"Duna: Parte 2" é a ficção científica feita para adultos que o cinema moderno estava precisando.
Poder, ganância, imperialismo, colonialismo, política, conspirações, explorações, guerras, mortes, religião, fé, crenças, ressurreição, amor, ódio e vingança. Certamente "Duna: Parte 2", é um filme com vastos temas, que tem muito a mostrar para o telespectador. Obviamente um filme que trata de tantas coisas, precisa de um diretor com culhões para desenvolver bem esse universo grandioso e ser um sucesso! Denis Villeneuve foi a escolha certa para os filmes "Duna", ele é o cara do momento!
Gosto muito da estrutura narrativa da Jornada do Herói, tanto para games quanto para filmes. Mesmo sendo atualmente uma fórmula batida, porém quando bem planejada e bem roteirizada; é quase sempre garantia de filmão, ou de jogão. Essa forma de se contar uma história facilita os realizadores no processo criativo da obra, com maiores chances de um filme ser memorável, magnífico e fantástico! É o caso de "Duna: Parte 2".
Um exemplo disso é a Sandworm Scene, acho impossível um apreciador da sétima arte não se empolgar com o Paul Atreides conseguindo montar e dominar o verme. Um dos momentos mais épicos e históricos do cinema
A interpretação de Timothée Chalamet teve uma significativa melhora para esta sequência. Em "Duna: Parte 1", vi muito mais apenas do ator que propriamente de seu personagem, tanto é que outros atores se saíram melhores, mesmo sendo coadjuvantes. No entanto, aqui Timothée Chalamet conseguiu encarnar melhor seu personagem, sendo mais incisivo e fazendo jus ao posto de protagonista. Ainda não é uma atuação ao nível de Oscar, mas mesmo assim gostei bastante! Comparado a ele mesmo, a evolução é muito nítida.
Os cenários do filme são simplesmente extraordinários. A cenografia cria um ambiente incrível, tão convincente que nos faz acreditar na autenticidade do que é apresentado na tela, transportando o espectador diretamente para Arrakis de forma brilhante e permitindo uma imersão total.
Fotografia do filme é sensacional! A iluminação das cenas é muito bem executada. Nos momentos ao ar livre, temos uma luz dura e forte que enfatiza o calor do ambiente. Em contraste, nas cenas noturnas, a iluminação é sutil, iluminando apenas o suficiente para podermos acompanhar o que acontece na tela, ressaltando a escuridão profunda da noite no deserto. Nos espaços fechados, a iluminação suave contribui para mostrar que, apesar de ser um refúgio escondido no deserto, é um local que dá para viver.
Os enquadramentos são simplesmente magníficos e muito bem escolhidos, com cada um parecendo uma obra de arte. Planos gerais são frequentemente utilizados para mostrar o mundo dos personagens e como eles se encaixam nele. Planos detalhes são empregados para destacar elementos importantes para a narrativa, enquanto planos fechados são utilizados para mostrar as expressões faciais e reações dos personagens aos eventos da história.
Hans Zimmer, mais uma vez, faz uma grande contribuição para um filme do Denis Villeneuve. Sua trilha-sonora ajuda consideravelmente na criação de uma paisagem sonora excepcional, contribuindo significativamente para a narrativa e a imersão do telespectador, ao integrar perfeitamente imagem e som. A música é utilizada nos momentos certos; sendo majestosa, potente e opressiva, além de evocar uma sensação de misticismo. São poucos compositores que tem o talento de fazer o público se emocionar através do som, Hans Zimmer consegue isso com frequência, por isso o considero o melhor compositor de todos os tempos!
Denis Villeneuve é o diretor que praticamente não erra, seu único filme que não gostei foi "A Chegada" (2017), porém foi mais devido a gosto pessoal, do que a qualidade do filme em si. A crítica negativa que eu tenho sobre o cineasta, é que alguns de seus filmes são caracterizados por um ritmo bem ruim, sendo demasiadamente cadenciado, principalmente no filme "Blade Runner 2049" (2017). Entretanto, ele enfim corrigiu esse defeito com "Duna: Parte 2". O resultado é um filme mais dinâmico, mais objetivo, mais desenvolvido e principalmente mais envolvente.
No Oscar em 2022, "Duna: Parte 1" foi indicado a melhor filme e ganhou seis Óscares nas categorias técnicas. Mesmo assim, Villeneuve não foi nem indicado a melhor diretor, algo que não faz o menor sentido, já que um filme ser considerado um dos melhores pela academia é muito graças ao trabalho de direção. Uma incoerência e bizarrice sem tamanho do Oscar daquele ano. Nessa sequência ele se superou ainda mais na direção, se não for indicado no Oscar 2025 será uma baita sacanagem, pois evidenciará que o Oscar tem um possível problema pessoal com o diretor.
"Duna: Parte 2" é um filme que beira a excelência, sendo uma obra que não se escora apenas nos efeitos visuais e na produção de primeira linha. É um filme completíssimo! Com roteiro, narrativa e trama funcionando perfeitamente bem. Além disso, conta com um baita elenco de ótimos nomes, onde todos seus personagens tem grande impacto nos eventos do filme. Praticamente tudo que você procura em características e elementos de um autêntico filme de ficção científica, você encontra aqui!
Eu havia afirmado que a década de 2020 será a pior da história do cinema, mas com diretores como Denis Villeneuve e Christopher Nolan, estão aí para salvar o futuro do cinema. A história está sendo escrita diante de nossos olhos. "Duna" tem tudo para se tornar uma das melhores franquias literárias de todos os tempos! Filme que respira cinema de verdade, renovando às esperanças de que o cinema da atualidade, apesar da crise, ainda tem muito a oferecer…
Assistido no cinema em 12 de março de 2024 Minha avaliação: 9,5/10
Parece que o diretor Tony Kaye sofre do mesmo mal de Frank Darabont, mesmo realizando um filmaço como "A Outra História Americana", acabou não sendo o suficiente para o cineasta conquistar seu espaço em Hollywood, somente treze anos depois que ele conseguiu dirigir outro filme. Chama a atenção que sua filmografia é composta de apenas dois filmes e um documentário até agora… É muito pouco trabalho para quem já provou ter aptidão para o cargo de diretor, com certeza merecia ter sido mais valorizado pelos produtores e estúdios.
"O Substituto" mostra uma realidade dura e triste de uma escola tomada por alunos problemáticos, que não respeitam professores e colegas. Os professores precisam de muito jogo de cintura para lidar com jovens sem perspectiva de futuro, com o agravante dos pais desses alunos serem completamente negligentes com criação, educação e vida dos próprios filhos. Esse cenário desencadeia um ambiente tóxico e hostil no colégio, onde geralmente os professores acabam ficando de mãos atadas.
Os professores são obrigados a seguir um cronograma totalmente antiquado para lidar com adolescentes em constante transformação e que, ao mesmo tempo, são bombardeados de influências que confundem suas mentes, fazendo-os achar na violência e satisfações imediatas um modo de extravasar todos seus sentimentos reprimidos. Isso aliado a um sistema que visa apenas criar jovens para entrar na faculdade e não os ensinarem a pensar, só piora o quadro…
"Detachment" (título em inglês do filme), significa desapego, distanciamento, indiferença. É sobre isso que o filme se trata, do vazio, da luta e fuga diárias, da complexidade da vida, dos sentimentos, das relações sociais. Por meio de um roteiro cru e provocativo, uma fotografia exemplar, com direito a distanciamento da câmara e atuações incríveis; Adrien Brody somente com o olhar diz muita coisa. "O Substituto" é um tapa na cara de nós telespectador, nos emerge em uma reflexão sobre a vida, suas dificuldades e o nosso caminhar, muitas vezes distanciados.
O filme consegue tratar da depressão de forma fantástica, onde muitos acham que é uma doença que remete à tristeza, mas, na verdade, é muito mais a indiferença. E o protagonista é indiferente de início, mas é muito do discurso. Ele não é vazio como diz ser. Também vale salientar que o filme não conta só uma história, mas também aborda problemas de todo o corpo docente e discente.
Assistido em 1 de março de 2024 Minha avaliação: 7,5/10
Nazismo, racismo, ódio, violência, intolerância, assassinatos, maldade, crueldade, caos, etc. "A Outra História Americana" conta a história do conflito e a guerra entre brancos e negros, onde dois irmãos brancos decidem entrar na gangue de racistas 'skinheads'. O filme revela o poder avassalador da influência familiar, mostrando como uma simples conversa pode mexer com a cabeça de uma pessoa, a ponto de ter visões e pensamentos distorcidos sobre a sociedade de seu país.
Ao longo da história da sétima arte, foram lançados diversos filmes sobre racismo, mas "A Outra História Americana" certamente é um dos poucos a ser imparcial e mostrar os dois lados da moeda. E isso mesmo! Você pode chorar, espernear e dar chilique; o racismo inverso existe sim e é fato! E isso fica provado em muitas cenas desse filme. Com certeza o filme teve ousadia e coragem na sua abordagem sobre um tema sensível, dando um belo tapa na cara na hipocrisia da sociedade.
A montagem desse filme é puro esmero e merece ser enaltecida, foi muito bem-feita, com muita criatividade e inteligência. A diversificação do preto e branco com o colorido ajuda o telespectador a pegar cada detalhe das camadas da história do filme, em uma narrativa não-linear bem peculiar. O filme em paralelo conta a história de passado e presente do protagonista Derek Vinyard com muito êxito.
Edward Norton foi um ator brilhante nos anos 90, ele está entre os melhores atores dessa época maravilhosa do auge do cinema estadunidense, sendo extremamente difícil de acreditar que ele nunca ganhou um Oscar. Ele se destacou muito nessa década com pelo menos três filmes de alto nível, foi esnobado pela academia? Claro que sim! Aqui ele atuou bem demais! Convencendo tanto na fase de criminoso, quanto na sua fase de arrependimento e recomeço. Derek Vinyard na minha opinião é o seu principal, maior e melhor personagem da carreira.
Edward Furlong estava em ascensão como ator, na época era bem novo, mas mesmo assim já emplacava dois filmaços na carreira. Infelizmente ele teve sérios problemas com álcool e drogas, isso acabou comprometendo o restante de sua carreira. A partir do século XXI praticamente não teve mais oportunidades em grandes filmes. Um iminente fim de carreira precoce para um ator que tinha um futuro promissor.
"A Outra História Americana" é cinema underground puro! Com diálogos afiadíssimos, frases inesquecíveis e viscerais, personagens profundos e cenas para causar muitas reflexões. O roteiro objetivo, cru e realista; se mistura com uma bela edição e uma bela cinematografia. Esses três fatores nos fazem ficar sem piscar por um minuto sequer, de tão bem-feito que é! Principalmente na parte cinematográfica, onde o uso da câmera lenta é usada de maneira espetacular, nos fazendo digerir lentamente as cenas mais impactantes.
O filme é bastante original, sem papas na língua, objetivo, cru e realista; sendo bastante honesto nas suas mensagens e lições. Um filme de conteúdo precioso, indispensável em qualquer bom debate, seja ele em uma roda de amigos, ou em um ambiente escolar. Por fim, de um modo simplesmente irretocável, "A Outra História Americana" deixa bem claro que o racismo é pura tolice! E jamais conceberá algo benéfico para a sociedade. A maneira como tudo foi construído, atuado e dirigido faz a experiência ser bastante dolorosa e marcante.
Assistido em 24 de fevereiro de 2024 Minha avaliação: 9,0/10
Tenho uma grande admiração pelos trabalhos de Frank Darabont, um verdadeiro mestre em adaptações de obras literárias de Stephen King, eles formaram uma dupla que deu uma grandiosíssima contribuição para a história do cinema. Não é exagero algum afirmar que Frank Darabont está quase no mesmo patamar dos diretores mais renomados de todos os tempos, mesmo com uma filmografia pequena. O Oscar poderia se redimir lhe entregando um Oscar honorário, seria o mínimo que a academia poderia fazer para minimizar a vergonha de não ter dado sequer um prêmio para "Um Sonho de Liberdade" e "À Espera de Um Milagre".
Infelizmente, "O Nevoeiro" foi o último filme dirigido por Frank Darabont, para mim é um grande mistério ver como sua carreira não decolou após os anos 90, acredito que exista uma má vontade de Hollywood em financiar seus filmes. Ou simplesmente Darabont desistiu da carreira de cineasta, que na minha opinião não faria sentido; prefiro acreditar que Hollywood não dá mais espaço para ele. É uma pena que muitos diretores de verdade não são valorizados por Hollywood, isso é um dos motivos que explica a crise que o cinema estadunidense vem enfrentando nos últimos anos.
Gostei da dinâmica desse filme, aonde boa parte se passou em um único ambiente, mas isso não foi um empecilho para o andamento do longa. "O Nevoeiro" conta com bons acontecimentos, que gradativamente vai deixando a situação cada vez mais tensa, caótica e desesperadora para os sobreviventes do local. Numa ambientação de suspense e mistério muito bem criada e desenvolvida.
"O Nevoeiro" está repleto de elementos que transitam entre o sobrenatural e psique humana. No caso deste filme, o brilhante roteiro de Frank Darabont explora as nuances impostas por um encarceramento de pessoas abrigadas em um mercado, de diferentes personalidades que fazem frente ao desconhecido imposto pelo recém-chegado nevoeiro misterioso.
Os conflitos psicológicos, as dúvidas e a exaltação baseados no fundamentalismo religioso explora lados da mente humana que surgem após situações complexas, que deixam muitas vezes as pessoas reféns de si mesmas por não saberem como conduzir seu passo seguinte. As dúvidas e decisões tomadas sempre geram consequências, que podem variar dependendo muito da falta de reflexão individual em prol do coletivo, tendo um aspecto real implicado de forma coesa e brilhante no enredo que mistura realidade subjetiva e ficção.
O filme ficou bastante conhecido pelo seu desfecho corajoso, original e fora dos padrões de Hollywood. Realmente, ao me deparar com o final, posso afirmar que se trata de um dos finais mais fudidos, angustiantes, chocantes, cruéis e surpreendentes do terror. Graças a ousadia e personalidade de Frank Darabont, temos um raro caso em que o final de um filme supera o do livro, tanto é que King aprovou! "O Nevoeiro" é desgraçamento mental e terror psicológico na sua mais pura autenticidade. Frank Darabont é simplesmente o homem que nunca errou! Eu venero esse cara.
Maratona Frank Darabont Assistido em 19 de fevereiro de 2024 Minha avaliação: 8,5/10
Assim como no filme "Um Sonho de Liberdade", meu primeiro contato com "À Espera de Um Milagre" também foi pelo SBT dos anos 2000 (saudades da melhor época da emissora). Assisti com meus pais e foi muito gratificante acompanhar essa belíssima história emocionante em família. Minha mãe é bastante religiosa, com a temática do filme nem é preciso ser vidente para saber que ela chorou litros com o desfecho dessa obra. Realmente este filme é um dos mais tocantes e emocionantes de todos os tempos!
Frank Darabont não se abateu com a baixa bilheteria de seu filme antecessor, resolveu adaptar novamente uma obra de Stephen King para às telonas do cinema, onde mais uma vez a história se desenrola numa prisão. A diferença aqui é que os detentos são todos sentenciados a pena de morte por eletrocutamento. Darabont em uma direção primorosa, fez de "Um Sonho de Liberdade" um dos melhores filmes da história do cinema, aqui ele repete a fórmula da sua obra anterior e de novo, consegue fazer uma obra-prima irretocável! Me atrevo a dizer que "À Espera de Um Milagre" é ainda melhor que "Um Sonho de Liberdade". São dois filmes espetaculares que se complementam.
O filme conta a história de um prisioneiro sentenciado a pena de morte, por supostamente ter estuprado e matado duas garotinhas, às provas eram insuficientes, mas mesmo assim a justiça o condenou. Lembra muito "Um Sonho de Liberdade", só que aqui a amizade retratada é entre um guarda de prisão com um prisioneiro e, o peso emocional da história é bem mais elevado, com mais intensidade, mais revoltante e bastante triste. Principalmente pelo seu desfecho injusto e cruel. A morte de John Coffey — homem que só praticava o bem — com certeza está entre às mais dolorosas da história da sétima arte.
Nem preciso de muitos argumentos para falar sobre Tom Hanks: "Filadélfia"; "Forrest Gump: O Contador de Histórias"; "O Resgate do Soldado Ryan" e "À Espera de Um Milagre". O homem foi simplesmente o dono dos anos 90, além de ter ganhado dois Óscares de forma consecutiva, um feito raríssimo na história da premiação. Tom Hanks é um dos atores mais queridos entre todos de Hollywood, com uma das melhores carreiras da história do cinema. Como ator, não é exagero nenhum afirmar que ele é um dos melhores de todos os tempos!
O já falecido Michael Clarke Duncan surpreendeu o mundo todo! Numa atuação de se tirar o chapéu e de ser aplaudida em pé! Ele conseguiu o impossível: se destacar mais do que Tom Hanks, mesmo com menor tempo em tela. O mais impressionante ainda é que o ator tinha bem pouca experiência na época, foi um daqueles atores meios que descobertos do nada, quando teve a oportunidade de brilhar, não a desperdiçou. Achei uma baita injustiça ele não ter ganho o Oscar de melhor ator coadjuvante, já que seu personagem é um dos mais marcantes e inesquecíveis da história do cinema, numa atuação que comoveu a todos! Falar de injustiça no Oscar é chover no molhado, esse é apenas um de tantos outros absurdos e crimes cinematográficos que a academia cometeu em sua história.
Algumas pessoas usam a desculpa de que "Um Sonho de Liberdade" não ganhou nenhum Oscar porque disputou com outros dois grandes filmes de muito peso cultural, isso até pode ser verdade… Era a chance de ouro do Oscar se redimir com Frank Darabont, porém a academia simplesmente ignorou seu trabalho e sua contribuição para a história da sétima arte (de novo). Aqui a subestimação e esnobação foi ainda mais grave que no caso do filme antecessor, pois "À Espera de Um Milagre" é muito mais filme que todos os seus concorrentes na disputa do Oscar, incluindo o vencedor fajuto de melhor filme "Beleza Americana", que não chega nem aos pés do filme do Darabont. Até "O Sexto Sentido" (que corria por fora) se tivesse ganhado, teria sido menos absurdo que o filme do Sam Mendes.
A direção de Frank Darabont, mais uma vez, é estupenda e irretocável! O diretor, com muita sabedoria e talento, fez um resumo perfeito do livro de Stephen King, adaptando somente o necessário para a linguagem cinematográfica. São três horas de projeção com uma ótima fluidez, cenas dinâmicas e roteiro esplêndido! Foram simplesmente às três horas mais bem gastas em toda minha vida com um filme! Fiquei o tempo todo preso a história, impactado e hipnotizado; tamanho a qualidade artística de mais uma obra-prima do mestre Frank Darabont. Aliais, o cineasta nem sequer foi indicado a melhor diretor por este filme, já estou começando a suspeitar que Darabont comeu às mulheres e mães de geral dos membros da academia. 😂🤣
Frank Darabont escreveu definitivamente seu nome na história do cinema, para mim se tornou um dos melhores diretores de todos os tempos, mesmo com uma filmografia pequena. Aqui ele provou que qualidade é muito mais importante que quantidade, colocando muitos cineastas famosos e queridinhos por Hollywood para mamar, inclusive muitos que já ganharam Oscar.
"À Espera de Um Milagre" é um filme mais que especial, ele valoriza a bondade do ser humano, sendo um exemplo perfeito de que devemos praticar o bem sempre! Não importando a situação. A obra é recheada de momentos que tocam o coração e dilaceram a alma dos telespectadores, em um longa-metragem grandiosíssimo e arrebatador em sua execução. Já se passaram mais de duas décadas de seu lançamento, e simplesmente ninguém conseguiu realizar algo parecido, que esteja no mesmo nível de perfeição deste filme!
Maratona Frank Darabont Revisto em 19 de janeiro de 2024 Minha avaliação: 10/10
Vi este filme pela primeira vez no Cine Belas-Artes do SBT, foi uma experiência tão satisfatória e especial, que esta obra foi a responsável por abrir a minha mente para filmes que eu não tinha gosto de assistir. Na adolescência eu era muito preso a somente filmes de ação, terror e comédias voltados ao entretenimento. “Um Sonho de Liberdade” conseguiu mudar minha mentalidade, me apresentando o mais puro e autêntico cinema de verdade.
O filme conta a história de um homem bem-sucedido financeiramente, que acabou tendo sua vida destruída devido a uma sentença injusta de prisão perpétua, onde foi declarado culpado pela morte de sua esposa e amante. Andy Dufresne (Tim Robbins) é um baita azarado! Além de ser corno, ainda teve a sua liberdade violada por um crime que não cometeu. Na prisão, sofreu com violências físicas e psicológicas, mas aguentou tudo bravamente, mantendo a sanidade, não perdeu a esperança e principalmente, continuou focado no seu objetivo.
Acredito ser impossível não se sensibilizar e ter empatia pelo protagonista. Andy Dufresne é um dos personagens mais carismáticos e simpáticos da história da sétima arte, não é à toa que é um dos mais queridos por boa parte do público. Tim Robbins é um dos atores mais desvalorizados de Hollywood, mesmo ganhando o Oscar de ator coadjuvante pelo filme “Sobre Meninos e Lobos” (2003). No entanto, aqui ele sequer foi indicado a melhor ator, particularmente achei isso um absurdo! Pois foi graças ao ator que o filme funcionou perfeitamente, sem ele no elenco, as chances de “Um Sonho de Liberdade” ter sido um filme comum seriam altas.
Morgan Freeman também dá um show de interpretação, seu personagem é o que narra a história do filme. Eu particularmente gosto muito desse estilo de narrativa em 1ª pessoa (quando o personagem que está narrando participa da história). Na minha concepção, essa maneira de se contar uma história é um diferencial benéfico para os filmes, traz mais clareza sobre o que o roteiro quer passar para o telespectador. Morgan Freeman e Tim Robbins fazem uma baita dupla de respeito, seus personagens constroem uma amizade singela e verdadeira, encantando a todos nós com facilidade; em uma história inspiradora e magnífica de superação e perseverança.
“Um Sonho de Liberdade” teve o azar de ter pego concorrência de alto nível nos cinemas, isso explica um dos motivos para ter fracassado nas bilheterias, Frank Darabont ainda estava escrevendo seu nome na história do cinema, isso também é um fator a ser considerado. Entretanto, o filme foi um fenômeno nas locadoras e televisão aberta, caiu nas graças do telespectador e com o tempo foi ganhando o reconhecimento que merece, a ponto de ser atualmente o top 1 de mais bem avaliado do IMDB, com média impressionante de 9,3/10.
Frank Darabont adaptou com perfeição a obra de Stephen King, com certeza é uma das melhores adaptações literárias já feitas para o cinema. O cineasta mostrou toda a sua maestria e talento como diretor, principalmente pela aptidão de fazer seu elenco ter o máximo de entrega possível em seus respectivos papéis. Novamente preciso fazer uma menção desonrosa ao Oscar, pois é inacreditável que Frank Darabont não tenha ganho ao menos um Oscar de melhor diretor ou roteiro. Aqui temos um exemplo contundente de que o Oscar não tem critérios bem estabelecidos para suas premiações, tampouco credibilidade, cada vez mais a academia vai ficando com sua reputação comprometida.
Por mais que tenha concorrido o Oscar com outros dois grandes clássicos de peso, (“Forrest Gump: O Contador de Histórias” e “Pulp Fiction: Tempo de Violência”), acho inadmissível “Um Sonho de Liberdade” não ter ganho pelo menos um Oscar nas categorias principais. Num mundo justo este filme teria no mínimo umas cinco estatuetas, com certeza é um dos principais filmes mais esnobados da história da premiação. Hollywood está em uma dívida eterna com Frank Darabont e dificilmente a pagará.
Por fim, “Um Sonho de Liberdade” é um excelente filme sobre redenção e o cultivo da esperança em condições adversas e absurdas, tendo como pano de fundo um dos piores lugares legalizados para seres humanos viverem. Além de retratar a história de amizade sincera mais linda já vista da história do cinema, com uma das melhores e mais satisfatórias cenas finais de todos os tempos! Em uma obra-prima de grandes lições, sendo algo para se levar no coração e tomar como exemplo para o resto da vida!
Maratona Frank Darabont Revisto em 13 de janeiro de 2024 Minha avaliação: 10/10
É com esta simples frase que "Sepultado Vivo" se tornou um filme marcante e visceral em sua época, sendo figurinha carimbada nas tardes e noites do saudoso SBT do início dos anos 2000. Foi um filme que me assustou e deu bastante medo, pois tive meu primeiro contato com ele na época em que eu era criança. É simplesmente uma pérola da sétima arte e um clássico imortalizado na TV aberta.
O filme foi de baixo orçamento e de poucos recursos, ele foi produzido e lançado diretamente para a televisão. "Sepultado Vivo" foi o primeiro longa-metragem dirigido por Frank Darabont, apesar das limitações técnicas, ele conseguiu desenvolver um ótimo suspense tenso e literalmente sufocante. Parece que é uma regra; de que todo grande diretor começa por baixo.
A trama gira em torno de um relacionamento marcado por ingratidão; insatisfação; decepção; mentiras; traição e ganância, com revelações chocantes e bombásticas! Joanna é uma das vadias mais inescrupulosas, dissimuladas e sem coração da história da sétima arte; Jennifer Jason Leigh arrasou demais em sua personagem, num daqueles papéis que marcam a carreira para sempre!
Filme que funciona perfeitamente para o ditado: "aqui se faz, aqui se paga". O amante da Joanna morreu com a própria toxina que pretendia matar a Joanna, para ficar com todo o dinheiro somente para ele. Já a Joanna acabou sendo enterrada viva pelo ex-marido, que optou por se vingar na mesma moeda.
"Sepultado Vivo" é um filme curto e direto, mostrando um exemplo de que o ser humano é capaz de tudo por dinheiro, indo até às últimas consequências para obtê-lo. Frank Darabont, na época não era muito conhecido e nem tinha experiência, mesmo assim, já dirigia com competência e guiava seu elenco com maestria.
Maratona Frank Darabont Revisto em 8 de janeiro de 2024 Minha avaliação: 7,0/10
"Missão: Impossível" é uma das melhores e mais longevas franquias de ação da história do cinema, que começou com filmes simples e foi melhorando cada vez mais ao longo de suas continuações. A direção de Christopher McQuarrie fez muito bem para a franquia, ele conseguiu estabelecer uma fórmula super bem-sucedida, sendo um dos principais responsáveis pela franquia envelhecer como um bom vinho. O diretor estabeleceu um equilíbrio perfeito entre cenas de ação e roteiros bem escritos, onde poucos filmes atuais de ação conseguiram valorizar ambos os quesitos.
Pela segunda vez consecutiva, Tom Cruise crava o melhor filme de ação do ano ("Missão: Impossível 7" empatado com "John Wick 4"), não é por acaso que atualmente ele é o maior astro dos filmes de ação, além disso, sem usar dublês em suas cenas. Isso faz toda a diferença, com realismo e sensação de perigo maiores e mais convincentes, em relação a outros filmes semelhantes à saga. Christopher McQuarrie e Tom Cruise formam uma dupla dinâmica perfeita, colocando a franquia em outro patamar!
Este filme é simplesmente ótimo! Pois é um dos poucos de seu gênero que teve um cuidado especial no roteiro, sendo muito difícil de ver um filme de ação caprichar nesse quesito, ele é tão bom quanto suas cenas de ação. Quando um filme de ação consegue animar o telespectador com uma boa história, ele automaticamente entra numa lista seleta de filmes definitivos do gênero. Temos uma temática atual abordada de forma inteligente e fluída, que levanta debates sobre o futuro da humanidade.
Logo de cara o filme já causa uma boa impressão, com uma trama cheia de camadas e detalhes que fazem toda a diferença, prendendo a atenção do telespectador do início ao fim. Tudo isso graças a uma premissa interessante; envolvente; inteligente e divertida, que entrega tudo de necessário que a arte do cinema exige. Às produções de Missão Impossível sempre foram impecáveis! E aqui não foi diferente, sempre preocupados em entregar o melhor para o público e aqui eles se superaram, com cenas incríveis em todos os momentos cruciais do filme.
Gostei demais do arco desse novo vilão, um homem misterioso que tem ligação com o passado do Ethan Hunt, por causa disso, ele consegue desestabilizar o agente. O cara é extremamente meticuloso, calculista e inteligente, estando quase sempre há um passo à frente da equipe IMF. É um dos principais motivos do filme ser tão ótimo e certeiro em suas ideias, sendo uma das poucas franquias que vai ficando melhor e mais empolgante a cada novo filme lançado.
Já assisti a todos os filmes da franquia, por enquanto acho os dois últimos lançados os melhores da saga, mas continuo devendo uma maratona continua de "Missão: Impossível", para poder decidir com mais convicção qual é o melhor filme. O certo é que "Fallout" e "Acerto de Contas" impressionam pelo apuro técnico e artístico de suas produções, entregando tudo que se espera de um filme voltado ao entretenimento. Além disso, "Missão: Impossível 7" faz um alerta global sobre possíveis consequências dos avanços desenfreados da inteligência artificial.
Infelizmente o filme fracassou nas bilheterias, acabou pegando concorrência pesada durante sua exibição nos cinemas, além de ter sofrido um possível boicote nas salas IMAX. Para mim, foi um dos maiores pecados cinematográficos já registrados em relação às arrecadações, pois o filme passou muito longe de merecer o prejuízo que teve, agora é ficar na torcida para que isso não afete negativamente a sequência desse filme.
Assistido em 24 de outubro de 2023 Minha avaliação: 9,0/10
Mais um filme padrão Netflix que faz um CTRL C + CTRL V de franquias famosas de ação e espionagem, algo bastante comum que vêm acontecendo nos streamings, são muitos filmes lançados, mas a maioria genéricos e sem originalidade. É o caso de "Agente Stone", mesmo assim, estava gostando bastante do filme, a ponto de questionar sua baixa reputação com o público, mas tentaram surpreender o telespectador com um plot twist manjado e, a partir disso, o filme começou a cair no meu conceito…
"Agente Stone" começou muito bem, partindo logo para a ação e mostrando que ia ser um filme super movimentado e empolgante. Entretanto, às coisas mudaram de rumo, com o filme ficando previsível e extremamente forçado em algumas partes, principalmente com a tecnologia apresentada pelo enredo do filme. Algumas cenas de ação são até bacanas, mas nada que seja marcante e que já não tenha sido visto em outros filmes de sucesso de seu gênero.
Depois que o plot twist vêm a tona, o personagem do Jamie Dornan passa a dividir o protagonismo com a Gal Gadot. Achei isso uma péssima ideia, já que para mim esse Jamie Dornan é um dos piores atores de sua geração, além de sua filmografia ter praticamente só porcarias. Fico irritado de ver tantos atores talentosos com poucas oportunidades no cinema, enquanto isso atores pífios e fracos ganham fama ano após ano…
Gal Gadot foi uma incógnita para mim neste filme, não tenho nada a criticar e tampouco a elogiar sobre sua atuação, com isso, não tenho ideia se ela terá futuro em filmes de ação como personagem principal. Com exceção de "Mulher-Maravilha" (2017), acho que ainda há alguns pontos que ela pode melhorar para convencer como protagonista, por exemplo: suas poses como durona, que aqui achei forçado.
Por fim, "Agente Stone" é um filme clássico de streaming, neste caso, nem muito bom e tampouco, nem muito ruim. É uma boa escolha quando não se encontra nada melhor para assistir, sem criar muitas expectativas, funciona como um passatempo agradável e divertido para quem não é muito exigente com os roteiros de filmes de ação. Mas pode incomodar aqueles telespectadores que presam pela originalidade e criatividade.
Assistido em 21 de outubro de 2023 Minha avaliação: 6,5/10
Quem me conhece bem sabe que sou um paga pau do cinema asiático, principalmente dos Sul-Coreanos, que para mim é o país, na atualidade, que mais cresce no cinema. Creio que já mencionei isso em outros comentários, mas não canso de falar: se o cinema da Ásia tivesse o mesmo poder de investimento de Hollywood e um maior alcance de popularidade global, deixaria os americanos no chinelo em todos os quesitos cinematográficos.
Este filme passou longe do melhor que o cinema da Coreia têm a oferecer, pois é uma produção feita diretamente para streaming, e a falta de orçamento é bastante visível durante todo o filme. Mesmo assim, é uma obra muito estilosa, com ambientações e cenários de muito bom gosto estético, além da trilha-sonora bacana e adequada para um filme neo-noir.
"A Bailarina" é um filme bastante simples e comum, mas bem funcional, dinâmico, envolvente e direto ao ponto. Entrega exatamente o que a premissa propõe, apesar de ter faltado aquele algo a mais para o desfecho do filme. A luta da protagonista com o vilão poderia ter tido uma edição melhor, com menos cortes por parte da direção.
Temos mais um filme coreano que honra às tradições do país, com estilo próprio e sem frescuras em relação à violência explicita. Peca por ter poucas cenas de ação e por ficar devendo um 2º round entre a protagonista e o vilão, também há uma falta de lógica em relação ao vilão secundário e seu desfecho. Entretanto, mesmo com alguns problemas, o filme entrega um entretenimento básico, com a boa e velha história de vingança que eu tanto adoro!
A franquia John Wick segue rendendo bons frutos, pois aqui temos a versão feminina do personagem, que atira primeiro, pergunta depois e é de poucas ideias rsrs. Espero que a Netflix seja inteligente; mantendo a boa parceria com o cinema sul-coreano, pois quase sempre sai coisa boa de lá, mesmo que em muitos casos os recursos disponíveis não sejam suficientes.
Assistido em 17 de outubro de 2023 Minha avaliação: 7,0/10
O diretor Sam Hargrave parece que terá um futuro promissor, ele sabe como poucos dirigir filmes de ação com extrema qualidade, mesmo com pouca experiência, mas o fato dele também ser dublê o ajuda muito a entregar um trabalho acima da média, principalmente nas partes das lutas. Me atrevo a dizer que ele está quase chegando no mesmo nível do Chad Stahelski (diretor dos filmes John Wick), já que ambos gostam da câmera fixa e planos sequência, sendo assim, acredito que Hargrave se espelha muito nos trabalhos de Stahelski, já que ambos possuem características de direção semelhantes.
Esta continuação de "Resgate" mantém o padrão do que vimos no filme antecessor, sendo um filme bem simples e previsível, porém bem executado, em uma obra recheada de ação do início ao fim. Me agradou bastante como o filme foi feito, com bastante cenas de ação bem diversificadas; temos de tudo um pouco: lutas; armas brancas; tiroteios; perseguições em veículos; trem; helicóptero e às clássicas destruições e explosões que moldam o gênero.
Chris Hemsworth surpreende e está muito dedicado no papel de brucutu de poucas ideias, até acho que ele substituiu bem os clássicos atores casca-grossa dos anos 80 e 90, não a ponto de marcar uma geração inteira, mas bom! Com certeza um respiro para o ator, já que destruíram o seu principal personagem da carreira em "Thor: Amor e Trovão", e ele mesmo já sinalizou que só volta a reprisar seu personagem, se o Thor ganhar um tom mais sério.
Ao contrário do filme antecessor, dessa vez, souberam investir em um vilão mais durão, daqueles sem escrúpulos e muito FDP! Nesse ponto, a continuação foi muito superior ao primeiro. Temos mais um caso em que o basicão cem por cento focado no entretenimento continua funcionando, basta fazer a coisa certa e bem feita para o público certo. Para quem gosta de ação e gostou do primeiro filme, provavelmente irá gostar desse também! "Resgate 2" têm pouquíssimos erros e às cenas mais absurdas são aceitáveis.
"Top Gun: Maverick"; "John Wick"; "Resgate 1 e 2", entre outros... reforçam o que o público quer consumir como entretenimento. A galera já está cansada desses novos moldes de se fazer cinema, com muita panfletagem identitária e ideológica, que tomou conta da cultura pop nos últimos anos. Os filmes acima citados alimentam a esperança de termos definitivamente a volta da testosterona no cinema, além de uma possível redução na quantidade de filmes wokes produzidos.
Boa Marvel, antes tarde do que nunca né. Finalmente! Após ter decepcionado os fãs com tantas porcarias e produções medianas da fase 4, a Marvel volta a acertar a mão em um filme, já estava na hora! "Guardiões da Galáxia Vol. 3", consegue ser quase tudo que se espera do universo estendido do estúdio, com qualidade técnica acima da média, humor na medida certa e personagens em sintonia.
Que diferença absurda faz um diretor competente no comando de um filme da Marvel. Acredito que esse seria o caminho certo para a Marvel voltar aos tempos de auge, mas primeiro precisam mudar essa política de quase sempre contratar diretores de 5ª categoria para seus filmes. No entanto, a situação é complicada, pois os irmãos Russo não devem mais retornarem para a Marvel, e James Gunn agora é da DC.
Existe uma linha tênue entre a alegria e a tristeza neste filme. Apesar de focar em divertir às pessoas com a comédia habitual de seus personagens, o roteiro do filme é bem dramático, com foco no passado de Rocket Raccoon. Gostei bastante das alfinetadas que o enredo deu aos laboratórios que fazem experiências científicas e testes em animais, para mim, não passa de crueldade. Deveriam usar detentos que cometeram crimes graves (assassinato, estupro, etc.) como cobaias, na minha visão, seria mais justo e ético. Mas é claro que os direitos humanos não permitiriam isso…
A carga dramática e o peso emocional da história foram o grande fator surpresa para esse fechamento de trilogia, sendo um dos filmes de super-heróis mais emocionantes da história! Ao contrário da maioria do público, não sou um grande admirador do filme antecessor, mas essa terceira parte é inquestionável; com boas cenas de ação, ótimos efeitos visuais, narrativa ágil e dinâmica, além de envolver e prender a atenção do telespectador com facilidade.
Há alguns deslizes e alguns pontos que poderiam ter sido melhores. O personagem Adam Warlock poderia ter sido melhor aproveitado, acho que teve muito pouco tempo em tela, foi quase um figurante. É um novo personagem com potencial para o futuro do MCU, seria interessante a Marvel apostar nele para mais filmes.
Por fim, a Marvel conseguiu salvar seu ano com pelo menos um filme, e minimizar um pouco a insatisfação dos fãs com suas obras atuais. "Guardiões da Galáxia Vol. 3" é um filme diferenciado, que consegue entreter e emocionar na mesma proporção, feito que não se vê na maioria dos filmes pipocas de Hollywood. James Gunn ditou o ritmo de um encerramento de ciclo digno e satisfatório para os Guardiões da Galáxia, além também de ser um dos melhores filmes do MCU pós "Ultimato".
Assistido em 3 de outubro de 2023 Minha avaliação: 8,0/10
Em 2022, a Marvel na minha opinião teve o seu pior ano disparado, onde na minha visão: "Cavaleiro da Lua"; "Thor: Amor e Trovão" e principalmente "Mulher-Hulk: Defensora de Heróis", foram os responsáveis pelo ano ruim do estúdio. Com somente "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura" se destacando positivamente e sendo uma obra acima da média do que o MCU costuma a oferecer atualmente, muito disso, devido a ótima direção de Sam Raimi.
Comparado com a saga do infinito, a fase 4 da Marvel ficou bem abaixo das expectativas de fãs e telespectadores casuais do MCU. "Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania", deu início a fase 5 do universo compartilhado, com a esperança dessa nova fase trazer melhorias para a saga do multiverso, mas passou longe disso acontecer. O filme é mais do mesmo, sem originalidade, preguiçoso e ainda apresenta pioras do que já estava ruim. Nem mesmo a presença de "Kang, o Conquistador", foi o suficiente para dar rumos melhores a história do filme.
Este filme é uma mistura tosca de "Star Wars" com "Pequenos Espiões", sendo que para mim, a franquia do Robert Rodriguez é uma das piores da história do cinema, obviamente que essa ideia aplicada no filme não prestaria. O filme é estranho; gosmento; nojento e muito bizarro, mas no pior sentido das palavras citadas, com sua meia hora inicial de projeção chata de se acompanhar e totalmente inútil! Somente a dinâmica da relação entre Janet (Michelle Pfeiffer) e Kang (Jonathan Majors), traz uma certa eficácia a obra. O resto é digno de ser amassado, rasgado e jogado na lata do lixo!
Que péssima ideia de transformarem a filha do protagonista em uma super-heroína, e pior ainda foi ver a Vespa praticamente de figurante, para perder o papel de principal coadjuvante para a filha insuportável do Scott Lang. A Marvel abraça suas cagadas com gosto! Ainda por cima, acabaram com o visual da Hope Van Dyne, com um cabelo curto horroroso! Com isso, acabaram destruindo a feminidade da personagem, que estava muito melhor nos filmes antecessores.
Os efeitos visuais da Marvel pós "Vingadores: Ultimato", vêm deixando a desejar na maioria de seus filmes, mas aqui eles conseguiram se superar negativamente. O visual do M.O.D.O.K. foi a coisa mais vexatória, ridícula e malfeita de toda a história da Marvel! Meus olhos sangravam e não acreditavam no que estavam vendo... Às outras partes desse quesito não é comprometedor, mas com esse desleixo do personagem citado acima, fica imperdoável a falta de comprometimento da produção em entregar algo minimamente aceitável.
Jonathan Majors se esforçou e fez o que pode para entregar um personagem bacana, mas o roteiro do filme não o ajudou muito. Vilão principal da saga do multiverso; acabou ficando mal desenvolvido e, apesar de ser muito poderoso, não causa a mesma sensação de perigo de Thanos visto em "Vingadores: Guerra Infinita". Fiquei com a impressão que o personagem foi extremamente nerfado para este filme, e isso não é bom para o futuro do personagem…
Talvez seja o filme do MCU mais decepcionante até agora… Não é ousado, boa parte da ação é pura galhofa, principalmente no ato final e claro, com a fórmula de comédia extremamente desgastada que praticamente ninguém gosta mais! (a piada dos buracos é constrangedora!). Está na hora da Marvel dá uma reformulada urgentemente em seu Universo, caso contrário, pode nem conseguir concluir a saga do multiverso. "Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania", conclui a pior trilogia de super-herói do MCU.
Assistido em 30 de setembro de 2023 Minha avaliação: 4,5/10
"Pantera Negra" foi o filme de origem de personagem do MCU a ser o mais bem-sucedido na bilheteria global, ultrapassando facilmente a barreira do bilhão. Os números de arrecadação são impressionantes, levando em conta que o personagem "Pantera Negra" não é um dos mais populares da Marvel, mesmo assim lotou às salas de cinema no mundo todo! Principalmente na bilheteria doméstica, se consagrando como uma das maiores da história dos EUA. Acredito que seu sucesso se deve a representatividade inteligente, sem ser forçada e principalmente sem vitimismo, além do elenco competente e talentoso!
Durante às gravações de "Pantera Negra" (2018), o ator Chadwick Boseman já estava doente, mas na época praticamente ninguém da mídia sabia disso, infelizmente o ator faleceu em 2020, decorrente de um câncer de cólon. Com isso, a Marvel ficou com um baita problemão para resolver: como fazer uma sequência do filme "Pantera Negra" sem o protagonista T'Challa? Bem... Os roteiros atuais da Marvel não costumam ser o grande destaque de seus filmes, imagina então quando eles precisam reinventar todo um planejamento já definido... Obviamente que a continuação do filme passaria longe de superar o original.
Temos um filme que fala sobre luto e superação, mas principalmente sobre a continuidade da vida. Sobre como os desafios de viver e de existir atropelam ou se impõem, algumas vezes, sobre as nossas dores e sofrimentos. Com um roteiro mais dramático que o padrão da Marvel, o filme pelo menos consegue ser mais "sério" que outras produções recentes do MCU, mas ainda assim, aparece aqueles momentos que a velha fórmula da Marvel dá às caras, ela é inevitável!
Não gostei muito da escolha da nova Pantera Negra, acho que a atriz Letitia Wright ainda não tem culhões para ser a protagonista de um filme dessa magnitude, além disso, é uma mudança muito brusca para a personagem Shuri e também, uma escolha muito óbvia da Marvel. Eventualmente a atriz pode melhorar sua performance em um possível terceiro filme, mas por enquanto não vingou.
O filme apresentou mais uma nova personagem: Coração de Ferro. Na minha visão também não convenceu, uma personagem extremamente sem carisma, com uma apresentação e desenvolvimento pífio. Não faria falta e diferença alguma se não tivesse participado do filme, para piorar ainda mais a situação, a usaram de alívio cômico erroneamente. Provavelmente por isso que sua série solo foi adiada ou cancelada (não sei), mas é certo que essa nova personagem está com o futuro incerto no MCU.
Não chega a ser de todo ruim, tem alguns pontos positivos que salvam o filme de ser um completo fiasco. A representatividade dessa sequência continua boa, e acredito que é um exemplo a ser seguido por Hollywood, com inclusão de personagens criados do zero e, não com mudanças de etnias forçadas e sem sentido, como no caso do filme: "A Pequena Sereia" (2023).
Sobre os efeitos visuais, dessa vez, a Marvel conseguiu entregar algo minimamente satisfatório, principalmente com às cenas da invasão de Wakanda. O Novo vilão Namor me agradou bastante, não conheço sua origem em relação a HQ, mas no filme mostrou ser um vilão que dá bastante trabalho, conseguindo fazer grandes estragos com facilidade. Entretanto, o desfecho do filme foi um pouco decepcionante, ficou fantasioso demais a maneira de como foi resolvido os conflitos da trama.
Enfim, "Pantera Negra: Wakanda Para Sempre" entrega um blockbuster na média das produções populares e de grande orçamento, mas há claras partes recheadas de embromações em sua narrativa, tornando-o um filme irregular. Tudo isso não tira os méritos da boa produção do filme, mesmo assim, é uma obra que passa longe dos anos de auge do MCU (2012-2019). No mais, destaco a homenagem bacana deixada a Chadwick Boseman.
Assistido em 24 de setembro de 2023 Minha avaliação: 6,5/10
Star Wars do Gareth Edwards, na minha opinião, foi o melhor filme de toda a saga, mesmo com personagens totalmente novos! O diretor conseguiu uma proeza em tanto com "Rogue One". Se neste filme ele seguir o padrão de qualidade de seu filme antecessor, pode emplacar facilmente um dos melhores filmes do ano, e também um dos melhores de seu gênero.
"The Flash" é o último lançamento da DC a fazer parte do Snyderverso, conjunto de filmes que contam com a participação do diretor Zack Snyder na produção. Os filmes são: "Mulher-Maravilha" (2017); "O Homem de Aço" (2013); "Batman vs Superman: A Origem da Justiça" (2016) e "Liga da Justiça de Zack Snyder" (2021). Com exceção do próprio filme do Flash, os outros dá para considerar tranquilamente como os melhores do DCEU (Universo Estendido da DC). Zack Snyder para mim é um ótimo diretor, irá fazer muita falta nos filmes futuros da DC.
Pegando carona na ideia da Marvel, a DC resolveu apostar na nostalgia, aplicando o conceito do multiverso em seu novo filme, só que de uma forma mais desorganizada e bagunçada. Sem sombra de dúvida, a melhor parte do filme são às cenas do Batman do Michael Keaton, acho bacana a volta de um personagem querido e clássico da antiga geração, após muito tempo, dar às caras novamente. Ainda assim, creio que faltou aquele algo a mais para sustentar a ideia central do filme.
A DC Comics parece que perdeu sua identidade e originalidade, deixando a parte sombria e características de suas principais obras de lado, para copiar a fórmula Marvel na cara dura! Usar o Ezra Miller de alívio cômico definitivamente não funcionou comigo, pois o ator nem é comediante. Com isso, o filme acabou ficando forçado com tantas cenas de comédia sem graça e completamente fora do tom, tirando todo o peso dos momentos mais dramáticos.
Outro problema bem evidente do filme é o CGI desleixado, principalmente na parte em que o Flash salva os bebês, numa sequência de cenas bem esquisitas, que entrega a fragilidade da parte técnica do filme, dando a impressão que faltou orçamento para a finalização dos efeitos visuais. Embora isso não esteja presente em todo o filme, esse problema do CGI ruim é bem preocupante, pois atualmente isso está ficando cada vez mais recorrente. Estamos numa era de 'Downgrade' de efeitos visuais, pois boa parte dos filmes atuais perdem feio para muitos filmes dos anos 2000 e, até mesmo para alguns dos anos 90, como, por exemplo: "Terminator 2".
O Ezra Miller até que atuou bem, não deve ser nada fácil atuar consigo mesmo em meio a tanta tela verde, uma pena que o ator na vida real seja bitolado das ideias e tenha tantos problemas pessoais e mentais. Talvez ele seja o principal motivo de "The Flash" ter fracassado nas bilheterias, afinal o ator tá envolvido em diversas polêmicas e mesmo assim passaram pano como se nada tivesse acontecido. "The Flash", o principal lançamento da DC do ano, é simplesmente o maior fracasso de bilheteria entre todos os filmes de super-heróis da história! Ligando o alerta para o futuro do subgênero.
Apesar dos inúmeros problemas, "The Flash" consegue cumprir com o básico de seu gênero que é entreter e ser um bom passatempo. Os efeitos visuais em alguns momentos até são aceitáveis e boa parte da ação até chega a empolgar, além de contar com boas aparições surpresas e uma homenagem bacana a história da DC Comics. No mais, "The Flash" é um bom filme pipoca e de sessão da tarde, porém com muitas ressalvas.
Difícil fazer uma análise com mais propriedade quando não se conhece absolutamente nada sobre o protagonista, também não sei nada sobre os outros personagens da Sociedade da Justiça. Provavelmente todos esses personagens fazem parte do terceiro escalão da DC, já que só agora ganharam a atenção do estúdio. Em meio a tantos filmes sobre o "Batman" já lançados, acho uma boa a DC diversificar um pouco e investir em personagens pouco conhecidos no mundo cinematográfico.
The Rock (Dwayne Johnson) foi a escolha perfeita para o papel de "Adão Negro", o ator caiu como uma luva no personagem, e combina muito bem com às principais características do Adão Negro de ser imbatível, indestrutível e destemido. The Rock não é um primor no quesito atuação, mas compensa a falta de talento natural com grande carisma e presença em tela como poucos.
Como filme de origem do Adão Negro, até gostei da apresentação e introdução do personagem, porém, achei a Sociedade da Justiça mal explorada e desenvolvida, obviamente não daria tempo de fazer algo mais abrangente em menos de duas horas. Para mim, o melhor personagem da liga foi o "Sr. Destino", e o que menos gostei foi o "Esmaga-Átomo".
O diretor Jaume Collet-Serra tentou imitar o Zack Snyder no estilo de direção, com o uso de slow motion, mas acho o Zack Snyder imbatível nesse tipo de recurso. Mas gostaria de ter visto uma direção com mais personalidade e estilo próprio, embora creio que sem o Zack Snyder a DC jamais irá voltar a ser o que era antes no início do universo estendido, já que considero os seus filmes os melhores do DCEU.
É verdade que este filme não tem nada de mais, é só mais um filme qualquer desse universo de super-heróis e vilões, que ganhou muita força e popularidade na década passada. No entanto, "Adão Negro" é um anti-herói com cara mais raiz e clássica que o normal, aquele típico personagem brucutu e de poucas palavras, que mais age do que fala. Apesar de o filme ter problemas e defeitos, ao menos não faz parte desses moldes atuais que infestam o cinema contemporâneo.
É uma pena que a DC se perdeu e virou uma bagunça generalizada, com demissões sem sentido e trocas de lideranças a todo instante. Com isso, a cena pós-créditos do longa ficou sem peso e totalmente flopada, algo que era para ser no mínimo empolgante se tornou algo broxante. Tudo graças a uma falta de planejamento e falta de consideração com os fãs.
"Adão Negro" é um bom filme pipoca, com muita ação, CGI ok e um bom passatempo de qualidade. Uma pena que faltou orçamento para dar mais profundidade a outros personagens, especialmente os membros da Sociedade da Justiça. Outros pontos também poderiam ter sido melhores, como o confronto final entre Adão Negro e Sabaac, que achei muito curto, apesar de a finalização ter sido épica!
Infelizmente o ator The Rock (Dwayne Johnson) foi demitido da DC logo no seu primeiro filme do estúdio, provavelmente isto ocorreu devido ao flop nas bilheterias e brigas internas. Acredito que foi mais uma decisão estúpida da DC, já que não consigo imaginar outro ator na pele de Adão Negro…
Eis um exemplo de filme que beira a perfeição, fazendo parte da minha seleta lista de filmes que não me canso de assistir. Descobri recentemente que o filme possui uma versão estendida titulada "Versão Skynet", com isso, arrumei uma boa desculpa para rever esse grandiosíssimo clássico, e claro que valeu muito a pena ver essa versão. Esse segundo filme da franquia "O Exterminador do Futuro" é simplesmente o masterpiece do cinema moderno e o pioneiro (paizão) do cinema blockbuster, sendo o principal responsável pela ascensão do subgênero nas bilheterias mundiais.
Méritos totais para James Cameron, que consegue melhorar o que já era ótimo e ser especialista em superar filmes originais, foi assim com "Alien: O Oitavo Passageiro"; superado por "Aliens: O Resgate", e aqui ele conseguiu de novo essa façanha com "O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final". Com isso, Cameron provou ser um diretor muito acima da média e definitivamente escreveu seu nome na história do cinema (mesmo com poucos filmes na época).
Na minha opinião, considero os anos 90 como a melhor década da história do cinema, e este filme é um dos principais motivos disso, apesar de muitos outros filmes também se destacarem como os melhores dessa década. No entanto, esse em especial consegue a proeza de ser nota dez em todos os quesitos cinematográficos (direção, roteiro, atuações, partes técnicas, etc.). Alguns se destacam mais pela beleza visual e efeitos, outros pelo entretenimento e outros pelo roteiro e atuações, mas "Terminator 2" simplesmente se destaca em tudo! Não há nenhum ponto fraco neste filme, ou algo que poderia ter sido melhor, simplesmente é um dos filmes mais perfeitos da história do cinema.
Ação na medida certa, efeitos visuais impressionantes, história envolvente e cativante, roteiro inteligente e relevante, personagens marcantes, elenco em sintonia, atuações convincentes e vilão extremamente foda; temível; perigosíssimo e letal. O filme é um conjunto de elementos de ação/ficção científica, que além de proporcionar diversão de alto nível, trabalha com um tema super relevante para a atualidade; os avanços tecnológicos e o mundo cada vez mais digital e dependente da tecnologia.
Um bom exemplo de representatividade feminina é da Sarah Connor (Linda Hamilton), aqui a personagem tá mais determinada, destemível e badass. Isso que é personagem que representa uma mulher de verdade, não essas porcarias cheias de militâncias insuportáveis da atualidade. Arnold Schwarzenegger também está muito bem nessa versão do T-800 como protetor, particularmente gosto mais dele assim.
O grande diferencial desse filme é transformar cenas aparentemente simples em algo marcante, inesquecível e grandioso! Como, por exemplo: A cena do bar de sinuca (impagável), e a perseguição do caminhão com a moto Harley (excelente sequência de ação). A Versão Skynet dá uma aprimorada no contexto da história, além de um final alternativo de desfecho definitivo para a franquia. Realçando ainda mais que às sequências do século XXI são meros caça-níqueis, apesar de serem bons entretenimentos também.
"O Exterminador do Futuro" foi o primeiro grande sucesso da excepcional carreira de James Cameron, conseguindo resultados satisfatórios de um grande filme de respeito, com direção e produção eficientes, além do visual impressionante apesar da escassez de recursos. Filme que deu início a uma das franquias mais famosas da história do cinema, totalizando até agora seis filmes! Entretanto, apenas os dois primeiros foram obras marcantes e acima da média. Apesar do original ser um ótimo filme, sua sequência é melhor ainda! Onde Cameron é especialista em realizar filmes superiores aos originais.
É interessante analisarmos como este filme conseguiu ser revolucionário, mesmo com tão pouco. Os efeitos práticos de maquiagem no ciborgue é de um capricho sem igual, principalmente quando o personagem do Arnold Schwarzenegger está se consertando de danos sofridos por acidente. O ator está excelente no papel, com ótima performance nos seus movimentos corporais, realmente dando a impressão de ser um robô. Apesar das pouquíssimas palavras, Schwarzenegger conseguiu imortalizar seu personagem para sempre na história do cinema, sendo um ícone da cultura pop e um dos mais queridos e lembrados de sua época.
A personagem de Sarah Connor é uma simples garçonete e vive uma vida cotidiana comum, de repente começa a ser caçada por um ciborgue semi-imortal sem nem fazer ideia da motivação disso tudo. Uma personagem muito bem desenvolvida e peça-chave fundamental para o desenrolar da história. Kyle Reese é o protetor enviado pela resistência, acho-o um personagem interessante, daqueles bem clássicos de honra e lealdade. Uma pena que não foi bem explorado nas suas cenas no futuro.
Filme bom é aquele com foco e objetivo, sem se desviar do contexto da história, além do roteiro bem estruturado e de conteúdo relevante para seu gênero. O modo da história ser contada é extremamente cativante, fazendo o telespectador se ligar nos mínimos detalhes. Como um ótimo entretenimento, não poderia faltar às cenas clássicas do gênero, com perseguições, tiroteios e uma cidade urbana de pano de fundo, além do maravilhoso clima e ambientação anos 80.
Quando procuro a palavra clássico no dicionário, me dou de cara com este filme, não é para menos que é um dos principais precursores do gênero sci-fi, e um dos mais importantes e significativos filmes de sua década. Com orçamento de apenas US$ 6,4 milhões, Cameron driblou todas às dificuldades de trabalhar com poucos recursos, realizando um filmaço que deixa a maioria dos blockbusters atuais de 200 milhões no chinelo!
"O Teorema Zero" é basicamente uma versão moderna de "Brazil" (1985), do mesmo diretor, às referências e semelhanças a este filme são muitas, principalmente no cenário distópico e totalitário em que os protagonistas vivem. Por tanto, quem já assistiu "Brazil" nem precisa perder tempo com este filme, muda uma coisa aqui e ali, mas a proposta de ambos são a mesma.
O filme é uma distopia de um mundo perturbador, onde pessoas são bombardeadas de publicidade, trabalhos que causam estresse alto e surtos psicóticos, problemas sérios de saúde; além da privacidade e tempo de lazer serem praticamente inexistentes. A obra é carregada de críticas sociais e recheada de filosofias e metáforas, sendo boa parte do filme interpretativo e abordando questões como: solidão, vazio existencial, sentido da vida, etc.
Com um início bem entediante de se acompanhar, acaba sendo um filme que exige muita boa vontade do telespectador em assisti-lo, porém, paciência não é muito meu forte e, somente terminei de assisti-lo depois de dois dias. Isso foi até uma surpresa para mim, pois raramente faço isso, ainda mais com um filme de menos de duas horas, mas pareceu que durou o dobro do tempo. Infelizmente esta obra do Terry Gilliam tem um ritmo muito ruim, além de diversos diálogos enfadonhos. Não é por menos que muitos falam ser um dos piores trabalhos de Terry Gilliam, e concordo com a opinião da galera.
Christoph Waltz é um baita ator premiado, aqui deu vida a um personagem bem fora dos padrões que estamos acostumados em ver, foi um dos poucos pontos positivos do filme. O universo criado é bastante interessante e muito vasto em detalhes, há um trabalho primoroso de direção de arte, sendo a melhor coisa do filme, com uma palheta de cores vivas, bastante interessante visualmente. Em muitos momentos até poluído demais imageticamente, mas de forma proposital para demonstrar toda essa desordem futurista.
A direção de Terry Gilliam é boa novamente, em um filme bastante autoral e de originalidade, mas infelizmente é bastante limitado. "O Teorema Zero" sofre do mesmo mal de "Não! Não Olhe!" 2022, de Jordan Peele. Onde ambos os filmes não conseguem contar uma história atrativa para o telespectador, com envolvimento de narrativa praticamente nulos. Como filmes reflexivos podem até funcionar, mas como entretenimento são um completo fracasso!
Maratona Terry Gilliam Assistido em 24 de julho de 2023 Minha avaliação: 4,0/10
"Os 12 Macacos" era um dos principais filmes que eu queria ver quanto antes, mas por inúmeros motivos sempre acabava adiando… A presença de Bruce Willis de ator principal e, de Brad Pitt como coadjuvante, foi mais que um bom motivo para eu ficar animado com o filme, já que são dois dos atores que mais gosto, além de ser o único filme em que ambos atuam juntos.
Este filme é mais um entre tantos outros longas-metragens sobre viagem no tempo, uma das abordagens mais clássicas entre filmes de ficção científica. A obra conta com uma narrativa bem amarrada, se revelando muito mais atrativa do que muitas outras produções do gênero, que querem chamar mais a atenção pelas engenhocas futuristas e efeitos especiais do que propriamente pela história. Eis um bom exemplo da junção entre a criatividade da ficção e o universo da ciência em prol de um bom filme.
Já vimos muito sobre ficção científica no decorrer dos anos, onde cada vez mais se prezou pelo rigor técnico. Contudo, dessa vez, toda a ideia de viagem no tempo e caos apocalíptico foram unidos a uma crítica bem formada, e um roteiro de tirar o fôlego, onde mesmo se prezando pela estética, a importância do filme consiste em criticar a psiquiatria, ou mesmo a definição de verdade e realidade.
Contestador e revolucionário! A maneira que a história fictícia é manipulada para retumbar na realidade é sensacional! Possuindo um rigor técnico extremamente notável. A atmosfera do filme é cautelosamente climatizada, indo de cortes bruscos a diálogos que soam inacabados para passar a mesma sensação de confusão de seus personagens.
Terry Gilliam é um diretor diferente, neste caso, trabalha com closes claustrofóbicos e ângulos imprevisíveis, com os movimentos dinâmicos sendo mais certeiros e claro, servindo de suporte as outras loucuras do diretor. Ele também é infalível ao climatizar o filme, com os cortes bruscos e os diálogos que sempre soam inacabados. E mais tarde, quando já está chegando ao fim, ele coloca detalhes que impressionam, tirando todo o clima bagunçado, filmando toques e olhares em movimentos de câmera lenta.
O filme peca por não dar muita ênfase ao ano de 2035, senti falta de uma exploração melhor sobre o presente da história, por conta disso, dá a impressão de ser uma obra incompleta. Entretanto, seu final é satisfatório, coerente e sem pontas soltas; que apesar de muitas ressalvas e de sua complexidade, não faz o telespectador ficar com cara de besta ao término de sua projeção. "Os 12 Macacos" não faz parte dos seletos filmes que considero os melhores de seu gênero, mas atende os requisitos mínimos de um bom filme sci-fi.
Este filme acabou ganhando uma adaptação em forma de série. Intitulado "12 Monkeys", com estreia em 2015 (vinte anos após o lançamento do filme) e finalizada em 2018; possuindo quatro temporadas. Quem sabe a série não seja mais abrangente que o filme do Terry Gilliam? Não custa nada conferir…
Maratona Terry Gilliam Assistido em 14 de julho de 2023 Minha avaliação: 7,0/10
Vez ou outra busco expandir o que consumo sobre cinema, dessa vez, chegou a hora de conhecer alguns trabalhos do diretor Terry Gilliam. A primeira impressão que tive é que ele é um cineasta bastante criativo, além de prever muitos malefícios dos tempos modernos, que futuramente aconteceriam mesmo, ou piorariam muito ao decorrer das décadas. Trata-se de um filme visionário sobre o caos da vida cotidiana corrida e avassaladora.
O filme como era de se esperar, é recheado de críticas políticas e sociais, mostrando diversas situações de dificuldades em lidar com um estado dominado pelo autoritarismo e burocracia. A obra mostra acontecimentos que podem levar a pessoa a ter síndrome de burnout, como a correria para chegar ao local de trabalho em ponto; cargas horárias abusivas; condições de trabalho precárias; dependência da tecnologia; violação de privacidade, etc.
Nada melhor do que 'papel' para representar a burocracia, é tanto papel neste filme que chega a causar desconforto e tontura rsrs. O filme é muito bom no sentido de mostrar como o sistema funciona, por outro lado, deixa a desejar na sua parte fantasiosa, já que os sonhos e viajadas do protagonista não acrescenta praticamente nada a história. Se intencional ou não, o filme acabou sendo 'burocrático', o que é no mínimo contraditório rsrs.
"Brazil: O Filme", possui muitos pontos a se exaltar, principalmente na direção de Terry Gilliam, um diretor que provou não se perder, além de saber o que está fazendo. No entanto, seu filme careceu de uma história mais contundente e interessante, é aquele típico filme que você se distrai facilmente e faz outra coisa durante sua projeção. O filme sofre do mal de muitos longas atuais, que é ficar só nas críticas e ponto final, sendo insuficiente ao contar uma história envolvente e fraco como entretenimento.
O filme se chama "Brazil" devido à música brasileira "Aquarela do Brasil", que ganhou uma versão em inglês e faz parte da trilha sonora do filme. Apesar da coincidência, o nome do filme não tem nada a ver com a situação política do Brasil dos anos 80. Entretanto, o filme retrata muito como é o Brasil atualmente, um país retrógrado e com pouquíssima liberdade econômica.
Maratona Terry Gilliam Assistido em 30 de junho de 2023 Minha avaliação: 6,0/10
Robert Zemeckis é um cineasta que se destacou e fez muito sucesso nos anos 80 e 90. Seu primeiro filme de grande destaque foi "De Volta para o Futuro", de 1985, uma obra muito querida pelo público e também um grande sucesso de bilheteria, que mais tarde se tornaria uma trilogia. Após a conclusão de sua trilogia, Zemeckis dirigiu o filme "Forrest Gump", em 1994, onde ganhou o prêmio de melhor diretor, além de ganhar também o de melhor filme e roteiro. Basicamente com isso, ele zerou sua vida cinéfila, com no mínimo dois de seus filmes podendo ser considerados uns dos melhores da história do cinema.
"Contato" talvez não faça parte desses filmes mais badalados e lembrados do diretor, entretanto, acredito que o filme mereça tanto reconhecimento quanto os outros citados acima. Robert Zemeckis teve sabedoria para não se perder com estrelismo, e novamente entregou mais um grande filme! "Contato" pode parecer arrastado e sem dinâmica em seu início, mas a partir do momento que a protagonista faz sua grande descoberta, você sem perceber já está completamente imersivo na história.
Zemeckis é um grande especialista em conduzir narrativas de forma agradável e correta, seu filme é muito completo! Conseguindo ser convincente no drama; na ficção; no suspense; no romance e até mesmo no debate de fé vs. ciência, onde os assuntos são abordados de forma imparcial, sem atacar e ofender nenhum dos lados. Filme bem atuado, onde Jodie Foster e Matthew McConaugh estão bem à vontade e, em sintonia nos seus respectivos papéis.
Após este filme, sugiram tantos outros sobre o tema vida inteligente fora da terra, como: "A Chegada" (2016) e "Ad Astra: Rumo às Estrelas" (2019). No entanto, nenhum dos dois conseguiu chegar perto desse aqui, principalmente na sua parte filosófica, e mais ainda nos diálogos antológicos entre os personagens principais. Eis um exemplo de filme sobre o tema que não precisa de batalhas intergalácticas para prender a atenção do telespectador. Boa parte do filme ter dado certo foi graças a direção do Zemeckis, que conseguiu fazer algo fora do óbvio e sem ser banal.
Enfim, "Contato" é mais um belíssimo trabalho do competente diretor Robert Zemeckis, com peso emocional de história bastante envolvente, aliado a ótimos efeitos visuais e excelentes imagens espaciais, principalmente levando em conta a época da produção. Os anos 90 foi uma década tão forte para o cinema, que até mesmo os filmes menos conhecidos e os inferiores às principais obras daquele tempo, mesmo assim, conseguem ser muito acima da média em comparação aos filmes da década atual…
Assistido em 24 de junho de 2023 Minha avaliação: 8,5/10
Duna: Parte 2
4.4 609"Duna: Parte 2" é a ficção científica feita para adultos que o cinema moderno estava precisando.
Poder, ganância, imperialismo, colonialismo, política, conspirações, explorações, guerras, mortes, religião, fé, crenças, ressurreição, amor, ódio e vingança. Certamente "Duna: Parte 2", é um filme com vastos temas, que tem muito a mostrar para o telespectador. Obviamente um filme que trata de tantas coisas, precisa de um diretor com culhões para desenvolver bem esse universo grandioso e ser um sucesso! Denis Villeneuve foi a escolha certa para os filmes "Duna", ele é o cara do momento!
Gosto muito da estrutura narrativa da Jornada do Herói, tanto para games quanto para filmes. Mesmo sendo atualmente uma fórmula batida, porém quando bem planejada e bem roteirizada; é quase sempre garantia de filmão, ou de jogão. Essa forma de se contar uma história facilita os realizadores no processo criativo da obra, com maiores chances de um filme ser memorável, magnífico e fantástico! É o caso de "Duna: Parte 2".
Um exemplo disso é a Sandworm Scene, acho impossível um apreciador da sétima arte não se empolgar com o Paul Atreides conseguindo montar e dominar o verme. Um dos momentos mais épicos e históricos do cinema
A interpretação de Timothée Chalamet teve uma significativa melhora para esta sequência. Em "Duna: Parte 1", vi muito mais apenas do ator que propriamente de seu personagem, tanto é que outros atores se saíram melhores, mesmo sendo coadjuvantes. No entanto, aqui Timothée Chalamet conseguiu encarnar melhor seu personagem, sendo mais incisivo e fazendo jus ao posto de protagonista. Ainda não é uma atuação ao nível de Oscar, mas mesmo assim gostei bastante! Comparado a ele mesmo, a evolução é muito nítida.
Os cenários do filme são simplesmente extraordinários. A cenografia cria um ambiente incrível, tão convincente que nos faz acreditar na autenticidade do que é apresentado na tela, transportando o espectador diretamente para Arrakis de forma brilhante e permitindo uma imersão total.
Fotografia do filme é sensacional! A iluminação das cenas é muito bem executada. Nos momentos ao ar livre, temos uma luz dura e forte que enfatiza o calor do ambiente. Em contraste, nas cenas noturnas, a iluminação é sutil, iluminando apenas o suficiente para podermos acompanhar o que acontece na tela, ressaltando a escuridão profunda da noite no deserto. Nos espaços fechados, a iluminação suave contribui para mostrar que, apesar de ser um refúgio escondido no deserto, é um local que dá para viver.
Os enquadramentos são simplesmente magníficos e muito bem escolhidos, com cada um parecendo uma obra de arte. Planos gerais são frequentemente utilizados para mostrar o mundo dos personagens e como eles se encaixam nele. Planos detalhes são empregados para destacar elementos importantes para a narrativa, enquanto planos fechados são utilizados para mostrar as expressões faciais e reações dos personagens aos eventos da história.
Hans Zimmer, mais uma vez, faz uma grande contribuição para um filme do Denis Villeneuve. Sua trilha-sonora ajuda consideravelmente na criação de uma paisagem sonora excepcional, contribuindo significativamente para a narrativa e a imersão do telespectador, ao integrar perfeitamente imagem e som. A música é utilizada nos momentos certos; sendo majestosa, potente e opressiva, além de evocar uma sensação de misticismo. São poucos compositores que tem o talento de fazer o público se emocionar através do som, Hans Zimmer consegue isso com frequência, por isso o considero o melhor compositor de todos os tempos!
Denis Villeneuve é o diretor que praticamente não erra, seu único filme que não gostei foi "A Chegada" (2017), porém foi mais devido a gosto pessoal, do que a qualidade do filme em si. A crítica negativa que eu tenho sobre o cineasta, é que alguns de seus filmes são caracterizados por um ritmo bem ruim, sendo demasiadamente cadenciado, principalmente no filme "Blade Runner 2049" (2017). Entretanto, ele enfim corrigiu esse defeito com "Duna: Parte 2". O resultado é um filme mais dinâmico, mais objetivo, mais desenvolvido e principalmente mais envolvente.
No Oscar em 2022, "Duna: Parte 1" foi indicado a melhor filme e ganhou seis Óscares nas categorias técnicas. Mesmo assim, Villeneuve não foi nem indicado a melhor diretor, algo que não faz o menor sentido, já que um filme ser considerado um dos melhores pela academia é muito graças ao trabalho de direção. Uma incoerência e bizarrice sem tamanho do Oscar daquele ano. Nessa sequência ele se superou ainda mais na direção, se não for indicado no Oscar 2025 será uma baita sacanagem, pois evidenciará que o Oscar tem um possível problema pessoal com o diretor.
"Duna: Parte 2" é um filme que beira a excelência, sendo uma obra que não se escora apenas nos efeitos visuais e na produção de primeira linha. É um filme completíssimo! Com roteiro, narrativa e trama funcionando perfeitamente bem. Além disso, conta com um baita elenco de ótimos nomes, onde todos seus personagens tem grande impacto nos eventos do filme. Praticamente tudo que você procura em características e elementos de um autêntico filme de ficção científica, você encontra aqui!
Eu havia afirmado que a década de 2020 será a pior da história do cinema, mas com diretores como Denis Villeneuve e Christopher Nolan, estão aí para salvar o futuro do cinema. A história está sendo escrita diante de nossos olhos. "Duna" tem tudo para se tornar uma das melhores franquias literárias de todos os tempos! Filme que respira cinema de verdade, renovando às esperanças de que o cinema da atualidade, apesar da crise, ainda tem muito a oferecer…
Assistido no cinema em 12 de março de 2024
Minha avaliação: 9,5/10
Deadpool & Wolverine
27“Deadpool & Wolverine” será a última chance da Marvel de tentar fazer às pazes com seu público.
Se este filme der errado, MCU moralmente acaba aqui!
10 de março de 2024
O Substituto
4.4 1,7K Assista AgoraParece que o diretor Tony Kaye sofre do mesmo mal de Frank Darabont, mesmo realizando um filmaço como "A Outra História Americana", acabou não sendo o suficiente para o cineasta conquistar seu espaço em Hollywood, somente treze anos depois que ele conseguiu dirigir outro filme. Chama a atenção que sua filmografia é composta de apenas dois filmes e um documentário até agora… É muito pouco trabalho para quem já provou ter aptidão para o cargo de diretor, com certeza merecia ter sido mais valorizado pelos produtores e estúdios.
"O Substituto" mostra uma realidade dura e triste de uma escola tomada por alunos problemáticos, que não respeitam professores e colegas. Os professores precisam de muito jogo de cintura para lidar com jovens sem perspectiva de futuro, com o agravante dos pais desses alunos serem completamente negligentes com criação, educação e vida dos próprios filhos. Esse cenário desencadeia um ambiente tóxico e hostil no colégio, onde geralmente os professores acabam ficando de mãos atadas.
Os professores são obrigados a seguir um cronograma totalmente antiquado para lidar com adolescentes em constante transformação e que, ao mesmo tempo, são bombardeados de influências que confundem suas mentes, fazendo-os achar na violência e satisfações imediatas um modo de extravasar todos seus sentimentos reprimidos. Isso aliado a um sistema que visa apenas criar jovens para entrar na faculdade e não os ensinarem a pensar, só piora o quadro…
"Detachment" (título em inglês do filme), significa desapego, distanciamento, indiferença. É sobre isso que o filme se trata, do vazio, da luta e fuga diárias, da complexidade da vida, dos sentimentos, das relações sociais. Por meio de um roteiro cru e provocativo, uma fotografia exemplar, com direito a distanciamento da câmara e atuações incríveis; Adrien Brody somente com o olhar diz muita coisa. "O Substituto" é um tapa na cara de nós telespectador, nos emerge em uma reflexão sobre a vida, suas dificuldades e o nosso caminhar, muitas vezes distanciados.
O filme consegue tratar da depressão de forma fantástica, onde muitos acham que é uma doença que remete à tristeza, mas, na verdade, é muito mais a indiferença. E o protagonista é indiferente de início, mas é muito do discurso. Ele não é vazio como diz ser. Também vale salientar que o filme não conta só uma história, mas também aborda problemas de todo o corpo docente e discente.
Assistido em 1 de março de 2024
Minha avaliação: 7,5/10
A Outra História Americana
4.4 2,2K Assista AgoraNazismo, racismo, ódio, violência, intolerância, assassinatos, maldade, crueldade, caos, etc. "A Outra História Americana" conta a história do conflito e a guerra entre brancos e negros, onde dois irmãos brancos decidem entrar na gangue de racistas 'skinheads'. O filme revela o poder avassalador da influência familiar, mostrando como uma simples conversa pode mexer com a cabeça de uma pessoa, a ponto de ter visões e pensamentos distorcidos sobre a sociedade de seu país.
Ao longo da história da sétima arte, foram lançados diversos filmes sobre racismo, mas "A Outra História Americana" certamente é um dos poucos a ser imparcial e mostrar os dois lados da moeda. E isso mesmo! Você pode chorar, espernear e dar chilique; o racismo inverso existe sim e é fato! E isso fica provado em muitas cenas desse filme. Com certeza o filme teve ousadia e coragem na sua abordagem sobre um tema sensível, dando um belo tapa na cara na hipocrisia da sociedade.
A montagem desse filme é puro esmero e merece ser enaltecida, foi muito bem-feita, com muita criatividade e inteligência. A diversificação do preto e branco com o colorido ajuda o telespectador a pegar cada detalhe das camadas da história do filme, em uma narrativa não-linear bem peculiar. O filme em paralelo conta a história de passado e presente do protagonista Derek Vinyard com muito êxito.
Edward Norton foi um ator brilhante nos anos 90, ele está entre os melhores atores dessa época maravilhosa do auge do cinema estadunidense, sendo extremamente difícil de acreditar que ele nunca ganhou um Oscar. Ele se destacou muito nessa década com pelo menos três filmes de alto nível, foi esnobado pela academia? Claro que sim! Aqui ele atuou bem demais! Convencendo tanto na fase de criminoso, quanto na sua fase de arrependimento e recomeço. Derek Vinyard na minha opinião é o seu principal, maior e melhor personagem da carreira.
Edward Furlong estava em ascensão como ator, na época era bem novo, mas mesmo assim já emplacava dois filmaços na carreira. Infelizmente ele teve sérios problemas com álcool e drogas, isso acabou comprometendo o restante de sua carreira. A partir do século XXI praticamente não teve mais oportunidades em grandes filmes. Um iminente fim de carreira precoce para um ator que tinha um futuro promissor.
"A Outra História Americana" é cinema underground puro! Com diálogos afiadíssimos, frases inesquecíveis e viscerais, personagens profundos e cenas para causar muitas reflexões. O roteiro objetivo, cru e realista; se mistura com uma bela edição e uma bela cinematografia. Esses três fatores nos fazem ficar sem piscar por um minuto sequer, de tão bem-feito que é! Principalmente na parte cinematográfica, onde o uso da câmera lenta é usada de maneira espetacular, nos fazendo digerir lentamente as cenas mais impactantes.
O filme é bastante original, sem papas na língua, objetivo, cru e realista; sendo bastante honesto nas suas mensagens e lições. Um filme de conteúdo precioso, indispensável em qualquer bom debate, seja ele em uma roda de amigos, ou em um ambiente escolar. Por fim, de um modo simplesmente irretocável, "A Outra História Americana" deixa bem claro que o racismo é pura tolice! E jamais conceberá algo benéfico para a sociedade. A maneira como tudo foi construído, atuado e dirigido faz a experiência ser bastante dolorosa e marcante.
Assistido em 24 de fevereiro de 2024
Minha avaliação: 9,0/10
O Nevoeiro
3.5 2,6K Assista AgoraTenho uma grande admiração pelos trabalhos de Frank Darabont, um verdadeiro mestre em adaptações de obras literárias de Stephen King, eles formaram uma dupla que deu uma grandiosíssima contribuição para a história do cinema. Não é exagero algum afirmar que Frank Darabont está quase no mesmo patamar dos diretores mais renomados de todos os tempos, mesmo com uma filmografia pequena. O Oscar poderia se redimir lhe entregando um Oscar honorário, seria o mínimo que a academia poderia fazer para minimizar a vergonha de não ter dado sequer um prêmio para "Um Sonho de Liberdade" e "À Espera de Um Milagre".
Infelizmente, "O Nevoeiro" foi o último filme dirigido por Frank Darabont, para mim é um grande mistério ver como sua carreira não decolou após os anos 90, acredito que exista uma má vontade de Hollywood em financiar seus filmes. Ou simplesmente Darabont desistiu da carreira de cineasta, que na minha opinião não faria sentido; prefiro acreditar que Hollywood não dá mais espaço para ele. É uma pena que muitos diretores de verdade não são valorizados por Hollywood, isso é um dos motivos que explica a crise que o cinema estadunidense vem enfrentando nos últimos anos.
Gostei da dinâmica desse filme, aonde boa parte se passou em um único ambiente, mas isso não foi um empecilho para o andamento do longa. "O Nevoeiro" conta com bons acontecimentos, que gradativamente vai deixando a situação cada vez mais tensa, caótica e desesperadora para os sobreviventes do local. Numa ambientação de suspense e mistério muito bem criada e desenvolvida.
"O Nevoeiro" está repleto de elementos que transitam entre o sobrenatural e psique humana. No caso deste filme, o brilhante roteiro de Frank Darabont explora as nuances impostas por um encarceramento de pessoas abrigadas em um mercado, de diferentes personalidades que fazem frente ao desconhecido imposto pelo recém-chegado nevoeiro misterioso.
Os conflitos psicológicos, as dúvidas e a exaltação baseados no fundamentalismo religioso explora lados da mente humana que surgem após situações complexas, que deixam muitas vezes as pessoas reféns de si mesmas por não saberem como conduzir seu passo seguinte. As dúvidas e decisões tomadas sempre geram consequências, que podem variar dependendo muito da falta de reflexão individual em prol do coletivo, tendo um aspecto real implicado de forma coesa e brilhante no enredo que mistura realidade subjetiva e ficção.
O filme ficou bastante conhecido pelo seu desfecho corajoso, original e fora dos padrões de Hollywood. Realmente, ao me deparar com o final, posso afirmar que se trata de um dos finais mais fudidos, angustiantes, chocantes, cruéis e surpreendentes do terror. Graças a ousadia e personalidade de Frank Darabont, temos um raro caso em que o final de um filme supera o do livro, tanto é que King aprovou! "O Nevoeiro" é desgraçamento mental e terror psicológico na sua mais pura autenticidade. Frank Darabont é simplesmente o homem que nunca errou! Eu venero esse cara.
Maratona Frank Darabont
Assistido em 19 de fevereiro de 2024
Minha avaliação: 8,5/10
À Espera de Um Milagre
4.4 2,1K Assista AgoraAssim como no filme "Um Sonho de Liberdade", meu primeiro contato com "À Espera de Um Milagre" também foi pelo SBT dos anos 2000 (saudades da melhor época da emissora). Assisti com meus pais e foi muito gratificante acompanhar essa belíssima história emocionante em família. Minha mãe é bastante religiosa, com a temática do filme nem é preciso ser vidente para saber que ela chorou litros com o desfecho dessa obra. Realmente este filme é um dos mais tocantes e emocionantes de todos os tempos!
Frank Darabont não se abateu com a baixa bilheteria de seu filme antecessor, resolveu adaptar novamente uma obra de Stephen King para às telonas do cinema, onde mais uma vez a história se desenrola numa prisão. A diferença aqui é que os detentos são todos sentenciados a pena de morte por eletrocutamento. Darabont em uma direção primorosa, fez de "Um Sonho de Liberdade" um dos melhores filmes da história do cinema, aqui ele repete a fórmula da sua obra anterior e de novo, consegue fazer uma obra-prima irretocável! Me atrevo a dizer que "À Espera de Um Milagre" é ainda melhor que "Um Sonho de Liberdade". São dois filmes espetaculares que se complementam.
O filme conta a história de um prisioneiro sentenciado a pena de morte, por supostamente ter estuprado e matado duas garotinhas, às provas eram insuficientes, mas mesmo assim a justiça o condenou. Lembra muito "Um Sonho de Liberdade", só que aqui a amizade retratada é entre um guarda de prisão com um prisioneiro e, o peso emocional da história é bem mais elevado, com mais intensidade, mais revoltante e bastante triste. Principalmente pelo seu desfecho injusto e cruel. A morte de John Coffey — homem que só praticava o bem — com certeza está entre às mais dolorosas da história da sétima arte.
Nem preciso de muitos argumentos para falar sobre Tom Hanks: "Filadélfia"; "Forrest Gump: O Contador de Histórias"; "O Resgate do Soldado Ryan" e "À Espera de Um Milagre". O homem foi simplesmente o dono dos anos 90, além de ter ganhado dois Óscares de forma consecutiva, um feito raríssimo na história da premiação. Tom Hanks é um dos atores mais queridos entre todos de Hollywood, com uma das melhores carreiras da história do cinema. Como ator, não é exagero nenhum afirmar que ele é um dos melhores de todos os tempos!
O já falecido Michael Clarke Duncan surpreendeu o mundo todo! Numa atuação de se tirar o chapéu e de ser aplaudida em pé! Ele conseguiu o impossível: se destacar mais do que Tom Hanks, mesmo com menor tempo em tela. O mais impressionante ainda é que o ator tinha bem pouca experiência na época, foi um daqueles atores meios que descobertos do nada, quando teve a oportunidade de brilhar, não a desperdiçou. Achei uma baita injustiça ele não ter ganho o Oscar de melhor ator coadjuvante, já que seu personagem é um dos mais marcantes e inesquecíveis da história do cinema, numa atuação que comoveu a todos! Falar de injustiça no Oscar é chover no molhado, esse é apenas um de tantos outros absurdos e crimes cinematográficos que a academia cometeu em sua história.
Algumas pessoas usam a desculpa de que "Um Sonho de Liberdade" não ganhou nenhum Oscar porque disputou com outros dois grandes filmes de muito peso cultural, isso até pode ser verdade… Era a chance de ouro do Oscar se redimir com Frank Darabont, porém a academia simplesmente ignorou seu trabalho e sua contribuição para a história da sétima arte (de novo). Aqui a subestimação e esnobação foi ainda mais grave que no caso do filme antecessor, pois "À Espera de Um Milagre" é muito mais filme que todos os seus concorrentes na disputa do Oscar, incluindo o vencedor fajuto de melhor filme "Beleza Americana", que não chega nem aos pés do filme do Darabont. Até "O Sexto Sentido" (que corria por fora) se tivesse ganhado, teria sido menos absurdo que o filme do Sam Mendes.
A direção de Frank Darabont, mais uma vez, é estupenda e irretocável! O diretor, com muita sabedoria e talento, fez um resumo perfeito do livro de Stephen King, adaptando somente o necessário para a linguagem cinematográfica. São três horas de projeção com uma ótima fluidez, cenas dinâmicas e roteiro esplêndido! Foram simplesmente às três horas mais bem gastas em toda minha vida com um filme! Fiquei o tempo todo preso a história, impactado e hipnotizado; tamanho a qualidade artística de mais uma obra-prima do mestre Frank Darabont. Aliais, o cineasta nem sequer foi indicado a melhor diretor por este filme, já estou começando a suspeitar que Darabont comeu às mulheres e mães de geral dos membros da academia. 😂🤣
Frank Darabont escreveu definitivamente seu nome na história do cinema, para mim se tornou um dos melhores diretores de todos os tempos, mesmo com uma filmografia pequena. Aqui ele provou que qualidade é muito mais importante que quantidade, colocando muitos cineastas famosos e queridinhos por Hollywood para mamar, inclusive muitos que já ganharam Oscar.
"À Espera de Um Milagre" é um filme mais que especial, ele valoriza a bondade do ser humano, sendo um exemplo perfeito de que devemos praticar o bem sempre! Não importando a situação. A obra é recheada de momentos que tocam o coração e dilaceram a alma dos telespectadores, em um longa-metragem grandiosíssimo e arrebatador em sua execução. Já se passaram mais de duas décadas de seu lançamento, e simplesmente ninguém conseguiu realizar algo parecido, que esteja no mesmo nível de perfeição deste filme!
Maratona Frank Darabont
Revisto em 19 de janeiro de 2024
Minha avaliação: 10/10
Um Sonho de Liberdade
4.6 2,4K Assista AgoraVi este filme pela primeira vez no Cine Belas-Artes do SBT, foi uma experiência tão satisfatória e especial, que esta obra foi a responsável por abrir a minha mente para filmes que eu não tinha gosto de assistir. Na adolescência eu era muito preso a somente filmes de ação, terror e comédias voltados ao entretenimento. “Um Sonho de Liberdade” conseguiu mudar minha mentalidade, me apresentando o mais puro e autêntico cinema de verdade.
O filme conta a história de um homem bem-sucedido financeiramente, que acabou tendo sua vida destruída devido a uma sentença injusta de prisão perpétua, onde foi declarado culpado pela morte de sua esposa e amante. Andy Dufresne (Tim Robbins) é um baita azarado! Além de ser corno, ainda teve a sua liberdade violada por um crime que não cometeu. Na prisão, sofreu com violências físicas e psicológicas, mas aguentou tudo bravamente, mantendo a sanidade, não perdeu a esperança e principalmente, continuou focado no seu objetivo.
Acredito ser impossível não se sensibilizar e ter empatia pelo protagonista. Andy Dufresne é um dos personagens mais carismáticos e simpáticos da história da sétima arte, não é à toa que é um dos mais queridos por boa parte do público. Tim Robbins é um dos atores mais desvalorizados de Hollywood, mesmo ganhando o Oscar de ator coadjuvante pelo filme “Sobre Meninos e Lobos” (2003). No entanto, aqui ele sequer foi indicado a melhor ator, particularmente achei isso um absurdo! Pois foi graças ao ator que o filme funcionou perfeitamente, sem ele no elenco, as chances de “Um Sonho de Liberdade” ter sido um filme comum seriam altas.
Morgan Freeman também dá um show de interpretação, seu personagem é o que narra a história do filme. Eu particularmente gosto muito desse estilo de narrativa em 1ª pessoa (quando o personagem que está narrando participa da história). Na minha concepção, essa maneira de se contar uma história é um diferencial benéfico para os filmes, traz mais clareza sobre o que o roteiro quer passar para o telespectador. Morgan Freeman e Tim Robbins fazem uma baita dupla de respeito, seus personagens constroem uma amizade singela e verdadeira, encantando a todos nós com facilidade; em uma história inspiradora e magnífica de superação e perseverança.
“Um Sonho de Liberdade” teve o azar de ter pego concorrência de alto nível nos cinemas, isso explica um dos motivos para ter fracassado nas bilheterias, Frank Darabont ainda estava escrevendo seu nome na história do cinema, isso também é um fator a ser considerado. Entretanto, o filme foi um fenômeno nas locadoras e televisão aberta, caiu nas graças do telespectador e com o tempo foi ganhando o reconhecimento que merece, a ponto de ser atualmente o top 1 de mais bem avaliado do IMDB, com média impressionante de 9,3/10.
Frank Darabont adaptou com perfeição a obra de Stephen King, com certeza é uma das melhores adaptações literárias já feitas para o cinema. O cineasta mostrou toda a sua maestria e talento como diretor, principalmente pela aptidão de fazer seu elenco ter o máximo de entrega possível em seus respectivos papéis. Novamente preciso fazer uma menção desonrosa ao Oscar, pois é inacreditável que Frank Darabont não tenha ganho ao menos um Oscar de melhor diretor ou roteiro. Aqui temos um exemplo contundente de que o Oscar não tem critérios bem estabelecidos para suas premiações, tampouco credibilidade, cada vez mais a academia vai ficando com sua reputação comprometida.
Por mais que tenha concorrido o Oscar com outros dois grandes clássicos de peso, (“Forrest Gump: O Contador de Histórias” e “Pulp Fiction: Tempo de Violência”), acho inadmissível “Um Sonho de Liberdade” não ter ganho pelo menos um Oscar nas categorias principais. Num mundo justo este filme teria no mínimo umas cinco estatuetas, com certeza é um dos principais filmes mais esnobados da história da premiação. Hollywood está em uma dívida eterna com Frank Darabont e dificilmente a pagará.
Por fim, “Um Sonho de Liberdade” é um excelente filme sobre redenção e o cultivo da esperança em condições adversas e absurdas, tendo como pano de fundo um dos piores lugares legalizados para seres humanos viverem. Além de retratar a história de amizade sincera mais linda já vista da história do cinema, com uma das melhores e mais satisfatórias cenas finais de todos os tempos! Em uma obra-prima de grandes lições, sendo algo para se levar no coração e tomar como exemplo para o resto da vida!
Maratona Frank Darabont
Revisto em 13 de janeiro de 2024
Minha avaliação: 10/10
Sepultado Vivo
3.5 372“Querida, cheguei!”
É com esta simples frase que "Sepultado Vivo" se tornou um filme marcante e visceral em sua época, sendo figurinha carimbada nas tardes e noites do saudoso SBT do início dos anos 2000. Foi um filme que me assustou e deu bastante medo, pois tive meu primeiro contato com ele na época em que eu era criança. É simplesmente uma pérola da sétima arte e um clássico imortalizado na TV aberta.
O filme foi de baixo orçamento e de poucos recursos, ele foi produzido e lançado diretamente para a televisão. "Sepultado Vivo" foi o primeiro longa-metragem dirigido por Frank Darabont, apesar das limitações técnicas, ele conseguiu desenvolver um ótimo suspense tenso e literalmente sufocante. Parece que é uma regra; de que todo grande diretor começa por baixo.
A trama gira em torno de um relacionamento marcado por ingratidão; insatisfação; decepção; mentiras; traição e ganância, com revelações chocantes e bombásticas! Joanna é uma das vadias mais inescrupulosas, dissimuladas e sem coração da história da sétima arte; Jennifer Jason Leigh arrasou demais em sua personagem, num daqueles papéis que marcam a carreira para sempre!
Filme que funciona perfeitamente para o ditado: "aqui se faz, aqui se paga". O amante da Joanna morreu com a própria toxina que pretendia matar a Joanna, para ficar com todo o dinheiro somente para ele. Já a Joanna acabou sendo enterrada viva pelo ex-marido, que optou por se vingar na mesma moeda.
"Sepultado Vivo" é um filme curto e direto, mostrando um exemplo de que o ser humano é capaz de tudo por dinheiro, indo até às últimas consequências para obtê-lo. Frank Darabont, na época não era muito conhecido e nem tinha experiência, mesmo assim, já dirigia com competência e guiava seu elenco com maestria.
Maratona Frank Darabont
Revisto em 8 de janeiro de 2024
Minha avaliação: 7,0/10
Missão: Impossível 7 - Acerto De Contas - Parte 1
3.9 392 Assista Agora"Missão: Impossível" é uma das melhores e mais longevas franquias de ação da história do cinema, que começou com filmes simples e foi melhorando cada vez mais ao longo de suas continuações. A direção de Christopher McQuarrie fez muito bem para a franquia, ele conseguiu estabelecer uma fórmula super bem-sucedida, sendo um dos principais responsáveis pela franquia envelhecer como um bom vinho. O diretor estabeleceu um equilíbrio perfeito entre cenas de ação e roteiros bem escritos, onde poucos filmes atuais de ação conseguiram valorizar ambos os quesitos.
Pela segunda vez consecutiva, Tom Cruise crava o melhor filme de ação do ano ("Missão: Impossível 7" empatado com "John Wick 4"), não é por acaso que atualmente ele é o maior astro dos filmes de ação, além disso, sem usar dublês em suas cenas. Isso faz toda a diferença, com realismo e sensação de perigo maiores e mais convincentes, em relação a outros filmes semelhantes à saga. Christopher McQuarrie e Tom Cruise formam uma dupla dinâmica perfeita, colocando a franquia em outro patamar!
Este filme é simplesmente ótimo! Pois é um dos poucos de seu gênero que teve um cuidado especial no roteiro, sendo muito difícil de ver um filme de ação caprichar nesse quesito, ele é tão bom quanto suas cenas de ação. Quando um filme de ação consegue animar o telespectador com uma boa história, ele automaticamente entra numa lista seleta de filmes definitivos do gênero. Temos uma temática atual abordada de forma inteligente e fluída, que levanta debates sobre o futuro da humanidade.
Logo de cara o filme já causa uma boa impressão, com uma trama cheia de camadas e detalhes que fazem toda a diferença, prendendo a atenção do telespectador do início ao fim. Tudo isso graças a uma premissa interessante; envolvente; inteligente e divertida, que entrega tudo de necessário que a arte do cinema exige. Às produções de Missão Impossível sempre foram impecáveis! E aqui não foi diferente, sempre preocupados em entregar o melhor para o público e aqui eles se superaram, com cenas incríveis em todos os momentos cruciais do filme.
Gostei demais do arco desse novo vilão, um homem misterioso que tem ligação com o passado do Ethan Hunt, por causa disso, ele consegue desestabilizar o agente. O cara é extremamente meticuloso, calculista e inteligente, estando quase sempre há um passo à frente da equipe IMF. É um dos principais motivos do filme ser tão ótimo e certeiro em suas ideias, sendo uma das poucas franquias que vai ficando melhor e mais empolgante a cada novo filme lançado.
Já assisti a todos os filmes da franquia, por enquanto acho os dois últimos lançados os melhores da saga, mas continuo devendo uma maratona continua de "Missão: Impossível", para poder decidir com mais convicção qual é o melhor filme. O certo é que "Fallout" e "Acerto de Contas" impressionam pelo apuro técnico e artístico de suas produções, entregando tudo que se espera de um filme voltado ao entretenimento. Além disso, "Missão: Impossível 7" faz um alerta global sobre possíveis consequências dos avanços desenfreados da inteligência artificial.
Infelizmente o filme fracassou nas bilheterias, acabou pegando concorrência pesada durante sua exibição nos cinemas, além de ter sofrido um possível boicote nas salas IMAX. Para mim, foi um dos maiores pecados cinematográficos já registrados em relação às arrecadações, pois o filme passou muito longe de merecer o prejuízo que teve, agora é ficar na torcida para que isso não afete negativamente a sequência desse filme.
Assistido em 24 de outubro de 2023
Minha avaliação: 9,0/10
Agente Stone
3.0 145 Assista Agora007 + Missão: Impossível = Agente Stone
Mais um filme padrão Netflix que faz um CTRL C + CTRL V de franquias famosas de ação e espionagem, algo bastante comum que vêm acontecendo nos streamings, são muitos filmes lançados, mas a maioria genéricos e sem originalidade. É o caso de "Agente Stone", mesmo assim, estava gostando bastante do filme, a ponto de questionar sua baixa reputação com o público, mas tentaram surpreender o telespectador com um plot twist manjado e, a partir disso, o filme começou a cair no meu conceito…
"Agente Stone" começou muito bem, partindo logo para a ação e mostrando que ia ser um filme super movimentado e empolgante. Entretanto, às coisas mudaram de rumo, com o filme ficando previsível e extremamente forçado em algumas partes, principalmente com a tecnologia apresentada pelo enredo do filme. Algumas cenas de ação são até bacanas, mas nada que seja marcante e que já não tenha sido visto em outros filmes de sucesso de seu gênero.
Depois que o plot twist vêm a tona, o personagem do Jamie Dornan passa a dividir o protagonismo com a Gal Gadot. Achei isso uma péssima ideia, já que para mim esse Jamie Dornan é um dos piores atores de sua geração, além de sua filmografia ter praticamente só porcarias. Fico irritado de ver tantos atores talentosos com poucas oportunidades no cinema, enquanto isso atores pífios e fracos ganham fama ano após ano…
Gal Gadot foi uma incógnita para mim neste filme, não tenho nada a criticar e tampouco a elogiar sobre sua atuação, com isso, não tenho ideia se ela terá futuro em filmes de ação como personagem principal. Com exceção de "Mulher-Maravilha" (2017), acho que ainda há alguns pontos que ela pode melhorar para convencer como protagonista, por exemplo: suas poses como durona, que aqui achei forçado.
Por fim, "Agente Stone" é um filme clássico de streaming, neste caso, nem muito bom e tampouco, nem muito ruim. É uma boa escolha quando não se encontra nada melhor para assistir, sem criar muitas expectativas, funciona como um passatempo agradável e divertido para quem não é muito exigente com os roteiros de filmes de ação. Mas pode incomodar aqueles telespectadores que presam pela originalidade e criatividade.
Assistido em 21 de outubro de 2023
Minha avaliação: 6,5/10
A Bailarina
3.2 83 Assista AgoraQuem me conhece bem sabe que sou um paga pau do cinema asiático, principalmente dos Sul-Coreanos, que para mim é o país, na atualidade, que mais cresce no cinema. Creio que já mencionei isso em outros comentários, mas não canso de falar: se o cinema da Ásia tivesse o mesmo poder de investimento de Hollywood e um maior alcance de popularidade global, deixaria os americanos no chinelo em todos os quesitos cinematográficos.
Este filme passou longe do melhor que o cinema da Coreia têm a oferecer, pois é uma produção feita diretamente para streaming, e a falta de orçamento é bastante visível durante todo o filme. Mesmo assim, é uma obra muito estilosa, com ambientações e cenários de muito bom gosto estético, além da trilha-sonora bacana e adequada para um filme neo-noir.
"A Bailarina" é um filme bastante simples e comum, mas bem funcional, dinâmico, envolvente e direto ao ponto. Entrega exatamente o que a premissa propõe, apesar de ter faltado aquele algo a mais para o desfecho do filme. A luta da protagonista com o vilão poderia ter tido uma edição melhor, com menos cortes por parte da direção.
Temos mais um filme coreano que honra às tradições do país, com estilo próprio e sem frescuras em relação à violência explicita. Peca por ter poucas cenas de ação e por ficar devendo um 2º round entre a protagonista e o vilão, também há uma falta de lógica em relação ao vilão secundário e seu desfecho. Entretanto, mesmo com alguns problemas, o filme entrega um entretenimento básico, com a boa e velha história de vingança que eu tanto adoro!
A franquia John Wick segue rendendo bons frutos, pois aqui temos a versão feminina do personagem, que atira primeiro, pergunta depois e é de poucas ideias rsrs. Espero que a Netflix seja inteligente; mantendo a boa parceria com o cinema sul-coreano, pois quase sempre sai coisa boa de lá, mesmo que em muitos casos os recursos disponíveis não sejam suficientes.
Assistido em 17 de outubro de 2023
Minha avaliação: 7,0/10
Resgate 2
3.6 279O diretor Sam Hargrave parece que terá um futuro promissor, ele sabe como poucos dirigir filmes de ação com extrema qualidade, mesmo com pouca experiência, mas o fato dele também ser dublê o ajuda muito a entregar um trabalho acima da média, principalmente nas partes das lutas. Me atrevo a dizer que ele está quase chegando no mesmo nível do Chad Stahelski (diretor dos filmes John Wick), já que ambos gostam da câmera fixa e planos sequência, sendo assim, acredito que Hargrave se espelha muito nos trabalhos de Stahelski, já que ambos possuem características de direção semelhantes.
Esta continuação de "Resgate" mantém o padrão do que vimos no filme antecessor, sendo um filme bem simples e previsível, porém bem executado, em uma obra recheada de ação do início ao fim. Me agradou bastante como o filme foi feito, com bastante cenas de ação bem diversificadas; temos de tudo um pouco: lutas; armas brancas; tiroteios; perseguições em veículos; trem; helicóptero e às clássicas destruições e explosões que moldam o gênero.
Chris Hemsworth surpreende e está muito dedicado no papel de brucutu de poucas ideias, até acho que ele substituiu bem os clássicos atores casca-grossa dos anos 80 e 90, não a ponto de marcar uma geração inteira, mas bom! Com certeza um respiro para o ator, já que destruíram o seu principal personagem da carreira em "Thor: Amor e Trovão", e ele mesmo já sinalizou que só volta a reprisar seu personagem, se o Thor ganhar um tom mais sério.
Ao contrário do filme antecessor, dessa vez, souberam investir em um vilão mais durão, daqueles sem escrúpulos e muito FDP! Nesse ponto, a continuação foi muito superior ao primeiro. Temos mais um caso em que o basicão cem por cento focado no entretenimento continua funcionando, basta fazer a coisa certa e bem feita para o público certo. Para quem gosta de ação e gostou do primeiro filme, provavelmente irá gostar desse também! "Resgate 2" têm pouquíssimos erros e às cenas mais absurdas são aceitáveis.
"Top Gun: Maverick"; "John Wick"; "Resgate 1 e 2", entre outros... reforçam o que o público quer consumir como entretenimento. A galera já está cansada desses novos moldes de se fazer cinema, com muita panfletagem identitária e ideológica, que tomou conta da cultura pop nos últimos anos. Os filmes acima citados alimentam a esperança de termos definitivamente a volta da testosterona no cinema, além de uma possível redução na quantidade de filmes wokes produzidos.
17 de outubro de 2023
Minha avaliação: 8,5/10
Guardiões da Galáxia: Vol. 3
4.2 800 Assista AgoraBoa Marvel, antes tarde do que nunca né.
Finalmente! Após ter decepcionado os fãs com tantas porcarias e produções medianas da fase 4, a Marvel volta a acertar a mão em um filme, já estava na hora! "Guardiões da Galáxia Vol. 3", consegue ser quase tudo que se espera do universo estendido do estúdio, com qualidade técnica acima da média, humor na medida certa e personagens em sintonia.
Que diferença absurda faz um diretor competente no comando de um filme da Marvel. Acredito que esse seria o caminho certo para a Marvel voltar aos tempos de auge, mas primeiro precisam mudar essa política de quase sempre contratar diretores de 5ª categoria para seus filmes. No entanto, a situação é complicada, pois os irmãos Russo não devem mais retornarem para a Marvel, e James Gunn agora é da DC.
Existe uma linha tênue entre a alegria e a tristeza neste filme. Apesar de focar em divertir às pessoas com a comédia habitual de seus personagens, o roteiro do filme é bem dramático, com foco no passado de Rocket Raccoon. Gostei bastante das alfinetadas que o enredo deu aos laboratórios que fazem experiências científicas e testes em animais, para mim, não passa de crueldade. Deveriam usar detentos que cometeram crimes graves (assassinato, estupro, etc.) como cobaias, na minha visão, seria mais justo e ético. Mas é claro que os direitos humanos não permitiriam isso…
A carga dramática e o peso emocional da história foram o grande fator surpresa para esse fechamento de trilogia, sendo um dos filmes de super-heróis mais emocionantes da história! Ao contrário da maioria do público, não sou um grande admirador do filme antecessor, mas essa terceira parte é inquestionável; com boas cenas de ação, ótimos efeitos visuais, narrativa ágil e dinâmica, além de envolver e prender a atenção do telespectador com facilidade.
Há alguns deslizes e alguns pontos que poderiam ter sido melhores. O personagem Adam Warlock poderia ter sido melhor aproveitado, acho que teve muito pouco tempo em tela, foi quase um figurante. É um novo personagem com potencial para o futuro do MCU, seria interessante a Marvel apostar nele para mais filmes.
Por fim, a Marvel conseguiu salvar seu ano com pelo menos um filme, e minimizar um pouco a insatisfação dos fãs com suas obras atuais. "Guardiões da Galáxia Vol. 3" é um filme diferenciado, que consegue entreter e emocionar na mesma proporção, feito que não se vê na maioria dos filmes pipocas de Hollywood. James Gunn ditou o ritmo de um encerramento de ciclo digno e satisfatório para os Guardiões da Galáxia, além também de ser um dos melhores filmes do MCU pós "Ultimato".
Assistido em 3 de outubro de 2023
Minha avaliação: 8,0/10
Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania
2.8 515 Assista AgoraEm 2022, a Marvel na minha opinião teve o seu pior ano disparado, onde na minha visão: "Cavaleiro da Lua"; "Thor: Amor e Trovão" e principalmente "Mulher-Hulk: Defensora de Heróis", foram os responsáveis pelo ano ruim do estúdio. Com somente "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura" se destacando positivamente e sendo uma obra acima da média do que o MCU costuma a oferecer atualmente, muito disso, devido a ótima direção de Sam Raimi.
Comparado com a saga do infinito, a fase 4 da Marvel ficou bem abaixo das expectativas de fãs e telespectadores casuais do MCU. "Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania", deu início a fase 5 do universo compartilhado, com a esperança dessa nova fase trazer melhorias para a saga do multiverso, mas passou longe disso acontecer. O filme é mais do mesmo, sem originalidade, preguiçoso e ainda apresenta pioras do que já estava ruim. Nem mesmo a presença de "Kang, o Conquistador", foi o suficiente para dar rumos melhores a história do filme.
Este filme é uma mistura tosca de "Star Wars" com "Pequenos Espiões", sendo que para mim, a franquia do Robert Rodriguez é uma das piores da história do cinema, obviamente que essa ideia aplicada no filme não prestaria. O filme é estranho; gosmento; nojento e muito bizarro, mas no pior sentido das palavras citadas, com sua meia hora inicial de projeção chata de se acompanhar e totalmente inútil! Somente a dinâmica da relação entre Janet (Michelle Pfeiffer) e Kang (Jonathan Majors), traz uma certa eficácia a obra. O resto é digno de ser amassado, rasgado e jogado na lata do lixo!
Que péssima ideia de transformarem a filha do protagonista em uma super-heroína, e pior ainda foi ver a Vespa praticamente de figurante, para perder o papel de principal coadjuvante para a filha insuportável do Scott Lang. A Marvel abraça suas cagadas com gosto! Ainda por cima, acabaram com o visual da Hope Van Dyne, com um cabelo curto horroroso! Com isso, acabaram destruindo a feminidade da personagem, que estava muito melhor nos filmes antecessores.
Os efeitos visuais da Marvel pós "Vingadores: Ultimato", vêm deixando a desejar na maioria de seus filmes, mas aqui eles conseguiram se superar negativamente. O visual do M.O.D.O.K. foi a coisa mais vexatória, ridícula e malfeita de toda a história da Marvel! Meus olhos sangravam e não acreditavam no que estavam vendo... Às outras partes desse quesito não é comprometedor, mas com esse desleixo do personagem citado acima, fica imperdoável a falta de comprometimento da produção em entregar algo minimamente aceitável.
Jonathan Majors se esforçou e fez o que pode para entregar um personagem bacana, mas o roteiro do filme não o ajudou muito. Vilão principal da saga do multiverso; acabou ficando mal desenvolvido e, apesar de ser muito poderoso, não causa a mesma sensação de perigo de Thanos visto em "Vingadores: Guerra Infinita". Fiquei com a impressão que o personagem foi extremamente nerfado para este filme, e isso não é bom para o futuro do personagem…
Talvez seja o filme do MCU mais decepcionante até agora… Não é ousado, boa parte da ação é pura galhofa, principalmente no ato final e claro, com a fórmula de comédia extremamente desgastada que praticamente ninguém gosta mais! (a piada dos buracos é constrangedora!). Está na hora da Marvel dá uma reformulada urgentemente em seu Universo, caso contrário, pode nem conseguir concluir a saga do multiverso. "Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania", conclui a pior trilogia de super-herói do MCU.
Assistido em 30 de setembro de 2023
Minha avaliação: 4,5/10
Pantera Negra: Wakanda Para Sempre
3.5 799 Assista Agora"Pantera Negra" foi o filme de origem de personagem do MCU a ser o mais bem-sucedido na bilheteria global, ultrapassando facilmente a barreira do bilhão. Os números de arrecadação são impressionantes, levando em conta que o personagem "Pantera Negra" não é um dos mais populares da Marvel, mesmo assim lotou às salas de cinema no mundo todo! Principalmente na bilheteria doméstica, se consagrando como uma das maiores da história dos EUA. Acredito que seu sucesso se deve a representatividade inteligente, sem ser forçada e principalmente sem vitimismo, além do elenco competente e talentoso!
Durante às gravações de "Pantera Negra" (2018), o ator Chadwick Boseman já estava doente, mas na época praticamente ninguém da mídia sabia disso, infelizmente o ator faleceu em 2020, decorrente de um câncer de cólon. Com isso, a Marvel ficou com um baita problemão para resolver: como fazer uma sequência do filme "Pantera Negra" sem o protagonista T'Challa? Bem... Os roteiros atuais da Marvel não costumam ser o grande destaque de seus filmes, imagina então quando eles precisam reinventar todo um planejamento já definido... Obviamente que a continuação do filme passaria longe de superar o original.
Temos um filme que fala sobre luto e superação, mas principalmente sobre a continuidade da vida. Sobre como os desafios de viver e de existir atropelam ou se impõem, algumas vezes, sobre as nossas dores e sofrimentos. Com um roteiro mais dramático que o padrão da Marvel, o filme pelo menos consegue ser mais "sério" que outras produções recentes do MCU, mas ainda assim, aparece aqueles momentos que a velha fórmula da Marvel dá às caras, ela é inevitável!
Não gostei muito da escolha da nova Pantera Negra, acho que a atriz Letitia Wright ainda não tem culhões para ser a protagonista de um filme dessa magnitude, além disso, é uma mudança muito brusca para a personagem Shuri e também, uma escolha muito óbvia da Marvel. Eventualmente a atriz pode melhorar sua performance em um possível terceiro filme, mas por enquanto não vingou.
O filme apresentou mais uma nova personagem: Coração de Ferro. Na minha visão também não convenceu, uma personagem extremamente sem carisma, com uma apresentação e desenvolvimento pífio. Não faria falta e diferença alguma se não tivesse participado do filme, para piorar ainda mais a situação, a usaram de alívio cômico erroneamente. Provavelmente por isso que sua série solo foi adiada ou cancelada (não sei), mas é certo que essa nova personagem está com o futuro incerto no MCU.
Não chega a ser de todo ruim, tem alguns pontos positivos que salvam o filme de ser um completo fiasco. A representatividade dessa sequência continua boa, e acredito que é um exemplo a ser seguido por Hollywood, com inclusão de personagens criados do zero e, não com mudanças de etnias forçadas e sem sentido, como no caso do filme: "A Pequena Sereia" (2023).
Sobre os efeitos visuais, dessa vez, a Marvel conseguiu entregar algo minimamente satisfatório, principalmente com às cenas da invasão de Wakanda. O Novo vilão Namor me agradou bastante, não conheço sua origem em relação a HQ, mas no filme mostrou ser um vilão que dá bastante trabalho, conseguindo fazer grandes estragos com facilidade. Entretanto, o desfecho do filme foi um pouco decepcionante, ficou fantasioso demais a maneira de como foi resolvido os conflitos da trama.
Enfim, "Pantera Negra: Wakanda Para Sempre" entrega um blockbuster na média das produções populares e de grande orçamento, mas há claras partes recheadas de embromações em sua narrativa, tornando-o um filme irregular. Tudo isso não tira os méritos da boa produção do filme, mesmo assim, é uma obra que passa longe dos anos de auge do MCU (2012-2019). No mais, destaco a homenagem bacana deixada a Chadwick Boseman.
Assistido em 24 de setembro de 2023
Minha avaliação: 6,5/10
Resistência
3.3 263 Assista AgoraStar Wars do Gareth Edwards, na minha opinião, foi o melhor filme de toda a saga, mesmo com personagens totalmente novos! O diretor conseguiu uma proeza em tanto com "Rogue One".
Se neste filme ele seguir o padrão de qualidade de seu filme antecessor, pode emplacar facilmente um dos melhores filmes do ano, e também um dos melhores de seu gênero.
23 de setembro de 2023
The Flash
3.1 745 Assista Agora"The Flash" é o último lançamento da DC a fazer parte do Snyderverso, conjunto de filmes que contam com a participação do diretor Zack Snyder na produção. Os filmes são: "Mulher-Maravilha" (2017); "O Homem de Aço" (2013); "Batman vs Superman: A Origem da Justiça" (2016) e "Liga da Justiça de Zack Snyder" (2021). Com exceção do próprio filme do Flash, os outros dá para considerar tranquilamente como os melhores do DCEU (Universo Estendido da DC). Zack Snyder para mim é um ótimo diretor, irá fazer muita falta nos filmes futuros da DC.
Pegando carona na ideia da Marvel, a DC resolveu apostar na nostalgia, aplicando o conceito do multiverso em seu novo filme, só que de uma forma mais desorganizada e bagunçada. Sem sombra de dúvida, a melhor parte do filme são às cenas do Batman do Michael Keaton, acho bacana a volta de um personagem querido e clássico da antiga geração, após muito tempo, dar às caras novamente. Ainda assim, creio que faltou aquele algo a mais para sustentar a ideia central do filme.
A DC Comics parece que perdeu sua identidade e originalidade, deixando a parte sombria e características de suas principais obras de lado, para copiar a fórmula Marvel na cara dura! Usar o Ezra Miller de alívio cômico definitivamente não funcionou comigo, pois o ator nem é comediante. Com isso, o filme acabou ficando forçado com tantas cenas de comédia sem graça e completamente fora do tom, tirando todo o peso dos momentos mais dramáticos.
Outro problema bem evidente do filme é o CGI desleixado, principalmente na parte em que o Flash salva os bebês, numa sequência de cenas bem esquisitas, que entrega a fragilidade da parte técnica do filme, dando a impressão que faltou orçamento para a finalização dos efeitos visuais. Embora isso não esteja presente em todo o filme, esse problema do CGI ruim é bem preocupante, pois atualmente isso está ficando cada vez mais recorrente. Estamos numa era de 'Downgrade' de efeitos visuais, pois boa parte dos filmes atuais perdem feio para muitos filmes dos anos 2000 e, até mesmo para alguns dos anos 90, como, por exemplo: "Terminator 2".
O Ezra Miller até que atuou bem, não deve ser nada fácil atuar consigo mesmo em meio a tanta tela verde, uma pena que o ator na vida real seja bitolado das ideias e tenha tantos problemas pessoais e mentais. Talvez ele seja o principal motivo de "The Flash" ter fracassado nas bilheterias, afinal o ator tá envolvido em diversas polêmicas e mesmo assim passaram pano como se nada tivesse acontecido. "The Flash", o principal lançamento da DC do ano, é simplesmente o maior fracasso de bilheteria entre todos os filmes de super-heróis da história! Ligando o alerta para o futuro do subgênero.
Apesar dos inúmeros problemas, "The Flash" consegue cumprir com o básico de seu gênero que é entreter e ser um bom passatempo. Os efeitos visuais em alguns momentos até são aceitáveis e boa parte da ação até chega a empolgar, além de contar com boas aparições surpresas e uma homenagem bacana a história da DC Comics. No mais, "The Flash" é um bom filme pipoca e de sessão da tarde, porém com muitas ressalvas.
9 de setembro de 2023
Minha avaliação: 7,0/10
Adão Negro
3.1 687 Assista AgoraDifícil fazer uma análise com mais propriedade quando não se conhece absolutamente nada sobre o protagonista, também não sei nada sobre os outros personagens da Sociedade da Justiça. Provavelmente todos esses personagens fazem parte do terceiro escalão da DC, já que só agora ganharam a atenção do estúdio. Em meio a tantos filmes sobre o "Batman" já lançados, acho uma boa a DC diversificar um pouco e investir em personagens pouco conhecidos no mundo cinematográfico.
The Rock (Dwayne Johnson) foi a escolha perfeita para o papel de "Adão Negro", o ator caiu como uma luva no personagem, e combina muito bem com às principais características do Adão Negro de ser imbatível, indestrutível e destemido. The Rock não é um primor no quesito atuação, mas compensa a falta de talento natural com grande carisma e presença em tela como poucos.
Como filme de origem do Adão Negro, até gostei da apresentação e introdução do personagem, porém, achei a Sociedade da Justiça mal explorada e desenvolvida, obviamente não daria tempo de fazer algo mais abrangente em menos de duas horas. Para mim, o melhor personagem da liga foi o "Sr. Destino", e o que menos gostei foi o "Esmaga-Átomo".
O diretor Jaume Collet-Serra tentou imitar o Zack Snyder no estilo de direção, com o uso de slow motion, mas acho o Zack Snyder imbatível nesse tipo de recurso. Mas gostaria de ter visto uma direção com mais personalidade e estilo próprio, embora creio que sem o Zack Snyder a DC jamais irá voltar a ser o que era antes no início do universo estendido, já que considero os seus filmes os melhores do DCEU.
É verdade que este filme não tem nada de mais, é só mais um filme qualquer desse universo de super-heróis e vilões, que ganhou muita força e popularidade na década passada. No entanto, "Adão Negro" é um anti-herói com cara mais raiz e clássica que o normal, aquele típico personagem brucutu e de poucas palavras, que mais age do que fala. Apesar de o filme ter problemas e defeitos, ao menos não faz parte desses moldes atuais que infestam o cinema contemporâneo.
É uma pena que a DC se perdeu e virou uma bagunça generalizada, com demissões sem sentido e trocas de lideranças a todo instante. Com isso, a cena pós-créditos do longa ficou sem peso e totalmente flopada, algo que era para ser no mínimo empolgante se tornou algo broxante. Tudo graças a uma falta de planejamento e falta de consideração com os fãs.
"Adão Negro" é um bom filme pipoca, com muita ação, CGI ok e um bom passatempo de qualidade. Uma pena que faltou orçamento para dar mais profundidade a outros personagens, especialmente os membros da Sociedade da Justiça. Outros pontos também poderiam ter sido melhores, como o confronto final entre Adão Negro e Sabaac, que achei muito curto, apesar de a finalização ter sido épica!
Infelizmente o ator The Rock (Dwayne Johnson) foi demitido da DC logo no seu primeiro filme do estúdio, provavelmente isto ocorreu devido ao flop nas bilheterias e brigas internas. Acredito que foi mais uma decisão estúpida da DC, já que não consigo imaginar outro ator na pele de Adão Negro…
5 de setembro de 2023
Minha avaliação: 7,5/10
O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final
4.1 1,1K Assista AgoraEis um exemplo de filme que beira a perfeição, fazendo parte da minha seleta lista de filmes que não me canso de assistir. Descobri recentemente que o filme possui uma versão estendida titulada "Versão Skynet", com isso, arrumei uma boa desculpa para rever esse grandiosíssimo clássico, e claro que valeu muito a pena ver essa versão. Esse segundo filme da franquia "O Exterminador do Futuro" é simplesmente o masterpiece do cinema moderno e o pioneiro (paizão) do cinema blockbuster, sendo o principal responsável pela ascensão do subgênero nas bilheterias mundiais.
Méritos totais para James Cameron, que consegue melhorar o que já era ótimo e ser especialista em superar filmes originais, foi assim com "Alien: O Oitavo Passageiro"; superado por "Aliens: O Resgate", e aqui ele conseguiu de novo essa façanha com "O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final". Com isso, Cameron provou ser um diretor muito acima da média e definitivamente escreveu seu nome na história do cinema (mesmo com poucos filmes na época).
Na minha opinião, considero os anos 90 como a melhor década da história do cinema, e este filme é um dos principais motivos disso, apesar de muitos outros filmes também se destacarem como os melhores dessa década. No entanto, esse em especial consegue a proeza de ser nota dez em todos os quesitos cinematográficos (direção, roteiro, atuações, partes técnicas, etc.). Alguns se destacam mais pela beleza visual e efeitos, outros pelo entretenimento e outros pelo roteiro e atuações, mas "Terminator 2" simplesmente se destaca em tudo! Não há nenhum ponto fraco neste filme, ou algo que poderia ter sido melhor, simplesmente é um dos filmes mais perfeitos da história do cinema.
Ação na medida certa, efeitos visuais impressionantes, história envolvente e cativante, roteiro inteligente e relevante, personagens marcantes, elenco em sintonia, atuações convincentes e vilão extremamente foda; temível; perigosíssimo e letal. O filme é um conjunto de elementos de ação/ficção científica, que além de proporcionar diversão de alto nível, trabalha com um tema super relevante para a atualidade; os avanços tecnológicos e o mundo cada vez mais digital e dependente da tecnologia.
Um bom exemplo de representatividade feminina é da Sarah Connor (Linda Hamilton), aqui a personagem tá mais determinada, destemível e badass. Isso que é personagem que representa uma mulher de verdade, não essas porcarias cheias de militâncias insuportáveis da atualidade. Arnold Schwarzenegger também está muito bem nessa versão do T-800 como protetor, particularmente gosto mais dele assim.
O grande diferencial desse filme é transformar cenas aparentemente simples em algo marcante, inesquecível e grandioso! Como, por exemplo: A cena do bar de sinuca (impagável), e a perseguição do caminhão com a moto Harley (excelente sequência de ação). A Versão Skynet dá uma aprimorada no contexto da história, além de um final alternativo de desfecho definitivo para a franquia. Realçando ainda mais que às sequências do século XXI são meros caça-níqueis, apesar de serem bons entretenimentos também.
2 de agosto de 2023
Minha avaliação: 10/10
O Exterminador do Futuro
3.8 899 Assista Agora"O Exterminador do Futuro" foi o primeiro grande sucesso da excepcional carreira de James Cameron, conseguindo resultados satisfatórios de um grande filme de respeito, com direção e produção eficientes, além do visual impressionante apesar da escassez de recursos. Filme que deu início a uma das franquias mais famosas da história do cinema, totalizando até agora seis filmes! Entretanto, apenas os dois primeiros foram obras marcantes e acima da média. Apesar do original ser um ótimo filme, sua sequência é melhor ainda! Onde Cameron é especialista em realizar filmes superiores aos originais.
É interessante analisarmos como este filme conseguiu ser revolucionário, mesmo com tão pouco. Os efeitos práticos de maquiagem no ciborgue é de um capricho sem igual, principalmente quando o personagem do Arnold Schwarzenegger está se consertando de danos sofridos por acidente. O ator está excelente no papel, com ótima performance nos seus movimentos corporais, realmente dando a impressão de ser um robô. Apesar das pouquíssimas palavras, Schwarzenegger conseguiu imortalizar seu personagem para sempre na história do cinema, sendo um ícone da cultura pop e um dos mais queridos e lembrados de sua época.
A personagem de Sarah Connor é uma simples garçonete e vive uma vida cotidiana comum, de repente começa a ser caçada por um ciborgue semi-imortal sem nem fazer ideia da motivação disso tudo. Uma personagem muito bem desenvolvida e peça-chave fundamental para o desenrolar da história. Kyle Reese é o protetor enviado pela resistência, acho-o um personagem interessante, daqueles bem clássicos de honra e lealdade. Uma pena que não foi bem explorado nas suas cenas no futuro.
Filme bom é aquele com foco e objetivo, sem se desviar do contexto da história, além do roteiro bem estruturado e de conteúdo relevante para seu gênero. O modo da história ser contada é extremamente cativante, fazendo o telespectador se ligar nos mínimos detalhes. Como um ótimo entretenimento, não poderia faltar às cenas clássicas do gênero, com perseguições, tiroteios e uma cidade urbana de pano de fundo, além do maravilhoso clima e ambientação anos 80.
Quando procuro a palavra clássico no dicionário, me dou de cara com este filme, não é para menos que é um dos principais precursores do gênero sci-fi, e um dos mais importantes e significativos filmes de sua década. Com orçamento de apenas US$ 6,4 milhões, Cameron driblou todas às dificuldades de trabalhar com poucos recursos, realizando um filmaço que deixa a maioria dos blockbusters atuais de 200 milhões no chinelo!
30 de julho de 2023
Minha avaliação: 9,0/10
O Teorema Zero
3.1 224 Assista Agora"O Teorema Zero" é basicamente uma versão moderna de "Brazil" (1985), do mesmo diretor, às referências e semelhanças a este filme são muitas, principalmente no cenário distópico e totalitário em que os protagonistas vivem. Por tanto, quem já assistiu "Brazil" nem precisa perder tempo com este filme, muda uma coisa aqui e ali, mas a proposta de ambos são a mesma.
O filme é uma distopia de um mundo perturbador, onde pessoas são bombardeadas de publicidade, trabalhos que causam estresse alto e surtos psicóticos, problemas sérios de saúde; além da privacidade e tempo de lazer serem praticamente inexistentes. A obra é carregada de críticas sociais e recheada de filosofias e metáforas, sendo boa parte do filme interpretativo e abordando questões como: solidão, vazio existencial, sentido da vida, etc.
Com um início bem entediante de se acompanhar, acaba sendo um filme que exige muita boa vontade do telespectador em assisti-lo, porém, paciência não é muito meu forte e, somente terminei de assisti-lo depois de dois dias. Isso foi até uma surpresa para mim, pois raramente faço isso, ainda mais com um filme de menos de duas horas, mas pareceu que durou o dobro do tempo. Infelizmente esta obra do Terry Gilliam tem um ritmo muito ruim, além de diversos diálogos enfadonhos. Não é por menos que muitos falam ser um dos piores trabalhos de Terry Gilliam, e concordo com a opinião da galera.
Christoph Waltz é um baita ator premiado, aqui deu vida a um personagem bem fora dos padrões que estamos acostumados em ver, foi um dos poucos pontos positivos do filme. O universo criado é bastante interessante e muito vasto em detalhes, há um trabalho primoroso de direção de arte, sendo a melhor coisa do filme, com uma palheta de cores vivas, bastante interessante visualmente. Em muitos momentos até poluído demais imageticamente, mas de forma proposital para demonstrar toda essa desordem futurista.
A direção de Terry Gilliam é boa novamente, em um filme bastante autoral e de originalidade, mas infelizmente é bastante limitado. "O Teorema Zero" sofre do mesmo mal de "Não! Não Olhe!" 2022, de Jordan Peele. Onde ambos os filmes não conseguem contar uma história atrativa para o telespectador, com envolvimento de narrativa praticamente nulos. Como filmes reflexivos podem até funcionar, mas como entretenimento são um completo fracasso!
Maratona Terry Gilliam
Assistido em 24 de julho de 2023
Minha avaliação: 4,0/10
Os 12 Macacos
3.9 1,1K Assista Agora"Os 12 Macacos" era um dos principais filmes que eu queria ver quanto antes, mas por inúmeros motivos sempre acabava adiando… A presença de Bruce Willis de ator principal e, de Brad Pitt como coadjuvante, foi mais que um bom motivo para eu ficar animado com o filme, já que são dois dos atores que mais gosto, além de ser o único filme em que ambos atuam juntos.
Este filme é mais um entre tantos outros longas-metragens sobre viagem no tempo, uma das abordagens mais clássicas entre filmes de ficção científica. A obra conta com uma narrativa bem amarrada, se revelando muito mais atrativa do que muitas outras produções do gênero, que querem chamar mais a atenção pelas engenhocas futuristas e efeitos especiais do que propriamente pela história. Eis um bom exemplo da junção entre a criatividade da ficção e o universo da ciência em prol de um bom filme.
Já vimos muito sobre ficção científica no decorrer dos anos, onde cada vez mais se prezou pelo rigor técnico. Contudo, dessa vez, toda a ideia de viagem no tempo e caos apocalíptico foram unidos a uma crítica bem formada, e um roteiro de tirar o fôlego, onde mesmo se prezando pela estética, a importância do filme consiste em criticar a psiquiatria, ou mesmo a definição de verdade e realidade.
Contestador e revolucionário! A maneira que a história fictícia é manipulada para retumbar na realidade é sensacional! Possuindo um rigor técnico extremamente notável. A atmosfera do filme é cautelosamente climatizada, indo de cortes bruscos a diálogos que soam inacabados para passar a mesma sensação de confusão de seus personagens.
Terry Gilliam é um diretor diferente, neste caso, trabalha com closes claustrofóbicos e ângulos imprevisíveis, com os movimentos dinâmicos sendo mais certeiros e claro, servindo de suporte as outras loucuras do diretor. Ele também é infalível ao climatizar o filme, com os cortes bruscos e os diálogos que sempre soam inacabados. E mais tarde, quando já está chegando ao fim, ele coloca detalhes que impressionam, tirando todo o clima bagunçado, filmando toques e olhares em movimentos de câmera lenta.
O filme peca por não dar muita ênfase ao ano de 2035, senti falta de uma exploração melhor sobre o presente da história, por conta disso, dá a impressão de ser uma obra incompleta. Entretanto, seu final é satisfatório, coerente e sem pontas soltas; que apesar de muitas ressalvas e de sua complexidade, não faz o telespectador ficar com cara de besta ao término de sua projeção. "Os 12 Macacos" não faz parte dos seletos filmes que considero os melhores de seu gênero, mas atende os requisitos mínimos de um bom filme sci-fi.
Este filme acabou ganhando uma adaptação em forma de série. Intitulado "12 Monkeys", com estreia em 2015 (vinte anos após o lançamento do filme) e finalizada em 2018; possuindo quatro temporadas. Quem sabe a série não seja mais abrangente que o filme do Terry Gilliam? Não custa nada conferir…
Maratona Terry Gilliam
Assistido em 14 de julho de 2023
Minha avaliação: 7,0/10
Brazil, o Filme
3.8 402 Assista AgoraVez ou outra busco expandir o que consumo sobre cinema, dessa vez, chegou a hora de conhecer alguns trabalhos do diretor Terry Gilliam. A primeira impressão que tive é que ele é um cineasta bastante criativo, além de prever muitos malefícios dos tempos modernos, que futuramente aconteceriam mesmo, ou piorariam muito ao decorrer das décadas. Trata-se de um filme visionário sobre o caos da vida cotidiana corrida e avassaladora.
O filme como era de se esperar, é recheado de críticas políticas e sociais, mostrando diversas situações de dificuldades em lidar com um estado dominado pelo autoritarismo e burocracia. A obra mostra acontecimentos que podem levar a pessoa a ter síndrome de burnout, como a correria para chegar ao local de trabalho em ponto; cargas horárias abusivas; condições de trabalho precárias; dependência da tecnologia; violação de privacidade, etc.
Nada melhor do que 'papel' para representar a burocracia, é tanto papel neste filme que chega a causar desconforto e tontura rsrs. O filme é muito bom no sentido de mostrar como o sistema funciona, por outro lado, deixa a desejar na sua parte fantasiosa, já que os sonhos e viajadas do protagonista não acrescenta praticamente nada a história. Se intencional ou não, o filme acabou sendo 'burocrático', o que é no mínimo contraditório rsrs.
"Brazil: O Filme", possui muitos pontos a se exaltar, principalmente na direção de Terry Gilliam, um diretor que provou não se perder, além de saber o que está fazendo. No entanto, seu filme careceu de uma história mais contundente e interessante, é aquele típico filme que você se distrai facilmente e faz outra coisa durante sua projeção. O filme sofre do mal de muitos longas atuais, que é ficar só nas críticas e ponto final, sendo insuficiente ao contar uma história envolvente e fraco como entretenimento.
O filme se chama "Brazil" devido à música brasileira "Aquarela do Brasil", que ganhou uma versão em inglês e faz parte da trilha sonora do filme. Apesar da coincidência, o nome do filme não tem nada a ver com a situação política do Brasil dos anos 80. Entretanto, o filme retrata muito como é o Brasil atualmente, um país retrógrado e com pouquíssima liberdade econômica.
Maratona Terry Gilliam
Assistido em 30 de junho de 2023
Minha avaliação: 6,0/10
Contato
4.1 804 Assista AgoraRobert Zemeckis é um cineasta que se destacou e fez muito sucesso nos anos 80 e 90. Seu primeiro filme de grande destaque foi "De Volta para o Futuro", de 1985, uma obra muito querida pelo público e também um grande sucesso de bilheteria, que mais tarde se tornaria uma trilogia. Após a conclusão de sua trilogia, Zemeckis dirigiu o filme "Forrest Gump", em 1994, onde ganhou o prêmio de melhor diretor, além de ganhar também o de melhor filme e roteiro. Basicamente com isso, ele zerou sua vida cinéfila, com no mínimo dois de seus filmes podendo ser considerados uns dos melhores da história do cinema.
"Contato" talvez não faça parte desses filmes mais badalados e lembrados do diretor, entretanto, acredito que o filme mereça tanto reconhecimento quanto os outros citados acima. Robert Zemeckis teve sabedoria para não se perder com estrelismo, e novamente entregou mais um grande filme! "Contato" pode parecer arrastado e sem dinâmica em seu início, mas a partir do momento que a protagonista faz sua grande descoberta, você sem perceber já está completamente imersivo na história.
Zemeckis é um grande especialista em conduzir narrativas de forma agradável e correta, seu filme é muito completo! Conseguindo ser convincente no drama; na ficção; no suspense; no romance e até mesmo no debate de fé vs. ciência, onde os assuntos são abordados de forma imparcial, sem atacar e ofender nenhum dos lados. Filme bem atuado, onde Jodie Foster e Matthew McConaugh estão bem à vontade e, em sintonia nos seus respectivos papéis.
Após este filme, sugiram tantos outros sobre o tema vida inteligente fora da terra, como: "A Chegada" (2016) e "Ad Astra: Rumo às Estrelas" (2019). No entanto, nenhum dos dois conseguiu chegar perto desse aqui, principalmente na sua parte filosófica, e mais ainda nos diálogos antológicos entre os personagens principais. Eis um exemplo de filme sobre o tema que não precisa de batalhas intergalácticas para prender a atenção do telespectador. Boa parte do filme ter dado certo foi graças a direção do Zemeckis, que conseguiu fazer algo fora do óbvio e sem ser banal.
Enfim, "Contato" é mais um belíssimo trabalho do competente diretor Robert Zemeckis, com peso emocional de história bastante envolvente, aliado a ótimos efeitos visuais e excelentes imagens espaciais, principalmente levando em conta a época da produção. Os anos 90 foi uma década tão forte para o cinema, que até mesmo os filmes menos conhecidos e os inferiores às principais obras daquele tempo, mesmo assim, conseguem ser muito acima da média em comparação aos filmes da década atual…
Assistido em 24 de junho de 2023
Minha avaliação: 8,5/10