Eu assisti ele “de trás pra frente”, ou seja, invertendo a sequência das cenas e isso da um olhar totalmente novo ao filme, mostra que o roteiro é bem atual 22 anos depois. “VENHO TE FALAR DA ALEX” Pierre diz para Marcus, que está cego pelo desejo de vingança.
Alex: quando você assiste na ordem original, você tem a impressão de que ela tem pouco tempo de tela, de que não conhecemos ela, de que ela é um mero objeto da tragédia. Quando inverti as cenas, percebi que Alex aparece em metade do tempo de tela do filme. Ela é mostrada como uma mulher comum, provavelmente aproveitando de um final de semana de folga, pois ela aproveita um passeio no parque para ler um livro, livro que fala sobre teorias sobre sonhos premonitórios. Em seguida ela aparece serena em sua casa, tirando um cochilo e é focado o pôster de 2001, uma odisseia no espaço dando uma pista de onde vem as referências para construir os arquétipos e jornadas dos personagens, mas isso também da as primeiras pistas sobre quem Alex é: uma mulher culta e inteligente, pode ser vista como alguém que aproveita da segurança da classe média em seu apartamento supostamente proprio, sua casa é repleta de posters e referências culturais, com uma decoração de bastante personalidade demonstrando sua relação com aquele local, uma relação de segurança e identidade. Depois vemos ela sendo acordada por um recado no telefone, do seu ex, Pierre, do qual ainda mantém amizade. Eles vão para uma festa juntos . Olha, é uma ironia desconfortável, mas a cena de Alex e Marcus acordando para ir à festa é uma das cenas mais românticas que eu já vi refratadas em uma mídia audiovisual. A forma como a nudez demonstra sensualidade, segurança, naturalidade e intimidade. Me passou pela cabeça “se fosse o Sam Levison dirigindo esse filme, Alex seria mostrada fazendo amor ardente com Marcus.”, tipo, se fosse um diretor com o único objetivo de shocking value está seria uma cena de sexo, ou o sexo que eles fizeram devido a sua nudez seria mostrado. Mas não foi, assim como a cena deletada da Alex no hospital mais à frente. Mas a cena do sexo do casal com certeza não foi filmada, o objetivo era mostrar a relação dos dois em um dia normal, eles estão muito apaixonados, estão sempre brincando, se admirando, fazendo carinho um no outro. A harmonia parece uma constante neste relacionamento quando se trata daquele ambiente seguro, a casa da Alex. Lá eles tem um ninho de amor. A Alex fala sobre o sonho com o túnel e a cena da diversas, tipo, muitas sincronicidades com os acontecimentos trágicos que os personagens irão passar. Em uma parte da cena, em meio a uma brincadeira de cócegas onde Alex diz “não” repetidamente, sorrindo, Marcus pega os braços dela e prende pra cima. Mais tarde no filme ela tem os braços presos enquanto grita “nao” e é violentada. Marcus cospe na cara dela como brincadeira, o Tenia faz como escárnio. Marcus diz ter vontade de fazer sexo anal com ela em tom de bom humor e jocoso, Tênia força a relação anal para fazer com que a vítima sofra mais dor ainda. Mas o filme, assistido de trás pra frente, essa cena é linda, introduzindo o conflito da relação de amizade com Pierre e a descoberta da gravidez de Alex que nem ao menos tem tempo de contar a ninguém. Eu acho interessante como a ordem cronológica correta mostra como tudo no filme aconteceu muito rápido, esse novo olhar, essa nova experiência ao assistir me fez perceber muitos detalhes que antes não dava pra perceber pelo trauma das cenas iniciais. Quando Pierre, Alex e Marcus se encontram no metrô da pra perceber que o Pierre está um pouco alterado e incomodando o casal perguntando sobre sua vida sexual em uma conversa constrangedora em público onde Alex é o centro. “Ele te faz gozar? Por isso me trocou por ele? Eu alguma vez já te dei prazer?” é o que ele remoe em uma possível magoa, tornando a conversa desconfortável, irritando e incomodando Alex e Marcus e então ela revela que não teve prazer com ele porque ele é muito ansioso e foca no prazer do outro, que ele precisa se soltar e focar no próprio prazer, e que no ponto de vista dela o prazer feminino em sua experiência individual pode também ser alcançado através de perceber o prazer de seu parceiro, e que por ela não perceber prazer no empenho sexual de Pierre as relações se tornavam maçantes. É muito interessante, eu nunca vi ninguém comentar sobre isso, mas a provocação desse assunto vai aos poucos acabando com a paciência do Marcus, que sóbrio tenta administrar pacientemente sua amizade com o ex de Alex (os 3 parecem se conhecer a muitos anos, e o término de Alex e Pierre ocorreu a pelo menos 3), e se você perceber bem é isso que o leva a usar substâncias e entrar em conflito tentando arrumar uma mulher para o Pierre durante a festa. Drogas e álcool são intorpecentes e modificam nossa tomada de decisão, de trás pra frente parece que o Marcus surta do nada, mas contextualizando da pra ver que ele reprimiu muita coisa no metrô. Seu objetivo na festa se torna se embriagar e se drogar, fazer Pierre fazer sexo como alguém e no meio de tudo flertar com muitas mulheres e até beija-las, traindo a Alex. Nesse momento eles mostram uma face muito machista, o Marcus vê todas as mulheres como meros objetos sexuais para satisfazer a ele e seu amigo, e Pierre insulta praticamente todas as mulheres Marcus lhe apresenta, mesmo que elas tenham uma abordagem respeitosa e normal. Produto de sua época, Pierre iria mostrar misoginia ao ser transfobico com uma travesti Concha na cena em que eles vão atrás de informações sobre o agressor de Alex. A única figura feminina que ele parece admirar é Alex, mas se você olhar um pouquinho vai ver que ele é desrespeitoso, o clássico cara que se coloca na “friendzone”. Alex, inclusive, demonstra estar acostumada com esse tratamento. Ela não é simplesmente uma amiga, ele está sempre elogiando ela e demonstrando que ainda sente atração. Outro detalhe que eu NUNCA reparei, é que quando Alex está conversando com sua amiga no andar de cima da festa, Marcus aparece na escada flertando com duas mulheres, e quando ela vê isso seu semblante e alegria mudam completamente. Eles discutem rapidamente pois ela precisa muito sair daquele ambiente, está decidida que não pode assistir o que quer que Marcus faça naquela festa por não gostar de seu comportamento, e este comportamento parece ser frequente pois ela demonstra não gostar que ele use drogas recreativas. Quando ela está prestes a ir embora lida de novo com o grude do Pierre, mas assim, imagina uma festa onde seu companheiro tá vacilando e você tenta conversar sobre e ele te ofende dizendo “você não tem controle dos seus seios” e debocha da sua cara. Ela não conseguia se manter ali. Ela vai pedir um táxi, mas reparem que a calçada está repleta de prostitutas, nenhum táxi para provavelmente porque a maioria deles não vê as mulheres paradas naquela calçada como clientes e sim como vendedoras. Eu também suspeito que a mulher que aconselha Alex a descer pela passagem subterrânea (você consegue ver que do outro lado da rua parece ter um ponto de táxi) achava que Alex era prostituta e estava apenas querendo ir pra casa depois de terminar seu serviço, que ela era alguém que conhecia os perigos das ruas e que ela saberia se virar descendo pela passagem subterrânea. Era uma época sem Uber. Alex desce despreocupadamente. A passagem não era muito longa, não demoraria muito, e quando o Tenia aparece ela até tem tempo o suficiente para correr mas ela congela diante da violência que ela presencia, violência do Tênia contra Concha. Muito rapidamente ela se torna o alvo do Tenia, eu dali em diante ela não tem maneira nenhuma de lutar ou reagir a violência que lhe é imposta pela misoginia e violência urbana. Por que concha não disse a alguém que havia uma mulher em perigo com o Tenia ao sair do túnel? Pra não ser X9, o que poderia lhe render trágicas consequências. Durante a violência que Alex sofre, um homem aparece para usar o túnel, mas ao presenciar a violência ele observa por alguns segundos e foge dali para não se intrometer. Se parar para reparar, isso também é fruto da violência urbana, que faz com que eu uma pessoa não interfira ao ver uma violência para não ser vítima também. Se Alex tivesse pensado dessa forma, visto a cena é simplesmente ido embora correndo, eu lá poderia até sentir remorso, mas não se tornaria vítima de Tenia. Enfim, alguém precisava falar sobre a Alex que provavelmente teve multifraturas no rosto e até no crânio e pode perder seu bebê também, uma Alex que provavelmente sobrevive mas vai passar por um longo tratamento de saúde mental e física, podendo não recuperar a paz psicologica. Tentou, mas não conseguiu sair vitoriosa da luta contra a violência e objetificação da mulher, contra a impunidade para criminosos sexuais, contra o machismo estrutural. E se você parar pra reparar… Marcus e Pierre demoraram 15 minutos pra ir embora, a cena do estupro e espancamento dura 11 minutos. Os caras que incitam Marcus (sob efeito de álcool e cocaina) mudaram a cena do crime pegando a bolsa da Concha, impedindo a polícia de ter acesso a evidência para vender a informação ao Marcus. Provavelmente foram eles que chamaram o socorro. Tudo aconteceu RÁPIDO DEMAIS. Quando você assiste “ao contrário” percebe que não demorou muito até eles chegarem ao Rectum. Outra coisa é que eu acho que o Pierre não “matou o cara errado”, mas ao ver seu amigo prestes a ser estuprado ele lembrou da Alex e pensou que aquele cara era igual ao Tenia e também merecia morrer(se reparar bem o Marcus sabia quem era o Tenia, mas estava nervoso demais e acabou sentindo muita ansiedade ao realmente confrontar ele, e a forma como ele foi facilmente dominado mostra que ele não estava pronto pra brigar, ele não arrumou nenhum tipo de arma, e o Pierre não sabia quem era o Tenia porque ele vem depois pra salvar o amigo. Sei lá, eu acho esse filme muito bom e interessante. Não é feito por shocking value, tem muita coisa “humana” nos personagens, tem críticas sociais e filosóficas brutais e é o um dos BONS filmes perturbadores que existem, pois existe coisa por aí que nem tem motivo de ter sido filmada.
Só quem já teve contato básico com o ocultismo vai entender essa obra, o resto vai achar chato, mas reconhecer os simbolismos e referências ao Thelema, a diversas ordens iniciativas, símbolos, deuses e rituais torna tudo muito interessante, principalmente a parte sobre a mente do magista. O hermetismo diz que o universo é mental,
atormentada por seus traumas Elaine não consegue se sentir amada mesmo que morram por ela, e quando ela se apaixona só encontra rejeição, o que culmina em um final trágico.
Para não conhecedores do ocultismo, é um filme bonito. Para entusiastas dessa sabedoria, o filme é recheado de símbolos e alegorias que engrandecem o contexto da obra, eu o comparo a A Montanha Sagrada neste quesito.
Ele trás algo parecido com Pearl no argumento, aquela coisa de fazer você torcer pelo vilão, fazer você entender o vilão e os motivos dele, e também aquela coisa de que o primeiro assassinato não é exatamente culpa dela apesar de ela ter essa coisa assassina dentro de si. Eu achei esse filme tão sagaz, tão inteligente. Era muito fácil se sentir a Cecília, da pra assumir o protagonismo na primeira metade do filme sem série que a protagonista é sem personalidade, é só que da pra entender perfeitamente como ela se sente em cada situação, a tensão em torno de estar em um lugar onde você não é bem vinda, a forma como todos excluíam ela e o único laço que ela tinha era a Emma. Eu gosto de como o roteiro cria uma série de desventuras pra “justificar” (entre muuuuitas aspas) os assassinatos, assim a gente consegue de novo se identificar com o slasher, e quando o filme avança a Cecília fica ainda mais traumatizada, estressada e perde o controle resultando em mais e mais violência, as mortes ficam cada vez mais violentas e intencionais. A personalidade dos personagens também não ajuda, mas são pessoas reais afinal? São situações realistas, apesar do tom cômico do filme em algumas cenas, apesar de a Alex ser insuportável ela simplesmente tinha todos os motivos do mundo pra reagir daquela forma ao ver alguém que traumatizou ela e causou sérios danos à saúde e a auto imagem dela ali, na casa dela, sem aviso. Mas a Cecília é tão sínica e sedutora, no final ela de da super bem com toda aquela situação sem remorso algum e eu sinceramente nem consegui ver isso como um final triste porque o filme faz um jogo muito perigoso sobre pontos de vistas, sobre quem é vilão e quem é mocinho, e constrói uma psicopata realmente realista e manipuladora, afinal ele deixa aquela sensação de “ah, mas ela é uma boa menina apenas perdeu o controle” e é essa a narrativa que os psicopatas apresentam
Apesar de todos os nossos problemas sociais, principalmente em relação a família, aqui realmente é um lugar onde pais podem e devem agir da maneira mais violenta perante a qualquer risco que um adulto provoque aos seus filhos. A cena do meio do filme, onde a mãe se surpreende ao achar sua filha na cama com o casal nu é simplesmente inadmissível, no Brasil já daria sangue naquele momento, e os pais em posição de vítima se tornariam verdadeiros sanguinários naquele momento, o 190 seria acionado e seria para contê-los. É uma crítica a postura passiva presente em algumas culturas, onde as pessoas anulam a si mesmas em nome da gentileza e do bom relacionamento com os outros. “Até que ponto eu posso ceder”. O filme mostra que dentro de uma postura passiva e pouco independente diante da vida, onde muitas vezes o indivíduo não escolhe como viver, há o perigo de se encontrar sem escolha alguma ao ser vitimizado por essa falta de atitude. Em nenhum momento do filme já uso de armas de fogo, a tesoura que foi usada para mutilar a menina era um simples instrumento de jardinagem, a todo momento o casal teve a escolha de se defender, estava fácil fugir, mas como o casal de criminosos concluiu, infelizmente, eles se deixaram ser violentados. A própria morte dos personagens principais é a mais passiva possível, onde sem nenhuma arma que lhes pudesse ameaçar, eles se entregaram para morrer apedrejados sem nem ao menos entrar em luta corporal. É um filme muito triste e realista ao retratar as vítimas de um crime cruel completamente congeladas pelo medo e a incerteza sobre o futuro diante de uma ameaça tão grande, mas tão sútil.
acho até que comentei aqui que eu achava que ela tinha matado ele pra se defender, mas foi ele quem atirou nela, só agora eu percebi o barulho do zíper da calça depois do tiro
Esse filme tem bons pontos, inovadores até, mas a execução é fraca. A fotografia colorida e os cenários de sessão da tarde não convencem, e acabam estragando a experiência do filme. Prós:
1. A instituição Macho. O filme retrata muito bem uma realidade onde os homens são sempre acobertados por seus erros, essa proteção pode até mesmo vir de mulheres. 2. A instituição Cara Legal. A desconstrução do interesse romântico da Cassie foi previsível para alguém com uma cabeça mais aberta, mas foi decente nesse roteiro que não poupa os homens em nenhum momento. Eu ficaria decepcionada se aparecesse algum príncipe encantado nesse roteiro, mas não, eles destroem o romance e mostram que aquele cara legal era como todos os outros.
1. Esse filme de deveria ser de drama. Eles usam uma fotografia colorida e as cenas tem um tom de comédia e alegria, isso embaralha todos os sentimentos do espectador. 2. Deveria ter mais 30 minutos mostrando cenas de flashback da Nina e algum desenvolvimento mais profundo sobre a depressão da Cassie. No final do filme da pra entender que a personagem se colocou em um risco tão grande porque não tinha mais perspectiva para a própria vida, mas durante todo o filme ela parece uma mulher alegre e “normal”, fora o seu hábito. Minha crítica é que quem assiste o filme precisa raciocinar demais pra entender a dor e a depressão da personagem. 3. Falta violência. O filme trata de assuntos pesados demais, o roteiro não pode ser digerido por um público imaturo, mas as cenas de violência são mínimas. Eu falo de uma violência verbal mesmo, não precisaria ser física. Falta ódio a personagem principal ao dar de cara com os homens que representam alguém que fez ela sofrer no passado, ela trata eles como uma mãe autoritária dando uma bronca. Falta conflito, choro. Eu entendi que o filme quis criticar as pessoas normais, mas o filme parece my little poney. 4. Falta realismo na hora de representar a força da mulher em uma discussão. Nenhuma mulher consegue se livrar das situações que ela passou da forma que ela se livrou. Ela ia para a casa dos caras intimidar eles pra que eles aprendam uma lição, mas por que eles ficavam tão apavorados? Na vida real ela tomaria uma surra. Não é tão fácil intimidar agressores em potencial. E aquela cena em que ela quebra o carro do cara na estrada? Ok, ela estava armada, mas quando Cassie faz aquela mudança de expressão facial os homens do filme reagem como se ela fosse um monstro.
É uma boa proposta, bom roteiro, porém mal executados.
“ Casa Gucci é inspirada na chocante história real do império da família por trás da italiana casa de moda Gucci. Abrangendo três décadas de amor, traição, decadência, vingança e em última instância, assassinato, vemos o que um nome significa, o que vale e quão longe uma família é capaz de ir para se manter no controle.” Caras, de chocante essa história não tem nada, e também não é instigante. Lady Gaga não merece o Oscar, e a culpa não é dela, a culpa é da direção. Ela é extremamente talentosa e fez o que pode pelo filme, mas tenho certeza que existirão atuações melhor conduzidas que merecerão mais esse prêmio. Casa Gucci não é um bom filme, ele não se destaca pela narrativa, se destaca pelo grande elenco. E Hollywood tem que aprender que grande elenco não é critério para a academia, foi-se o tempo que Hollywood era corajoso ao fazer as indicações ao Oscar, hoje em dia aquela noite é puramente comercial. Assim como esse filme, enche linguiça enchendo o elenco de personalidades que as pessoas gostam mas entregam uma história manca, febril e que consegue decepcionar largando tudo no clímax da história. Falharam ao elaborar as cenas mais importantes para a trama e encheram de floreios cenas insignificantes para o desenvolvimento da história. Tudo corre como numa maratona, a cena do assassinato deixou a desejar, não retrataram nada sobre a investigação e so fizeram uma cena lamentável do tribunal para contar logo qual foi o desfecho dos Gucci. Esse filme não tem uma boa nota, mas merecia 3,2. Ele é péssimo, não serve nem mesmo para se entreter devido a sua longa duração de abobrinhas. Esse filme não mereceu a Lady Gaga nem o Alam Driver que
a presença da criança junto com o diálogo daqueles dois rapazes. Em uma cena, mostra a presença de uma criança muito pequena naquele ambiente caótico. Em outra, mostra um diálogo completamente repugnante de dois homens dizendo que estuprariam quase todas as mulheres ali presentes. Meu medo quando a mãe do menino prendeu ele era de que eles achassem a chave e fizessem algo contra o garoto
Eu acredito que o filme faz uma boa crítica do mundo digital, utilizando a tecnologia pra demonstrar várias técnicas de espionagem que podem facilitar a invasão à privacidade das pessoas. O filme trata do ponto de vista de uma pessoa comum, apenas um casal que olha pela janela. Conforme a obsessão vai crescendo, o casal quer acesso a mais conteúdo e então planta um microfone na casa dos vizinhos para ter acesso ao áudio, aos diálogos, aos ruídos. Me chamou muito a atenção o uso da falta de trilha sonora, mostrando ruídos orgânicos, aumentando a experiência realista e trazendo mais tensão aos momentos de suspense. Ele é um bom filme de suspense, ele da taquicardia, ele surpreende e você precisa estar atento aos detalhes. Não achei pretensioso, o diretor realmente foi incrível na hora de criar tensão e sequestrar a atenção do público.
Lembro que no primeiro ato do filme eu sempre tive a impressão de que volta e meia Seb e Júlia olhavam para a janela, como se soubessem que estavam sendo observados. Tem também a fala da Peppa no começo “é óbvio que eles sabem que estão sendo observados.”. Mas até que ponto é permitido invadir o espaço privado do outro? Toda a obra do Seb como fotógrafo foi apenas para invadir o espaço de Thomás e Peppa, desde o início, na assinatura do contrato do apartamento, o que demonstra que, tendo a invasão de privacidade e manipulação como principais ferramentas, eles cometeram um assassinato bastante planejado, com a escolha das vítimas através do anúncio do apartamento, fisgando-os virtualmente. Destaque para a cena onde a Peppa tem a ideia de mandar recados para Júlia de forma anônima através da impressora da Júlia, depois de Júlia afirmar que não sabia usar a impressora. A Peppa usou da falta de afinidade de Júlia com a tecnologia para estabelecer um contato anônimo com ela. Me senti muito trouxe por não perceber o assassinato do Thomás na cena em que a Peppa recolhe o negócio de alimentar pássaros, não tinha entendido que os passarinhos tinham morrido por causa do líquido que o Thomás colocou, mas sim que era apenas uma metáfora. Mas ele tem umas coisinhas, uns clichês do gênero que não são muito legais. A história tem muitos elementos que não são críveis, o que pode atrapalhar a experiência de alguns telespectadores. Por exemplo, pra ter acesso ao contrato do apartamento, Seb e Júlia precisariam ser proprietários dele. Fico pensando na quantidade de dinheiro que eles investiram para todos aqueles equipamentos, e se o Thomás e Peppa não se interessassem por eles? Tipo, e se eles não tivessem nada interessante para fotografar? Tendo em vista que eles tinham o objetivo de criar uma história interessante o suficiente para fazê-los enriquecer com as exibições pelo mundo inteiro. Existiam poucas chances de eles conseguirem capturar essa história. Eu tive muita dificuldade em entender as motivações da Peppa. Parecia que nenhum dos atos dela fazia muito sentido. Resumindo? O roteiro tem uns elementos de fanfic, se você conseguir se desprender de muita explicação lógica para os atos dos personagens vai conseguir relaxar e aproveitar o filme. É um bom entretenimento.
Apesar de acreditar que o cinema e a literatura vai além de “necessidade de cenas” eu vim só pra explicar porque aquela cena é fundamental para a história de homúnculos. Eu não assisti ao filme, mas terminei o mangá agora e queria muito expor minha opinião em algum lugar sobre o protagonista.
O protagonista de homunculus não serve como mocinho e nem como alguém para a gente ter identificação, pelo contrário, o autor mostra justamente todo o lado podre do personagem principal tornando-o alguém por quem o leitor sente cada vez menos empatia ao decorrer do mangá. Quanto mais você conhece a história do cara e mergulha em seus traumas e opiniões, mais você sente nojo e repulsa por aquele homem. Ele tem opiniões homofóbicas, machistas, falta de caráter e é um mentiroso compulsivo. O começo da história nos faz crer que ele é apenas uma boa pessoa que vai evoluir durante a história, justamente por ser protagonista, mas não se engane, ele só vai piorar. A cena do estupro é importantíssima para mostrar que ele já está perdendo a sanidade mental e acredita que a crueldade é justificável. Ali se quebra qualquer vínculo que faça o leitor torcer pelo protagonista, a partir daí basta acompanhar a obra e os desdobramentos da história. É uma história de horror, quem está familiarizado com o gênero sabe que o conteúdo é perturbador e muitas vezes o protagonista não está lá para representar ninguém, apenas para servir de alegoria para uma história doentia. Esse é o caso dele. Ao ver os homúnculos Nokoshi não mais os enxerga como seres humanos, mas tende a julga-los devido aos seus erros e traumas. Por ser extremamente machista, Nokoshi utilizou do “estupro corretivo” a adolescente que foi chamada predominantemente de #1775. Interessante notar a misoginia latente do personagem, pois ele tinha empatia pelos Homunculus masculinos e suas histórias, mesmo que tenham cometido erros terríveis, mas seu tratamento para com Homunculus femininos sempre foi agressivo chegando a essa cena lamentável e tensa de se assistir/ler. O cara literalmente fez uma mulher abortar e terminou com ela só porque ela era feia, mesmo acreditando amá-la. Sim, acreditando, pois o fim do mangá mostra que ele nunca foi capaz de amar ninguém, muito menos construir qualquer tipo de conexão emocional.
Alegoria necessária em tempos onde fomos presenteados com Parasita, O Poço usa a fome para ilustrar o abuso de um sistema do qual somos submissos. Tem alguns pontos que eu gostei muito nesse filme, primeiro a dinamica do poço usando a fome pois todos nós sentimos. Todos nós nos preocupamos com o que vamos comer, menos quando estamos em um patamar onde isso não é um problema (os primeiros níveis) e então consumimos o máximo que podemos, pois isso é incentivado pelo capitalismo. Outra coisa que achei interessante foi o fato de o sistema ser aleatório. O filme deixa a sensação de que não da para julgar os personagens, afinal "você não sabe o que fará quando acordar no nível 130" e isso vale para todos. O filme ilustra como uma boa pessoa pode vir a cometer crimes e prejudicar os outros mostrando de forma bem crua e clara a necessidade daquele que tem pouco. Quem está nos primeiros níveis enxerga apenas o próprio desejo, afinal fica claro que alimentação nesses níveis não se trata de necessidade, mesmo alguém no nivel 5 faz questão de se empanturrar sem pensar no próximo. Hoje Bolsonaro cogitou a decisão de suspender o salário dos trabalhadores durante 4 meses. Isso é viver no nível 100.
é engraçado mas as piadas são machistas demais e o filme não justifica ou pede desculpa por elas, não mostra que os personagens pensam errado. é extremamente normal chamar qualquer mulher de "cachorra"
Acho muito interessante também que eu senti as coisas certas pelos personagens. Eu vi o quanto a Dani se sentia isolada e não suportava o babaca do namorado dela, e preservei desconfiança pelas pessoas daquela seita
Esse filme é muito desconfortável e mostra algumas coisas bem perturbadoras. Eu acho incrível essa criatividade para o bizarro e emblemático que o Aster tem.
Irreversível
4.0 1,8K Assista AgoraEu assisti ele “de trás pra frente”, ou seja, invertendo a sequência das cenas e isso da um olhar totalmente novo ao filme, mostra que o roteiro é bem atual 22 anos depois.
“VENHO TE FALAR DA ALEX” Pierre diz para Marcus, que está cego pelo desejo de vingança.
Alex: quando você assiste na ordem original, você tem a impressão de que ela tem pouco tempo de tela, de que não conhecemos ela, de que ela é um mero objeto da tragédia. Quando inverti as cenas, percebi que Alex aparece em metade do tempo de tela do filme. Ela é mostrada como uma mulher comum, provavelmente aproveitando de um final de semana de folga, pois ela aproveita um passeio no parque para ler um livro, livro que fala sobre teorias sobre sonhos premonitórios. Em seguida ela aparece serena em sua casa, tirando um cochilo e é focado o pôster de 2001, uma odisseia no espaço dando uma pista de onde vem as referências para construir os arquétipos e jornadas dos personagens, mas isso também da as primeiras pistas sobre quem Alex é: uma mulher culta e inteligente, pode ser vista como alguém que aproveita da segurança da classe média em seu apartamento supostamente proprio, sua casa é repleta de posters e referências culturais, com uma decoração de bastante personalidade demonstrando sua relação com aquele local, uma relação de segurança e identidade. Depois vemos ela sendo acordada por um recado no telefone, do seu ex, Pierre, do qual ainda mantém amizade. Eles vão para uma festa juntos .
Olha, é uma ironia desconfortável, mas a cena de Alex e Marcus acordando para ir à festa é uma das cenas mais românticas que eu já vi refratadas em uma mídia audiovisual. A forma como a nudez demonstra sensualidade, segurança, naturalidade e intimidade. Me passou pela cabeça “se fosse o Sam Levison dirigindo esse filme, Alex seria mostrada fazendo amor ardente com Marcus.”, tipo, se fosse um diretor com o único objetivo de shocking value está seria uma cena de sexo, ou o sexo que eles fizeram devido a sua nudez seria mostrado. Mas não foi, assim como a cena deletada da Alex no hospital mais à frente. Mas a cena do sexo do casal com certeza não foi filmada, o objetivo era mostrar a relação dos dois em um dia normal, eles estão muito apaixonados, estão sempre brincando, se admirando, fazendo carinho um no outro. A harmonia parece uma constante neste relacionamento quando se trata daquele ambiente seguro, a casa da Alex. Lá eles tem um ninho de amor. A Alex fala sobre o sonho com o túnel e a cena da diversas, tipo, muitas sincronicidades com os acontecimentos trágicos que os personagens irão passar. Em uma parte da cena, em meio a uma brincadeira de cócegas onde Alex diz “não” repetidamente, sorrindo, Marcus pega os braços dela e prende pra cima. Mais tarde no filme ela tem os braços presos enquanto grita “nao” e é violentada. Marcus cospe na cara dela como brincadeira, o Tenia faz como escárnio. Marcus diz ter vontade de fazer sexo anal com ela em tom de bom humor e jocoso, Tênia força a relação anal para fazer com que a vítima sofra mais dor ainda. Mas o filme, assistido de trás pra frente, essa cena é linda, introduzindo o conflito da relação de amizade com Pierre e a descoberta da gravidez de Alex que nem ao menos tem tempo de contar a ninguém.
Eu acho interessante como a ordem cronológica correta mostra como tudo no filme aconteceu muito rápido, esse novo olhar, essa nova experiência ao assistir me fez perceber muitos detalhes que antes não dava pra perceber pelo trauma das cenas iniciais. Quando Pierre, Alex e Marcus se encontram no metrô da pra perceber que o Pierre está um pouco alterado e incomodando o casal perguntando sobre sua vida sexual em uma conversa constrangedora em público onde Alex é o centro. “Ele te faz gozar? Por isso me trocou por ele? Eu alguma vez já te dei prazer?” é o que ele remoe em uma possível magoa, tornando a conversa desconfortável, irritando e incomodando Alex e Marcus e então ela revela que não teve prazer com ele porque ele é muito ansioso e foca no prazer do outro, que ele precisa se soltar e focar no próprio prazer, e que no ponto de vista dela o prazer feminino em sua experiência individual pode também ser alcançado através de perceber o prazer de seu parceiro, e que por ela não perceber prazer no empenho sexual de Pierre as relações se tornavam maçantes. É muito interessante, eu nunca vi ninguém comentar sobre isso, mas a provocação desse assunto vai aos poucos acabando com a paciência do Marcus, que sóbrio tenta administrar pacientemente sua amizade com o ex de Alex (os 3 parecem se conhecer a muitos anos, e o término de Alex e Pierre ocorreu a pelo menos 3), e se você perceber bem é isso que o leva a usar substâncias e entrar em conflito tentando arrumar uma mulher para o Pierre durante a festa. Drogas e álcool são intorpecentes e modificam nossa tomada de decisão, de trás pra frente parece que o Marcus surta do nada, mas contextualizando da pra ver que ele reprimiu muita coisa no metrô. Seu objetivo na festa se torna se embriagar e se drogar, fazer Pierre fazer sexo como alguém e no meio de tudo flertar com muitas mulheres e até beija-las, traindo a Alex. Nesse momento eles mostram uma face muito machista, o Marcus vê todas as mulheres como meros objetos sexuais para satisfazer a ele e seu amigo, e Pierre insulta praticamente todas as mulheres Marcus lhe apresenta, mesmo que elas tenham uma abordagem respeitosa e normal. Produto de sua época, Pierre iria mostrar misoginia ao ser transfobico com uma travesti Concha na cena em que eles vão atrás de informações sobre o agressor de Alex. A única figura feminina que ele parece admirar é Alex, mas se você olhar um pouquinho vai ver que ele é desrespeitoso, o clássico cara que se coloca na “friendzone”. Alex, inclusive, demonstra estar acostumada com esse tratamento. Ela não é simplesmente uma amiga, ele está sempre elogiando ela e demonstrando que ainda sente atração.
Outro detalhe que eu NUNCA reparei, é que quando Alex está conversando com sua amiga no andar de cima da festa, Marcus aparece na escada flertando com duas mulheres, e quando ela vê isso seu semblante e alegria mudam completamente. Eles discutem rapidamente pois ela precisa muito sair daquele ambiente, está decidida que não pode assistir o que quer que Marcus faça naquela festa por não gostar de seu comportamento, e este comportamento parece ser frequente pois ela demonstra não gostar que ele use drogas recreativas. Quando ela está prestes a ir embora lida de novo com o grude do Pierre, mas assim, imagina uma festa onde seu companheiro tá vacilando e você tenta conversar sobre e ele te ofende dizendo “você não tem controle dos seus seios” e debocha da sua cara. Ela não conseguia se manter ali. Ela vai pedir um táxi, mas reparem que a calçada está repleta de prostitutas, nenhum táxi para provavelmente porque a maioria deles não vê as mulheres paradas naquela calçada como clientes e sim como vendedoras. Eu também suspeito que a mulher que aconselha Alex a descer pela passagem subterrânea (você consegue ver que do outro lado da rua parece ter um ponto de táxi) achava que Alex era prostituta e estava apenas querendo ir pra casa depois de terminar seu serviço, que ela era alguém que conhecia os perigos das ruas e que ela saberia se virar descendo pela passagem subterrânea. Era uma época sem Uber. Alex desce despreocupadamente. A passagem não era muito longa, não demoraria muito, e quando o Tenia aparece ela até tem tempo o suficiente para correr mas ela congela diante da violência que ela presencia, violência do Tênia contra Concha. Muito rapidamente ela se torna o alvo do Tenia, eu dali em diante ela não tem maneira nenhuma de lutar ou reagir a violência que lhe é imposta pela misoginia e violência urbana. Por que concha não disse a alguém que havia uma mulher em perigo com o Tenia ao sair do túnel? Pra não ser X9, o que poderia lhe render trágicas consequências. Durante a violência que Alex sofre, um homem aparece para usar o túnel, mas ao presenciar a violência ele observa por alguns segundos e foge dali para não se intrometer. Se parar para reparar, isso também é fruto da violência urbana, que faz com que eu uma pessoa não interfira ao ver uma violência para não ser vítima também. Se Alex tivesse pensado dessa forma, visto a cena é simplesmente ido embora correndo, eu lá poderia até sentir remorso, mas não se tornaria vítima de Tenia. Enfim, alguém precisava falar sobre a Alex que provavelmente teve multifraturas no rosto e até no crânio e pode perder seu bebê também, uma Alex que provavelmente sobrevive mas vai passar por um longo tratamento de saúde mental e física, podendo não recuperar a paz psicologica. Tentou, mas não conseguiu sair vitoriosa da luta contra a violência e objetificação da mulher, contra a impunidade para criminosos sexuais, contra o machismo estrutural.
E se você parar pra reparar… Marcus e Pierre demoraram 15 minutos pra ir embora, a cena do estupro e espancamento dura 11 minutos. Os caras que incitam Marcus (sob efeito de álcool e cocaina) mudaram a cena do crime pegando a bolsa da Concha, impedindo a polícia de ter acesso a evidência para vender a informação ao Marcus. Provavelmente foram eles que chamaram o socorro. Tudo aconteceu RÁPIDO DEMAIS. Quando você assiste “ao contrário” percebe que não demorou muito até eles chegarem ao Rectum.
Outra coisa é que eu acho que o Pierre não “matou o cara errado”, mas ao ver seu amigo prestes a ser estuprado ele lembrou da Alex e pensou que aquele cara era igual ao Tenia e também merecia morrer(se reparar bem o Marcus sabia quem era o Tenia, mas estava nervoso demais e acabou sentindo muita ansiedade ao realmente confrontar ele, e a forma como ele foi facilmente dominado mostra que ele não estava pronto pra brigar, ele não arrumou nenhum tipo de arma, e o Pierre não sabia quem era o Tenia porque ele vem depois pra salvar o amigo.
Sei lá, eu acho esse filme muito bom e interessante. Não é feito por shocking value, tem muita coisa “humana” nos personagens, tem críticas sociais e filosóficas brutais e é o um dos BONS filmes perturbadores que existem, pois existe coisa por aí que nem tem motivo de ter sido filmada.
A Bruxa do Amor
3.6 205 Assista AgoraSó quem já teve contato básico com o ocultismo vai entender essa obra, o resto vai achar chato, mas reconhecer os simbolismos e referências ao Thelema, a diversas ordens iniciativas, símbolos, deuses e rituais torna tudo muito interessante, principalmente a parte sobre a mente do magista.
O hermetismo diz que o universo é mental,
atormentada por seus traumas Elaine não consegue se sentir amada mesmo que morram por ela, e quando ela se apaixona só encontra rejeição, o que culmina em um final trágico.
Para não conhecedores do ocultismo, é um filme bonito. Para entusiastas dessa sabedoria, o filme é recheado de símbolos e alegorias que engrandecem o contexto da obra, eu o comparo a A Montanha Sagrada neste quesito.
A Assediadora
3.2 89 Assista AgoraEu não entendo quem tá avaliando baixo esse filme, eu acho que ele tem um tom TÃO BOM.
Ele trás algo parecido com Pearl no argumento, aquela coisa de fazer você torcer pelo vilão, fazer você entender o vilão e os motivos dele, e também aquela coisa de que o primeiro assassinato não é exatamente culpa dela apesar de ela ter essa coisa assassina dentro de si.
Eu achei esse filme tão sagaz, tão inteligente. Era muito fácil se sentir a Cecília, da pra assumir o protagonismo na primeira metade do filme sem série que a protagonista é sem personalidade, é só que da pra entender perfeitamente como ela se sente em cada situação, a tensão em torno de estar em um lugar onde você não é bem vinda, a forma como todos excluíam ela e o único laço que ela tinha era a Emma.
Eu gosto de como o roteiro cria uma série de desventuras pra “justificar” (entre muuuuitas aspas) os assassinatos, assim a gente consegue de novo se identificar com o slasher, e quando o filme avança a Cecília fica ainda mais traumatizada, estressada e perde o controle resultando em mais e mais violência, as mortes ficam cada vez mais violentas e intencionais. A personalidade dos personagens também não ajuda, mas são pessoas reais afinal? São situações realistas, apesar do tom cômico do filme em algumas cenas, apesar de a Alex ser insuportável ela simplesmente tinha todos os motivos do mundo pra reagir daquela forma ao ver alguém que traumatizou ela e causou sérios danos à saúde e a auto imagem dela ali, na casa dela, sem aviso. Mas a Cecília é tão sínica e sedutora, no final ela de da super bem com toda aquela situação sem remorso algum e eu sinceramente nem consegui ver isso como um final triste porque o filme faz um jogo muito perigoso sobre pontos de vistas, sobre quem é vilão e quem é mocinho, e constrói uma psicopata realmente realista e manipuladora, afinal ele deixa aquela sensação de “ah, mas ela é uma boa menina apenas perdeu o controle” e é essa a narrativa que os psicopatas apresentam
Não Fale o Mal
3.6 674É um filme muito difícil para os latinos entenderem pois toca em um sentimento que não é daqui.
Apesar de todos os nossos problemas sociais, principalmente em relação a família, aqui realmente é um lugar onde pais podem e devem agir da maneira mais violenta perante a qualquer risco que um adulto provoque aos seus filhos. A cena do meio do filme, onde a mãe se surpreende ao achar sua filha na cama com o casal nu é simplesmente inadmissível, no Brasil já daria sangue naquele momento, e os pais em posição de vítima se tornariam verdadeiros sanguinários naquele momento, o 190 seria acionado e seria para contê-los.
É uma crítica a postura passiva presente em algumas culturas, onde as pessoas anulam a si mesmas em nome da gentileza e do bom relacionamento com os outros. “Até que ponto eu posso ceder”. O filme mostra que dentro de uma postura passiva e pouco independente diante da vida, onde muitas vezes o indivíduo não escolhe como viver, há o perigo de se encontrar sem escolha alguma ao ser vitimizado por essa falta de atitude.
Em nenhum momento do filme já uso de armas de fogo, a tesoura que foi usada para mutilar a menina era um simples instrumento de jardinagem, a todo momento o casal teve a escolha de se defender, estava fácil fugir, mas como o casal de criminosos concluiu, infelizmente, eles se deixaram ser violentados. A própria morte dos personagens principais é a mais passiva possível, onde sem nenhuma arma que lhes pudesse ameaçar, eles se entregaram para morrer apedrejados sem nem ao menos entrar em luta corporal.
É um filme muito triste e realista ao retratar as vítimas de um crime cruel completamente congeladas pelo medo e a incerteza sobre o futuro diante de uma ameaça tão grande, mas tão sútil.
Ninfomaníaca: Volume 2
3.6 1,6K Assista AgoraDurante todos esses anos minha teoria estava errada
acho até que comentei aqui que eu achava que ela tinha matado ele pra se defender, mas foi ele quem atirou nela, só agora eu percebi o barulho do zíper da calça depois do tiro
As Ondas
3.9 164Vim pela Alexa Demie. Muito delicado e impactante, personagens humanizados e sutis.
Bela Vingança
3.8 1,3K Assista AgoraEsse filme tem bons pontos, inovadores até, mas a execução é fraca. A fotografia colorida e os cenários de sessão da tarde não convencem, e acabam estragando a experiência do filme.
Prós:
1. A instituição Macho. O filme retrata muito bem uma realidade onde os homens são sempre acobertados por seus erros, essa proteção pode até mesmo vir de mulheres.
2. A instituição Cara Legal. A desconstrução do interesse romântico da Cassie foi previsível para alguém com uma cabeça mais aberta, mas foi decente nesse roteiro que não poupa os homens em nenhum momento. Eu ficaria decepcionada se aparecesse algum príncipe encantado nesse roteiro, mas não, eles destroem o romance e mostram que aquele cara legal era como todos os outros.
Contras
1. Esse filme de deveria ser de drama. Eles usam uma fotografia colorida e as cenas tem um tom de comédia e alegria, isso embaralha todos os sentimentos do espectador.
2. Deveria ter mais 30 minutos mostrando cenas de flashback da Nina e algum desenvolvimento mais profundo sobre a depressão da Cassie. No final do filme da pra entender que a personagem se colocou em um risco tão grande porque não tinha mais perspectiva para a própria vida, mas durante todo o filme ela parece uma mulher alegre e “normal”, fora o seu hábito. Minha crítica é que quem assiste o filme precisa raciocinar demais pra entender a dor e a depressão da personagem.
3. Falta violência. O filme trata de assuntos pesados demais, o roteiro não pode ser digerido por um público imaturo, mas as cenas de violência são mínimas. Eu falo de uma violência verbal mesmo, não precisaria ser física. Falta ódio a personagem principal ao dar de cara com os homens que representam alguém que fez ela sofrer no passado, ela trata eles como uma mãe autoritária dando uma bronca. Falta conflito, choro. Eu entendi que o filme quis criticar as pessoas normais, mas o filme parece my little poney.
4. Falta realismo na hora de representar a força da mulher em uma discussão. Nenhuma mulher consegue se livrar das situações que ela passou da forma que ela se livrou. Ela ia para a casa dos caras intimidar eles pra que eles aprendam uma lição, mas por que eles ficavam tão apavorados? Na vida real ela tomaria uma surra. Não é tão fácil intimidar agressores em potencial. E aquela cena em que ela quebra o carro do cara na estrada? Ok, ela estava armada, mas quando Cassie faz aquela mudança de expressão facial os homens do filme reagem como se ela fosse um monstro.
É uma boa proposta, bom roteiro, porém mal executados.
Casa Gucci
3.2 706 Assista Agora“ Casa Gucci é inspirada na chocante história real do império da família por trás da italiana casa de moda Gucci. Abrangendo três décadas de amor, traição, decadência, vingança e em última instância, assassinato, vemos o que um nome significa, o que vale e quão longe uma família é capaz de ir para se manter no controle.”
Caras, de chocante essa história não tem nada, e também não é instigante.
Lady Gaga não merece o Oscar, e a culpa não é dela, a culpa é da direção. Ela é extremamente talentosa e fez o que pode pelo filme, mas tenho certeza que existirão atuações melhor conduzidas que merecerão mais esse prêmio.
Casa Gucci não é um bom filme, ele não se destaca pela narrativa, se destaca pelo grande elenco. E Hollywood tem que aprender que grande elenco não é critério para a academia, foi-se o tempo que Hollywood era corajoso ao fazer as indicações ao Oscar, hoje em dia aquela noite é puramente comercial.
Assim como esse filme, enche linguiça enchendo o elenco de personalidades que as pessoas gostam mas entregam uma história manca, febril e que consegue decepcionar largando tudo no clímax da história.
Falharam ao elaborar as cenas mais importantes para a trama e encheram de floreios cenas insignificantes para o desenvolvimento da história. Tudo corre como numa maratona, a cena do assassinato deixou a desejar, não retrataram nada sobre a investigação e so fizeram uma cena lamentável do tribunal para contar logo qual foi o desfecho dos Gucci.
Esse filme não tem uma boa nota, mas merecia 3,2. Ele é péssimo, não serve nem mesmo para se entreter devido a sua longa duração de abobrinhas.
Esse filme não mereceu a Lady Gaga nem o Alam Driver que
soube muito bem interpretar o papel de um banana babaca. Sério, ele merece, eu nunca vi um personagem tão frouxo na história do cinema
Tinham também aspectos da vida real que eles poderiam explorar e não exploraram
Clímax
3.6 1,1K Assista AgoraNa minha experiência pessoal, a parte mais perturbadora do filme foi
a presença da criança junto com o diálogo daqueles dois rapazes.
Em uma cena, mostra a presença de uma criança muito pequena naquele ambiente caótico.
Em outra, mostra um diálogo completamente repugnante de dois homens dizendo que estuprariam quase todas as mulheres ali presentes.
Meu medo quando a mãe do menino prendeu ele era de que eles achassem a chave e fizessem algo contra o garoto
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Observadores
3.0 413 Assista AgoraEu acredito que o filme faz uma boa crítica do mundo digital, utilizando a tecnologia pra demonstrar várias técnicas de espionagem que podem facilitar a invasão à privacidade das pessoas.
O filme trata do ponto de vista de uma pessoa comum, apenas um casal que olha pela janela. Conforme a obsessão vai crescendo, o casal quer acesso a mais conteúdo e então planta um microfone na casa dos vizinhos para ter acesso ao áudio, aos diálogos, aos ruídos. Me chamou muito a atenção o uso da falta de trilha sonora, mostrando ruídos orgânicos, aumentando a experiência realista e trazendo mais tensão aos momentos de suspense.
Ele é um bom filme de suspense, ele da taquicardia, ele surpreende e você precisa estar atento aos detalhes. Não achei pretensioso, o diretor realmente foi incrível na hora de criar tensão e sequestrar a atenção do público.
Lembro que no primeiro ato do filme eu sempre tive a impressão de que volta e meia Seb e Júlia olhavam para a janela, como se soubessem que estavam sendo observados. Tem também a fala da Peppa no começo “é óbvio que eles sabem que estão sendo observados.”.
Mas até que ponto é permitido invadir o espaço privado do outro?
Toda a obra do Seb como fotógrafo foi apenas para invadir o espaço de Thomás e Peppa, desde o início, na assinatura do contrato do apartamento, o que demonstra que, tendo a invasão de privacidade e manipulação como principais ferramentas, eles cometeram um assassinato bastante planejado, com a escolha das vítimas através do anúncio do apartamento, fisgando-os virtualmente.
Destaque para a cena onde a Peppa tem a ideia de mandar recados para Júlia de forma anônima através da impressora da Júlia, depois de Júlia afirmar que não sabia usar a impressora. A Peppa usou da falta de afinidade de Júlia com a tecnologia para estabelecer um contato anônimo com ela.
Me senti muito trouxe por não perceber o assassinato do Thomás na cena em que a Peppa recolhe o negócio de alimentar pássaros, não tinha entendido que os passarinhos tinham morrido por causa do líquido que o Thomás colocou, mas sim que era apenas uma metáfora.
Mas ele tem umas coisinhas, uns clichês do gênero que não são muito legais. A história tem muitos elementos que não são críveis, o que pode atrapalhar a experiência de alguns telespectadores.
Por exemplo, pra ter acesso ao contrato do apartamento, Seb e Júlia precisariam ser proprietários dele. Fico pensando na quantidade de dinheiro que eles investiram para todos aqueles equipamentos, e se o Thomás e Peppa não se interessassem por eles?
Tipo, e se eles não tivessem nada interessante para fotografar? Tendo em vista que eles tinham o objetivo de criar uma história interessante o suficiente para fazê-los enriquecer com as exibições pelo mundo inteiro. Existiam poucas chances de eles conseguirem capturar essa história.
Eu tive muita dificuldade em entender as motivações da Peppa. Parecia que nenhum dos atos dela fazia muito sentido.
Resumindo? O roteiro tem uns elementos de fanfic, se você conseguir se desprender de muita explicação lógica para os atos dos personagens vai conseguir relaxar e aproveitar o filme.
É um bom entretenimento.
Homunculus
2.5 49 Assista AgoraApesar de acreditar que o cinema e a literatura vai além de “necessidade de cenas” eu vim só pra explicar porque aquela cena é fundamental para a história de homúnculos.
Eu não assisti ao filme, mas terminei o mangá agora e queria muito expor minha opinião em algum lugar sobre o protagonista.
O protagonista de homunculus não serve como mocinho e nem como alguém para a gente ter identificação, pelo contrário, o autor mostra justamente todo o lado podre do personagem principal tornando-o alguém por quem o leitor sente cada vez menos empatia ao decorrer do mangá. Quanto mais você conhece a história do cara e mergulha em seus traumas e opiniões, mais você sente nojo e repulsa por aquele homem.
Ele tem opiniões homofóbicas, machistas, falta de caráter e é um mentiroso compulsivo.
O começo da história nos faz crer que ele é apenas uma boa pessoa que vai evoluir durante a história, justamente por ser protagonista, mas não se engane, ele só vai piorar.
A cena do estupro é importantíssima para mostrar que ele já está perdendo a sanidade mental e acredita que a crueldade é justificável. Ali se quebra qualquer vínculo que faça o leitor torcer pelo protagonista, a partir daí basta acompanhar a obra e os desdobramentos da história. É uma história de horror, quem está familiarizado com o gênero sabe que o conteúdo é perturbador e muitas vezes o protagonista não está lá para representar ninguém, apenas para servir de alegoria para uma história doentia. Esse é o caso dele.
Ao ver os homúnculos Nokoshi não mais os enxerga como seres humanos, mas tende a julga-los devido aos seus erros e traumas. Por ser extremamente machista, Nokoshi utilizou do “estupro corretivo” a adolescente que foi chamada predominantemente de #1775. Interessante notar a misoginia latente do personagem, pois ele tinha empatia pelos Homunculus masculinos e suas histórias, mesmo que tenham cometido erros terríveis, mas seu tratamento para com Homunculus femininos sempre foi agressivo chegando a essa cena lamentável e tensa de se assistir/ler.
O cara literalmente fez uma mulher abortar e terminou com ela só porque ela era feia, mesmo acreditando amá-la. Sim, acreditando, pois o fim do mangá mostra que ele nunca foi capaz de amar ninguém, muito menos construir qualquer tipo de conexão emocional.
Torturada Pelo Próprio Pai
3.1 46Ai meu Deus que tristeza.
Estou Pensando em Acabar com Tudo
3.1 1,0K Assista AgoraDesperdicei tempo, não achei bom e ainda por cima tive pesadelos porque dormi ouvindo frases como “a vida é um trem direto para o inferno”
Millennium: Os Homens que Não Amavam as Mulheres
4.2 3,1K Assista Agoraaquele filme cujo o título brasileiro é mais coerente que o original
O Poço
3.7 2,1K Assista AgoraAlegoria necessária em tempos onde fomos presenteados com Parasita, O Poço usa a fome para ilustrar o abuso de um sistema do qual somos submissos.
Tem alguns pontos que eu gostei muito nesse filme, primeiro a dinamica do poço usando a fome pois todos nós sentimos. Todos nós nos preocupamos com o que vamos comer, menos quando estamos em um patamar onde isso não é um problema (os primeiros níveis) e então consumimos o máximo que podemos, pois isso é incentivado pelo capitalismo. Outra coisa que achei interessante foi o fato de o sistema ser aleatório. O filme deixa a sensação de que não da para julgar os personagens, afinal "você não sabe o que fará quando acordar no nível 130" e isso vale para todos. O filme ilustra como uma boa pessoa pode vir a cometer crimes e prejudicar os outros mostrando de forma bem crua e clara a necessidade daquele que tem pouco.
Quem está nos primeiros níveis enxerga apenas o próprio desejo, afinal fica claro que alimentação nesses níveis não se trata de necessidade, mesmo alguém no nivel 5 faz questão de se empanturrar sem pensar no próximo.
Hoje Bolsonaro cogitou a decisão de suspender o salário dos trabalhadores durante 4 meses. Isso é viver no nível 100.
Ensaio Sobre a Cegueira
4.0 2,5KÉ chato, só mostra desgraça.
Mas n culpo o diretor, q dirigiu muito bem. Eu culpo a mim mesma, eu n consegui nem chegar a segunda página do livro.
O Virgem de 40 Anos
3.1 829 Assista Agoraé engraçado mas as piadas são machistas demais e o filme não justifica ou pede desculpa por elas, não mostra que os personagens pensam errado. é extremamente normal chamar qualquer mulher de "cachorra"
A Cura
3.0 707 Assista Agorao modo de atuar do ator q fez o protagonista me lembra o leonardo dicaprio
Além da Realidade
2.5 158 Assista Agoraputinha muito chataaa pqp
Quando um Estranho Chama
2.9 649 Assista AgoraQue filme horrível, que perda de tempo. Nada acontece feijoada
Eduardo e Mônica
3.6 368que graça isso vai ter, jesus?
o titulo deveria ser "a vida do cidadão médio brasileiro, so que ela é mais vela do que ele e não ao contrário"
Roubando Vidas
3.5 705 Assista Agoraa capa eh um spoiler
Midsommar: O Mal Não Espera a Noite
3.6 2,8K Assista AgoraAcho muito interessante também que eu senti as coisas certas pelos personagens. Eu vi o quanto a Dani se sentia isolada e não suportava o babaca do namorado dela, e preservei desconfiança pelas pessoas daquela seita
Midsommar: O Mal Não Espera a Noite
3.6 2,8K Assista AgoraEsse filme é muito desconfortável e mostra algumas coisas bem perturbadoras. Eu acho incrível essa criatividade para o bizarro e emblemático que o Aster tem.
Quem não ficaria impressionado com a cena do suicídio dos idosos? E a forma como ficam os cadaveres?