Graças a Deus a Europa tem uma maior consciência de preservação de seu acervo e por isso temos acesso a programas antigos como esse! Gloriosa Eva Todor, uma das maiores comediantes que já tivemos ♥
Bons tempos quando a Globo ainda apostava em projetos assim intimistas e experimentais. Acho que algumas coisas poderiam ter sido melhor exploradas, mas por outro lado é interessante deixar coisas no ar e não se prolongar demais em duração. Gostei e me identifiquei com muitas falas e emoções dos personagens. Recomendo para quem busca entretenimento de qualidade e profundidade, no meio de tanta coisa superficial e descartável nos streamings de hoje em dia.
Amo demais essa série, das poucas que me fazem gargalhar naturalmente, e tbm uma das únicas recentes que eu acompanho, pois nem sou muito de séries. Espero que dure ainda muito tempo! Larry David tem um talento ímpar para fazer graça com pouco esforço, admiro muito de coração. Adoro essa série porque lembra muito a vida real e nos faz rir de nós mesmos em situações completamente aleatórias, algo que eu sinto em Seinfeld também, mas aqui ainda mais politicamente incorreto e sem filtros. O grande mérito talvez seja ser politicamente incorreto sem ofender ou diminuir ninguém, todo mundo tem seus defeitos e incoerências e essa é a graça do ser humano, o total nonsense, e todo dia momentos embaraçosos diferentes, enfim shit just happens. Humor inteligente sem ser arrogante e engraçado sem ser forçado. Amo o fato também do Larry ser milionário e morar em Santa Monica e ainda assim qualquer pessoa que assiste pode se identificar com ele, não existe aquela ostentação vazia ou irrealidade nível filtros do Instagram só por ser Hollywood, aquela gente acontece de ser rica e famosa mas aquelas situações awkward acontecem a todo momento em qualquer lugar do mundo, mesmo em cenários e perfis diferentes. Aliás, concluindo, acho que falta um pouco dessa vibe no mundo atual - as pessoas aprenderem a rir mais de si mesmas e pararem de se levar tão a sério. Ou talvez não seja caso pra isso, porque quanto mais a sério o ser humano se levar, mais motivo de riso haverá, e argumento para comédia idem. O Larry não mudou, mas duvido que 98% do resto do mundo tenha mudado em algo, ou vá mudar antes do planeta se acabar logo de uma vez.
Essa série tem quase 50 anos e continua pertinente em muitos temas espinhosos como aborto, política e igualdade de gênero. Maude, além de ser uma mulher mais velha e fora dos padrões (alta, grisalha, excêntrica e voz rouca tão marcante), era feminista, democrata e completamente anti-Nixon. A produção foi muito corajosa em pleno anos 70 a tratar desses assuntos sociais e políticos através da Maude e sua família, temas esses que ainda são atuais, pois mesmo que tenha havido conquistas ainda há muito caminho a andar.
Um dos grandes méritos da série é não ser unilateral e dar razão apenas à Maude. O viés da série é claramente progressista, mas temos o Arthur, que é o vizinho republicano reacionário que está sempre em confronto ideológico com a Maude, mas a graça é dar voz a todos os lados, não só privilegiar um ou o outro - qualidade que a gente já constata em All in the Family (lembrando que Maude é um spin off da mesma). Ainda temos a Flórida (empregada negra espirituosa que é um ótimo alívio cômico - que depois é substituída pela britânica maluca também hilária, Mrs.Naugatuck), Carol (a filha jovem e liberada de Maude), Walter (marido de Maude, quadrado e um pouco tapado, mas adorável), a Vivian (melhor amiga da Maude, desmiolada). Enfim, a pluralidade dos personagens só torna a série mais rica e não fica um debate ideológico raso que só privilegia um lado apenas, já que a Maude tem suas contradições e vem de uma geração mais antiga, logo tendo seu lado conservador e antiquado que é sempre posto em cheque já que ela tenta sempre se mostrar feminista e moderna naquela sociedade caótica dos anos 70 (vide Guerra do Vietnã e Watergate).
Nessa temporada tem o famoso episódio em que Maude fica grávida (mesmo com mais de 40 anos) e enfrenta o dilema se deve interromper a gravidez ou não - algo que ainda hoje é tabu e duvido que passasse na maioria dos canais de forma tão explícita. [ no estado de NY é legalizado] Na temporada seguinte também tem o famoso episódio, esse mais leve, em que Maude decide fazer um facelift, algo que pode ser banal hoje mas na época também era algo inusitado.
Além da Bea Arthur que reina com seu timing excelente e humor cáustico, o elenco perfeito (Bill Macy, Adrienne Barbeau, Rue McClanahan, Conrad Bain, Esther Rolle e etc) só soma com seus talentos! Rue e Bea trabalharam juntas na célebre The Golden Girls, mas a Vivian é super comportada e típica mulher de classe média, bem diferente da flamboyant Blanche Deveraux de Golden Girls.
Infelizmente fora dos EUA não é uma série muito lembrada, mas eu super recomendo!
Nesse tédio mortal dos últimos tempos atuais, me bateu uma vontade enorme de rever Golden Girls novamente. Mas ao invés disso, resolvi enfim dar uma chance pro Golden Palace que estava na minha lista há anos... Todos os episódios estão no Youtube.
Fui sem muita sede ao pote e com o pé atrás porque já imaginava que não seria a mesma coisa do original, e realmente não é. Mas isso não foi negativo porque eu acabei gostando, até mais do que eu esperava! O humor continua sensacional e afiadíssimo - felizmente os roteiristas ainda eram os mesmos e continuavam inspirados! Levei um tempo pra comprar a ideia do plot do hotel, mas no fim acho que a repaginada de cenário fez com que as personagens pudessem viver novas experiências e novas possibilidades cômicas. Os novos personagens também te conquistam porque os atores são muito bons. O Don Cheadle acaba pegando o lugar da Dorothy como o sarcástico sisudo do programa, mas com a sua própria personalidade. Cheech Marin faz um cozinheiro mexicano até divertido. O único porém é o ator mirim que, apesar de bom, não combinou com a série e saiu no decorrer da temporada.
Apesar da Dorothy ser minha favorita de Golden Girls, acho que as três formam um belo trio mesmo sem ela. A Dorothy não combinaria muito com esse contexto e foi uma boa ideia mudar a roupagem, porque continuar o show normal sem ela seria péssimo. O mais interessante, além da parte cômica, é que as personagens puderam ser mais aprofundadas e ter novas facetas : a Rose aqui está menos burra e super ferina! a Blanche continua super tramp porém mais responsável e até mais solidária com os outros; e a Sophia sem a Dorothy por perto e trabalhando no hotel também consegue viver mais plena e útil nos seus "twilight years". Como a Dorothy era a mais durona e cabeça, a ausência dela fez com que cada uma tivesse que mudar e enfrentar novos desafios. Uma outra coisa que achei legal é que a Dorothy sempre era mencionada, mesmo não estando presente - não foi como se ela não existisse mais.
É uma pena mesmo que não foi renovada, porque tinha potencial. Enfim, talvez a Bea Arthur tivesse razão e fosse hora mesmo de parar. Séries que se estendem demais sempre perdem o fio da meada.
PS: o episódio que a Dorothy aparece numa participação especial é Seems like old times (parte 1 e 2).
Comprar Ingressos
Este site usa cookies para oferecer a melhor experiência possível. Ao navegar em nosso site, você concorda com o uso de cookies.
Se você precisar de mais informações e / ou não quiser que os cookies sejam colocados ao usar o site, visite a página da Política de Privacidade.
Segura a Onda (12ª Temporada)
4.1 5 Assista AgoraÚnica série atual que eu fazia questão de acompanhar, podia continuar para sempre! Larry forever.
As Aventuras de Eva (1ª Temporada)
1Graças a Deus a Europa tem uma maior consciência de preservação de seu acervo e por isso temos acesso a programas antigos como esse!
Gloriosa Eva Todor, uma das maiores comediantes que já tivemos ♥
Moinhos de Vento
3.8 2Bons tempos quando a Globo ainda apostava em projetos assim intimistas e experimentais. Acho que algumas coisas poderiam ter sido melhor exploradas, mas por outro lado é interessante deixar coisas no ar e não se prolongar demais em duração. Gostei e me identifiquei com muitas falas e emoções dos personagens. Recomendo para quem busca entretenimento de qualidade e profundidade, no meio de tanta coisa superficial e descartável nos streamings de hoje em dia.
Segura a Onda (11ª Temporada)
4.1 8Amo demais essa série, das poucas que me fazem gargalhar naturalmente, e tbm uma das únicas recentes que eu acompanho, pois nem sou muito de séries. Espero que dure ainda muito tempo! Larry David tem um talento ímpar para fazer graça com pouco esforço, admiro muito de coração. Adoro essa série porque lembra muito a vida real e nos faz rir de nós mesmos em situações completamente aleatórias, algo que eu sinto em Seinfeld também, mas aqui ainda mais politicamente incorreto e sem filtros. O grande mérito talvez seja ser politicamente incorreto sem ofender ou diminuir ninguém, todo mundo tem seus defeitos e incoerências e essa é a graça do ser humano, o total nonsense, e todo dia momentos embaraçosos diferentes, enfim shit just happens. Humor inteligente sem ser arrogante e engraçado sem ser forçado. Amo o fato também do Larry ser milionário e morar em Santa Monica e ainda assim qualquer pessoa que assiste pode se identificar com ele, não existe aquela ostentação vazia ou irrealidade nível filtros do Instagram só por ser Hollywood, aquela gente acontece de ser rica e famosa mas aquelas situações awkward acontecem a todo momento em qualquer lugar do mundo, mesmo em cenários e perfis diferentes. Aliás, concluindo, acho que falta um pouco dessa vibe no mundo atual - as pessoas aprenderem a rir mais de si mesmas e pararem de se levar tão a sério. Ou talvez não seja caso pra isso, porque quanto mais a sério o ser humano se levar, mais motivo de riso haverá, e argumento para comédia idem. O Larry não mudou, mas duvido que 98% do resto do mundo tenha mudado em algo, ou vá mudar antes do planeta se acabar logo de uma vez.
Maude (1 Temporada)
4.7 1Essa série tem quase 50 anos e continua pertinente em muitos temas espinhosos como aborto, política e igualdade de gênero. Maude, além de ser uma mulher mais velha e fora dos padrões (alta, grisalha, excêntrica e voz rouca tão marcante), era feminista, democrata e completamente anti-Nixon. A produção foi muito corajosa em pleno anos 70 a tratar desses assuntos sociais e políticos através da Maude e sua família, temas esses que ainda são atuais, pois mesmo que tenha havido conquistas ainda há muito caminho a andar.
Um dos grandes méritos da série é não ser unilateral e dar razão apenas à Maude. O viés da série é claramente progressista, mas temos o Arthur, que é o vizinho republicano reacionário que está sempre em confronto ideológico com a Maude, mas a graça é dar voz a todos os lados, não só privilegiar um ou o outro - qualidade que a gente já constata em All in the Family (lembrando que Maude é um spin off da mesma). Ainda temos a Flórida (empregada negra espirituosa que é um ótimo alívio cômico - que depois é substituída pela britânica maluca também hilária, Mrs.Naugatuck), Carol (a filha jovem e liberada de Maude), Walter (marido de Maude, quadrado e um pouco tapado, mas adorável), a Vivian (melhor amiga da Maude, desmiolada). Enfim, a pluralidade dos personagens só torna a série mais rica e não fica um debate ideológico raso que só privilegia um lado apenas, já que a Maude tem suas contradições e vem de uma geração mais antiga, logo tendo seu lado conservador e antiquado que é sempre posto em cheque já que ela tenta sempre se mostrar feminista e moderna naquela sociedade caótica dos anos 70 (vide Guerra do Vietnã e Watergate).
Nessa temporada tem o famoso episódio em que Maude fica grávida (mesmo com mais de 40 anos) e enfrenta o dilema se deve interromper a gravidez ou não - algo que ainda hoje é tabu e duvido que passasse na maioria dos canais de forma tão explícita. [ no estado de NY é legalizado]
Na temporada seguinte também tem o famoso episódio, esse mais leve, em que Maude decide fazer um facelift, algo que pode ser banal hoje mas na época também era algo inusitado.
Além da Bea Arthur que reina com seu timing excelente e humor cáustico, o elenco perfeito (Bill Macy, Adrienne Barbeau, Rue McClanahan, Conrad Bain, Esther Rolle e etc) só soma com seus talentos! Rue e Bea trabalharam juntas na célebre The Golden Girls, mas a Vivian é super comportada e típica mulher de classe média, bem diferente da flamboyant Blanche Deveraux de Golden Girls.
Infelizmente fora dos EUA não é uma série muito lembrada, mas eu super recomendo!
The Golden Palace (1ª Temporada)
3.6 1Nesse tédio mortal dos últimos tempos atuais, me bateu uma vontade enorme de rever Golden Girls novamente. Mas ao invés disso, resolvi enfim dar uma chance pro Golden Palace que estava na minha lista há anos... Todos os episódios estão no Youtube.
Fui sem muita sede ao pote e com o pé atrás porque já imaginava que não seria a mesma coisa do original, e realmente não é. Mas isso não foi negativo porque eu acabei gostando, até mais do que eu esperava! O humor continua sensacional e afiadíssimo - felizmente os roteiristas ainda eram os mesmos e continuavam inspirados! Levei um tempo pra comprar a ideia do plot do hotel, mas no fim acho que a repaginada de cenário fez com que as personagens pudessem viver novas experiências e novas possibilidades cômicas. Os novos personagens também te conquistam porque os atores são muito bons. O Don Cheadle acaba pegando o lugar da Dorothy como o sarcástico sisudo do programa, mas com a sua própria personalidade. Cheech Marin faz um cozinheiro mexicano até divertido. O único porém é o ator mirim que, apesar de bom, não combinou com a série e saiu no decorrer da temporada.
Apesar da Dorothy ser minha favorita de Golden Girls, acho que as três formam um belo trio mesmo sem ela. A Dorothy não combinaria muito com esse contexto e foi uma boa ideia mudar a roupagem, porque continuar o show normal sem ela seria péssimo. O mais interessante, além da parte cômica, é que as personagens puderam ser mais aprofundadas e ter novas facetas : a Rose aqui está menos burra e super ferina! a Blanche continua super tramp porém mais responsável e até mais solidária com os outros; e a Sophia sem a Dorothy por perto e trabalhando no hotel também consegue viver mais plena e útil nos seus "twilight years". Como a Dorothy era a mais durona e cabeça, a ausência dela fez com que cada uma tivesse que mudar e enfrentar novos desafios. Uma outra coisa que achei legal é que a Dorothy sempre era mencionada, mesmo não estando presente - não foi como se ela não existisse mais.
É uma pena mesmo que não foi renovada, porque tinha potencial. Enfim, talvez a Bea Arthur tivesse razão e fosse hora mesmo de parar. Séries que se estendem demais sempre perdem o fio da meada.
PS: o episódio que a Dorothy aparece numa participação especial é Seems like old times (parte 1 e 2).