viver uma vida que valha a pena mesmo sem destino - só ponto de partida.
caí nesse por acaso nas recomendações do YouTube. e ainda bem.
é a história de um cara obcecado com o sentido do número 7, mas vai além.
ele quer encontrar o sentido por trás dos acontecimentos da vida, e como no fim talvez eles nem façam sentido algum e seja tudo tão aleatório que é difícil aceitar. claro, não controlar nossa vida é assustador.
é MUITO curioso, pois essa semana mesmo revi algumas curiosidades sobre Clarice Lispector e como ela se ligava nesse mesmo número 7 e a sua importância mística.
perceba: - na Bíblia, Deus demorou 7 dias para construir o mundo; - existem 7 pecados capitais e também são 7 as virtudes cardinais; - são 7 os sacramentos na igreja, - ao morrer, Jesus falou exatamente 7 palavras; - são 7 as maravilhas mundo; - são 7 as notas musicais; - são 7 os dias da semana; - são 7 as cores do arco-íris; - são 7 as ondas que se pula no réveillon.
e por aí vai.
mas a questão é:
esse curta é de uma sensibilidade tão grande que pensei é isso o que me vem à mente quando falo sobre gente que AMA cinema criando filmes.
tão bonito e ao mesmo tempo tão simples, tão bem executado, desde a parte técnica (o argumento, as imagens que o diretor escolheu captar, movimentos de câmera) até a parte emocional, humana. uma IA jamais conseguiria produzir algo que chegasse perto disso.
transformar experiências pessoais em algo bonito que seja ao mesmo tempo delicado e poderoso não é fácil, e muito menos pra qualquer um. e aqui é o que ele faz perfeitamente.
experiências essas que, com certeza, muita gente se identificaria, assim como eu me identifiquei. um murro no estômago de quem também é meio obcecado com encontrar o sentido das coisas.
talvez no fim das contas seja menos sobre buscar alguma explicação e mais sobre curtir o momento e apreciar as aleatoriedades da vida.
soltar o controle e fazer apenas isso que hoje nos é tão difícil, mas caro: viver.
Lembrei de uma frase do filme Rainha de Katwe: "Às vezes, o lugar em que estamos acostumados não é o lugar em que pertencemos. Você pertence onde acreditar que pertence."
Não supera o meu favorito (Bao), mas é SENSACIONAL. E é até engraçado ver o quanto a gente se identifica com algum dos personagens (ou todos) e seus problemas cotidianos, e mostra como a terapia modifica a sua abordagem desses mesmos problemas e traz certo conforto pessoal. É bonitinho demais.
"Eu sou um ser maravilhoso. Eu respeito a mim e àqueles que me rodeiam. Adoto a mudança positiva e rejeito todos os hábitos que surgem do medo. Estou em um lugar seguro onde me permito expressar sentimentos de raiva e tristeza. E eu me amo."
Surreal a forma como a mídia retrata o caso, tal qual abutres rondando alimento. Tudo pela audiência: desde o poder que foi dado ao Lindemberg ao conversar com programas de TV, até mesmo a confiança que inspirou na polícia por deixar Nayara (amiga sobrevivente) voltar ao prédio, mas, principalmente pela forma como abordaram a situação. Pintaram o sequestrador como um bom rapaz, em diversos momentos se referindo a ele como alguém sem antecedentes criminais, e referindo-se a um "final feliz" que, nas entrelinhas, seria basicamente o bem dele e não da própria Eloá (como se já não fosse suficiente a garota passar por tudo aquilo, ainda foi responsabilizada indiretamente pela situação, nada novo sob o sol). Como sempre, além de questões referentes à "perca de poder" do sequestrador sobre a vítima, até o sequestro, culminando no feminicídio em si, existe ainda a violência simbólica que foi cometida contra Eloá. É bizarro observar (até hoje) que vidas valem menos do que uma pontuação alta no Ibope. O sensacionalismo em sua face mais cruel e sanguinária. 24 minutos de muita raiva, indignação e tristeza.
“Então, é assim que se cria uma única história: mostre um povo como uma coisa, como somente uma coisa, repetidamente, e será o que eles se tornarão. (...) A consequência de uma única história é essa: ela rouba das pessoas sua dignidade. Faz o reconhecimento de nossa humanidade compartilhada difícil. Enfatiza como nós somos diferentes ao invés de como somos semelhantes. (...) Histórias importam. Muitas histórias importam. Histórias têm sido usadas para expropriar e tornar maligno. Mas histórias podem também ser usadas para capacitar e humanizar. Histórias podem destruir a dignidade de um povo, mas histórias também podem reparar essa dignidade perdida.”
"E se você pensa sobre isso, qual é o objetivo de um anúncio a não ser nos fazer ficar infelizes com o que temos? Então, 3000 vezes por dia nos dizem que nosso cabelo está errado, nossa pele está errada, nossa roupa está errada, nossa mobília está errada, nossos carros estão errados, nós estamos errados, mas que tudo pode ser consertado de formos às compras."
Bem didático e indispensável tal qual o documentário "Money as debt"
Nothing, Except Everything
3.5 2viver uma vida que valha a pena mesmo sem destino - só ponto de partida.
caí nesse por acaso nas recomendações do YouTube. e ainda bem.
é a história de um cara obcecado com o sentido do número 7, mas vai além.
ele quer encontrar o sentido por trás dos acontecimentos da vida, e como no fim talvez eles nem façam sentido algum e seja tudo tão aleatório que é difícil aceitar. claro, não controlar nossa vida é assustador.
é MUITO curioso, pois essa semana mesmo revi algumas curiosidades sobre Clarice Lispector e como ela se ligava nesse mesmo número 7 e a sua importância mística.
perceba:
- na Bíblia, Deus demorou 7 dias para construir o mundo;
- existem 7 pecados capitais e também são 7 as virtudes cardinais;
- são 7 os sacramentos na igreja,
- ao morrer, Jesus falou exatamente 7 palavras;
- são 7 as maravilhas mundo;
- são 7 as notas musicais;
- são 7 os dias da semana;
- são 7 as cores do arco-íris;
- são 7 as ondas que se pula no réveillon.
e por aí vai.
mas a questão é:
esse curta é de uma sensibilidade tão grande que pensei é isso o que me vem à mente quando falo sobre gente que AMA cinema criando filmes.
tão bonito e ao mesmo tempo tão simples, tão bem executado, desde a parte técnica (o argumento, as imagens que o diretor escolheu captar, movimentos de câmera) até a parte emocional, humana. uma IA jamais conseguiria produzir algo que chegasse perto disso.
transformar experiências pessoais em algo bonito que seja ao mesmo tempo delicado e poderoso não é fácil, e muito menos pra qualquer um. e aqui é o que ele faz perfeitamente.
experiências essas que, com certeza, muita gente se identificaria, assim como eu me identifiquei. um murro no estômago de quem também é meio obcecado com encontrar o sentido das coisas.
talvez no fim das contas seja menos sobre buscar alguma explicação e mais sobre curtir o momento e apreciar as aleatoriedades da vida.
soltar o controle e fazer apenas isso que hoje nos é tão difícil, mas caro: viver.
visto em 01/05/2024
Stalled
4.0 10não acredito que ainda me surpreendi com o final mesmo ele dizendo NA CARA que
um paradoxo não se resolve, se termina
Um Pequeno Passo
4.2 59 Assista AgoraLembrei de uma frase do filme Rainha de Katwe: "Às vezes, o lugar em que estamos acostumados não é o lugar em que pertencemos. Você pertence onde acreditar que pertence."
Bonitinho demais. ♥
Comportamento Animal
3.5 47Não supera o meu favorito (Bao), mas é SENSACIONAL. E é até engraçado ver o quanto a gente se identifica com algum dos personagens (ou todos) e seus problemas cotidianos, e mostra como a terapia modifica a sua abordagem desses mesmos problemas e traz certo conforto pessoal. É bonitinho demais.
Fica aí o mantra:
"Eu sou um ser maravilhoso. Eu respeito a mim e àqueles que me rodeiam. Adoto a mudança positiva e rejeito todos os hábitos que surgem do medo. Estou em um lugar seguro onde me permito expressar sentimentos de raiva e tristeza. E eu me amo."
Quem Matou Eloá?
4.6 70 Assista AgoraSurreal a forma como a mídia retrata o caso, tal qual abutres rondando alimento. Tudo pela audiência: desde o poder que foi dado ao Lindemberg ao conversar com programas de TV, até mesmo a confiança que inspirou na polícia por deixar Nayara (amiga sobrevivente) voltar ao prédio, mas, principalmente pela forma como abordaram a situação. Pintaram o sequestrador como um bom rapaz, em diversos momentos se referindo a ele como alguém sem antecedentes criminais, e referindo-se a um "final feliz" que, nas entrelinhas, seria basicamente o bem dele e não da própria Eloá (como se já não fosse suficiente a garota passar por tudo aquilo, ainda foi responsabilizada indiretamente pela situação, nada novo sob o sol). Como sempre, além de questões referentes à "perca de poder" do sequestrador sobre a vítima, até o sequestro, culminando no feminicídio em si, existe ainda a violência simbólica que foi cometida contra Eloá. É bizarro observar (até hoje) que vidas valem menos do que uma pontuação alta no Ibope. O sensacionalismo em sua face mais cruel e sanguinária. 24 minutos de muita raiva, indignação e tristeza.
Aggretsuko: Feliz Natal Metaleiro
3.8 14Black Mirror - Nosedive hahaha
TEDTalks: O Perigo de Uma Única História
4.9 7“Então, é assim que se cria uma única história: mostre um povo como uma coisa, como somente uma coisa, repetidamente, e será o que eles se tornarão.
(...)
A consequência de uma única história é essa: ela rouba das pessoas sua dignidade. Faz o reconhecimento de nossa humanidade compartilhada difícil. Enfatiza como nós somos diferentes ao invés de como somos semelhantes.
(...)
Histórias importam. Muitas histórias importam. Histórias têm sido usadas para expropriar e tornar maligno. Mas histórias podem também ser usadas para capacitar e humanizar. Histórias podem destruir a dignidade de um povo, mas histórias também podem reparar essa dignidade perdida.”
INCRÍVEL.
A História das Coisas
4.2 153 Assista Agora"E se você pensa sobre isso, qual é o objetivo de um anúncio a não ser nos fazer ficar infelizes com o que temos? Então, 3000 vezes por dia nos dizem que nosso cabelo está errado, nossa pele está errada, nossa roupa está errada, nossa mobília está errada, nossos carros estão errados, nós estamos errados, mas que tudo pode ser consertado de formos às compras."
Bem didático e indispensável tal qual o documentário "Money as debt"