Engraçado isso: quando a gente assiste a um filme sobre o qual todo mundo está falando tão bem, cria-se uma certa expectativa e um certo constrangimento, caso, para nós, o filme não pareça tão espetacular assim. Se a gente não gosta tanto assim do filme, fica com a estranha sensação de que não entendeu alguma coisa, de que deve ter deixado escapar algo... Daí comecei a ler tudo o que eu encontrei a respeito do filme e a respeito do livro (que não li), para ver se isso trazia alguma luz à minha dúvida. Só que não...kkkk. Acho que eu entendi corretamente e muita gente é que acaba deixando escapar alguma coisa. O filme aborda sim a questão
e tem gente (aqui no Filmow) teimando que não é isso... Curioso é que são pessoas que dizem ter "amado" o filme. Como assim? Como alguém pode dizer que adora um filme que sequer entendeu direito? Mas alto lá: antes de negativar meu comentário, entendam que eu não estou dizendo que o filme é ruim ou que eu não gostei. Na verdade, gostei da história e achei o filme muito bom; só não o achei tão arrebatador quanto o pessoal tem dito que é. Ótimas atuações, ótima trilha sonora, ótima fotografia. O roteiro (talvez na tentativa de fugir do clichê), às vezes, é tão sutil que acaba sendo lacônico demais, o que dá margem a entendimentos equivocados. Eu dou exemplos: Sam relata para Charlie que
seu primeiro "beijo" foi aos 11 anos, com o chefe do pai dela. Na verdade, ela foi vítima de abuso sexual, o que a levou a ter, durante um tempo, um comportamento promíscuo e autodestrutivo.
Daí a importância da tão famosa passagem "nós aceitamos o amor que achamos que merecemos", mas, com todo respeito, acho que muita gente simplesmente não entendeu isso. Outro exemplo:
Sam convida Charlie para ir ao baile, mas ele aparece com Mary e Sam aparece sozinha. Subentende-se que ele recusou o convite, mas isso ficou muito mal explicado
FOI SIM molestado pela tia Helen, por isso ele se perturba com o fato de ser tocado por pessoas e quase tem uma síncope quando, já no finzinho do filme, finalmente transa com Sam. Quando ela o toca na perna, as lembranças da tia pedófila são reativadas.
Como disse, algumas dessas informações são tão sutis, que passam batidas por grande parte do público, inclusive por gente que até leu o livro e também "amou". Enfim, o filme é bom, mas não é isso tudo. Foi uma ótima opção para o domingo, mas nada que chegue ao ponto de promover uma revolução mental. Acho que o filme tem um impacto maior para os adolescentes ou pessoas que estão saindo dessa fase. De toda forma, está aprovado. Pronto, agora já podem negativar...kkkkkk.
Lá vou eu de novo na contra-mão.... Achei o filme excelente. Nem é preciso falar da atuação de Thiago Mendonça, que é simplesmente perfeita, irretocável, absoluta. Acho que é justa a comparação com "Cazuza: o tempo não para", outro filme nota 10, com atuação nota 10. Reconheço que "Somos tão jovens" tem suas falhas aqui e ali, mas não acho que erraram por se concentrarem na fase "pré-sucesso" de Renato Russo, nem que tenham falhado por não ter explorado sua morte. Este é um filme que renderia muito bem uma sequência, para falar dessa segunda fase. Parece que, quando o assunto é cinema nacional, é quase impossível encontrar consenso entre os usuários do Filmow... Assisti a "Os 3" e achei bem fraco, mas a maioria do pessoal adorou e levei a segunda maior quantidade de negativações da minha vida...kkkk. Daí adorei "Eu te amo Renato", que foi crucificado pela maioria do pessoal. Agora adorei esse e parece que sou minoria de novo...kkkk. Não faz mal. No fim das contas, o que esse filme me deixou foi uma imensa saudade do período de efervescência musical no Brasil, quando surgiram aquelas que, até hoje, são consideradas as maiores e melhores bandas da nossa história. Sinto pena dessa gurizada que tem de se conformar com as modinhas sertanejas monossilábicas e espero que o cinema nacional continue trilhando esse caminho, de resgatar as melhores histórias do Brasil. Falta agora um filme sobre Humberto Gessinger e, pra quem curte, Raul Seixas, para completar a quadrilogia dos 4 maiores poetas musicais que o Brasil já teve. Pra quem curte Legião, atuações perfeitas e histórias sobre pessoas perturbadas, Somos tão jovens é a pedida perfeita.
POR FAVOR!!!! NÃO PERCA SEU TEMPO!!!!! Amigos, eu peço, na verdade, eu imploro: não cometam a mesma bobagem que eu, sacrificando uma hora e meia de suas vidas assistindo a essa porcaria. Acreditem, é o filme mais tosco de todos os tempos. Já vi muitos filmes sem-noção, mas esse realmente superou todos os outros. É o filme mais ridículo e mais absurdo que eu já assisti na minha vida. Os primeiros 15 minutos parecem tão promissores, fiquei tão animado... mas a partir do momento em que o primeiro
zumbi aparece...meu deus...quanta asneira num filme só! Eu não acredito que alguém consiga levar a sério uma coisa dessas! Já não bastasse a onda zumbi que tomou conta das séries e filmes, agora zumbis humano-marcianos!
Caraca, que coisa mais podre!!! Aí, a gente acha que não é possível um filme ser tão ruim, que provavelmente ele vai melhorar no fim, mas, para meu desespero, o filme vai ficando cada vez pior, e o fim é a cereja do bolo: consegue ser pior do que o filme inteiro, inútil ter esperança. Amigos, assistam a qualquer outra coisa, vão ler um livro, fiquem navegando na web ou vão dar um passeio no parque, MAS NÃO PERCAM SEU TEMPO ASSISTINDO ESSA COISA!
Bem, para falar do filme, é preciso fazer um preâmbulo: a maioria dos estadunidenses (e gosto de chamá-los assim, porque, afinal de contas, americanos nós também somos...) realmente acredita que os EUA são o umbigo do mundo. Assim sendo, a maioria deles tem pouco ou nenhum conhecimento sobre a história e a cultura de outros países, mas acham que todo mundo tem a obrigação de conhecer a história do país deles. A despeito da inegável influência cultural e econômica dessa nação, sobretudo a partir do período pós-guerra, o fato é que a maioria dos habitantes da Terra não conhece profundamente a história dos EUA. Nesse sentido, fiquei bastante decepcionado com o filme, já que ele foi feito quase que exclusivamente para os estadunidenses. Quem não tiver um mínimo de conhecimento sobre a Guerra Civil nos EUA vai ter bastante dificuldade para compreender o filme, que, em nenhum momento, se preocupou em situar o expectador nos acontecimentos históricos. Não digo que eles deveriam ter contado toda a história da Guerra Civil num único filme, mas poderiam, pelo menos, ter adicionado um texto explicativo no início e no fim do filme, para que todas as tramóias descritas na obra pudessem ser mais bem compreendidas pelo público em geral. Engraçado isso: filmes que não têm nada para dizer são lançados em sequências intermináveis; outros tentam contar a história de um país em pouco mais de 2 horas... Destaque para a atuação impecável de Daniel Day-Lewis, que leva o filme nas costas, apesar da presença de Sally Field, bem apagadinha. De toda forma, para quem curte história, pode ser uma boa pedida, mas se você não é um expert, recomendo que dê uma rápida pesquisada na história da Guerra Civil dos EUA antes de assistir ao filme. Ainda assim, é melhor não tentar assistir quando estiver com sono...
Bem, pra variar, vou ser do contra de novo... Acho que o pessoal pegou pesado nas críticas. Tudo bem que não é um filme 5 estrelas nem nada, mas vale muito a pena como divertimento para um fim-de-semana. Com Christopher Walken não tem filme ruim. O filme é divertido, meio surreal, mas dá para tirar coisas muito interessantes. Sempre que se fala num road-movie, a gente já fica esperando que os caras saiam dirigindo um conversível pela Rota 66.... nesse aspecto, esse filme é realmente surpreendente. Filme para assistir com a família (ou com aquela pessoa que não consegue entender filmes mais complicados...kkk).
Oscar honorário para Michael Douglas e para Matt Damon... Realmente, grandes atuações, que já valem o filme. Na verdade, biografias normalmente ou não são tão interessantes ou não são tão verdadeiras...kkkk...essa não é muito diferente, mas as atuações da dupla central são realmente impagáveis. Na verdade, diria que estão as melhores atuações que já vi na vida. Curioso como personagens homossexuais seguidamente parecem render ótimas atuações, a exemplo do que se vê em Capote, Priscilla, a rainha do deserto, e Para Wong Foo. Filme pra quem curte grandes atuações mais do que grandes histórias.
Realmente deve haver algo de errado comigo, porque não achei o filme essa maravilha toda que tanta gente fala. Não que seja ruim, mas, pra mim, está longe de ser um filme excelente. O pessoal falou muito do retrato que o filme faz do paraíso, mas que é quase idêntico ao que se vê em Amor além da vida, outro filme chatíssimo. Talvez se eu não tivesse lido tantos comentários positivos, não tivesse criado tanta expectativa. Em termos de filmes que retratam a vida após a morte, acho que há opções bem melhores, como Linha mortal e O sexto sentido, por exemplo. Decepcionou, mas faz parte.
Agora são 16h, de uma tarde fria aqui no Paraná. Acabei de assistir ao filme. Na verdade, levei mais de 10 anos para finalmente decidir assisti-lo...Não me arrependo. Se eu o tivesse assistido quando tinha 20 e poucos anos, provavelmente não o teria apreciado tanto, assim como hoje não aprecio tanto alguns filmes que foram marcantes pra mim naquela época. Talvez tudo na vida tenha um tempo ideal para ser vivido. Para gostar desse filme, acho que a gente tem de ter uns 30 anos de vida e pelo menos uns 27 de amargura. Nunca fui um grande fã do cinema latino, talvez porque não aprecie muito o idioma. Tenho a impressão de que em espanhol (assim como em Alemão) tudo o que se diz soa como um xingamento... Mas não sei o que deu em mim essa semana e acabei assistindo 3 filmes latinos em sequência: El sexo de los ángeles, y tu mamá también e este. Gostei de todos. Acho que às vezes o pessoal endeusa demais o Almodóvar, mas, nesse caso, ele merece. O filme é realmente uma aula de interpretação, não tem como não reconhecer o talento do elenco. A fotografia e a trilha sonora também são perfeitas. É uma história densa, dramática. Parece que os latinos realmente gostam de um bom drama, com muitos exageros e choro. Tenho alguns amigos na Noruega e um dia falávamos sobre a morte. Eles disseram que lá a morte não é tão grave quanto para os latinos. A morte lá é discreta, a dor é calada. Aqui não, a morte é trágica, é escandalosa, somos mesmo um povo passional. Esse filme é tudo isso. Pra mim o destaque fica com Marisa Paredes, no papel de Huma. Até fiquei com vontade de ir ao teatro novamente.
Bom, o simples fato de o filme gerar opiniões tão controversas, que vão de meia estrela pra uns e 5 para outros, já demonstra que, pelo menos, cumpriu sua função como obra de arte: causou impacto, o que é melhor do que a indiferenaça.
A Briena fez um comentário muito interessante sobre o simbolismo da viagem. Achei um ponto-de-vista interessantíssimo e vale a pena vocês darem uma lida no que ela disse.
Achei o título fraco, desconectado com o teor principal do filme. Todo vez que vejo esse título, fico me lembrando do Pedro Almodóvar, que é um cara que eu sinceramente não acho tão genial quanto o pessoal costuma dizer. Acho que poderiam ter escolhido um título mais sugestivo, mas tudo bem, não chega a comprometer.
Road-movies são sempre complicados, porque precisam escolher entre a fantasia hollywoodiana e a vida real, que nunca é tão glamourosa assim... Esse ficou no meio-termo: não é muito realista, mas também não fica acrescentando coisas aritificialmente impactantes.
Gostei da simplicidade da proposta. Já tive muitas conversas filosóficas na vida, mas não me lembro de nenhuma delas...No fim das contas, a gente lembra mesmo é dos momentos felizes, das bobagens, das besteiras, das encrencas em que nos metemos. Papo-cabeça é uma coisa legal, mas em 2 ou 3 dias a gente já esqueceu tudo. Acho que filmes e livros despretenciosos como esse, muitas vezes, acabam dizendo mais do que aqueles que se propõem a ser cult, como o chatíssimo "Sunset limited". Nesse sentido, acho que o filme se saiu muito bem.
Boa fotografia, boas interpretações, boa trilha sonora. Também gostei do recurso da narrativa com o corte do áudio do filme. Achei interessante que o narrador revelasse como terminariam as histórias de alguns personagens secundários. É perturbador dar-se conta de que a maioria das histórias de vida não tem nada de especial. Provavelmente 99,9% de nós vão passar por esse mundo sem fazer muita diferença para a humanidade. Com sorte a gente consegue a fazer a diferença na vida de umas 2 ou 3 pessoas. E o que sobra no fim? No fim o que sobra são momentos como os que eles tiveram ao longo da viagem. Acho que é nesse tipo de coisa que a gente pensa quando está à beira da morte. Aquele beijo, aquela noite de loucura, aquele lugar estranho, as risadas, os amigos que deixamos para trás...
Uma coisa interessante é que eu realmente não percebi nenhum tipo de desejo homossexual latente entre os caras. O ménage do final acho que tem mais a ver com libertação do que com sacanagem ou desejo reprimido. Não acho que eles nutrissem qualquer desejo um pelo outro. Isso me lembra um curta brasileiro chamado "Velinhas". Quem é que não muda, pelo menos um pouco, o seu comportamento, quando está num lugar diferente...Agora imagine: uma viagem surreal, uma praia paradisíaca, uma mulher liberal com quem ambos já transaram, bebidas, drogas, calor...Numa situação dessas, você acha que alguém vai ligar para as convenções sociais? Eles estavam vivendo num universo particular, a exemplo do que se vê em "Os sonhadores" ou na clássica cena de "Três formas de amar" que empresta sua imagem à capa do filme. Mais ou menos assim: o fato de um cara tomar um porre não faz dele um alcoólatra, né?
Acho que o filme vale a pena sim. Mas não espere demais...Lembre-se de que se você não gosta do que vê no espelho, a culpa não é do espelho...
Agora é meio-dia, de uma segunda-feira chuvosa no Paraná e acabei de assistir ao filme. É um horário pouco convencional para ver um filme desses, mas vá lá...
Bem, vejamos: eu sou muito fã de filmes sobre triângulos amorosos e assisto todos os que encontro. Com o tempo, a gente vai ganhando condições de fazer um comparativo entre eles e as diversas abordagens possíveis do tema.
Esse me surpreendeu positivamente. O trio central, de fato, é incrivelmente bonito, embora a química entre eles não tenha sido tão boa quanto a que se vê em "Eu te amo Renato". É engraçado ler os outros comentários e ver que as pessoas têm opiniões tão diferentes a respeito desse filme... Uns elogiam as atuações; outros criticam...
Acho que, na verdade, os atores se saíram bem, embora parecessem pouco à vontade nas cenas mais íntimas, que, aliás, foram comportadas demais. Confesso que esperava uma carga maior de erotismo, típico em filmes do gênero, mas há 2 aspectos muito positivos que chamaram a minha atenção:
1)O roteiro é bastante verossímil, coisa rara nesse tipo de produção. Geralmente esses filmes criam situações muito pouco críveis, como se namorar a 3 fosse a coisa mais normal do mundo. E não é. Nesse caso, eles conseguiram colocar todos os elementos que se esperaria numa situação dessas na vida real: dúvida, ciúme, mentira, traição e contrariedade dos amigos. Achei muito interessante que eles não tenham tentado descrever a situação como se fosse uma coisa natural e fácil de lidar. As reações dos personagens a cada situação são bastante compatíveis com a vida real e isso ficou muito legal, deu credibilidade ao roteiro.
2)Eles conseguiram fugir do manjadíssimo "fim em aberto", tão comum nesse tipo de filme. Detesto esses filmes em que o diretor / roteirista não têm coragem de colocar um fim na história. Daí fica aquela coisa inacabada, "para que o expectador possa decidir...". Ora, se eu quisesse ficar imaginando coisas, deitaria na cama e ficaria divagando! Quando assisto a um filme ou leio um livro, espero uma história completa. Claro que não vou contar como o filme termina, mas acreditem: ele termina.
Entre os aspectos negativos, destaco:
1)O excesso de informação. Há muitos elementos supérfluos no filme, o que o torna um pouco enfadonho em certos momentos. Prefereria que, a exemplo dos clássicos "Três formas de amar" e "Os sonhadores", eles se focassem mais no triângulo amoroso em si, retirando o que é acessório. Isso permitiria explorar ainda mais a natureza da relação entre eles, já que a abordagem que o filme dá para esse aspecto é uma das mais realistas que já vi.
2)Faltou um pouco de erotismo, achei o filme comportado demais.
Ainda assim, é um bom filme para quem curte o gênero. Ainda não fizeram o filme perfeito sobre um triângulo amoroso, continuo aguardando. Pra mim, um filme perfeito seria a junção do que há de melhor nos seguintes filmes:
1)Um misto da abordagem emocional dada em "O sexo dos anjos" e em "Eu te amo Renato"; 2)O erotismo e química entre o trio de "Eu te amo Renato"; 3)A trilha sonora, fotografia e energia de "Três formas de amar"; 4)As atuações de "Os sonhadores".
Vou continuar esperando, mas acho que vai demorar....
Ok, sempre há muita coisa para se dizer sobre On the road, então vamos por partes:
1)Não dá para você assistir ao filme, antes de ler o livro. Nem tente. Se fizer isso, o filme vai mesmo parecer meio chato, meio sem sentido. No mínimo, você tem de ler On the road, mas o ideal é ler também Os vagabundos iluminados, a biografia de Jack Keouac e fazer uma pesquisa sobre a Geração Beat. Daí tudo vai ficar mais contextualizado.
2)Vi muitos comentários no sentido de que o filme é meio parado, longo, cansativo. Vocês têm razão, mas acredito que a proposta seja essa mesma, porque a literatura beat nunca se propôs a ser hollywoodiana. Ela é crua e reflete a vida real. E como todos nós sabemos, a vida real nunca é tão glamourosa quanto nos filmes.
3)Li esse livro quando tinha 21 anos de idade. Hoje tenho 35. Foi um marco na minha vida, uma porta para uma nova visão de mundo. Não existe glamour, romance, nem acontecimentos extraordinários. Só a estrada. E "a estrada é a vida".
4)Kerouac foi tão frenético ao escrever o livro, que o fez numa espécie de pergaminho, para não ter de parar para colocar mais folhas na máquina. Dizem que ele escreveu sem parar. Aliás, ele sequer usa pontuação.
5)É preciso entender que o que ele quis mostrar é um retrato da vida real, do submundo, das desventuras, das vidas sem objetivo. A frase de que mais gosto no livro: "Eu não era nada mas eu era tudo o que eu queria ser.".
6)A leitura de Kerouac é uma experiência libertadora, ideal para se ler quando se é jovem ainda. Não se privem dessa experiência.
A respeito do filme propriamente dito, gostei das atuações, à exceção de Kristen Stewart, embora tenha de reconhecer que, considerando a vida pessoal dela, ela está, com certeza, mais à vontade no papel da promíscua Marylou do que como a virginal Bella Swan...kkkkkk
Não assista a esse filme esperando que ele vá mudar a sua vida. O filme é apenas uma lembrança plástica para aqueles que se deixaram seduzir pelo livro, que, aliás, resolvi ler novamente. Leiam o livro, depois assistam ao filme e preparem-se para a libertação.
Bem, parece que eu vou nadar contra a corrente de novo, mas vá lá. Numa coisa eu concordo com todos os que comentaram: a atuação de Lee Pace é impagável. Realmente uma performance impecável, digna de Oscar. Já o filme, como um todo, pra mim, deixou um pouco a desejar. Explico por que: o filme dá pinceladas em diversos temas diferentes, como homossexualidade, identidade de gênero, preconceito, violência, política do "don't ask, don't tell", perfil dos militares americanos e o "amercian way of life". Entretanto, não se aprofunda em nenhum deles. Preferiria que o filme se focassa mais num desses temas (todos interessantíssimos) e explorasse-o mais a fundo. Sem dúvidas é um bom filme, mas eu realmente esperava mais. Ainda assim, o que mais chama a atenção é o fato de que todos os soldados retrados no filme pareciam ser retardados (acho que pro cara se alistar no exército americano tem mesmo de ser meio retardo...kkkkk). Os soldados retratados eram o estereótipo dos "rednecks" e fazem a gente realmente sentir muita raiva dos americanos. E o pior é que isso é bem assim nos EUA: são provavelmente o povo mais alienado do mundo e realmente acreditam nessa balela de que dão suas vidas para preservar a liberdade dos americanos. Os caras acham mesmo que são a polícia do mundo e que quem mata outras pessoas é um herói. Não me admira que haja tantas chacinas nos EUA: são um povo violento e profundamente ignorantes. E isso é uma política de Estado nos EUA. Uma vergonha para os americanos, vergonha mesmo, que coloquem armas nas mãos de pobres coitados, vítimas de um ardiloso processo de lavagem cerebral. Fiquei com nojo, nojo mesmo.
Realmente um dos piores filmes que já vi. Perdi 1 hora da minha vida. O problema nem é o roteiro; é falta dele. O filme é uma coleção de recortes sem sentido, incapaz de se situar sequer no tempo e no espaço. Quer uma dica? Nem perca seu tempo.
Olha, não quero ser chato, mas tenho de acrescentar mais uma coisa à minha avaliação: pessoal, vejam só: primeiro nós temos de estabelecer a diferença entre um "triângulo amoroso" e uma pessoa "dividida entre 2 amores". No triângulo amoroso, todos estão emocionalmente envolvidos com todos. Assim, de cabeça, poderia citar: Três formas de amar, Splendor, Castelos de papel, Os 3 e Uma casa no fim do mundo. Entretanto, fazendo-se um comparativo entre todos eles, Eu te amo Renato foi, com certeza, o que melhor conseguiu descrever a natureza desse tipo de relação. Além disso, conseguiu fugir de velhos clichês que sempre permeiam esse tipo de história. É verdade que o roteiro acaba se perdendo em certo ponto, mas há uma sequência interessantíssima que merece ser comentada:
depois de já terem consolidado sua relação, Beto começa a demonstrar um afeto diferenciado por André. André recusa e alega que, sem a presença de Adriana, não rola. Então há uma sequência em que o trio vai para o sítio do pai de André. Lá, Beto investe no amigo novamente. André reluta, mas acaba cedendo. Secretamente Adriana flagra os dois, sai correndo, atira-se na piscina e chora, por sentir-se traída e rejeitada. Pouco tempo depois, os rapazes juntam-se a ela na piscina e nem reparam no seu choro. Ora, o que é que todo mundo espera depois disso? Que a menina dê um pití e vá embora ou queira fazer uma daquelas manjadíssimas discussões de relação. E foi aí que o filme me ganhou: ela engole seco, pensa um pouco, se recompõe e, acreditem, usa a razão para decidir o que fazer: ela abre mão! Isso mesmo, ela abre mão da exclusividade e do próprio egoísmo, e simplesmente toca o barco, como se nada tivesse acontecido. É uma sacada genial do filme: a pessoa compreende que não pode ter tudo, que, para viver algo tão bom e inusitado, vai ter de abrir mão de alguma coisa igualmente valiosa. Ela se submete a, eventualmente, ficar em segundo plano, para poder continuar aquele lance. Não é autosacrifício; é apenas racionalidade. Achei realmente genial, porque 99,99999% das pessoas jamais aceitaria ser o nº 2, pelo menos não por muito tempo. (e claro, depois ela vai à forra e paga na mesma moeda...).
Disse antes e repito: o trio central tem uma química impressionante. Graças à Deus que eu assisti ao filme sozinho, porque as cenas são tão realistas que eu acho que morreria de vergonha se tivesse alguém do meu lado...kkkk
SURPREENDENTE. Agora são 3h da manhã e acabei de assistir ao filme. Li todos os comentários anteriores, quase todos muito bem fundamentados. Entretanto, quando a gente vai avaliar um filme, não dá para considerar que todos os filmes competem em pé de igualdade. Gente, o filme custou 35 mil reais! Nenhum dos atores recebeu cachê! Foi distribuído pela web! Isso, por si só, já tem que valer, pelo menos, 2 estrelas, né? É fato que o filme tem muitas falhas, dentre as quais eu destacaria: 1)O assassinato das músicas do Legião, cuja interpretação foi torturante;
2)A ambientação do bar escroto onde eles sempre se enfiavam, que realmente não se parece, nem de longe, com um bar de verdade e por isso não convence. Acho que muito do amadorismo que a gente percebe no filme se deve especificamente às cenas e interpretações que ocorrem no tal "bar";
3)O áudio, que é tão ruim que, se fosse possível, eu teria assistido ao filme com legendas; 4)O roteiro que, apesar de ser interessantíssimo, se perde nalguns momentos, criando situações desconexas, deixando lacunas ou mesmo sendo quase surreal;
, seria perfeita; 2)A trilha sonora é de peso, quase demais até. Acho que podiam ter se limitado ao repertório do Legião, não precisava enfiar todos os cults da época; 3)O trio central funciona muito bem, com muita naturalidade. Realmente não entendi por que o pessoal malhou tanto a atuação deles. Comparem com o que se vê em Os 3 e perceberão que este trio funciona muito melhor do que aquele; 4)Alta carga de sensualidade, sem vulgaridade. Adoro filmes sobre triângulos amorosos, mas, em termos de sensualidade, este deixa até mesmo clássicos, como Três formas de amar, comendo poeira. 5)Iluminação interessante, que dá um ar mais de documentário do que de filme.
Eu gostaria que o filme fosse um pouco mais longo e que tivesse se concentrado mais na questão do triângulo, ignorando os acréscimos supérfluos, que saíram do nada e chegaram a lugar nenhum. O filme podia ter só os 3 protagonistas. Reparem que durante os créditos eles utilizam muitas cenas (não sei se deletadas ou feitas especialmente para isso) que poderiam muito bem estar inclusas na montagem.
Mas gente, apesar de tudo, não dá pra negar que é um dos filmes mais interessantes sobre um triângulo amoroso que há por aí. Muito superior a Os 3 ou Castelos de Papel, por exemplo. R$ 35.000,00 e vocês estão dando 2 estrelas...nem acredito.
QUASE. É a melhor palavra que posso encontrar para definir esse filme: ele quase chegou lá. É claramente inspirado em Três formas de amar, o que não chega a ser um problema, já que filmes sobre triângulos amorosos tendem a se copiar. O filme apresenta uma série de problemas técnicos: parte dos diálogos fica quase inaudível (o áudio dos filmes nacionais ainda precisa evoluir muito); a iluminação deixa a desejar (os brasileiros ainda acham que toda cena noturna tem de ser filmada realmente no escuro...); faltou uma trilha sonora à altura e a fotografia também deixou a desejar (a foto da capa é linda, mas a fotografia como um todo não mantém esse padrão estético); o argumento não é original, mas o roteiro tentou acrescentar certa criatividade, com o negócio de
tiveram de acelerar a história e com isso sacrificaram a coisa mais fundamental numa história sobre um triângulo amoroso: a construção do clima. Ora, ninguém se atira numa relação dessas assim, do nada! Uma coisa é fazer uma farra de uma noite, outra bem diferente é viver um amor a três. Faltou um pouco de sensualidade, de lascívia, de desejo.
Os atores (por culpa do diretor) deixaram a desejar, simplesmente porque os diálogos eram artificiais, com uma gramática impecável. Faltou naturalidade, de fato parecia uma peça de teatro da escola. Ainda assim, o filme consegue ser divertido nalguns momentos e até tem boas sacadas, como o fato de
eles terem se conhecido no banheiro, o banho na caixa d'água, os diálogos na escada. O negócio do site de vendas foi ridículo, simplesmente não convence.
Bem, o fato é que o cinema nacional tem evoluído. Têm surgido boas ideias, mas faltam executores competentes. Às vezes os caras pegam um ótimo argumento (como em Do começo ao fim) e conseguem fazer um filme péssimo. Precisamos de roteiristas de verdade!
As Vantagens de Ser Invisível
4.2 6,9K Assista AgoraEngraçado isso: quando a gente assiste a um filme sobre o qual todo mundo está falando tão bem, cria-se uma certa expectativa e um certo constrangimento, caso, para nós, o filme não pareça tão espetacular assim. Se a gente não gosta tanto assim do filme, fica com a estranha sensação de que não entendeu alguma coisa, de que deve ter deixado escapar algo... Daí comecei a ler tudo o que eu encontrei a respeito do filme e a respeito do livro (que não li), para ver se isso trazia alguma luz à minha dúvida. Só que não...kkkk. Acho que eu entendi corretamente e muita gente é que acaba deixando escapar alguma coisa. O filme aborda sim a questão
do abuso sexual
sofreram abusos na infância
seu primeiro "beijo" foi aos 11 anos, com o chefe do pai dela. Na verdade, ela foi vítima de abuso sexual, o que a levou a ter, durante um tempo, um comportamento promíscuo e autodestrutivo.
Sam convida Charlie para ir ao baile, mas ele aparece com Mary e Sam aparece sozinha. Subentende-se que ele recusou o convite, mas isso ficou muito mal explicado
FOI SIM molestado pela tia Helen, por isso ele se perturba com o fato de ser tocado por pessoas e quase tem uma síncope quando, já no finzinho do filme, finalmente transa com Sam. Quando ela o toca na perna, as lembranças da tia pedófila são reativadas.
Somos Tão Jovens
3.3 2,0KLá vou eu de novo na contra-mão.... Achei o filme excelente. Nem é preciso falar da atuação de Thiago Mendonça, que é simplesmente perfeita, irretocável, absoluta. Acho que é justa a comparação com "Cazuza: o tempo não para", outro filme nota 10, com atuação nota 10. Reconheço que "Somos tão jovens" tem suas falhas aqui e ali, mas não acho que erraram por se concentrarem na fase "pré-sucesso" de Renato Russo, nem que tenham falhado por não ter explorado sua morte. Este é um filme que renderia muito bem uma sequência, para falar dessa segunda fase. Parece que, quando o assunto é cinema nacional, é quase impossível encontrar consenso entre os usuários do Filmow... Assisti a "Os 3" e achei bem fraco, mas a maioria do pessoal adorou e levei a segunda maior quantidade de negativações da minha vida...kkkk. Daí adorei "Eu te amo Renato", que foi crucificado pela maioria do pessoal. Agora adorei esse e parece que sou minoria de novo...kkkk. Não faz mal. No fim das contas, o que esse filme me deixou foi uma imensa saudade do período de efervescência musical no Brasil, quando surgiram aquelas que, até hoje, são consideradas as maiores e melhores bandas da nossa história. Sinto pena dessa gurizada que tem de se conformar com as modinhas sertanejas monossilábicas e espero que o cinema nacional continue trilhando esse caminho, de resgatar as melhores histórias do Brasil. Falta agora um filme sobre Humberto Gessinger e, pra quem curte, Raul Seixas, para completar a quadrilogia dos 4 maiores poetas musicais que o Brasil já teve. Pra quem curte Legião, atuações perfeitas e histórias sobre pessoas perturbadas, Somos tão jovens é a pedida perfeita.
O Planeta Vermelho
2.5 139POR FAVOR!!!! NÃO PERCA SEU TEMPO!!!!! Amigos, eu peço, na verdade, eu imploro: não cometam a mesma bobagem que eu, sacrificando uma hora e meia de suas vidas assistindo a essa porcaria. Acreditem, é o filme mais tosco de todos os tempos. Já vi muitos filmes sem-noção, mas esse realmente superou todos os outros. É o filme mais ridículo e mais absurdo que eu já assisti na minha vida. Os primeiros 15 minutos parecem tão promissores, fiquei tão animado... mas a partir do momento em que o primeiro
zumbi aparece...meu deus...quanta asneira num filme só! Eu não acredito que alguém consiga levar a sério uma coisa dessas! Já não bastasse a onda zumbi que tomou conta das séries e filmes, agora zumbis humano-marcianos!
Lincoln
3.5 1,5KBem, para falar do filme, é preciso fazer um preâmbulo: a maioria dos estadunidenses (e gosto de chamá-los assim, porque, afinal de contas, americanos nós também somos...) realmente acredita que os EUA são o umbigo do mundo. Assim sendo, a maioria deles tem pouco ou nenhum conhecimento sobre a história e a cultura de outros países, mas acham que todo mundo tem a obrigação de conhecer a história do país deles. A despeito da inegável influência cultural e econômica dessa nação, sobretudo a partir do período pós-guerra, o fato é que a maioria dos habitantes da Terra não conhece profundamente a história dos EUA. Nesse sentido, fiquei bastante decepcionado com o filme, já que ele foi feito quase que exclusivamente para os estadunidenses. Quem não tiver um mínimo de conhecimento sobre a Guerra Civil nos EUA vai ter bastante dificuldade para compreender o filme, que, em nenhum momento, se preocupou em situar o expectador nos acontecimentos históricos. Não digo que eles deveriam ter contado toda a história da Guerra Civil num único filme, mas poderiam, pelo menos, ter adicionado um texto explicativo no início e no fim do filme, para que todas as tramóias descritas na obra pudessem ser mais bem compreendidas pelo público em geral. Engraçado isso: filmes que não têm nada para dizer são lançados em sequências intermináveis; outros tentam contar a história de um país em pouco mais de 2 horas... Destaque para a atuação impecável de Daniel Day-Lewis, que leva o filme nas costas, apesar da presença de Sally Field, bem apagadinha. De toda forma, para quem curte história, pode ser uma boa pedida, mas se você não é um expert, recomendo que dê uma rápida pesquisada na história da Guerra Civil dos EUA antes de assistir ao filme. Ainda assim, é melhor não tentar assistir quando estiver com sono...
De Golpe Em Golpe
2.7 25Bem, pra variar, vou ser do contra de novo... Acho que o pessoal pegou pesado nas críticas. Tudo bem que não é um filme 5 estrelas nem nada, mas vale muito a pena como divertimento para um fim-de-semana. Com Christopher Walken não tem filme ruim. O filme é divertido, meio surreal, mas dá para tirar coisas muito interessantes. Sempre que se fala num road-movie, a gente já fica esperando que os caras saiam dirigindo um conversível pela Rota 66.... nesse aspecto, esse filme é realmente surpreendente. Filme para assistir com a família (ou com aquela pessoa que não consegue entender filmes mais complicados...kkk).
Minha Vida com Liberace
3.7 203 Assista AgoraOscar honorário para Michael Douglas e para Matt Damon... Realmente, grandes atuações, que já valem o filme. Na verdade, biografias normalmente ou não são tão interessantes ou não são tão verdadeiras...kkkk...essa não é muito diferente, mas as atuações da dupla central são realmente impagáveis. Na verdade, diria que estão as melhores atuações que já vi na vida. Curioso como personagens homossexuais seguidamente parecem render ótimas atuações, a exemplo do que se vê em Capote, Priscilla, a rainha do deserto, e Para Wong Foo. Filme pra quem curte grandes atuações mais do que grandes histórias.
Um Olhar do Paraíso
3.7 2,7K Assista AgoraRealmente deve haver algo de errado comigo, porque não achei o filme essa maravilha toda que tanta gente fala. Não que seja ruim, mas, pra mim, está longe de ser um filme excelente. O pessoal falou muito do retrato que o filme faz do paraíso, mas que é quase idêntico ao que se vê em Amor além da vida, outro filme chatíssimo. Talvez se eu não tivesse lido tantos comentários positivos, não tivesse criado tanta expectativa. Em termos de filmes que retratam a vida após a morte, acho que há opções bem melhores, como Linha mortal e O sexto sentido, por exemplo. Decepcionou, mas faz parte.
No Caminho das Dunas
3.7 305Credo, acho que não entendi o filme então, porque eu achei chatíssimo.
Tudo Sobre Minha Mãe
4.2 1,3K Assista AgoraAgora são 16h, de uma tarde fria aqui no Paraná. Acabei de assistir ao filme. Na verdade, levei mais de 10 anos para finalmente decidir assisti-lo...Não me arrependo. Se eu o tivesse assistido quando tinha 20 e poucos anos, provavelmente não o teria apreciado tanto, assim como hoje não aprecio tanto alguns filmes que foram marcantes pra mim naquela época. Talvez tudo na vida tenha um tempo ideal para ser vivido. Para gostar desse filme, acho que a gente tem de ter uns 30 anos de vida e pelo menos uns 27 de amargura. Nunca fui um grande fã do cinema latino, talvez porque não aprecie muito o idioma. Tenho a impressão de que em espanhol (assim como em Alemão) tudo o que se diz soa como um xingamento... Mas não sei o que deu em mim essa semana e acabei assistindo 3 filmes latinos em sequência: El sexo de los ángeles, y tu mamá también e este. Gostei de todos. Acho que às vezes o pessoal endeusa demais o Almodóvar, mas, nesse caso, ele merece. O filme é realmente uma aula de interpretação, não tem como não reconhecer o talento do elenco. A fotografia e a trilha sonora também são perfeitas. É uma história densa, dramática. Parece que os latinos realmente gostam de um bom drama, com muitos exageros e choro. Tenho alguns amigos na Noruega e um dia falávamos sobre a morte. Eles disseram que lá a morte não é tão grave quanto para os latinos. A morte lá é discreta, a dor é calada. Aqui não, a morte é trágica, é escandalosa, somos mesmo um povo passional. Esse filme é tudo isso. Pra mim o destaque fica com Marisa Paredes, no papel de Huma. Até fiquei com vontade de ir ao teatro novamente.
E Sua Mãe Também
4.0 519Bom, o simples fato de o filme gerar opiniões tão controversas, que vão de meia estrela pra uns e 5 para outros, já demonstra que, pelo menos, cumpriu sua função como obra de arte: causou impacto, o que é melhor do que a indiferenaça.
A Briena fez um comentário muito interessante sobre o simbolismo da viagem. Achei um ponto-de-vista interessantíssimo e vale a pena vocês darem uma lida no que ela disse.
Achei o título fraco, desconectado com o teor principal do filme. Todo vez que vejo esse título, fico me lembrando do Pedro Almodóvar, que é um cara que eu sinceramente não acho tão genial quanto o pessoal costuma dizer. Acho que poderiam ter escolhido um título mais sugestivo, mas tudo bem, não chega a comprometer.
Road-movies são sempre complicados, porque precisam escolher entre a fantasia hollywoodiana e a vida real, que nunca é tão glamourosa assim... Esse ficou no meio-termo: não é muito realista, mas também não fica acrescentando coisas aritificialmente impactantes.
Gostei da simplicidade da proposta. Já tive muitas conversas filosóficas na vida, mas não me lembro de nenhuma delas...No fim das contas, a gente lembra mesmo é dos momentos felizes, das bobagens, das besteiras, das encrencas em que nos metemos. Papo-cabeça é uma coisa legal, mas em 2 ou 3 dias a gente já esqueceu tudo. Acho que filmes e livros despretenciosos como esse, muitas vezes, acabam dizendo mais do que aqueles que se propõem a ser cult, como o chatíssimo "Sunset limited". Nesse sentido, acho que o filme se saiu muito bem.
Boa fotografia, boas interpretações, boa trilha sonora. Também gostei do recurso da narrativa com o corte do áudio do filme. Achei interessante que o narrador revelasse como terminariam as histórias de alguns personagens secundários. É perturbador dar-se conta de que a maioria das histórias de vida não tem nada de especial. Provavelmente 99,9% de nós vão passar por esse mundo sem fazer muita diferença para a humanidade. Com sorte a gente consegue a fazer a diferença na vida de umas 2 ou 3 pessoas. E o que sobra no fim? No fim o que sobra são momentos como os que eles tiveram ao longo da viagem. Acho que é nesse tipo de coisa que a gente pensa quando está à beira da morte. Aquele beijo, aquela noite de loucura, aquele lugar estranho, as risadas, os amigos que deixamos para trás...
Uma coisa interessante é que eu realmente não percebi nenhum tipo de desejo homossexual latente entre os caras. O ménage do final acho que tem mais a ver com libertação do que com sacanagem ou desejo reprimido. Não acho que eles nutrissem qualquer desejo um pelo outro. Isso me lembra um curta brasileiro chamado "Velinhas". Quem é que não muda, pelo menos um pouco, o seu comportamento, quando está num lugar diferente...Agora imagine: uma viagem surreal, uma praia paradisíaca, uma mulher liberal com quem ambos já transaram, bebidas, drogas, calor...Numa situação dessas, você acha que alguém vai ligar para as convenções sociais? Eles estavam vivendo num universo particular, a exemplo do que se vê em "Os sonhadores" ou na clássica cena de "Três formas de amar" que empresta sua imagem à capa do filme. Mais ou menos assim: o fato de um cara tomar um porre não faz dele um alcoólatra, né?
Acho que o filme vale a pena sim. Mas não espere demais...Lembre-se de que se você não gosta do que vê no espelho, a culpa não é do espelho...
O Sexo dos Anjos
3.8 73Agora é meio-dia, de uma segunda-feira chuvosa no Paraná e acabei de assistir ao filme. É um horário pouco convencional para ver um filme desses, mas vá lá...
Bem, vejamos: eu sou muito fã de filmes sobre triângulos amorosos e assisto todos os que encontro. Com o tempo, a gente vai ganhando condições de fazer um comparativo entre eles e as diversas abordagens possíveis do tema.
Esse me surpreendeu positivamente. O trio central, de fato, é incrivelmente bonito, embora a química entre eles não tenha sido tão boa quanto a que se vê em "Eu te amo Renato". É engraçado ler os outros comentários e ver que as pessoas têm opiniões tão diferentes a respeito desse filme... Uns elogiam as atuações; outros criticam...
Acho que, na verdade, os atores se saíram bem, embora parecessem pouco à vontade nas cenas mais íntimas, que, aliás, foram comportadas demais. Confesso que esperava uma carga maior de erotismo, típico em filmes do gênero, mas há 2 aspectos muito positivos que chamaram a minha atenção:
1)O roteiro é bastante verossímil, coisa rara nesse tipo de produção. Geralmente esses filmes criam situações muito pouco críveis, como se namorar a 3 fosse a coisa mais normal do mundo. E não é. Nesse caso, eles conseguiram colocar todos os elementos que se esperaria numa situação dessas na vida real: dúvida, ciúme, mentira, traição e contrariedade dos amigos. Achei muito interessante que eles não tenham tentado descrever a situação como se fosse uma coisa natural e fácil de lidar. As reações dos personagens a cada situação são bastante compatíveis com a vida real e isso ficou muito legal, deu credibilidade ao roteiro.
2)Eles conseguiram fugir do manjadíssimo "fim em aberto", tão comum nesse tipo de filme. Detesto esses filmes em que o diretor / roteirista não têm coragem de colocar um fim na história. Daí fica aquela coisa inacabada, "para que o expectador possa decidir...". Ora, se eu quisesse ficar imaginando coisas, deitaria na cama e ficaria divagando! Quando assisto a um filme ou leio um livro, espero uma história completa. Claro que não vou contar como o filme termina, mas acreditem: ele termina.
Entre os aspectos negativos, destaco:
1)O excesso de informação. Há muitos elementos supérfluos no filme, o que o torna um pouco enfadonho em certos momentos. Prefereria que, a exemplo dos clássicos "Três formas de amar" e "Os sonhadores", eles se focassem mais no triângulo amoroso em si, retirando o que é acessório. Isso permitiria explorar ainda mais a natureza da relação entre eles, já que a abordagem que o filme dá para esse aspecto é uma das mais realistas que já vi.
2)Faltou um pouco de erotismo, achei o filme comportado demais.
Ainda assim, é um bom filme para quem curte o gênero. Ainda não fizeram o filme perfeito sobre um triângulo amoroso, continuo aguardando. Pra mim, um filme perfeito seria a junção do que há de melhor nos seguintes filmes:
1)Um misto da abordagem emocional dada em "O sexo dos anjos" e em "Eu te amo Renato";
2)O erotismo e química entre o trio de "Eu te amo Renato";
3)A trilha sonora, fotografia e energia de "Três formas de amar";
4)As atuações de "Os sonhadores".
Vou continuar esperando, mas acho que vai demorar....
Na Estrada
3.3 1,9KOk, sempre há muita coisa para se dizer sobre On the road, então vamos por partes:
1)Não dá para você assistir ao filme, antes de ler o livro. Nem tente. Se fizer isso, o filme vai mesmo parecer meio chato, meio sem sentido. No mínimo, você tem de ler On the road, mas o ideal é ler também Os vagabundos iluminados, a biografia de Jack Keouac e fazer uma pesquisa sobre a Geração Beat. Daí tudo vai ficar mais contextualizado.
2)Vi muitos comentários no sentido de que o filme é meio parado, longo, cansativo. Vocês têm razão, mas acredito que a proposta seja essa mesma, porque a literatura beat nunca se propôs a ser hollywoodiana. Ela é crua e reflete a vida real. E como todos nós sabemos, a vida real nunca é tão glamourosa quanto nos filmes.
3)Li esse livro quando tinha 21 anos de idade. Hoje tenho 35. Foi um marco na minha vida, uma porta para uma nova visão de mundo. Não existe glamour, romance, nem acontecimentos extraordinários. Só a estrada. E "a estrada é a vida".
4)Kerouac foi tão frenético ao escrever o livro, que o fez numa espécie de pergaminho, para não ter de parar para colocar mais folhas na máquina. Dizem que ele escreveu sem parar. Aliás, ele sequer usa pontuação.
5)É preciso entender que o que ele quis mostrar é um retrato da vida real, do submundo, das desventuras, das vidas sem objetivo. A frase de que mais gosto no livro: "Eu não era nada mas eu era tudo o que eu queria ser.".
6)A leitura de Kerouac é uma experiência libertadora, ideal para se ler quando se é jovem ainda. Não se privem dessa experiência.
A respeito do filme propriamente dito, gostei das atuações, à exceção de Kristen Stewart, embora tenha de reconhecer que, considerando a vida pessoal dela, ela está, com certeza, mais à vontade no papel da promíscua Marylou do que como a virginal Bella Swan...kkkkkk
Não assista a esse filme esperando que ele vá mudar a sua vida. O filme é apenas uma lembrança plástica para aqueles que se deixaram seduzir pelo livro, que, aliás, resolvi ler novamente. Leiam o livro, depois assistam ao filme e preparem-se para a libertação.
A Garota do Soldado
4.2 94Bem, parece que eu vou nadar contra a corrente de novo, mas vá lá. Numa coisa eu concordo com todos os que comentaram: a atuação de Lee Pace é impagável. Realmente uma performance impecável, digna de Oscar. Já o filme, como um todo, pra mim, deixou um pouco a desejar. Explico por que: o filme dá pinceladas em diversos temas diferentes, como homossexualidade, identidade de gênero, preconceito, violência, política do "don't ask, don't tell", perfil dos militares americanos e o "amercian way of life". Entretanto, não se aprofunda em nenhum deles. Preferiria que o filme se focassa mais num desses temas (todos interessantíssimos) e explorasse-o mais a fundo. Sem dúvidas é um bom filme, mas eu realmente esperava mais. Ainda assim, o que mais chama a atenção é o fato de que todos os soldados retrados no filme pareciam ser retardados (acho que pro cara se alistar no exército americano tem mesmo de ser meio retardo...kkkkk). Os soldados retratados eram o estereótipo dos "rednecks" e fazem a gente realmente sentir muita raiva dos americanos. E o pior é que isso é bem assim nos EUA: são provavelmente o povo mais alienado do mundo e realmente acreditam nessa balela de que dão suas vidas para preservar a liberdade dos americanos. Os caras acham mesmo que são a polícia do mundo e que quem mata outras pessoas é um herói. Não me admira que haja tantas chacinas nos EUA: são um povo violento e profundamente ignorantes. E isso é uma política de Estado nos EUA. Uma vergonha para os americanos, vergonha mesmo, que coloquem armas nas mãos de pobres coitados, vítimas de um ardiloso processo de lavagem cerebral. Fiquei com nojo, nojo mesmo.
Como um Irmão
2.2 15Realmente um dos piores filmes que já vi. Perdi 1 hora da minha vida. O problema nem é o roteiro; é falta dele. O filme é uma coleção de recortes sem sentido, incapaz de se situar sequer no tempo e no espaço. Quer uma dica? Nem perca seu tempo.
Eu Te Amo Renato
3.2 152Olha, não quero ser chato, mas tenho de acrescentar mais uma coisa à minha avaliação: pessoal, vejam só: primeiro nós temos de estabelecer a diferença entre um "triângulo amoroso" e uma pessoa "dividida entre 2 amores". No triângulo amoroso, todos estão emocionalmente envolvidos com todos. Assim, de cabeça, poderia citar: Três formas de amar, Splendor, Castelos de papel, Os 3 e Uma casa no fim do mundo. Entretanto, fazendo-se um comparativo entre todos eles, Eu te amo Renato foi, com certeza, o que melhor conseguiu descrever a natureza desse tipo de relação. Além disso, conseguiu fugir de velhos clichês que sempre permeiam esse tipo de história. É verdade que o roteiro acaba se perdendo em certo ponto, mas há uma sequência interessantíssima que merece ser comentada:
depois de já terem consolidado sua relação, Beto começa a demonstrar um afeto diferenciado por André. André recusa e alega que, sem a presença de Adriana, não rola. Então há uma sequência em que o trio vai para o sítio do pai de André. Lá, Beto investe no amigo novamente. André reluta, mas acaba cedendo. Secretamente Adriana flagra os dois, sai correndo, atira-se na piscina e chora, por sentir-se traída e rejeitada. Pouco tempo depois, os rapazes juntam-se a ela na piscina e nem reparam no seu choro. Ora, o que é que todo mundo espera depois disso? Que a menina dê um pití e vá embora ou queira fazer uma daquelas manjadíssimas discussões de relação. E foi aí que o filme me ganhou: ela engole seco, pensa um pouco, se recompõe e, acreditem, usa a razão para decidir o que fazer: ela abre mão! Isso mesmo, ela abre mão da exclusividade e do próprio egoísmo, e simplesmente toca o barco, como se nada tivesse acontecido. É uma sacada genial do filme: a pessoa compreende que não pode ter tudo, que, para viver algo tão bom e inusitado, vai ter de abrir mão de alguma coisa igualmente valiosa. Ela se submete a, eventualmente, ficar em segundo plano, para poder continuar aquele lance. Não é autosacrifício; é apenas racionalidade. Achei realmente genial, porque 99,99999% das pessoas jamais aceitaria ser o nº 2, pelo menos não por muito tempo. (e claro, depois ela vai à forra e paga na mesma moeda...).
Disse antes e repito: o trio central tem uma química impressionante. Graças à Deus que eu assisti ao filme sozinho, porque as cenas são tão realistas que eu acho que morreria de vergonha se tivesse alguém do meu lado...kkkk
Eu Te Amo Renato
3.2 152SURPREENDENTE. Agora são 3h da manhã e acabei de assistir ao filme. Li todos os comentários anteriores, quase todos muito bem fundamentados. Entretanto, quando a gente vai avaliar um filme, não dá para considerar que todos os filmes competem em pé de igualdade. Gente, o filme custou 35 mil reais! Nenhum dos atores recebeu cachê! Foi distribuído pela web! Isso, por si só, já tem que valer, pelo menos, 2 estrelas, né? É fato que o filme tem muitas falhas, dentre as quais eu destacaria:
1)O assassinato das músicas do Legião, cuja interpretação foi torturante;
2)A ambientação do bar escroto onde eles sempre se enfiavam, que realmente não se parece, nem de longe, com um bar de verdade e por isso não convence. Acho que muito do amadorismo que a gente percebe no filme se deve especificamente às cenas e interpretações que ocorrem no tal "bar";
3)O áudio, que é tão ruim que, se fosse possível, eu teria assistido ao filme com legendas;
4)O roteiro que, apesar de ser interessantíssimo, se perde nalguns momentos, criando situações desconexas, deixando lacunas ou mesmo sendo quase surreal;
5)O fim forçado, com excesso de melodrama;
Ainda assim, achei o filme realmente muito bom e gostaria de chamar a atenção para os aspectos positivos:
1)A fotografia, se não fosse pelas cenas
do bar escroto
2)A trilha sonora é de peso, quase demais até. Acho que podiam ter se limitado ao repertório do Legião, não precisava enfiar todos os cults da época;
3)O trio central funciona muito bem, com muita naturalidade. Realmente não entendi por que o pessoal malhou tanto a atuação deles. Comparem com o que se vê em Os 3 e perceberão que este trio funciona muito melhor do que aquele;
4)Alta carga de sensualidade, sem vulgaridade. Adoro filmes sobre triângulos amorosos, mas, em termos de sensualidade, este deixa até mesmo clássicos, como Três formas de amar, comendo poeira.
5)Iluminação interessante, que dá um ar mais de documentário do que de filme.
Eu gostaria que o filme fosse um pouco mais longo e que tivesse se concentrado mais na questão do triângulo, ignorando os acréscimos supérfluos, que saíram do nada e chegaram a lugar nenhum. O filme podia ter só os 3 protagonistas. Reparem que durante os créditos eles utilizam muitas cenas (não sei se deletadas ou feitas especialmente para isso) que poderiam muito bem estar inclusas na montagem.
Castelos de Papel
3.0 17Hein? Filme fraquinho, a história começa do nada e chega a lugar nenhum.
Os 3
3.4 561QUASE. É a melhor palavra que posso encontrar para definir esse filme: ele quase chegou lá. É claramente inspirado em Três formas de amar, o que não chega a ser um problema, já que filmes sobre triângulos amorosos tendem a se copiar. O filme apresenta uma série de problemas técnicos: parte dos diálogos fica quase inaudível (o áudio dos filmes nacionais ainda precisa evoluir muito); a iluminação deixa a desejar (os brasileiros ainda acham que toda cena noturna tem de ser filmada realmente no escuro...); faltou uma trilha sonora à altura e a fotografia também deixou a desejar (a foto da capa é linda, mas a fotografia como um todo não mantém esse padrão estético); o argumento não é original, mas o roteiro tentou acrescentar certa criatividade, com o negócio de
um triângulo amoroso platônico que finge ser um triângulo amoroso de verdade, quando todo mundo gostaria que de fato fosse.
tiveram de acelerar a história e com isso sacrificaram a coisa mais fundamental numa história sobre um triângulo amoroso: a construção do clima. Ora, ninguém se atira numa relação dessas assim, do nada! Uma coisa é fazer uma farra de uma noite, outra bem diferente é viver um amor a três. Faltou um pouco de sensualidade, de lascívia, de desejo.
eles terem se conhecido no banheiro, o banho na caixa d'água, os diálogos na escada. O negócio do site de vendas foi ridículo, simplesmente não convence.