Gostei do filme pela história, basicamente, a união de milhares de peixinhos pra vencer uma batalha contra alguns tubarões (usando uma metáfora sobre o mercado financeiro). Contudo tive que pausar o filme pelo menos umas 3 vezes pra tentar entender do que estavam falando, o que é "shorts", ativos, futuros, etc. Além disso, assisti ao filme dublado no Max e a dublagem brasileira está bem ruim, recomendo a quem puder que assista no idioma original.
Revi no cinema de rua da minha cidade a cópia remasterizada em comemoração dos 20 anos do lançamento do filme. Eu me lembrava um pouco da história, mas não lembrava como a direção era inventiva. Filme impactante como é toda a obra do Park Chan-wook.
Cresci no espiritismo e já conhecia a história do Zé Arigó. Gostei muito do filme, achei bem feito, me chamou atenção a composição de algumas cenas, quadros, a fotografia, o design de produção, maquiagem e figurino. Achei os atores competentes, o Danton Melo me convenceu como um homem matuto, simples que sabe o peso que tem que carregar e por isso resiste. A Juliana Paes também me comoveu como a mãe de família, esposa de um homem com uma missão como a do Zé Arigó. Assim como os filhos, ela acaba sofrendo as consequências das ações do marido. Concordo com as pessoas que comentaram que a história poderia ser melhor desenvolvida em uma série.
O que mais me intrigou nesse filme foi o debate sobre obra x artista e a atual cultura do "cancelamento" encabeçada por uma parcela da classe média e pela imprensa. Agora, a pessoa além de ser excelente no que faz tem que ser também um exemplo de boa moral. Caso o artista/ pessoa pública apresentar falhas, se deixar escapar sua humanidade, ele terá sua carreira e reputação destruídas pelos "canceladores". A sanha para impor essa moral é tão grande que estão promovendo até mesmo o "cancelamento retroativo", quando julgam a vida pessoal de personagens históricos, grandes artistas, etc, que viveram em outras épocas, como acontece na cena da aula na Juilliard.
Ótimo filme, com uma produção, trilha sonora e atuações excelentes. É pesado, chocante, sujo e perturbador como devem ser os filmes de guerra que mostram os combates, afinal não existe beleza na guerra. Também gostei muito do comentário político:
enquanto os trabalhadores são enviados para morrer na guerra, os filhos da burguesia e dos militares ficam no conforto; enquanto os soldados passam fome, o alto comando desfruta da abundância.
Pessoalmente, o filme me fez pensar sobre a guerra da Ucrânia, no tanto de pobres coitados, trabalhadores que não tem nada a ver com os nazi do Batalhão Azov, mas que estão indo "pro abate" porque foram convencidos pela intensa propaganda de guerra feita principalmente pela imprensa dos EUA.
Vi esse filme há muitos anos e lembro de ter achado um porre. Hoje com um olhar mais maduro e interessado nos bastidores da política e na importância de Getúlio Vargas para o país eu consegui gostar do filme, da história contada e perceber suas qualidades como obra de arte também. Acredito que um dos motivos que me fez achar o filme chato quando assisti antes é o fato de se passar praticamente todo no Palácio do Catete. Na verdade é uma decisão interessante dos realizadores já que assim puderam passar a ideia de que o protagonista estava num beco sem saída, acuado diante da intensa campanha contra seu governo e da conspiração para o golpe de estado. Além disso tem muita sombra nas cenas, é um filme bastante escuro o que também contribui para a sensação de melancolia que parece ter tomado conta de Getúlio Vargas naqueles dias nebulosos. Enfim, é um ótimo filme que retrata um personagem fundamental para a construção de um Brasil soberano e uma passagem trágica da história do país.
Toda a ideia do quilombo urbano é interessante, mas qual o proposito além de reunir as pessoas de pele negra e se esconder do estado? Nas cenas que se passam no quilombo o pessoal não faz NADA. A estratégia é basicamente "resistir". Parece uma festa, é desesperador. Pra mim, o auge é a cena onde o personagem do Emicida tira uma arma da mão de um rapaz e dá um livro no lugar 🤡
Outra passagem que me tirou do filme é quando a personagem da Taís Araújo não volta pra casa. O namorado dela tá no apartamento, apreensivo com o Seu Jorge. Do nada ele solta que a mulher tá grávida, o Seu Jorge comemora e dá os parabéns, enfim decidem esperar a mulher voltar. Não sabem se ela tá viva, se ela foi sequestrada pelo estado, não sabem de nada e decidem simplesmente esperar. Nem em uma fantasia muito doida uma pessoa agiria assim.
Pra não dizer que achei tudo perfeito, eu não gostei da cena em que a Paloma toma um banho de chuva, embora visualmente seja linda, eu acho que poderia ter sido melhor trabalhada na parte de roteiro, ter mais contexto.
Dito isso, eu adorei o filme! Gosto muito da filmografia do Marcelo Gomes, porque acho que ele consegue retratar o povo brasileiro real, nossa gente trabalhadora e simples de forma muito honesta e bonita.
Outra coisa que chama a atenção é como os atores tem uma sintonia, como as relações dos personagens parecem reais, autênticas, os olhares são carregados de afeto. O olhar do caminhoneiro pra Paloma, o olhar da colega de trabaho dela, o olhar da mãe da Jenifer. Além disso, a Kika Sena tem um carisma muito lindo de se ver na tela, é daquelas pessoas que sorriem com os olhos, isso cativa a gente. Enfim, essa humanidade é muito preciosa, gostei demais.
Depois de assistir a este filme dá para entender porque a Maggie Gyllenhaal se interessou em dirigir o filme A Filha Perdida. Ambas as protagonistas são mulheres que têm atitudes questionáveis, são personagens muito complexas. É difícil não julgá-las, porque agem de forma reprovável. Apesar de não ter amado a história, me surpreendi na forma como os acontecimentos escalaram e gostei do estudo de personagem da professora frustrada que perde a noção. Vi no prime vídeo.
Ótimo filme, com atuações muito boas. O personagem principal é complexo, tem muitas camadas e a Glenn Close tem uma performance tão inspirada, que pelo olhar dá para entender muito do que o protagonista passa sem necessidadede que isso seja verbalizado. Com relação à história, o que mais me tocou foi a condição daqueles personagens como trabalhadores em uma época ainda mais dificil para as mulheres. À classe trabalhadora só resta sonhar. Vi no Prime Vídeo.
Filme lindo na sua melancolia e solidão dos personagens e nas mudanças provocadas pelos encontros entre eles e deles com eles mesmos. E é uma surpresa deliciosa ouvir Total Eclipse of The Heart no contexto como o da cena que aparece.
Conheci a M.I.A. pela música Bucky Done Gun quando o clipe dela bombou na MTV. Acompanhei alguns dos hits que ela lançou depois, e tinha noção sobre sua militância com relação ao problema da imigração, mas eu não sabia que ela tinha essa postura realmente anti-imperialista. Só o fato de defender a resistência (armada) do seu povo Tamil no contexto de um Sri Lanka dominado pelos militares já é de se bater palmas. E mesmo com essa revolta correndo em suas veias, se ela conseguiu espaço na mídia dominada pelas elites é pq sua música e seu talento são excepcionais. Ainda hoje, mesmo estando aposentada da música, ela continua com suas inquietações sobre seu povo e todos os marginalizados no mundo, inclusive apoiando pautas importantes como a liberdade para Julian Assange. Até mesmo sua opinião antivax, uma opinião terrivelmente equivocada, é um pouco compreensível quando você pensa no que está por trás (afinal, os monopólios farmacêuticos só querem o nosso bem né). Enfim, M.I.A. é uma mulher complexa e admirável, acredito que o doc foi competente ao construir um retrato dela.
Do que eu vi, esse é o melhor filme de 2021, até o momento. Gostei muito da ambientação, da atmosfera suja daqueles tempos sombrios de guerra. Além disso, a história é muito bem construída, com um final dolorosamente realista. As cenas das batalhas e do duelo são muito impactantes, como devia ser de fato. Achei só um pouco repetitivo, mas isso não atrapalhou a minha experiência.
O filme tem ótimas cenas de ação, a trilha sonora com Chico Science é empolgante, a fotografia é bonita e inspirada, atuação do Seu Jorge muito intensa, dá pra ver que ele estava entregue e mostrou como Marighella era um homem corajoso e comprometido com a revolução.
O que não gostei foi dos clichês de frases inspiradoras, das cenas que os personagens olham pra câmera e do fato de que o filme tem 2h30 de câmera na mão... além disso, acho que faltou um pouco de contextualização em algumas passagens.
De resto, a postura de Marighella é admirável e a situação política daquele tempo é muito semelhante a que vivemos hoje no Brasil, onde o governo acaba com os diretos do povo enquanto a maioria das lideranças de "esquerda" permanecem acovardadas, apostando tudo em discursos no Congresso.
Gosto muito de alguns trabalhos do diretor (Viajo porque preciso..., O ceu de Suely e Praia do Futuro) mas não gostei de O abismo prateado. A direção do Karim Aïnouz é interessante no sentido de dar bastante destaque pra atuação da Alessandra Negrini (muita câmera fechada no rosto dela) que consegue entregar. No entanto, eu não consegui me conectar com o drama da personagem, não "comprei" o sofrimento dela, a reação que ela teve. O filme demora muito nisso e só volta a ficar mais interessante quando a protagonista conhece os personagens do pai e da menina, no final. Além disso, fiquei me perguntando se uma pessoa insatisfeita com um casamento realmente seria capaz de esconder o desejo de se separar como o marido dela fez, e simplesmente, abandonar tudo, sem dar nenhuma chance de reparação. Achei um filme chato e arrastado.
A nostalgia pelo filme original me despertou a curiosidade pra ver o novo Jovens Bruxas e só posso dizer que é o puro suco do feminismo burguês, em outras palavras, é vazio.
Quando eu vi que as meninas enfeitiçaram o rapaz e ele virou um esquerdomacho, eu já vi que não ia render.
Sem contar que todos os personagens são rasos, sem desenvolvimento. Outra coisa que me chamou a atenção foi a relação da protagonista com a mãe que deveria ser importante,
Como falei, o filme faz uma denúncia contra o abuso sexual de mulheres e todo o encobrimento da sociedade, sempre em favor do abusador. Agora imagina se o filme tivesse acabado antes da Cassie ver o vídeo... seria o "final dos sonhos"! Ela tinha até desistido da vingança... SALVA POR UM HOMEM!! Acho que passaria a mensagem errada de que dá pra deixar uma injustiça pra trás, que dá pra superar e seguir em frente, basta se apaixonar e ser correspondida. Não digo que um romance, um amor não possa ajudar uma pessoa a superar traumas. Porém, penso que no contexto do filme um "final feliz" assim ia passar a mensagem que a protagonista foi salva por um homem, ela não precisou fazer nada, deixou de ser sujeito da ação, etc.
E esses créditos finais? Minha irmã olhou pra tv e disse que era o Jornal Nacional terminando com a Renata Vasconcelos e o William Bonner arrumando a bancada. Quanto ao filme, só gostei das cenas no espaço.
mata os suspeitos, deixa testemunhas fugirem com provas, mas o pior de tudo foi quando o assassino tava cavando buraco pra pegar a arma dos crimes e ela, em vez de esperar escondida pra fazer um flagrante delito, aparece pra interromper ele. burra!
a forma como os soldados do araguaia foram descartados me lembrou dos soldados da borracha que tiveram o mesmo tratamento do estado. trabalhador sempre vai servir de bucha de canhão nas guerras criadas pela burguesia.
Aquele tipo de filme que não entrega o que estava no trailer, mas pode ser um bom passatempo se você não espera muito. Vim depois de ver o trailer comentado pelo Jovem Nerd.
Gostei muito do filme, o tempo todo fiquei pensando em Nelson Rodrigues e "Teorema" do Pasolini. Sobre a história, acho que é um prato cheio pra estudiosos de Freud, afinal pelo pouco que conheço da obra dele, fala muito sobre sexo, controle dos instintos e tudo mais. A minha teoria é o seguinte:
Mãe e filhos devem superar o a morte do pai que é representado pelo rato. O personagem humano do pai já tá morto, isso porque ele é totalmente indiferente e ausente durante todo o filme. Mãe e filhos conseguem suprir a falta de afeto do pai quando entram em contato com o rato. Finalmente, acho que a metáfora do pai matando todos e de mãe e filhos matando o ratão no final seria eles superando o luto (caso contrário, eles que iriam morrer). E o lance do rato também desperta a sexualidade e a necessidade de afeto de todos: mãe, filho e empregada. No caso da filha, aflora o complexo de electra dela (se excita com o rato passeando pelo corpo dela e sugere que faria sexo com o pai). Eu só não entendo o porque dela ter virado uma suicida.
Enfim, o filme todo me parece uma metáfora que Freud explicaria com louvor. Imagino que as faculdades de Psicologia passem esse filme, se não fazem, deveriam.
Dinheiro Fácil
3.4 50Gostei do filme pela história, basicamente, a união de milhares de peixinhos pra vencer uma batalha contra alguns tubarões (usando uma metáfora sobre o mercado financeiro). Contudo tive que pausar o filme pelo menos umas 3 vezes pra tentar entender do que estavam falando, o que é "shorts", ativos, futuros, etc. Além disso, assisti ao filme dublado no Max e a dublagem brasileira está bem ruim, recomendo a quem puder que assista no idioma original.
Oldboy
4.3 2,3K Assista AgoraRevi no cinema de rua da minha cidade a cópia remasterizada em comemoração dos 20 anos do lançamento do filme. Eu me lembrava um pouco da história, mas não lembrava como a direção era inventiva. Filme impactante como é toda a obra do Park Chan-wook.
Predestinado: Arigó e o Espírito do Dr. Fritz
3.6 46Cresci no espiritismo e já conhecia a história do Zé Arigó. Gostei muito do filme, achei bem feito, me chamou atenção a composição de algumas cenas, quadros, a fotografia, o design de produção, maquiagem e figurino. Achei os atores competentes, o Danton Melo me convenceu como um homem matuto, simples que sabe o peso que tem que carregar e por isso resiste. A Juliana Paes também me comoveu como a mãe de família, esposa de um homem com uma missão como a do Zé Arigó. Assim como os filhos, ela acaba sofrendo as consequências das ações do marido. Concordo com as pessoas que comentaram que a história poderia ser melhor desenvolvida em uma série.
Tár
3.7 394 Assista AgoraO que mais me intrigou nesse filme foi o debate sobre obra x artista e a atual cultura do "cancelamento" encabeçada por uma parcela da classe média e pela imprensa. Agora, a pessoa além de ser excelente no que faz tem que ser também um exemplo de boa moral. Caso o artista/ pessoa pública apresentar falhas, se deixar escapar sua humanidade, ele terá sua carreira e reputação destruídas pelos "canceladores". A sanha para impor essa moral é tão grande que estão promovendo até mesmo o "cancelamento retroativo", quando julgam a vida pessoal de personagens históricos, grandes artistas, etc, que viveram em outras épocas, como acontece na cena da aula na Juilliard.
Nada de Novo no Front
4.0 611 Assista AgoraÓtimo filme, com uma produção, trilha sonora e atuações excelentes. É pesado, chocante, sujo e perturbador como devem ser os filmes de guerra que mostram os combates, afinal não existe beleza na guerra.
Também gostei muito do comentário político:
enquanto os trabalhadores são enviados para morrer na guerra, os filhos da burguesia e dos militares ficam no conforto; enquanto os soldados passam fome, o alto comando desfruta da abundância.
Pessoalmente, o filme me fez pensar sobre a guerra da Ucrânia, no tanto de pobres coitados, trabalhadores que não tem nada a ver com os nazi do Batalhão Azov, mas que estão indo "pro abate" porque foram convencidos pela intensa propaganda de guerra feita principalmente pela imprensa dos EUA.
Getúlio
3.1 383 Assista AgoraVi esse filme há muitos anos e lembro de ter achado um porre. Hoje com um olhar mais maduro e interessado nos bastidores da política e na importância de Getúlio Vargas para o país eu consegui gostar do filme, da história contada e perceber suas qualidades como obra de arte também. Acredito que um dos motivos que me fez achar o filme chato quando assisti antes é o fato de se passar praticamente todo no Palácio do Catete. Na verdade é uma decisão interessante dos realizadores já que assim puderam passar a ideia de que o protagonista estava num beco sem saída, acuado diante da intensa campanha contra seu governo e da conspiração para o golpe de estado. Além disso tem muita sombra nas cenas, é um filme bastante escuro o que também contribui para a sensação de melancolia que parece ter tomado conta de Getúlio Vargas naqueles dias nebulosos. Enfim, é um ótimo filme que retrata um personagem fundamental para a construção de um Brasil soberano e uma passagem trágica da história do país.
Medida Provisória
3.6 432Entendo que o filme retrata um futuro distópico, mas acho perturbadora a ideia de "resistir", em vez de lutar, enfrentar a repressão de fato.
Toda a ideia do quilombo urbano é interessante, mas qual o proposito além de reunir as pessoas de pele negra e se esconder do estado? Nas cenas que se passam no quilombo o pessoal não faz NADA. A estratégia é basicamente "resistir". Parece uma festa, é desesperador. Pra mim, o auge é a cena onde o personagem do Emicida tira uma arma da mão de um rapaz e dá um livro no lugar 🤡
Outra passagem que me tirou do filme é quando a personagem da Taís Araújo não volta pra casa. O namorado dela tá no apartamento, apreensivo com o Seu Jorge. Do nada ele solta que a mulher tá grávida, o Seu Jorge comemora e dá os parabéns, enfim decidem esperar a mulher voltar. Não sabem se ela tá viva, se ela foi sequestrada pelo estado, não sabem de nada e decidem simplesmente esperar. Nem em uma fantasia muito doida uma pessoa agiria assim.
Paloma
3.9 58Pra não dizer que achei tudo perfeito, eu não gostei da cena em que a Paloma toma um banho de chuva, embora visualmente seja linda, eu acho que poderia ter sido melhor trabalhada na parte de roteiro, ter mais contexto.
Dito isso, eu adorei o filme! Gosto muito da filmografia do Marcelo Gomes, porque acho que ele consegue retratar o povo brasileiro real, nossa gente trabalhadora e simples de forma muito honesta e bonita.
Outra coisa que chama a atenção é como os atores tem uma sintonia, como as relações dos personagens parecem reais, autênticas, os olhares são carregados de afeto. O olhar do caminhoneiro pra Paloma, o olhar da colega de trabaho dela, o olhar da mãe da Jenifer. Além disso, a Kika Sena tem um carisma muito lindo de se ver na tela, é daquelas pessoas que sorriem com os olhos, isso cativa a gente. Enfim, essa humanidade é muito preciosa, gostei demais.
Vi no Cine Recreio, em Rio Branco-AC.
A Professora do Jardim de Infância
3.6 85 Assista AgoraDepois de assistir a este filme dá para entender porque a Maggie Gyllenhaal se interessou em dirigir o filme A Filha Perdida. Ambas as protagonistas são mulheres que têm atitudes questionáveis, são personagens muito complexas. É difícil não julgá-las, porque agem de forma reprovável. Apesar de não ter amado a história, me surpreendi na forma como os acontecimentos escalaram e gostei do estudo de personagem da professora frustrada que perde a noção. Vi no prime vídeo.
Albert Nobbs
3.6 576 Assista AgoraÓtimo filme, com atuações muito boas. O personagem principal é complexo, tem muitas camadas e a Glenn Close tem uma performance tão inspirada, que pelo olhar dá para entender muito do que o protagonista passa sem necessidadede que isso seja verbalizado. Com relação à história, o que mais me tocou foi a condição daqueles personagens como trabalhadores em uma época ainda mais dificil para as mulheres. À classe trabalhadora só resta sonhar. Vi no Prime Vídeo.
Deserto Particular
3.8 183 Assista AgoraFilme lindo na sua melancolia e solidão dos personagens e nas mudanças provocadas pelos encontros entre eles e deles com eles mesmos. E é uma surpresa deliciosa ouvir Total Eclipse of The Heart no contexto como o da cena que aparece.
Matangi / Maya / M.I.A.
4.6 77 Assista AgoraConheci a M.I.A. pela música Bucky Done Gun quando o clipe dela bombou na MTV. Acompanhei alguns dos hits que ela lançou depois, e tinha noção sobre sua militância com relação ao problema da imigração, mas eu não sabia que ela tinha essa postura realmente anti-imperialista. Só o fato de defender a resistência (armada) do seu povo Tamil no contexto de um Sri Lanka dominado pelos militares já é de se bater palmas. E mesmo com essa revolta correndo em suas veias, se ela conseguiu espaço na mídia dominada pelas elites é pq sua música e seu talento são excepcionais. Ainda hoje, mesmo estando aposentada da música, ela continua com suas inquietações sobre seu povo e todos os marginalizados no mundo, inclusive apoiando pautas importantes como a liberdade para Julian Assange. Até mesmo sua opinião antivax, uma opinião terrivelmente equivocada, é um pouco compreensível quando você pensa no que está por trás (afinal, os monopólios farmacêuticos só querem o nosso bem né). Enfim, M.I.A. é uma mulher complexa e admirável, acredito que o doc foi competente ao construir um retrato dela.
A Fita Cassete
3.5 40 Assista AgoraÉ um "feel good movie", um filme pra melhorar seu dia. Um filme leve, que abraça. Ótimo pra ver num fim de domingo!
O Último Duelo
3.9 326Do que eu vi, esse é o melhor filme de 2021, até o momento. Gostei muito da ambientação, da atmosfera suja daqueles tempos sombrios de guerra. Além disso, a história é muito bem construída, com um final dolorosamente realista. As cenas das batalhas e do duelo são muito impactantes, como devia ser de fato. Achei só um pouco repetitivo, mas isso não atrapalhou a minha experiência.
Marighella
3.9 1,1K Assista AgoraO filme tem ótimas cenas de ação, a trilha sonora com Chico Science é empolgante, a fotografia é bonita e inspirada, atuação do Seu Jorge muito intensa, dá pra ver que ele estava entregue e mostrou como Marighella era um homem corajoso e comprometido com a revolução.
O que não gostei foi dos clichês de frases inspiradoras, das cenas que os personagens olham pra câmera e do fato de que o filme tem 2h30 de câmera na mão... além disso, acho que faltou um pouco de contextualização em algumas passagens.
De resto, a postura de Marighella é admirável e a situação política daquele tempo é muito semelhante a que vivemos hoje no Brasil, onde o governo acaba com os diretos do povo enquanto a maioria das lideranças de "esquerda" permanecem acovardadas, apostando tudo em discursos no Congresso.
O Abismo Prateado
3.3 214 Assista AgoraGosto muito de alguns trabalhos do diretor (Viajo porque preciso..., O ceu de Suely e Praia do Futuro) mas não gostei de O abismo prateado. A direção do Karim Aïnouz é interessante no sentido de dar bastante destaque pra atuação da Alessandra Negrini (muita câmera fechada no rosto dela) que consegue entregar. No entanto, eu não consegui me conectar com o drama da personagem, não "comprei" o sofrimento dela, a reação que ela teve. O filme demora muito nisso e só volta a ficar mais interessante quando a protagonista conhece os personagens do pai e da menina, no final. Além disso, fiquei me perguntando se uma pessoa insatisfeita com um casamento realmente seria capaz de esconder o desejo de se separar como o marido dela fez, e simplesmente, abandonar tudo, sem dar nenhuma chance de reparação. Achei um filme chato e arrastado.
Jovens Bruxas: Nova Irmandade
2.3 235 Assista AgoraA nostalgia pelo filme original me despertou a curiosidade pra ver o novo Jovens Bruxas e só posso dizer que é o puro suco do feminismo burguês, em outras palavras, é vazio.
Quando eu vi que as meninas enfeitiçaram o rapaz e ele virou um esquerdomacho, eu já vi que não ia render.
mas foi só elas chegarem na casa do novo namorado que a mãe caga pra menina.
Bela Vingança
3.8 1,3K Assista AgoraEsse filme é uma denúncia... me lembrou a canção da Lady Gaga "Till it happens to you".
Uma observação sobre o desfecho:
Como falei, o filme faz uma denúncia contra o abuso sexual de mulheres e todo o encobrimento da sociedade, sempre em favor do abusador. Agora imagina se o filme tivesse acabado antes da Cassie ver o vídeo... seria o "final dos sonhos"! Ela tinha até desistido da vingança... SALVA POR UM HOMEM!! Acho que passaria a mensagem errada de que dá pra deixar uma injustiça pra trás, que dá pra superar e seguir em frente, basta se apaixonar e ser correspondida. Não digo que um romance, um amor não possa ajudar uma pessoa a superar traumas. Porém, penso que no contexto do filme um "final feliz" assim ia passar a mensagem que a protagonista foi salva por um homem, ela não precisou fazer nada, deixou de ser sujeito da ação, etc.
O Céu da Meia-Noite
2.7 510E esses créditos finais? Minha irmã olhou pra tv e disse que era o Jornal Nacional terminando com a Renata Vasconcelos e o William Bonner arrumando a bancada. Quanto ao filme, só gostei das cenas no espaço.
Jogo Perverso
3.0 67 Assista Agorajamie lee curtis no papel da policial mais incompetente da história do departamento de polícia de nova york.
mata os suspeitos, deixa testemunhas fugirem com provas, mas o pior de tudo foi quando o assassino tava cavando buraco pra pegar a arma dos crimes e ela, em vez de esperar escondida pra fazer um flagrante delito, aparece pra interromper ele. burra!
Soldados do Araguaia
4.1 22 Assista Agoraa forma como os soldados do araguaia foram descartados me lembrou dos soldados da borracha que tiveram o mesmo tratamento do estado. trabalhador sempre vai servir de bucha de canhão nas guerras criadas pela burguesia.
Homens, Mulheres & Filhos
3.6 670 Assista Agorao filme deveria se chamar
"mães escrotas e adolescentes fazendo merda na internet"
gostei muito da fala do personagem de adam sandler no final do filme.
Você Deveria Ter Partido
2.6 199 Assista AgoraAquele tipo de filme que não entrega o que estava no trailer, mas pode ser um bom passatempo se você não espera muito. Vim depois de ver o trailer comentado pelo Jovem Nerd.
Sitcom: Nossa Linda Família
3.6 25Gostei muito do filme, o tempo todo fiquei pensando em Nelson Rodrigues e "Teorema" do Pasolini. Sobre a história, acho que é um prato cheio pra estudiosos de Freud, afinal pelo pouco que conheço da obra dele, fala muito sobre sexo, controle dos instintos e tudo mais. A minha teoria é o seguinte:
Mãe e filhos devem superar o a morte do pai que é representado pelo rato. O personagem humano do pai já tá morto, isso porque ele é totalmente indiferente e ausente durante todo o filme. Mãe e filhos conseguem suprir a falta de afeto do pai quando entram em contato com o rato. Finalmente, acho que a metáfora do pai matando todos e de mãe e filhos matando o ratão no final seria eles superando o luto (caso contrário, eles que iriam morrer). E o lance do rato também desperta a sexualidade e a necessidade de afeto de todos: mãe, filho e empregada. No caso da filha, aflora o complexo de electra dela (se excita com o rato passeando pelo corpo dela e sugere que faria sexo com o pai). Eu só não entendo o porque dela ter virado uma suicida.
Enfim, o filme todo me parece uma metáfora que Freud explicaria com louvor. Imagino que as faculdades de Psicologia passem esse filme, se não fazem, deveriam.