Frustrada com a edição atual do programa, decidi rever o primeiro No Limite que reprisou no canal Viva e no streaming. Concluí que realmente é muito superior ao atual em diversos aspectos que vou contar aqui sem marcar spoilers pq né...
Primeiro que a edição valoriza muito mais as histórias e você consegue se importar com os participantes, inclusive tem eliminações que são bem tristes. A trilha sonora ajuda muito no nosso engajamento.
Além da edição, acho que o próprio elenco do primeiro No Limite é mais interessante já que os participantes eram basicamente pessoas "normais" e não influenciador digital com corpo malhado... Pra se ter ideia, entre os 12 tinha participantes de meia idade, acima do peso, pessoas com várias ocupações até um pecuarista (oi?), um ex-menino de rua, uma dona de casa, cabelereira, lider comunitário, etc.
Outro ponto que faz a primeira edição ser superior a atual é que os perrengues eram bem mais pesados, principalmente a questão da fome... A cada três dias, eles ganhavam uma caixa com poucas frutas e legumes pra comer, quase nunca ganhavam carnes. Eles tinham que procurar o que comer no entorno do acampamento... Ao longo dos episódios, vários participantes choram reclamando da fome, tem um que tenta pegar um macaco pra comer. Esse mesmo chega a comer um calango...
Outra coisa, as provas eram bem melhores que essas gincanas do Passa ou Repassa da edição atual... Em muitas provas o povo tinha que nadar no mar. Eles corriam bastante em um grande espaço na ilha. Por um lado, até entendo fazerem as provas da edição atual confinadas em pequenos espaços, acho que hoje em dia com a pandemia a produção não pode se dar ao luxo de fazer certas coisas...
Por último, a apresentação do Zeca Camargo é muito superior a do André Marques. Zeca é animado, explica as coisas pro público, dá o tom de aventura pro programa, mas também muda a entonação conforme narra alguns acontecimentos que não dava pra mostrar já que cada episódio tinha menos de 40 minutos.
Agora falando sobre alguns momentos marcantes. Em um dos primeiros episódios uma tribo ganha 2 galinhas após cumprir uma prova, matam elas e preparam um ensopado. Imagino que mostrar isso na TV hoje em dia ia dar problema...
Sobre a famosa prova do banquete que teve o olho de cabra e tal, o que me chamou atenção foi que a tribo que perdeu foi porque uma participante não queria tomar mais chá de boldo com carqueja. Isso depois de outra participante ter comido uns 7 olhos de cabra pra salvar a tribo...
Outra coisa interessante é que a primeira edição do No Limite teve não só uma vencedora mulher como uma semifinal feminina. Na virada do século eu acho que ainda não tinha o debate do feminismo e representatividade tão forte na mídia como temos hoje, mas o programa lançou a braba com o debate do sexo frágil...
Sobre a final, Pipa e Elaine disputaram a última prova que consistia em buscar as mandalas dos 4 elementos em diferentes lugares. Elaine saiu na vantagem e manteve o ritmo, já a Pipa não segurou o emocional depois de perder a primeira mandala no mar, continuou fazendo a prova mas em prantos!
Elaine era gordinha e mais lenta nas provas, mas o emocional dela ajudou não só na final mas em toda a competição que durou 23 dias. A boa convivência com o grupo também foi importante pra não eliminarem ela nas poucas vezes que a tribo da água foi pro portal. Ela era uma mãezona, parecia ser uma pessoa muito agradável de se conviver, então mesmo não ajudando muito nas provas, o pessoal queria ela por perto...
No fim das contas, deu pra perceber a completa diferença que um elenco com "pessoas comuns" faz num reality desse tipo. Chega de gente atlética ostentando corpão, pensando nos seguidores que tá ganhando e em flertar. No Limite raiz os caras tavam muito ocupados pensando no que comer...
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No Limite (1ª Temporada)
3.3 9Frustrada com a edição atual do programa, decidi rever o primeiro No Limite que reprisou no canal Viva e no streaming. Concluí que realmente é muito superior ao atual em diversos aspectos que vou contar aqui sem marcar spoilers pq né...
Primeiro que a edição valoriza muito mais as histórias e você consegue se importar com os participantes, inclusive tem eliminações que são bem tristes. A trilha sonora ajuda muito no nosso engajamento.
Além da edição, acho que o próprio elenco do primeiro No Limite é mais interessante já que os participantes eram basicamente pessoas "normais" e não influenciador digital com corpo malhado... Pra se ter ideia, entre os 12 tinha participantes de meia idade, acima do peso, pessoas com várias ocupações até um pecuarista (oi?), um ex-menino de rua, uma dona de casa, cabelereira, lider comunitário, etc.
Outro ponto que faz a primeira edição ser superior a atual é que os perrengues eram bem mais pesados, principalmente a questão da fome... A cada três dias, eles ganhavam uma caixa com poucas frutas e legumes pra comer, quase nunca ganhavam carnes. Eles tinham que procurar o que comer no entorno do acampamento... Ao longo dos episódios, vários participantes choram reclamando da fome, tem um que tenta pegar um macaco pra comer. Esse mesmo chega a comer um calango...
Outra coisa, as provas eram bem melhores que essas gincanas do Passa ou Repassa da edição atual... Em muitas provas o povo tinha que nadar no mar. Eles corriam bastante em um grande espaço na ilha. Por um lado, até entendo fazerem as provas da edição atual confinadas em pequenos espaços, acho que hoje em dia com a pandemia a produção não pode se dar ao luxo de fazer certas coisas...
Por último, a apresentação do Zeca Camargo é muito superior a do André Marques. Zeca é animado, explica as coisas pro público, dá o tom de aventura pro programa, mas também muda a entonação conforme narra alguns acontecimentos que não dava pra mostrar já que cada episódio tinha menos de 40 minutos.
Agora falando sobre alguns momentos marcantes. Em um dos primeiros episódios uma tribo ganha 2 galinhas após cumprir uma prova, matam elas e preparam um ensopado. Imagino que mostrar isso na TV hoje em dia ia dar problema...
Sobre a famosa prova do banquete que teve o olho de cabra e tal, o que me chamou atenção foi que a tribo que perdeu foi porque uma participante não queria tomar mais chá de boldo com carqueja. Isso depois de outra participante ter comido uns 7 olhos de cabra pra salvar a tribo...
Outra coisa interessante é que a primeira edição do No Limite teve não só uma vencedora mulher como uma semifinal feminina. Na virada do século eu acho que ainda não tinha o debate do feminismo e representatividade tão forte na mídia como temos hoje, mas o programa lançou a braba com o debate do sexo frágil...
Sobre a final, Pipa e Elaine disputaram a última prova que consistia em buscar as mandalas dos 4 elementos em diferentes lugares. Elaine saiu na vantagem e manteve o ritmo, já a Pipa não segurou o emocional depois de perder a primeira mandala no mar, continuou fazendo a prova mas em prantos!
Elaine era gordinha e mais lenta nas provas, mas o emocional dela ajudou não só na final mas em toda a competição que durou 23 dias. A boa convivência com o grupo também foi importante pra não eliminarem ela nas poucas vezes que a tribo da água foi pro portal. Ela era uma mãezona, parecia ser uma pessoa muito agradável de se conviver, então mesmo não ajudando muito nas provas, o pessoal queria ela por perto...
No fim das contas, deu pra perceber a completa diferença que um elenco com "pessoas comuns" faz num reality desse tipo. Chega de gente atlética ostentando corpão, pensando nos seguidores que tá ganhando e em flertar. No Limite raiz os caras tavam muito ocupados pensando no que comer...