Trabalho com dependentes químicos e familiares , e consegui ver no filme os relatos que ouço diariamente... Gosto muito da Mila e gostei bastante da sensibilidade, da retratação dos impactos psicológicos em todos, como cada familiar lida com a situação, a desconfiança constante, a pressão da culpa dos dois lados, a dúvida sobre o que fazer (acolher x ser rígido), o lembrete do filme de que é um transtorno multifatorial e não tem como dizer o que levou a isso... Sendo baseado em fatos reais ainda, me cativou.
Gostei mais que o esperado! Os simbolismos em relação a sentimentos, preconceitos e a separações entre "tipos de pessoas e afins", a representatividade das cores nos significados das cenas do filme (sobretudo o verde, né? kk). Amei analisar as possíveis perspectivas.
Gostei da vibe monocromática e até mesmo o contraste que as cores pastéis assumem diante de tantas angústias. Quanto às histórias, apesar das críticas sobre superficialidade, achei interessante acompanhar as mazelas do cotidiano dos personagens, os preconceitos, fetiches, questões mentais, mas sobretudo os afetos, que muitas vezes são apagados aos olhos de terceiros diante do considerado diferente.
Além disso, senti também uma intenção de demonstrar que os ditos "normais" socialmente são os doentes, e os "excluídos", os saudáveis ou adoecidos pelos supracitados.
Como uma das personagens ressaltou e acredito que tenha servido de moral para as demais histórias, a aparência física, a pele, não define a profundidade de cada ser humano.
Segunda vez que assisto, hoje atuando na área de saúde mental, o que fez com quem mexesse 3x mais comigo agora. É triste lembrar que a visão manicomial ainda impera, e importante tentar levar adiante os ideais humanizados de Nise... Prender e medicar excessivamente não é tratar!
nossas vivências são complementares. Querer se livrar das partes ruins ou difíceis acarreta a perda do que foi bom também. Vale mais a pena enfrentar o problema que abrir mão de tudo para viver uma vida confortável, "preta e branca" ... Talvez por isso os cabelos coloridos de Clem unidos ao fato dela ser vista como um "conceito" que trará vida a ele? Talvez por isso ela cita a ansiedade/tristeza de possivelmente estar vivendo menos coisas do que poderia de fato? Não sei. Especulando apenas. Enfim, tudo o que vivemos é importante.
Apenas uma coisa não se encaixou para mim (caso alguém tenha conectado isso à linha do tempo... help):
O início do filme mostra momentos do REENCONTRO dos dois após serem apagados, e só depois vai para a cena em que o tempo volta e ele chora no carro com o término inicial, seguido dos momentos da relação primária. Aí vem a questão: após apagar a memória de Clem, Patrick (o 100% antiético) começa a ficar com ela e utiliza falas e momentos que ocorreram no REENCONTRO (como a cena do lago), ou seja, coisas que não rolaram ainda pq eles ainda não haviam se reencontrado, não?
Ok. Em certo momento cheguei a pensar que o plot twist seria ela ser a própria clone, mas daí refleti: "se ela fosse, a verdadeira que ficou no lugar de sombra chegaria falando sobre isso, e não se autodenominando sombra desde sempre, né?" Daí no final, txaram, era isso mesmo. Não entendi.
Alguém me explica como ele recuperou a Posy após a "troca de filhos", se depois que ele teve o terceiro, não pôde mais voltar no tempo pra ver o pai justamente pela questão que ele explicou anteriormente sobre o momento da concepção gerar sempre filhos novos? Acho que perdi a linha de raciocínio aí kk
Gosto muito dessa animação, pois ela me traz algumas reflexões quanto aos falsos "bons samaritanos" (e como é surreal a distorção de valores que eles têm de si mesmos), a leis vigentes que não são tão boas ou justas assim, ao conformismo da massa diante do poder atual... Também faz pensar que muitas vezes os desajustados são aqueles que estão com a razão.
Por fim, numa análise mais emocional, Quasímodo demonstrou o sentido do amor genuíno, pois além de possuir uma personalidade maravilhosa, ele também amou Esmeralda independente de como ela queria ser feliz...
Adorei minha identificação com ele no quesito: medo de pegar a via de acesso pra rodovia recém motorizada hahaha mas não só isso, amei a animação, sua temática geek e o apelo emocional <3
Faz tempo que eu não me arrependia de verdade de assistir um filme... Só a trilha sonora que gostei. Enredo fraco e muitas vezes sem nexo, arrastado, vazio.
Meu comentário estará permeado por SPOILERS, então se pretende assisti0,r pare aqui. Mas não recomendo rs
Vejo opiniões controversas sobre o filme, ainda que a maioria seja similar a minha (um filme com um enredo ruim). Parte do desgosto com o filme vem da indignação de que uma mulher abusada, sequestrada etc, apaixonou-se pelo seu sequestrador. Para quem tem um conhecimento mínimo de estudos psicológicos, pode identificar a Síndrome de Estocolmo presente, mas devo lembrar que existem muitos espectadores leigos que introjetarão uma mensagem totalmente distorcida do que é romance, e basta ver o desenrolar do filme pra perceber QUE ELE NÃO TEM A PREMISSA DE PROBLEMATIZAR ESTOCOLMO. O espectador pode até perceber algo do tipo, mas na história são pessoas sãs, o que o difere (negativamente) de outras obras com situações semelhantes, que apontam o desequilíbrio mental. Pensei enquanto assistia "ok, ela se apaixonou, mas acho que no final acontecerá algo que aponte que isso é bizarro, ou anormal". Mas não. É esse o ponto! Filmes que retratam algum tipo de realidade, mesmo que desgostosa, são bem vindos. O problema é que romantizaram tudo isso e acabou aí. O filme não traz nenhuma reflexão, é subjugação da mulher gratuita. Pequei ao dar uma chance para ele.
Comecei a assistir despretensiosamente, e fui surpreendida!
Simone era o Pitbull do bairro, e Marcello o Chihuahua medroso demais para enfrentá-lo, caindo assim numa situação de total submissão. Sua postura também faz pensar o quanto ser neutro é ser conivente! (fica aí a reflexão). "Dogman", num primeiro momento parece remeter à profissão do protagonista, mas no decorrer do filme é possível assimilar isso às atitudes humanas... Quem é o verdadeiro "animal"? Nós vivemos a lei do mais forte, seres racionais onde o selvagem é apenas disfarçado:
Pois a força bruta sempre vence, seja por Simone, seja pela vontade dos comerciantes em matar Simone, seja a vingança de Marcello e até mesmo a ineficiência da polícia que "após 2 meses o soltam"... Isso é visto inclusive na forma como os comerciantes não conseguem enfrentar Simone independente do que ele faça, mas conseguem destilar o ódio deles em Marcello após o roubo. Fora isso, acho que há um paralelo entre as cenas das gaiolas dos cães e as celas da prisão, e entre a corrente que enforca Simone e os enforcadores utilizados em raças grandes, como pitbulls!.
Sobre a cena final, dentre tantos pensamentos possíveis, me veio como alternativa Marcello pensar: "Eu finalmente consegui impor minha força sobre ele, gostei de subjugá-lo e me sentir poderoso (a ponto de me vangloriar). Se eu fosse o pitbull do território, será que eu não poderia ser igual a ele sem depender de alguém para conseguir as coisas por mim?".
Ou então:
"Mesmo fazendo o que eles também queriam, mesmo sujando minhas mãos, permaneci sozinho e irei para a prisão novamente. Cães que ladram não mordem".
Só pude pensar numa coisa: Será que é essa a explicação para aquelas pessoas que dão um 360º na vida, mudando totalmente de hábitos e interesses? kkkk
Mas agora sério, sobre o filme: Achei sensacional a proposta, as metáforas, o manipular e ser manipulado e demais questões intrigantes de nossa experiência humana, mas não pude deixar de me incomodar com algumas coisas acontecendo rápido demais...
Como a paixão vinda da Lotte pela Maxine! E no final, achei mal explicado Lotte simplesmente perdoa-la só porque o filho era "dela" sendo que durante todo esse tempo Maxine nem a procurou após aquela despedida fria, não parecendo haver legitimidade nesse "amor proibido"... E também achei difícil engolir que Maxine viveria feliz para sempre com ela, sendo que inicialmente ela deixou claro que sua atração física era por homens.
Em contrapartida, muito bom refletir que no fim a real titereira era MAXINE! E como titereiros de humanos são reais em nosso cotidiano!
Para um filme de 1968, os efeitos especiais, os ângulos, os cortes e cenários são indiscutivelmente GENIAIS. Fiquei bem surpresa. Os assuntos propostos sobre evolução, tecnologia, existência, dentre outros recortes inclusos até que são detectáveis, mas falando por mim, consegui entender uma parte de cada vez das quatro (confesso que demorei um pouquinho na quarta parte, na qual vemos não só a mudança do espaço, mas do tempo em cenas quase simultâneas), sendo bem confuso detectar a linha que faz o "click" entre todas. Entendo as passagens, mas o que elas tem em comum de forma profunda só fica realmente evidente após um estudo pré ou pós filme. Não gosto de filmes que entregam tudo de bandeja, mas este superou no quesito entrelinhas de forma desagradável para mim... É uma obra que em algum momento você precisa parar para ler muita informação a respeito e não sinto que isso seja tão bom assim. Sinto que faltou um equilíbrio. É como se pudéssemos captar as bordas vendo o filme, e só depois descobrir fora dele, por outros meios, a essência (que é bem diferente de simplesmente captar os temas). Não posso dizer se também é possível chegar a esse vislumbre reassistindo, pois não o fiz e não pretendo tão já. Também achei que o ritmo poderia ter sido mais breve em DETERMINADAS cenas. No geral faz todo sentido na ambientação, mas em três ou quatro cenas não foi existencialmente "desconfortante" ou "angustiante", como dizem ser a proposta. Só me deu sono mesmo... (Diferente da sensação angustiante que a monotomia do filme "Amour" me causou... Não são comparáveis em naaada fora do quesito ritmo, mas aproveito para recomendar rs). Inclusive, falando de cenas, muito legal a jogada com a respiração, a falta de transmissão e outras cenas que trazem a quebra da quarta parede. Em suma, achei que o filme é sim muito bom no quesito técnico e conceitual, mas o desenvolvimento do enredo ultrapassou a linha que possibilita um entendimento suficiente para assisti-lo uma vez e captar o essencial. É como se faltasse um elemento de vínculo entre espectador e obra. Agora entendo o sentimento de Woody Allen quando o assistiu kkk Mas quem sabe, como ele, numa terceira vez eu finalmente capte a grandiosidade da obra por si só... Por ora, não
Ótima fotografia e atuação do protagonista. No demais, o desenvolvimento não me prendeu a atenção. Foi quase um parto para terminar comparado a filmes do mesmo estilo... Pode ser que eu não esteja num bom dia para esse tipo de obra, mas foi o que senti. Quanto às cenas de violência contra mulheres, julgo ter conseguido provocar o asco a quem assiste, sobretudo sendo vítimas tão vulneráveis a ponto de negligenciarem sua autopreservação. Mas por mais negligentes e alcoolizadas que sejam, não consigo imaginar um cenário real em que uma pessoa fale de forma ríspida coisas horríveis e ainda sim você vá para um lugar a sós com ela... Enfim.
OBSERVAÇÕES COM SPOILER:
Na cena em que ele senta com as demais senhoras após a evangelizadora sair, as ocorrências anteriores deram-me a impressão de que elas se dariam mal por não terem aceitado a palavra divina, pois aquela que ouviu se livrou da situação degradante na qual se encontrava... E também senti a tentativa da culpabilização dos atos dele pelo álcool, como se todas às vezes fossem acima de sua racionalidade, o que não achei muito plausível, considerando sua personalidade misógina e o número de vezes em que ele cometeu crimes. No máximo foi uma forma dele mesmo se encorajar a fazer algo que queria. Não achei a tentativa dele em parar de beber um contraponto convincente para gerar empatia. Por fim, qual a lógica do garoto levar a moça para aquele lugar? Pareceu um ocorrido forçado para promover o reencontro.
"Estômago" pode ser uma metáfora aplicada em diversos sentidos no filme, né? Tem que ter estômago pra vivenciar algumas coisas que Nonato vivenciou, o filme em si é um soco no estômago, algumas pessoas são compradas e conquistadas pelo estômago, ou até mesmo se deixam tanto levar pelo estômago que se cega para outros pontos, e por aí vai... Mas com certeza, o devorar ou ser devorado pelas circunstâncias, figuradamente ou não, é o que mais impacta!
Quatro Dias com Ela
3.3 68 Assista AgoraTrabalho com dependentes químicos e familiares , e consegui ver no filme os relatos que ouço diariamente... Gosto muito da Mila e gostei bastante da sensibilidade, da retratação dos impactos psicológicos em todos, como cada familiar lida com a situação, a desconfiança constante, a pressão da culpa dos dois lados, a dúvida sobre o que fazer (acolher x ser rígido), o lembrete do filme de que é um transtorno multifatorial e não tem como dizer o que levou a isso... Sendo baseado em fatos reais ainda, me cativou.
Só poderiam ter explorado melhor o ocorrido após o hospital.
A Forma da Água
3.9 2,7KGostei mais que o esperado!
Os simbolismos em relação a sentimentos, preconceitos e a separações entre "tipos de pessoas e afins", a representatividade das cores nos significados das cenas do filme (sobretudo o verde, né? kk).
Amei analisar as possíveis perspectivas.
Joias Brutas
3.7 1,1K Assista AgoraZzzzz
Peles
3.4 590 Assista AgoraGostei da vibe monocromática e até mesmo o contraste que as cores pastéis assumem diante de tantas angústias.
Quanto às histórias, apesar das críticas sobre superficialidade, achei interessante acompanhar as mazelas do cotidiano dos personagens, os preconceitos, fetiches, questões mentais, mas sobretudo os afetos, que muitas vezes são apagados aos olhos de terceiros diante do considerado diferente.
Além disso, senti também uma intenção de demonstrar que os ditos "normais" socialmente são os doentes, e os "excluídos", os saudáveis ou adoecidos pelos supracitados.
Como uma das personagens ressaltou e acredito que tenha servido de moral para as demais histórias, a aparência física, a pele, não define a profundidade de cada ser humano.
Malcolm X
4.1 267 Assista AgoraComo não chorar após toda essa contextualização histórica?
Um filme necessário.
Nise: O Coração da Loucura
4.3 656 Assista AgoraSegunda vez que assisto, hoje atuando na área de saúde mental, o que fez com quem mexesse 3x mais comigo agora. É triste lembrar que a visão manicomial ainda impera, e importante tentar levar adiante os ideais humanizados de Nise... Prender e medicar excessivamente não é tratar!
O Regresso
4.0 3,5K Assista AgoraLiteralmente visceral
Comemoração de 20 Anos de Harry Potter: De Volta a …
4.3 363 Assista AgoraEmocionada <3
Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças
4.3 4,7K Assista AgoraAssisti novamente e gostei ainda mais! Gosto de filmes não lineares e com simbolismos... E a mensagem que ficou, para mim, foi que
nossas vivências são complementares. Querer se livrar das partes ruins ou difíceis acarreta a perda do que foi bom também. Vale mais a pena enfrentar o problema que abrir mão de tudo para viver uma vida confortável, "preta e branca" ... Talvez por isso os cabelos coloridos de Clem unidos ao fato dela ser vista como um "conceito" que trará vida a ele? Talvez por isso ela cita a ansiedade/tristeza de possivelmente estar vivendo menos coisas do que poderia de fato? Não sei. Especulando apenas. Enfim, tudo o que vivemos é importante.
Apenas uma coisa não se encaixou para mim (caso alguém tenha conectado isso à linha do tempo... help):
O início do filme mostra momentos do REENCONTRO dos dois após serem apagados, e só depois vai para a cena em que o tempo volta e ele chora no carro com o término inicial, seguido dos momentos da relação primária. Aí vem a questão: após apagar a memória de Clem, Patrick (o 100% antiético) começa a ficar com ela e utiliza falas e momentos que ocorreram no REENCONTRO (como a cena do lago), ou seja, coisas que não rolaram ainda pq eles ainda não haviam se reencontrado, não?
Nós
3.8 2,3K Assista AgoraOk. Em certo momento cheguei a pensar que o plot twist seria ela ser a própria clone, mas daí refleti: "se ela fosse, a verdadeira que ficou no lugar de sombra chegaria falando sobre isso, e não se autodenominando sombra desde sempre, né?" Daí no final, txaram, era isso mesmo. Não entendi.
Questão de Tempo
4.3 4,0K Assista AgoraAlguém me explica como ele recuperou a Posy após a "troca de filhos", se depois que ele teve o terceiro, não pôde mais voltar no tempo pra ver o pai justamente pela questão que ele explicou anteriormente sobre o momento da concepção gerar sempre filhos novos? Acho que perdi a linha de raciocínio aí kk
Envelhescência
4.3 6Pensei que sairia com uma crise existencial, saí com o coração quentinho! <3
O Corcunda de Notre Dame
3.7 536 Assista AgoraGosto muito dessa animação, pois ela me traz algumas reflexões quanto aos falsos "bons samaritanos" (e como é surreal a distorção de valores que eles têm de si mesmos), a leis vigentes que não são tão boas ou justas assim, ao conformismo da massa diante do poder atual... Também faz pensar que muitas vezes os desajustados são aqueles que estão com a razão.
Por fim, numa análise mais emocional, Quasímodo demonstrou o sentido do amor genuíno, pois além de possuir uma personalidade maravilhosa, ele também amou Esmeralda independente de como ela queria ser feliz...
Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica
3.9 662 Assista AgoraAdorei minha identificação com ele no quesito: medo de pegar a via de acesso pra rodovia recém motorizada hahaha mas não só isso, amei a animação, sua temática geek e o apelo emocional <3
A Noviça Rebelde
4.2 801 Assista AgoraPositivamente surpresa
Amores Canibais
2.4 393 Assista AgoraFaz tempo que eu não me arrependia de verdade de assistir um filme... Só a trilha sonora que gostei. Enredo fraco e muitas vezes sem nexo, arrastado, vazio.
Branquinha
2.5 180 Assista AgoraÉ raiva atrás de raiva aaaa
365 Dias
1.5 879 Assista AgoraMeu comentário estará permeado por SPOILERS, então se pretende assisti0,r pare aqui. Mas não recomendo rs
Vejo opiniões controversas sobre o filme, ainda que a maioria seja similar a minha (um filme com um enredo ruim). Parte do desgosto com o filme vem da indignação de que uma mulher abusada, sequestrada etc, apaixonou-se pelo seu sequestrador. Para quem tem um conhecimento mínimo de estudos psicológicos, pode identificar a Síndrome de Estocolmo presente, mas devo lembrar que existem muitos espectadores leigos que introjetarão uma mensagem totalmente distorcida do que é romance, e basta ver o desenrolar do filme pra perceber QUE ELE NÃO TEM A PREMISSA DE PROBLEMATIZAR ESTOCOLMO. O espectador pode até perceber algo do tipo, mas na história são pessoas sãs, o que o difere (negativamente) de outras obras com situações semelhantes, que apontam o desequilíbrio mental.
Pensei enquanto assistia "ok, ela se apaixonou, mas acho que no final acontecerá algo que aponte que isso é bizarro, ou anormal". Mas não. É esse o ponto! Filmes que retratam algum tipo de realidade, mesmo que desgostosa, são bem vindos. O problema é que romantizaram tudo isso e acabou aí. O filme não traz nenhuma reflexão, é subjugação da mulher gratuita. Pequei ao dar uma chance para ele.
Dogman
3.6 113 Assista AgoraComecei a assistir despretensiosamente, e fui surpreendida!
Simone era o Pitbull do bairro, e Marcello o Chihuahua medroso demais para enfrentá-lo, caindo assim numa situação de total submissão. Sua postura também faz pensar o quanto ser neutro é ser conivente! (fica aí a reflexão).
"Dogman", num primeiro momento parece remeter à profissão do protagonista, mas no decorrer do filme é possível assimilar isso às atitudes humanas... Quem é o verdadeiro "animal"? Nós vivemos a lei do mais forte, seres racionais onde o selvagem é apenas disfarçado:
Pois a força bruta sempre vence, seja por Simone, seja pela vontade dos comerciantes em matar Simone, seja a vingança de Marcello e até mesmo a ineficiência da polícia que "após 2 meses o soltam"... Isso é visto inclusive na forma como os comerciantes não conseguem enfrentar Simone independente do que ele faça, mas conseguem destilar o ódio deles em Marcello após o roubo.
Fora isso, acho que há um paralelo entre as cenas das gaiolas dos cães e as celas da prisão, e entre a corrente que enforca Simone e os enforcadores utilizados em raças grandes, como pitbulls!.
Sobre a cena final, dentre tantos pensamentos possíveis, me veio como alternativa Marcello pensar: "Eu finalmente consegui impor minha força sobre ele, gostei de subjugá-lo e me sentir poderoso (a ponto de me vangloriar). Se eu fosse o pitbull do território, será que eu não poderia ser igual a ele sem depender de alguém para conseguir as coisas por mim?".
Ou então:
"Mesmo fazendo o que eles também queriam, mesmo sujando minhas mãos, permaneci sozinho e irei para a prisão novamente. Cães que ladram não mordem".
Animalesco.
Quero Ser John Malkovich
4.0 1,4K Assista AgoraSó pude pensar numa coisa: Será que é essa a explicação para aquelas pessoas que dão um 360º na vida, mudando totalmente de hábitos e interesses? kkkk
Mas agora sério, sobre o filme: Achei sensacional a proposta, as metáforas, o manipular e ser manipulado e demais questões intrigantes de nossa experiência humana, mas não pude deixar de me incomodar com algumas coisas acontecendo rápido demais...
Como a paixão vinda da Lotte pela Maxine! E no final, achei mal explicado Lotte simplesmente perdoa-la só porque o filho era "dela" sendo que durante todo esse tempo Maxine nem a procurou após aquela despedida fria, não parecendo haver legitimidade nesse "amor proibido"... E também achei difícil engolir que Maxine viveria feliz para sempre com ela, sendo que inicialmente ela deixou claro que sua atração física era por homens.
Em contrapartida, muito bom refletir que no fim a real titereira era MAXINE! E como titereiros de humanos são reais em nosso cotidiano!
Enfim, detalhes.Por isso, nota 4.
2001: Uma Odisseia no Espaço
4.2 2,4K Assista AgoraPara um filme de 1968, os efeitos especiais, os ângulos, os cortes e cenários são indiscutivelmente GENIAIS. Fiquei bem surpresa. Os assuntos propostos sobre evolução, tecnologia, existência, dentre outros recortes inclusos até que são detectáveis, mas falando por mim, consegui entender uma parte de cada vez das quatro (confesso que demorei um pouquinho na quarta parte, na qual vemos não só a mudança do espaço, mas do tempo em cenas quase simultâneas), sendo bem confuso detectar a linha que faz o "click" entre todas. Entendo as passagens, mas o que elas tem em comum de forma profunda só fica realmente evidente após um estudo pré ou pós filme.
Não gosto de filmes que entregam tudo de bandeja, mas este superou no quesito entrelinhas de forma desagradável para mim... É uma obra que em algum momento você precisa parar para ler muita informação a respeito e não sinto que isso seja tão bom assim. Sinto que faltou um equilíbrio. É como se pudéssemos captar as bordas vendo o filme, e só depois descobrir fora dele, por outros meios, a essência (que é bem diferente de simplesmente captar os temas). Não posso dizer se também é possível chegar a esse vislumbre reassistindo, pois não o fiz e não pretendo tão já.
Também achei que o ritmo poderia ter sido mais breve em DETERMINADAS cenas. No geral faz todo sentido na ambientação, mas em três ou quatro cenas não foi existencialmente "desconfortante" ou "angustiante", como dizem ser a proposta. Só me deu sono mesmo... (Diferente da sensação angustiante que a monotomia do filme "Amour" me causou... Não são comparáveis em naaada fora do quesito ritmo, mas aproveito para recomendar rs). Inclusive, falando de cenas, muito legal a jogada com a respiração, a falta de transmissão e outras cenas que trazem a quebra da quarta parede.
Em suma, achei que o filme é sim muito bom no quesito técnico e conceitual, mas o desenvolvimento do enredo ultrapassou a linha que possibilita um entendimento suficiente para assisti-lo uma vez e captar o essencial. É como se faltasse um elemento de vínculo entre espectador e obra. Agora entendo o sentimento de Woody Allen quando o assistiu kkk Mas quem sabe, como ele, numa terceira vez eu finalmente capte a grandiosidade da obra por si só... Por ora, não
Má Educação
4.2 1,1K Assista Agora"Inception" de plot twists hehe
O Bar Luva Dourada
3.5 340Ótima fotografia e atuação do protagonista.
No demais, o desenvolvimento não me prendeu a atenção. Foi quase um parto para terminar comparado a filmes do mesmo estilo... Pode ser que eu não esteja num bom dia para esse tipo de obra, mas foi o que senti.
Quanto às cenas de violência contra mulheres, julgo ter conseguido provocar o asco a quem assiste, sobretudo sendo vítimas tão vulneráveis a ponto de negligenciarem sua autopreservação. Mas por mais negligentes e alcoolizadas que sejam, não consigo imaginar um cenário real em que uma pessoa fale de forma ríspida coisas horríveis e ainda sim você vá para um lugar a sós com ela... Enfim.
OBSERVAÇÕES COM SPOILER:
Na cena em que ele senta com as demais senhoras após a evangelizadora sair, as ocorrências anteriores deram-me a impressão de que elas se dariam mal por não terem aceitado a palavra divina, pois aquela que ouviu se livrou da situação degradante na qual se encontrava...
E também senti a tentativa da culpabilização dos atos dele pelo álcool, como se todas às vezes fossem acima de sua racionalidade, o que não achei muito plausível, considerando sua personalidade misógina e o número de vezes em que ele cometeu crimes. No máximo foi uma forma dele mesmo se encorajar a fazer algo que queria. Não achei a tentativa
dele em parar de beber um contraponto convincente para gerar empatia.
Por fim, qual a lógica do garoto levar a moça para aquele lugar? Pareceu um ocorrido forçado para promover o reencontro.
Estômago
4.2 1,6K Assista Agora"Estômago" pode ser uma metáfora aplicada em diversos sentidos no filme, né?
Tem que ter estômago pra vivenciar algumas coisas que Nonato vivenciou, o filme em si é um soco no estômago, algumas pessoas são compradas e conquistadas pelo estômago, ou até mesmo se deixam tanto levar pelo estômago que se cega para outros pontos, e por aí vai... Mas com certeza, o devorar ou ser devorado pelas circunstâncias, figuradamente ou não, é o que mais impacta!