Quase. O filme apresenta alguns aspectos muito positivos, em que pese um raríssimo retrato não-afetado da homossexualidade, a exemplo do que se vê em Beautiful Thing e também em Shelter. Traz boas interpretações e apresenta o personagem Elder Smith de forma muito digna, sobretudo considerando as atitudes dele diante de Randy, do pai e do presidente da igreja. O filme também tem cenas de extremo bom gosto, em especial em relação à forma como é mostrada a relação dos rapazes, permeada por uma sexualidade carinhosa, ao invés dos habituais estereótipos de ninfomaníacos promíscuos. Infelizmente, o roteiro se enrola demais na primeira metade do filme, concentrando-se em coisas menos relevantes para a história ao invés de tentar construir uma gradual atração entre eles. Daí, de repente, o filme dá uma guinada que acaba ficando estranha demais. Também poderiam ter ousado um pouco mais nos questionamentos dos dogmas de fé (e não da fé em si), mas parece que quiseram evitar a polêmica... Ainda assim, acho que os mórmons devem ter odiado esse filme, embora eu duvide muito que eles sejam autorizados a assisti-lo....kkkkk. Destaque para o personagem Randy (o soldado aposentado), que passou a ser um dos meus preferidos do cinema!
Se esse filme tivesse sido produzido nos anos 80, certamente teria se tornado um clássico. Entretanto, no contexto atual, chega a ser patético. Quer dizer, os caras chegaram uns 30 anos atrasados! É um falso retrato da realidade homossexual, romantizado nuns momentos e vitimizado nos outros. Nenhuma conexão com a realidade. Só teria algum valor, se fosse um filme de vanguarda, algo inovador, provocativo...mas, para isso, teria de ter sido lançado há uns 30 anos, pelo menos. Para os atuais padrões sociais, não há outra palavra para descrevê-lo, senão, patético. O título foi criativo, mas invariavelmente nos remete para o clássico "Clube dos cinco", e aí acaba gerando expectativa - que não é (nem de longe) atendida. Pra quem curte filmes que retratam a a vida escolar, Clube dos Cinco, Curtindo a vida adoidado, O clube do imperador ou Sociedade dos poetas mortos são opções muito melhores. Para quem quer um filme com temática homossexual juvenil, sugeriria "Beautiful Thing".
Bem, essa será outra longa resenha...então, mãos à obra!
Um preâmbulo:
Primeiramente, é importante esclarecer que a sinopse desse filme, aqui no Filmow, é uma das mais mal escritas que já vi na vida. Não consegue chamar a atenção de quem ainda não viu o filme, apesar de estar cheia de malditos spoilers. Diga-se, de passagem, muitas sinopses do Filmow são tão ruins quanto as que se vê na TV por assinatura.
Outro aspecto importante é que, ao que me consta, na versão em DVD desse filme, as canções não estão legendadas. Ora, para quem não é muito familiarizado com a língua inglesa, isso será um grande obstáculo ao bom entendimento da história. Sugiro que façam o download do filme a partir de um torrent e busquem as legendas usando um buscador automático, como o disponível no site Legendas Brasil. Os torrents podem ser facilmente encontrados no site The Pirate Bay, inclusive arquivos com qualidade HD.
Finalmente, cabe esclarecer que o filme é repleto de referências externas, que exigem um certo nível de conhecimento da história para que possam ser bem aproveitadas. Há referências à Janis Joplin, Jimi Hendrix, Jack Kerouac, Brigitte Bardot, Guerra do Vietnã, Martin Luther King, Geração Beatnik, Hippies, luta pelos direitos civis dos negros nos EUA, Pink Floyd, a presença de Bono (do U2), do cantor Joe Cocker, além, é claro, de todo um pano de fundo construído a partir da história dos Beatles e de suas canções. O expectador que não tiver um conhecimento mínimo sobre esses temas, dificilmente conseguirá apreciar toda a riqueza dessa produção.
Sobre o filme em si:
Eu nunca fui um grande fã de musicais, mas eu diria que esse filme não é exatamente um musical, mas um filme musicado. Eu explico: existem dois tipos distintos de musicais: aqueles para os quais são escritas canções, que servem para contar a história do filme e aqueles que usam canções já existentes para enriquecer uma história. Do primeiro tipo, eu nunca gostei, pois, se for para ouvir músicas que contam uma história, eu preferiria assistir logo a uma ópera. Poderíamos citar exemplos como Os miseráveis, Moulin Rouge, Chicago, entre outros. Entretanto, há aqueles que conseguem tirar proveito de canções que já caíram no gosto popular e usá-las para agregar valor a uma história relativamente simples e esse é o caso de Across the universe. Fiquei surpreso por ninguém ter comparado esse filme com outra produção que segue exatamente a mesma linha: Mamma Mia. Gosto de comparações, porque acho a forma mais sensata de se estabelecer um parâmetro para definir se um filme é realmente bom ou não. Nesse caso, ambos são excelentes: um baseado nas canções da mítica banda ABBA; outro, nas canções dos icônicos The Beatles.
Acontece que Across the universe faz mais do que apenas usar Beatles' Songs.... O filme retrata todo um período da história do século XX e o ritmo do filme reproduz a própria história da banda, saindo de uma pegada mais ingênua até chegar ao psicodélico - e foi aí que o filme acabou pecando pelo excesso, o que o impediu de obter uma cotação máxima.
O ritmo oscila tanto, que, às vezes, parecem que são 2 ou 3 filmes totalmente diferentes. No início, parece um clipe do James Blunt; depois, lembra uma cena de Glee; dali a pouco, a gente se sente num clipe do Pink Floyd... E foi nesses momentos que o filme acabou exagerando na psicodelia; a gente fica com a nítida impressão de estar assistindo a uma série de clipes, ao invés de estar assistindo a um filme que tivesse um pouco mais de unidade. Pra mim, clipe é clipe; cinema é cinema. Realmente não curto produções que sejam uma colcha de retalhos, que acabam servindo para os produtores enfiarem todas as suas viagens e excessivas liberdades poéticas. Alguém deveria ter avisado à diretora que, às vezes, menos é mais.
O roteiro é difícil de acompanhar, mas não vejo isso como uma falha do filme e sim como um desafio ao expectador.
A fotografia é um trabalho perfeito, sem dúvidas, figura entre os melhores que já vi, senão o melhor de todos.
A trilha sonora...bom, a trilha sonora é The Beatles... Eu não sou um fã da banda, mas os novos arranjos deram às músicas uma nova roupagem, deixando-as mais palatáveis para degustadores modernos. Tenho certeza de que os fãs da banda vão aprovar.
Finalmente, é um filmaço, uma grande obra de arte, obrigatório para todo cinéfilo, obrigatório para fãs de musicais, obrigatório para admiradores da contracultura, obrigatório para fãs de The Beatles e, sobretudo, obrigatório para os fãs do cinema-arte.
Singelo, envolvente e de EXTREMO BOM GOSTO são as palavras que melhor consigo encontrar para descrever esse excelente filme. Esse é um daqueles filmes que vai nos envolvendo aos poucos e, sem que a gente perceba, de repente, nos arrebata e a gente nem sabe dizer direito por quê. O filme tem 3 grandes méritos:
1) A simplicidade da história
É uma história simples, despretensiosa, mas que vai ganhando o expectador aos poucos e, quando a gente se dá conta, já está chorando. O filme é construído de modo a valorizar a construção de todas as personagens e não apenas das protagonistas. Isso faz com que a história tenha algumas características que se assemelham às de uma novela, na raiz da palavra: são várias histórias diferentes que, aos poucos, vão se enleando, formando literalmente um novelo. Acho que, se o filme se focasse numa única personagem, acabaria sendo apenas mais um drama, entediante e pretensioso.
2) Emoção na medida certa
Acho que essa é uma das coisas mais incríveis neste filme: a habilidade que tiveram para mostrar emoções na medida exata da realidade, sem exageros, melodrama ou pirotecnia. Tudo, tudo na medida exata, precisa, a ponto de que a gente chega a esquecer que está assistindo a um filme, tamanha a empatia que ele desperta em nós. Muito legal a construção do personagem T. Ray, mostrando o quanto uma pessoa pode se tornar amarga e como é fácil confundir isso com uma maldade inata.
3) Atuações perfeitas
Todas as atuações do filme são soberbas, mas não há como não destacar as interpretações de Dakota Fanning (cuja semelhança com Maisie Williams, a Arya Stark, de Game of Thrones, é impressionante!) e de Queen Latifah, naquele que, pra mim, é seu melhor trabalho.
Ainda merecem destaque outros aspectos da obra: a construção do filme me lembra muito o que se viu no também excelente "Tomates verdes fritos"; além disso, esse filme mostrou aquele que passou a ser um dos meus beijos preferidos do cinema (daqueles que a gente fica torcendo pra acontecer e que é puro, carinhoso, quase ingênuo; não aquela chupação que a gente tá acostumado a ver, em que as pessoas quase se viram do avesso tentando enfiar a língua até o estômago do outro...kkkkkk) e também traz uma cena extremamente sensual, embora a cena em questão não tenha uma conotação lasciva: chupar o mel na ponta do dedo foi impagável!
Às vezes eu me pergunto se eu não deveria estar fazendo algo melhor da minha vida do que ficar assistindo a tantos filmes e escrevendo tantas resenhas. Esse é um daqueles filmes que faz concluir que não...
Parece que finalmente encontrei uma unanimidade no Filmow...kkkkk....quase todo mundo achou esse filme ruim e, de fato, é....kkkkk. Entretanto, o argumento inicial é interessante, mas infelizmente foi desperdiçado. A história é mal construída e cheia de incongruências. Eles tiram proveito da ideia proposta por "O dia depois de amanhã" e tentam dar uma sequência àquela história, retratando um mundo que vive uma nova era do gelo. Acontece que os caras se perderam quando tentaram colocar mais ação na história:
na falta de um orçamento que permitisse a inserção de efeitos especiais, se viram obrigados a encurtar a participação de Laurence Fishburne e tiveram de lançar mão de recursos menos pirotécnicos, como canibais psicóticos...kkkkk...
Foi neste ponto que o filme se perdeu. Assim como muitos citaram, eu também preferiria que eles se focassem mais nas relações humanas e nas questões ambientais, explicando melhor os acontecimentos e com mais tomadas externas. Poderia render um bom filme se eles se concentrassem na construção dos personagens, ao invés de
Bem, parece mesmo que a minha sina é ser do contra, mas, antes de negativarem minha avaliação, gostaria que a lessem até o fim... Esse é um daqueles filmes sobre os quais a gente até se sente constrangido em fazer alguma crítica, porque todas as mensagens que ele transmite parecem ser tão obviamente corretas... Mas deixemos de lado o mérito da mensagem, e falemos do filme em si: é uma produção caprichada, roteiro envolvente, uma história que prende o expectador e ainda nos brinda com momentos emocionantes e outros bem engraçados. É, de fato, uma linda história, um filme para se ver sozinho ou em família, um daqueles filmes edificantes. Parece haver uma leva de produções do gênero nos EUA; além desse, já assisti "À prova de fogo" e um outro, também sobre um policial que perde uma filha e, por conta disso, afasta-se do filho adolescente, até o ponto de quase matá-lo no cumprimento do dever. O nome desse último me foge à memória, mas segue exatamente a mesma linha. Tenho a impressão de que alguns movimentos religiosos nos EUA têm tentado apresentar a religião mais como uma filosofia de vida e menos como uma série de dogmas a serem seguidos cegamente e acho que essa proposta é muito interessante do ponto de vista das religiões, que, cada vez mais, precisam competir com um mundo em que a informação circula mais livremente e onde anjos e demônios têm cada vez menos espaço no imaginário popular. Entretanto, não pude deixar de reparar que esse tipo de filme se assemelha muito às antigas propagandas de cigarro: mostram um monte de coisas legais de se fazer e, de repente, enfiam no meio delas o produto que estão tentando nos vender, criando uma falsa associação entre as duas coisas, que passa despercebida pela maioria dos expectadores. O filme é legal, a história é legal, as mensagens são éticas e a ideia de uma vida marcada por uma conduta correta (e que, mais cedo ou mais tarde é recompensada) é realmente muito sedutora, mas o fato é que o filme tem um caráter doutrinário que, a mim, como agnóstico, incomoda um pouco. Uma vez assisti a uma palestra do Werner Schünemann, na qual ele dizia que a arte não precisa ser engajada, que quem deve nos transmitir valores são os nossos pais, nossos amigos, nossa família; não os artistas. Concordo com ele e é por isso que admiro o trabalho de pessoas como Michael Jackson, Amy Winehouse e Kurt Cobain, o que não significa que os idolatre como modelos de comportamento. Esse cinema cristão tem um quê de lavagem cerebral que realmente me incomoda, no sentido de que isso desvia um pouco a arte do seu foco, transformando o cinema em apenas mais um recurso da publicidade, a despeito da validade da mensagem (eu sei que o cinema já fez isso muitas vezes, pelas mais diversas causas....). Outra coisa que me chamou a atenção foi o modelo de família mostrado pelo filme, colocando a mulher num claro papel secundário, como dona-de-casa mesmo, e os homens num papel de liderança, inclusive, espiritual. O fato é que o filme tem uma evidente intenção doutrinária e, a despeito do mérito dos valores que exibe, deve ser visto com olhos atentos e visão crítica, tendo-se em mente que um comportamento ético e responsável não precisa necessariamente estar fundamentado em religião alguma. AINDA ASSIM, em tempos em que a gente vê tanta merda sendo aplaudida como arte de primeira qualidade e sendo despejada dentro de nossas casas, se eu tivesse filhos, preferiria que eles assistissem a um filme como esse, ao invés de assistirem a uma novela ou a um clipe de algum MC sei-lá-quem. Assista com a mente aberta, mas com um pé atrás...Não deixe nenhum marketeiro pensar por você, por melhor que seja a intenção dele...
Desconcertante. Ver aquela menina esquálida, pela constante inanição, sendo brutalmente espancada por seu algoz é uma visão perturbadora. Apesar de toda a controvérsia envolvida no caso, sobretudo no que diz respeito ao comportamento de Natascha, durante e depois do sequestro, é inacreditável que algumas pessoas ainda tentem pintá-la como cúmplice do crime, como se uma criança de 10 anos de idade tivesse suficiente malícia para arquitetar tal barbárie. Acho que o filme impressiona mais por sabermos que retrata uma história real. Em se tratando da produção em si, o destaque fica por conta das atuações e do esforço certamente desprendido por Antonia Campbell-Hughes para encarnar a personagem, que tem uma aparência tão magra que chega a parecer cadavérica.
Eu já tinha visto esse filme quando ele foi lançado, mas a única coisa de que me lembrava era que ele era muito bom. Resolvi reassistir e descobri que fui traído pela minha memória: o filme é apenas bom. Ainda assim, grandes atuações e um filme muito interessante para quem curte bandidos simpáticos e histórias de trapaceiros.
Assisti a esse filme por indicação do meu amigo, aqui do Filmow, Francisco Paulo. O filme é bem pesado e é feito de uma forma bastante inusitada. É preciso ter um pouco de paciência para vencer os primeiros 30 minutos, mas depois a história se torna muito envolvente. Vou discordar de alguns dos outros usuários que avaliaram o filme: eu não gostei do jogo de câmera, assim, com a câmera se movendo o tempo todo e usando ângulos incomuns. Deve ter um nome técnico pra isso, mas eu desconheço...kkkkk. Mas claro, não se trata de um "defeito" do filme, foi uma opção do diretor, mas que simplesmente não me agradou. As atuações são boas e o fato de o filme ser em alemão dá a todas as falas um tom ainda mais grave. Em inglês não seria tão legal. A cena que mais me chocou não tem relação direta com o tema central: foi a canção racista. PQP, não sei se a aquela canção existe mesmo (provavelmente sim), mas foi uma das cenas mais brutais que eu já vi na minha vida. Realmente, dá um nó no estômago ver todas aquelas pessoas cantando, como se fosse algo engraçado. Realmente horrível. Destaque para o papel do cozinheiro na trama toda: o que ele decidiu fazer para manter todos reunidos foi sensacional, uma das coisas mais criativas que já vi num filme, que lembra aquelas proezas shakespearianas. Para quem se interessa pelo tema, sugiro assistir "O sopro do coração", produção francesa de 1971, que se pode achar no The Pirate Bay, se procurar pelo título americano. Valeu pela dica, Francisco Paulo!
P-E-R-F-E-I-T-O! A-B-S-O-L-U-T-O! Putz, eu tenho a nítida impressão de que eu poderia falar desse filme, sem exagero, durante dias. Vou fazer um esforço para não me alongar demais (que sei que vivemos em tempos de fotografias enormes, com textos bem curtinhos....kkkkkk), mas será difícil ser sucinto. Ainda assim, lendo os comentários dos demais usuários, vou procurar ser menos subjetivo e expressar da forma mais precisa possível tudo o que esse filme significa. O post será extenso, mas para que não fique muito cansativo de ler, vou procurar dividi-lo em tópicos, tomando o cuidado de marcar todo e qualquer spoiler. Então vamos lá:
1) COMO APROVEITAR MELHOR ESSE FILME
Bem, como todos sabem, esse é o terceiro filme de uma franquia (embora eu prefira encarar como uma história única, contada em doses homeopáticas). Assim sendo, é imprescindível assistir aos dois primeiros, antes de assistir a esse. Mas alto lá: a história de Jesse e Céline tem tudo a ver com o tempo e você não pode ignorar essa variável. Então, não caia na tentação de assistir aos 3 filmes em sequência, numa tacada só, porque não vai funcionar. Sentir e, sobretudo, viver a passagem do tempo é fundamental para poder extrair desses filmes o que eles têm de melhor. Para quem não sabe, a trilogia foi feita com um intervalo de 9 anos entre um filme e outro. E assim como na vida real, na história, também passam-se 9 anos entre uma sequência e outra. Além disso, nas 2 continuações, os atores participaram da crianção do roteiro e dos scripts. Sinceramente, nunca ouvi falar de outro filme que tenha sido feito dessa maneira. Eu tive a sorte de ser contemporâneo dos filmes e assisti a cada um deles na época em que foram lançados. E, por mais sorte ainda, a idade dos personagens se assemelha à minha, o que faz com que tudo tenha ainda mais significado. Não sei se uma pessoa jovem, que nunca viveu maritalmente, conseguirá extrair dos 2 últimos filmes tudo o que eles têm a oferecer; mas, do primeiro, sem dúvida. Eu tenho quase 36 anos agora.e, no meio tempo entre o 2º e o 3º filme, eu me apaixonei, casei, vi meu casamento desmoronar e me divorciei. Esses fatores acrescentam muita coisa na forma como a gente vê o filme... De toda forma, para quem ainda não assistiu, sugiro que assista na ordem em que foram feitos, dando à sequência e a si mesmo o tempo necessário para assistir à parte seguinte. O ideal mesmo, se você tem menos de 25 anos, seria você esperar 9 anos entre cada um dos filmes. Se já está na casa dos 30, ou acima disso, pode até acelerar o processo, mas é conveniente dar um tempo de pelo menos 1 ano entre um filme e outro. Acredite: vai valer a pena.
2) PARA QUEM NÃO GOSTOU TANTO ASSIM DO FILME
Eu já disse e repito: esse filme tem tudo a ver com a passagem do tempo. Eu já fui casado e, no começo, eu e minha ex-mulher fizemos o que todo casal faz: dissemos coisas lindas um para o outro, mas terminamos como quase todos os casais terminam: colocando o dedo na ferida um do outro, dizendo as coisas mais horríveis, coisas que nós sabíamos que iriam magoar profundamente a outra pessoa - e essa era a intenção. Entretanto, nenhum de nós dois ganhou absolutamente nada com isso; pelo contrário, perdemos. Lembre-se de que ganhar uma discussão pode até satisfazer o nosso orgulho, mas não tem nada a ver com alcançar a felicidade. Se você viver uma situação semelhante e tiver a oportunidade de ser cruel, aceite o meu conselho: não faça isso. Lembre-se de que, às vezes, mesmo quando a gente ganha, a gente perde.Às vezes, o melhor que podemos fazer é calar, não por submissão, mas por amor. É preciso ser muito homem ou muito mulher para ter a coragem de não dizer. Então, para aqueles que não gostaram tanto assim filme, gostaria de, respeitosamente, sugerir que sejam suficientemente maduros para terem a humildade de reconhecer que, talvez, vocês simplesmente ainda não tenham todos os elementos necessários para apreciar essa obra em toda a sua perfeição. Não sintam vergonha disso; sejam inteligentes, deem tempo ao tempo, e assistam novamente quando a sua dor for suficientemente grande.
A usuária Carla Stec se disse decepcionada com a traição do Jesse. Confesso que também fiquei, no início. Entretanto, era preciso que houvesse problemas reais na relação do casal, caso contrário, seriam apenas dois neuróticos discutindo acerca de nada. E verdade seja dita: o ciúme, o medo da traição (que talvez seja apenas o medo de que a pessoa encontre alguém que a faça mais feliz do nós fazemos...) fazem parte das tensões de um relacionamento.
4) SOBRE AS CRIANÇAS
Eu não tive filhos, mas todos os meus amigos tiveram. E, em todos os casos, os filhos mudaram - e muito - a natureza da relação entre homem e mulher, que passou a ser uma relação entre pai e mãe, coisa que, paulatinamente, faz as mulheres definharem e os homens fugirem para situações mais confortáveis. É realmente uma pena que a geração de uma nova vida, quase sempre, venha às custas do sacrifício de outra. Não são poucos os pais que se anulam como pessoas para assumirem esse papel protetor. Não sei se pode ser de uma maneira diferente, realmente não sei. Gosto de acreditar que eu não faria isso comigo, nem deixaria minha mulher fazer isso a si mesma, mas não sei, não faço a menor ideia do impacto que filhos teriam sobre quem eu penso que eu sou. E essa questão é lindamente explorada nesse filme.
5) INDIVIDUALIDADE x VIDA EM COMUM
Acho que esse é outro ponto nevrálgico de todos os relacionamentos em que as pessoas vivem maritalmente (namoro não conta...). São pequenas coisas, mas que se acumulam ao longo dos anos e acabam explodindo em algum momento, assim como no filme. Até que ponto estamos dispostos a ser solitários em nome de nossa própria liberdade? Até que ponto faz sentido ser você mesmo, se o preço disso for a solidão? Mas até que ponto vale a pena abrir mão de quem você é, apenas para não ficar sozinho? Se, para não estar sozinho, você precisa assumir um personagem, será que vale a pena? Vale a pena se olhar no espelho e não se reconhecer mais? Essa é outra resposta que eu não tenho. O que sei é que esse foi o primeiro Natal que passei absolutamente sozinho e "liberdade" não foi a palavra que ficou ecoando na minha cabeça...
6) SOBRE TRILOGIAS
O usuário João Leonardo levantou a questão das trilogias, fazendo uma comparação com "O poderoso chefão". Acho que a trilogia Before superou todas as outras, porque manteve a unidade, os mesmos atores, o mesmo tom, o mesmo ritmo, contou a mesma história, mas sempre sob uma ótica temporal diferente - e com incrível precisão! Três filmes inteiros, fundamentados apenas em diálogos, um mais rico que o outro! Que obra prima esses caras fizeram! Gostei dos 2 primeiros de "O poderoso chefão" e citaria "Rambo II" e "O exterminador do futuro II" como sequências bem sucedidas naquilo a que se propunham, mas acho que NENHUMA OUTRA OBRA DO CINEMA se compara à trilogia Before. E esse terceiro filme foi a cereja do bolo - mas não me surpreenderia se, daqui a 9 anos, os caras fizerem a cereja da cereja....kkkkk
7) SOBRE OS COADJUVANTES
O usuário Lucas chamou a atenção para a presença de coadjuvantes pela primeira vez num filme dessa franquia. Muito bem observado, aliás! Eu não tinha me dado conta disso! Depois que li seu comentário, concluí que é bem assim que as coisas são! Quando somos jovens apaixonados, nos bastamos um ao outro. Mas, com o tempo, a gente entra numas de fazer janta de casais, inserindo coadjuvantes nas nossas próprias vidas, porque talvez o assunto já tenha se esgotado e ligar a TV ou chamar um amigo tagarela seja uma alternativa ao silêncio incômodo ou às conversas lacônicas. Acho que foram muito felizes por terem inserido mais esse elemento e esse é apenas mais um componente que faz desse filme uma obra tão perfeita.
8) DEMAIS ASPECTOS
Bem, a trilha sonora não me impressionou tanto quanto as duas anteriores, mas vamos dar um desconto...afinal música grega não faz parte do menu musical tupiniquim...kkkkk. Pra quem curte música, recomendo procurar pela canção que Jesse e Céline ouvem na cabine da loja de discos em "Antes do amanhecer". O nome da música é "Come here" de Kath Bloom. Em "Antes do pôr-do-sol", o destaque foi para a canção interpretada pela própria Julie Delpy (que, pra mim, será sempre Céline...): A waltz for a night. Linda canção, que, nos minutos finais, explica o filme, quem é Céline e o que tudo aquilo significou pra ela. Enfim, grandes atuações dos protagonistas, diálogos maravilhosos, linda fotografia (os dois ainda caminhando durante suas longas conversas, a Céline olhando para as mãos do Jesse enquanto ele abre a garrafa de vinho no quarto do hotel, aquele olhar de quem está quase pedindo socorro, é lindo, lindo mesmo) e uma última curiosidade: pela primeira vez há uma cena de nudez e Julie Delpy faz uma longa exposição dos seios. Achei genial e simplesmente lindo! Fantástico que tenham deixado para fazer isso quando ela já estava com 43, 44 anos e não no auge de sua juventude! Isso é vida real, seios reais, de uma mulher real - e linda na aceitação de sua maturidade. Muito bacana ver os efeitos do tempo sobre os dois (embora Ethan Hawke esteja com uma aparência melhor do que estava no segundo filme, não sei se ele ainda fuma, mas fumava pra cacete àquela época). Enfim, um filmaço, perfeito, obra-prima de verdade. Um filme que sempre irá figurar entres as maiores obras do cinema de todos os tempos. Ufa, é só isso.
Que venham as negativações....kkkkkk, mas o filme é fraquíssimo. O filme é mais perdido do que sapo em cancha de bocha!!!! Uma hora o roteiro vai pra um lado, dali a pouco vai pra outro, entram e saem personagens que não fazem o menor sentido e a que gente sequer consegue entender quem são. Acabaram dedicando mais tempo à tal festa de casamento do que ao argumento central. O filme é muito amador, mais parece uma daquelas produções de universitários. Não conseguiram construir os personagens (aliás, não conseguem sequer explicar quem é quem na trama), não construíram um clima de tensão ou pelo menos algo que explicasse um pouco a origem dessa relação. Eles não conseguiram sequer explicar o título, já que em nenhum momento existe a indicação de que eles sejam gêmeos. Entre esse e o brasileiro "Do começo ao fim", que pretensamente aborda tema semelhante, nem sei dizer qual é o pior. Nem a cena "forte" do final consegue salvar o filme, porque as atuações são caricatas. Realmente, muito sem-noção. Duas curiosidades:
Na parte final do filme, a mãe chega em casa, aos berros, usando um sapato de salto num dos pés e uma bota ortopédica no outro. Mesmo assim, o casal de pombinhos não consegue ouvi-la, embora ela ouça seus gemidos na cama....kkkkk....muito tosco!
Lucas Escariz, que interpreta Jeremias, lembra muito as feições de Gale Harold, célebre por seu papel no seriado Queer as folk.
A única coisa boa de ter assistido a esse filme é que vou conseguir liberar 700MB de espaço no meu HD. Valorize seu tempo e não vá desperdiçá-lo assistindo essa furada.
Um preâmbulo sobre os usuários do Filmow. que não tem relação direta com o filme (você pode pular essa parte...kkk)
Eu tenho um ritual para assistir a filmes: fico catando por aí, na web, sugestões de filmes de alta qualidade, com temas inusitados etc, porque não curto os blockbusters, nunca assisti ET, nunca vi nenhum filme do Batman, não gosto de animações, não me interesso por filmes inspirados em quadrinhos, não gosto de comédias, não gosto de filmes de ação, enfim, sou um tremendo de um chato. Depois de encontrar um título interessante, SEMPRE consulto as cotações do Filmow, mas evito ler mais do que 2 ou 3 comentários, para não me deixar influenciar demais. Daí assisto em streaming ou faço o download. Em seguida, bolo alguma coisa para dizer a respeito do filme e venho correndo para postar no Filmow. Mas antes de postar, procuro ler, pelo menos, os últimos 30 comentários, incluindo as respostas. Isso ajuda a perceber aspectos que eu não tinha notado e eventualmente traz informações adicionais interessantes. Com esse filme, eu fiz a mesma coisa, o mesmo ritual, mas, após ler os comentários dos outros usuários, me senti tentado a fazer um comentário mais intimista. Prefiro assistir a filmes quando estou sozinho, porque daí não me constranjo de chorar, se for o caso. Normalmente, eu prefiro não chorar na frente de ninguém e, quando choro, normalmente não conto que chorei. Mas lendo todos esses comentários sinceros do pessoal, me sinto quase na obrigação de dizer que eu também chorei vendo esse filme. Não desabei em lágrimas nem nada, mas chorei. Chorei de verdade. E lendo os comentários dos demais usuários, quase chorei de novo. MUITO LEGAL ver todas essas pessoas, dizendo, de peito aberto, que se emocionaram com essa história. Parabéns a todos por sua sinceridade. Esse tipo de coisa me faz acreditar que estamos, de fato, rumo a uma sociedade mais evoluída e reforça minha fé na humanidade. Espero mesmo que possamos, um dia, conviver em harmonia uns com os outros, indiferentemente da cor, do gênero, da sexualidade, da fé ou da ideologia de cada um.
Mas vamos ao filme: um Drama com "D" maiúsculo, com um ar meio retrô que lembra os primeiros filmes que abordaram a questão da homossexualidade sob um aspecto social ou familiar. A atuação de Sigourney Weaver está excelente, com destaque para o olhar que ela faz ao chegar à nova Igreja, espiando assustada, procurando por respostas, pedindo por socorro. Realmente emocionante. Nem vou me dedicar a discorrer sobre a questão da homossexualidade em si e gostaria de chamar a atenção para outros aspectos do filme: embora eu, como ateu não-praticante (kkkk), seja suspeito para falar, é impressionante o estrago que um conjunto de livros escritos ao longo de 5 mil anos já fez na humanidade, desde que foram escolhidos a dedo e compilados por um bando de homens, cujos interesses não eram tão nobres assim, e então vendidos como se fossem um único livro, escrito diretamente por deus. Quantas pessoas já perderam a vida por causa desse delírio coletivo que as pessoas chamam de fé. Quanto sangue já foi derramado em nome de deus e de deuses, quanto sofrimento já foi infligido na vã tentativa de garantir uma felicidade que só vem depois da morte. Entendo o medo natural que temos da morte e sei que é reconfortante agarrar-se à ideia de que a vida não pode ser só isso, só esses 70 ou 80 anos; agarrar-se à ideia de que, de certa forma, quando a gente morre, a gente não morre muito - só um pouco, que, de certa forma, um dia, a gente vai reencontrar a mamãe, o papai e a vovó, que um dia teremos uma segunda chance, que vamos nascer de novo ou viveremos felizes para sempre num outro plano da existência. Entendo o motivo de as pessoas se apegarem a toda essa superstição, mas não entendo o motivo de tentarem impor as suas crendices a outras pessoas, sobretudo pela violência, seja física ou psicológica. O que tudo isso poderia ter a ver com alguma forma de amor?
Acho que esse retrato dos riscos da fé cega é um dos aspectos mais provocadores nessa obra, talvez até mais do que a própria questão da homossexualidade. Também há outro tema muito importante abordado pelo filme: as relações familiares e a tendência que muitos pais têm de projetarem nos seus filhos, não apenas suas expectativas, mas, sobretudo, suas frustrações e recalques. Ver a sexualidade do Bobby sendo discutida no almoço, como se fosse um assunto de interesse da família, me fez sentir vontade de vomitar.
outro tema que merece ser examinado mais cuidadosamente por cada um de nós. Acho que esse filme vai muito além do entretenimento: ele acabou tendo um papel social muito importante e não é à toa que inúmeros usuários do Filmow afirmaram que esse filme deveria ser visto por todos. Não vou chegar a esse extremo, porque não acredito na imposição de ideias, sejam elas quais forem. Ainda existe muita loucura em torno da sexualidade das pessoas e a busca por "aceitação" parece ser a receita de uma tragédia. Parece que grande parte do drama reside no fato de que as pessoas não conseguem aceitar a ideia de que nem todos irão gostar delas, nem todos irão aprová-las, não importa quantas leis existam, nem quanto tempo se passe. Lidar com a desaprovação alheia com naturalidade é mais importante do que "lutar" para obter uma aceitação plena. Acho que antes de sermos vítimas dos outros, somos vítimas de nós mesmos.
kkkkkk, quando eu decidi assistir a esse filme, eu já sabia que não seria grande coisa, sobretudo tratando-se de um remake mal-feito do original de 1981, que eu assisti quando criança e, justamente por isso, parecia ser bem legal, mesmo não tendo todos os efeitos especiais desse remake bobo. Mas eu fiz isso de propósito, pois nos últimos dias andei assistindo a muitos filmes densos, com temáticas muito complexas e estava precisando fazer uma lavagem cerebral para poder pensar de novo, como quem come um pedaço de queijo para poder saborear o próximo vinho. Nesse sentido, cumpriu bem a sua função, pois não precisei pensar em nada, nem fazer o menor esforço para entender essa bobagem toda....kkkkkk. Masturbação mental para uma tarde solitária. Nada mais do que isso.
É claro que o carregadíssimo Xavier Dolan não poderia deixar de abordar um tema, como a delicada relação entre mãe e filho, da forma mais dramática possível. O filme é pesado, denso, drástico. É mais uma demonstração de virtuosismo artístico do que um grande filme. A exemplo de Behind the candelabra, essa é outra produção para quem curte mais grandes interpretações do que grandes histórias. Para meu gosto, é exagerado demais.
Uau, uau, uau! Quando a gente ouve falar num filme que aborda um tema como esse, a gente já fica esperando uma abordagem densa, típica do cinema europeu... Ninguém estranharia um tema como esse no cinema francês ou espanhol, que certamente tratariam o assunto com toda a gravidade que muitos usuários do Filmow têm reclamado que faltou, mas os australianos conseguiram tratar com incrível leveza um tema que é tão inusitado que chega a ser surreal. Essa leveza pode ser facilmente confundida com superficialidade, mas essa abordagem leve talvez seja uma das coisas mais surpreendentes dessa fantástica obra. De fato, não sei se todo tema denso tem de ser tratado de forma grave e gutural; talvez, essa relação direta entre a densidade do tema e a densidade do filme seja óbvia demais. Não é tão difícil fazer rir com situações engraçadas, nem fazer chorar com situações trágicas; o difícil é fazer o inverso. Acho que a melhor palavra para descrever esse filme é: fabuloso, na raiz da palavra; fabuloso por sua excelência, mas também fabuloso por sua falta de verossimilhança, no sentido de fábula mesmo. Concordo que as reações dos personagens não são muito críveis em algumas situações. De fato, todo mundo encara tudo com muita naturalidade, como se ser a nora e a sogra da mesma pessoa fosse a coisa mais normal do mundo...kkk. Nesse sentido, o filme me lembra um pouco o brasileiro "Do começo ao fim", que também naturaliza situações que não são nada convencionais. Já a relação de amizade entre as protagonistas lembra muito o que se vê no excelente "Amigas para sempre". Quanto ao tema central, situação semelhante já foi abordada no filme "Uma questão de classe", de 1983. E é justamente aí que reside minha maior reclamação: eles poderiam ter explorado mais as reações dos rapazes e o quanto isso impactaria na sua amizade, a exemplo do que acontece na obra de 1983. Alguém aí já falou que o filme poderia ter mais história, durar mais tempo....Concordo plenamente! Até acho que as passagens de tempo foram bem feitas, pois quando a gente acha que o roteiro deixou uma lacuna, em poucos minutos a gente já entende tudo perfeitamente. Entretanto, tiveram de comprimir uma verdadeira saga dentro de um filme relativamente curto... Bem que poderiam tirar uns minutos do chatíssimo "Lincoln" e acrescentar a este filme aqui...kkkkk. Fiquei morrendo de vontade de ler o livro. Quanto à fotografia, que o pessoal tem elogiado tanto, não achei tão fodástica assim...afinal de contas, como eu disse antes, fazer belas tomadas nas praias australianas não exige nenhum talento especial; é o mínimo, é o óbvio sendo feito. De toda forma, é um excelente filme, que faz uma abordagem quase despretensiosa de um tema bastante incomum, sem ceder à tentação de transformar tudo num dramalhão de novela mexicana. Aprovadíssimo, mas certamente não agradará a todos os públicos - e, com isso, não estou insinuando a ignorância de ninguém; apenas reconhecendo que temos preferências diferentes. Ainda assim, acho que ninguém pode negar que o filme é bastante original e que vale a pena ser visto.
Excelente. Primeiramente é preciso dizer que esse é um filme para poucos, não só pela forma como é construído, mas também por sua temática polêmica. Ao contrário do que muitos podem pensar, na trama, a questão do incesto é bem menos expressiva do que se imagina e revela-se como um detalhe, pasmem, quase natural. Sei que é um tema muito difícil de digerir, mas, se você conseguir olhar para a obra de arte que é esse filme, sem perder de vista que a natureza da arte é ser provocativa - e não doutrinária, talvez você consiga perceber a obra-prima que esse filme se revela. Há tantas coisas boas para dizer sobre ele, que nem sei por onde começar: 1) É um maravilhoso retrato de época, que nos traz à memória a velocidade com que nossa sociedade foi modificada nas últimas décadas, sobretudo pelo advento da tecnologia; 2) É um filme onde crianças atuam melhor do que muitos adultos de hoje... 3) A trilha sonora é riquíssima, com direito à jazz e canções tradicionais da França e da Itália; 4) A relação entre os irmãos me lembra muito a retratada num filme bem mais recente, mas ao qual eu assisti muito antes de assistir a esse: Uma aventura na América selvagem; 5) A relação entre mãe e filho é surreal, mas encantadora; 6) O fim do filme, seus 15 minutos finais, já são uma obra-prima à parte e figuram entre as melhores finalizações a que já assisti na vida. Filme para quem gosta de cinema-arte e não confunde um bom filme com um exemplo de vida a ser seguido.
Lá vou eu de novo...kkkk...eu até to começando a me sentir constrangido. Fica parecendo que eu quero sempre ser do contra, só pra bancar o espertinho, pra tentar parecer um expectador mais exigente e tals, mas juro que não é isso. É que eu acho que o pessoal exagera mesmo. Ok, o filme é bom. É um bom programa para um sábado à noite, para ver com os amigos e tentar resolver o mistério do desaparecimento das meninas. Tem boas atuações, é bem feito, quase tudo certinho, tanto é que dei 3,5 estrelas. É uma das melhores produções do gênero nos últimos tempos e acho justas as comparações com Seven e O silêncio dos inocentes. Mas acontece que o filme também não é essa maravilha toda que estão dizendo...sem ofensa. Assistindo ao filme me lembrei de obras como Twin Peaks e A tempestade do século, filmes que surgiram como minisséries. Este aqui ficou no limbo, entre um filme bem longo e uma minissérie bem curta. Acho que eles deveriam ter dado um passo a mais, fosse para frente ou para trás: ou que alongassem a história e fizessem uma minissérie em, digamos, 5 ou 6 episódios, ou que encurtassem um pouco, cortando itens supérfluos. Acho que o principal problema desse filme está no exagero da trama: adicionaram elementos demais. Parece que é sempre assim: ou os filmes caem no óbvio ou no absurdo, ou são tímidos demais ou exageram em tudo. O filme entrega tantas pistas, tantos elementos, que acaba pecando pelo excesso. Sabe aquela pessoa que, na tentativa de impressionar seus convidados, prepara diversos tipos de pratos diferentes, em quantidade suficiente para alimentar um exército, ao invés de se concentrar em fazer um ou dois pratos, mas com o máximo capricho possível? Esse filme é assim: tentou impressionar, criando uma trama complexa - demais; personagens complexos - demais; história longa - demais; atuações teatrais - demais... No fim, sobraram personagens, sobraram informações inúteis...
O padre e o corpo do sequestrador original, no porão da casa dele: totalmente desnecessário; a suposta obsessão religiosa do casal de sequestradores: ficou só na conversa, porque não alterou nada na história; o suicídio do pai do Dover: nada a ver com a trama; o tal labirinto: nem apareceu (a não ser que eles considerem aquele buraquinho no jardim como um labirinto); a história das cobras: totalmente sem noção; a história das roupas ensanguentadas com sangue de porco e os manequins enterrados no jardim: só para tentar impressionar o público; o alcoolismo e a recaída do Dover: inúteis à história; o livro do ex-agente do FBI: outra coisa desnecessária; o fato de serem 2 casais e 2 crianças envolvidas: exagero; os irmãos adolescentes: mal abriram a boca. Sem falar nesse fim suspenso, bobo e que não explica como a primeira menina escapou, nem porque ela alegou ter visto o Dover...
Uff, já cansei de escrever e ainda não listei todos os itens inúteis à trama em si. Tudo bem, posso estar exagerando...afinal, parece que essa é a nova moda....
KKKKKKKKK, o legítimo filme do tipo "masturbação mental"! Sabe aqueles dias em que você não está a fim de pensar em nada, que não quer filosofar, nem se esforçar para entender a vida ou a trama de um bom filme, aqueles dias em que você só está a fim de esvaziar a mente e de não pensar nos seus problemas? Bem, esse é o filme ideal para esses momentos - e, nesse sentido, cumpre a sua função. Mas é isso.
As avaliações dos usuários do Filmow estão ficando cada vez menos confiáveis. Nesse caso específico, elas oscilam de "meia estrela" a "5 estrelas". Diferença de opinião é uma coisa, mas isso já é exagero...Parece mais conversa de maluco! Mas vamos ao filme: o argumento central é muito criativo, talvez, criativo demais. Quem disse que 3 reencontros ao acaso é surreal demais está coberto de razão...os caras injetaram uma overdose de imaginação e isso acaba deixando o filme quase meio bobo. Quem está elogiando a atuação de Nathalia Dill deveria repensar seus conceitos de boa atuação: a criatura nem conseguiu chorar de forma minimamente convincente (assistam novamente as 2 cenas em que ela "tenta" chorar e me digam se eu estou errado). MAS OS DEFEITOS DO FILME PARAM POR AÍ!!!! As demais atuações são muito boas, a fotografia é lindíssima (na verdade, acho que é uma das melhores que já vi), o roteiro não-linear conseguiu encontrar um equilíbrio muito interessante com o uso de flashbacks, a iluminação é perfeita (coisa raríssima nos filmes nacionais) e trilha sonora ousada, embora o áudio dos diálogos pudesse ser melhorado (não sei se eu sou meio surdo ou se realmente o áudio dos filmes nacionais é sempre tão ruim que quase carece de legendas pra gente poder entender o que os caras dizem....kkkk). Mas é uma produção bem cuidada, bem acima da média de muitos filmes brasileiros, que aborda a questão das drogas de uma forma muito interessante, embora reforce a ideia de que elas "abrem a mente", argumento típico de quem curte, mas que não tem fundamento algum. O fim foi igualmente surpreendente e muito interessante e as cenas de sexo foram bem feitas e, considerando os padrões nacionais, até que foram bem-comportadas ou, pelo menos, tiveram alguma justificativa. É um retrato muito interessante das raves, das drogas da moda e da classe média. Só mais uma coisa: está na hora de organizarmos um pouco essa muvuca que tá virando o Filmow... Acho que tem gente confundindo isso aqui com página pessoal do Facebook. Esse é um site pra quem curte cinema; não é seu blog pessoal. Não vejo sentido em avaliações que consideram apenas as preferências pessoais de cada um. O pessoal fica dizendo coisas do tipo "amei", "valeu pelos peitinhos", "mudou a minha vida". POW, A PROPOSTA AQUI NÃO É ESSA! SE ESTÁ A FIM DE FAZER DESABAFOS, CRIE SEU PRÓPRIO BLOG OU POSTE NA SUA PÁGINA DO FACEBOOK! Digo isso sem querer ofender ninguém, mas as opiniões do pessoal que realmente curte cinema e tem opiniões bem fundamentadas para expôr acabam se perdendo no meio de um mar de baboseiras. O pessoal tá confundindo tudo! Se o cara é gay, ele dá 5 estrelas pra tudo quanto é filme com temática LGBT; se é nerd, dá 5 estrelas pra tudo quanto é filme de ficção científica; se não curte drogas, fica botando defeito nos filmes em que alguém usa algum bagulho; se tem síndrome de Cinderela, fica dizendo que tudo que é drama é um filme "sensível"; se se acha descolado, fica dizendo que tudo quanto é filme chato é um "retrato cru". Ah, fala sério...
Vamos na contramão, de novo...(negativações na certa, mas não faz mal...kkk). O filme não é apenas "parecido" com O Segredo de BBM; é praticamente um remake, só que menos convincente. Acho que o maior problema é mesmo o roteiro, que praticamente seguiu uma receita, uma fórmula pronta. Faltou um pouco de inovação, de sair da mesmice. Na verdade, o filme tinha muito potencial, por causa dessa densidade típica do cinema europeu, menos pirotécnico do que o norte-americano. Entretanto o roteiro ficou muito no estilo "mais do mesmo". A fotografia é muito boa, as atuações também e o filme tem umas sacadas que poderiam ser mais bem aproveitadas, mas acabam surgindo como detalhes desimportantes e o filme perde grandes oportunidades, sempre voltando para o enfadonho "quero-mas-não-quero"... Acho que o pessoal, muitas vezes, se deixa influenciar por predileções pessoais e acaba vendo nos filmes temáticos virtudes que eles não têm. Nada contra, também já gostei muito de filmes que sei que não são grande coisa em termos de produção artísticas, afinal, a arte não é uma ciência e a subjetividade sempre terá muita influência no impacto que uma obra tem sobre cada um de nós. Entretanto, isso não é motivo para ficar endeusando um filme que realmente não tem nada de extraordinário. Destaque para 2 cenas que poderiam ter dado a tônica do filme, mas que foram desperdiçadas pelo diretor e pelo roteirista: 1) A cena em que a mãe de Marc "conversa" com ele no carro; 2) A cena entre Marc e Bettina no banheiro (por trás da cortina plástica).
Para evitarmos fazer comparações injustas, acho importante fazer uma distinção entre "horror", "terror" e "fantástico". Filmes de "horror" chocam pelas imagens, pela feiura das coisas mostradas. São repletos de sangue, decapitações etc. Também exploram o efeito surpresa, com sustos, estrondos e muitos gritos. É uma fórmula básica, que serve de receita para todos os filmes do gênero. No gênero "horror" poderíamos citar as franquias "Sexta-feira 13", "A hora do pesadelo", "Premonição", "Jogos mortais" e centenas de outros. O gênero tem o seu valor, mas apenas como entretenimento.
Filmes de "terror" são outra coisa...Esses procuram mexer com o aspecto psicológico, com nossos medos mais íntimos. Nos perturbam por sugerir que aquilo poderia, de fato, acontecer. Filmes de terror mexem com nossas superstições, com nosso medo natural da morte, com nossa crença instintiva no sobrenatural e, não raro, são permeados de uma temática religiosa-cristã. Os filmes de "terror" geralmente são mais densos, mais consistentes, mais críveis. Nesse gênero, poderíamos citar "O Exorcista", "A Profecia" e o próprio "Invocação do mal",
que segue a receita da franquia "Amityville" (casa velha, assombrada pelos fantasmas de pessoas que ali tiveram mortes violentas).
Já os filmes do gênero "fantástico" pendem mais para a mitologia, monstros, lendas, zumbis e outras viagens. No gênero "fantástico" temos clássicos como "Drácula", "Frankenstein" e a maioria dos filmes de Stephen King. O interessante do gênero fantástico é que, muitas vezes, as histórias originais são alegorias para falar de outros temas, são cheias de simbolismos, de significados nas entrelinhas, como é o caso da solidão humana retratada alegoricamente em Frankenstein, ou do conflito interno entre o bem o mal, retratado em "O médico e o monstro".
Claro que há ainda filmes que misturam elementos de dois ou mais gêneros e aqueles que ficam no limiar entre o terror e o suspense, como seria o caso (entre outros) de "O Iluminado", "A chave mestra", "O sexto sentido" e "A tempestade do século" (para que ninguém diga que eu estou comparando Stephen King com Edgar Allan Poe...kkkkk)
Estabelecidas essas diferenças, acho que, na categoria "terror", Invocação do mal se saiu muito bem. Não conseguiu inovar, simplesmente porque não dá pra inovar muito nesse gênero. O importante é que fizeram um bom trabalho.
Acho que depois de "O Exorcista", não há mais como impressionar o público com exorcismos...Todos parecem uma mera sombra daquele, que foi mesmo o precursor de todos os outros. No mais, o filme segue a receita: (história baseada em "fatos reais" + casa velha + família de margarina + criança e cachorro sensitivos + barulhos estranhos + sustos + gritos + fantasmas de pessoas que tiveram mortes violentas + um xamã poderoso + final feliz).
Filme para ver com a namorada. Mas para quem quiser ver um filme que realmente mexa com a sua cabeça, sugiro o longuíssimo "A Tempestade do Século" ou o surpreendente "Ilusões Perigosas".
Evidentemente o filme sobrevaloriza as cenas de ação em detrimento de desenvolver o argumento central. Não penso que isso chegue a ser um "defeito", já que, ao que parece, a proposta era mesmo fazer um filme "de ação" - e não um documentário socioantropológico. Parece que está rolando um certo bairrismo tupiniquim, querendo destacar a atuação de Wagner Moura, que, apesar de boa (como de costume) não é nada de tão espetacular assim, até porque recebeu um papel quase caricato, que destoa do ritmo do filme em geral. Pra quem curte ficção científica acredito que esse será um filme abaixo das expectativas, já que o filme exagera um pouco no alcance da tecnologia, beirando o que eu chamaria de "marmelada científica". Confesso que, com um trio central como esse, eu esperava um pouco mais, uma história mais consistente talvez. Filme para ver com os amigos e a família, como alternativa ao Domingão do Faustão.
sobraram fantasmas....kkkk. O fantasma do garotinho foi absolutamente desnecessário.
Quando vi a história do vigia do farol, não pude deixar de me lembrar de um episódio de The big bang theory, em que Sheldon satiriza o futuro de Leonard comparando-o a um "vigia de farol solitário dos desenhos de Scooby Doo"....kkkkk Mas a fotografia é muito boa e acho que nunca tinha visto Demi Moore tão linda quanto nesse filme.
The Falls: O Amor Não É Pecado
3.6 30 Assista AgoraQuase. O filme apresenta alguns aspectos muito positivos, em que pese um raríssimo retrato não-afetado da homossexualidade, a exemplo do que se vê em Beautiful Thing e também em Shelter. Traz boas interpretações e apresenta o personagem Elder Smith de forma muito digna, sobretudo considerando as atitudes dele diante de Randy, do pai e do presidente da igreja. O filme também tem cenas de extremo bom gosto, em especial em relação à forma como é mostrada a relação dos rapazes, permeada por uma sexualidade carinhosa, ao invés dos habituais estereótipos de ninfomaníacos promíscuos. Infelizmente, o roteiro se enrola demais na primeira metade do filme, concentrando-se em coisas menos relevantes para a história ao invés de tentar construir uma gradual atração entre eles. Daí, de repente, o filme dá uma guinada que acaba ficando estranha demais. Também poderiam ter ousado um pouco mais nos questionamentos dos dogmas de fé (e não da fé em si), mas parece que quiseram evitar a polêmica... Ainda assim, acho que os mórmons devem ter odiado esse filme, embora eu duvide muito que eles sejam autorizados a assisti-lo....kkkkk. Destaque para o personagem Randy (o soldado aposentado), que passou a ser um dos meus preferidos do cinema!
Clube de Geografia
3.3 123Se esse filme tivesse sido produzido nos anos 80, certamente teria se tornado um clássico. Entretanto, no contexto atual, chega a ser patético. Quer dizer, os caras chegaram uns 30 anos atrasados! É um falso retrato da realidade homossexual, romantizado nuns momentos e vitimizado nos outros. Nenhuma conexão com a realidade. Só teria algum valor, se fosse um filme de vanguarda, algo inovador, provocativo...mas, para isso, teria de ter sido lançado há uns 30 anos, pelo menos. Para os atuais padrões sociais, não há outra palavra para descrevê-lo, senão, patético. O título foi criativo, mas invariavelmente nos remete para o clássico "Clube dos cinco", e aí acaba gerando expectativa - que não é (nem de longe) atendida. Pra quem curte filmes que retratam a a vida escolar, Clube dos Cinco, Curtindo a vida adoidado, O clube do imperador ou Sociedade dos poetas mortos são opções muito melhores. Para quem quer um filme com temática homossexual juvenil, sugeriria "Beautiful Thing".
Across the Universe
4.1 2,2K Assista AgoraBem, essa será outra longa resenha...então, mãos à obra!
Um preâmbulo:
Primeiramente, é importante esclarecer que a sinopse desse filme, aqui no Filmow, é uma das mais mal escritas que já vi na vida. Não consegue chamar a atenção de quem ainda não viu o filme, apesar de estar cheia de malditos spoilers. Diga-se, de passagem, muitas sinopses do Filmow são tão ruins quanto as que se vê na TV por assinatura.
Outro aspecto importante é que, ao que me consta, na versão em DVD desse filme, as canções não estão legendadas. Ora, para quem não é muito familiarizado com a língua inglesa, isso será um grande obstáculo ao bom entendimento da história. Sugiro que façam o download do filme a partir de um torrent e busquem as legendas usando um buscador automático, como o disponível no site Legendas Brasil. Os torrents podem ser facilmente encontrados no site The Pirate Bay, inclusive arquivos com qualidade HD.
Finalmente, cabe esclarecer que o filme é repleto de referências externas, que exigem um certo nível de conhecimento da história para que possam ser bem aproveitadas. Há referências à Janis Joplin, Jimi Hendrix, Jack Kerouac, Brigitte Bardot, Guerra do Vietnã, Martin Luther King, Geração Beatnik, Hippies, luta pelos direitos civis dos negros nos EUA, Pink Floyd, a presença de Bono (do U2), do cantor Joe Cocker, além, é claro, de todo um pano de fundo construído a partir da história dos Beatles e de suas canções. O expectador que não tiver um conhecimento mínimo sobre esses temas, dificilmente conseguirá apreciar toda a riqueza dessa produção.
Sobre o filme em si:
Eu nunca fui um grande fã de musicais, mas eu diria que esse filme não é exatamente um musical, mas um filme musicado. Eu explico: existem dois tipos distintos de musicais: aqueles para os quais são escritas canções, que servem para contar a história do filme e aqueles que usam canções já existentes para enriquecer uma história. Do primeiro tipo, eu nunca gostei, pois, se for para ouvir músicas que contam uma história, eu preferiria assistir logo a uma ópera. Poderíamos citar exemplos como Os miseráveis, Moulin Rouge, Chicago, entre outros. Entretanto, há aqueles que conseguem tirar proveito de canções que já caíram no gosto popular e usá-las para agregar valor a uma história relativamente simples e esse é o caso de Across the universe. Fiquei surpreso por ninguém ter comparado esse filme com outra produção que segue exatamente a mesma linha: Mamma Mia. Gosto de comparações, porque acho a forma mais sensata de se estabelecer um parâmetro para definir se um filme é realmente bom ou não. Nesse caso, ambos são excelentes: um baseado nas canções da mítica banda ABBA; outro, nas canções dos icônicos The Beatles.
Acontece que Across the universe faz mais do que apenas usar Beatles' Songs.... O filme retrata todo um período da história do século XX e o ritmo do filme reproduz a própria história da banda, saindo de uma pegada mais ingênua até chegar ao psicodélico - e foi aí que o filme acabou pecando pelo excesso, o que o impediu de obter uma cotação máxima.
O ritmo oscila tanto, que, às vezes, parecem que são 2 ou 3 filmes totalmente diferentes. No início, parece um clipe do James Blunt; depois, lembra uma cena de Glee; dali a pouco, a gente se sente num clipe do Pink Floyd... E foi nesses momentos que o filme acabou exagerando na psicodelia; a gente fica com a nítida impressão de estar assistindo a uma série de clipes, ao invés de estar assistindo a um filme que tivesse um pouco mais de unidade. Pra mim, clipe é clipe; cinema é cinema. Realmente não curto produções que sejam uma colcha de retalhos, que acabam servindo para os produtores enfiarem todas as suas viagens e excessivas liberdades poéticas. Alguém deveria ter avisado à diretora que, às vezes, menos é mais.
O roteiro é difícil de acompanhar, mas não vejo isso como uma falha do filme e sim como um desafio ao expectador.
A fotografia é um trabalho perfeito, sem dúvidas, figura entre os melhores que já vi, senão o melhor de todos.
A trilha sonora...bom, a trilha sonora é The Beatles... Eu não sou um fã da banda, mas os novos arranjos deram às músicas uma nova roupagem, deixando-as mais palatáveis para degustadores modernos. Tenho certeza de que os fãs da banda vão aprovar.
Finalmente, é um filmaço, uma grande obra de arte, obrigatório para todo cinéfilo, obrigatório para fãs de musicais, obrigatório para admiradores da contracultura, obrigatório para fãs de The Beatles e, sobretudo, obrigatório para os fãs do cinema-arte.
A Vida Secreta das Abelhas
4.1 964 Assista AgoraSingelo, envolvente e de EXTREMO BOM GOSTO são as palavras que melhor consigo encontrar para descrever esse excelente filme. Esse é um daqueles filmes que vai nos envolvendo aos poucos e, sem que a gente perceba, de repente, nos arrebata e a gente nem sabe dizer direito por quê. O filme tem 3 grandes méritos:
1) A simplicidade da história
É uma história simples, despretensiosa, mas que vai ganhando o expectador aos poucos e, quando a gente se dá conta, já está chorando. O filme é construído de modo a valorizar a construção de todas as personagens e não apenas das protagonistas. Isso faz com que a história tenha algumas características que se assemelham às de uma novela, na raiz da palavra: são várias histórias diferentes que, aos poucos, vão se enleando, formando literalmente um novelo. Acho que, se o filme se focasse numa única personagem, acabaria sendo apenas mais um drama, entediante e pretensioso.
2) Emoção na medida certa
Acho que essa é uma das coisas mais incríveis neste filme: a habilidade que tiveram para mostrar emoções na medida exata da realidade, sem exageros, melodrama ou pirotecnia. Tudo, tudo na medida exata, precisa, a ponto de que a gente chega a esquecer que está assistindo a um filme, tamanha a empatia que ele desperta em nós. Muito legal a construção do personagem T. Ray, mostrando o quanto uma pessoa pode se tornar amarga e como é fácil confundir isso com uma maldade inata.
3) Atuações perfeitas
Todas as atuações do filme são soberbas, mas não há como não destacar as interpretações de Dakota Fanning (cuja semelhança com Maisie Williams, a Arya Stark, de Game of Thrones, é impressionante!) e de Queen Latifah, naquele que, pra mim, é seu melhor trabalho.
Ainda merecem destaque outros aspectos da obra: a construção do filme me lembra muito o que se viu no também excelente "Tomates verdes fritos"; além disso, esse filme mostrou aquele que passou a ser um dos meus beijos preferidos do cinema (daqueles que a gente fica torcendo pra acontecer e que é puro, carinhoso, quase ingênuo; não aquela chupação que a gente tá acostumado a ver, em que as pessoas quase se viram do avesso tentando enfiar a língua até o estômago do outro...kkkkkk) e também traz uma cena extremamente sensual, embora a cena em questão não tenha uma conotação lasciva: chupar o mel na ponta do dedo foi impagável!
Às vezes eu me pergunto se eu não deveria estar fazendo algo melhor da minha vida do que ficar assistindo a tantos filmes e escrevendo tantas resenhas. Esse é um daqueles filmes que faz concluir que não...
A Colônia
2.4 256 Assista AgoraParece que finalmente encontrei uma unanimidade no Filmow...kkkkk....quase todo mundo achou esse filme ruim e, de fato, é....kkkkk. Entretanto, o argumento inicial é interessante, mas infelizmente foi desperdiçado. A história é mal construída e cheia de incongruências. Eles tiram proveito da ideia proposta por "O dia depois de amanhã" e tentam dar uma sequência àquela história, retratando um mundo que vive uma nova era do gelo. Acontece que os caras se perderam quando tentaram colocar mais ação na história:
na falta de um orçamento que permitisse a inserção de efeitos especiais, se viram obrigados a encurtar a participação de Laurence Fishburne e tiveram de lançar mão de recursos menos pirotécnicos, como canibais psicóticos...kkkkk...
recriar aquele clima de Mad Max. Os caras eram canibais que estavam mais interessados em matar do que em comer as pessoas.
dos zumbis...
Corajosos
4.0 280 Assista AgoraBem, parece mesmo que a minha sina é ser do contra, mas, antes de negativarem minha avaliação, gostaria que a lessem até o fim... Esse é um daqueles filmes sobre os quais a gente até se sente constrangido em fazer alguma crítica, porque todas as mensagens que ele transmite parecem ser tão obviamente corretas... Mas deixemos de lado o mérito da mensagem, e falemos do filme em si: é uma produção caprichada, roteiro envolvente, uma história que prende o expectador e ainda nos brinda com momentos emocionantes e outros bem engraçados. É, de fato, uma linda história, um filme para se ver sozinho ou em família, um daqueles filmes edificantes. Parece haver uma leva de produções do gênero nos EUA; além desse, já assisti "À prova de fogo" e um outro, também sobre um policial que perde uma filha e, por conta disso, afasta-se do filho adolescente, até o ponto de quase matá-lo no cumprimento do dever. O nome desse último me foge à memória, mas segue exatamente a mesma linha. Tenho a impressão de que alguns movimentos religiosos nos EUA têm tentado apresentar a religião mais como uma filosofia de vida e menos como uma série de dogmas a serem seguidos cegamente e acho que essa proposta é muito interessante do ponto de vista das religiões, que, cada vez mais, precisam competir com um mundo em que a informação circula mais livremente e onde anjos e demônios têm cada vez menos espaço no imaginário popular. Entretanto, não pude deixar de reparar que esse tipo de filme se assemelha muito às antigas propagandas de cigarro: mostram um monte de coisas legais de se fazer e, de repente, enfiam no meio delas o produto que estão tentando nos vender, criando uma falsa associação entre as duas coisas, que passa despercebida pela maioria dos expectadores. O filme é legal, a história é legal, as mensagens são éticas e a ideia de uma vida marcada por uma conduta correta (e que, mais cedo ou mais tarde é recompensada) é realmente muito sedutora, mas o fato é que o filme tem um caráter doutrinário que, a mim, como agnóstico, incomoda um pouco. Uma vez assisti a uma palestra do Werner Schünemann, na qual ele dizia que a arte não precisa ser engajada, que quem deve nos transmitir valores são os nossos pais, nossos amigos, nossa família; não os artistas. Concordo com ele e é por isso que admiro o trabalho de pessoas como Michael Jackson, Amy Winehouse e Kurt Cobain, o que não significa que os idolatre como modelos de comportamento. Esse cinema cristão tem um quê de lavagem cerebral que realmente me incomoda, no sentido de que isso desvia um pouco a arte do seu foco, transformando o cinema em apenas mais um recurso da publicidade, a despeito da validade da mensagem (eu sei que o cinema já fez isso muitas vezes, pelas mais diversas causas....). Outra coisa que me chamou a atenção foi o modelo de família mostrado pelo filme, colocando a mulher num claro papel secundário, como dona-de-casa mesmo, e os homens num papel de liderança, inclusive, espiritual. O fato é que o filme tem uma evidente intenção doutrinária e, a despeito do mérito dos valores que exibe, deve ser visto com olhos atentos e visão crítica, tendo-se em mente que um comportamento ético e responsável não precisa necessariamente estar fundamentado em religião alguma. AINDA ASSIM, em tempos em que a gente vê tanta merda sendo aplaudida como arte de primeira qualidade e sendo despejada dentro de nossas casas, se eu tivesse filhos, preferiria que eles assistissem a um filme como esse, ao invés de assistirem a uma novela ou a um clipe de algum MC sei-lá-quem. Assista com a mente aberta, mas com um pé atrás...Não deixe nenhum marketeiro pensar por você, por melhor que seja a intenção dele...
Oblivion
3.2 1,7K Assista AgoraÉ tanta bobagem que, realmente, não vale a pena fazer um comentário. Marmelada científica pretensiosa e mal-feita. Não perca seu tempo.
3096 Dias
3.7 627 Assista AgoraDesconcertante. Ver aquela menina esquálida, pela constante inanição, sendo brutalmente espancada por seu algoz é uma visão perturbadora. Apesar de toda a controvérsia envolvida no caso, sobretudo no que diz respeito ao comportamento de Natascha, durante e depois do sequestro, é inacreditável que algumas pessoas ainda tentem pintá-la como cúmplice do crime, como se uma criança de 10 anos de idade tivesse suficiente malícia para arquitetar tal barbárie. Acho que o filme impressiona mais por sabermos que retrata uma história real. Em se tratando da produção em si, o destaque fica por conta das atuações e do esforço certamente desprendido por Antonia Campbell-Hughes para encarnar a personagem, que tem uma aparência tão magra que chega a parecer cadavérica.
Os Imorais
3.6 57Eu já tinha visto esse filme quando ele foi lançado, mas a única coisa de que me lembrava era que ele era muito bom. Resolvi reassistir e descobri que fui traído pela minha memória: o filme é apenas bom. Ainda assim, grandes atuações e um filme muito interessante para quem curte bandidos simpáticos e histórias de trapaceiros.
Festa de Família
4.2 396 Assista AgoraAssisti a esse filme por indicação do meu amigo, aqui do Filmow, Francisco Paulo. O filme é bem pesado e é feito de uma forma bastante inusitada. É preciso ter um pouco de paciência para vencer os primeiros 30 minutos, mas depois a história se torna muito envolvente. Vou discordar de alguns dos outros usuários que avaliaram o filme: eu não gostei do jogo de câmera, assim, com a câmera se movendo o tempo todo e usando ângulos incomuns. Deve ter um nome técnico pra isso, mas eu desconheço...kkkkk. Mas claro, não se trata de um "defeito" do filme, foi uma opção do diretor, mas que simplesmente não me agradou. As atuações são boas e o fato de o filme ser em alemão dá a todas as falas um tom ainda mais grave. Em inglês não seria tão legal. A cena que mais me chocou não tem relação direta com o tema central: foi a canção racista. PQP, não sei se a aquela canção existe mesmo (provavelmente sim), mas foi uma das cenas mais brutais que eu já vi na minha vida. Realmente, dá um nó no estômago ver todas aquelas pessoas cantando, como se fosse algo engraçado. Realmente horrível. Destaque para o papel do cozinheiro na trama toda: o que ele decidiu fazer para manter todos reunidos foi sensacional, uma das coisas mais criativas que já vi num filme, que lembra aquelas proezas shakespearianas. Para quem se interessa pelo tema, sugiro assistir "O sopro do coração", produção francesa de 1971, que se pode achar no The Pirate Bay, se procurar pelo título americano. Valeu pela dica, Francisco Paulo!
Antes da Meia-Noite
4.2 1,5K Assista AgoraP-E-R-F-E-I-T-O! A-B-S-O-L-U-T-O! Putz, eu tenho a nítida impressão de que eu poderia falar desse filme, sem exagero, durante dias. Vou fazer um esforço para não me alongar demais (que sei que vivemos em tempos de fotografias enormes, com textos bem curtinhos....kkkkkk), mas será difícil ser sucinto. Ainda assim, lendo os comentários dos demais usuários, vou procurar ser menos subjetivo e expressar da forma mais precisa possível tudo o que esse filme significa. O post será extenso, mas para que não fique muito cansativo de ler, vou procurar dividi-lo em tópicos, tomando o cuidado de marcar todo e qualquer spoiler. Então vamos lá:
1) COMO APROVEITAR MELHOR ESSE FILME
Bem, como todos sabem, esse é o terceiro filme de uma franquia (embora eu prefira encarar como uma história única, contada em doses homeopáticas). Assim sendo, é imprescindível assistir aos dois primeiros, antes de assistir a esse. Mas alto lá: a história de Jesse e Céline tem tudo a ver com o tempo e você não pode ignorar essa variável. Então, não caia na tentação de assistir aos 3 filmes em sequência, numa tacada só, porque não vai funcionar. Sentir e, sobretudo, viver a passagem do tempo é fundamental para poder extrair desses filmes o que eles têm de melhor. Para quem não sabe, a trilogia foi feita com um intervalo de 9 anos entre um filme e outro. E assim como na vida real, na história, também passam-se 9 anos entre uma sequência e outra. Além disso, nas 2 continuações, os atores participaram da crianção do roteiro e dos scripts. Sinceramente, nunca ouvi falar de outro filme que tenha sido feito dessa maneira. Eu tive a sorte de ser contemporâneo dos filmes e assisti a cada um deles na época em que foram lançados. E, por mais sorte ainda, a idade dos personagens se assemelha à minha, o que faz com que tudo tenha ainda mais significado. Não sei se uma pessoa jovem, que nunca viveu maritalmente, conseguirá extrair dos 2 últimos filmes tudo o que eles têm a oferecer; mas, do primeiro, sem dúvida. Eu tenho quase 36 anos agora.e, no meio tempo entre o 2º e o 3º filme, eu me apaixonei, casei, vi meu casamento desmoronar e me divorciei. Esses fatores acrescentam muita coisa na forma como a gente vê o filme... De toda forma, para quem ainda não assistiu, sugiro que assista na ordem em que foram feitos, dando à sequência e a si mesmo o tempo necessário para assistir à parte seguinte. O ideal mesmo, se você tem menos de 25 anos, seria você esperar 9 anos entre cada um dos filmes. Se já está na casa dos 30, ou acima disso, pode até acelerar o processo, mas é conveniente dar um tempo de pelo menos 1 ano entre um filme e outro. Acredite: vai valer a pena.
2) PARA QUEM NÃO GOSTOU TANTO ASSIM DO FILME
Eu já disse e repito: esse filme tem tudo a ver com a passagem do tempo. Eu já fui casado e, no começo, eu e minha ex-mulher fizemos o que todo casal faz: dissemos coisas lindas um para o outro, mas terminamos como quase todos os casais terminam: colocando o dedo na ferida um do outro, dizendo as coisas mais horríveis, coisas que nós sabíamos que iriam magoar profundamente a outra pessoa - e essa era a intenção. Entretanto, nenhum de nós dois ganhou absolutamente nada com isso; pelo contrário, perdemos. Lembre-se de que ganhar uma discussão pode até satisfazer o nosso orgulho, mas não tem nada a ver com alcançar a felicidade. Se você viver uma situação semelhante e tiver a oportunidade de ser cruel, aceite o meu conselho: não faça isso. Lembre-se de que, às vezes, mesmo quando a gente ganha, a gente perde.Às vezes, o melhor que podemos fazer é calar, não por submissão, mas por amor. É preciso ser muito homem ou muito mulher para ter a coragem de não dizer. Então, para aqueles que não gostaram tanto assim filme, gostaria de, respeitosamente, sugerir que sejam suficientemente maduros para terem a humildade de reconhecer que, talvez, vocês simplesmente ainda não tenham todos os elementos necessários para apreciar essa obra em toda a sua perfeição. Não sintam vergonha disso; sejam inteligentes, deem tempo ao tempo, e assistam novamente quando a sua dor for suficientemente grande.
3) SOBRE A TRAIÇÃO
A usuária Carla Stec se disse decepcionada com a traição do Jesse. Confesso que também fiquei, no início. Entretanto, era preciso que houvesse problemas reais na relação do casal, caso contrário, seriam apenas dois neuróticos discutindo acerca de nada. E verdade seja dita: o ciúme, o medo da traição (que talvez seja apenas o medo de que a pessoa encontre alguém que a faça mais feliz do nós fazemos...) fazem parte das tensões de um relacionamento.
4) SOBRE AS CRIANÇAS
Eu não tive filhos, mas todos os meus amigos tiveram. E, em todos os casos, os filhos mudaram - e muito - a natureza da relação entre homem e mulher, que passou a ser uma relação entre pai e mãe, coisa que, paulatinamente, faz as mulheres definharem e os homens fugirem para situações mais confortáveis. É realmente uma pena que a geração de uma nova vida, quase sempre, venha às custas do sacrifício de outra. Não são poucos os pais que se anulam como pessoas para assumirem esse papel protetor. Não sei se pode ser de uma maneira diferente, realmente não sei. Gosto de acreditar que eu não faria isso comigo, nem deixaria minha mulher fazer isso a si mesma, mas não sei, não faço a menor ideia do impacto que filhos teriam sobre quem eu penso que eu sou. E essa questão é lindamente explorada nesse filme.
5) INDIVIDUALIDADE x VIDA EM COMUM
Acho que esse é outro ponto nevrálgico de todos os relacionamentos em que as pessoas vivem maritalmente (namoro não conta...). São pequenas coisas, mas que se acumulam ao longo dos anos e acabam explodindo em algum momento, assim como no filme. Até que ponto estamos dispostos a ser solitários em nome de nossa própria liberdade? Até que ponto faz sentido ser você mesmo, se o preço disso for a solidão? Mas até que ponto vale a pena abrir mão de quem você é, apenas para não ficar sozinho? Se, para não estar sozinho, você precisa assumir um personagem, será que vale a pena? Vale a pena se olhar no espelho e não se reconhecer mais? Essa é outra resposta que eu não tenho. O que sei é que esse foi o primeiro Natal que passei absolutamente sozinho e "liberdade" não foi a palavra que ficou ecoando na minha cabeça...
6) SOBRE TRILOGIAS
O usuário João Leonardo levantou a questão das trilogias, fazendo uma comparação com "O poderoso chefão". Acho que a trilogia Before superou todas as outras, porque manteve a unidade, os mesmos atores, o mesmo tom, o mesmo ritmo, contou a mesma história, mas sempre sob uma ótica temporal diferente - e com incrível precisão! Três filmes inteiros, fundamentados apenas em diálogos, um mais rico que o outro! Que obra prima esses caras fizeram! Gostei dos 2 primeiros de "O poderoso chefão" e citaria "Rambo II" e "O exterminador do futuro II" como sequências bem sucedidas naquilo a que se propunham, mas acho que NENHUMA OUTRA OBRA DO CINEMA se compara à trilogia Before. E esse terceiro filme foi a cereja do bolo - mas não me surpreenderia se, daqui a 9 anos, os caras fizerem a cereja da cereja....kkkkk
7) SOBRE OS COADJUVANTES
O usuário Lucas chamou a atenção para a presença de coadjuvantes pela primeira vez num filme dessa franquia. Muito bem observado, aliás! Eu não tinha me dado conta disso! Depois que li seu comentário, concluí que é bem assim que as coisas são! Quando somos jovens apaixonados, nos bastamos um ao outro. Mas, com o tempo, a gente entra numas de fazer janta de casais, inserindo coadjuvantes nas nossas próprias vidas, porque talvez o assunto já tenha se esgotado e ligar a TV ou chamar um amigo tagarela seja uma alternativa ao silêncio incômodo ou às conversas lacônicas. Acho que foram muito felizes por terem inserido mais esse elemento e esse é apenas mais um componente que faz desse filme uma obra tão perfeita.
8) DEMAIS ASPECTOS
Bem, a trilha sonora não me impressionou tanto quanto as duas anteriores, mas vamos dar um desconto...afinal música grega não faz parte do menu musical tupiniquim...kkkkk. Pra quem curte música, recomendo procurar pela canção que Jesse e Céline ouvem na cabine da loja de discos em "Antes do amanhecer". O nome da música é "Come here" de Kath Bloom. Em "Antes do pôr-do-sol", o destaque foi para a canção interpretada pela própria Julie Delpy (que, pra mim, será sempre Céline...): A waltz for a night. Linda canção, que, nos minutos finais, explica o filme, quem é Céline e o que tudo aquilo significou pra ela. Enfim, grandes atuações dos protagonistas, diálogos maravilhosos, linda fotografia (os dois ainda caminhando durante suas longas conversas, a Céline olhando para as mãos do Jesse enquanto ele abre a garrafa de vinho no quarto do hotel, aquele olhar de quem está quase pedindo socorro, é lindo, lindo mesmo) e uma última curiosidade: pela primeira vez há uma cena de nudez e Julie Delpy faz uma longa exposição dos seios. Achei genial e simplesmente lindo! Fantástico que tenham deixado para fazer isso quando ela já estava com 43, 44 anos e não no auge de sua juventude! Isso é vida real, seios reais, de uma mulher real - e linda na aceitação de sua maturidade. Muito bacana ver os efeitos do tempo sobre os dois (embora Ethan Hawke esteja com uma aparência melhor do que estava no segundo filme, não sei se ele ainda fuma, mas fumava pra cacete àquela época). Enfim, um filmaço, perfeito, obra-prima de verdade. Um filme que sempre irá figurar entres as maiores obras do cinema de todos os tempos. Ufa, é só isso.
Géminis
3.1 19Que venham as negativações....kkkkkk, mas o filme é fraquíssimo. O filme é mais perdido do que sapo em cancha de bocha!!!! Uma hora o roteiro vai pra um lado, dali a pouco vai pra outro, entram e saem personagens que não fazem o menor sentido e a que gente sequer consegue entender quem são. Acabaram dedicando mais tempo à tal festa de casamento do que ao argumento central. O filme é muito amador, mais parece uma daquelas produções de universitários. Não conseguiram construir os personagens (aliás, não conseguem sequer explicar quem é quem na trama), não construíram um clima de tensão ou pelo menos algo que explicasse um pouco a origem dessa relação. Eles não conseguiram sequer explicar o título, já que em nenhum momento existe a indicação de que eles sejam gêmeos. Entre esse e o brasileiro "Do começo ao fim", que pretensamente aborda tema semelhante, nem sei dizer qual é o pior. Nem a cena "forte" do final consegue salvar o filme, porque as atuações são caricatas. Realmente, muito sem-noção. Duas curiosidades:
Na parte final do filme, a mãe chega em casa, aos berros, usando um sapato de salto num dos pés e uma bota ortopédica no outro. Mesmo assim, o casal de pombinhos não consegue ouvi-la, embora ela ouça seus gemidos na cama....kkkkk....muito tosco!
Lucas Escariz, que interpreta Jeremias, lembra muito as feições de Gale Harold, célebre por seu papel no seriado Queer as folk.
A única coisa boa de ter assistido a esse filme é que vou conseguir liberar 700MB de espaço no meu HD. Valorize seu tempo e não vá desperdiçá-lo assistindo essa furada.
Orações para Bobby
4.4 1,4KUau!
Um preâmbulo sobre os usuários do Filmow. que não tem relação direta com o filme (você pode pular essa parte...kkk)
Eu tenho um ritual para assistir a filmes: fico catando por aí, na web, sugestões de filmes de alta qualidade, com temas inusitados etc, porque não curto os blockbusters, nunca assisti ET, nunca vi nenhum filme do Batman, não gosto de animações, não me interesso por filmes inspirados em quadrinhos, não gosto de comédias, não gosto de filmes de ação, enfim, sou um tremendo de um chato. Depois de encontrar um título interessante, SEMPRE consulto as cotações do Filmow, mas evito ler mais do que 2 ou 3 comentários, para não me deixar influenciar demais. Daí assisto em streaming ou faço o download. Em seguida, bolo alguma coisa para dizer a respeito do filme e venho correndo para postar no Filmow. Mas antes de postar, procuro ler, pelo menos, os últimos 30 comentários, incluindo as respostas. Isso ajuda a perceber aspectos que eu não tinha notado e eventualmente traz informações adicionais interessantes. Com esse filme, eu fiz a mesma coisa, o mesmo ritual, mas, após ler os comentários dos outros usuários, me senti tentado a fazer um comentário mais intimista. Prefiro assistir a filmes quando estou sozinho, porque daí não me constranjo de chorar, se for o caso. Normalmente, eu prefiro não chorar na frente de ninguém e, quando choro, normalmente não conto que chorei. Mas lendo todos esses comentários sinceros do pessoal, me sinto quase na obrigação de dizer que eu também chorei vendo esse filme. Não desabei em lágrimas nem nada, mas chorei. Chorei de verdade. E lendo os comentários dos demais usuários, quase chorei de novo. MUITO LEGAL ver todas essas pessoas, dizendo, de peito aberto, que se emocionaram com essa história. Parabéns a todos por sua sinceridade. Esse tipo de coisa me faz acreditar que estamos, de fato, rumo a uma sociedade mais evoluída e reforça minha fé na humanidade. Espero mesmo que possamos, um dia, conviver em harmonia uns com os outros, indiferentemente da cor, do gênero, da sexualidade, da fé ou da ideologia de cada um.
Mas vamos ao filme: um Drama com "D" maiúsculo, com um ar meio retrô que lembra os primeiros filmes que abordaram a questão da homossexualidade sob um aspecto social ou familiar. A atuação de Sigourney Weaver está excelente, com destaque para o olhar que ela faz ao chegar à nova Igreja, espiando assustada, procurando por respostas, pedindo por socorro. Realmente emocionante. Nem vou me dedicar a discorrer sobre a questão da homossexualidade em si e gostaria de chamar a atenção para outros aspectos do filme: embora eu, como ateu não-praticante (kkkk), seja suspeito para falar, é impressionante o estrago que um conjunto de livros escritos ao longo de 5 mil anos já fez na humanidade, desde que foram escolhidos a dedo e compilados por um bando de homens, cujos interesses não eram tão nobres assim, e então vendidos como se fossem um único livro, escrito diretamente por deus. Quantas pessoas já perderam a vida por causa desse delírio coletivo que as pessoas chamam de fé. Quanto sangue já foi derramado em nome de deus e de deuses, quanto sofrimento já foi infligido na vã tentativa de garantir uma felicidade que só vem depois da morte. Entendo o medo natural que temos da morte e sei que é reconfortante agarrar-se à ideia de que a vida não pode ser só isso, só esses 70 ou 80 anos; agarrar-se à ideia de que, de certa forma, quando a gente morre, a gente não morre muito - só um pouco, que, de certa forma, um dia, a gente vai reencontrar a mamãe, o papai e a vovó, que um dia teremos uma segunda chance, que vamos nascer de novo ou viveremos felizes para sempre num outro plano da existência. Entendo o motivo de as pessoas se apegarem a toda essa superstição, mas não entendo o motivo de tentarem impor as suas crendices a outras pessoas, sobretudo pela violência, seja física ou psicológica. O que tudo isso poderia ter a ver com alguma forma de amor?
Acho que esse retrato dos riscos da fé cega é um dos aspectos mais provocadores nessa obra, talvez até mais do que a própria questão da homossexualidade. Também há outro tema muito importante abordado pelo filme: as relações familiares e a tendência que muitos pais têm de projetarem nos seus filhos, não apenas suas expectativas, mas, sobretudo, suas frustrações e recalques. Ver a sexualidade do Bobby sendo discutida no almoço, como se fosse um assunto de interesse da família, me fez sentir vontade de vomitar.
Finalmente, o filme aborda
a questão do suicídio,
Fúria de Titãs
3.0 2,2K Assista Agorakkkkkk, quando eu decidi assistir a esse filme, eu já sabia que não seria grande coisa, sobretudo tratando-se de um remake mal-feito do original de 1981, que eu assisti quando criança e, justamente por isso, parecia ser bem legal, mesmo não tendo todos os efeitos especiais desse remake bobo. Mas eu fiz isso de propósito, pois nos últimos dias andei assistindo a muitos filmes densos, com temáticas muito complexas e estava precisando fazer uma lavagem cerebral para poder pensar de novo, como quem come um pedaço de queijo para poder saborear o próximo vinho. Nesse sentido, cumpriu bem a sua função, pois não precisei pensar em nada, nem fazer o menor esforço para entender essa bobagem toda....kkkkkk. Masturbação mental para uma tarde solitária. Nada mais do que isso.
Eu Matei Minha Mãe
3.9 1,3KÉ claro que o carregadíssimo Xavier Dolan não poderia deixar de abordar um tema, como a delicada relação entre mãe e filho, da forma mais dramática possível. O filme é pesado, denso, drástico. É mais uma demonstração de virtuosismo artístico do que um grande filme. A exemplo de Behind the candelabra, essa é outra produção para quem curte mais grandes interpretações do que grandes histórias. Para meu gosto, é exagerado demais.
Amor sem Pecado
3.4 332Uau, uau, uau! Quando a gente ouve falar num filme que aborda um tema como esse, a gente já fica esperando uma abordagem densa, típica do cinema europeu... Ninguém estranharia um tema como esse no cinema francês ou espanhol, que certamente tratariam o assunto com toda a gravidade que muitos usuários do Filmow têm reclamado que faltou, mas os australianos conseguiram tratar com incrível leveza um tema que é tão inusitado que chega a ser surreal. Essa leveza pode ser facilmente confundida com superficialidade, mas essa abordagem leve talvez seja uma das coisas mais surpreendentes dessa fantástica obra. De fato, não sei se todo tema denso tem de ser tratado de forma grave e gutural; talvez, essa relação direta entre a densidade do tema e a densidade do filme seja óbvia demais. Não é tão difícil fazer rir com situações engraçadas, nem fazer chorar com situações trágicas; o difícil é fazer o inverso. Acho que a melhor palavra para descrever esse filme é: fabuloso, na raiz da palavra; fabuloso por sua excelência, mas também fabuloso por sua falta de verossimilhança, no sentido de fábula mesmo. Concordo que as reações dos personagens não são muito críveis em algumas situações. De fato, todo mundo encara tudo com muita naturalidade, como se ser a nora e a sogra da mesma pessoa fosse a coisa mais normal do mundo...kkk. Nesse sentido, o filme me lembra um pouco o brasileiro "Do começo ao fim", que também naturaliza situações que não são nada convencionais. Já a relação de amizade entre as protagonistas lembra muito o que se vê no excelente "Amigas para sempre". Quanto ao tema central, situação semelhante já foi abordada no filme "Uma questão de classe", de 1983. E é justamente aí que reside minha maior reclamação: eles poderiam ter explorado mais as reações dos rapazes e o quanto isso impactaria na sua amizade, a exemplo do que acontece na obra de 1983. Alguém aí já falou que o filme poderia ter mais história, durar mais tempo....Concordo plenamente! Até acho que as passagens de tempo foram bem feitas, pois quando a gente acha que o roteiro deixou uma lacuna, em poucos minutos a gente já entende tudo perfeitamente. Entretanto, tiveram de comprimir uma verdadeira saga dentro de um filme relativamente curto... Bem que poderiam tirar uns minutos do chatíssimo "Lincoln" e acrescentar a este filme aqui...kkkkk. Fiquei morrendo de vontade de ler o livro. Quanto à fotografia, que o pessoal tem elogiado tanto, não achei tão fodástica assim...afinal de contas, como eu disse antes, fazer belas tomadas nas praias australianas não exige nenhum talento especial; é o mínimo, é o óbvio sendo feito. De toda forma, é um excelente filme, que faz uma abordagem quase despretensiosa de um tema bastante incomum, sem ceder à tentação de transformar tudo num dramalhão de novela mexicana. Aprovadíssimo, mas certamente não agradará a todos os públicos - e, com isso, não estou insinuando a ignorância de ninguém; apenas reconhecendo que temos preferências diferentes. Ainda assim, acho que ninguém pode negar que o filme é bastante original e que vale a pena ser visto.
O Sopro do Coração
4.0 97Excelente. Primeiramente é preciso dizer que esse é um filme para poucos, não só pela forma como é construído, mas também por sua temática polêmica. Ao contrário do que muitos podem pensar, na trama, a questão do incesto é bem menos expressiva do que se imagina e revela-se como um detalhe, pasmem, quase natural. Sei que é um tema muito difícil de digerir, mas, se você conseguir olhar para a obra de arte que é esse filme, sem perder de vista que a natureza da arte é ser provocativa - e não doutrinária, talvez você consiga perceber a obra-prima que esse filme se revela. Há tantas coisas boas para dizer sobre ele, que nem sei por onde começar: 1) É um maravilhoso retrato de época, que nos traz à memória a velocidade com que nossa sociedade foi modificada nas últimas décadas, sobretudo pelo advento da tecnologia; 2) É um filme onde crianças atuam melhor do que muitos adultos de hoje... 3) A trilha sonora é riquíssima, com direito à jazz e canções tradicionais da França e da Itália; 4) A relação entre os irmãos me lembra muito a retratada num filme bem mais recente, mas ao qual eu assisti muito antes de assistir a esse: Uma aventura na América selvagem; 5) A relação entre mãe e filho é surreal, mas encantadora; 6) O fim do filme, seus 15 minutos finais, já são uma obra-prima à parte e figuram entre as melhores finalizações a que já assisti na vida. Filme para quem gosta de cinema-arte e não confunde um bom filme com um exemplo de vida a ser seguido.
Os Suspeitos
4.1 2,7K Assista AgoraLá vou eu de novo...kkkk...eu até to começando a me sentir constrangido. Fica parecendo que eu quero sempre ser do contra, só pra bancar o espertinho, pra tentar parecer um expectador mais exigente e tals, mas juro que não é isso. É que eu acho que o pessoal exagera mesmo. Ok, o filme é bom. É um bom programa para um sábado à noite, para ver com os amigos e tentar resolver o mistério do desaparecimento das meninas. Tem boas atuações, é bem feito, quase tudo certinho, tanto é que dei 3,5 estrelas. É uma das melhores produções do gênero nos últimos tempos e acho justas as comparações com Seven e O silêncio dos inocentes. Mas acontece que o filme também não é essa maravilha toda que estão dizendo...sem ofensa. Assistindo ao filme me lembrei de obras como Twin Peaks e A tempestade do século, filmes que surgiram como minisséries. Este aqui ficou no limbo, entre um filme bem longo e uma minissérie bem curta. Acho que eles deveriam ter dado um passo a mais, fosse para frente ou para trás: ou que alongassem a história e fizessem uma minissérie em, digamos, 5 ou 6 episódios, ou que encurtassem um pouco, cortando itens supérfluos. Acho que o principal problema desse filme está no exagero da trama: adicionaram elementos demais. Parece que é sempre assim: ou os filmes caem no óbvio ou no absurdo, ou são tímidos demais ou exageram em tudo. O filme entrega tantas pistas, tantos elementos, que acaba pecando pelo excesso. Sabe aquela pessoa que, na tentativa de impressionar seus convidados, prepara diversos tipos de pratos diferentes, em quantidade suficiente para alimentar um exército, ao invés de se concentrar em fazer um ou dois pratos, mas com o máximo capricho possível? Esse filme é assim: tentou impressionar, criando uma trama complexa - demais; personagens complexos - demais; história longa - demais; atuações teatrais - demais... No fim, sobraram personagens, sobraram informações inúteis...
O padre e o corpo do sequestrador original, no porão da casa dele: totalmente desnecessário; a suposta obsessão religiosa do casal de sequestradores: ficou só na conversa, porque não alterou nada na história; o suicídio do pai do Dover: nada a ver com a trama; o tal labirinto: nem apareceu (a não ser que eles considerem aquele buraquinho no jardim como um labirinto); a história das cobras: totalmente sem noção; a história das roupas ensanguentadas com sangue de porco e os manequins enterrados no jardim: só para tentar impressionar o público; o alcoolismo e a recaída do Dover: inúteis à história; o livro do ex-agente do FBI: outra coisa desnecessária; o fato de serem 2 casais e 2 crianças envolvidas: exagero; os irmãos adolescentes: mal abriram a boca. Sem falar nesse fim suspenso, bobo e que não explica como a primeira menina escapou, nem porque ela alegou ter visto o Dover...
Uff, já cansei de escrever e ainda não listei todos os itens inúteis à trama em si. Tudo bem, posso estar exagerando...afinal, parece que essa é a nova moda....
A Caverna
2.4 301 Assista AgoraKKKKKKKKK, o legítimo filme do tipo "masturbação mental"! Sabe aqueles dias em que você não está a fim de pensar em nada, que não quer filosofar, nem se esforçar para entender a vida ou a trama de um bom filme, aqueles dias em que você só está a fim de esvaziar a mente e de não pensar nos seus problemas? Bem, esse é o filme ideal para esses momentos - e, nesse sentido, cumpre a sua função. Mas é isso.
Paraísos Artificiais
3.2 1,8K Assista AgoraAs avaliações dos usuários do Filmow estão ficando cada vez menos confiáveis. Nesse caso específico, elas oscilam de "meia estrela" a "5 estrelas". Diferença de opinião é uma coisa, mas isso já é exagero...Parece mais conversa de maluco! Mas vamos ao filme: o argumento central é muito criativo, talvez, criativo demais. Quem disse que 3 reencontros ao acaso é surreal demais está coberto de razão...os caras injetaram uma overdose de imaginação e isso acaba deixando o filme quase meio bobo. Quem está elogiando a atuação de Nathalia Dill deveria repensar seus conceitos de boa atuação: a criatura nem conseguiu chorar de forma minimamente convincente (assistam novamente as 2 cenas em que ela "tenta" chorar e me digam se eu estou errado). MAS OS DEFEITOS DO FILME PARAM POR AÍ!!!! As demais atuações são muito boas, a fotografia é lindíssima (na verdade, acho que é uma das melhores que já vi), o roteiro não-linear conseguiu encontrar um equilíbrio muito interessante com o uso de flashbacks, a iluminação é perfeita (coisa raríssima nos filmes nacionais) e trilha sonora ousada, embora o áudio dos diálogos pudesse ser melhorado (não sei se eu sou meio surdo ou se realmente o áudio dos filmes nacionais é sempre tão ruim que quase carece de legendas pra gente poder entender o que os caras dizem....kkkk). Mas é uma produção bem cuidada, bem acima da média de muitos filmes brasileiros, que aborda a questão das drogas de uma forma muito interessante, embora reforce a ideia de que elas "abrem a mente", argumento típico de quem curte, mas que não tem fundamento algum. O fim foi igualmente surpreendente e muito interessante e as cenas de sexo foram bem feitas e, considerando os padrões nacionais, até que foram bem-comportadas ou, pelo menos, tiveram alguma justificativa. É um retrato muito interessante das raves, das drogas da moda e da classe média. Só mais uma coisa: está na hora de organizarmos um pouco essa muvuca que tá virando o Filmow... Acho que tem gente confundindo isso aqui com página pessoal do Facebook. Esse é um site pra quem curte cinema; não é seu blog pessoal. Não vejo sentido em avaliações que consideram apenas as preferências pessoais de cada um. O pessoal fica dizendo coisas do tipo "amei", "valeu pelos peitinhos", "mudou a minha vida". POW, A PROPOSTA AQUI NÃO É ESSA! SE ESTÁ A FIM DE FAZER DESABAFOS, CRIE SEU PRÓPRIO BLOG OU POSTE NA SUA PÁGINA DO FACEBOOK! Digo isso sem querer ofender ninguém, mas as opiniões do pessoal que realmente curte cinema e tem opiniões bem fundamentadas para expôr acabam se perdendo no meio de um mar de baboseiras. O pessoal tá confundindo tudo! Se o cara é gay, ele dá 5 estrelas pra tudo quanto é filme com temática LGBT; se é nerd, dá 5 estrelas pra tudo quanto é filme de ficção científica; se não curte drogas, fica botando defeito nos filmes em que alguém usa algum bagulho; se tem síndrome de Cinderela, fica dizendo que tudo que é drama é um filme "sensível"; se se acha descolado, fica dizendo que tudo quanto é filme chato é um "retrato cru". Ah, fala sério...
Queda Livre
3.6 591Vamos na contramão, de novo...(negativações na certa, mas não faz mal...kkk). O filme não é apenas "parecido" com O Segredo de BBM; é praticamente um remake, só que menos convincente. Acho que o maior problema é mesmo o roteiro, que praticamente seguiu uma receita, uma fórmula pronta. Faltou um pouco de inovação, de sair da mesmice. Na verdade, o filme tinha muito potencial, por causa dessa densidade típica do cinema europeu, menos pirotécnico do que o norte-americano. Entretanto o roteiro ficou muito no estilo "mais do mesmo". A fotografia é muito boa, as atuações também e o filme tem umas sacadas que poderiam ser mais bem aproveitadas, mas acabam surgindo como detalhes desimportantes e o filme perde grandes oportunidades, sempre voltando para o enfadonho "quero-mas-não-quero"... Acho que o pessoal, muitas vezes, se deixa influenciar por predileções pessoais e acaba vendo nos filmes temáticos virtudes que eles não têm. Nada contra, também já gostei muito de filmes que sei que não são grande coisa em termos de produção artísticas, afinal, a arte não é uma ciência e a subjetividade sempre terá muita influência no impacto que uma obra tem sobre cada um de nós. Entretanto, isso não é motivo para ficar endeusando um filme que realmente não tem nada de extraordinário. Destaque para 2 cenas que poderiam ter dado a tônica do filme, mas que foram desperdiçadas pelo diretor e pelo roteirista: 1) A cena em que a mãe de Marc "conversa" com ele no carro; 2) A cena entre Marc e Bettina no banheiro (por trás da cortina plástica).
Invocação do Mal
3.8 3,9K Assista AgoraPara evitarmos fazer comparações injustas, acho importante fazer uma distinção entre "horror", "terror" e "fantástico". Filmes de "horror" chocam pelas imagens, pela feiura das coisas mostradas. São repletos de sangue, decapitações etc. Também exploram o efeito surpresa, com sustos, estrondos e muitos gritos. É uma fórmula básica, que serve de receita para todos os filmes do gênero. No gênero "horror" poderíamos citar as franquias "Sexta-feira 13", "A hora do pesadelo", "Premonição", "Jogos mortais" e centenas de outros. O gênero tem o seu valor, mas apenas como entretenimento.
Filmes de "terror" são outra coisa...Esses procuram mexer com o aspecto psicológico, com nossos medos mais íntimos. Nos perturbam por sugerir que aquilo poderia, de fato, acontecer. Filmes de terror mexem com nossas superstições, com nosso medo natural da morte, com nossa crença instintiva no sobrenatural e, não raro, são permeados de uma temática religiosa-cristã. Os filmes de "terror" geralmente são mais densos, mais consistentes, mais críveis. Nesse gênero, poderíamos citar "O Exorcista", "A Profecia" e o próprio "Invocação do mal",
que segue a receita da franquia "Amityville" (casa velha, assombrada pelos fantasmas de pessoas que ali tiveram mortes violentas).
Já os filmes do gênero "fantástico" pendem mais para a mitologia, monstros, lendas, zumbis e outras viagens. No gênero "fantástico" temos clássicos como "Drácula", "Frankenstein" e a maioria dos filmes de Stephen King. O interessante do gênero fantástico é que, muitas vezes, as histórias originais são alegorias para falar de outros temas, são cheias de simbolismos, de significados nas entrelinhas, como é o caso da solidão humana retratada alegoricamente em Frankenstein, ou do conflito interno entre o bem o mal, retratado em "O médico e o monstro".
Claro que há ainda filmes que misturam elementos de dois ou mais gêneros e aqueles que ficam no limiar entre o terror e o suspense, como seria o caso (entre outros) de "O Iluminado", "A chave mestra", "O sexto sentido" e "A tempestade do século" (para que ninguém diga que eu estou comparando Stephen King com Edgar Allan Poe...kkkkk)
Estabelecidas essas diferenças, acho que, na categoria "terror", Invocação do mal se saiu muito bem. Não conseguiu inovar, simplesmente porque não dá pra inovar muito nesse gênero. O importante é que fizeram um bom trabalho.
Acho que depois de "O Exorcista", não há mais como impressionar o público com exorcismos...Todos parecem uma mera sombra daquele, que foi mesmo o precursor de todos os outros. No mais, o filme segue a receita: (história baseada em "fatos reais" + casa velha + família de margarina + criança e cachorro sensitivos + barulhos estranhos + sustos + gritos + fantasmas de pessoas que tiveram mortes violentas + um xamã poderoso + final feliz).
Elysium
3.3 2,0K Assista AgoraEvidentemente o filme sobrevaloriza as cenas de ação em detrimento de desenvolver o argumento central. Não penso que isso chegue a ser um "defeito", já que, ao que parece, a proposta era mesmo fazer um filme "de ação" - e não um documentário socioantropológico. Parece que está rolando um certo bairrismo tupiniquim, querendo destacar a atuação de Wagner Moura, que, apesar de boa (como de costume) não é nada de tão espetacular assim, até porque recebeu um papel quase caricato, que destoa do ritmo do filme em geral. Pra quem curte ficção científica acredito que esse será um filme abaixo das expectativas, já que o filme exagera um pouco no alcance da tecnologia, beirando o que eu chamaria de "marmelada científica". Confesso que, com um trio central como esse, eu esperava um pouco mais, uma história mais consistente talvez. Filme para ver com os amigos e a família, como alternativa ao Domingão do Faustão.
Protegida por um Anjo
3.2 162Legítimo filme do estilo "Supercine": pra não cair no clichê, inventam uma trama tão absurda, que acaba sendo pior que o clichê...E no fim,
sobraram fantasmas....kkkk. O fantasma do garotinho foi absolutamente desnecessário.
Mas a fotografia é muito boa e acho que nunca tinha visto Demi Moore tão linda quanto nesse filme.