Muito foda como através de uma micro história o Ford retrata toda a arrogância americana e os seus ideais supremacistas. Curioso pensar que esse mesmo senso de superioridade levaria o país, anos depois, a uma derrota histórica no Vietnã
É um filme que tenta, mas não consegue, repetir a energia caótica e anárquica do primeiro. Muitas cenas funcionam como uma mera reedição de um momento icônico do seu antecessor (a cena do protesto anti-lockdown, por exemplo, funciona como um repeteco da infame sequência do rodeio no original). Pelas limitações que o próprio sucesso do personagem trazem, o filme é bastante dependente de uma narrativa formal, que é a coisa que menos queremos ver em um filme do Borat. O que faz essa sequência não funcionar da mesma é forma, é que de lá pra cá, já nos acostumamos a ver essa mesma direita irracional, barulhenta e numerosa dizer todo tipo de absurdo preconceituoso, conspiracionista e anti-científico, não há mais surpresa ou choque em ver tudo isso. Além de estarmos inebriados, Borat 2 tão pouco consegue ser uma resposta à altura para a insanidade do fenômeno que se propõe em retratar.
O que eu acho fascinante nessa história é como ela acaba funcionando como uma espécie de zeitgeist do ridículo, é basicamente um suco do quem tem de mais tosco em nosso tempo. Temos o empresário ~millennial descolado~ jovem e supostamente bem sucedido; O envolvimento de uma celebridade picareta em decadência; Os influenciadores topa-tudo-por-engajamento; A filosofia de coach empreendedor que norteava os organizadores e a sua equipe hiper-explorada; O Fyre como um exemplo de festival de música que as pessoas vão por qualquer coisa menos a música. Enfim, TÁ TUDO AÍ.
É um filme que infelizmente não vai muito além da relevância da sua temática, apesar de a tratar, de forma geral, com a devida sensibilidade, não deixa de estar completamente preso a uma narrativa que explora situações de injustiça e preconceito em cima de outras situações de injustiça e preconceito. É inegável que o luto da protagonista também é parte importante da composição da narrativa, e um dos méritos da obra, mas essa superfície da vivência de uma pessoa trans nunca é superada. Até existe a presença de elementos simbólicos dentro da narrativa, mas que acabam servindo apenas como um apanhado de alegorias visuais redundantes que ilustram as passagens do filme. Dentro desses simbolismos, ainda há o clichê da imagem da protagonista frente ao espelho, algo já esvaziado pelo cinema que repete essa mesma cena quase sempre que retrata personagens trans.
Tem um apelo genuinamente infantojuvenil, novelesco mesmo, eu consigo imaginar a larissa manoela ou a maísa estrelando uma versão brasileira disso. É curioso como essa inocência e apelo se mantém mesmo quando o filme assume o gore e o terror, nunca perdendo essa magia infantil. É um filme profundamente inventivo, com experimentação em cima de experimentação, todos os quadros e cenários são extremamente estilizados com técnicas e estéticas diferentes em cada plano, mas tudo dentro dessa unidade desorientadora e cartunesca que mistura o horror e a fantasia.
Os demônios de Ken Russell é um filme interessado nas relações entre a Igreja e o estado, principalmente em como a Igreja usa o estado para a manutenção de seus privilégios e como o estado usa a igreja para a repressão ideológica de adversários políticos em prol de uma unidade territorial. Através dessa dinâmica, o filme articula não só um comentário político-religioso, mas também sua relação entre thriller político, drama de época e o terror. Isso resulta na construção de uma atmosfera única, onde a desolação da Europa devastada pela guerra e pelo o horror da inquisição, são elementos que reverberam a natureza sobrenatural religiosa e a profanação dos símbolos da fé cristã. Nesse cenário quase apocalíptico, o mártir cristão é um homem tão vil, vaidoso e corrupto quanto quem o acusa.
Gosto do encontro dos protagonistas, como vagam pelos cenários abraçando a ausência de um propósito na vida, a conexão entre os dois que é intensificava pela ausência dos diálogos... Sinto que o filme perde força no segundo ato quando eles se separam, Kim Ki-Duk desperdiça a oportunidade de explorar essa relação para focar em mudanças na narrativa que ora não dizem nada sobre o resto e ora são a materialização de um simbolismo vagabundo. (Toda sequência do protagonista na prisão e depois, já "invisível", se vingando do policial é uma bobagem)
Se anteriormente Mario Bava ajudou a construir alguma das principais convenções do giallo como gênero. Em Banho de Sangue ele desconstrói o que havia ajudado a estabelecer e ironiza a ideia de um assassino misterioso que empilha corpos enquanto a audiência tenta adivinhar quem está por de trás disso. O importante aqui não é a identidade do assassino, mas a onipresença do ato de matar, quase que como parte da natureza humana.
Uma garota, uma praia, uma gaivota e um tubarão. Nada mais. Detalhista no encantamento da câmera com o cenário e com a atriz. Efetivo na construção gradual da tensão. Serra é sabidamente habilidoso na execução de sequências de ação e aqui ele faz muito com pouco.
É sempre curioso rever esses filmes que a gente descobre cedo. Eu não lembrava quanto esse era bagunçado tanto formalmente quanto narrativamente, comparando com trabalhos mais recentes do Guy Ritchie, que são até menos prestigiados, eu diria que ele amadureceu como diretor inclusive. A maior parte do tempo, Snatch parece perdido em suas referências que vão de Tarantino à Danny Boyle e desesperado para ser cool.
Pode até ser um clichê indie, mas funciona graças a amabilidade da personagem de Greta Gerwig que demonstra uma autenticidade sincera e que é cada vez mais rara nesse tipo de cinema
Um filme claramente feito por um recém-formado em cinema com muita pretensão e pouco senso estético. O pior é a maneira que trata o garoto como uma depressão ambulante. Enfim, beira o ofensivo
Em razão do falecimento de Sérgio Ricardo, antecipei meu plano de ver um de seus filmes. A Noite do Espantalho combina as tradições e temáticas do Cinema Novo Brasileiro com o gênero do musical, alguma das melhores músicas do Sérgio podem ser ouvidas aqui, Alceu Valença e Geraldo Azevedo completam o time musical e Alceu em especial surpreende como ator. Mesmo numa perspectiva de cinema novo é um filme bastante singular na construção de seu universo.
Gosto de como a mise-en-scene espelha esse universo de artificialidade e de encenação em que vivem os personagens da cidade. Porém, enquanto sátira, o filme é engessado e não sinto que o Fassbinder aprofunda a desgastada analogia entre prostituição e política.
Incrível representação simbólica dos impasses na esquerda latino-americana durante a guerra fria. É Impressionante como tudo está aí, desde os líderes anti-imperialistas, em alguns casos meramente populistas, que confiavam mais em uma burguesia nacional reacionária do que nas bases populares que o elegeram. Passando pelo avanço da extrema-direita representante dos interesses do capital estrangeiro em todo continente, ancorada na retórica da ameaça comunista e da destruição dos valores familiares cristãos. Por fim, a luta armada contra esses regimes, movimento que na maioria das vezes fora encabeçado por uma esquerda estudantil pertencente a uma classe média intelectual.
Nesse sentido, Terra em transe narra a moderna tragédia latina cujo as consequências estão por aqui até hoje. A história das ditaduras e as décadas seguintes de subdesenvolvimento e repressão. História na qual o povo foi a maior vítima e mero espectador.
Os contrastes de um país que busca a modernização. É o país do milagre econômico e da fome. É um filme sobre contradições, o choque da cultura e do folclore sertanejo com um eminente mundo novo que devora o antigo, mas sem que as relações de poder e exploração sejam transformadas. Não estamos mais no sertão infinito de Deus e o Diabo, podemos ver as estradas, os postos Shell e a cidade em meio a mesma miséria.
O universo da contracultura dos anos 70 como objeto de medo e desejo de uma elite pseudo conservadora. Um giallo lisérgico, com sequências oníricas e cenas de perseguição extremamente habilidosas, que explora um choque cultural contemporâneo de forma bastante inventiva.
Mais um trabalho competente de John Huston, ainda que esse não esteja entre seus longas mais discutidos. É interessante como o filme funciona dentro de uma lógica de film-noir, com um tom de mistério que é imposto desde o primeiro momento, se fazendo valer da natureza chocante das descobertas feitas por Freud ao longo do filme para manter um clima instigante, trabalhando com uma ambiguidade do protagonista que é atormentado pelos resultados da sua própria pesquisa. Apesar desse tom de mistério, existe um cuidado para não se cair na caricatura, sendo fidedigno na retratação das ideias e dos métodos desenvolvidos por Freud. Huston ainda se apropria do estudo do sentido dos sonhos na psicanálise para inserir na narrativa sequências oníricas que parecem sair de um filme do Bergman ou do Fellini.
Às vésperas do golpe militar, o exército cumpre seu papel na manutenção da ordem e da fome. É o estado como perpetuador e fiador do sofrimento do seu próprio povo, seguindo ordens para preservar o ciclo de miséria e exploração.
A Câmara 36 de Shaolin
3.9 59 Assista AgoraÉ um filme em que a jornada de formação do protagonista acaba sendo ainda mais épica que a conclusão de sua saga
Sangue de Heróis
3.9 35 Assista AgoraMuito foda como através de uma micro história o Ford retrata toda a arrogância americana e os seus ideais supremacistas. Curioso pensar que esse mesmo senso de superioridade levaria o país, anos depois, a uma derrota histórica no Vietnã
Borat: Fita de Cinema Seguinte
3.6 551 Assista AgoraÉ um filme que tenta, mas não consegue, repetir a energia caótica e anárquica do primeiro. Muitas cenas funcionam como uma mera reedição de um momento icônico do seu antecessor (a cena do protesto anti-lockdown, por exemplo, funciona como um repeteco da infame sequência do rodeio no original). Pelas limitações que o próprio sucesso do personagem trazem, o filme é bastante dependente de uma narrativa formal, que é a coisa que menos queremos ver em um filme do Borat.
O que faz essa sequência não funcionar da mesma é forma, é que de lá pra cá, já nos acostumamos a ver essa mesma direita irracional, barulhenta e numerosa dizer todo tipo de absurdo preconceituoso, conspiracionista e anti-científico, não há mais surpresa ou choque em ver tudo isso. Além de estarmos inebriados, Borat 2 tão pouco consegue ser uma resposta à altura para a insanidade do fenômeno que se propõe em retratar.
Beleza Roubada
3.5 259É justo que haja um filme que exista somente para venerar a beleza da Liv Tyler, mas acho que ele não precisava ter essa aura pedófila e incestuosa.
FYRE Festival: Fiasco no Caribe
3.6 227O que eu acho fascinante nessa história é como ela acaba funcionando como uma espécie de zeitgeist do ridículo, é basicamente um suco do quem tem de mais tosco em nosso tempo.
Temos o empresário ~millennial descolado~ jovem e supostamente bem sucedido; O envolvimento de uma celebridade picareta em decadência; Os influenciadores topa-tudo-por-engajamento; A filosofia de coach empreendedor que norteava os organizadores e a sua equipe hiper-explorada; O Fyre como um exemplo de festival de música que as pessoas vão por qualquer coisa menos a música. Enfim, TÁ TUDO AÍ.
Uma Mulher Fantástica
4.1 422 Assista AgoraÉ um filme que infelizmente não vai muito além da relevância da sua temática, apesar de a tratar, de forma geral, com a devida sensibilidade, não deixa de estar completamente preso a uma narrativa que explora situações de injustiça e preconceito em cima de outras situações de injustiça e preconceito.
É inegável que o luto da protagonista também é parte importante da composição da narrativa, e um dos méritos da obra, mas essa superfície da vivência de uma pessoa trans nunca é superada.
Até existe a presença de elementos simbólicos dentro da narrativa, mas que acabam servindo apenas como um apanhado de alegorias visuais redundantes que ilustram as passagens do filme. Dentro desses simbolismos, ainda há o clichê da imagem da protagonista frente ao espelho, algo já esvaziado pelo cinema que repete essa mesma cena quase sempre que retrata personagens trans.
Hausu
3.7 241Um dos filmes mais singulares que já vi.
Tem um apelo genuinamente infantojuvenil, novelesco mesmo, eu consigo imaginar a larissa manoela ou a maísa estrelando uma versão brasileira disso. É curioso como essa inocência e apelo se mantém mesmo quando o filme assume o gore e o terror, nunca perdendo essa magia infantil. É um filme profundamente inventivo, com experimentação em cima de experimentação, todos os quadros e cenários são extremamente estilizados com técnicas e estéticas diferentes em cada plano, mas tudo dentro dessa unidade desorientadora e cartunesca que mistura o horror e a fantasia.
Os Demônios
3.9 153Os demônios de Ken Russell é um filme interessado nas relações entre a Igreja e o estado, principalmente em como a Igreja usa o estado para a manutenção de seus privilégios e como o estado usa a igreja para a repressão ideológica de adversários políticos em prol de uma unidade territorial. Através dessa dinâmica, o filme articula não só um comentário político-religioso, mas também sua relação entre thriller político, drama de época e o terror. Isso resulta na construção de uma atmosfera única, onde a desolação da Europa devastada pela guerra e pelo o horror da inquisição, são elementos que reverberam a natureza sobrenatural religiosa e a profanação dos símbolos da fé cristã.
Nesse cenário quase apocalíptico, o mártir cristão é um homem tão vil, vaidoso e corrupto quanto quem o acusa.
Do Além
3.6 156Incrível a habilidade de transitar entre gêneros do Stuart Gordon nesse filme aqui, possivelmente a melhor adaptação de H.P. Lovecraft pro cinema.
Casa Vazia
4.2 409Gosto do encontro dos protagonistas, como vagam pelos cenários abraçando a ausência de um propósito na vida, a conexão entre os dois que é intensificava pela ausência dos diálogos...
Sinto que o filme perde força no segundo ato quando eles se separam, Kim Ki-Duk desperdiça a oportunidade de explorar essa relação para focar em mudanças na narrativa que ora não dizem nada sobre o resto e ora são a materialização de um simbolismo vagabundo. (Toda sequência do protagonista na prisão e depois, já "invisível", se vingando do policial é uma bobagem)
Banho de Sangue
3.5 124Se anteriormente Mario Bava ajudou a construir alguma das principais convenções do giallo como gênero. Em Banho de Sangue ele desconstrói o que havia ajudado a estabelecer e ironiza a ideia de um assassino misterioso que empilha corpos enquanto a audiência tenta adivinhar quem está por de trás disso. O importante aqui não é a identidade do assassino, mas a onipresença do ato de matar, quase que como parte da natureza humana.
Águas Rasas
3.4 1,3K Assista AgoraUma garota, uma praia, uma gaivota e um tubarão. Nada mais. Detalhista no encantamento da câmera com o cenário e com a atriz. Efetivo na construção gradual da tensão.
Serra é sabidamente habilidoso na execução de sequências de ação e aqui ele faz muito com pouco.
Snatch: Porcos e Diamantes
4.2 1,1K Assista AgoraÉ sempre curioso rever esses filmes que a gente descobre cedo. Eu não lembrava quanto esse era bagunçado tanto formalmente quanto narrativamente, comparando com trabalhos mais recentes do Guy Ritchie, que são até menos prestigiados, eu diria que ele amadureceu como diretor inclusive. A maior parte do tempo, Snatch parece perdido em suas referências que vão de Tarantino à Danny Boyle e desesperado para ser cool.
Frances Ha
4.1 1,5K Assista AgoraPode até ser um clichê indie, mas funciona graças a amabilidade da personagem de Greta Gerwig que demonstra uma autenticidade sincera e que é cada vez mais rara nesse tipo de cinema
Yonlu
3.4 144Uma bobagem e um desserviço.
Um filme claramente feito por um recém-formado em cinema com muita pretensão e pouco senso estético. O pior é a maneira que trata o garoto como uma depressão ambulante. Enfim, beira o ofensivo
A Noite do Espantalho
4.0 27Em razão do falecimento de Sérgio Ricardo, antecipei meu plano de ver um de seus filmes. A Noite do Espantalho combina as tradições e temáticas do Cinema Novo Brasileiro com o gênero do musical, alguma das melhores músicas do Sérgio podem ser ouvidas aqui, Alceu Valença e Geraldo Azevedo completam o time musical e Alceu em especial surpreende como ator. Mesmo numa perspectiva de cinema novo é um filme bastante singular na construção de seu universo.
Lola
3.9 33Gosto de como a mise-en-scene espelha esse universo de artificialidade e de encenação em que vivem os personagens da cidade. Porém, enquanto sátira, o filme é engessado e não sinto que o Fassbinder aprofunda a desgastada analogia entre prostituição e política.
Terra em Transe
4.1 286 Assista AgoraIncrível representação simbólica dos impasses na esquerda latino-americana durante a guerra fria.
É Impressionante como tudo está aí, desde os líderes anti-imperialistas, em alguns casos meramente populistas, que confiavam mais em uma burguesia nacional reacionária do que nas bases populares que o elegeram. Passando pelo avanço da extrema-direita representante dos interesses do capital estrangeiro em todo continente, ancorada na retórica da ameaça comunista e da destruição dos valores familiares cristãos. Por fim, a luta armada contra esses regimes, movimento que na maioria das vezes fora encabeçado por uma esquerda estudantil pertencente a uma classe média intelectual.
Nesse sentido, Terra em transe narra a moderna tragédia latina cujo as consequências estão por aqui até hoje. A história das ditaduras e as décadas seguintes de subdesenvolvimento e repressão. História na qual o povo foi a maior vítima e mero espectador.
O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro
4.1 133 Assista AgoraOs contrastes de um país que busca a modernização. É o país do milagre econômico e da fome. É um filme sobre contradições, o choque da cultura e do folclore sertanejo com um eminente mundo novo que devora o antigo, mas sem que as relações de poder e exploração sejam transformadas. Não estamos mais no sertão infinito de Deus e o Diabo, podemos ver as estradas, os postos Shell e a cidade em meio a mesma miséria.
Uma Lagartixa num Corpo de Mulher
3.6 43O universo da contracultura dos anos 70 como objeto de medo e desejo de uma elite pseudo conservadora. Um giallo lisérgico, com sequências oníricas e cenas de perseguição extremamente habilidosas, que explora um choque cultural contemporâneo de forma bastante inventiva.
O Bandido da Luz Vermelha
3.9 264 Assista AgoraO filme mais brasileiro já feito
Freud, Além da Alma
3.9 175 Assista AgoraMais um trabalho competente de John Huston, ainda que esse não esteja entre seus longas mais discutidos. É interessante como o filme funciona dentro de uma lógica de film-noir, com um tom de mistério que é imposto desde o primeiro momento, se fazendo valer da natureza chocante das descobertas feitas por Freud ao longo do filme para manter um clima instigante, trabalhando com uma ambiguidade do protagonista que é atormentado pelos resultados da sua própria pesquisa. Apesar desse tom de mistério, existe um cuidado para não se cair na caricatura, sendo fidedigno na retratação das ideias e dos métodos desenvolvidos por Freud. Huston ainda se apropria do estudo do sentido dos sonhos na psicanálise para inserir na narrativa sequências oníricas que parecem sair de um filme do Bergman ou do Fellini.
Os Fuzis
4.1 70Às vésperas do golpe militar, o exército cumpre seu papel na manutenção da ordem e da fome. É o estado como perpetuador e fiador do sofrimento do seu próprio povo, seguindo ordens para preservar o ciclo de miséria e exploração.
Um Dia na Vida
4.1 72Como a TV explica o Brasil ou o Brasil que a TV moldou