De todos os filmes silenciosos que já assisti, sem dúvidas este foi o mais dinâmico. Me perguntei se isto se daria por motivos do avanço do cinema já naquela altura, do amadurecimento também dinâmico dos códigos que vieram a compor o realismo romântico fechado de Hollywood e que igualmente se espalhavam e mesclamavam com particularidades outras. Mas, longe de me ater a própria estrutura do filme, me refiro a personagem Lulu.
Carregado por um modo espírito "dado aos excessos de obsolescência", diria que a personagem principal é a personificação do movimento. Movimento este nada destrutivo, Lulu não consiste em vontades malignas. E, mesmo conhecendo pouco a história da Caixa de Pandora, diria que, quando em relação ao filme, o mal não foi liberto por ela, mas já se encontrava no mundo sob a figura do "macho", da masculinidade tóxica, do patriarcado ou como preferir. Chamo atenção para o fato de que, mesmo já se encontrando ali, isto em nada se relaciona com uma naturalização daquilo. O macho não é natural e pre-discursivo.
Eu torci pela personagem e pelo número de variedades tão aguardado. A ruína de Lulu foram todos aqueles homens. O brilho que irradiava e a decisão do não fazer ficam marcados de maneira pungente em nós, como os pormenores do seu cabelo.
O cheiro do Senhor Ki-taek consistiu em uma virtude que se impôs ao espírito, de modo a produzir uma forte impressão. Entretanto emanando do corpo dele, compreenderia (conteria em si) esse cheiro o seu espírito?
Este odor que consideraste tão execrável é o cheiro do humano que, em condições detestavelmente desagradáveis, extraiu de uma pedra a vontade e, dos planos numerosos e falhos, o desejo de se entregar a energia motriz da natureza.
Foi apenas na terceira vez em que vi esse filme que pude perceber o paralelo entre Niko e o Senhorzinho do Bar. Niko tirou dois anos para refletir sobre si mesmo, o Senhorzinho do Bar tirou sessenta anos. Na morte se fez o adulto e a vida nunca foi tão devagar e contemplativa. A contemplação das quase-fotos em oposição a ansiedade irritadiça provocada pela velocidade de todas as outras coisas. Será que a cafeína o acordou?
"Quando poderei dizer aos meus alunos que eles podem viajar?".
Quando o mundo se tornou tão pequeno? Por que meus amigos 'fogem'? Fugir para onde, o mundo não é só isso? Do que nos protegem? Por que nos prendem? O extraterrestre que mora ali do lado, no final da Bornholmer Strasse. O fim do ser humano.
Assisti a esse filme hoje e pretendo vê-lo outra vez. Esse é aquele tipo de produção que mexe com o seu âmago e o faz querer estar em outro lugar. Poesia nas memórias de um homem errante que passou por muito e amou também. Uma volta de bicicleta.
A história desse filme talvez fosse melhor explorada se apresentada no formato de uma série. Senti a todo momento que as cenas pulavam de um acontecimento a outro rapidamente, sem os desenvolver. You better shape up, 'cause I need a movie (8).
Sinto que o nostalgismo não leva a nada, porém queria poder experimentar essa atmosfera do cinema e dos clubes de filmes frequentados pelos cinéfilos nessa época. Não sei se é um sentimento equivoco, mas penso que as coisas se especializaram demais. Talvez por morar em uma cidade com um circuito de filmes muito ruim e altamente conservador, isso pese ainda mais. Uma coisa boa é o fato de recuperar esse sentimento quando leio livros e vejo filmes como este.
Ainda não sei muito bem como reagir a este filme, sinto que deixei de perceber muitas coisas que deveriam ter sido percebidas. Talvez volte a assisti-lo tendo em mente que devo uma maior concentração nas partes dos diálogos entre Jack e Verge, as cenas de morte desviaram demais a minha atenção e somente ao final do filme pude perceber a gradação, a suplantação de um transtorno obsessivo por uma vontade de matar.
Mas por qual motivo eram sempre mulheres? Por que a arte era sempre a que vemos como "clássica"? Por que enquadrá-la em um período de vida? Um artista fracassando tantas vezes na criação de alguma coisa que nem ele mesmo, nem ninguém é capaz de terminar.
Soube que a casa construída por Jack com os cadáveres foi concebida em parceria com o arquiteto Bjarke Ingels e achei isso super interessante, ainda mais quando vi que a mesma será exposta até o dia 13 desse mês, no Kunsthal Charlottenborg, dentro da Big Art, uma exposição de arte contemporânea de grande escala na arquitetura criada pelo Bjarke Ingels Group.
Vendo o filme, senti que a todo momento ele me levava a pensar que o ser humano é a pior espécie que existe e que ameaça toda e qualquer forma de vida, inclusive a própria.
Adoro dar nota cinco a um filme. Quando isso acontece, costumo dizer que ele me deixou suspenso (no sentido de tirar do chão). Os filmes da Disney sempre nos tocam por motivo de nos fazer conexão com as ideias interiores que temos sobre várias coisas e, no momento, a família é a minha casquinha da ferida. Lembre de mim. É um ótimo filme, uma bela animação, queria ter visto antes, mas me bloqueei devido a comparação que fazia em relação ao filme Festa no Céu. Mas posso dizer que os dois são únicos e maravilhosos.
"O cineasta Martin Scorsese saiu em defesa do filme e de Darren Aronofsky em um artigo assinado por ele para o The Hollywood Reporter. Na publicação, fez duras críticas aos sites Rotten Tomatoes e Cinemascore, alegando que ambos são um desserviço como termômetros cinematográficos, não possuindo qualquer base empírica sobre a técnica na produção de filmes e a história do cinema. Um dos aspectos mais criticados do Cinemascore foi a metodologia de avaliação da produção, que recebeu a pior nota no portal. De acordo com Scorsese, a avaliação provém de um desejo inflamado de algumas audiências em prejudicar um filme, simplesmente pelo fato de ele não conter uma narrativa simplista e padrão.". (em: Pipoca Moderna. 11 de outubro de 2017)
Alguém me indica o que esse homem leu para escrever esse roteiro? O que é isso minha gente? Quantos possíveis entendimentos se abstraem nesse filme? Quantas perguntas! Se você quer o que Mark Cousins chama de "realismo romântico fechado", não assista esse filme.
Gostaria de ter a oportunidade de desfrutar do rico espetáculo teatral popular japonês do qual esse filme deriva. Só de pensar que no começo do cinema desse povo, os benshis eram quase tão populares quanto os próprios filmes e que lindas essas canções ao longo do filme. Espetacular!
Devido ao número de comentários negativos à respeito dos "clássicos", decidi escrever isso. Na introdução de seu livro Por Que Ler Os Clássicos, Italo Calvino tenta definir o que são clássicos. A partir da sua definição, adaptei-a para o meio "cinema".
1. Os clássicos são aqueles filmes dos quais, em geral, se ouve dizer: "Estou revendo ... " e nunca "Estou vendo ... ". 2. Dizem-se clássicos aqueles filmes que constituem uma riqueza para quem os tenha visto e amado; mas constituem uma riqueza não menor para quem se reserva a sorte de vê-los pela primeira vez nas melhores condições para aprecia-los. 3. Os clássicos são filmes que exercem uma influência particular quando se impõem como inesquecíveis e também quando se ocultam nas dobras da memória, mimetizando-se como inconsciente coletivo ou individual. 4. Toda vez que ré-assistimos a um clássico é como uma descoberta, como a primeira vez em que o vimos. 5. Toda primeira vez que assistimos a um clássico é na realidade uma ré-assistir. A definição 4 pode ser considerada corolário desta: 6. Um clássico é um filme que nunca terminou de dizer aquilo que tinha para dizer. 7. Os clássicos são aqueles filmes que chegam até nós trazendo consigo as marcas das audiências que precederam a nossa e atrás de si os traços que deixaram na cultura ou nas culturas que atravessaram (ou mais simplesmente na linguagem ou nos costumes). 8. Um clássico é uma obra que provoca incessantemente uma nuvem de discursos críticos sobre si, mas continuamente as repele para longe. 9. Os clássicos são filmes que, quanto mais pensamos conhecer por ouvir dizer, quando são vistos de fato mais se revelam novos, inesperados, inéditos. 10. Chama-se de clássico um filme que se configura como equivalente do universo, à semelhança dos antigos talismãs. 11. O "seu" clássico é aquele que não pode ser-lhe indiferente e que serve para definir a você próprio em relação e talvez em contraste com ele. 12. Um clássico é um filme que vem antes de outros clássicos; mas quem viu antes os outros e depois vê aquele, reconhece logo o seu lugar na genealogia. 13. É clássico aquilo que tende a relegar as atualidades à posição de barulho de fundo, mas ao mesmo tempo não pode prescindir desse barulho de fundo. 14. É clássico aquilo que persiste como rumor mesmo onde predomina a atualidade mais incompatível.
O autor ainda acrescenta que ninguém é obrigado a gostar dos clássicos e, também, que eles apenas ajudam-nos a definir nossos próprios clássicos, pois começamos a comparar a medida em que vamos assistindo.
Após a morte vem a chegada e com a partida vem o nascimento, foi isso que pensei quando o filme estava acabando.
Os aliens se comunicam com os humanos por uma escrita que veio diretamente da capa do cd, "...and they have escaped the weight of darkness", do Ólafur Arnalds.
Primeiro achei que Gaspar fosse a reencarnação de Emílio. Depois achei que Gaspar fosse o filho do Emílio. Depois achei que o Inácio fosse o garoto filho do emoldurador. Por último aproveitei o silêncio da praia e da meditação de Gaspar a respeito dos supostos quadros falsos do Emílio Vega.
Ando tão tendendo para a tristeza que esperava um final triste e, por fim, acabei morrendo de alegria. A conspiração do universo conseguiu ser maior que a conspiração do povo do condado pra fazer a Eilis ficar.
Que final inesperado! E que cena mágica a de Mamlakat concebendo o bebê. São muitas exclamações boas. O bebê que esperamos conhecer desde o começo até fim e findamos não conhecendo, narra essa história maravilhosa e a "odisseia" na procura de seu pai. Um filme real-surreal.
Aquele filme pra assistir com o namorado em uma tarde chuvosa e ficar na dúvida se o Isaac é o "vilão" ou se as outras pessoas são. Ah, sociedade moderna, pós-moderna e pós-pós-moderna.
Gente, sem dúvida, o personagem mais legal e intrigante desse filme é o Brendan. Toda vez que ele falava alguma coisa, eu começava a viajar a respeito do que ele passou na infância e continuou passando com a chegada dos outros irmãos.
A Caixa de Pandora
4.2 88 Assista AgoraDe todos os filmes silenciosos que já assisti, sem dúvidas este foi o mais dinâmico. Me perguntei se isto se daria por motivos do avanço do cinema já naquela altura, do amadurecimento também dinâmico dos códigos que vieram a compor o realismo romântico fechado de Hollywood e que igualmente se espalhavam e mesclamavam com particularidades outras. Mas, longe de me ater a própria estrutura do filme, me refiro a personagem Lulu.
Carregado por um modo espírito "dado aos excessos de obsolescência", diria que a personagem principal é a personificação do movimento. Movimento este nada destrutivo, Lulu não consiste em vontades malignas. E, mesmo conhecendo pouco a história da Caixa de Pandora, diria que, quando em relação ao filme, o mal não foi liberto por ela, mas já se encontrava no mundo sob a figura do "macho", da masculinidade tóxica, do patriarcado ou como preferir. Chamo atenção para o fato de que, mesmo já se encontrando ali, isto em nada se relaciona com uma naturalização daquilo. O macho não é natural e pre-discursivo.
Eu torci pela personagem e pelo número de variedades tão aguardado. A ruína de Lulu foram todos aqueles homens. O brilho que irradiava e a decisão do não fazer ficam marcados de maneira pungente em nós, como os pormenores do seu cabelo.
Parasita
4.5 3,6K Assista AgoraO cheiro do Senhor Ki-taek consistiu em uma virtude que se impôs ao espírito, de modo a produzir uma forte impressão. Entretanto emanando do corpo dele, compreenderia (conteria em si) esse cheiro o seu espírito?
Este odor que consideraste tão execrável é o cheiro do humano que, em condições detestavelmente desagradáveis, extraiu de uma pedra a vontade e, dos planos numerosos e falhos, o desejo de se entregar a energia motriz da natureza.
Oh Boy
3.7 92 Assista AgoraFoi apenas na terceira vez em que vi esse filme que pude perceber o paralelo entre Niko e o Senhorzinho do Bar. Niko tirou dois anos para refletir sobre si mesmo, o Senhorzinho do Bar tirou sessenta anos. Na morte se fez o adulto e a vida nunca foi tão devagar e contemplativa. A contemplação das quase-fotos em oposição a ansiedade irritadiça provocada pela velocidade de todas as outras coisas. Será que a cafeína o acordou?
A Rua Bornholmer
3.5 2"Quando poderei dizer aos meus alunos que eles podem viajar?".
Quando o mundo se tornou tão pequeno? Por que meus amigos 'fogem'? Fugir para onde, o mundo não é só isso? Do que nos protegem? Por que nos prendem? O extraterrestre que mora ali do lado, no final da Bornholmer Strasse. O fim do ser humano.
Arábia
4.2 167 Assista AgoraAssisti a esse filme hoje e pretendo vê-lo outra vez. Esse é aquele tipo de produção que mexe com o seu âmago e o faz querer estar em outro lugar. Poesia nas memórias de um homem errante que passou por muito e amou também. Uma volta de bicicleta.
Rocky: Um Lutador
4.1 845 Assista AgoraRocky é a proto-definição de carência e solidão do século XXI.
Grease: Nos Tempos da Brilhantina
3.9 1,2K Assista AgoraA história desse filme talvez fosse melhor explorada se apresentada no formato de uma série. Senti a todo momento que as cenas pulavam de um acontecimento a outro rapidamente, sem os desenvolver. You better shape up, 'cause I need a movie (8).
Os Sonhadores
4.1 1,9K Assista AgoraSinto que o nostalgismo não leva a nada, porém queria poder experimentar essa atmosfera do cinema e dos clubes de filmes frequentados pelos cinéfilos nessa época. Não sei se é um sentimento equivoco, mas penso que as coisas se especializaram demais. Talvez por morar em uma cidade com um circuito de filmes muito ruim e altamente conservador, isso pese ainda mais. Uma coisa boa é o fato de recuperar esse sentimento quando leio livros e vejo filmes como este.
A Casa Que Jack Construiu
3.5 788 Assista AgoraAinda não sei muito bem como reagir a este filme, sinto que deixei de perceber muitas coisas que deveriam ter sido percebidas. Talvez volte a assisti-lo tendo em mente que devo uma maior concentração nas partes dos diálogos entre Jack e Verge, as cenas de morte desviaram demais a minha atenção e somente ao final do filme pude perceber a gradação, a suplantação de um transtorno obsessivo por uma vontade de matar.
Mas por qual motivo eram sempre mulheres? Por que a arte era sempre a que vemos como "clássica"? Por que enquadrá-la em um período de vida? Um artista fracassando tantas vezes na criação de alguma coisa que nem ele mesmo, nem ninguém é capaz de terminar.
Soube que a casa construída por Jack com os cadáveres foi concebida em parceria com o arquiteto Bjarke Ingels e achei isso super interessante, ainda mais quando vi que a mesma será exposta até o dia 13 desse mês, no Kunsthal Charlottenborg, dentro da Big Art, uma exposição de arte contemporânea de grande escala na arquitetura criada pelo Bjarke Ingels Group.
Animais Fantásticos e Onde Habitam
4.0 2,2K Assista AgoraVendo o filme, senti que a todo momento ele me levava a pensar que o ser humano é a pior espécie que existe e que ameaça toda e qualquer forma de vida, inclusive a própria.
Viva: A Vida é Uma Festa
4.5 2,5K Assista AgoraAdoro dar nota cinco a um filme. Quando isso acontece, costumo dizer que ele me deixou suspenso (no sentido de tirar do chão). Os filmes da Disney sempre nos tocam por motivo de nos fazer conexão com as ideias interiores que temos sobre várias coisas e, no momento, a família é a minha casquinha da ferida. Lembre de mim. É um ótimo filme, uma bela animação, queria ter visto antes, mas me bloqueei devido a comparação que fazia em relação ao filme Festa no Céu. Mas posso dizer que os dois são únicos e maravilhosos.
Mãe!
4.0 3,9K Assista Agora"O cineasta Martin Scorsese saiu em defesa do filme e de Darren Aronofsky em um artigo assinado por ele para o The Hollywood Reporter. Na publicação, fez duras críticas aos sites Rotten Tomatoes e Cinemascore, alegando que ambos são um desserviço como termômetros cinematográficos, não possuindo qualquer base empírica sobre a técnica na produção de filmes e a história do cinema. Um dos aspectos mais criticados do Cinemascore foi a metodologia de avaliação da produção, que recebeu a pior nota no portal. De acordo com Scorsese, a avaliação provém de um desejo inflamado de algumas audiências em prejudicar um filme, simplesmente pelo fato de ele não conter uma narrativa simplista e padrão.". (em: Pipoca Moderna. 11 de outubro de 2017)
Mãe!
4.0 3,9K Assista AgoraAlguém me indica o que esse homem leu para escrever esse roteiro? O que é isso minha gente? Quantos possíveis entendimentos se abstraem nesse filme? Quantas perguntas! Se você quer o que Mark Cousins chama de "realismo romântico fechado", não assista esse filme.
A Balada de Narayama
4.3 31Gostaria de ter a oportunidade de desfrutar do rico espetáculo teatral popular japonês do qual esse filme deriva. Só de pensar que no começo do cinema desse povo, os benshis eram quase tão populares quanto os próprios filmes e que lindas essas canções ao longo do filme. Espetacular!
Star Wars, Episódio VIII: Os Últimos Jedi
4.1 1,6K Assista AgoraSe o universo do filme não fosse bom, restaria apenas uma propaganda de ursinhos de pelúcia e umas piadas deslocadas de filmes de super heróis.
Capitão Fantástico
4.4 2,7K Assista AgoraAlex Somers, eu te amo!
Taxi Driver
4.2 2,5K Assista AgoraDevido ao número de comentários negativos à respeito dos "clássicos", decidi escrever isso. Na introdução de seu livro Por Que Ler Os Clássicos, Italo Calvino tenta definir o que são clássicos. A partir da sua definição, adaptei-a para o meio "cinema".
1. Os clássicos são aqueles filmes dos quais, em geral, se ouve dizer: "Estou revendo ... " e nunca "Estou vendo ... ".
2. Dizem-se clássicos aqueles filmes que constituem uma riqueza para quem os tenha visto e amado; mas constituem uma riqueza não menor para quem se reserva a sorte de vê-los pela primeira vez nas melhores condições para aprecia-los.
3. Os clássicos são filmes que exercem uma influência particular quando se impõem como inesquecíveis e também quando se ocultam nas dobras da memória, mimetizando-se como inconsciente coletivo ou individual.
4. Toda vez que ré-assistimos a um clássico é como uma descoberta, como a primeira vez em que o vimos.
5. Toda primeira vez que assistimos a um clássico é na realidade uma ré-assistir. A definição 4 pode ser considerada corolário desta:
6. Um clássico é um filme que nunca terminou de dizer aquilo que tinha para dizer.
7. Os clássicos são aqueles filmes que chegam até nós trazendo consigo as marcas das audiências que precederam a nossa e atrás de si os traços que deixaram na cultura ou nas culturas que atravessaram (ou mais simplesmente na linguagem ou nos costumes).
8. Um clássico é uma obra que provoca incessantemente uma nuvem de discursos críticos sobre si, mas continuamente as repele para longe.
9. Os clássicos são filmes que, quanto mais pensamos conhecer por ouvir dizer, quando são vistos de fato mais se revelam novos, inesperados, inéditos.
10. Chama-se de clássico um filme que se configura como equivalente do universo, à semelhança dos antigos talismãs.
11. O "seu" clássico é aquele que não pode ser-lhe indiferente e que serve para definir a você próprio em relação e talvez em contraste com ele.
12. Um clássico é um filme que vem antes de outros clássicos; mas quem viu antes os outros e depois vê aquele, reconhece logo o seu lugar na genealogia.
13. É clássico aquilo que tende a relegar as atualidades à posição de barulho de fundo, mas ao mesmo tempo não pode prescindir desse barulho de fundo.
14. É clássico aquilo que persiste como rumor mesmo onde predomina a atualidade mais incompatível.
O autor ainda acrescenta que ninguém é obrigado a gostar dos clássicos e, também, que eles apenas ajudam-nos a definir nossos próprios clássicos, pois começamos a comparar a medida em que vamos assistindo.
O Abominável Dr. Phibes
4.0 126Dr Phibes e sua vingança fetichista multicultural artisticamente pensada.
A Chegada
4.2 3,4K Assista AgoraApós a morte vem a chegada e com a partida vem o nascimento, foi isso que pensei quando o filme estava acabando.
Os aliens se comunicam com os humanos por uma escrita que veio diretamente da capa do cd, "...and they have escaped the weight of darkness", do Ólafur Arnalds.
Maresia
2.9 14Primeiro achei que Gaspar fosse a reencarnação de Emílio. Depois achei que Gaspar fosse o filho do Emílio. Depois achei que o Inácio fosse o garoto filho do emoldurador. Por último aproveitei o silêncio da praia e da meditação de Gaspar a respeito dos supostos quadros falsos do Emílio Vega.
Brooklin
3.8 1,1KAndo tão tendendo para a tristeza que esperava um final triste e, por fim, acabei morrendo de alegria. A conspiração do universo conseguiu ser maior que a conspiração do povo do condado pra fazer a Eilis ficar.
Luna Papa
3.8 29Que final inesperado! E que cena mágica a de Mamlakat concebendo o bebê. São muitas exclamações boas. O bebê que esperamos conhecer desde o começo até fim e findamos não conhecendo, narra essa história maravilhosa e a "odisseia" na procura de seu pai. Um filme real-surreal.
Manhattan
4.1 595 Assista AgoraAquele filme pra assistir com o namorado em uma tarde chuvosa e ficar na dúvida se o Isaac é o "vilão" ou se as outras pessoas são. Ah, sociedade moderna, pós-moderna e pós-pós-moderna.
Sing Street - Música e Sonho
4.1 714 Assista AgoraGente, sem dúvida, o personagem mais legal e intrigante desse filme é o Brendan. Toda vez que ele falava alguma coisa, eu começava a viajar a respeito do que ele passou na infância e continuou passando com a chegada dos outros irmãos.