Concordo com quem diz que o filme entretem. Ele não é pra ser grande coisa mesmo, e não é. Tava achando bem legalzinho até de ver até aquele finalzinho pseudo moralista mequetrefe que presume que uma pessoa é capaz de julgar quem merece morrer e sofrer (o que é bem a cara de certo público da netflix). Mas de toda forma fui ver achando que seria bem ruinzão e achei divertidinho.
Tema importante e apresentado de forma bem didática. A sinopse e o título, porém, dão uma ênfase exagerada à questão da onça. Isso é até compreensível, pois chama a atenção (e o fato de eu ter assistido é exemplo disso) mas cria alguma expectativa errada.
No fim das contas, é melhor do que eu esperava e pior do que poderia ser.
Seria bom pra todo mundo se os filmes brasileiros (que com exceção de KMF andam beeem fracos) parassem de usar linguagem extremamente formal quando personagens estão falando na intimidade. Acho bem feião e quase todo filme tem isso.
Ouvi muita gente chamar de filme do ano. Não é incompreensível. James Wan tá realmente tentando. Tentando muito. Tive toda a paciência e abertura com o filme depois de ouvir falar tão bem. O começo é beem ruinzinho e vi pensando "ok, todos os clichês logo serão subvertidos, mas como?"
Bom, era isso mesmo. O pessoal que critica as atuações ou a falta de veracidade de algumas coisas realmente não entendeu a onda no filme. Claro que era pra ser assim, é uma tentativa de trash contemporâneo. Ainda assim, é interessante, mas fraco. Mesmo querendo me deixar levar pela zuera, não deu. Tem seus momentos mas no geral não é divertido que acho que era o que pretendia ser.
pra quem se impressionou muito com a ideia do irmão na cabeça (que é boa mesmo), recomendo Imprint do Takashi Miike, foi a 1a vez que vi isso e impactou muito.
Não tinha ouvido falar desse filme até ver a capa aqui no filmow. Capa linda e a sinopse chamou muito a atenção porque me interessam muito os temas religiosos.
Acho que não tem MUITO o que discutir sobre o que ocorre no filme e muita gente já comentou os principais aspectos aqui.
No mais, vale dizer que o filme é extremamente bem feito. Discordo de quem diz que é lento e arrastado, é extremamente económico e bem conduzido. Desde o início impõe sua atmosfera claustrofóbica. Em alguns momentos dá a impressão de que tudo se passa em tempo e lugar nenhum (nesse e em outros pontos me lembrou o excelente Duke of Burgundy, do Peter Strickland).
Além disso, é chover no molhado mas as atuações são mesmo impressionantes. Ótimo filme. Como muitos já disseram, não é um gigante, mas é muito bem executado no que se propõe e sem dúvidas vale cada segundo. Assisti em sessão dupla com Maligno e senhor, que diferença...
Esperava muito desse filme, o tema me interessa bastante e Scorsese o abordando me fez esperar ainda mais. E em alguns momentos ele entrega, mas oscila bastante. A questão da língua é difícil de ser criticada, tipo esperar que eles falassem português. Mas ficou estranho demais, o que talvez não seja ruim porque a prepotência que o inglês pode representar hoje talvez seja semelhante à dos jesuítas europeus da época. Isso chega a ser mencionado pelo ótimo personagem interpretado pelo S. Tsukamoto (!!!). Alguns enquadramentos da natureza são lindos e especialmente
após a chegada do guri (não dá pra dizer que a atuação é ruim, mas a escolha dele pra protagonista não me convenceu) em Nagasaki o filme fica muito melhor e tem seus grandes momentos nos diálogos com o inquisidor e nas imagens impactantes de martírio. Liam Nesson como Sawano sei lá o que não convence também, mas talvez seja justamente o estranhamento de ver um ocidental estereotipado vivendo "como um japonês". Sempre nesse ponto, aceito os estranhamentos nesse sentido do filme, mas ainda assim eles me deixam com gosto do que poderia ter sido e não foi. Além disso, os recursos narrativos da carta no começo do padre e depois do cronista holandês me parecem soluções bem apressadas para apresentar a narrativa.
Pretendia ser um épico monstruoso e em alguns momentos consegue. Mas em muitas coisas opta pelo mais fácil e acaba escorregando mais de uma vez. As discussões e reflexões sobre religião e culturas diferentes, porém, me parece boa. Não vejo o filme assumir um partido não, o que é bem bom.
É bem suspense chorumão dos 00s. Mas assim como os suspenses de intercine 90s e os filmes de depois do fantástico, isso já tá ganhando seu charme. Muita coisa é péssima, mas é legal de ver.
Alguns pontos são difíceis. Aquele climão de Vietnam pra mim é chato demais. 99% dos personagens é ridiculamente genérico e é mais do mais do mais do mesmo do mais do mesmo de personagens de cinemão. Pelo.amor de deus, tem que ser muito gado mesmo pra ver os mesmíssimos estereótipos, piadinhas, etc, da vontade de ir embora.
DITO ISSO: a atmosfera de ameaça, os animais, a natureza e porra as lutas do KONG são sinistra demais, massa demais. Infelizmente só vi agora em casa, queria ver no cinema.
Lembro de ter visto uma matéria que dizia que os produtores do filme se basearam.em princesa mononoke pra fazer "com que cada animal parece um deus em.seu próprio habitar". A definição é linda, uma lista de mercado do miyazaki ainda dá um pau nisso, mas o filme se você estiver de bom humor pra aguentar humor e genericismo de personagem americano (e seus respectivos coadjuvantes de todas as etnias com seus estereótipos) é UM BAITA ENTRETENIMENTO.
a foi mal mas aquela tribo la nao da também, simplesmente péssimo, como se relacionavam com.o tagarela? o que faziam?.so aparece pra eles.terem onde.dormir
Mas ainda assim o filme é bom e empolgante, verei os próximos!
História bem original e interessante. Bem conduzido e sutil. É um bom filme, mesmo mesmo. Mas lendo as questões sobre maus tratos animais e o orgulho playboy que o ator principal exibe sobre isso é repugnante. A tradução do título é péssima.
Bom demais! Verdadeiramente neo noir, só que em Wuhan (!). Tudo o que se espera de uma boa trama policial está aí e está de maneira extremamente inovadora, divertida e com muito mas muuuito estilo. Acharem o filme devagar é absurdo, mas acho que uma coisinha ou outra no modo como a história é contada poderia ser um pouquinho mais didática mesmo, o que pra mim passou longe de estragar a ótima experiência de assistir. Tem sido meio difícil, mas às vezes a gente acerta muito exatamente o que queriamos ver e nem sabiamos que queriamos.
Os filmes "orientais" parecem mais do que nunca representar o que tem de mais legal sendo feito atualmente, e Parasita é só a coroação mais didática disso.
É muito ruim. O típico filme que quer parecer complexo mas ao mesmo tempo ser entendido no final, provavelmente visando aceitação por um público mais amplo. Acho que quem diz ter ficado confuso só teve dificuldade pra acreditar que sim, o filme faz toda essa pirotecnia pra no fim poder ser resumido numa frase simplista e panfletária:
Não use drogas, elas fazem você faltar a formatura da sua filha (dava pra ser mais batido?). Ainda faz questão de pegar na mãozinha e falar "olha, vai ser isso" na cena dos sanduíches. Coisa de quem vê com o celular na mão.
A amazon segue tentando ter uma proposta "mais séria", "mais adulta" e, como tudo que tenta ser assim, parecendo adolescente no pior sentido. Não vejam essas fitas, vejam Steven Universe.
De certa forma é um filme que tenta muito, mas muito ser grande. E acaba conseguindo, um pouquinho. Em parte porque passando quase 4 horas vendo uma coisa, ao menos pra mim, é meio comum dar uma acostumada. Acostumada, por exemplo, na caricaturização extrema e muitas vezes incômoda das personagens (especialmente das mulheres, mas também de alguns capangas sádicos, cujas atuações são dignas de trash zuado mesmo). Tudo bem, isso meio que faz parte do universo totalmente macho-sádico de Leone. E acho importante não pensar que se um filme mostra uma coisa ele sempre a defenda. Não é obrigatório ter empatia por um personagem para gostar de um filme. Alguém realmente acha que Michael Corleone ou Walter White sejam realmente "legais"?
Pooooorém, acho que as cenas de misoginia nesse filme são exageradas ao ponto de serem incômodas mesmo. Há até mesmo uma com um bebê de verdade (!?). Isso não seria necessariamente um problema com as cenas de amizade e blabla porque uai, não é tão distinto assim quem é humano e quem é monstro, e o filme todo aparece pela perspectiva de Noodles (esse nome é péssimo, aliás). Mas sei lá, a trilha sonora e o sentimentalismo achei que pesam demais, tenta demais ser dramático e profundo e bem humorado mas o humor é incômodo, nenhuma personagem é realmente profunda e todos os acontecimentos parecem só uma transição de boys will be boys pra men will be men, no que isso tem de mais triste e violento.
Não é ruim, tem cenas muito boas e tecnicamente falando é interessante, mas é de looooonge MUITO pior que Era uma vez no oeste (que tem uma protagonista das mais interessantes, aliás!) e acho que qualquer outro do diretor.
Levei metade do ótimo O Joelho de Claire (e por pouco não largo esse) pra entender que não se pode levar os discursos dos protagonistas de Rohmer a sério demais. O drama masculino aqui é bastante caricaturizado. Se não tivermos isso em mente, corremos o risco de nos ofender ou passar vergonha admirando ingenuamente suas personagens.
Talvez seja por viver no Brasil em 2021, mas todas me pareceram magistralmente detestáveis. O pretenso galã sofrendo com o exagero de suas próprias intrigas (no final ele era considerado "sem dinheiro", imaginem!), o suposto gênio que age como uma criancinha mimada (a cena em que ele reclama do almoço para a empregada envolto no edredom só não é o ápice do constrangimento porque há uma outra em que literalmente "bate o pezinho" por ser contrariado sabe-se lá no que) e, é claro, a mulher. A mulher que, não sendo santa, só pode ser estúpida ou um gênio diabólico e zombeteiro.
Mas isso, é claro, são todas construções operadas a partir da visão do próprio protagonista e Rohmer parece consciente disso. É nessa hiperdiscursividade que está o que há de interessante em seus filmes e suas abordagens do erotismo.
Na teoria literária há um conceito desenvolvido por Henry James que, por algum motivo, se popularizou nos últimos tempos: o show dont tell, mostrar em vez de contar. O conceito, especialmente aplicado à literatura, sempre me pareceu bobo, pois desvaloriza o subjetivismo inerente a absolutamente qualquer narrador possível (o que, aliás, o próprio Henry James parece não levar em conta em sua obra mais aclamada). Mas o que Rohmer faz no cinema (quando a predominância de "mostrar em vez de contar" apenas parece fazer mais sentido), ao menos nos dois filmes que conheci, é inchar a subjetividade de seus protagonistas ao ponto do ridículo. Mas se algo provoca o riso, deve ter lá a sua boa carga de verdade. E os filmes de Rohmer, violentos demais nos discursos sem recorrer a exageros gráficos, parecem guardar uma relação incômoda com a realidade.
Há uma citação atribuída ao próprio diretor que parece bastante significativa: "Eu não digo, eu mostro. Mostro pessoas que se movem e falam". E como falam. Mas é nesse "e falam" que está o que pode haver de interessante em filmes sobre o erotismo sem cenas de sexo. E é porque falamos que nos incomodamos ou interessamos por filmes, em geral.
Dito tudo isso, O Joelho de Claire é muito melhor! "Intelectuais" do velho mundo são mimados demais, com toda essa preocupação com a moralidade e entretidos em ferrenhas disputinhas de macho ou apenas abertos duelos de balsezidade (depois aparece um anime como Kaguya-sama e meu deus você vê anime em vez de Rohmer, com o perdão da brincadeira!).
Não é tão estranho quando pensamos nos discursos que atravessamos talvez mais explicitamente ainda pela internet, né? Que coisa.
Em primeiro lugar, o filme é lindo demais e vale demais ser visto!
Por outros motivos tenho me interessado pelo assunto cada vez mais e o filme veio bem a calhar. Não posso deixar de dizer que sinto um certo dramalhão talvez excessivo por parte do narrador e das ligações que faz com sua vida (essas no fundo bastante bonitas e compreensíveis).
Mas isso de maneira alguma estraga a experiência maravilhosa, os maravilhosos registros aquáticos tanto visuais quanto sobre o aprendizado, estratégias e até lazeres desse animal que simplesmente parece das coisas mais lindas e fascinantes que essa natureza "produziu". Difícil falar mais longamente sobre o filme, apenas assistam e admirem o polvo.
Esse filme tem uma coisa boa: o desejo de retomar e reinventar os giallos.
De resto é só uma porcaria. Falta estilo nos assassinatos. Várias subtramas que ninguém quer saber. A explicação no fim é constrangedora de ruim (e isso até é fiel aos giallos, mas aqui, sei lá, não funcionou nem na trasheira).
Chamam-se o Almodóvar pra fazer isso e talvez ficasse legal. Continuo me decepcionando violentamente com o catálogo do mubi.
Muito fraco. O começo parece escrito por alguém de 14 anos querendo fazer algo pesado. A motivação do protagonista me parece rasa pra dizer o mínimo. Do meio pro fim dá uma melhorada e acaba de um jeito bacana, mas no geral só reforça estereótipos ou dá explicaçôes piegas para o tema.
Duque of Burgundy continua, mas de muito longe, o melhor e mais lindo filme sobre bdsm. Esse foi uma decepção dolorida e dolorida de um jeito ruim.
No começo achei estar diante de (mais?) um filme com pessoas bonitas e ricas num cenário deslumbrante que dialogam interminavelmente sobre por que não são felizes. Já me pus a berrar internamente "por isso que não gosto desses filmes cult franceses!". Apenas porque me propus a, nessas férias, assistir o filme do dia do mubi (ao menos até decidir que não vale mesmo a pena), continuei vendo e fui surpreendido demais pelo desenvolvimento do filme. Tudo é perfeito.
Laura é sensacional. Aurora faz as vezes do quase vazio (ela se apresenta como aquela que, estando sozinha, se vê potencialmente aberta a todos os desejos) que talvez ecoe, talvez determine as ações bestas mas tão engajadas desse protagonista risível. Se ele se tornasse alguma espécie de galã, o filme seria insuportável. As conversas sobre o desejo, que começam parecendo pretensiosas e deslocadas acabam criando um redemoinho de palavras e situações nas quais se debatem as atitudes pretensamente sábias e experientes de Jérome (aquele que se entende o homem que sabe o que querem as mulheres, mas está sempre em torno de si mesmo). O joelho de Claire, que incomoda muitos com a ideia de ser um "tema", só é o tema do filme e de Jérome por ser, como ele mesmo diz, desejo puro, desejo de nada.
Uma vez encarnado em um "objeto" concreto, é passível de ser apaziguado. Mas não apenas pelo toque, e sim por uma espécie de posse indiscernível (ele que pregava contra a posse amorosa) que durasse um instante, mas lhe desse a certeza ilusória de ter marcado uma história, "corrigindo" a posição de Claire e vingando-se (pela própria inveja) do mais jovem, vigoroso e estúpido Gilles.
De todo modo, fiquei impressionado com a capacidade de Rohmer tratar de temas dificílimos e muito controversos com uma aparente sutileza. Há um constante senso de sexualidade, violência e distanciamento por trás dos diálogos, desenvolvimentos de personagens e movimentações do olhar, sem que nunca nada "exploda" em uma grande cena catártica.
O mais próximo disso é a carícia no joelho. Sem sentido como consolo, sem sentido como ação sexual. Um pouco de menos ou a demais para qualquer conclusão não delirante como a adotada por Jérome, o detetive que explica tudo apenas para vermos o quanto estava enganado.
Pode desagradar a quem vê narrativa como sinônimo de enredo.
Escolha ou Morra
2.1 242 Assista AgoraConcordo com quem diz que o filme entretem. Ele não é pra ser grande coisa mesmo, e não é. Tava achando bem legalzinho até de ver até aquele finalzinho pseudo moralista mequetrefe que presume que uma pessoa é capaz de julgar quem merece morrer e sofrer (o que é bem a cara de certo público da netflix). Mas de toda forma fui ver achando que seria bem ruinzão e achei divertidinho.
A Casa Sombria
3.3 394 Assista AgoraFilmaço. Não tem muito o que falar, sem grandes leituras a serem feitas. Tudo nele é simples e preciso. Boa história, boa atuação e ótimos sustos!
Homem Onça
3.3 14Tema importante e apresentado de forma bem didática. A sinopse e o título, porém, dão uma ênfase exagerada à questão da onça. Isso é até compreensível, pois chama a atenção (e o fato de eu ter assistido é exemplo disso) mas cria alguma expectativa errada.
No fim das contas, é melhor do que eu esperava e pior do que poderia ser.
Seria bom pra todo mundo se os filmes brasileiros (que com exceção de KMF andam beeem fracos) parassem de usar linguagem extremamente formal quando personagens estão falando na intimidade. Acho bem feião e quase todo filme tem isso.
Maligno
3.3 1,2KOuvi muita gente chamar de filme do ano. Não é incompreensível. James Wan tá realmente tentando. Tentando muito. Tive toda a paciência e abertura com o filme depois de ouvir falar tão bem. O começo é beem ruinzinho e vi pensando "ok, todos os clichês logo serão subvertidos, mas como?"
Bom, era isso mesmo. O pessoal que critica as atuações ou a falta de veracidade de algumas coisas realmente não entendeu a onda no filme. Claro que era pra ser assim, é uma tentativa de trash contemporâneo. Ainda assim, é interessante, mas fraco. Mesmo querendo me deixar levar pela zuera, não deu. Tem seus momentos mas no geral não é divertido que acho que era o que pretendia ser.
pra quem se impressionou muito com a ideia do irmão na cabeça (que é boa mesmo), recomendo Imprint do Takashi Miike, foi a 1a vez que vi isso e impactou muito.
Saint Maud
3.5 336 Assista AgoraNão tinha ouvido falar desse filme até ver a capa aqui no filmow. Capa linda e a sinopse chamou muito a atenção porque me interessam muito os temas religiosos.
Acho que não tem MUITO o que discutir sobre o que ocorre no filme e muita gente já comentou os principais aspectos aqui.
No mais, vale dizer que o filme é extremamente bem feito. Discordo de quem diz que é lento e arrastado, é extremamente económico e bem conduzido. Desde o início impõe sua atmosfera claustrofóbica. Em alguns momentos dá a impressão de que tudo se passa em tempo e lugar nenhum (nesse e em outros pontos me lembrou o excelente Duke of Burgundy, do Peter Strickland).
Além disso, é chover no molhado mas as atuações são mesmo impressionantes. Ótimo filme. Como muitos já disseram, não é um gigante, mas é muito bem executado no que se propõe e sem dúvidas vale cada segundo. Assisti em sessão dupla com Maligno e senhor, que diferença...
Silêncio
3.8 576Esperava muito desse filme, o tema me interessa bastante e Scorsese o abordando me fez esperar ainda mais. E em alguns momentos ele entrega, mas oscila bastante. A questão da língua é difícil de ser criticada, tipo esperar que eles falassem português. Mas ficou estranho demais, o que talvez não seja ruim porque a prepotência que o inglês pode representar hoje talvez seja semelhante à dos jesuítas europeus da época. Isso chega a ser mencionado pelo ótimo personagem interpretado pelo S. Tsukamoto (!!!). Alguns enquadramentos da natureza são lindos e especialmente
após a chegada do guri (não dá pra dizer que a atuação é ruim, mas a escolha dele pra protagonista não me convenceu) em Nagasaki o filme fica muito melhor e tem seus grandes momentos nos diálogos com o inquisidor e nas imagens impactantes de martírio. Liam Nesson como Sawano sei lá o que não convence também, mas talvez seja justamente o estranhamento de ver um ocidental estereotipado vivendo "como um japonês". Sempre nesse ponto, aceito os estranhamentos nesse sentido do filme, mas ainda assim eles me deixam com gosto do que poderia ter sido e não foi. Além disso, os recursos narrativos da carta no começo do padre e depois do cronista holandês me parecem soluções bem apressadas para apresentar a narrativa.
Pretendia ser um épico monstruoso e em alguns momentos consegue. Mas em muitas coisas opta pelo mais fácil e acaba escorregando mais de uma vez. As discussões e reflexões sobre religião e culturas diferentes, porém, me parece boa. Não vejo o filme assumir um partido não, o que é bem bom.
A Face Oculta do Mal
2.5 79É bem suspense chorumão dos 00s.
Mas assim como os suspenses de intercine 90s e os filmes de depois do fantástico, isso já tá ganhando seu charme. Muita coisa é péssima, mas é legal de ver.
Kong: A Ilha da Caveira
3.3 1,2K Assista AgoraAlguns pontos são difíceis. Aquele climão de Vietnam pra mim é chato demais. 99% dos personagens é ridiculamente genérico e é mais do mais do mais do mesmo do mais do mesmo de personagens de cinemão. Pelo.amor de deus, tem que ser muito gado mesmo pra ver os mesmíssimos estereótipos, piadinhas, etc, da vontade de ir embora.
DITO ISSO: a atmosfera de ameaça, os animais, a natureza e porra as lutas do KONG são sinistra demais, massa demais. Infelizmente só vi agora em casa, queria ver no cinema.
Lembro de ter visto uma matéria que dizia que os produtores do filme se basearam.em princesa mononoke pra fazer "com que cada animal parece um deus em.seu próprio habitar". A definição é linda, uma lista de mercado do miyazaki ainda dá um pau nisso, mas o filme se você estiver de bom humor pra aguentar humor e genericismo de personagem americano (e seus respectivos coadjuvantes de todas as etnias com seus estereótipos) é UM BAITA ENTRETENIMENTO.
a foi mal mas aquela tribo la nao da também, simplesmente péssimo, como se relacionavam com.o tagarela? o que faziam?.so aparece pra eles.terem onde.dormir
Mas ainda assim o filme é bom e empolgante, verei os próximos!
Ataque dos Cães
3.7 933História bem original e interessante. Bem conduzido e sutil. É um bom filme, mesmo mesmo. Mas lendo as questões sobre maus tratos animais e o orgulho playboy que o ator principal exibe sobre isso é repugnante. A tradução do título é péssima.
Pânico em Casa
1.6 99É ruim de tantas maneiras e por tantos motivos que é mesmo espantoso.
O Lago do Ganso Selvagem
3.6 38 Assista AgoraBom demais! Verdadeiramente neo noir, só que em Wuhan (!). Tudo o que se espera de uma boa trama policial está aí e está de maneira extremamente inovadora, divertida e com muito mas muuuito estilo. Acharem o filme devagar é absurdo, mas acho que uma coisinha ou outra no modo como a história é contada poderia ser um pouquinho mais didática mesmo, o que pra mim passou longe de estragar a ótima experiência de assistir. Tem sido meio difícil, mas às vezes a gente acerta muito exatamente o que queriamos ver e nem sabiamos que queriamos.
Os filmes "orientais" parecem mais do que nunca representar o que tem de mais legal sendo feito atualmente, e Parasita é só a coroação mais didática disso.
Recomendo e muito.
Bliss: Em Busca da Felicidade
2.6 86 Assista AgoraÉ muito ruim. O típico filme que quer parecer complexo mas ao mesmo tempo ser entendido no final, provavelmente visando aceitação por um público mais amplo. Acho que quem diz ter ficado confuso só teve dificuldade pra acreditar que sim, o filme faz toda essa pirotecnia pra no fim poder ser resumido numa frase simplista e panfletária:
Não use drogas, elas fazem você faltar a formatura da sua filha (dava pra ser mais batido?). Ainda faz questão de pegar na mãozinha e falar "olha, vai ser isso" na cena dos sanduíches. Coisa de quem vê com o celular na mão.
A amazon segue tentando ter uma proposta "mais séria", "mais adulta" e, como tudo que tenta ser assim, parecendo adolescente no pior sentido. Não vejam essas fitas, vejam Steven Universe.
Era uma Vez na América
4.3 531 Assista AgoraDe certa forma é um filme que tenta muito, mas muito ser grande. E acaba conseguindo, um pouquinho. Em parte porque passando quase 4 horas vendo uma coisa, ao menos pra mim, é meio comum dar uma acostumada. Acostumada, por exemplo, na caricaturização extrema e muitas vezes incômoda das personagens (especialmente das mulheres, mas também de alguns capangas sádicos, cujas atuações são dignas de trash zuado mesmo). Tudo bem, isso meio que faz parte do universo totalmente macho-sádico de Leone. E acho importante não pensar que se um filme mostra uma coisa ele sempre a defenda. Não é obrigatório ter empatia por um personagem para gostar de um filme. Alguém realmente acha que Michael Corleone ou Walter White sejam realmente "legais"?
Pooooorém, acho que as cenas de misoginia nesse filme são exageradas ao ponto de serem incômodas mesmo. Há até mesmo uma com um bebê de verdade (!?). Isso não seria necessariamente um problema com as cenas de amizade e blabla porque uai, não é tão distinto assim quem é humano e quem é monstro, e o filme todo aparece pela perspectiva de Noodles (esse nome é péssimo, aliás). Mas sei lá, a trilha sonora e o sentimentalismo achei que pesam demais, tenta demais ser dramático e profundo e bem humorado mas o humor é incômodo, nenhuma personagem é realmente profunda e todos os acontecimentos parecem só uma transição de boys will be boys pra men will be men, no que isso tem de mais triste e violento.
Não é ruim, tem cenas muito boas e tecnicamente falando é interessante, mas é de looooonge MUITO pior que Era uma vez no oeste (que tem uma protagonista das mais interessantes, aliás!) e acho que qualquer outro do diretor.
A Colecionadora
3.8 49 Assista AgoraAh e ou a sinopse tá errado ou estou viajando, mas parece que eles estão lá de favor de um amigo mais rico e não alugando a casa. Faz diferença.
A Colecionadora
3.8 49 Assista AgoraTUDO SPOILER:
Levei metade do ótimo O Joelho de Claire (e por pouco não largo esse) pra entender que não se pode levar os discursos dos protagonistas de Rohmer a sério demais. O drama masculino aqui é bastante caricaturizado. Se não tivermos isso em mente, corremos o risco de nos ofender ou passar vergonha admirando ingenuamente suas personagens.
Talvez seja por viver no Brasil em 2021, mas todas me pareceram magistralmente detestáveis. O pretenso galã sofrendo com o exagero de suas próprias intrigas (no final ele era considerado "sem dinheiro", imaginem!), o suposto gênio que age como uma criancinha mimada (a cena em que ele reclama do almoço para a empregada envolto no edredom só não é o ápice do constrangimento porque há uma outra em que literalmente "bate o pezinho" por ser contrariado sabe-se lá no que) e, é claro, a mulher. A mulher que, não sendo santa, só pode ser estúpida ou um gênio diabólico e zombeteiro.
Mas isso, é claro, são todas construções operadas a partir da visão do próprio protagonista e Rohmer parece consciente disso. É nessa hiperdiscursividade que está o que há de interessante em seus filmes e suas abordagens do erotismo.
Na teoria literária há um conceito desenvolvido por Henry James que, por algum motivo, se popularizou nos últimos tempos: o show dont tell, mostrar em vez de contar. O conceito, especialmente aplicado à literatura, sempre me pareceu bobo, pois desvaloriza o subjetivismo inerente a absolutamente qualquer narrador possível (o que, aliás, o próprio Henry James parece não levar em conta em sua obra mais aclamada). Mas o que Rohmer faz no cinema (quando a predominância de "mostrar em vez de contar" apenas parece fazer mais sentido), ao menos nos dois filmes que conheci, é inchar a subjetividade de seus protagonistas ao ponto do ridículo. Mas se algo provoca o riso, deve ter lá a sua boa carga de verdade. E os filmes de Rohmer, violentos demais nos discursos sem recorrer a exageros gráficos, parecem guardar uma relação incômoda com a realidade.
Há uma citação atribuída ao próprio diretor que parece bastante significativa: "Eu não digo, eu mostro. Mostro pessoas que se movem e falam". E como falam. Mas é nesse "e falam" que está o que pode haver de interessante em filmes sobre o erotismo sem cenas de sexo. E é porque falamos que nos incomodamos ou interessamos por filmes, em geral.
Dito tudo isso, O Joelho de Claire é muito melhor! "Intelectuais" do velho mundo são mimados demais, com toda essa preocupação com a moralidade e entretidos em ferrenhas disputinhas de macho ou apenas abertos duelos de balsezidade (depois aparece um anime como Kaguya-sama e meu deus você vê anime em vez de Rohmer, com o perdão da brincadeira!).
Não é tão estranho quando pensamos nos discursos que atravessamos talvez mais explicitamente ainda pela internet, né? Que coisa.
Professor Polvo
4.2 387 Assista AgoraEm primeiro lugar, o filme é lindo demais e vale demais ser visto!
Por outros motivos tenho me interessado pelo assunto cada vez mais e o filme veio bem a calhar.
Não posso deixar de dizer que sinto um certo dramalhão talvez excessivo por parte do narrador e das ligações que faz com sua vida (essas no fundo bastante bonitas e compreensíveis).
Mas isso de maneira alguma estraga a experiência maravilhosa, os maravilhosos registros aquáticos tanto visuais quanto sobre o aprendizado, estratégias e até lazeres desse animal que simplesmente parece das coisas mais lindas e fascinantes que essa natureza "produziu". Difícil falar mais longamente sobre o filme, apenas assistam e admirem o polvo.
Ainda estou em choque.
O Congresso Futurista
3.9 295 Assista AgoraAh... não.
Cenote
2.6 1O tema é interessantíssimo e o documentário tem estilo, mas falta alguma coisa, fica muito cansativo. Se fosse o Herzog ou a Naomi Kawase...
Faca no Coração
3.4 68Esse filme tem uma coisa boa: o desejo de retomar e reinventar os giallos.
De resto é só uma porcaria. Falta estilo nos assassinatos. Várias subtramas que ninguém quer saber. A explicação no fim é constrangedora de ruim (e isso até é fiel aos giallos, mas aqui, sei lá, não funcionou nem na trasheira).
Chamam-se o Almodóvar pra fazer isso e talvez ficasse legal. Continuo me decepcionando violentamente com o catálogo do mubi.
Possessor
3.4 302 Assista AgoraCronenberg jr. segue tentando. Uma hora de repente ele acerta. Por enquanto é a definição do tryhard, pretensioso e inofensivo.
Rezeta
2.5 21Se desse pra dar -5 eu daria. Chega a ser constrangedor esse filme. É melhor assistir Malhação. Decepção suprema com a tal curadoria do Mubi.
Recomendado pra quem gosta de ver pessoas bonitas demais agindo como adolescentes e de vez em quando tentando parecer profundas e passando vergonha.
Dogs Don’t Wear Pants
3.7 90 Assista AgoraMuito fraco. O começo parece escrito por alguém de 14 anos querendo fazer algo pesado. A motivação do protagonista me parece rasa pra dizer o mínimo. Do meio pro fim dá uma melhorada e acaba de um jeito bacana, mas no geral só reforça estereótipos ou dá explicaçôes piegas para o tema.
Duque of Burgundy continua, mas de muito longe, o melhor e mais lindo filme sobre bdsm. Esse foi uma decepção dolorida e dolorida de um jeito ruim.
Mapas para as Estrelas
3.3 477 Assista AgoraGosto demais da estranheza desse filme. Tem vários elementos que dão vontade de tentar esboçar uma leitura.
E isso é o que eu chamo de incesto-esquizo!
Agatha é uma das personagens mais legais de todas.
O Joelho de Claire
3.9 77 Assista AgoraNo começo achei estar diante de (mais?) um filme com pessoas bonitas e ricas num cenário deslumbrante que dialogam interminavelmente sobre por que não são felizes. Já me pus a berrar internamente "por isso que não gosto desses filmes cult franceses!". Apenas porque me propus a, nessas férias, assistir o filme do dia do mubi (ao menos até decidir que não vale mesmo a pena), continuei vendo e fui surpreendido demais pelo desenvolvimento do filme. Tudo é perfeito.
Laura é sensacional. Aurora faz as vezes do quase vazio (ela se apresenta como aquela que, estando sozinha, se vê potencialmente aberta a todos os desejos) que talvez ecoe, talvez determine as ações bestas mas tão engajadas desse protagonista risível. Se ele se tornasse alguma espécie de galã, o filme seria insuportável. As conversas sobre o desejo, que começam parecendo pretensiosas e deslocadas acabam criando um redemoinho de palavras e situações nas quais se debatem as atitudes pretensamente sábias e experientes de Jérome (aquele que se entende o homem que sabe o que querem as mulheres, mas está sempre em torno de si mesmo). O joelho de Claire, que incomoda muitos com a ideia de ser um "tema", só é o tema do filme e de Jérome por ser, como ele mesmo diz, desejo puro, desejo de nada.
Uma vez encarnado em um "objeto" concreto, é passível de ser apaziguado. Mas não apenas pelo toque, e sim por uma espécie de posse indiscernível (ele que pregava contra a posse amorosa) que durasse um instante, mas lhe desse a certeza ilusória de ter marcado uma história, "corrigindo" a posição de Claire e vingando-se (pela própria inveja) do mais jovem, vigoroso e estúpido Gilles.
De todo modo, fiquei impressionado com a capacidade de Rohmer tratar de temas dificílimos e muito controversos com uma aparente sutileza. Há um constante senso de sexualidade, violência e distanciamento por trás dos diálogos, desenvolvimentos de personagens e movimentações do olhar, sem que nunca nada "exploda" em uma grande cena catártica.
O mais próximo disso é a carícia no joelho. Sem sentido como consolo, sem sentido como ação sexual. Um pouco de menos ou a demais para qualquer conclusão não delirante como a adotada por Jérome, o detetive que explica tudo apenas para vermos o quanto estava enganado.
Pode desagradar a quem vê narrativa como sinônimo de enredo.