"Estômago" pode ser uma metáfora aplicada em diversos sentidos no filme, né? Tem que ter estômago pra vivenciar algumas coisas que Nonato vivenciou, o filme em si é um soco no estômago, algumas pessoas são compradas e conquistadas pelo estômago, ou até mesmo se deixam tanto levar pelo estômago que se cega para outros pontos, e por aí vai... Mas com certeza, o devorar ou ser devorado pelas circunstâncias, figuradamente ou não, é o que mais impacta!
Fui entender que a atmosfera toda girava sobre Charles Manson (isso é spoiler? Acho que não) quando tava no carro voltando pra casa, pois não havia visto todo o debate sobre o filme pela internet, só li a sinopse e fui kkk... Quando as peças se encaixaram, foi um insight muito bommmm, enxergar as nuances de um caso real na ficção que também se entrelaça com as questões cinematográficas reais haha. Um grande clichê é esperar sangue de Tarantino, e
Achei excelente! Conseguiram inovar a saga com um enredo diferente, colocando holofote em personagens antes pouco usados e trazendo novas personalidades... Lembrei de Mad Max com a Beth hahaha. O cenário também foi bem inesperado para mim, não se tornando repetitivo. Amei também a questão do processo educacional do qual o garfinho faz parte, trazendo nuances da realidade infantil. Não decepcionou e o desfecho fez todo o sentido.
Vendo alguns comentários aqui e no vídeo do youtube, percebe-se que muitos conservadores não entenderam a história muito bem. Galera só sabe pensar em 8 ou 80.
Fazer o que, a arte está sujeita a todo tipo de interpretação, mas seria mais fácil se as pessoas se inteirassem sobre vida e obra do autor.
Foi interessante identificar diversas partes do relato do Buk no livro "Hollywood" enquanto eu assistia o filme... A cena do roubo do milho, a crítica da cena na qual Henry, um bêbado, deixa metade da garrafa pra trás, o diálogo no espelho sendo um capricho do ator... Enfim.
Mas eu imaginava o Henry com a voz mais rouca, um tom mais de firme e saco cheio do que chapado e mole... Mas é isso. Percepções né!
Acho que o principal diferencial deste para outros filmes de herói foi a "novidade" de ocorrer num cenário aquático. Os efeitos são encantadores e isso com certeza valoriza a experiência.
A forma como os pais influenciam as vivências dos filhos. Uma sentia a pressão por ter pais que se destacaram enquanto ela era a "fracassada". A outra era má como uma forma de defesa agressiva diante da realidade que sua mãe a colocava, com cobranças supérfluas e nada maternais.
ter desenvolvido melhor a forma como ela reatou a amizade com a Verônica. Foi um dos grandes impasses a mancada que ela deu com a foto e do nada a prejudicada resolve ajudar ela a conseguir o que mais queria? Poderia ser melhor.
Psicologicamente confusa com esse filme. História forte, mas com várias cenas arrastadas que dava vontade de passar logo. Tem uma moral espiritualmente bonita, mas decepciona mesmo assim com o desfecho. É um filme "sei lá". Mas tem uma fotografia legal, as cenas pós vida são lindas.
Um ponto que achei interessante no filme foram os diversos momentos em que se evidenciava o quanto Kroc era uma cópia de tudo o que passava por ele, ao mesmo tempo que usava isso ao seu favor:
o cara vendia piano, depois ele diz que ele vendia;
o cara tinha tal esposa e ele logo deu um jeito de ter para ele;
a voz do disco falava uma frase motivacional e lá estava ele discursando essa frase ao final do filme;
quando contou a ideia dos milk shakes em pó aos irmãos, disse que foi ele quem achou;
e óbvio, a jogada central do filme com os restaurantes, onde ele é o fundador só que não
A ideia dos terrenos de forma a controlar tudo nem foi dele, mas aí foi contratação de serviço e não cópia, então ok.
Ele se tornou os ricos que tanto criticou. Na realidade ele queria ser como eles.
Há outras que não me recordo, mas enfim. O fato de ter acabado o filme com uma cena desse viés me fez refletir o quanto uma pessoa se perde no seu ser, se torna caricatura de tudo ao seu redor em nome da riqueza. Sempre movido por querer o que os outros tinham, alcançar um padrão esquecendo-se de viver (vide a vida com a esposa, coitada). Quem é Kroc?
Excelente, sobretudo se aplicamos um olhar psicológico:
A forma como a pessoa presa em cativeiro precisa adequar sua subjetividade e ações para sobreviver e até mesmo não surtar, mantendo-se na linha tênue entre desespero e calma, tentando viver normalmente num contexto nada normal;
Pensar na psicopatia do sequestrador, que vive uma relação tratando-a como se fossem livres, ao mesmo tempo que estipula limites pela agressão e abuso. E a forma como ela tinha que corresponder às atitudes superficialmente normais dele;
O fato de que o ser humano é constituído através do que sabe e, quando tirado de perto do conhecido, sente falta, afinal, para nós só existe aquilo que conhecemos (e isso não só dentro de um quarto, mas na vida em geral);
Mesmo que a situação anterior seja ruim, ainda é a mais familiar, sendo difícil desapegar-se mesmo quando se conhece o que é bom, ainda mais tratando-se de uma criança em desenvolvimento psicológico, social, etc; sendo necessário o processo de desapego da cena final (o tchau aos objetos);
e, por fim, pensar que esse tipo de caso existe por aí, em todo canto pessoas em cativeiro... Passei por muitas angústias e faltas de ar, talvez por pensar justamente nessa questão.
Minha interpretação: 1- Ele preza a importância de amar e ser feliz, ressaltando as risadas e a felicidade de Adão estar com Eva, por fim. 2- Ele aborda muitas vezes a ganância e egoísmo dos humanos (homens massinhas de Satã, ganância/orgulho de Tom, etc).
3- Portanto, unindo os tópicos 1 e 2, ele demonstra que nós humanos somos uma dualidade e que o bem e o mau estão juntos em nós. Eles não são opostos, mas sim complementos um do outro. Humanos são ao mesmo tempo Deus e Satã, Yin e Yang e tudo o que acreditamos vir de fora, na verdade vem de dentro, ideia sugerida em duas cenas: quando Mark diz que representa Deus e quando o rosto de Mark aparece na máscara de Satã. Ou seja, ele é Satã e ele é Deus, portanto ele é humano, dual. 4- As histórias de Mark saíram do pensamento dele e na animação viajamos por elas, então o anjo caído Satã vem de dentro dele. Assim, mais uma vez demonstra que tudo está dentro de nós, como dito no tópico 3. Além disso, os céus diferentes para cada ser e aquela cena dizendo que estamos sós e só existe nosso pensamento ao redor, sugere novamente que cada um tem um universo dentro de si, cada um cria o céu que imagina (o cara imaginava com harpa, auréola e bíblia e assim foi). É a filosofia do Idealismo, na qual quem cria nosso mundo somos nós mesmos, e não nós que estamos num mundo já criado (inclusive isso explicaria as cenas "extraordinárias", realidades criadas pela mente deles). 5- Por fim, Mark tem o lado bom e o lado mau dele separados (E dá para entender que eles são ligados mesmo em corpos diferentes, afinal, o lado mau ajudou a salvar o balão porque ele é um lado de uma só pessoa que possui o lado bom também) e a animação se encerra juntando ambos, mostrando claramente na hora de "morrer" que um lado não existe sem o outro, pois é assim que o ser humano é, voltando ao tópico 3.
Portanto, para mim a moral da história é incorreto sermos maniqueístas, dizer que seres humanos ou são bons, ou ruins. Mark até diz que deveria haver um lugar pós vida com o clima do céu e companhia do inferno, não locais opostos e sim misturados. Somos um paradoxo!! Somos bons com traços maus e maus com traços bons. O humano é uma dualidade criada pelo seu próprio pensamento (voltando a lembrar da cena do vazio ao redor). É aí que reside o grande mistério.
Superior ao primeiro, mais denso e com diálogos interessantes, além de altamente psicanalítico. Percebe-se que são filmes bem 8 ou 80, ou amam ou odeiam... Bom, quem esperava se excitar devido ao título, decepcionou-se trombando com uma análise psicológica das boas.
Gostei da animação. Primeiramente que todos os animais fazem você morrer de fofura, depois que o autor brincou com os estereótipos de cada espécie e raça, foi bem legal observar isso. A história é light, mas claro, é um filme infantil. A única coisa que me incomodou foi no final, quando
a dona deles chega e não percebe que ambos estão sem coleiras! Era um ponto bem relevante (elas foram tiradas deles, a falta delas fazia deles alvo da carrocinha etc) e ela simplesmente nem se deu conta e... fim.
. Mas em geral, assistiria de novo para distrair e morrer de meiguice.
Como muitos, comecei a assistir esperando um enredo diferente, mas a surpresa foi muito boa. Há muitos aspectos para se avaliar um filme, mas neste bastou a carga psicológica que passa. Além disso, essa carga se potencializa quando você se identifica com a personagem, fazendo com que você sinta também tudo o que ela sente e isso é sufocante (respire!). Eu diria que vai bem além de bullying ou falsidade, o filme é MUITO mais profundo que isso, sem palavras para explicar. A confusão mental e psicológica e a ANGÚSTIA são para mim os pontos que esperavam ressaltar (com sucesso). Além de se deixar levar emocionalmente, vale ressaltar as analogias em algumas aulas das garotas (claro, apenas minha interpretação) como a primeira aula e, principalmente, aquela em que se explica o desenvolvimento da planta como se falasse exatamente da relação entre elas. Quanto ao título, antes de assistir achei bem aleatório, mas depois vi que ele se explica não de uma forma, mas de MUITAS:
Respire se aplica ao asma, à paciência que ela teve o tempo todo até explodir, à sua respiração final e até mesmo serve ao espectador. Enfim, há ainda mais formas de ve-lo, o fato de ela ter asma pode até se ligar à realidade de que asma piora com conflitos emocionais.
Por fim, o final tem grande impacto. Não por Sarah estar morta e sim pela motivação que Charlie teve em sua ira, o que nos faz questionar qual o nosso limite quando vamos "engolindo" as coisas.
Mas apesar disso tudo, ainda o que vejo como principal é a cena final em que ela chora sozinha, pois podemos enxergar o filme como um todo numa única cena! Enxergamos seu desespero em se livrar do que ela estava sentindo enquanto solta as lágrimas, e logo após o alívio ao controlar a falta de ar que a tal angústia acumulada lhe causava (e sentir tudo isso com ela). A palavra definidora em minha visão é ANGÚSTIA, pois esta causa falta de ar e também engloba toda a confusão mental e psicológica, impotência, desorientação, raiva e mágoa que Sarah causou em Charlie.
"Deus Não Está Morto, um filme que manipula uma proposta até interessante para atingir um objetivo explícito: a glorificação do cristianismo, custe o que custar. Os inimigos do filme são expostos com muita facilidade: ateus, pessoas de outras religiões, a imposição de omitir sua crença pessoal. Todos abordados com o máximo de MANIQUEÍSMO possível, de forma que sejam demonizados perante ao público, seja através de falas arrogantes ou atos bruscos. Por outro lado, os cristãos são SEMPRE calmos e serenos. É fácil gostar deles, são pessoas simpáticas e humildes, mesmo que não se tenha qualquer predileção pela religião que sempre ressaltam. Assim se constrói uma narrativa tendenciosa, onde o que menos interessa é a suposta PROPOSTA ORIGINAL do filme: discutir a existência de Deus, tendo como palco o âmbito acadêmico. Gancho principal de Deus Não Está Morto, a tal discussão nasce a partir de um professor de filosofia que vocifera acusações contra Deus com frases cuidadosamente selecionadas para ofender o bom cristão que assiste o espetáculo. O redentor é um jovem aluno que aceita o desafio de enfrentar o mestre e argumenta também usando falas de pensadores que deem algum embasamento às suas ideias. O júri é o restante da turma, que acompanha com atenção ao julgamento de Deus em plena sala de aula. Fosse um filme sério, Deus Não Está Morto seria palco de um interessante debate sobre a questão da religião e sua influência na civilização, levando em conta não apenas o aspecto da razão mas também a emoção inerente a quem, simplesmente, tem fé.
Entretanto, não é este seu objetivo – é apenas a propaganda que vende ao espectador. Ao manipular seus personagens principais, ressaltando o desprezo e a falta de respeito de um lado e a bondade e a luta pelo que acredita no outro, a decisão já está tomada. Mas, pior ainda, é acompanhar o suposto debate científico onde questões como o criacionismo são defendidas a partir uma tese absurda, comparando bananas com maçãs. Pior do que dourar a pílula, é justificá-la a partir de mentiras. Diante de tamanha falta de honestidade, Deus Não Está Morto torna-se um mero filme de louvação, daqueles que têm por objetivo também catequisar ovelhas desgarradas – leia-se chineses e muçulmanos, vítimas de um radicalismo travestido no filme. Pelo que representa nas entrelinhas, trata-se de um filme extremamente nocivo por alimentar preconceitos que DESRESPEITAM o mesmo livre arbítrio que o próprio filme exalta para os cristãos. O que seus realizadores não entendem é que a resposta à proposta levantada pelo título é muito maior do que um mero sim ou não, envolvendo questões bem mais complexas do que uma mera crença. E, pior ainda, que valores morais sobre a vida em sociedade não são sinônimo de acreditar em Deus – ou em qualquer outra religião, algo que o filme sequer considera.
Contraditoriamente, Deus Não Está Morto torna-se aquilo que mais combate: a imposição de uma crença, usando todo e qualquer subterfúgio para tanto."
Estômago
4.2 1,6K Assista Agora"Estômago" pode ser uma metáfora aplicada em diversos sentidos no filme, né?
Tem que ter estômago pra vivenciar algumas coisas que Nonato vivenciou, o filme em si é um soco no estômago, algumas pessoas são compradas e conquistadas pelo estômago, ou até mesmo se deixam tanto levar pelo estômago que se cega para outros pontos, e por aí vai... Mas com certeza, o devorar ou ser devorado pelas circunstâncias, figuradamente ou não, é o que mais impacta!
Era Uma Vez em... Hollywood
3.8 2,3K Assista AgoraFui entender que a atmosfera toda girava sobre Charles Manson (isso é spoiler? Acho que não) quando tava no carro voltando pra casa, pois não havia visto todo o debate sobre o filme pela internet, só li a sinopse e fui kkk... Quando as peças se encaixaram, foi um insight muito bommmm, enxergar as nuances de um caso real na ficção que também se entrelaça com as questões cinematográficas reais haha.
Um grande clichê é esperar sangue de Tarantino, e
a cena final parece que foi um "pensou que não teria, né? Toma"
Toy Story 4
4.1 1,4K Assista AgoraAchei excelente! Conseguiram inovar a saga com um enredo diferente, colocando holofote em personagens antes pouco usados e trazendo novas personalidades... Lembrei de Mad Max com a Beth hahaha. O cenário também foi bem inesperado para mim, não se tornando repetitivo. Amei também a questão do processo educacional do qual o garfinho faz parte, trazendo nuances da realidade infantil. Não decepcionou e o desfecho fez todo o sentido.
A Revolução Dos Bichos
3.8 111Vendo alguns comentários aqui e no vídeo do youtube, percebe-se que muitos conservadores não entenderam a história muito bem. Galera só sabe pensar em 8 ou 80.
Fazer o que, a arte está sujeita a todo tipo de interpretação, mas seria mais fácil se as pessoas se inteirassem sobre vida e obra do autor.
Barfly: Condenados pelo Vício
3.7 133Foi interessante identificar diversas partes do relato do Buk no livro "Hollywood" enquanto eu assistia o filme... A cena do roubo do milho, a crítica da cena na qual Henry, um bêbado, deixa metade da garrafa pra trás, o diálogo no espelho sendo um capricho do ator... Enfim.
Mas eu imaginava o Henry com a voz mais rouca, um tom mais de firme e saco cheio do que chapado e mole... Mas é isso. Percepções né!
Um Lugar Silencioso
4.0 3,0K Assista AgoraÓtima ideia, mas como já dito por aqui: muitos furos.
Zootopia: Essa Cidade é o Bicho
4.2 1,5K Assista AgoraSimplesmente amei! Piadas boas, sarcasmos, história envolvente, referências a filmes e séries... Me surpreendeu.
Matrix
4.3 2,5K Assista AgoraDaqueles que tu assiste e depois fica questionando sua "realidade".
Aquaman
3.7 1,7K Assista AgoraAcho que o principal diferencial deste para outros filmes de herói foi a "novidade" de ocorrer num cenário aquático. Os efeitos são encantadores e isso com certeza valoriza a experiência.
O Lar das Crianças Peculiares
3.3 1,5K Assista AgoraAquela dica de sempre: nunca leiam o livro antes de ver o filme. Suas expectativas não serão alcançadas.
E fiquei bem frustrada em ver os nomes de Emma e Olive trocados aaaaaa.
Para Todos os Garotos que Já Amei
3.7 1,2KIti malia
Sierra Burgess é uma Loser
3.1 748 Assista AgoraPara um filme com essa pegada adolescente está de bom tamanho, atende a proposta. E de bônus achei interessante:
A forma como os pais influenciam as vivências dos filhos. Uma sentia a pressão por ter pais que se destacaram enquanto ela era a "fracassada". A outra era má como uma forma de defesa agressiva diante da realidade que sua mãe a colocava, com cobranças supérfluas e nada maternais.
Só acho que no final, deveriam
ter desenvolvido melhor a forma como ela reatou a amizade com a Verônica. Foi um dos grandes impasses a mancada que ela deu com a foto e do nada a prejudicada resolve ajudar ela a conseguir o que mais queria? Poderia ser melhor.
Extinção
2.9 434 Assista AgoraGostei do plot twist.
Extraordinário: A História de Stan Romanek
2.3 61Achei verídico!
(só que não)
Com Amor, Van Gogh
4.3 1K Assista AgoraPensar que o filme foi todo constituído por pintura é fascinannnnnete. Mas a forma que a história foi se desenrolando foi meio maçante.
Um Olhar do Paraíso
3.7 2,7K Assista AgoraPsicologicamente confusa com esse filme. História forte, mas com várias cenas arrastadas que dava vontade de passar logo.
Tem uma moral espiritualmente bonita, mas decepciona mesmo assim com o desfecho. É um filme "sei lá".
Mas tem uma fotografia legal, as cenas pós vida são lindas.
Fome de Poder
3.6 830 Assista AgoraUm ponto que achei interessante no filme foram os diversos momentos em que se evidenciava o quanto Kroc era uma cópia de tudo o que passava por ele, ao mesmo tempo que usava isso ao seu favor:
o cara vendia piano, depois ele diz que ele vendia;
o cara tinha tal esposa e ele logo deu um jeito de ter para ele;
a voz do disco falava uma frase motivacional e lá estava ele discursando essa frase ao final do filme;
quando contou a ideia dos milk shakes em pó aos irmãos, disse que foi ele quem achou;
e óbvio, a jogada central do filme com os restaurantes, onde ele é o fundador só que não
A ideia dos terrenos de forma a controlar tudo nem foi dele, mas aí foi contratação de serviço e não cópia, então ok.
Ele se tornou os ricos que tanto criticou. Na realidade ele queria ser como eles.
Há outras que não me recordo, mas enfim. O fato de ter acabado o filme com uma cena desse viés me fez refletir o quanto uma pessoa se perde no seu ser, se torna caricatura de tudo ao seu redor em nome da riqueza. Sempre movido por querer o que os outros tinham, alcançar um padrão esquecendo-se de viver (vide a vida com a esposa, coitada). Quem é Kroc?
O Quarto de Jack
4.4 3,3K Assista AgoraExcelente, sobretudo se aplicamos um olhar psicológico:
A forma como a pessoa presa em cativeiro precisa adequar sua subjetividade e ações para sobreviver e até mesmo não surtar, mantendo-se na linha tênue entre desespero e calma, tentando viver normalmente num contexto nada normal;
Pensar na psicopatia do sequestrador, que vive uma relação tratando-a como se fossem livres, ao mesmo tempo que estipula limites pela agressão e abuso. E a forma como ela tinha que corresponder às atitudes superficialmente normais dele;
O fato de que o ser humano é constituído através do que sabe e, quando tirado de perto do conhecido, sente falta, afinal, para nós só existe aquilo que conhecemos (e isso não só dentro de um quarto, mas na vida em geral);
Mesmo que a situação anterior seja ruim, ainda é a mais familiar, sendo difícil desapegar-se mesmo quando se conhece o que é bom, ainda mais tratando-se de uma criança em desenvolvimento psicológico, social, etc; sendo necessário o processo de desapego da cena final (o tchau aos objetos);
e, por fim, pensar que esse tipo de caso existe por aí, em todo canto pessoas em cativeiro... Passei por muitas angústias e faltas de ar, talvez por pensar justamente nessa questão.
Que filme.
As Aventuras de Mark Twain
4.2 67Minha interpretação:
1- Ele preza a importância de amar e ser feliz, ressaltando as risadas e a felicidade de Adão estar com Eva, por fim.
2- Ele aborda muitas vezes a ganância e egoísmo dos humanos (homens massinhas de Satã, ganância/orgulho de Tom, etc).
Se continuar tem spoiler:
3- Portanto, unindo os tópicos 1 e 2, ele demonstra que nós humanos somos uma dualidade e que o bem e o mau estão juntos em nós. Eles não são opostos, mas sim complementos um do outro. Humanos são ao mesmo tempo Deus e Satã, Yin e Yang e tudo o que acreditamos vir de fora, na verdade vem de dentro, ideia sugerida em duas cenas: quando Mark diz que representa Deus e quando o rosto de Mark aparece na máscara de Satã. Ou seja, ele é Satã e ele é Deus, portanto ele é humano, dual.
4- As histórias de Mark saíram do pensamento dele e na animação viajamos por elas, então o anjo caído Satã vem de dentro dele. Assim, mais uma vez demonstra que tudo está dentro de nós, como dito no tópico 3. Além disso, os céus diferentes para cada ser e aquela cena dizendo que estamos sós e só existe nosso pensamento ao redor, sugere novamente que cada um tem um universo dentro de si, cada um cria o céu que imagina (o cara imaginava com harpa, auréola e bíblia e assim foi). É a filosofia do Idealismo, na qual quem cria nosso mundo somos nós mesmos, e não nós que estamos num mundo já criado (inclusive isso explicaria as cenas "extraordinárias", realidades criadas pela mente deles).
5- Por fim, Mark tem o lado bom e o lado mau dele separados (E dá para entender que eles são ligados mesmo em corpos diferentes, afinal, o lado mau ajudou a salvar o balão porque ele é um lado de uma só pessoa que possui o lado bom também) e a animação se encerra juntando ambos, mostrando claramente na hora de "morrer" que um lado não existe sem o outro, pois é assim que o ser humano é, voltando ao tópico 3.
Portanto, para mim a moral da história é incorreto sermos maniqueístas, dizer que seres humanos ou são bons, ou ruins. Mark até diz que deveria haver um lugar pós vida com o clima do céu e companhia do inferno, não locais opostos e sim misturados. Somos um paradoxo!! Somos bons com traços maus e maus com traços bons. O humano é uma dualidade criada pelo seu próprio pensamento (voltando a lembrar da cena do vazio ao redor). É aí que reside o grande mistério.
Ele Está de Volta
3.8 681Muito boa reflexão! Preocupante, inclusive.
Ninfomaníaca: Volume 2
3.6 1,6K Assista AgoraSuperior ao primeiro, mais denso e com diálogos interessantes, além de altamente psicanalítico.
Percebe-se que são filmes bem 8 ou 80, ou amam ou odeiam... Bom, quem esperava se excitar devido ao título, decepcionou-se trombando com uma análise psicológica das boas.
Pets: A Vida Secreta dos Bichos
3.5 938 Assista AgoraGostei da animação. Primeiramente que todos os animais fazem você morrer de fofura, depois que o autor brincou com os estereótipos de cada espécie e raça, foi bem legal observar isso. A história é light, mas claro, é um filme infantil. A única coisa que me incomodou foi no final, quando
a dona deles chega e não percebe que ambos estão sem coleiras! Era um ponto bem relevante (elas foram tiradas deles, a falta delas fazia deles alvo da carrocinha etc) e ela simplesmente nem se deu conta e... fim.
Respire
3.8 290 Assista AgoraComo muitos, comecei a assistir esperando um enredo diferente, mas a surpresa foi muito boa. Há muitos aspectos para se avaliar um filme, mas neste bastou a carga psicológica que passa. Além disso, essa carga se potencializa quando você se identifica com a personagem, fazendo com que você sinta também tudo o que ela sente e isso é sufocante (respire!). Eu diria que vai bem além de bullying ou falsidade, o filme é MUITO mais profundo que isso, sem palavras para explicar. A confusão mental e psicológica e a ANGÚSTIA são para mim os pontos que esperavam ressaltar (com sucesso).
Além de se deixar levar emocionalmente, vale ressaltar as analogias em algumas aulas das garotas (claro, apenas minha interpretação) como a primeira aula e, principalmente, aquela em que se explica o desenvolvimento da planta como se falasse exatamente da relação entre elas.
Quanto ao título, antes de assistir achei bem aleatório, mas depois vi que ele se explica não de uma forma, mas de MUITAS:
Respire se aplica ao asma, à paciência que ela teve o tempo todo até explodir, à sua respiração final e até mesmo serve ao espectador. Enfim, há ainda mais formas de ve-lo, o fato de ela ter asma pode até se ligar à realidade de que asma piora com conflitos emocionais.
Por fim, o final tem grande impacto. Não por Sarah estar morta e sim pela motivação que Charlie teve em sua ira, o que nos faz questionar qual o nosso limite quando vamos "engolindo" as coisas.
Mas apesar disso tudo, ainda o que vejo como principal é a cena final em que ela chora sozinha, pois podemos enxergar o filme como um todo numa única cena! Enxergamos seu desespero em se livrar do que ela estava sentindo enquanto solta as lágrimas, e logo após o alívio ao controlar a falta de ar que a tal angústia acumulada lhe causava (e sentir tudo isso com ela).
A palavra definidora em minha visão é ANGÚSTIA, pois esta causa falta de ar e também engloba toda a confusão mental e psicológica, impotência, desorientação, raiva e mágoa que Sarah causou em Charlie.
Deus Não Está Morto
2.8 1,4K Assista Agora"Deus Não Está Morto, um filme que manipula uma proposta até interessante para atingir um objetivo explícito: a glorificação do cristianismo, custe o que custar.
Os inimigos do filme são expostos com muita facilidade: ateus, pessoas de outras religiões, a imposição de omitir sua crença pessoal. Todos abordados com o máximo de MANIQUEÍSMO possível, de forma que sejam demonizados perante ao público, seja através de falas arrogantes ou atos bruscos. Por outro lado, os cristãos são SEMPRE calmos e serenos. É fácil gostar deles, são pessoas simpáticas e humildes, mesmo que não se tenha qualquer predileção pela religião que sempre ressaltam. Assim se constrói uma narrativa tendenciosa, onde o que menos interessa é a suposta PROPOSTA ORIGINAL do filme: discutir a existência de Deus, tendo como palco o âmbito acadêmico.
Gancho principal de Deus Não Está Morto, a tal discussão nasce a partir de um professor de filosofia que vocifera acusações contra Deus com frases cuidadosamente selecionadas para ofender o bom cristão que assiste o espetáculo. O redentor é um jovem aluno que aceita o desafio de enfrentar o mestre e argumenta também usando falas de pensadores que deem algum embasamento às suas ideias. O júri é o restante da turma, que acompanha com atenção ao julgamento de Deus em plena sala de aula.
Fosse um filme sério, Deus Não Está Morto seria palco de um interessante debate sobre a questão da religião e sua influência na civilização, levando em conta não apenas o aspecto da razão mas também a emoção inerente a quem, simplesmente, tem fé.
Entretanto, não é este seu objetivo – é apenas a propaganda que vende ao espectador. Ao manipular seus personagens principais, ressaltando o desprezo e a falta de respeito de um lado e a bondade e a luta pelo que acredita no outro, a decisão já está tomada. Mas, pior ainda, é acompanhar o suposto debate científico onde questões como o criacionismo são defendidas a partir uma tese absurda, comparando bananas com maçãs. Pior do que dourar a pílula, é justificá-la a partir de mentiras.
Diante de tamanha falta de honestidade, Deus Não Está Morto torna-se um mero filme de louvação, daqueles que têm por objetivo também catequisar ovelhas desgarradas – leia-se chineses e muçulmanos, vítimas de um radicalismo travestido no filme. Pelo que representa nas entrelinhas, trata-se de um filme extremamente nocivo por alimentar preconceitos que DESRESPEITAM o mesmo livre arbítrio que o próprio filme exalta para os cristãos. O que seus realizadores não entendem é que a resposta à proposta levantada pelo título é muito maior do que um mero sim ou não, envolvendo questões bem mais complexas do que uma mera crença. E, pior ainda, que valores morais sobre a vida em sociedade não são sinônimo de acreditar em Deus – ou em qualquer outra religião, algo que o filme sequer considera.
Contraditoriamente, Deus Não Está Morto torna-se aquilo que mais combate: a imposição de uma crença, usando todo e qualquer subterfúgio para tanto."
(Do site AdoroCinema).