover), é raptada. Isso retira as suspeitas sobre o médico e o Sonâmbulo?
Em sua essência, esse não é um enredo assustador. O design da produção o transforma em algo muito mais para o estranho, bizarro, especialmente quando Cesare é visto carregando a inconsciente Jane e é perseguido por uma multidão. A perseguição nos leva por ruas com fortes luzes mas sombras escuras e por sobre uma trilha em ziguezague. Caligari, enquanto isso, é seguido por Francis enquanto retorna para aonde ele aparentemente vive - O manicômio, aonde ele é... o diretor! Evidências são descobertas por Francis e a polícia, que provam que Caligari, influênciado por um manuscrito medieval ocultista, buscou um sonâmbulo e o colocou sob seu feitiço hipnótico, sujeitando-o a sua vontade.
Pode-se fazer um case sobre como "Caligari" foi o primeiro filme de terror. Claro, houveram curtas sobre contos de fantasmas, e seriais como "Fantomas" filmado entre 1913-14, mas suas personagens habitavam um mundo reconhecível. "Caligari" cria um mundo paralelo, uma fantasia psicológica subjetiva. Nesse mundo, horrores indiscritíveis se tornam possíveis.
"Caligari" é tido como o primeiro exemplo do Expressionismo alemão, um estilo aonde não só as personagens mas o mundo em si são desalinhados a realidade. Não é fácil lembrar de outros filmes que usaram distorções e ângulos tão incoerentes como esse, porém sua influência é fácilmente sentida em "The Golem", "Nosferatu", "Metropolis" e "M". Acredita-se que esse movimento nasceu como uma reação aos horrores da 1ª Guerra Mundial, que deixou a Europa devastado, com sentimentos de perda e destruição. Os filmes de terror Expressionistas criaram o mais duradouro e resistente dos gêneros. Tudo que um filme de terror precisa prometer é terror - o indescritível, o aterrorizante, a impiedade, a figura monstruosa de destruição à espreita. Não precisa de estrelas, apenas de production values básicos, só a promessa de... terror.
Assistir "The Cabinet of Dr. Caligari" em 1920 deve ter sido uma experiência desconcertante. Wiene usa textos sobrepostos na imagem para mostrar como Alan está sentindo-se cercado de vozes, utiliza closeups na face sinistra e feroz de Caligari, no rosto angelical e inocente da Jane, nos olhos de determinação de Alan. O Sonâmbulo não é muito expressivo - certamente não tem o carisma do monstro de Frankenstein, que deve ter inspirado - e é frequentemente visto de longe, como se a câmera o considerasse um objeto, não uma pessoa. Os sets são apresentados em cenas mais longas, enfatizando suas pontas e bordas afiadas, assim, funcionam como uma mundo de facas e lâminas; efeito que está lá para negar as personagens qualquer lugar de segurança ou descanso. Nem ao espectador, que se pega tão confuso e enrolado na insanidade do conto quanto o próprio Alan.
"The Cabinet of Dr. Caligari", de Robert Wiene, ainda desafia a audiência com um desfecho de reviravoltas e surpresas que demorariam décadas para se tornarem populares, mostra que mesmo após quase um século, sua fórmula continua atual e pode ser considerado, de fato, o pai do gênero Terror.
Cabiria
4.0 20Cabiria de Giovanni Pastrone foi famoso em sua época, recorde de bilheteria mundial, mas caiu no esquecimento. Destruído pelo tempo, tantas gerações perderam a oportunidade de comtemplar essa obra, porém, compilado de prints encontrados em Moscou, Paris, Londers, Nova Iorque e nos itens pessoais de Pastrone, novamente o filme original nos presenteia com sua grandiosidade. Martin Scorsese disse que Pastrone inventou o épico e merece créditos por muitas inovações frequentementes dadas a D.W. Griffith e DeMille. Entre outras, a camera móvel, Pastrone libertou os filmes da tradição estática.
O que começa-se a perceber conforme mais e mais filmes mudos são redescobertos e restaurados, é que não houve um filme revolucionário e sim que o entusiasmo e a inovação estavam por toda parte. Embora o americano tenha dado mais liberdade e vivacidade a camera, usado uma narrativa mais afiada e o cross-cutting excitantes, Pastrone foi o que apontou o caminho com seu Cabiria. Em Birth of a Nation (1915), Griffith evolui a maneira de contar uma história em um longa, enquanto Cabiria introduz tantos personagens, cidades, linhas de enredo que novas audiências podem facilmente se confundir. Entretanto foi após ver Cabiria que Griffith ficou tão empolgado que decidiu como seguir a produção de seu épico Intolerance.
O filme foi produzido sem limites para ambição. Com sets gigantescos e centenas de extras, com stunts impactantes feitos por pessoas de verdade. Os elefantes de Hannibal realmente atravessando os Alpes. Tudo real e grandioso. Porém ainda há espaço para pequenos detalhes - Em uma cena, com a ação ocorrendo na frente de imponente muro do palácio, pode-se ver no canto, bem ao fundo da cena, uma pequena ponte e sobre essa há uma mulher gesticulando. Ela estava ali atuando, num espaço insignificante da tela, longe da ação, simplesmente para dar vida a cidade. Esse é o o escopo de Pastrone. Do macro de torres e palácios, há cidadões individuais num canto longínquo da tela.
Cabiria é a pequena princesa, que sobrevive a uma erupçao do Aetna mas é sequestrada e após diversas aventuras, se torna uma escrava em Carthage. Fulvio e Maciste que haviam a ajudado na tragédia do vulcão a reencontram já adulta e planejam sua fulga. Fulvio é inteligente e heróico, mas seus músculos se chamam Maciste, que com seu carisma e porte único garantiu-o como um dos primeiros astros de cinema da Itália, aqui a presença de tela e química deles é inegável.
Não há closeups em Cabiria, a tela padrão se posiciona loneg o suficiente para incorporar toda a arquitetura e a quantidade de personagens. Quando um moderno como Tróia cria um vasta cidade Grega através de computação gráfica, nós podemos nos impressionar, mas não ser enganados, não ficamos admirados pela façanha. Assistir a filmes mudos como esse nos deixam inspirados, pois sabemos que está tudo ali, daquele jeito, daquele tamanho.
Igual, são os stunts de Cabiria. Há uma cena de batalha aonde soldados tentam invadir os muros com altas escadas, que são empurradas derrubando dezenas de homens. O que vemos ali não é o CGI de homens sem peso caindo de acordo com as leis da física de uma engine, e sim homens empurrados pela força da gravidade, caindo a sua sorte sobre prováveis colchões e travesseiros.
Repare na cena aonde guerreiros chegam a cidade com seus escudos e para pular o alto muro, formam uma pirâmide, subindo nos escudos dos outros para Fulvio passar e resgatar Maciste e a princesa. Isso é um stunt acontecendo ali na nossa frente, houvesse a perna de um ator falhado e a torre de soldados ruiria e talvez homens se ferissem de verdade. Esse senso de realidade que torna todo esse filme uma maravilha de se ver.
Como o filme corre de maneira estática, porque as legendas introduzem mais e mais personagens e plotlines do que é necessário, porque a atuação é exagerada e teatral, nós não nos envolvemos emocionalmente. Mas aí está a vantagem e desvatagem do estilo de Pastrone. Filmes com som são mais realistas, mas os mudos em contrapartida, tem um ar de sonho, de uma realidade que não está mais aqui... ou nunca esteve. Essas pesssoas estão todas mortas, mas aqui elas estão como eram naquele dia em 1914. Desafiando a cultura ao contar uma história através de uma nova mídia, na expectativa de alcançarem o mundo todo, pouco sabendo que um século depois cinéfilos ainda escalariam palácios modernos, com ar condicionado e surround, para os ver fazendo história.
O Golem - Como Veio ao Mundo
3.7 56Uma das diversas obras criadas no Expressionismo alemão, Der Golem foi a primeira obra criada com o intuito de mostrar o folclóre judeu ao passo que demonstra a repressão e perseguição aos seus seguidores - massacrados pelo Nazismo menos de 20 anos depois -, tendo sido antes levadas às telas pelo mesmo diretor, Paul Wegener.
O peso dessa obra se deve ao seu elemento central, o Golem, um monstro criado ou nascido, para defender certo grupo. Elemento frequentemente usado no cinema durante toda sua história. Com um enredo bem desenvolvido ao redor da história do judaísmo e suas tradições, há espaço para um reviravolta, aonde o criador percebe que sua criação se torna mais que um simples servo e tenta destruí-la, a criação por sua vez se revolta contra o criador. E assim temos outro elemento usado ostensivamente pelo cinema.
Tecnicamente falando, o filme tem o mesmo padrão das obras de sua época, sem arriscar muito em efeitos e técnicas de camera novas. A trilha sonora tem qualidade e acompanha o passo calmo do longa. E é nesse ambiente que se destacam as atuações, Greta Schröder entrega um trabalho consistente e convincente, que a garantiu no papel de Ellen em Nosferatu (1922).
Como todo filme do começo do século XX, para realmente aproveitar dessa obra, é preciso estar no clima apropriado, já que Der Golem podem ser cansativo aos pouco simpatizantes do cinema mudo clássico, porém é uma aula de história cinematográfica que merece ser apreciado.
O Gabinete do Dr. Caligari
4.3 524 Assista AgoraEmbora não seja o primeiro filme com temática "horror" (há curtas que predatam o ano de 1900), Das Kabinett des Doktor Caligari foi o primeiro longa a entrar nessa categoria. Nascido no Expressionismo alemão, o filme retrata temas sombrios, como a morte, sonambulismo, misticismo e magia. Para deixar o espectador num clima ainda mais desconcertante, todo o cenário utiliza de sombras e construções fora de forma e alinhamento, criando uma atmosfera surreal, como um sonho ou pesadelo.
As atuações são consistentes, por atores que estavam aprendendo o que era atuar na frente de uma camera, principalmente de Conrad Veidt no último terço do filme. O enredo é bom e mesmo aparentando ser simples, como os primeiros filmes apresentavam, até apresenta reviravoltas. Efeitos especiais são poucos mas bem feitos, usando das técnicas criadas e aprimorando as do clássico "Le voyage das la Lune", por exemplo.
Elementos usados aqui, foram vistos continuamente nas obras alemãs e continuam sendo usados quase 100 anos depois. Ainda hoje o espectador pode sentir o desconforto imaginado pelo diretor, porém, sendo um filme de 1920, é necessário entrar no clima para uma apreciação completa. Tenha em mente que estamos falando de uma obra do começo do século passado, quando o cinema ainda engatinhava; aumente o som para escutar a trilha sonora - essencial no cinema mudo -, apague as luzes, e testemunhe a criação de um gênero cinematográfico e um movimento artístico influente até hoje.
Vicky Cristina Barcelona
3.8 2,1KFilme com um dedo, mas não com a cara de Woody Allen, ao menos não o que conhecemos com histórias melancólicas, deprimentemente engraçadas e niilistas. Woody quis expor um pouco de dois mundos, o americano mais conservador, como dito por Cristina "produzido em série", e o estilo artístico aventureiro liberal europeu (Diga-se de passagem que apesar de ser um povo de mente mais aberto, europeus não vivem apenas de arte, relacionamentos abertos e romances) na visão do diretor. Incluindo na fórmula Bardem, que é a problemática, ou melhor, a solução para a maneira de viver regrada e entediante do Novo Mundo. Maria é o ponto que desequilibra esses dois modos de viver, e o equilíbrio só pode ser recuperado quando o "lado americano" cede as particularidades do lado oposto.
Tudo isso soma para um enredo romântico altamente complexo, com o jeito de Allen, mas ainda não me adaptei a esse novo estilo sonhador do diretor, muito menos essa visão fantasiosa que adquiriu sobre a Europa. Apesar do típico tema da vida de artistas e seus problemas psicológicos e amorosos, as produções de Woody partiram para uma atmosfera mais clara e simplista, eu diria até mais fútil.
As atuações do triângulo amoroso são excelentes, não tinha como esperar menos de Scarlett e Penélope, o resto do elenco também não deixa a desejar, embora não seja um enredo de alta dificuldade para se interpretar, todos estão de parabéns. A fotografia e ambientação são lindas, o que explica em parte a fixação de Woody pela Europa, Oviedo esbanja charme e arte, combinados com um bela e consistente trilha sonora, setores onde o diretor tem excelência.
Apesar dessa nova cara de Woody Allen que pode desagradar os fãs clássicos, Vicky Cristina Barcelona é recomendado para todos que gostam de um bom romance com um pouco de comédia, não que seja uma comédia romântica, vai bem além disso; e também aos que consideram os antigos filmes do diretor, muito pesados, massantes ou melancólicos, mas que se dispõem a dar mais uma chance ao velho Woody.
O Grande Gatsby
3.9 2,7K Assista AgoraSequer terminei de ver o filme, fiquei extremamente frustrado e toda a magia foi tirada com essa terrível trilha sonora. Quem teve a ideia de inserir músicas eletrônicas, black music, Jay-Z, Will.I.Am e outros do gênero em uma obra de época, principalmente em uma época em que o Jazz americano embalava as festas e teve alta influência no estilo de vida americano. Pretendo assistir o original para assim tirar conclusões sobre o verdadeiro filme. Dou a nota baseado na fotografia e ambientação do filme, que sem dúvida são deslumbrantes.
Godzilla
3.1 2,1K Assista AgoraGodzilla
Finalmente uma produção digna da história do Godzilla, porém uma cheia de extremos, momentos de tirar o folego e outros que bocejar.
A maior crítica ao filme vai para a forma que o lado militar foi desenvolvido, exército americano assumindo no Japão, somente os soldados do tio Sam em combate ignorando completamente que o resto do mundo também possui os seus disponíveis para uma situação que, claramente, representa um perigo para a humanidade, o mal uso das tecnologias de guerra como mísseis de longo alcance.
Outra crítica se deve ao lado humano da história, que se tornou primário contrariando os clássicos japoneses onde o foco é o monstro, e ainda pior, vemos um roteiro chato e entediante onde no final não damos a mínima para os protagonistas, desenvolvimento de personagem teve, contudo sem sucesso ou no mínimo no mesmo patamar de Cloverfield.
O ponto fraco que deve ser discutido é sobre a demora em revelar os monstros e, principalmente, os tão esperados combates. Aqui temos os dois lados da moeda, primeiramente aos que conhecem o clássico japonês, lá o deus dos monstros demora para dar as caras também, criando um suspense e expectativa. O diretor Gareth Edwards criou suspense e expectativa, porém exagerou no elemento ao ponto de tornar frustrante.
Defeitos a parte, acredito esse ter sido apenas o rascunho do que está por vir, pois apesar de tudo não dá para deixar de aplaudir de pé os efeitos especiais, as lutas entre MUTO e Godzilla, e a aparência que deram a eles são fantásticas. Aos que estão acostumados com o monstro de borracha japonês, é impossível segurar o arrepio com o primeiro urro do gigante. E bota gigante nisso, o tamanho da criatura é descomunal, de longe o maior já criado, se deve isso ao fato dos prédios americanos serem vezes mais altos que os das produções da Toho, o que tornaria Godzilla em um lagarto gigante correndo entre prédios, escondido das lentes dos helicópteros. Mas apesar do dado histórico científico, ficou perfeito. Passando aquela sensação que é a essência da história de Gojira - Ele é o deus, nós estamos em um degrau mais baixo da cadeia alimentar.
Dentre tantos altos e baixos, gafes e acertos, Godzilla traz a esperança de uma nova série de filmes que respeitam a tradição criado na terra do Sol nascente. Já sabemos que o diretor será provavelmente o mesmo e que ele manterá a mesma fórmula, então agora é ficar na expectativa para ver uma continuação com menos foco no lado humano da história e/ou ao menos um drama mais bem trabalhado, sem gafes impossíveis de não serem notadas.
Colocando na balança todos os prós e cons, Godzilla é definitivamente um dos melhores, senão o "deus" dos filmes de monstros gigantes nos últimos tempos e definitivamente é recomendado para todos, especialmente os fãs do lagarto que não são extremistas conservadores ligados ao passado.
Melancolia
3.8 3,1K Assista AgoraMelancholia é dividido em duas partes, cada uma dando foco em uma das irmãs. A primeira, retratando Justine, mostra como a depressão pode ser cruel e tornar a pessoa mais dócil, detestável. Lars faz com que fiquemos com raiva e ao mesmo tempo tristes pela personagem. Aos que já sofreram dessa doença ou conhecem alguém que o fez, esse filme deixa uma sensação de algo preso na garganta, algo como agonia. Trier tem o costume de fazer isso com quem assiste suas obras, mas em Melancholia ele se supera.
O que nos leva para a segunda parte que trata de Claire, e é aqui que o filme perde sua magia. Um planeta, chamado Melancholia, irá passar próximo a Terra e há a possibilidade de colisão que destruirá ambos os astros. Justine se recuperando de uma grave depressão parece conformada com o evento, já Claire se desespera. Aqui se percebe que Melancholia pode ser uma metáfora para a própria depressão. Na primeira parte Justine sofre mas ao final não parece tão triste pois já esperava que tudo acontecesse, pois conhece sua doença e a si mesma, mesma reação esboçada com a provável colisão. Já Claire entra em pânico, seu marido vai ainda mais além. A catástrofe em diversos momentos mostra semelhanças com a depressão, por exemplo quando parece estar indo embora mas acaba retornando, assim como Claire medindo a distância do planeta com a ferramenta nos momentos finais do filme.
Embora toda a ideia seja genial, a execução deixou a desejar, o diretor estendeu demais o filme, criando cenas entediantes e sonolentas, momentos que não acrescentam nada a história, desenvolvimento da personagem ou o afeto a eles. Ao final senti que perdi ao menos 30 minutos do meu tempo.
Destaque merecido a fotografia, trilha sonora e as atuações, principalmente de Kirsten Dunst, que nunca havia me chamado a atenção até ver seu trabalho aqui; somando isso a uma ideia brilhante sobre um tema nunca explorado dessa maneira, a subjetividade e ousadia únicas de Lars Von Trier, contudo com um passo entediante e duração excessiva, a nota 3.8 serve muito bem a Melancholia.
Alien 3
3.2 541 Assista AgoraDepois de 2 filmes geniais, o 3º Alien chegou com a difícil missão de ao menos se equiparar com os seus antecessores e ainda por cima fechar a trilogia com um final digno para Ripley. Infelizmente o resultado final ficou muito abaixo do esperado e apesar de possuir um enredo interessante, o diretor David Fincher não obteve sucesso nos fatores que foram o maior trunfo dos primeiros filmes, a tensão, o suspense, a atmosfera que prende a atenção. Por diversas vezes me peguei pensando em outra coisa, completamente avulso do filme. Outro fator decepcionante foi o uso dos CGI da época, que geraram um alien muito artificial e até desproporcional quando se compara diferentes ângulos de suas aparições no filme.
O desfecho de Ripley é muito bom, condizente com a história, mas novamente faltou tato do diretor, que deixou a cena ficar artificial e sem vida, aliás, durante todo o filme tive momentos em que queria que os créditos finais rolassem logo. Mal citei os personagens porque todos ficaram com pouco desenvolvimento ou muito caricatos, até mesmo Ripley teve muito menos carga emocional dessa vez.
Para finalizar, Alien 3 ficou longe do esperado, e embora um bom filme, perde muito para suas origens. O diretor não teve a capacidade de usar toda a extensão do filme para desenvolver uma atmosfera, suspense e personagens como os anteriores. O mal uso da computação gráfica prejudicou ainda mais o terror, tornando o alien uma criatura exageradamente artificial.
Um dos melhores filmes do cinema, se levarmos em consideração a trilogia como um todo, porém aqui temos seu elo mais fraco.
O Silêncio dos Inocentes
4.4 2,8K Assista AgoraUma das melhores adaptações de um livro que já assisti. Apesar de não conseguir ter tanto suspense e brincar tanto com o psicológico como a obra literária fez, o filme conseguiu explorar todos os pontos essenciais da trama. Ainda sugiro ler o livro antes de ver o filme, mas recomendo o filme também, principalmente devido a atuação genial de Anthony Hopkins, uma das melhores que já vi. A inteligência debochada, o olhar penetrante, os enigmas nas palavras, são todas características que o ator conseguiu interpretar com maestria, confirmando ser um dos melhores do cinema.
Jodie Foster não deixou por menos e criou uma Clarice muito boa, contudo mais segura enquanto no livro, Starling era uma jovem estudante encarando um trabalho muito além de sua experiência e rigidez, com uma admiração assustada por Hannibal.
O enredo se desenvolve muito bem e a um bom passo, o diretor conseguiu assim como no livro, misturar com habilidade a ação e o suspense.
Hannibal é, com certeza, assim como o livro, um dos melhores filmes de serial killer do cinema.
Viagem à Lua de Júpiter
3.1 285 Assista AgoraEuropa Report não conseguiu causar impacto, porém para eu que assisti com expectativas baixas, surpreende na qualidade se comparado com as pérolas do gênero que foram lançadas nos últimos anos.
O que mais me agradou foi essa ficção próxima de nossa realidade, aos amantes do tema, Europa sempre causou muito interesse e curiosidade. Satélite natural de Júpiter, com um oceano de água oculto sobre quilômetros de gelo, parece ser o ambiente mais propicio para encontrarmos vida fora da Terra em nosso Sistema Solar. E, no filme, uma empresa decide financiar uma expedição tripulada para a lua jupiteriana a fim de realizar de pesquisas e estudos sobre suas propriedades. A desculpa de que a missão era muito ambiciosa para o envio de uma nave não tripulada não soou tão cientifica, entretanto do ponto de vista entusiasta seria compreensível.
Dividido em duas seções, vemos primeiramente o percurso da nave até o objetivo. Esse momento seria usada para desenvolver os personagens, porém deixou a desejar nesse aspecto, em nenhum momento senti nada por nenhum deles. Em seguida chegamos em Europa, alguns efeitos especiais depois e estamos na superfície, onde o "suspense espacial" entra em ação. Alguns eventos estranhos começam a acontecer na expedição, mas todos são explicados de maneira científica pela tripulação, fazendo com que o terror não alcance um ápice, mas de espaço para o suspense. Apesar da tentativa de passar tensão ao espectador, o pouco desenvolvimento dos personagens prejudicou o esforço. O ambiente do filme é limitado as paredes da nave, novamente por causa da tentativa de algo mais adequado a nossa realidade cientifica, entretanto foi mais um fator que tirou do filme o suspense que senti em Alien. De qualquer forma toda a ambientação é muito bonita, reduzida por não ter um orçamento astronomico, mas que não deixou a desejar em momento algum.
Ao fim, temos um desfecho honesto, não tanto previsível como eu esperava, tampouco surpreendente. Falando em desfecho, um problema que encontrei foi o fato que o filme afogou o espectador com um a ficção depois do banho de realidade que veio em crescente desde o seu início.
Ninfomaníaca: Volume 2
3.6 1,6K Assista AgoraAntes de tudo, venho com uma crítica pessoal e sem fanatismo, mostrado por alguns usuários que idolatram o diretor Lars Von Trier. Não sou conhecedor de sua obra por isso não pretendo usar seu nome como justificativa para nenhuma falha da produção.
Parte 1:Ninfomaníaca mostra muito bem os conflitos causados por esse transtorno que no caso da personagem, se manifesta desde a infância. O diretor Lars Von Trier usa desse artifício para produzir uma crítica muito bem feita contra vários aspectos da nossa sociedade, os tabús, os preconceitos, sem falar das deliciosas críticas diretas a religião. As digressões de Seligman são fundamentais nesse processo e genialmente usados durante o longa.
Nessa primeira parte, vemos a construção da personagem Joe. Do evolução de seu distúrbio até os primeiros conflitos. Ao final do ato temos uma noção clara de quem estamos acompanhando, mas ainda confusos sobre seus verdadeiros sentimentos. As atuações estão fantásticas somadas aos ângulos de filmagem e expressões desse elenco maravilhoso, fazem jus a todo o hype que o filme recebeu. Toda a parte erótica e até pornográfica do filme é exibida dentro de um contexto e não de forma gratuita como li em algumas resenhas, de forma que enriqueceu a história dando a ela um realismo poucas vezes visto no cinema.
Parte 2: Já na segunda parte, senti que a atuação se tornou secundária. Toda a riqueza de sentimentos expressados na primeira parte ficou encoberto. Isso se deve ao fato de a partir desse ato estarmos acompanhando o desfecho de Joe e Jerome. Assim já não temos mais toda a carga emocional que a protagonista causou em diversas personalidades ao longo de sua jornada. Achei K e P pouco trabalhados em comparação com o que vi na primeira parte da produção, me passou uma sensação de que o background de ambos teve de ser passado as pressas para que a duração não se estendesse demais.
Apesar de tudo, boa parte dessa inferioridade se revelou a mim não como uma falha na sequência, e sim por já ter visto tudo na primeira parte, o sexo, violência, promiscuidade, falhas na psique humana. Nessa segunda parte o espectador está preparado e por isso já não se surpreende tanto. Mas Lars não deixa barato por muito tempo e ressurge para mostrar que tudo pode ser corrompido, deixando uma surpresa e um sabor desagradável da realidade na boca.
Ninfomaníaca: Volume 1
3.7 2,7K Assista AgoraAntes de tudo, venho com uma crítica pessoal e sem fanatismo, mostrado por alguns usuários que idolatram o diretor Lars Von Trier. Não sou conhecedor de sua obra por isso não pretendo usar seu nome como justificativa para nenhuma falha da produção.
Ninfomaníaca mostra muito bem os conflitos causados por esse transtorno que no caso da personagem, se manifesta desde a infância. O diretor Lars Von Trier usa desse artifício para produzir uma crítica muito bem feita contra vários aspectos da nossa sociedade, os tabús, os preconceitos, sem falar das deliciosas críticas diretas a religião. As digressões de Seligman são fundamentais nesse processo e genialmente usados durante o longa.
Nessa primeira parte, vemos a construção da personagem Joe. Do evolução de seu distúrbio até os primeiros conflitos. Ao final do ato temos uma noção clara de quem estamos acompanhando, mas ainda confusos sobre seus verdadeiros sentimentos. As atuações estão fantásticas somadas aos ângulos de filmagem e expressões desse elenco maravilhoso, fazem jus a todo o hype que o filme recebeu. Toda a parte erótica e até pornográfica do filme é exibida dentro de um contexto e não de forma gratuita como li em algumas resenhas, de forma que enriqueceu a história dando a ela um realismo poucas vezes visto no cinema.
Gravidade
3.9 5,1K Assista AgoraGravidade tem uma fotografia linda, o cenário espacial é incrível e a atuação da Sandra Bullock não deixa dúvidas da grande atriz que ela é. O tema do filme é a superação de limites e o renascimento, uma segunda chance para viver, a cena em que ela entra na estação e as mangueiras parecem se tornar um cordão umbilical representa bem esse objetivo.
Os efeitos especiais não precisam de muitas palavras, assisti na maior tela do Brasil e a experiência foi inesquecível, de tirar literalmente o fôlego, se deve isso a trilha sonora tensa que acompanha muito bem durante todo filme, já que ele ocorre em um ambiente em que não há propagação de sons, e a todos os momentos claustrofóbicos que a personagem enfrenta.
Apesar disso, cientificamente não é uma produção completamente acurada, entretanto esse não é o objetivo dos produtores, portanto não coloco isso como uma falha. Porém é impossível não reparar nos momentos hollywoodianos onde tudo se encaixa e o personagem principal se torna invencível e a partir daí sabemos que nada o fará falhar ou morrer. Outro ponto fraco já esperados nas produções AAA americanas são os clichês que aparecem com frequência.
Gravidade vale a pena ser assistido, se permitindo vê-lo em um ambiente quieto e de preferência escuro, com o som alto e de qualidade. Sem grandes expectativas de inovador ou único.
De Volta Para o Futuro
4.4 1,8K Assista AgoraUm daqueles filmes que mudou o cinema e como se faz comédia, que ainda hoje é inspiração para outros do mesmo gênero. De Volta para o Futuro é um filme que apesar da idade ainda é fresco, leve, não enjoa. A história é muito bem contada e os reviravoltas acontecem a todo hora, já que estamos moldando o futuro através do passado, isso torna-o ao mesmo divertido e inteligente, apesar de não seguir a fio as regras da física, ainda abrange alguns temas de suas teorias.
Um dos principais diferencias do filme são as surpresas, algo raro de se ver na maioria das comédias, quando imaginamos que estamos indo em direção ao fim que conhecemos como padrão, algo novo muda todo o sentido do filme. Por exemplo a paixão da mãe de Marty por ele ou a descoberta de como seu pai era no passado.
De Volta para o Futuro é um ícone que sempre estará em minha prateleira e recebe nota máxima não só pela produção, mas pelo legado que criou.
O Cavaleiro Solitário
3.2 1,4K Assista AgoraUm filme engraçado e principalmente divertido, não deve ser confundido com uma obra séria ou Western. Várias cenas de ação estão presentes aqui, porém todas com o alívio cômico das caras e bocas de Depp interpretando Tonto, um índio que representa o oposto da civilização e esconde algum mistério em seu passado. O outro personagem se trata do Texas Ranger, John Reid, um homem da lei sério mas que também não deixa de ter seus momentos engraçados. A trama é fraca e com clichês, lembrando vários filmes da mesma categoria. Nota-se que o foco não foi criar uma história que tire o fôlego do espectador, e sim gargalhadas.
Lone Ranger é uma comédia voltada para o público mais jovem, apresentando Depp como a estrela que esse mesmo público admira. Atrapalhado, confuso, excêntrico e com um ar de mistério. Quem procura um longa mais maduro e profundo, deve deixar que esse cavaleiro permaneça solitário.
O Hobbit: A Desolação de Smaug
4.0 2,5K Assista AgoraMuitos aqui estão criticando o filme por falhar ao transcrever a obra de Tolkien, mas pelo contrário, Peter Jackson uma das melhores adaptações de livro no cinema. A palavra é "Adaptação", os fãs sempre resmungam sobre como o livro é superior, se esquecendo de que jamais haverá um filme que possa mostrar o livro todo. São mídias diferentes, públicos diferentes, visões diferentes.
A sequência de O Hobbit acabou sendo mais fraca que o primeiro filme, menos empolgante, mas um ótimo gancho para o último filme. Os pontos fracos de devem ao exagero no CGI em certas partes, principalmente quando ligadas aos elfos, nos livros Tolkien os descreve como seres leves e ágeis, mas o que vi no filme vai além de qualquer descrição feita nas páginas. Também achei muito fácil enganar Smaug, se isso se deve ao fato do dragão estar "enferrujado", deveria ter sido explicado antes.
O Hobbit é obra que merece ser assistida e colocada na coleção.
Obs: Aos reclamões, sugiro que leiam a última entrevista de GRR Martin, falando sobre as adaptações de livros para as telas, como ele já trabalhou em Hollywood, tem uma opinião muito sensata sobre o tema.
Se Beber, Não Case! - Parte III
3.3 1,5K Assista AgoraUm filme de comédia muito bom, mas nem de longe o que se esperava para o final da trilogia Hangover. Praticamente foram abandonadas as raízes da história, embora fosse se tornar repetitivo Alan drogando os amigos novamente, era possível criar algo que lembrasse mais as origens. O que se vê em Hangover III é muita ação, perseguições, gritos e armas, com flashes da comédia ao mesmo tempo adulta e imatura que se viu nos anteriores.
Ainda assim, considero essa trilogia, a melhor comédia dos últimos tempos e recomendo assistir aos 3.
Kick-Ass 2
3.6 1,8K Assista AgoraUm dos melhores filmes de heróis humanos que existe, nada de superpoderes, força sobre humana, visão a laser ou conta bancária ilimitada. Só um grupo de pessoas que se juntaram inspiradas pelo que Kick-Ass fez no primeiro filme. Não li as HQs para comparar mas não tenho dúvida que nelas tudo é muito mais detalhado, entretanto o filme não deixa a desejar, no geral, manteve a ação, os conflitos pessoais de cada um e o medo que esses "heróis" sentem quando de fato encaram o perigo, o que dá um tom de realismo e humor ao filme.
Essa sequência decaiu em alguns aspectos comparado a sua origem. A violência aumentou, porém faltou algo para dar suporte, como se ela tivesse ganhado destaque para tirar o foco que vimos Kick-Ass passar anteriormente e do drama da Hit Girl com seu pai.
Kick-Ass 2 é um ótimo filme de super heróis dessa vez voltado menos para os fãs da HQ e o público "nerd", ação e comédia são seu foco, com a profundidade apresentada no primeiro, quase deixada de lado.
Frances Ha
4.1 1,5K Assista AgoraO ponto forte desse filme é o realismo, mostrando que apesar de alguém ser extrovertido, feliz, ativo, a vida não deixa de ser difícil, cheia de adversidades, o que não impede de ser aproveitada, mesmo que às vezes com irresponsabilidade. Frances tem um sonho difícil de se realizar, busca isso a todo tempo mas as dificuldades superam as oportunidades, a luta contra o conformismo é uma constante e sua personalidade infantil ajudam-na a fazer escolhas não tão corretas ou maduras. Ao longo da produção, o espectador se sente mais próximo da situação da protagonista, encontrando pontos em comum com si próprio, de forma que no desfecho, já está preparado para o final tão realista quanto o resto do longa.
Truque de Mestre
3.8 2,5K Assista AgoraFilme incrível, no sentido de que não dá para acreditar em algumas coisas que acontecem, apesar de ser sobre "mágica", certos truques que eles fazem não tem sentido. Apesar dessa grande falha, é um filme para se assistir, tem uma boa história, boas atuações e surpreende. Surpresa que entra também, de certa forma, como uma falha, pois desde o começo sabemos que irá ter um final clichê com uma grande virada no jogo. É um bom filme, ao qual já sabemos o final, exceto quem é o final.
Dragon Ball Z: A Batalha dos Deuses
3.2 661Bem abaixo do esperado, não fez jus ao que era o Dragon Ball
Os Miseráveis
4.1 4,2K Assista AgoraMuito bom, fora o Hype. Os Oscars dados ao filme fizeram todo mundo ver ele muito além do que realmente é. Mas é um filme muito bem feito, fiel a origem, figurino ótimo, cenários incríveis, atuações excelentes. Pouco cansativo, mas era de se esperar.
Guerra Mundial Z
3.5 3,2K Assista AgoraEsperávamos bem mais, depois de todo o hype que esse filme criou a produção final não saiu como prometia. Os infectados ficaram exagerados com suas qualidade sobre humanas inexplicavelmente adquiridas, a rapidez de infecção, a justificativa dos imunes e a insistente mania de Hollywood criar personagens que tudo acontece aonde eles chega,
Convenhamos, a cidade era a única livre da infecção, foi só o cara chegar que os infectados pulam o muro e destroem tudo.