Faltando meia hora pra terminar o filme, os caras mudam a história do mangá. Qual a necessidade?
Simplesmente mudaram o cerne principal da trama com esse final diferente da obra original.
ATENÇÃO SPOILERS:
Cadê a crítica aos procedimentos estéticos? A crítica à superficialidade das relações? Ao poder e ao dinheiro? A trama da transexualidade de Ito? O passado de Nakoshi? Suas motivações? Essa história do acidente não trouxe nenhuma dessas discussões que marcaram a obra original.
É pouco, mas o filme mostra o porquê dos Panteras Negras não existirem até hoje, ou que ninguém mais tente revivê-lo por lá. A repressão foi muito grande.
Pelo timing de lançamento, parece uma peça de propaganda democrata, mas ainda assim é hilária. 😁😁😁 Seria muito melhor se o candidato fosse Bernie Sanders - talvez seja até o que Sacha Baron Coen imaginou quado iniciou esse projeto - mas é esperar muito desse país bizarro que é os EUA. Ainda assim, qualquer merda é menos ruim que Trump. Até esse mais do mesmo que é o Biden.
O grande êxito de "Estou Pensando em Acabar com Tudo" é ser um filme surrealista que consegue entreter. Apesar da subversão própria do roteirista e diretor Charlie Kaufman em distorcer a linguagem cinematográfica, o filme consegue ser estigante, engraçado, incômodo, triste e misterioso.
Mais um ponto para esse roteirista que sempre quebrou os padrões estabelecidos da 7º arte.
Ps.: É impressão minha ou o título é muito "teenager"? Parece com vários outros títulos voltados ao público juvenil na Netflix. Ou foi mal escolhido, ou foi propositalmente bem escolhido. Isso explica a nota ruim? Talvez.
O filme é muito bom, com aquela pegada Guy Ritchie raiz, mas poderia ter sido genial. O que faltou foi um antagonismo mais elaborado. Ainda assim diverte bastante.
Colin Farrel é um ótimo ator pra comédias de humor negro. Só lembrar de In Bruges. Hugh Grant também estava engraçadíssimo.
Na hora do filme, o telespectador acha um absurdo o pessoal que não raciona a comida para que ela chegue nos níveis inferiores.
No mundo real, esse mesmo cidadão é contra políticas de distribuição de renda, tributação progressiva, programas de assistência social, e outras medidas para atenuar a desigualdade social.
Galera acha que roteiro precisa ter uma historinha linear e fechadinha pra seguir. Chega Linklater e mostra que isso não é necessário. "Não acontece nada"? Acontece é tudo! Ele simplesmente faz um dos melhores retratos da juventude, de forma realista e humana, sem moralismo, sem grandes consequências. Ele não julga. Não está interessado nisso. Seu olhar é de mero observador. Filmaço.
Uma sátira sobre o Brasil bolsonarista que segue um amalucado garoto catarinense chamado Enzo (Carluxo Bolsonaro), cujo mundo é revirado quando ele descobre, através de uma corrente de zapzap, que sua mãe terrrorista (Dilma Rouseff) está escondendo uma jovem socialista-feminista-abortista-paulo-freiriana (Manuela D'Ávila) no sótão. Com a ajuda de seu único - miliciano e racista - amigo Jair Bolsonaro, Enzo precisa enfrentar seu nacionalismo cego pelos EUA.
Fui seco por ser um clássico e me decepcionei. Fica dúvida se o filme envelheceu mal ou sempre foi fraco mesmo. Pelo visto, acho que é a segunda opção. Tanto filme de terror bom nessa época, por sinal...
"A classe não explica tudo, ela estrutura o todo. Todas as relações sociais constitutivas da sociedade capitalista são determinadas em algum nível pelo pertencimento de classe do indivíduo ou do grupo." - Jaime Osório (citado por Jones)
O que significa isso? Veja, a chuva é a chuva; é um fenômeno natural, chove pra todo mundo, é molhado igual. Só que pelas diferenças objetivas de classe social as pessoas experienciam aquele fenômeno de maneira diferente. Pra família burguesa, a chuva foi massa, baixou o calor, molhou o jardim, dormiu friozinho enrolado na manta e tal, porque eles têm saneamento básico, a casa não alaga, é uma boa casa, o bairro não alaga, eles não tem problema com transporte publico; ou seja, os determinantes concretos fazem com que eles experienciem, vivam aquele fenômeno de maneira diferente do que a família trabalhadora, que mora numa casa que é uma merda, não tem saneamento básico, não tem um sistema de coleta de esgoto adequado para aquele nível de alagamento; ou seja, é o mesmo fenômeno, a diferença é a determinação concreta de classe de cada grupo familiar. Não existe fenômeno que não é vivido sem a determinação de classe, seja o direito à cidade, aquecimento global, diversidade sexual, questão de gênero etc."
- Jones Manoel, no episódio do Revolushow sobre o filme Parasita
Existem duas representações por trás dessa vitória histórica de "Parasite" em pleno solo estadunidense, na principal categoria da maior premiação de cinema do país.
Primeiramente, é a vitória de um filme estrangeiro que aborda de forma direta a luta de classes e o sistema de brutal desigualdade imposto na atual fase do capitalismo. É também o sintoma do incômodo social; é virada que o mundo quer ver. As pessoas estão percebendo que esse sistema de disparidade e desumanização não cabe mais em nossas vidas. O mundo assiste a cada ano essa barbaridade crescer ainda mais, porque simplesmente as resistências foram silenciadas ou massacradas, e o sistema financeiro impera com seus tentáculos na economia mundial. Não sei o que virá em seguida, mas a dignidade das pessoas certamente deve vir em primeiro lugar. Parasite não é um filme que dá respostas, mas nos mostra como essa organização social é insustentável e nos traz sofrimento diariamente.
Ademais, essa vitória no Oscar é a consagração e coroação do cinema sul-coreano moderno. São basicamente duas décadas de investimento, com centenas de produções de alto nível, tanto em longas, quanto em séries. Com trocentos de talentos nas diversas áreas da indústria.
Um recado mágico: ASSISTAM FILMES E SÉRIES SUL-COREANOS. Aí vão algumas dicas:
Oldboy (2003), Memórias de um Assassino (2003), Eu Vi o Diabo (2010), O Lamento (2016), Taxi Driver (2017), Bedevilled (2010), Casa Vazia (2004), Mr. Vingança (2002), Poesia (2010), Welcome to Dongmakgol (2005), O Homem de Lugar Nenhum (2010), Náufrago na Lua (2009), O Substituto do Rei (2012), Flor Congelada (2008), Children...(2011), Mr. Sunshine - Um Raio de Sol (2018), Signal (2016), etc etc.
Thomas Wayne lembra alguns políticos ricaços brasileiros como João Dória, João Amôedo, Paulo Skaf. Todos da mesma idelogia do personagem fictício, diga-se por passagem.
Não sei porque eu ainda insisto em Kiyoshi Kurosawa. Gostei bastante de Cure (1997) e sempre tento ver um ou outro filme dele para ver se a experiência se repete, mas não adianta. Até o premiado A Sonata de Tóquio não me agradou tanto quando Cure.
Consigo ver em cada filme do diretor o apreço pela inovação cinematográfica, pela diversidade de temas e pelas variadas maneiras de dirigir e contar uma história.
Entretanto, o diretor sempre termina errando a mão nessas tentativas. No final, a impressão que ele deixa é que não tem domínio exatamente de como transmitir a ideia desejada, ou simplesmente o faz de maneira equivocada.
Se eu tivesse visto esse filme em outra época, acharia-o mediano. No entanto, a história, provavelmente pelo mérito de Alexandre Dumas (autor do livro), me pegou de jeito. Não tem como não favoritar. Talvez daqui a alguns anos faça mais sentido ainda.
Marighella
3.9 1,1K Assista AgoraEsse filme me deixou muito triste e pessimista com a situação do Brasil.
Como a gente pode dizer que as coisas mudaram nesse país quase 60 anos depois quando rolou uma chacina de proporções absurdas um dia desses?
Nossa democracia é uma merda.
Judas e o Messias Negro
4.1 517 Assista AgoraDeve ser por isso que nossa geração é tão amolecida e é tão legalista.
Quando tentaram mudar as coisas, você terminava sendo morto ou inventavam qualquer desculpa pra te prenderem.
Steve Jobs
3.5 591 Assista AgoraNão sabia que ele tinha sido uma pessoa tão transtornada.
Adorei a estrutura da narrativa do filme.
Homunculus
2.5 49 Assista AgoraFaltando meia hora pra terminar o filme, os caras mudam a história do mangá. Qual a necessidade?
Simplesmente mudaram o cerne principal da trama com esse final diferente da obra original.
ATENÇÃO SPOILERS:
Cadê a crítica aos procedimentos estéticos? A crítica à superficialidade das relações? Ao poder e ao dinheiro? A trama da transexualidade de Ito? O passado de Nakoshi? Suas motivações? Essa história do acidente não trouxe nenhuma dessas discussões que marcaram a obra original.
Os 7 de Chicago
4.0 581 Assista AgoraÉ pouco, mas o filme mostra o porquê dos Panteras Negras não existirem até hoje, ou que ninguém mais tente revivê-lo por lá. A repressão foi muito grande.
Borat: Fita de Cinema Seguinte
3.6 552 Assista AgoraPelo timing de lançamento, parece uma peça de propaganda democrata, mas ainda assim é hilária. 😁😁😁 Seria muito melhor se o candidato fosse Bernie Sanders - talvez seja até o que Sacha Baron Coen imaginou quado iniciou esse projeto - mas é esperar muito desse país bizarro que é os EUA. Ainda assim, qualquer merda é menos ruim que Trump. Até esse mais do mesmo que é o Biden.
Estou Pensando em Acabar com Tudo
3.1 1,0K Assista AgoraO grande êxito de "Estou Pensando em Acabar com Tudo" é ser um filme surrealista que consegue entreter. Apesar da subversão própria do roteirista e diretor Charlie Kaufman em distorcer a linguagem cinematográfica, o filme consegue ser estigante, engraçado, incômodo, triste e misterioso.
Mais um ponto para esse roteirista que sempre quebrou os padrões estabelecidos da 7º arte.
Ps.: É impressão minha ou o título é muito "teenager"? Parece com vários outros títulos voltados ao público juvenil na Netflix. Ou foi mal escolhido, ou foi propositalmente bem escolhido. Isso explica a nota ruim? Talvez.
Magnatas do Crime
3.8 301 Assista AgoraO filme é muito bom, com aquela pegada Guy Ritchie raiz, mas poderia ter sido genial. O que faltou foi um antagonismo mais elaborado. Ainda assim diverte bastante.
Colin Farrel é um ótimo ator pra comédias de humor negro. Só lembrar de In Bruges. Hugh Grant também estava engraçadíssimo.
The Nightingale
3.7 181 Assista AgoraQualquer semelhança com o Brasil não é mera coincidência.
O Poço
3.7 2,1K Assista AgoraNa hora do filme, o telespectador acha um absurdo o pessoal que não raciona a comida para que ela chegue nos níveis inferiores.
No mundo real, esse mesmo cidadão é contra políticas de distribuição de renda, tributação progressiva, programas de assistência social, e outras medidas para atenuar a desigualdade social.
Dirty Dancing: Ritmo Quente
3.8 1,5K Assista AgoraNão acredito que eu amei esse filme.
Jovens, Loucos e Rebeldes
3.7 447 Assista AgoraGalera acha que roteiro precisa ter uma historinha linear e fechadinha pra seguir. Chega Linklater e mostra que isso não é necessário. "Não acontece nada"? Acontece é tudo! Ele simplesmente faz um dos melhores retratos da juventude, de forma realista e humana, sem moralismo, sem grandes consequências. Ele não julga. Não está interessado nisso. Seu olhar é de mero observador. Filmaço.
Jojo Rabbit
4.2 1,6K Assista AgoraUma sátira sobre o Brasil bolsonarista que segue um amalucado garoto catarinense chamado Enzo (Carluxo Bolsonaro), cujo mundo é revirado quando ele descobre, através de uma corrente de zapzap, que sua mãe terrrorista (Dilma Rouseff) está escondendo uma jovem socialista-feminista-abortista-paulo-freiriana (Manuela D'Ávila) no sótão. Com a ajuda de seu único - miliciano e racista - amigo Jair Bolsonaro, Enzo precisa enfrentar seu nacionalismo cego pelos EUA.
Marighella
3.9 1,1K Assista AgoraEstreia oficial em 14 de maio em mais de TREZENTAS SALAS DE CINEMA, PAPAI.
Halloween: A Noite do Terror
3.7 1,2K Assista AgoraFui seco por ser um clássico e me decepcionei. Fica dúvida se o filme envelheceu mal ou sempre foi fraco mesmo. Pelo visto, acho que é a segunda opção. Tanto filme de terror bom nessa época, por sinal...
Parasita
4.5 3,6K Assista Agora"A classe não explica tudo, ela estrutura o todo. Todas as relações sociais constitutivas da sociedade capitalista são determinadas em algum nível pelo pertencimento de classe do indivíduo ou do grupo." - Jaime Osório (citado por Jones)
O que significa isso? Veja, a chuva é a chuva; é um fenômeno natural, chove pra todo mundo, é molhado igual. Só que pelas diferenças objetivas de classe social as pessoas experienciam aquele fenômeno de maneira diferente. Pra família burguesa, a chuva foi massa, baixou o calor, molhou o jardim, dormiu friozinho enrolado na manta e tal, porque eles têm saneamento básico, a casa não alaga, é uma boa casa, o bairro não alaga, eles não tem problema com transporte publico; ou seja, os determinantes concretos fazem com que eles experienciem, vivam aquele fenômeno de maneira diferente do que a família trabalhadora, que mora numa casa que é uma merda, não tem saneamento básico, não tem um sistema de coleta de esgoto adequado para aquele nível de alagamento; ou seja, é o mesmo fenômeno, a diferença é a determinação concreta de classe de cada grupo familiar. Não existe fenômeno que não é vivido sem a determinação de classe, seja o direito à cidade, aquecimento global, diversidade sexual, questão de gênero etc."
- Jones Manoel, no episódio do Revolushow sobre o filme Parasita
(transcrito e adaptado por Gustavo Figueiredo)
Parasita
4.5 3,6K Assista AgoraExistem duas representações por trás dessa vitória histórica de "Parasite" em pleno solo estadunidense, na principal categoria da maior premiação de cinema do país.
Primeiramente, é a vitória de um filme estrangeiro que aborda de forma direta a luta de classes e o sistema de brutal desigualdade imposto na atual fase do capitalismo. É também o sintoma do incômodo social; é virada que o mundo quer ver. As pessoas estão percebendo que esse sistema de disparidade e desumanização não cabe mais em nossas vidas. O mundo assiste a cada ano essa barbaridade crescer ainda mais, porque simplesmente as resistências foram silenciadas ou massacradas, e o sistema financeiro impera com seus tentáculos na economia mundial. Não sei o que virá em seguida, mas a dignidade das pessoas certamente deve vir em primeiro lugar. Parasite não é um filme que dá respostas, mas nos mostra como essa organização social é insustentável e nos traz sofrimento diariamente.
Ademais, essa vitória no Oscar é a consagração e coroação do cinema sul-coreano moderno. São basicamente duas décadas de investimento, com centenas de produções de alto nível, tanto em longas, quanto em séries. Com trocentos de talentos nas diversas áreas da indústria.
Um recado mágico: ASSISTAM FILMES E SÉRIES SUL-COREANOS. Aí vão algumas dicas:
Oldboy (2003), Memórias de um Assassino (2003), Eu Vi o Diabo (2010), O Lamento (2016), Taxi Driver (2017), Bedevilled (2010), Casa Vazia (2004), Mr. Vingança (2002), Poesia (2010), Welcome to Dongmakgol (2005), O Homem de Lugar Nenhum (2010), Náufrago na Lua (2009), O Substituto do Rei (2012), Flor Congelada (2008), Children...(2011), Mr. Sunshine - Um Raio de Sol (2018), Signal (2016), etc etc.
Joias Brutas
3.7 1,1K Assista AgoraO ponto alto do filme é a loucura do protagonista. O cara vive a mil por hora. Totalmente insano.
Marighella
3.9 1,1K Assista AgoraOs comissionados que Bolsonaro colocou na Ancine estão empatando (vulgo censurando) a liberação do filme.
Coringa
4.4 4,1K Assista AgoraThomas Wayne lembra alguns políticos ricaços brasileiros como João Dória, João Amôedo, Paulo Skaf. Todos da mesma idelogia do personagem fictício, diga-se por passagem.
O Fim da Viagem, O Começo de Tudo
3.8 25 Assista AgoraNão sei porque eu ainda insisto em Kiyoshi Kurosawa. Gostei bastante de Cure (1997) e sempre tento ver um ou outro filme dele para ver se a experiência se repete, mas não adianta. Até o premiado A Sonata de Tóquio não me agradou tanto quando Cure.
Consigo ver em cada filme do diretor o apreço pela inovação cinematográfica, pela diversidade de temas e pelas variadas maneiras de dirigir e contar uma história.
Entretanto, o diretor sempre termina errando a mão nessas tentativas. No final, a impressão que ele deixa é que não tem domínio exatamente de como transmitir a ideia desejada, ou simplesmente o faz de maneira equivocada.
Bacurau
4.3 2,8K Assista AgoraA revolução brasileira vai começar no Nordeste.
Parasita
4.5 3,6K Assista AgoraAlgumas facadas dão certo; já outras...
O Conde de Monte Cristo
4.1 1,2KSe eu tivesse visto esse filme em outra época, acharia-o mediano. No entanto, a história, provavelmente pelo mérito de Alexandre Dumas (autor do livro), me pegou de jeito. Não tem como não favoritar. Talvez daqui a alguns anos faça mais sentido ainda.