Minha teoria no comentário da segunda temporada estava parcialmente certa. Digamos que os realizadores tentaram expandir mais ainda a ideia para que nenhuma teoria sobre a série estivesse correta. Creio que no final, a origem proposta para o ciclo não parece ter sido planejada, e vou expor isso melhor, mas para isso devemos organizar as, milhares de perguntas ficaram sem resposta:
Qual a história do Aleksander? Porque ele jovem agia como um dos viajantes do tempo, quando na verdade não tem nada disso? O Bernd Doppler é o pai da Regina? Foi meio do nada. Quem é a mãe do Peter? A questão de quebrar o ciclo ficou meio mal explicada. Quem é o filho(a) da Hanna no mundo 2 (da Martha de franja?) Quem é o pai do Tronte? Como e quem criou a máquina que viaja entre mundos? Quem guiou Bartosz para a outra linha? Foi o próprio Bartosz do futuro? Que fim levaram Charlotte e a filha? Por que matavam as crianças? Para mante o ciclo? Quem era o velho cego? Alguém vai ler esse comentário imenso? O QUE RAIOS ACONTECEU COM O OLHO DO WOLLER? Enfim, talvez as respostas para essas perguntas estejam lá e eu não notei, mas existem outros detalhes passíveis de discussões e teorias. Minha teoria original era que Adam estava tentando manter a existência do mundo 2,onde Martha vive, mas, aparentemente, essa é a intenção de Eva. Adam está apenas tentando quebrar o ciclo, mas tudo que ele faz faz com que o ciclo se mantenha. Então, temos uma outra questão interessante, que é a morte de Jonas. Existem duas linhas temporais, uma que Jonas vira o Adam e outra que ele não existe, pois foi levado para o mundo 2 e morto lá. Então, teríamos o mundo 1 (que acompanhamos desde o início da série), o mundo 2 sem Jonas e uma linha alternativa do mundo 1 em que Jonas não existe depois do apocalipse. Mas, essa linha alternativa não deveria ter gerado mais um mundo paralelo, sem Adam, sem o Estranho? Ou essa linha alternativa é a que gera o mundo 2? Martha do mundo 2 cria o próprio mundo 2 ao viajar para o mundo 1 e levar o Jonas? É isso? Aliás, continuamos com os nomes sendo significativos. Agnes e Inez são nomes de mesma origem, sendo, talvez, uma espécie de indício do parentesco das duas. Além disso, se já era complicado a questão de parentesco, quem é pai de quem, quem é mãe de quem, quem é casado com quem, agora a coisa é extrapolada pois os homens e mulheres dessa série não conseguem se segurar. Ficam tendo filhos fora da linha temporal que nem coelhos e bagunçando tudo mais ainda. O Jonas passa a ser tio do Noah e da Agnes, ou seja, ele é avô do Tronte, que é avô da Martha, que é a tia do Jonas, com quem ele tem um filho (Beu Deus kkkk). De primeira fiquei completamente resistente ao fato do ciclo ser quebrado. Quero dizer, apenas um fator externo pode quebrar um ciclo, afinal, se ele é um ciclo, não pode ter começo nem fim, sobre o pressuposto de que as ações dos personagens acontecem agora, aconteceram antes e acontecerão depois, pois, se isso não acontece, o ciclo não existe, não é gerado. Se alguém age tentando agir de forma que o ciclo não exista, essa ação, na verdade mantem o ciclo, pois ela já aconteceu antes e vai acontecer depois (confuso,pois é). Dessa forma, é estranho que Claudia consiga quebrar o ciclo estando dentro do ciclo, a não ser que o fato dela assumir o lugar da Claudia do mundo 2. Nesse caso, o mundo 2 é externo ao ciclo, tanto que Martha conseguiu gerar uma linha do tempo alternativa. Então, a Claudia do mundo 2 seria o fator externo que faria a Claudia do mundo 1 perceber como quebrar o ciclo, pois o mundo 2, embora um ciclo em si mesmo, é um fator externo ao ciclo do mundo 1, embora esteja entrelaçado nesse ciclo em um nó (leiam com calma kkkkk). Assim, embora eu gostaria muito mais de que o ciclo permanecesse (é o ciclo sem fiiiiiim), temos algo que eu considero como uma decisão tomada nessa terceira temporada, de colocar um terceiro mundo, o de origem, externo ao ciclo duplo dos outros dois mundos, afinal, para quebrar o ciclo ele deve ser realmente originado em um mundo externo ao ciclo. Essa família do Tannhaus surge meio do nada e é de importância crucial, o que é um pouco estranho. O final seria mais valorizado se fosse no início da série, mas também seria uma decisão obvia, já prevista por grande parte do fandom, e acho que por isso eles tentaram, com relativo sucesso, fugir disso. Mas, mais curioso ainda seria se o ciclo permanecesse de forma tripla, onde Jonas e Martha causassem o acidente ao tentar impedi-lo e, com isso, teríamos a triquetra completa. Seria um final melhor, que manteria a ideia do ciclo, mas ao mesmo tempo sem seguir as teorias dos fãs. Aliás, qual a origem do Sic Mundus? Seria o Tannhaus do mundo de origem o primeiro viajante? Teria ele, em 1986, voltado no tempo e com isso gerado o primeiro mundo alternativo? O cego seria neto ou teria algum parentesco com o Tannhaus, que teria voltado no tempo, criado o Sic Mundus e tentado construir a máquina do tempo naquela indústria? O ato dele de viajar no tempo teria gerado, então, os buracos temporais e o mundo 1, de onde se originaria o mundo 2 e todo aquele ciclo? Pois essa é a única explicação para o cego ser um Tannhaus e, ao mesmo tempo, crer em viajem no tempo. Então, temos uma cena estranha que mostra os personagens sumindo. Não deveria ser o mundo? Quero dizer, o estranho sumiu, não importa o tempo. Por que mostra ele naquela idade em específico, se ele sumiu em toda a sua completude, seja passado, presente, futuro. Achei essa cena um pouco falha, mas a coisa é mais complicada do que isso e passa por um paradoxo do tempo bem famoso, o Paradoxo do Avô. Se eu voltar no passado e matar meu avô antes dele conhecer minha avó, eu não vou nascer. Mas, se eu não nasci, como posso ter matado meu avô? Então, a possibilidade é que, ao matar meu avô, eu gerei um outro mundo alternativo onde eu não nasci, e o mundo onde eu nasci passa a ser uma linha alternativa, um mundo paralelo. Com isso, temos algo curioso, e que não temos resposta: O que aconteceria comigo? Eu sumiria, ou continuaria existindo nessa outra linha, apesar de meu mundo ter deixado de existir (se é que ele deixaria de existir). Ou, talvez, o simples fato de eu viajar no tempo já gere uma linha alternativa, que, em consequência, já estaria pré-determinado que meu avô morreria nas minhas mãos, não interferindo na outra linha temporal onde eu nasci. Assim, ao "matar" a origem, incorremos nesse paradoxo, em que Martha e Jonas matam o seu "avô" (figurativamente), e assim não poderiam existir, incorrendo que os mundos alternativos foram apagados. Essa parte é pura especulação, pois não sabemos se eles deveriam ter sumido ou deveriam ter continuado existindo naquela nova linha no mundo originário. Não sabemos se, na vida real, a ação deles apagaria os mundos alternativos ou simplesmente criaria um outro mundo, uma linha temporal final. Creio que o sumiço dos personagens, entretanto, não condiz com o resto da série, pois para Jonas e Martha irem para a origem no mundo originário, os mundos paralelos de onde eles se originaram devem existir, para manter os acontecimentos que fizeram com que a família do Tannhaus permanecesse viva.Talvez seja isso que o final de série significa? Tudo não passa de um ciclo gigantesco em volta de ciclos menores e os mundo alternativos ainda existem, paralelamente ao mundo ideal (ou o paraíso)? Assim, percebemos que o fato de Tannhaus ter gerado os mundos alternativos foi extamente o que possibilitou para que a família dele vivesse, o que não deixa de ser estranho, pois o curso natural das coisas é que a família dele morresse, e os ciclos fossem criados. O mundo ideal é, ao mesmo tempo, artificial, uma criação das ações do próprio Tannhaus. Chegamos então nos simbolismos bíblicos. A Arca, ou a máquina do tempo (arca também significa caixa, o formato da máquina), que define quem permanece vivo após o apocalipse. Temos Adam e Eva, expulsos do paraíso na cena final, pois o pecado dos mesmos é que gera o ciclo e os mundos ruins. E, eles são expulsos do mundo ideal, ou o paraíso, pela Claudia. Seria ela, então, a serpente ou ela seria Deus? A figura de Claudia continua meio dúbia. Ela quebra o ciclo, mas não seria pela mesma razão que Jonas e Martha, o amor (no caso, o dela pela Regina)? Regina significa rainha. Sabemos que Jesus é chamado de reis dos reis. Com isso, seria Regina a representação de Jesus e, então, a Claudia seria Deus, que expulsa Adão e Eva do paraíso? Afinal, Regina, como Jesus, é a causa que possibilita de novo o acesso ao paraíso, pois é por ela que Claudia lutou pelo fim do ciclo. Regina, inclusive, é morta para que as coisas possam acontecer, ou isso já seria forçar demais nas teorias? E, se Claudia é Deus, quem seria a serpente, ou o Diabo? Se a máquina do tempo é a arca, a maçã é a máquina que viaja entre mundos (tem o mesmo formato). Então, a serpente é quem oferece a máquina para Eva. Quem que ofereceu? Reparem como, assim como Eva (da Bíblia), Martha é quem oferece a maçã para o Jonas, quem a mostra pela primeira vez. Temos nessa temporada, assim como nas outras, ideias novas mas também várias coisas que não surpreendem que já viu outros filmes de viagem no tempo, em especial situações que remetem completamente à Donnie Darko e à Efeito Borboleta. Com conceito inovador temos o filho da Martha com o Jonas, que tem o pai de um mundo e a mãe de outro, ou seja, uma especial de apátrida universal. Curioso também como as coisas que envolvem os ciclos terminam no episódio 7, sendo o episódio final o único momento fora do ciclo,onde ações novas acontecem.
Depois desse comentário imenso, temos que Dark é praticamente a prova de falhas, pois trata de viagem no tempo e isso é algo que não sabemos como funciona (assim como em Ultimato). Algumas coisa também são tão complicadas e geraram tantas lacunas e perguntas que fica difícil de dizer se foi falha ou se a série respondeu e nos não percebemos. As partes técnicas continuam impecáveis, embora essa temporada lembre muito pouco o estilo da primeira. Se avaliarmos, a segunda representa uma espécie de transição entre a série investigativa da primeira temporada com o embaralhamento temporal da terceira, que nem abre muito espaço para o desenvolvimento dos personagens ou diálogos entre eles, tudo envolvendo falas tentando explicar o que está acontecendo. Essa temporada não tem muita história, por assim dizer, sendo uma espécie de explicação dos caminhos que levam aos acontecimentos. Os papos sobre o tempo soam até um pouco repetitivos, às vezes, mas, pelo menos, eu sei que se reassistir creio que vai ser mais fácil de entender alguns pontos que ficaram meio obscuros (assim espero). A segunda continua sendo a melhor, sendo mais impressionante e coesa. A primeira continua sendo a piorzinha, por apresentar pouca coisa nova. Minhas opiniões por episódio: Episódio 1: Legais as ideias envolvendo o upside down, onde as coisas estão espelhadas. Nota: 8. Episódio 2: Quase nada acontece, é um tipo de padrão da série no segundo episódio. Nota: 7. Episódio 3: Marasmo, blá blá blá repetitivo, mas com boas rimas com a primeira temporada, algo meio De Volta Para o Futuro. Nota 7. Episódio 4: Pouca coisa acontece, excetuando o final que trás consequência interessantes. Nota 8. Episódio 5: Aí sim um episódio top. Nota 9. Episódio 6: Só vejo Marthas. Interessante e confuso ao mesmo tempo. Nota 9. Episódio 7: Episódio essencialmente expositivo, incluindo nos letreiros mostrando as datas, algo inédito na série. Foi o único momento que eles fizeram algo explicativo, mostrando os passos dos personagens. Episódio essencial e segundo melhor da série, perde só para o quarto de segunda temporada. Nota 10. Episódio 8: Episódio "externo", já comentei bastante sobre ele acima. A conclusão é satisfatória, com muitas ressalvas (o que aconteceu com o olho , Meu Deuuuuuuus) Nota 9. Média da temporada: 8.4. Nota da temporada: 8.7, ganha três décimos por tentar fugir das teorias dos fãs e pela parte técnica como um todo. Média de todos os episódios da série: 8.4. Nota da série: 8.6, ganha dois décimos pelo conjunto da obra.
Por que a série chama Dark? Sempre achei que era pelo clima sombrio, mas, pensando em relação aos simbolismos em torno dos nomes dos personagens, creio que o nome da série é uma espécie de ligação dos termos "Das" e "Ark', ou, a arca, em alemão. Mas, por que a arca? Bom, minha teoria, agora que eu terminei a segunda temporada, tem relação com a existência
dos mundos paralelos. Vendo o trailer da terceira temporada, vejo que a minha teoria do ciclo duplo (um oito) parece estar certa. A ideia é tentar entender o porquê de Adam, que diz querer quebrar o ciclo, age constantemente para que o ciclo permaneça. A explicação seria que existem dois mundos, um mais ideal (mundo 2) e outro ruim (o da série, o mundo 1 do ciclo). Dessa forma, semelhante em De Volta Para o Futuro 2, o mundo ideal surge ao se quebrar um ciclo no mundo 1. Se alguém impedir Mikkel de voltar no tempo e quebrar a linha temporal, vai originar um mundo onde Jonas não nasce, mas o mundo original (o da série) continuaria a existir de forma paralela. Dessa forma, é preciso que o ciclo exista para que ele possa ser quebrado e outro mundo criado. É preciso que Jonas mantenha o ciclo no mundo 1 para a existência de um mundo paralelo. É por isso que Adam mantêm o ciclo, pois só com a manutenção da existência do mundo 1 existe um outro mundo onde Martha está viva, o mundo 2. Quando Jonas vai para o mundo 2, ele não quebrou o ciclo. O Adam e o estranho também realizara a viagem para a outra Terra e algo que eles viram lá foi o motivo de fazerem o possível para não quebrar o ciclo no mundo 1 e isso explicaria porque eles fazem o possível para que as coisas continuem ocorrendo do mesmo jeito. Creio que a terceira temporada explicará melhor as razões da existência de um mundo depender dá do outro. Embora tenha ficado um pouco confuso, acho que fazendo uma análise dos nomes bíblicos de para compreender melhor: Jonas: desobedeceu a Deus e por isso passou três dias na barriga de uma baleia ou peixe, mas escapou vivo. Se, segundo a mitologia da série, Deus e o tempo são um só, podemos supor que Jonas escapou do destino, do tempo, ao ser transportado para o universo paralelo. Claudia: talvez o simbolismo mais interessante, pois não sabemos se as intenções dela são boas ou ruins. Na bíblia, Claudia é a esposa de Pôncio Pilatos e teria tido sonhos que a fizeram tentar convencer o marido a não crucificar Jesus, algo que parece ser bom, mas existem interpretações que contam que esses sonhos foram enviados por Satã para evitar a crucificação e a consequente salvação da humanidade. Assim, não sabemos se a Claudia da série é do bem ou do mal. Miguel, símbolo da humildade diante de Deus (ou do tempo), é aquele que aceita o seu destino, seja quando ficou preso em 1986, seja quando se matou para não quebrar a linha temporal. Adam, o primeiro homem, foi expulso do paraíso por pecar (desobedecer a Deus, ou ao tempo). Adam diz que o tempo e Deus são um só e ele quebra o ciclo temporal, desobedecendo a Deus, criando um novo mundo (Sic Mundus Creatus Est) ou o paraíso, um mundo onde sua amada, a Martha, está viva. Mas, para quebrar o ciclo e criar o novo mundo, ele precisa estar no mundo 1, ou seja, distante do paraíso ou mundo 2. Ele faz o que faz para que o mundo onde Martha vive exista. Noé, ou Noah, foi quem construiu a arca. Nesse caso, a arca seria a máquina que quebra o ciclo de 33 anos e possibilita a criação de um novo mundo. Ou seja, "Das Ark", a arca, é a partícula de Deus, formada pela matéria escura, ou, em inglês, "DARK matter".
Bom, sobre a temporada em si, essa é bem melhor do que a primeira. Aqui acontecem mais coisas relevantes, os episódios tem mais ritmo e trás alguns questionamentos mais inovadores do que a primeira. A ideia de que tentar evitar que algo aconteça acaba fazendo com que ele efetivamente ocorra não é novidade (a profecia em Harry Potter é um exemplo e em Matrix acontece algo do tipo também) e acontece duas vezes nessa temporada. Interessante mesmo é o bizarro paradoxo de Bootstrap humano, algo que realmente eu não lembro de ter visto e gera um ciclo hereditário único. Os personagens continuam sendo o ponto fraco aqui, embora Jonas, Adam e Noah sejam interessantes, ainda mais este último, que perde todo o ar ameaçador da primeira temporada agora que passamos a conhece-lo mais. A trilha sonora e a montagem continuam espetaculares como eram na primeira temporada (eram o ponto mais positivo na primeira). Sobre os episódios: Episódio 1: No início tive ressalvas com a ideia de se passar quase um ano depois com um novo ciclo, mas revendo até que é uma ideia interessante. Nota 8. Episódio 2: Estabelece, introduz o que vai focado nessa temporada. Nota 8. Episódio 3: Com exceção do final, pouca coisa acontece. Nota 7. Episódio 4: Melhor episódio da série até aqui, incluindo a melhor cena da série, do Clausen (o novo investigador) e do Wollen, Inclusive, várias respostas são dadas aqui, mas que só geram novas e novas perguntas. Aliás, obrigado Clausen por existir, se tem alguém que ajuda a entender tudo que está acontecendo nessa série, faz as perguntas certas e de forma direta é ele. Obrigado, bravo guerreiro👏. Nota 10. Episódio 5: Nesse episódio as coisas passam a ser mais compreensivas. Já estamos mais habituados às constantes mudanças no foco narrativo, sejam nas décadas de 50/80 ou tempo atual. Nota 9. Episódio 6: Demonstra que os realizadores leem as teorias dos fãs, pois fatos tidos como erros de roteiro são explicados. Segundo melhor e um dos episódios mais essenciais da série. Nota 10. Episódio 7: Episódio que o grande destaque é a Claudia. Nota 9. Episódio 8: A pergunta não é quando, mas onde. Deixa um gancho enorme para a última temporada. Nota 9. Nota da temporada: 8.9.
Não entendo por que falam que essa série é complexa. Trás, sim, alguns bons questionamentos em relação a questão do tempo e espaço e possui algumas reviravoltas interessantes, mas nada de diferente de quem já não tenha visto uma dúzia de filmes de viagem no tempo (De Volta para o Futuro e Exterminador do Futuro são as principais fontes aqui, além de Breve História do Tempo). Inclusive, arrisco dizer que até Ultimato é tão complexo (em relação a questão do tempo) quanto Dark, sendo que eu gastei o mesmo tanto tempo refletindo sobre essa questão temporal nos dois filmes. Creio que a grande contribuição seja ser um dos poucos filmes/séries que trazem o tempo como algo fixo, imutável, cíclico, parecendo que não cabe aqui mudanças (o futuro também influencia o passado). A grande verdade é que Dark é uma série difícil de entender apenas por um motivo: é alemã. Explico: na Alemanha, aparentemente, todos são tristes e inexpressivos, falam pouco e são extremamente parecidos entre si. Com isso, fica quase impossível saber quem é quem, quem é filho de quem, quem é casado com quem, quem é irmão ou irmã de quem, etc. Todos tem a mesmíssima personalidade, a mesma voz, o mesmo jeito de falar, de olhar. Então, quando entra a questão temporal, fica mais bagunçado ainda e mais difícil saber quem é quem. E, a verdade é que Dark só é complexo por que é bem difícil saber quem é quem ou para quem nunca viu nada de viagem no tempo. Aqui em casa tivemos que inventar apelidos para ajudar a identificar os personagens (a maconheira, o emo, o talarico, o arrow, etc), inclusive, o questionamento "Quem é Regina?", proferido por mim quase todo momento, virou um meme aqui em casa. E isso acontece porque os personagens não nos transmitem simpatia, são esquecíveis. São, inclusive, chatos. A verdade é que ninguém nessas séries da Netflix presta, são sempre grossos, agressivos, toma decisões egoístas, brigam o tempo todo, etc (Stranger Things, Jessica Jones só para citar dois exemplos além de Dark). Com isso, só resta simpatizar pelo SER MAIS PASSIVO DA HISTÓRIA DA ARTE CENOGRÁFICA, que é o protagonista Jonas, visto o tempo todo perambulando para cá e para lá, sem fazer nada de relevante (juro que tem um episódio que ele nem tem fala, fica calado o episódio todo). Claro, a qualidade cenográfica da série é inquestionável. Fotografia e montagem são excelentes, além de praticamente não possuir falhas de roteiro. Os realizadores são extremamente eficientes em prender nossa atenção, mesmo que, na maior parte do tempo, nada de muito relevante esteja acontecendo, e também não falham no timming para revelar as reviravoltas. E esse é outro problema que me incomoda, bem típico das séries da Netflix, que são extremamente lentas, com vários episódio que poderiam ter 20, 30 minutos, principalmente os primeiros, sendo que coisas relevantes só acontecem nos últimos episódios, geralmente. Essa série também possui outros problemas típicos das séries da rede de Streaming, como o fato de não serem verdadeiramente episódicas. Assisti dois episódios por dia e é extremamente confuso saber qual episódio era qual. As séries mais antigas possuíam um tema central em cada episódio, mas Dark segue essa estranha tendência moderna de fazer séries que são na verdade filmes de dez horas cortados. Os episódios não possuem começo, meio ou fim, mas a temporada como um todo sim e, por isso geralmente os primeiros episódios são mais irrelevantes. Outra coisa um pouco decepcionante foi que é sempre interessante rever obras que trazem reviravoltas, pois sabendo que vai acontecer, percebemos novos detalhes ou questões que davam pistas sobre os eventos e nós pensamos: "nossa, eles realmente planejaram isso". Quase não acontece aqui, com uma ou outra exceção, como a marca no pescoço do estranho. Espero que a terceira temporada traga algo que me faça rever a primeira sem que ela soe entediante. Aliás, a primeira metade dessa temporada tem muitas semelhanças com Stranger Things, seja no clima dark, seja nas homenagens aos anos oitenta, seja no desaparecimento de uma criança, mas não é algo ruim, visto que o próprio Stranger Things não tem nada de muito original. Aliás, como ST, Dark bebe muito de ideias de filmes oitentistas. Breve opinião sobre os episódios: Episódio 1: Bem introdutório, mas já demonstra que é uma série muito bem dirigida, reparem, por exemplo, no plano que apresenta a família da Katharina e do Ulrich. Nota 8. Episódio 2: Nada acontece. Nota 6. Episódio 3: Acontece um pouco mais de coisas e só. Nota 7. Episódio 4: A parte investigativa avança e é até interessante. Nota 8. Episódio 5: Boa reviravolta, inclusive a forma como é construída. Jonas passivo como sempre, achei que ele tinha tomado atitude de ir na peça, mas foi a menina que chamou ele. Nota 9. Episódio 6: Mais um episódio que pouca coisa acontece, mas já não é tão lento. Nota 8. Episódio 7: Mais um episódio que o grande destaque são os bons rumos das investigações. Nota 8. Episódio 8: Gretchen personagem com mais personalidade da série. Episódio que estabelece mais as questões do tempo, com bons questionamentos (sobre ser mutável) e os anos 50 são um ótimo acréscimo. Nota 9. Episódio 9: Egon tretando com o Ulrich de novo é uma boa rima temporal. Nota 9. Episódio 10: Melhor episódio até aqui, não só pela reviravolta, como também pelas consequências. Nota 9. Enfim, essa primeira temporada é mais promessa e expectativa. Os realizadores são eficientes em nos manter presos na tela e em soltar as reviravoltas de forma que tudo pareça mais bombástico e complexo do que realmente é, tendo, inclusive, sua qualidade sendo exagerada, como acontece com a maioria das séries é hoje em dia. Nota/Média: 8.1.
Considerando que séries não tinham muito recursos na época e que a equipe já estava focada na série principal, o fato de Angel manter a mesma qualidade de Buffy é algo notável. Alguns dos melhores episódios da série estão aqui, como The Ring e o episódio Hero (
que simplesmente MATA um dos supostos protagonistas da série sem pudor, muito antes de Game Of Thrones fazer algo do tipo
). Claro, a série ainda traria muitos ótimos episódios em suas temporadas posteriores, além de "caminhar com suas próprias pernas", apesar de ainda manter conexões com a série Buffy. Também surpreendente é o fato de David Boreanaz funcionar muito bem como o protagonista de uma série própria (e a dublagem dele é ótima). Nota: 9.7.
Depois de três temporadas praticamente perfeitas, temos uma leve (bem leve) queda na série. O colegial acabou e mudanças são o tom dessa temporada: Giles não é mais o Watcher, Oz e Angel (que foi para sua série solo) não são mais figuras comuns, não temos mais a Sunnydale High, etc. Riley tem a difícil missão de substituir Angel e se sai até razoavelmente bem. Já Adam, dá primeira vez que eu assisti, eu considerava como o vilão mais fraco da série mas, revendo, o episódio da batalha final contra ele não foi tão ruim (sinceramente, o contra o prefeito foi até pior). Tem ainda pontos bastante positivos, como a Willow bi (algo recorrente nos personagens da Alyson Hannigan) e o episódio Hush, um dos melhores da série. Nota: 9.1. P.S.: Por que raios eles não matam logo o mala do Spike de uma vez?
De cara eu já associei o primeiro episódio à Divina Comédia, mas no desenrolar dos outros episódios as pistas que indicam que o desenho se trata de uma adaptação da obra de Dante são bem escassas (com exceção de Beatriz, que é uma referência clara). Creio que o visual "dark" e depressivo, além de surrealista é excelente, mas o roteiro da maioria dos episódios não "me pegou", ainda mais que as referências à Divina Comédia só são percebidas com uma análise mais profunda, excetuando o primeiro e o ótimo último episódio. Nota: 8.5.
A primeira vez que eu ouvi falar desse filme foi a uns três anos atrás. Comprei o VHS achando que não era uma continuação oficial, e sim mais uma daquelas maracutaias das distribuidoras brasileiras, que lançam filmes como continuações sem serem continuações reais (lançaram Clube dos Cinco 2 e Timber Falls foi lançada como Pânico na Floresta 2). Mas então descobri que é uma continuação mesmo, baseada em um livro lançado vários anos após a morte da autora do original, chamado "Scarlett" e escrito por Alexandra Ripley, E creio que vários problemas e acertos do filme veem do livro: na ausência de boas ideias, Scarlett fica pirulitando para lá e para cá na primeira metade, uma forma de movimentar a história, além de eu achar que amenizaram bastante a personalidade da protagonista, que não está tão odiosa aqui. Também decidiram deixar de abordar vários temas do original, relacionados à guerra e à rivalidade entre o Norte e o Sul, "apagando" um pouco o pano de fundo histórico da obra original (os negros mal dão as caras por aqui). Sobre as atuações, fica difícil evitar comparações com as do original, em que os atores incorporaram perfeitamente os personagens do livro, mas creio que Timothy Dalton funciona muito bem como Rhett, enquanto Joanne Whalley oscila um pouco (grande parte da culpa é do roteiro, que, como já disse, não parece sempre com a personalidade da Scarlett original). O relacionamento de Rhett com aquela versão de Melanie foi completamente sem sentido (e ainda caiu em uma solução fácil). A parte mais positiva continua sendo a relação Rhett/Scarlett, ambígua e que sempre gera bons diálogos entre os dois, emulando bem a forma que se dava no primeiro filme. A produção (cenários, figurinos) é muito boa também. Assisti a versão compacta do VHS (de 2 horas e meia) e meu comentário se baseia nela (será que na versão original eles mencionam os outros filhos da Scarlett, que nem foram citados aqui?). Nota: 7.0. P.S.: Nessa época as pessoas morriam que nem moscas, ou é preguiça dos autores mesmo.
É uma série bem feita no geral, com boas ideias e boas pontas (Tom Savini e o próprio Joe Hill). A primeira metade é eficiente em contar a história e manter o interesse, mas na segunda metade algumas conveniências do roteiro surgem para fazer a história da série andar, incomodando um pouco, embora as reviravoltas e revelações sejam eficientes. Mas, considerando que a série possui elementos e personagens interessantes, é bem capaz de entregar uma boa segunda temporada.
O chefe Jacquin é ótimo nas suas tiradas, que saem do nada (e não é a toa que virou meme). O formato do programa é interessante e funciona. Com certeza houve algumas "exageradas" por parte dos participantes, mas o humor gerado com isso compensa.
O grande mérito foi saber administrar a grande quantidade de conflitos e costurar a resolução de todos eles em um único episódio sem soar excessivamente confuso, embora algumas falhas de roteiro despontem aqui e ali. Mantem o mesmo nível das temporadas anteriores (talvez esta seja ligeiramente inferior, mas eu precisaria rever todas para avaliar melhor). Há também uma grande quantidade de referências ocultistas ou ao inferno (especialmente a A Divina Comédia) que grande parte do público (eu incluso) não vai pegar.
Uma ótima segunda temporada, na mesma linha da primeira e corrigindo alguns erros, principalmente a personalidade da Velma. Talvez tenham extrapolado um pouco na explicação "viajando" demais, mas é algo que não incomoda tanto. A primeira temporada é mais "Scooby-doo", enquanto a segunda desenvolve mais a história. Enfim, essa temporada também ousa, contando com mortes bem pesadas para um desenho. Já o final, é bem inesperado e cabe bastante discussão.
A Mistério S/A nasce boa e a entidade a corrompe. Difícil de entender que toda a maldade na cidade tenha se originado unicamente da entidade enterrada em Baia Cristal, que deixou os membros dos clubes de mistério gananciosos. Mas talvez eu esteja tentando interpretar demais em um desenho infantil. Ou, talvez, as pessoas que resolvem mistérios sejam naturalmente boas e apenas a maldade delas é que seja originada da entidade.
Temos aqui uma das ideias mais aleatórias da história da animação. Um grupo composto por uma patricinha, um mauricinho, uma nerd, um hippie e um dogue alemão resolvem casos em que pessoas se fantasiam de monstros para cometer crimes. Surpreendentemente, essa ideia randômica gerou o melhor desenho animado da história (e um dos com maior número de episódios, atrás apenas de Simpsons), tendo ainda sido produzido mesmo depois de completar 50 anos. A animação é ótima para a época, com cenários bem desenhados e cenas de ação e perseguição bem produzidas. A mistura de humor e mistério funciona muito bem e o visual dos monstros é ótimo, alternando entre os clássicos (vampiros, múmias) e os mais modernos (fantasma do espaço, robôs). Vale comentar também uma das primeiras (se não a primeira) vez em que um palhaço foi usado de forma assustadora, como um monstro de terror (ideia esta que só seria popularizada 20 anos depois, em It).Além disso, o desenho fez tanto sucesso, que gerou uma revolução nas animações, originando várias outras que copiariam o formato de grupo de adolescentes com seu animal, padrão que permaneceria por décadas.
Scooby-Doo é sempre bom, ainda mais com o respeito à história da série, como é o caso aqui, embora, claro, algumas mudanças foram realizadas (Vila Legal vira Baía Cristal, o visual dos personagens está atualizado, etc). Está foi a segunda série do Scooby a ter uma continuidade entre os episódios (uma tendência tipicamente atual) e a história usada para a continuidade entre os episódios (o envolvimento com a antiga mistério S/A) é boa, mantendo a curiosidade e culminando em uma satisfatória resolução no fim da temporada. Senti falta das clássicas cenas de perseguição, que ocorrem em pouca quantidade. Referências aos montes (algo também típico das séries e filmes atuais) sendo boas as relativas aos filmes de Vincent Price, além de resgatarem o personagem Vincent Van Ghoul (ou Van Doido) dos 13 fantasmas de Scooby-Doo (tem também uma das referências mais aleatórias de todas, ao Flin Flan) e também homenagens à Hanna-Barbera no geral. O grande ponto negativo desta temporada é mesmo a Velma, que está com a personalidade toda mudada, sendo absolutamente chata com tudo que se move. Se fosse apenas com o Salsicha, até tudo bem, mas ela é grossa com tudo que se move. Aparentemente, algum roteirista não deve gostar nem um pouco da Velma.
Dark (3ª Temporada)
4.3 1,3KMinha teoria no comentário da segunda temporada estava parcialmente certa. Digamos que os realizadores tentaram expandir mais ainda a ideia para que nenhuma teoria sobre a série estivesse correta. Creio que no final, a origem proposta para o ciclo não parece ter sido planejada, e vou expor isso melhor, mas para isso devemos organizar as, milhares de perguntas ficaram sem resposta:
Qual a história do Aleksander? Porque ele jovem agia como um dos viajantes do tempo, quando na verdade não tem nada disso?
O Bernd Doppler é o pai da Regina? Foi meio do nada.
Quem é a mãe do Peter?
A questão de quebrar o ciclo ficou meio mal explicada.
Quem é o filho(a) da Hanna no mundo 2 (da Martha de franja?)
Quem é o pai do Tronte?
Como e quem criou a máquina que viaja entre mundos?
Quem guiou Bartosz para a outra linha? Foi o próprio Bartosz do futuro?
Que fim levaram Charlotte e a filha?
Por que matavam as crianças? Para mante o ciclo?
Quem era o velho cego?
Alguém vai ler esse comentário imenso?
O QUE RAIOS ACONTECEU COM O OLHO DO WOLLER?
Enfim, talvez as respostas para essas perguntas estejam lá e eu não notei, mas existem outros detalhes passíveis de discussões e teorias. Minha teoria original era que Adam estava tentando manter a existência do mundo 2,onde Martha vive, mas, aparentemente, essa é a intenção de Eva. Adam está apenas tentando quebrar o ciclo, mas tudo que ele faz faz com que o ciclo se mantenha. Então, temos uma outra questão interessante, que é a morte de Jonas. Existem duas linhas temporais, uma que Jonas vira o Adam e outra que ele não existe, pois foi levado para o mundo 2 e morto lá. Então, teríamos o mundo 1 (que acompanhamos desde o início da série), o mundo 2 sem Jonas e uma linha alternativa do mundo 1 em que Jonas não existe depois do apocalipse. Mas, essa linha alternativa não deveria ter gerado mais um mundo paralelo, sem Adam, sem o Estranho? Ou essa linha alternativa é a que gera o mundo 2? Martha do mundo 2 cria o próprio mundo 2 ao viajar para o mundo 1 e levar o Jonas? É isso?
Aliás, continuamos com os nomes sendo significativos. Agnes e Inez são nomes de mesma origem, sendo, talvez, uma espécie de indício do parentesco das duas. Além disso, se já era complicado a questão de parentesco, quem é pai de quem, quem é mãe de quem, quem é casado com quem, agora a coisa é extrapolada pois os homens e mulheres dessa série não conseguem se segurar. Ficam tendo filhos fora da linha temporal que nem coelhos e bagunçando tudo mais ainda. O Jonas passa a ser tio do Noah e da Agnes, ou seja, ele é avô do Tronte, que é avô da Martha, que é a tia do Jonas, com quem ele tem um filho (Beu Deus kkkk).
De primeira fiquei completamente resistente ao fato do ciclo ser quebrado. Quero dizer, apenas um fator externo pode quebrar um ciclo, afinal, se ele é um ciclo, não pode ter começo nem fim, sobre o pressuposto de que as ações dos personagens acontecem agora, aconteceram antes e acontecerão depois, pois, se isso não acontece, o ciclo não existe, não é gerado. Se alguém age tentando agir de forma que o ciclo não exista, essa ação, na verdade mantem o ciclo, pois ela já aconteceu antes e vai acontecer depois (confuso,pois é). Dessa forma, é estranho que Claudia consiga quebrar o ciclo estando dentro do ciclo, a não ser que o fato dela assumir o lugar da Claudia do mundo 2. Nesse caso, o mundo 2 é externo ao ciclo, tanto que Martha conseguiu gerar uma linha do tempo alternativa. Então, a Claudia do mundo 2 seria o fator externo que faria a Claudia do mundo 1 perceber como quebrar o ciclo, pois o mundo 2, embora um ciclo em si mesmo, é um fator externo ao ciclo do mundo 1, embora esteja entrelaçado nesse ciclo em um nó (leiam com calma kkkkk).
Assim, embora eu gostaria muito mais de que o ciclo permanecesse (é o ciclo sem fiiiiiim), temos algo que eu considero como uma decisão tomada nessa terceira temporada, de colocar um terceiro mundo, o de origem, externo ao ciclo duplo dos outros dois mundos, afinal, para quebrar o ciclo ele deve ser realmente originado em um mundo externo ao ciclo. Essa família do Tannhaus surge meio do nada e é de importância crucial, o que é um pouco estranho. O final seria mais valorizado se fosse no início da série, mas também seria uma decisão obvia, já prevista por grande parte do fandom, e acho que por isso eles tentaram, com relativo sucesso, fugir disso. Mas, mais curioso ainda seria se o ciclo permanecesse de forma tripla, onde Jonas e Martha causassem o acidente ao tentar impedi-lo e, com isso, teríamos a triquetra completa. Seria um final melhor, que manteria a ideia do ciclo, mas ao mesmo tempo sem seguir as teorias dos fãs.
Aliás, qual a origem do Sic Mundus? Seria o Tannhaus do mundo de origem o primeiro viajante? Teria ele, em 1986, voltado no tempo e com isso gerado o primeiro mundo alternativo? O cego seria neto ou teria algum parentesco com o Tannhaus, que teria voltado no tempo, criado o Sic Mundus e tentado construir a máquina do tempo naquela indústria? O ato dele de viajar no tempo teria gerado, então, os buracos temporais e o mundo 1, de onde se originaria o mundo 2 e todo aquele ciclo? Pois essa é a única explicação para o cego ser um Tannhaus e, ao mesmo tempo, crer em viajem no tempo.
Então, temos uma cena estranha que mostra os personagens sumindo. Não deveria ser o mundo? Quero dizer, o estranho sumiu, não importa o tempo. Por que mostra ele naquela idade em específico, se ele sumiu em toda a sua completude, seja passado, presente, futuro. Achei essa cena um pouco falha, mas a coisa é mais complicada do que isso e passa por um paradoxo do tempo bem famoso, o Paradoxo do Avô. Se eu voltar no passado e matar meu avô antes dele conhecer minha avó, eu não vou nascer. Mas, se eu não nasci, como posso ter matado meu avô? Então, a possibilidade é que, ao matar meu avô, eu gerei um outro mundo alternativo onde eu não nasci, e o mundo onde eu nasci passa a ser uma linha alternativa, um mundo paralelo. Com isso, temos algo curioso, e que não temos resposta: O que aconteceria comigo? Eu sumiria, ou continuaria existindo nessa outra linha, apesar de meu mundo ter deixado de existir (se é que ele deixaria de existir). Ou, talvez, o simples fato de eu viajar no tempo já gere uma linha alternativa, que, em consequência, já estaria pré-determinado que meu avô morreria nas minhas mãos, não interferindo na outra linha temporal onde eu nasci. Assim, ao "matar" a origem, incorremos nesse paradoxo, em que Martha e Jonas matam o seu "avô" (figurativamente), e assim não poderiam existir, incorrendo que os mundos alternativos foram apagados. Essa parte é pura especulação, pois não sabemos se eles deveriam ter sumido ou deveriam ter continuado existindo naquela nova linha no mundo originário. Não sabemos se, na vida real, a ação deles apagaria os mundos alternativos ou simplesmente criaria um outro mundo, uma linha temporal final. Creio que o sumiço dos personagens, entretanto, não condiz com o resto da série, pois para Jonas e Martha irem para a origem no mundo originário, os mundos paralelos de onde eles se originaram devem existir, para manter os acontecimentos que fizeram com que a família do Tannhaus permanecesse viva.Talvez seja isso que o final de série significa? Tudo não passa de um ciclo gigantesco em volta de ciclos menores e os mundo alternativos ainda existem, paralelamente ao mundo ideal (ou o paraíso)? Assim, percebemos que o fato de Tannhaus ter gerado os mundos alternativos foi extamente o que possibilitou para que a família dele vivesse, o que não deixa de ser estranho, pois o curso natural das coisas é que a família dele morresse, e os ciclos fossem criados. O mundo ideal é, ao mesmo tempo, artificial, uma criação das ações do próprio Tannhaus.
Chegamos então nos simbolismos bíblicos. A Arca, ou a máquina do tempo (arca também significa caixa, o formato da máquina), que define quem permanece vivo após o apocalipse. Temos Adam e Eva, expulsos do paraíso na cena final, pois o pecado dos mesmos é que gera o ciclo e os mundos ruins. E, eles são expulsos do mundo ideal, ou o paraíso, pela Claudia. Seria ela, então, a serpente ou ela seria Deus? A figura de Claudia continua meio dúbia. Ela quebra o ciclo, mas não seria pela mesma razão que Jonas e Martha, o amor (no caso, o dela pela Regina)? Regina significa rainha. Sabemos que Jesus é chamado de reis dos reis. Com isso, seria Regina a representação de Jesus e, então, a Claudia seria Deus, que expulsa Adão e Eva do paraíso? Afinal, Regina, como Jesus, é a causa que possibilita de novo o acesso ao paraíso, pois é por ela que Claudia lutou pelo fim do ciclo. Regina, inclusive, é morta para que as coisas possam acontecer, ou isso já seria forçar demais nas teorias? E, se Claudia é Deus, quem seria a serpente, ou o Diabo? Se a máquina do tempo é a arca, a maçã é a máquina que viaja entre mundos (tem o mesmo formato). Então, a serpente é quem oferece a máquina para Eva. Quem que ofereceu? Reparem como, assim como Eva (da Bíblia), Martha é quem oferece a maçã para o Jonas, quem a mostra pela primeira vez.
Temos nessa temporada, assim como nas outras, ideias novas mas também várias coisas que não surpreendem que já viu outros filmes de viagem no tempo, em especial situações que remetem completamente à Donnie Darko e à Efeito Borboleta. Com conceito inovador temos o filho da Martha com o Jonas, que tem o pai de um mundo e a mãe de outro, ou seja, uma especial de apátrida universal. Curioso também como as coisas que envolvem os ciclos terminam no episódio 7, sendo o episódio final o único momento fora do ciclo,onde ações novas acontecem.
Depois desse comentário imenso, temos que Dark é praticamente a prova de falhas, pois trata de viagem no tempo e isso é algo que não sabemos como funciona (assim como em Ultimato). Algumas coisa também são tão complicadas e geraram tantas lacunas e perguntas que fica difícil de dizer se foi falha ou se a série respondeu e nos não percebemos.
As partes técnicas continuam impecáveis, embora essa temporada lembre muito pouco o estilo da primeira. Se avaliarmos, a segunda representa uma espécie de transição entre a série investigativa da primeira temporada com o embaralhamento temporal da terceira, que nem abre muito espaço para o desenvolvimento dos personagens ou diálogos entre eles, tudo envolvendo falas tentando explicar o que está acontecendo. Essa temporada não tem muita história, por assim dizer, sendo uma espécie de explicação dos caminhos que levam aos acontecimentos. Os papos sobre o tempo soam até um pouco repetitivos, às vezes, mas, pelo menos, eu sei que se reassistir creio que vai ser mais fácil de entender alguns pontos que ficaram meio obscuros (assim espero). A segunda continua sendo a melhor, sendo mais impressionante e coesa. A primeira continua sendo a piorzinha, por apresentar pouca coisa nova.
Minhas opiniões por episódio:
Episódio 1: Legais as ideias envolvendo o upside down, onde as coisas estão espelhadas. Nota: 8.
Episódio 2: Quase nada acontece, é um tipo de padrão da série no segundo episódio. Nota: 7.
Episódio 3: Marasmo, blá blá blá repetitivo, mas com boas rimas com a primeira temporada, algo meio De Volta Para o Futuro. Nota 7.
Episódio 4: Pouca coisa acontece, excetuando o final que trás consequência interessantes. Nota 8.
Episódio 5: Aí sim um episódio top. Nota 9.
Episódio 6: Só vejo Marthas. Interessante e confuso ao mesmo tempo. Nota 9.
Episódio 7: Episódio essencialmente expositivo, incluindo nos letreiros mostrando as datas, algo inédito na série. Foi o único momento que eles fizeram algo explicativo, mostrando os passos dos personagens. Episódio essencial e segundo melhor da série, perde só para o quarto de segunda temporada. Nota 10.
Episódio 8: Episódio "externo", já comentei bastante sobre ele acima. A conclusão é satisfatória, com muitas ressalvas (o que aconteceu com o olho , Meu Deuuuuuuus) Nota 9.
Média da temporada: 8.4.
Nota da temporada: 8.7, ganha três décimos por tentar fugir das teorias dos fãs e pela parte técnica como um todo.
Média de todos os episódios da série: 8.4.
Nota da série: 8.6, ganha dois décimos pelo conjunto da obra.
Dark (2ª Temporada)
4.5 897Por que a série chama Dark? Sempre achei que era pelo clima sombrio, mas, pensando em relação aos simbolismos em torno dos nomes dos personagens, creio que o nome da série é uma espécie de ligação dos termos "Das" e "Ark', ou, a arca, em alemão. Mas, por que a arca? Bom, minha teoria, agora que eu terminei a segunda temporada, tem relação com a existência
dos mundos paralelos. Vendo o trailer da terceira temporada, vejo que a minha teoria do ciclo duplo (um oito) parece estar certa. A ideia é tentar entender o porquê de Adam, que diz querer quebrar o ciclo, age constantemente para que o ciclo permaneça. A explicação seria que existem dois mundos, um mais ideal (mundo 2) e outro ruim (o da série, o mundo 1 do ciclo). Dessa forma, semelhante em De Volta Para o Futuro 2, o mundo ideal surge ao se quebrar um ciclo no mundo 1. Se alguém impedir Mikkel de voltar no tempo e quebrar a linha temporal, vai originar um mundo onde Jonas não nasce, mas o mundo original (o da série) continuaria a existir de forma paralela. Dessa forma, é preciso que o ciclo exista para que ele possa ser quebrado e outro mundo criado. É preciso que Jonas mantenha o ciclo no mundo 1 para a existência de um mundo paralelo. É por isso que Adam mantêm o ciclo, pois só com a manutenção da existência do mundo 1 existe um outro mundo onde Martha está viva, o mundo 2.
Quando Jonas vai para o mundo 2, ele não quebrou o ciclo. O Adam e o estranho também realizara a viagem para a outra Terra e algo que eles viram lá foi o motivo de fazerem o possível para não quebrar o ciclo no mundo 1 e isso explicaria porque eles fazem o possível para que as coisas continuem ocorrendo do mesmo jeito. Creio que a terceira temporada explicará melhor as razões da existência de um mundo depender dá do outro. Embora tenha ficado um pouco confuso, acho que fazendo uma análise dos nomes bíblicos de para compreender melhor:
Jonas: desobedeceu a Deus e por isso passou três dias na barriga de uma baleia ou peixe, mas escapou vivo. Se, segundo a mitologia da série, Deus e o tempo são um só, podemos supor que Jonas escapou do destino, do tempo, ao ser transportado para o universo paralelo.
Claudia: talvez o simbolismo mais interessante, pois não sabemos se as intenções dela são boas ou ruins. Na bíblia, Claudia é a esposa de Pôncio Pilatos e teria tido sonhos que a fizeram tentar convencer o marido a não crucificar Jesus, algo que parece ser bom, mas existem interpretações que contam que esses sonhos foram enviados por Satã para evitar a crucificação e a consequente salvação da humanidade. Assim, não sabemos se a Claudia da série é do bem ou do mal.
Miguel, símbolo da humildade diante de Deus (ou do tempo), é aquele que aceita o seu destino, seja quando ficou preso em 1986, seja quando se matou para não quebrar a linha temporal.
Adam, o primeiro homem, foi expulso do paraíso por pecar (desobedecer a Deus, ou ao tempo). Adam diz que o tempo e Deus são um só e ele quebra o ciclo temporal, desobedecendo a Deus, criando um novo mundo (Sic Mundus Creatus Est) ou o paraíso, um mundo onde sua amada, a Martha, está viva. Mas, para quebrar o ciclo e criar o novo mundo, ele precisa estar no mundo 1, ou seja, distante do paraíso ou mundo 2. Ele faz o que faz para que o mundo onde Martha vive exista.
Noé, ou Noah, foi quem construiu a arca. Nesse caso, a arca seria a máquina que quebra o ciclo de 33 anos e possibilita a criação de um novo mundo. Ou seja, "Das Ark", a arca, é a partícula de Deus, formada pela matéria escura, ou, em inglês, "DARK matter".
Bom, sobre a temporada em si, essa é bem melhor do que a primeira. Aqui acontecem mais coisas relevantes, os episódios tem mais ritmo e trás alguns questionamentos mais inovadores do que a primeira. A ideia de que tentar evitar que algo aconteça acaba fazendo com que ele efetivamente ocorra não é novidade (a profecia em Harry Potter é um exemplo e em Matrix acontece algo do tipo também) e acontece duas vezes nessa temporada. Interessante mesmo é o bizarro paradoxo de Bootstrap humano, algo que realmente eu não lembro de ter visto e gera um ciclo hereditário único. Os personagens continuam sendo o ponto fraco aqui, embora Jonas, Adam e Noah sejam interessantes, ainda mais este último, que perde todo o ar ameaçador da primeira temporada agora que passamos a conhece-lo mais. A trilha sonora e a montagem continuam espetaculares como eram na primeira temporada (eram o ponto mais positivo na primeira).
Sobre os episódios:
Episódio 1: No início tive ressalvas com a ideia de se passar quase um ano depois com um novo ciclo, mas revendo até que é uma ideia interessante. Nota 8.
Episódio 2: Estabelece, introduz o que vai focado nessa temporada. Nota 8.
Episódio 3: Com exceção do final, pouca coisa acontece. Nota 7.
Episódio 4: Melhor episódio da série até aqui, incluindo a melhor cena da série, do Clausen (o novo investigador) e do Wollen, Inclusive, várias respostas são dadas aqui, mas que só geram novas e novas perguntas. Aliás, obrigado Clausen por existir, se tem alguém que ajuda a entender tudo que está acontecendo nessa série, faz as perguntas certas e de forma direta é ele. Obrigado, bravo guerreiro👏. Nota 10.
Episódio 5: Nesse episódio as coisas passam a ser mais compreensivas. Já estamos mais habituados às constantes mudanças no foco narrativo, sejam nas décadas de 50/80 ou tempo atual. Nota 9.
Episódio 6: Demonstra que os realizadores leem as teorias dos fãs, pois fatos tidos como erros de roteiro são explicados. Segundo melhor e um dos episódios mais essenciais da série. Nota 10.
Episódio 7: Episódio que o grande destaque é a Claudia. Nota 9.
Episódio 8: A pergunta não é quando, mas onde. Deixa um gancho enorme para a última temporada. Nota 9.
Nota da temporada: 8.9.
Dark (1ª Temporada)
4.4 1,6KNão entendo por que falam que essa série é complexa. Trás, sim, alguns bons questionamentos em relação a questão do tempo e espaço e possui algumas reviravoltas interessantes, mas nada de diferente de quem já não tenha visto uma dúzia de filmes de viagem no tempo (De Volta para o Futuro e Exterminador do Futuro são as principais fontes aqui, além de Breve História do Tempo). Inclusive, arrisco dizer que até Ultimato é tão complexo (em relação a questão do tempo) quanto Dark, sendo que eu gastei o mesmo tanto tempo refletindo sobre essa questão temporal nos dois filmes. Creio que a grande contribuição seja ser um dos poucos filmes/séries que trazem o tempo como algo fixo, imutável, cíclico, parecendo que não cabe aqui mudanças (o futuro também influencia o passado). A grande verdade é que Dark é uma série difícil de entender apenas por um motivo: é alemã.
Explico: na Alemanha, aparentemente, todos são tristes e inexpressivos, falam pouco e são extremamente parecidos entre si. Com isso, fica quase impossível saber quem é quem, quem é filho de quem, quem é casado com quem, quem é irmão ou irmã de quem, etc. Todos tem a mesmíssima personalidade, a mesma voz, o mesmo jeito de falar, de olhar. Então, quando entra a questão temporal, fica mais bagunçado ainda e mais difícil saber quem é quem. E, a verdade é que Dark só é complexo por que é bem difícil saber quem é quem ou para quem nunca viu nada de viagem no tempo. Aqui em casa tivemos que inventar apelidos para ajudar a identificar os personagens (a maconheira, o emo, o talarico, o arrow, etc), inclusive, o questionamento "Quem é Regina?", proferido por mim quase todo momento, virou um meme aqui em casa. E isso acontece porque os personagens não nos transmitem simpatia, são esquecíveis. São, inclusive, chatos. A verdade é que ninguém nessas séries da Netflix presta, são sempre grossos, agressivos, toma decisões egoístas, brigam o tempo todo, etc (Stranger Things, Jessica Jones só para citar dois exemplos além de Dark). Com isso, só resta simpatizar pelo SER MAIS PASSIVO DA HISTÓRIA DA ARTE CENOGRÁFICA, que é o protagonista Jonas, visto o tempo todo perambulando para cá e para lá, sem fazer nada de relevante (juro que tem um episódio que ele nem tem fala, fica calado o episódio todo).
Claro, a qualidade cenográfica da série é inquestionável. Fotografia e montagem são excelentes, além de praticamente não possuir falhas de roteiro. Os realizadores são extremamente eficientes em prender nossa atenção, mesmo que, na maior parte do tempo, nada de muito relevante esteja acontecendo, e também não falham no timming para revelar as reviravoltas.
E esse é outro problema que me incomoda, bem típico das séries da Netflix, que são extremamente lentas, com vários episódio que poderiam ter 20, 30 minutos, principalmente os primeiros, sendo que coisas relevantes só acontecem nos últimos episódios, geralmente. Essa série também possui outros problemas típicos das séries da rede de Streaming, como o fato de não serem verdadeiramente episódicas. Assisti dois episódios por dia e é extremamente confuso saber qual episódio era qual. As séries mais antigas possuíam um tema central em cada episódio, mas Dark segue essa estranha tendência moderna de fazer séries que são na verdade filmes de dez horas cortados. Os episódios não possuem começo, meio ou fim, mas a temporada como um todo sim e, por isso geralmente os primeiros episódios são mais irrelevantes.
Outra coisa um pouco decepcionante foi que é sempre interessante rever obras que trazem reviravoltas, pois sabendo que vai acontecer, percebemos novos detalhes ou questões que davam pistas sobre os eventos e nós pensamos: "nossa, eles realmente planejaram isso". Quase não acontece aqui, com uma ou outra exceção, como a marca no pescoço do estranho. Espero que a terceira temporada traga algo que me faça rever a primeira sem que ela soe entediante.
Aliás, a primeira metade dessa temporada tem muitas semelhanças com Stranger Things, seja no clima dark, seja nas homenagens aos anos oitenta, seja no desaparecimento de uma criança, mas não é algo ruim, visto que o próprio Stranger Things não tem nada de muito original. Aliás, como ST, Dark bebe muito de ideias de filmes oitentistas.
Breve opinião sobre os episódios:
Episódio 1: Bem introdutório, mas já demonstra que é uma série muito bem dirigida, reparem, por exemplo, no plano que apresenta a família da Katharina e do Ulrich. Nota 8.
Episódio 2: Nada acontece. Nota 6.
Episódio 3: Acontece um pouco mais de coisas e só. Nota 7.
Episódio 4: A parte investigativa avança e é até interessante. Nota 8.
Episódio 5: Boa reviravolta, inclusive a forma como é construída. Jonas passivo como sempre, achei que ele tinha tomado atitude de ir na peça, mas foi a menina que chamou ele. Nota 9.
Episódio 6: Mais um episódio que pouca coisa acontece, mas já não é tão lento. Nota 8.
Episódio 7: Mais um episódio que o grande destaque são os bons rumos das investigações. Nota 8.
Episódio 8: Gretchen personagem com mais personalidade da série. Episódio que estabelece mais as questões do tempo, com bons questionamentos (sobre ser mutável) e os anos 50 são um ótimo acréscimo. Nota 9.
Episódio 9: Egon tretando com o Ulrich de novo é uma boa rima temporal. Nota 9.
Episódio 10: Melhor episódio até aqui, não só pela reviravolta, como também pelas consequências. Nota 9.
Enfim, essa primeira temporada é mais promessa e expectativa. Os realizadores são eficientes em nos manter presos na tela e em soltar as reviravoltas de forma que tudo pareça mais bombástico e complexo do que realmente é, tendo, inclusive, sua qualidade sendo exagerada, como acontece com a maioria das séries é hoje em dia.
Nota/Média: 8.1.
Angel: O Caça-Vampiros (1ª Temporada)
3.8 65Considerando que séries não tinham muito recursos na época e que a equipe já estava focada na série principal, o fato de Angel manter a mesma qualidade de Buffy é algo notável. Alguns dos melhores episódios da série estão aqui, como The Ring e o episódio Hero (
que simplesmente MATA um dos supostos protagonistas da série sem pudor, muito antes de Game Of Thrones fazer algo do tipo
Nota: 9.7.
Buffy: A Caça Vampiros (4ª Temporada)
4.1 108 Assista AgoraDepois de três temporadas praticamente perfeitas, temos uma leve (bem leve) queda na série. O colegial acabou e mudanças são o tom dessa temporada: Giles não é mais o Watcher, Oz e Angel (que foi para sua série solo) não são mais figuras comuns, não temos mais a Sunnydale High, etc. Riley tem a difícil missão de substituir Angel e se sai até razoavelmente bem. Já Adam, dá primeira vez que eu assisti, eu considerava como o vilão mais fraco da série mas, revendo, o episódio da batalha final contra ele não foi tão ruim (sinceramente, o contra o prefeito foi até pior). Tem ainda pontos bastante positivos, como a Willow bi (algo recorrente nos personagens da Alyson Hannigan) e o episódio Hush, um dos melhores da série.
Nota: 9.1.
P.S.: Por que raios eles não matam logo o mala do Spike de uma vez?
O Segredo Além do Jardim
4.7 222 Assista AgoraDe cara eu já associei o primeiro episódio à Divina Comédia, mas no desenrolar dos outros episódios as pistas que indicam que o desenho se trata de uma adaptação da obra de Dante são bem escassas (com exceção de Beatriz, que é uma referência clara). Creio que o visual "dark" e depressivo, além de surrealista é excelente, mas o roteiro da maioria dos episódios não "me pegou", ainda mais que as referências à Divina Comédia só são percebidas com uma análise mais profunda, excetuando o primeiro e o ótimo último episódio.
Nota: 8.5.
E o Vento Levou 2
3.4 70A primeira vez que eu ouvi falar desse filme foi a uns três anos atrás. Comprei o VHS achando que não era uma continuação oficial, e sim mais uma daquelas maracutaias das distribuidoras brasileiras, que lançam filmes como continuações sem serem continuações reais (lançaram Clube dos Cinco 2 e Timber Falls foi lançada como Pânico na Floresta 2). Mas então descobri que é uma continuação mesmo, baseada em um livro lançado vários anos após a morte da autora do original, chamado "Scarlett" e escrito por Alexandra Ripley, E creio que vários problemas e acertos do filme veem do livro: na ausência de boas ideias, Scarlett fica pirulitando para lá e para cá na primeira metade, uma forma de movimentar a história, além de eu achar que amenizaram bastante a personalidade da protagonista, que não está tão odiosa aqui. Também decidiram deixar de abordar vários temas do original, relacionados à guerra e à rivalidade entre o Norte e o Sul, "apagando" um pouco o pano de fundo histórico da obra original (os negros mal dão as caras por aqui). Sobre as atuações, fica difícil evitar comparações com as do original, em que os atores incorporaram perfeitamente os personagens do livro, mas creio que Timothy Dalton funciona muito bem como Rhett, enquanto Joanne Whalley oscila um pouco (grande parte da culpa é do roteiro, que, como já disse, não parece sempre com a personalidade da Scarlett original). O relacionamento de Rhett com aquela versão de Melanie foi completamente sem sentido (e ainda caiu em uma solução fácil). A parte mais positiva continua sendo a relação Rhett/Scarlett, ambígua e que sempre gera bons diálogos entre os dois, emulando bem a forma que se dava no primeiro filme. A produção (cenários, figurinos) é muito boa também. Assisti a versão compacta do VHS (de 2 horas e meia) e meu comentário se baseia nela (será que na versão original eles mencionam os outros filhos da Scarlett, que nem foram citados aqui?).
Nota: 7.0.
P.S.: Nessa época as pessoas morriam que nem moscas, ou é preguiça dos autores mesmo.
Locke & Key (1ª Temporada)
3.6 187 Assista AgoraÉ uma série bem feita no geral, com boas ideias e boas pontas (Tom Savini e o próprio Joe Hill). A primeira metade é eficiente em contar a história e manter o interesse, mas na segunda metade algumas conveniências do roteiro surgem para fazer a história da série andar, incomodando um pouco, embora as reviravoltas e revelações sejam eficientes. Mas, considerando que a série possui elementos e personagens interessantes, é bem capaz de entregar uma boa segunda temporada.
Pesadelo na Cozinha (2ª Temporada)
4.2 33O chefe Jacquin é ótimo nas suas tiradas, que saem do nada (e não é a toa que virou meme). O formato do programa é interessante e funciona. Com certeza houve algumas "exageradas" por parte dos participantes, mas o humor gerado com isso compensa.
O Mundo Sombrio de Sabrina (Parte 3)
3.4 277 Assista AgoraO grande mérito foi saber administrar a grande quantidade de conflitos e costurar a resolução de todos eles em um único episódio sem soar excessivamente confuso, embora algumas falhas de roteiro despontem aqui e ali. Mantem o mesmo nível das temporadas anteriores (talvez esta seja ligeiramente inferior, mas eu precisaria rever todas para avaliar melhor). Há também uma grande quantidade de referências ocultistas ou ao inferno (especialmente a A Divina Comédia) que grande parte do público (eu incluso) não vai pegar.
Cadê o Salem?
Scooby-Doo! Mistério S/A (2ª Temporada)
4.1 12 Assista AgoraUma ótima segunda temporada, na mesma linha da primeira e corrigindo alguns erros, principalmente a personalidade da Velma. Talvez tenham extrapolado um pouco na explicação "viajando" demais, mas é algo que não incomoda tanto. A primeira temporada é mais "Scooby-doo", enquanto a segunda desenvolve mais a história. Enfim, essa temporada também ousa, contando com mortes bem pesadas para um desenho. Já o final, é bem inesperado e cabe bastante discussão.
A Mistério S/A nasce boa e a entidade a corrompe. Difícil de entender que toda a maldade na cidade tenha se originado unicamente da entidade enterrada em Baia Cristal, que deixou os membros dos clubes de mistério gananciosos. Mas talvez eu esteja tentando interpretar demais em um desenho infantil. Ou, talvez, as pessoas que resolvem mistérios sejam naturalmente boas e apenas a maldade delas é que seja originada da entidade.
Scooby Doo, Cadê Você! (1ª Temporada)
4.1 85 Assista AgoraTemos aqui uma das ideias mais aleatórias da história da animação. Um grupo composto por uma patricinha, um mauricinho, uma nerd, um hippie e um dogue alemão resolvem casos em que pessoas se fantasiam de monstros para cometer crimes. Surpreendentemente, essa ideia randômica gerou o melhor desenho animado da história (e um dos com maior número de episódios, atrás apenas de Simpsons), tendo ainda sido produzido mesmo depois de completar 50 anos. A animação é ótima para a época, com cenários bem desenhados e cenas de ação e perseguição bem produzidas. A mistura de humor e mistério funciona muito bem e o visual dos monstros é ótimo, alternando entre os clássicos (vampiros, múmias) e os mais modernos (fantasma do espaço, robôs). Vale comentar também uma das primeiras (se não a primeira) vez em que um palhaço foi usado de forma assustadora, como um monstro de terror (ideia esta que só seria popularizada 20 anos depois, em It).Além disso, o desenho fez tanto sucesso, que gerou uma revolução nas animações, originando várias outras que copiariam o formato de grupo de adolescentes com seu animal, padrão que permaneceria por décadas.
Scooby-Doo! Mistério S/A (1ª Temporada)
4.0 63Scooby-Doo é sempre bom, ainda mais com o respeito à história da série, como é o caso aqui, embora, claro, algumas mudanças foram realizadas (Vila Legal vira Baía Cristal, o visual dos personagens está atualizado, etc). Está foi a segunda série do Scooby a ter uma continuidade entre os episódios (uma tendência tipicamente atual) e a história usada para a continuidade entre os episódios (o envolvimento com a antiga mistério S/A) é boa, mantendo a curiosidade e culminando em uma satisfatória resolução no fim da temporada. Senti falta das clássicas cenas de perseguição, que ocorrem em pouca quantidade. Referências aos montes (algo também típico das séries e filmes atuais) sendo boas as relativas aos filmes de Vincent Price, além de resgatarem o personagem Vincent Van Ghoul (ou Van Doido) dos 13 fantasmas de Scooby-Doo (tem também uma das referências mais aleatórias de todas, ao Flin Flan) e também homenagens à Hanna-Barbera no geral. O grande ponto negativo desta temporada é mesmo a Velma, que está com a personalidade toda mudada, sendo absolutamente chata com tudo que se move. Se fosse apenas com o Salsicha, até tudo bem, mas ela é grossa com tudo que se move. Aparentemente, algum roteirista não deve gostar nem um pouco da Velma.