Soa como um poema romântico e inquieto. a claridade e o eco de uma lembrança que surge grave para depois penetrar um espaço de muita ternura. é difícil dizer se Mariane existiu, mas é fácil afirmar que ela estava lá. perto o suficiente.
O que me atrai nesse filme certamente é a franqueza que cada mulher carrega – e a amabilidade que é depositada em cada acontecimento. Outra característica importante é que o vazio não será preenchido, mas contornado; uma oração, pequenos estímulos diários, meio de atenuar os efeitos.
O filme é um mapa sonoro no qual debruçamos e tentamos captar algo. Olhamos o mundo através de uma lupa onde os sinais estão espalhados; ruídos de uma outra vida que se anuncia, ou que se despede. A beleza desse filme para mim, consiste na pluralidade de sentimentos que se perpetuam. Diante dessa vastidão de significados imagino alguém como eu vivendo em outro mundo — e esse simples pensamento alarga o meu nome. Sou colocada dentro de um cenário incompreensível, melancólico, cheio de brilho e reflexos. Aliás, o que está sendo refletido é talvez exatamente isso: busca e êxtase. Weronika (assim como Veronique) deseja algo além. Ambas estão construindo um mundo particular, e é essa experiência que me fez ficar tão conectada com a história.
Penso também que a música clássica aqui tem um papel semelhante com a do filme "Portrait of a Lady on Fire”, de Céline Sciamma, pois em ambas, a música alonga a vida, no sentido de que, ela permeia o tempo, nos faz habitar outros lugares.
Quando entramos contaminados com nossas ideias acabamos não absorvendo o filme em sua totalidade. Por isso Tár, é um filme muito exigente. Ele exige uma nudez. Essa nudez vai garantir o espaço necessário para compreender e sentir o que está sendo transmitido logo no início. Os acontecimentos mais intensos estão sendo trabalhados pouco a pouco. É importante não ter pressa diante de algo grande — algo que ainda não compreendemos, mas devido a nossa ignorância, pensamos que sim. Em uma entrevista sobre o filme, Cate Blanchett diz muito sobre a dificuldade existente em um processo criativo. Ser rigorosa e também respeitosa é algo muito complicado. Essa obscuridade é o que enfrentamos todos os dias. A maneira como olhamos para nossa vida interior ou escolhemos ignorar certos aspectos. Durante todo o filme, senti algo crescendo gradualmente, ganhando força. Até que no final, essa força é abafada. A emoção de Lydia é de alguém que sabe que houve uma traição. Ela se perdeu. É impossível não se emocionar junto quando sentimos em nós esses desvios — quando também, desejamos voltar para restabelecer o que era autenticidade. O filme é então encerrado magistralmente. Ficamos com ele.
— Quando é que sabes que um quadro está terminado? — Há uma altura em que simplesmente paramos.
Uma verdade está sendo contada em goles, suavemente, através de cada paisagem. A cena em que ela mancha o rosto pintado no retrato passa a sensação de que algo pode ser representado, porém, não em sua completude. A própria imaginação daquele que visualiza ganha outro contorno voltado para o íntimo. Existe o amor sendo preparado, as falhas, mas também o inacessível, a flutuação de algo inominável, essa escolha de saber quando parar é também o respeito nascido através de uma observação muito cuidadosa entre elas, uma observação que está comprometida com a realidade.
A separação não é encerrada pela finitude, mas impulsionada pelas lembranças.. o que virá, o que se buscará partirá de um princípio tão marcante quanto o que foi deixado. No livro Orlando, Virginia Woolf escreve: "A memória é a costureira, e uma costureira caprichosa." Essa consciência aqui é muito presente, carregada. A história deixará marcas, tudo será contemplado; o que foi e o que poderia ter sido vai pulsar através do espelho e da pintura; a marca maior — objeto cada vez mais aberto no qual fitamos o nosso rosto — recuperamos a imagem, perdemos.
Céline é uma das minhas diretoras favoritas. Com certa frequência revejo suas obras e sinto que estou diante de uma diretora que está comprometida com a sua essência.
Diante de uma memória insuportável a censura vem como tentativa de ajuda, mas volta pior ainda. O tempo inteiro a realidade se mostra presente, mas ela é distorcida através de respostas delirantes, no entanto, está lá como algo incapaz de conviver no mesmo plano onde ele se vê como um homem inteiramente moral. Tudo isso é claro, construído de maneira muito detalhista pelo Scorsese. O final carrega uma ambiguidade que vai de encontro com a personalidade do Teddy, característica também muito usada nos filmes noir — seja pela iluminação ou pelo modo que a câmera nos coloca na mente do protagonista. Outro ponto notável são as cenas filmadas de baixo para cima, o que eleva a carga dramática pelo qual o trauma do personagem é transmitida e intensificada. O evento traumático em junção com a sua natureza agressiva também é refletido por meio da música — momento em que ele reconhece o que está sendo tocado na vitrola, o seu pavor pela água, e as imagens dos sonhos. Os sonhos aqui aparecem para criar uma certa familiaridade com o telespectador, assim como o uso de close up diante dos momentos de horror vividos pelo mesmo. Enfim, foi bom revisitar esse filme.
Me fez pensar muito no processo de escrita de um poema. Adentramos em um silêncio cada vez mais alongado. Circulamos palavras que nos fogem - passagens de luz efêmeras, abafadas. Trocamos de imagem, pois, desejamos também novas experiências, mas tanto no poema quanto no cinema de Chankal, a imagem não se esgota. Voltamos para ela de maneira repetitiva, pois na solidão existe uma grandeza, uma imaginação que se alimenta desse não saber pulsante entre os rostos e os objetos. Esse caráter existencial onde o espaço surge como algo concentrado, intimo, mortal. Por isso que saímos do lugar esperado; ver implica sentir com o corpo o tempo passar.
A sensação de uma solidão povoada, suave, mas também uma espera; O nascimento de uma comunicação profunda habitando outro tempo — a costura entre um movimento para o outro, através da colheita e das práticas festivas. De fato é um filme que exige presença.
Durante uma visita do cunhado, Toni é presenteado com uma cigarreira. Esse objeto simples reflete o rosto de Toni; distorcido, aumentado. Uma visita, um objeto; uma tentativa de se manter incorruptível em um ambiente em que o ódio é lei. O filme ganha densidade na medida em que o inevitável se aproxima. A idosa, possui dificuldade para ouvir, o que torna ainda mais difícil a compreensão. Nota-se que essa falha de comunicação entre ambos, acaba por dividir o tempo em dois: ela já não pertence mais aquele lugar — uma despedida que acontece aos poucos vai se inscrevendo no tempo. Assistir é olhar esse pedaço da história.
A representação contemplativa do que é verdadeiro está em crise.
"Nós aprendemos a aceitar que a grande distância separando o cinema da vida é tão perfeitamente natural que ficamos assombrados quando subitamente descobrimos algo verdadeiro ou real num filme. Não precisa mais do que um gesto de uma criança no fundo do trem .. ou um pássaro que passa voando .. ou uma nuvem jogando sua sombra sobre a cena durante um instante. É uma raridade no cinema de hoje encontrar tais momentos de verdade.. onde pessoas e objetos se mostram realmente como são. Tal representação da realidade, tal arte, não se encontra mais no cinema. Um dia, se encontrou."
Como é bom rever grandes obras. Aqui uma simplicidade nos comove pelo seu grau de beleza.
O caminho que Ahmad percorre é marcado pelo egoísmo. Essas frases que se repetem ao longo do filme, são construídas de modo que a repetição simboliza o vício de uma linguagem, do comportamento que não sai do lugar, integrado com a paisagem. É de fato agonizante e sensível. Agonizante porque sabemos como a sensibilidade pode ficar atrofiada, sensível porque Ahmad não hesita em fazer o que é necessário.
Grandioso. Quanto mais o homem se afasta mais ele percebe que o que vale a pena é enriquecer o espírito, diante do fim do que nos espera, construir nossa essência, valorizar o que nos faz bem é o que resta.
A metáfora visual trabalha sobre o luto e suas diferentes camadas, posições. Esse lugar que ela precisa ir e que fica no meio do nada; vazio, é o lugar em que existe a retirada do outro. Ficamos com o vácuo, medo, oscilações, etc. Ela entra nesse espaço, depois de muita negação — espaço esse em que o tempo já está sendo inscrito. É velho, instável, contém ruídos. Logo na primeira cena ambas já são confrontadas com um animal que “supostamente” está vivo. Ambas correm e tentam afastar o abutre. É uma revelação. Essa cena é colocada para aproximar o telespectador da Hunter, personagem que estava na posição como alguém que já superou. (Isso fica mais claro na metade do filme quando a mesma confessa o verdadeiro motivo de estar lá) ainda sim, ela é uma espécie de mentora da amiga. Antes e depois. O filme não foca na traição por existir uma preocupação maior e universal: morte
A queda é uma condição intrínseca. Para além disso.. o filme termina com uma mensagem bonita. "Eu estou bem" o que significa: Eu tive coragem.
É a galope que ele nos conta a história de Teresa Desqueyroux, com resíduos de monólogo interior, fazendo luz não sobre os objetos e os fatos, mas sobre a lembrança deles. Dir-se-ia que a história se passa no escuro, apenas, de quando em quando, uma lanterna passeia nas trevas, e a essa claridade sem aviso as coisas se apresentam na sua humildade e ignóbil realidade. (DRUMMOND, apud MAURIAC, 2002, p.14)
"Por que vivi minha vida no exílio? Por que só me senti em casa… somente quando pude falar minha própria língua? Minha língua. Quando reencontrava as palavras perdidas... ou trazia do silêncio as palavras esquecidas. Por que só naquele grande momento… Pude ouvir o eco de meus passos na casa?"
Você repete o gesto. Não acredita no que vê. Você tenta capturar a felicidade inteira, fantasiosa, indigesta. Você deseja sem saber que o desejo sofre cortes.
Mulher de Meus Sonhos
3.2 1Soa como um poema romântico e inquieto. a claridade e o eco de uma lembrança que surge grave para depois penetrar um espaço de muita ternura. é difícil dizer se Mariane existiu, mas é fácil afirmar que ela estava lá. perto o suficiente.
Petal Dance
3.9 6O que me atrai nesse filme certamente é a franqueza que cada mulher carrega – e a amabilidade que é depositada em cada acontecimento. Outra característica importante é que o vazio não será preenchido, mas contornado; uma oração, pequenos estímulos diários, meio de atenuar os efeitos.
A Dupla Vida de Véronique
4.1 275 Assista AgoraO filme é um mapa sonoro no qual debruçamos e tentamos captar algo. Olhamos o mundo através de uma lupa onde os sinais estão espalhados; ruídos de uma outra vida que se anuncia, ou que se despede. A beleza desse filme para mim, consiste na pluralidade de sentimentos que se perpetuam. Diante dessa vastidão de significados imagino alguém como eu vivendo em outro mundo — e esse simples pensamento alarga o meu nome. Sou colocada dentro de um cenário incompreensível, melancólico, cheio de brilho e reflexos. Aliás, o que está sendo refletido é talvez exatamente isso: busca e êxtase. Weronika (assim como Veronique) deseja algo além. Ambas estão construindo um mundo particular, e é essa experiência que me fez ficar tão conectada com a história.
Penso também que a música clássica aqui tem um papel semelhante com a do filme "Portrait of a Lady on Fire”, de Céline Sciamma, pois em ambas, a música alonga a vida, no sentido de que, ela permeia o tempo, nos faz habitar outros lugares.
Tár
3.7 395 Assista AgoraQuando entramos contaminados com nossas ideias acabamos não absorvendo o filme em sua totalidade. Por isso Tár, é um filme muito exigente. Ele exige uma nudez. Essa nudez vai garantir o espaço necessário para compreender e sentir o que está sendo transmitido logo no início. Os acontecimentos mais intensos estão sendo trabalhados pouco a pouco. É importante não ter pressa diante de algo grande — algo que ainda não compreendemos, mas devido a nossa ignorância, pensamos que sim. Em uma entrevista sobre o filme, Cate Blanchett diz muito sobre a dificuldade existente em um processo criativo. Ser rigorosa e também respeitosa é algo muito complicado. Essa obscuridade é o que enfrentamos todos os dias. A maneira como olhamos para nossa vida interior ou escolhemos ignorar certos aspectos. Durante todo o filme, senti algo crescendo gradualmente, ganhando força. Até que no final, essa força é abafada. A emoção de Lydia é de alguém que sabe que houve uma traição. Ela se perdeu. É impossível não se emocionar junto quando sentimos em nós esses desvios — quando também, desejamos voltar para restabelecer o que era autenticidade. O filme é então encerrado magistralmente. Ficamos com ele.
Retrato de uma Jovem em Chamas
4.4 901 Assista Agora— Quando é que sabes que um quadro está terminado?
— Há uma altura em que simplesmente paramos.
Uma verdade está sendo contada em goles, suavemente, através de cada paisagem. A cena em que ela mancha o rosto pintado no retrato passa a sensação de que algo pode ser representado, porém, não em sua completude. A própria imaginação daquele que visualiza ganha outro contorno voltado para o íntimo. Existe o amor sendo preparado, as falhas, mas também o inacessível, a flutuação de algo inominável, essa escolha de saber quando parar é também o respeito nascido através de uma observação muito cuidadosa entre elas, uma observação que está comprometida com a realidade.
A separação não é encerrada pela finitude, mas impulsionada pelas lembranças.. o que virá, o que se buscará partirá de um princípio tão marcante quanto o que foi deixado. No livro Orlando, Virginia Woolf escreve: "A memória é a costureira, e uma costureira caprichosa." Essa consciência aqui é muito presente, carregada. A história deixará marcas, tudo será contemplado; o que foi e o que poderia ter sido vai pulsar através do espelho e da pintura; a marca maior — objeto cada vez mais aberto no qual fitamos o nosso rosto — recuperamos a imagem, perdemos.
Céline é uma das minhas diretoras favoritas. Com certa frequência revejo suas obras e sinto que estou diante de uma diretora que está comprometida com a sua essência.
Pequena Mamãe
3.8 87"Precisas esperar. Precisas esperar que os teus olhos se habituem à escuridão. É então que ela aparece. A pantera negra. Ao fundo da cama."
Ilha do Medo
4.2 4,0K Assista AgoraDiante de uma memória insuportável a censura vem como tentativa de ajuda, mas volta pior ainda. O tempo inteiro a realidade se mostra presente, mas ela é distorcida através de respostas delirantes, no entanto, está lá como algo incapaz de conviver no mesmo plano onde ele se vê como um homem inteiramente moral. Tudo isso é claro, construído de maneira muito detalhista pelo Scorsese. O final carrega uma ambiguidade que vai de encontro com a personalidade do Teddy, característica também muito usada nos filmes noir — seja pela iluminação ou pelo modo que a câmera nos coloca na mente do protagonista. Outro ponto notável são as cenas filmadas de baixo para cima, o que eleva a carga dramática pelo qual o trauma do personagem é transmitida e intensificada. O evento traumático em junção com a sua natureza agressiva também é refletido por meio da música — momento em que ele reconhece o que está sendo tocado na vitrola, o seu pavor pela água, e as imagens dos sonhos. Os sonhos aqui aparecem para criar uma certa familiaridade com o telespectador, assim como o uso de close up diante dos momentos de horror vividos pelo mesmo. Enfim, foi bom revisitar esse filme.
Hotel Monterey
3.9 4 Assista AgoraMe fez pensar muito no processo de escrita de um poema. Adentramos em um silêncio cada vez mais alongado. Circulamos palavras que nos fogem - passagens de luz efêmeras, abafadas. Trocamos de imagem, pois, desejamos também novas experiências, mas tanto no poema quanto no cinema de Chankal, a imagem não se esgota. Voltamos para ela de maneira repetitiva, pois na solidão existe uma grandeza, uma imaginação que se alimenta desse não saber pulsante entre os rostos e os objetos. Esse caráter existencial onde o espaço surge como algo concentrado, intimo, mortal. Por isso que saímos do lugar esperado; ver implica sentir com o corpo o tempo passar.
O Movimento das Coisas
3.5 1Veja! Algo está prestes a desaparecer.
A sensação de uma solidão povoada, suave, mas também uma espera; O nascimento de uma comunicação profunda habitando outro tempo — a costura entre um movimento para o outro, através da colheita e das práticas festivas. De fato é um filme que exige presença.
A Pequena Loja da Rua Principal
4.4 43 Assista AgoraEmocionante!
Durante uma visita do cunhado, Toni é presenteado com uma cigarreira. Esse objeto simples reflete o rosto de Toni; distorcido, aumentado. Uma visita, um objeto; uma tentativa de se manter incorruptível em um ambiente em que o ódio é lei.
O filme ganha densidade na medida em que o inevitável se aproxima.
A idosa, possui dificuldade para ouvir, o que torna ainda mais difícil a compreensão. Nota-se que essa falha de comunicação entre ambos, acaba por dividir o tempo em dois: ela já não pertence mais aquele lugar — uma despedida que acontece aos poucos vai se inscrevendo no tempo. Assistir é olhar esse pedaço da história.
Tokyo Ga
4.2 20 Assista AgoraA representação contemplativa do que é verdadeiro está em crise.
"Nós aprendemos a aceitar que a grande distância separando o cinema da vida é tão perfeitamente natural que ficamos assombrados quando subitamente descobrimos algo verdadeiro ou real num filme. Não precisa mais do que um gesto de uma criança no fundo do trem .. ou um pássaro que passa voando .. ou uma nuvem jogando sua sombra sobre a cena durante um instante. É uma raridade no cinema de hoje encontrar tais momentos de verdade.. onde pessoas e objetos se mostram realmente como são. Tal representação da realidade, tal arte, não se encontra mais no cinema. Um dia, se encontrou."
Onde Fica a Casa do Meu Amigo?
4.2 145 Assista AgoraComo é bom rever grandes obras. Aqui uma simplicidade nos comove pelo seu grau de beleza.
O caminho que Ahmad percorre é marcado pelo egoísmo. Essas frases que se repetem ao longo do filme, são construídas de modo que a repetição simboliza o vício de uma linguagem, do comportamento que não sai do lugar, integrado com a paisagem. É de fato agonizante e sensível. Agonizante porque sabemos como a sensibilidade pode ficar atrofiada, sensível porque Ahmad não hesita em fazer o que é necessário.
Casa Vazia
4.2 409A potencialidade do silêncio. nos resta seguir o que não é dito.
O Pão Nosso de Cada Dia
4.1 18Entre rachaduras e olhos brilhando em preto e branco...
Primavera, Verão, Outono, Inverno e... Primavera
4.3 377Grandioso. Quanto mais o homem se afasta mais ele percebe que o que vale a pena é enriquecer o espírito, diante do fim do que nos espera, construir nossa essência, valorizar o que nos faz bem é o que resta.
O silêncio tece ideias mais sustentáveis.
A Queda
3.2 743 Assista AgoraA metáfora visual trabalha sobre o luto e suas diferentes camadas, posições. Esse lugar que ela precisa ir e que fica no meio do nada; vazio, é o lugar em que existe a retirada do outro. Ficamos com o vácuo, medo, oscilações, etc. Ela entra nesse espaço, depois de muita negação — espaço esse em que o tempo já está sendo inscrito. É velho, instável, contém ruídos. Logo na primeira cena ambas já são confrontadas com um animal que “supostamente” está vivo. Ambas correm e tentam afastar o abutre. É uma revelação. Essa cena é colocada para aproximar o telespectador da Hunter, personagem que estava na posição como alguém que já superou. (Isso fica mais claro na metade do filme quando a mesma confessa o verdadeiro motivo de estar lá) ainda sim, ela é uma espécie de mentora da amiga. Antes e depois. O filme não foca na traição por existir uma preocupação maior e universal: morte
A queda é uma condição intrínseca. Para além disso.. o filme termina com uma mensagem bonita. "Eu estou bem" o que significa: Eu tive coragem.
Therese D.
3.4 159É a galope que ele nos conta a história de Teresa Desqueyroux, com resíduos de monólogo interior, fazendo luz não sobre os objetos e os fatos, mas sobre a lembrança deles. Dir-se-ia que a história se passa no escuro, apenas, de quando em quando, uma lanterna passeia nas trevas, e a essa claridade sem aviso as coisas se apresentam na sua humildade e ignóbil realidade. (DRUMMOND, apud MAURIAC, 2002, p.14)
Os Amores de uma Loira
3.8 34 Assista AgoraOs desencontros de uma loira
A Eternidade e Um Dia
4.2 66"Por que vivi minha vida no exílio? Por que só me senti em casa… somente quando pude falar minha própria língua? Minha língua. Quando reencontrava as palavras perdidas... ou trazia do silêncio as palavras esquecidas. Por que só naquele grande momento… Pude ouvir o eco de meus passos na casa?"
As Duas Faces Da Felicidade
4.0 120 Assista AgoraVocê repete o gesto. Não acredita no que vê. Você tenta capturar a felicidade inteira, fantasiosa, indigesta. Você deseja sem saber que o desejo sofre cortes.
Rebeldes do Deus Neón
4.0 44Náusea. Vontade de nada.
A Terra e a Sombra
3.8 52 Assista AgoraFragmento e poeira.
As Horas
4.2 1,4K"Não se encontra a paz evitando a vida, Leonard."