Um Aranha brasileiro, no Rio, provavelmente viveria mais ou menos dessa maneira e teria esses dilemas pessoais. História boa, elenco ótimo e filmagem com uma qualidade absurda. O curta dá uma ideia de como esse tipo de história, com heróis e fantasias, poderiam ser contadas em contextos totalmente nacionais. É um multiverso, tudo é possível e como o próprio Stan Lee já dizia: todo mundo poderia usar a máscara. Mandaram muito bem na história e no principal dilema do Pedro Parques que é o conflito consigo mesmo e com o tio. As atuações são boas, mas o Raphael Lion e o Will Crispim dão o melhor de si nos personagens.
Eu não me senti muito convencido pelo mal entendido da máscara no começo do filme e eu acredito que a cena pós-créditos só confunde ao invés de esclarecer já que teve muito pouco tempo de tela para aquele personagem.
Também tenho uma crítica em relação ao figurino do Aranha, é a peça mais importante desse tipo de filme e ela não parece original como a boa história que eles contam. Mesmo que ela tenha que se parecer com a ideia do Ditko dos quadrinhos, eu acredito que teria sido bom ter tido um pouco mais de identidade como no curta Panóptico ou até mesmo no filme Lótus.
É possível notar as influências dos quadrinhos mas em especial da trilogia original do Sam Raimi, mas mesmo assim tem uma identidade própria e um visual muito original.
Gostei demais como é um curta repleto de honestidade na construção, o que as vezes é um trabalho difícil em filmes de fã. Panóptico é conduzido pela ideia do herói que se sacrifica mas se levanta todos os dias pra tentar de novo. A cena com Moonlight Sonata que representa a exaustão dele no confronto com os vilões, na luta pessoal, no trauma dele em ser o Homem-Aranha é tão brilhante que estranhei que nunca tenha sido feita nas produções oficiais de Hollywood. É algo muito original e autoral assim como outros detalhes.
Queria também atentar a repetição do tema do "bolo", que eu achei similar ao "leite e biscoitos" do Homem-Aranha 2 do Sam Raimi. O alimento ter um significado afetivo e simbólico na história é bem interessante. Aqui ele aparece como mensagem de perseverança e persistência tanto com o ex-presidiario como com o Homem-Aranha. É tão importante que o filme reprisa o alimento no pos creditos como uma figura de acolhimento pro espectador e pro personagem.
Queria elogiar a arte e a sequência da luta com os bandidos. A iluminação ganha um aspecto diferente de tudo o que a gente já assistiu, fica tudo meio filme noir, de mistério, com sombras contrastantes e enquadramentos que não escondem as limitações da produção mas se apropriam delas para mostrar o herói vulnerável, porém jamais derrotado.
Me emocionei de novo nos mesmos pontos da outra vez. Assisti quando saiu, acho que é um projeto de pessoas extremamente talentosas e com um olhar afetuoso e muito particular para a obra. É um filme de fã que demonstra como o mundo sente falta dessa abordagem sincera sobre o personagem e que se comunica com quem assiste. Falta humanidade nos super-heróis e Panóptico tem humanidade de sobra.
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Aranha: Sob a Sombra da Máscara
4.0 1Um Aranha brasileiro, no Rio, provavelmente viveria mais ou menos dessa maneira e teria esses dilemas pessoais. História boa, elenco ótimo e filmagem com uma qualidade absurda. O curta dá uma ideia de como esse tipo de história, com heróis e fantasias, poderiam ser contadas em contextos totalmente nacionais. É um multiverso, tudo é possível e como o próprio Stan Lee já dizia: todo mundo poderia usar a máscara. Mandaram muito bem na história e no principal dilema do Pedro Parques que é o conflito consigo mesmo e com o tio. As atuações são boas, mas o Raphael Lion e o Will Crispim dão o melhor de si nos personagens.
Eu não me senti muito convencido pelo mal entendido da máscara no começo do filme e eu acredito que a cena pós-créditos só confunde ao invés de esclarecer já que teve muito pouco tempo de tela para aquele personagem.
Também tenho uma crítica em relação ao figurino do Aranha, é a peça mais importante desse tipo de filme e ela não parece original como a boa história que eles contam. Mesmo que ela tenha que se parecer com a ideia do Ditko dos quadrinhos, eu acredito que teria sido bom ter tido um pouco mais de identidade como no curta Panóptico ou até mesmo no filme Lótus.
Assisti no YouTube em 24 de março de 2024
Homem-Aranha: Panóptico
3.2 3É possível notar as influências dos quadrinhos mas em especial da trilogia original do Sam Raimi, mas mesmo assim tem uma identidade própria e um visual muito original.
Gostei demais como é um curta repleto de honestidade na construção, o que as vezes é um trabalho difícil em filmes de fã. Panóptico é conduzido pela ideia do herói que se sacrifica mas se levanta todos os dias pra tentar de novo. A cena com Moonlight Sonata que representa a exaustão dele no confronto com os vilões, na luta pessoal, no trauma dele em ser o Homem-Aranha é tão brilhante que estranhei que nunca tenha sido feita nas produções oficiais de Hollywood. É algo muito original e autoral assim como outros detalhes.
Queria também atentar a repetição do tema do "bolo", que eu achei similar ao "leite e biscoitos" do Homem-Aranha 2 do Sam Raimi. O alimento ter um significado afetivo e simbólico na história é bem interessante. Aqui ele aparece como mensagem de perseverança e persistência tanto com o ex-presidiario como com o Homem-Aranha. É tão importante que o filme reprisa o alimento no pos creditos como uma figura de acolhimento pro espectador e pro personagem.
Queria elogiar a arte e a sequência da luta com os bandidos. A iluminação ganha um aspecto diferente de tudo o que a gente já assistiu, fica tudo meio filme noir, de mistério, com sombras contrastantes e enquadramentos que não escondem as limitações da produção mas se apropriam delas para mostrar o herói vulnerável, porém jamais derrotado.
Me emocionei de novo nos mesmos pontos da outra vez. Assisti quando saiu, acho que é um projeto de pessoas extremamente talentosas e com um olhar afetuoso e muito particular para a obra. É um filme de fã que demonstra como o mundo sente falta dessa abordagem sincera sobre o personagem e que se comunica com quem assiste. Falta humanidade nos super-heróis e Panóptico tem humanidade de sobra.