Se antes as características do noir estavam presentes em menor medida nos filmes dos irmãos Coen, este tragicômico “O Homem Que Não Estava Lá” é uma homenagem assumida ao estilo. Ambientado na década de 40 e com uma elegante fotografia em p&b (assinada por Roger Deakins, colaborador usual da dupla), o longa conta as desventuras de um barbeiro, um homem comum que vive em total estado de inércia, mas tem sua vida mudada quando decide investir no ramo da lavagem à seco. Além dos aspectos visuais da fita, o elenco também está ótimo. Composto por Billy Bob Thornton (formidável em cada expressão) e Frances McDormand, o filme merecia mais do que a única indicação de melhor fotografia no Oscar de 2002. O único aborrecimento é que em alguns momentos o “O Homem Que Não Estava Lá” parece tão estático quanto seu personagem principal. Mas, ainda assim, é título certo na minha lista de melhores filmes dos irmãos Coen.
Apesar das muitas qualidades, “Tudo Pelo Poder” chama a atenção pelo elenco de peso e suas atuações impecáveis. Ryan Gosling – o atual fetiche de Hollywood – interpreta de forma segura um assessor de imprensa jovem e idealista que à duras penas é obrigado a aprender como funciona o jogo de interesses políticos do qual ele próprio faz parte. O elenco também é composto por Phillip Seymour Hoffman, que só faz confirmar o grande ator que é; Marisa Tomei e Paul Giamatti aparecem pouco, mas estão igualmente ótimos. Além das atuações, outro ponto forte do filme é o diretor: George Clooney (que nunca me surpreendeu como ator) entrega uma direção sólida, correta e de muitíssimo bom gosto. Os roteiristas ainda cuidam de alfinetar os três últimos presidentes americanos, seja pelo discurso anti-guerras do candidato interpretado por Clooney (que vai de encontro à política internacional de Bush), seja pela menção do envolvimento com uma estagiária (escândalo no governo Bill Clinton) ou até mesmo pela semelhança com o pôster de campanha de Obama. Enfim, “Tudo Pelo Poder” é um drama político direto, bem escrito e bem intencionado.
“Ajuste Final” possui um roteiro bem escrito e com saídas críveis, conforme as reviravoltas se apresentam. Nesse terceiro projeto, os irmãos Coen voltam a empregar o estilo de filmagem noir presente desde o seu primeiro filme, bem como o gosto para a violência. O longa também traz referências ao clássico “O Poderoso Chefão” (evidentes numa das cenas iniciais, em que Johnny Caspar aparece fazendo um pedido ao gângster Leo; além da semelhança de nomes entre os personagens Tom Reagan e Tom Heagen que, inclusive, desempenham a mesma função (consigliere) dentro da máfia). Outro destaque de “Ajuste Final” é John Turturro, que protagoniza uma das melhores cenas do filme.
Aos moldes de “Beleza Americana”, “Pecados Íntimos” retrata um grupo de pessoas aparentemente comuns e descontentes com suas vidas conjugais, moradoras do subúrbio americano. E, assim como no filme de Sam Mendes, somos convidados a olhar mais de perto pra essa gente. Não precisa ir muito além para perceber que o título original (“Little Children”) faz alusão ao comportamento dos personagens: quase todos eles são representações de crianças, de infantilidade, em maior ou menor grau.
O pedófilo temido pela vizinhança e interpretado por Jackie Earle Haley é o personagem mais interessante da trama. E é ele quem protagoniza a cena da piscina, particularmente a que mais me marcou. Haley não só entende e corresponde às nuances de seu personagem, como também desperta no público uma ambigüidade de emoções: ora sentimos desprezo pelo o que representa sua figura, ora sentimos compaixão.
Tecnicamente, o elenco é homogêneo. Nenhum ator se destaca, embora todos façam um bom trabalho. O filme também ganha pontos na composição dos personagens e na presença de um narrador, dono de uma voz pomposa e até cômica, com a função de abrandar o drama. O resultado final é positivo. Todd Field surpreende por trás das câmeras. Pena que ele fique um intervalo tão longo sem dirigir novos filmes.
O Cinema de José Eduardo Belmonte segue a vertente de crítica social comum nas produções brasileiras. Porém, Belmonte possui uma linguagem muito particular, que faz do diretor um sujeito interessante no circuito nacional. Em tom pessimista, “Se Nada Mais Der Certo” apresenta três pessoas ferradas que se conhecem na noite paulistana, se tornam amigos, parceiros de crime, criam uma família. Por meio de situações vividas por esses personagens o roteiro estabelece a ambivalência moral que norteia o filme, sem pretensões de discutir o que é certo ou errado. Outra boa surpresa é Cauã Reymond, que parece render muito mais no Cinema do que em novelas.
“Lavoura Arcaica” é, antes de tudo, uma experiência sensorial. O filme de estréia do diretor televisivo Luiz Fernando Carvalho preza por imagens contemplativas e um apuro estético impressionante, também evidente na belíssima fotografia de cores quentes e contrastes assinada por Walter Carvalho. Outro mérito de “Lavoura Arcaica” é o elenco de alto nível, composto por alguns dos melhores atores brasileiros. Simone Spoladore tem uma presença forte em cena, embora Ana, sua personagem, não tenha uma fala sequer; e Selton Mello está soberbo (elogio vindo de alguém que nem acha o cara grande coisa). Os únicos fatores que me impedem de gostar mais desse filme é a lentidão de algumas passagens e a linguagem arcaica, que às vezes dava trabalho pra entender.
Ron Howard fez um filme na medida certa para emocionar e ganhar prêmios – o que não significa de maneira alguma que “Uma Mente Brilhante” mereça menos atenção. Em termos técnicos, tudo se apresenta em perfeita ordem: a reconstituição da época em que se passa a história é incrível; o roteiro é bem conduzido e hábil no retrato da doença; as atuações são ótimas (especialmente Russell Crowe, em interpretação pra lá de inspirada); a maquiagem usada no processo de envelhecimento dos personagens também merece menção. Entretanto, “Uma Mente Brilhante” perde um pouco do encanto quando três cliques no Google te dizem que passagens importantes (embora menos “bonitas”) da vida de John Nash foram excluídas da cinebiografia, muito provavelmente para se adequar ao Oscar.
Apesar de você já ter visto essa história antes (pai de família dedicado que perde tudo e passa a fazer justiça com as próprias mãos), “Código de Conduta” inicia-se com um argumento interessante, abrindo discussões sobre o funcionamento e as falhas do sistema judiciário. No entanto, na segunda parte do filme o roteiro subverte a proposta inicial. Clyde vai de um homem comum preocupado com que a justiça seja feita à um estrategista vingativo e sem nenhum limite. Existe aí uma inversão de papéis que causa certo estranhamento, uma vez que o personagem central, em tese, deveria ser o objeto de identificação com o público. Problemas a parte, Gerard Butler entrega boa atuação, principalmente na primeira parte do longa-metragem, onde o arco dramático é mais presente.
O que parecia, a princípio, uma premissa absurda e com cara de comédia pastelão se mostra uma sensível e adorável comédia dramática. Solidão, inabilidade social e uma boneca sexual são elementos que fariam “A Garota Ideal” render uma longa análise psicanalítica. Além do roteiro original que, é importante dizer, trouxe algum frescor para o Cinema nos últimos anos, o longa ainda possui várias outras qualidades. A principal delas é o ótimo Ryan Gosling – ator em ascensão que vem recebendo elogios mais do que merecidos. Gosling é eficiente em fazer com que o espectador se afeiçoe ao seu personagem, assim como os demais habitantes da cidadezinha onde se passa a história, que mais do que rápido se compadecem da condição de Lars.
“Onde Os Fracos Não Tem Vez” é um new western que se apóia num excitante e violento jogo de gato e rato, tendo o xerife interpretado por Tommy Lee Jones como mediador e principal referência ao título do filme. A violência – mostrada de forma estética, digamos assim – é um personagem a mais na composição da história. Além de Joel & Ethan Coen esbanjarem talento na direção, o longa traz também atuações respeitáveis de todo o elenco, em especial Javier Bardem. Bardem representa um vilão incomum e impiedoso, dono de um código de conduta muito particular. Anton Chigurh é pra mim, sem exageros, ao lado do Coringa de Heath Ledger, um dos antagonistas mais marcantes do Cinema recente.
A melhor definição que eu tenho para este filme é: provocador. A partir de cenas cotidianas e pessoas comuns (o quarentão em crise de meia-idade; a filha adolescente, a esposa adultera; o vizinho militar enrustido e seu filho maconheiro, entre outros personagens menos destacados) “Beleza Americana” afirma sua crítica feroz à cultura e aos costumes norte-americanos. Alan Ball e Sam Mendes entendem perfeitamente os pormenores de cada personagem que compõe a trama e apresentam um texto excepcional, com diálogos inteligentes e passagens metafóricas. Além do argumento, o longa se destaca pela interpretação competente de Kevin Spacey, sem dúvida na melhor fase de sua carreira.
Chris Columbus e sua dupla de roteiristas conseguem satisfatoriamente transportar o best-seller “Harry Potter e a Pedra Filosofal” para as telonas, apesar do imenso número de detalhes que ficam para trás quando falamos em adaptação cinematográfica. Mas o que importa é que os realizadores conseguiram tornar o entendimento da história acessível para quem não está familiarizado com os livros da série. Os personagens são devidamente apresentados e o espectador é rapidamente conduzido a adentrar no universo mágico do filme.
Numa análise mais subjetiva, a construção do personagem principal deixa a desejar. Aqui o desenvolvimento psicológico do Harry quase não é visto – seja pela má estrutura do personagem ou pela atuação insuficiente de Daniel Radcliffe em momentos em que tinha que demonstrar emoções mais fortes. Emma Watson também perde o tom em várias passagens, interpretando forçadamente; Rupert Grint é o mais a vontade em cena.
Em termos técnicos, Columbus peca pela execução demasiadamente lenta e pelos efeitos visuais que ficaram datados (perdoável, considerando que lá se vão 10 anos desde a produção do primeiro filme). Contudo, “Harry Potter e a Pedra Filosofal” é o início de tudo, natural que seja tecnicamente mais simples e o mais propenso a erros. E apesar de, inevitavelmente, ser voltado para um público formado por crianças, até mesmo pela idade dos atores, considerá-lo um filme meramente infantil é subestimá-lo.
Em filmes do gênero sci-fi é condição primordial que as pontas da trama não fiquem soltas. Do contrário, fica difícil convencer o público mais exigente. “Contra o Tempo” é uma história eletrizante e até mesmo original, mas não consegue suprir todas as questões que o próprio roteiro cria (por exemplo, entre outras coisas: pra onde foi a vida do verdadeiro Sean Fentress?). O iniciante Duncan Jones faz um bom trabalho e é seguro na direção; fica aí a promessa de um diretor promissor. E Jake Gyllenhall, com todo seu carisma, carrega o filme nas costas.
“(500) Dias Com Ela” é a comédia romântica que o Cinema espera há anos. Marc Webb fez um filme interessante e totalmente fora dos padrões do gênero. Além de transgredir o velho clichê do amor romântico, a história é contada de maneira não linear, diminuindo assim a possibilidade de o filme cair na previsibilidade costumeira. E, salvo os méritos já citados, acrescente aí uma trilha sonora caprichada. Outro destaque da produção é a direção de atores. Joseph Gordon-Levitt e Zooey Deschanel são carismáticos e desempenham seus papéis com uma doçura ímpar.
É impossível não se identificar com ele, Tom, o expert em amor não correspondido; ou com ela, a cética e desprendida Summer. E se antes personagens femininas ocupavam o lugar de ‘coração partido’ na história, em “(500) Dias Com Ela” é o homem quem protagoniza os conflitos sentimentais, o duelo interminável entre expectativa e realidade.
O argumento de “A Vida de David Gale” é bastante convincente, crítico e controverso. Entretanto, o filme é unilateral em apresentar sua visão sobre a pena de morte nos Estados Unidos. Talvez fosse mais interessante abordar todas as perspectivas possíveis sobre o tema, e, assim, abrir espaço para que o público pense por si próprio. Quanto aos aspectos técnicos, o roteiro é redondo; o ritmo e o suspense conseguem criar o clímax e prender o espectador até o minuto final. Alan Parker também acerta na escolha de atores, extraindo atuações respeitáveis de todo o elenco. Mas o incômodo maior em “A Vida de David Gale” fica por conta da trilha sonora, totalmente desconexa com o que está sendo mostrado na tela.
A idéia de contrapor encenação e um suposto acontecimento real é interessantíssima. As “imagens de arquivo” gravadas pela câmera caseira da “verdadeira” Dra. Abbey Tyler até convencem, mas a artificialidade da entrevista da psicóloga concedida ao diretor coloca em dúvida a veracidade dos fatos que o próprio filme tenta vender. E mesmo apesar disso, o mérito de “Contatos de 4º Grau” fica por conta da atriz que a interpreta (não a Milla Jovovich, e sim a outra – bastante expressiva - que não aparece nos créditos por motivos óbvios), bem como os demais atores que aparecem no vídeo “real” das sessões de hipnose, interpretando tão naturalmente seus papéis quanto possível. O resto do elenco é fraco e o roteiro peca pelos diálogos insossos e mal construídos. E Osunsanmi não deixa o filme perder o ritmo em momento algum, o que é bem bacana pra um iniciante na direção.
Apesar da intenção de ludibriar o público, o filme não é de todo ruim. O espectador vai aproveitar muito mais se comprar a idéia de que realmente existe algo de verídico nessa história toda.
Via de regra eu não aprecio o gênero comédia, menos ainda quando se trata de comédia escrachada. E mesmo com minha pouca disposição para assistir esse tipo de filme, admito que ri (e muito!) na época em que vi “Todo Mundo Em Pânico”. O filme todo é uma sucessão de piadas sujas e despropositadas que divertem, além de cumprir seu papel enquanto paródia de terceiros. Taí uma comédia politicamente incorreta com competência pra ganhar o título de melhor besteirol já feito. Pena que as sequências foram lamentáveis...
Apesar de “Zelig” ser um dos menos lembrados da filmografia de Woody Allen, é também um dos trabalhos mais criativos do diretor. O filme em formato documental é notável pela excelente montagem e pelo uso de ferramentas que convencem o público de que as imagens foram realmente captadas durante os anos de 1920/30. E além dos artifícios técnicos bem utilizados, a história de Leonard Zelig – o homem que mudava sua aparência e modos para se adequar ao ambiente social no qual estava – tem um viés crítico. Allen evidencia de forma bem-humorada aquilo que todos nós já sabemos: a necessidade que as pessoas tem de se encaixar e o anseio por aprovação, enquanto parte de uma sociedade ou grupo. Vale também comentar que o protagonista é, talvez, o personagem que menos se assemelha ao alter ego (do novaiorquino neurótico, judeu, analítico e pessimista) criado por Woody Allen nos filmes em que ele próprio atua.
Woody Allen demonstra pela capital francesa a mesma paixão que provou incontestavelmente por Nova York em vários de seus filmes. Em “Meia-noite Em Paris”, o diretor preserva sua comicidade habitual e seu personagem alter ego, representado desta vez pelo insosso Owen Wilson. Mas quem rouba a cena sempre que aparece é a bela Marion Cotillard, sedutora e impecável. Outro destaque é a direção de arte – nem tão pomposa, nem tão simplista – mostrando serviço nos momentos em que o filme transita para a charmosa Paris dos anos 20; assim como a caracterização dos artistas que Gil conhece quando volta ao passado, em especial Salvador Dali.
Há muito tempo o gênero comédia-romântica anda em baixa e quase nunca agrega elementos novos que possam modificar a fórmula já batida. No entanto, vez ou outra aparece uma produção do gênero que seja digna de menção. É o caso do fofo e cativante “Três Vezes Amor”. E embora o final dessa história seja o conhecido “e foram felizes para sempre”, o filme carrega o mérito de abordar os romances de forma que o amor tenha mais a ver com circunstâncias do que com predestinação. Destaque também para o elenco feminino formado por atrizes lindas e carismáticas, mas quem rouba a cena mesmo é a pequena prodígio Abigail Breslin.
Farsa ou não, “Catfish” é um filme extremamente bem elaborado. A trama tem um início weird, um segundo ato curioso e acaba por alcançar o arco dramático de forma tão sutil que nem nos damos conta. Trata-se de um recorte eficaz dessa estreita relação entre a geração 2.0 e as redes sociais, da sociabilidade virtual e seus desdobramentos. Nesse sentido, o documentário é de uma criatividade absurda, mesmo discursando sobre algo que é tão rotineiro para qualquer pessoa que tenha acesso a serviço de internet. Tecnicamente a montagem é perfeita; os elementos usados são atuais e provocam rápida identificação. E se tudo não passa de pura ficção, devo dizer que todos os atores envolvidos foram muito convincentes, muito mesmo. Fantástico!
Scorsese nunca falha na construção de seus personagens. Travis Bickle, o misantropo e inconformado taxista obstinado em ‘limpar’ as ruas de Nova York se tornou uma figura marcante na história do cinema americano. Solitário, o anti-herói passa a vida toda à espera do momento em que vai fazer algo notável. E enquanto não acontece, vemos ele se transformar pouco a pouco ao longo da projeção. Travis não é o cara mais bacana que existe, até mesmo porque possui uma personalidade violenta e racista evidenciada em várias passagens do filme. Entretanto, é um personagem extremamente realista, que mesmo com todos os deméritos foi bem recebido pelos espectadores na época do lançamento do filme e ainda hoje é lembrado com certa admiração. E Robert De Niro, seu intérprete, tem em “Táxi Driver” um de seus melhores desempenhos, senão o melhor - além de o ator ser uma gracinha quando jovem. De resto, achei o início muito lento e não curti a trilha sonora.
“O Pagador de Promessas” sobreviveu ao tempo e às renovações do Cinema. Suas críticas continuam tão oportunas e pertinentes como na época de seu lançamento. Catolicismo versus crenças populares, miscigenação do povo brasileiro, imprensa sensacionalista. O filme de Anselmo Duarte consegue abranger todos estes assuntos, e ainda chama atenção pelos aspectos técnicos que mesmo com a limitação da aparelhagem dos anos 60 ainda sim é extremamente bem feito. Leonardo Villar dispensa elogios no papel do humilde Zé do Burro e Glória Menezes está irreconhecível.
Enfim, “O Pagador de Promessas” é um filme indispensável para qualquer pessoa que queira conhecer o cinema nacional em sua melhor forma.
O Homem Que Não Estava Lá
4.0 229 Assista AgoraSe antes as características do noir estavam presentes em menor medida nos filmes dos irmãos Coen, este tragicômico “O Homem Que Não Estava Lá” é uma homenagem assumida ao estilo. Ambientado na década de 40 e com uma elegante fotografia em p&b (assinada por Roger Deakins, colaborador usual da dupla), o longa conta as desventuras de um barbeiro, um homem comum que vive em total estado de inércia, mas tem sua vida mudada quando decide investir no ramo da lavagem à seco. Além dos aspectos visuais da fita, o elenco também está ótimo. Composto por Billy Bob Thornton (formidável em cada expressão) e Frances McDormand, o filme merecia mais do que a única indicação de melhor fotografia no Oscar de 2002. O único aborrecimento é que em alguns momentos o “O Homem Que Não Estava Lá” parece tão estático quanto seu personagem principal. Mas, ainda assim, é título certo na minha lista de melhores filmes dos irmãos Coen.
Tudo pelo Poder
3.8 764 Assista AgoraApesar das muitas qualidades, “Tudo Pelo Poder” chama a atenção pelo elenco de peso e suas atuações impecáveis. Ryan Gosling – o atual fetiche de Hollywood – interpreta de forma segura um assessor de imprensa jovem e idealista que à duras penas é obrigado a aprender como funciona o jogo de interesses políticos do qual ele próprio faz parte. O elenco também é composto por Phillip Seymour Hoffman, que só faz confirmar o grande ator que é; Marisa Tomei e Paul Giamatti aparecem pouco, mas estão igualmente ótimos. Além das atuações, outro ponto forte do filme é o diretor: George Clooney (que nunca me surpreendeu como ator) entrega uma direção sólida, correta e de muitíssimo bom gosto. Os roteiristas ainda cuidam de alfinetar os três últimos presidentes americanos, seja pelo discurso anti-guerras do candidato interpretado por Clooney (que vai de encontro à política internacional de Bush), seja pela menção do envolvimento com uma estagiária (escândalo no governo Bill Clinton) ou até mesmo pela semelhança com o pôster de campanha de Obama. Enfim, “Tudo Pelo Poder” é um drama político direto, bem escrito e bem intencionado.
Ajuste Final
3.9 116 Assista Agora“Ajuste Final” possui um roteiro bem escrito e com saídas críveis, conforme as reviravoltas se apresentam. Nesse terceiro projeto, os irmãos Coen voltam a empregar o estilo de filmagem noir presente desde o seu primeiro filme, bem como o gosto para a violência. O longa também traz referências ao clássico “O Poderoso Chefão” (evidentes numa das cenas iniciais, em que Johnny Caspar aparece fazendo um pedido ao gângster Leo; além da semelhança de nomes entre os personagens Tom Reagan e Tom Heagen que, inclusive, desempenham a mesma função (consigliere) dentro da máfia). Outro destaque de “Ajuste Final” é John Turturro, que protagoniza uma das melhores cenas do filme.
Pecados Íntimos
3.8 569 Assista AgoraAos moldes de “Beleza Americana”, “Pecados Íntimos” retrata um grupo de pessoas aparentemente comuns e descontentes com suas vidas conjugais, moradoras do subúrbio americano. E, assim como no filme de Sam Mendes, somos convidados a olhar mais de perto pra essa gente. Não precisa ir muito além para perceber que o título original (“Little Children”) faz alusão ao comportamento dos personagens: quase todos eles são representações de crianças, de infantilidade, em maior ou menor grau.
O pedófilo temido pela vizinhança e interpretado por Jackie Earle Haley é o personagem mais interessante da trama. E é ele quem protagoniza a cena da piscina, particularmente a que mais me marcou. Haley não só entende e corresponde às nuances de seu personagem, como também desperta no público uma ambigüidade de emoções: ora sentimos desprezo pelo o que representa sua figura, ora sentimos compaixão.
Tecnicamente, o elenco é homogêneo. Nenhum ator se destaca, embora todos façam um bom trabalho. O filme também ganha pontos na composição dos personagens e na presença de um narrador, dono de uma voz pomposa e até cômica, com a função de abrandar o drama. O resultado final é positivo. Todd Field surpreende por trás das câmeras. Pena que ele fique um intervalo tão longo sem dirigir novos filmes.
Se Nada Mais Der Certo
3.6 114 Assista AgoraO Cinema de José Eduardo Belmonte segue a vertente de crítica social comum nas produções brasileiras. Porém, Belmonte possui uma linguagem muito particular, que faz do diretor um sujeito interessante no circuito nacional. Em tom pessimista, “Se Nada Mais Der Certo” apresenta três pessoas ferradas que se conhecem na noite paulistana, se tornam amigos, parceiros de crime, criam uma família. Por meio de situações vividas por esses personagens o roteiro estabelece a ambivalência moral que norteia o filme, sem pretensões de discutir o que é certo ou errado. Outra boa surpresa é Cauã Reymond, que parece render muito mais no Cinema do que em novelas.
Lavoura Arcaica
4.2 381 Assista Agora“Lavoura Arcaica” é, antes de tudo, uma experiência sensorial. O filme de estréia do diretor televisivo Luiz Fernando Carvalho preza por imagens contemplativas e um apuro estético impressionante, também evidente na belíssima fotografia de cores quentes e contrastes assinada por Walter Carvalho. Outro mérito de “Lavoura Arcaica” é o elenco de alto nível, composto por alguns dos melhores atores brasileiros. Simone Spoladore tem uma presença forte em cena, embora Ana, sua personagem, não tenha uma fala sequer; e Selton Mello está soberbo (elogio vindo de alguém que nem acha o cara grande coisa). Os únicos fatores que me impedem de gostar mais desse filme é a lentidão de algumas passagens e a linguagem arcaica, que às vezes dava trabalho pra entender.
Uma Mente Brilhante
4.3 1,7K Assista AgoraRon Howard fez um filme na medida certa para emocionar e ganhar prêmios – o que não significa de maneira alguma que “Uma Mente Brilhante” mereça menos atenção. Em termos técnicos, tudo se apresenta em perfeita ordem: a reconstituição da época em que se passa a história é incrível; o roteiro é bem conduzido e hábil no retrato da doença; as atuações são ótimas (especialmente Russell Crowe, em interpretação pra lá de inspirada); a maquiagem usada no processo de envelhecimento dos personagens também merece menção. Entretanto, “Uma Mente Brilhante” perde um pouco do encanto quando três cliques no Google te dizem que passagens importantes (embora menos “bonitas”) da vida de John Nash foram excluídas da cinebiografia, muito provavelmente para se adequar ao Oscar.
Código de Conduta
4.0 1,8K Assista AgoraApesar de você já ter visto essa história antes (pai de família dedicado que perde tudo e passa a fazer justiça com as próprias mãos), “Código de Conduta” inicia-se com um argumento interessante, abrindo discussões sobre o funcionamento e as falhas do sistema judiciário. No entanto, na segunda parte do filme o roteiro subverte a proposta inicial. Clyde vai de um homem comum preocupado com que a justiça seja feita à um estrategista vingativo e sem nenhum limite. Existe aí uma inversão de papéis que causa certo estranhamento, uma vez que o personagem central, em tese, deveria ser o objeto de identificação com o público. Problemas a parte, Gerard Butler entrega boa atuação, principalmente na primeira parte do longa-metragem, onde o arco dramático é mais presente.
A Garota Ideal
3.8 1,2K Assista AgoraO que parecia, a princípio, uma premissa absurda e com cara de comédia pastelão se mostra uma sensível e adorável comédia dramática. Solidão, inabilidade social e uma boneca sexual são elementos que fariam “A Garota Ideal” render uma longa análise psicanalítica. Além do roteiro original que, é importante dizer, trouxe algum frescor para o Cinema nos últimos anos, o longa ainda possui várias outras qualidades. A principal delas é o ótimo Ryan Gosling – ator em ascensão que vem recebendo elogios mais do que merecidos. Gosling é eficiente em fazer com que o espectador se afeiçoe ao seu personagem, assim como os demais habitantes da cidadezinha onde se passa a história, que mais do que rápido se compadecem da condição de Lars.
Onde os Fracos Não Têm Vez
4.1 2,4K Assista Agora“Onde Os Fracos Não Tem Vez” é um new western que se apóia num excitante e violento jogo de gato e rato, tendo o xerife interpretado por Tommy Lee Jones como mediador e principal referência ao título do filme. A violência – mostrada de forma estética, digamos assim – é um personagem a mais na composição da história. Além de Joel & Ethan Coen esbanjarem talento na direção, o longa traz também atuações respeitáveis de todo o elenco, em especial Javier Bardem. Bardem representa um vilão incomum e impiedoso, dono de um código de conduta muito particular. Anton Chigurh é pra mim, sem exageros, ao lado do Coringa de Heath Ledger, um dos antagonistas mais marcantes do Cinema recente.
Beleza Americana
4.1 2,9K Assista AgoraA melhor definição que eu tenho para este filme é: provocador. A partir de cenas cotidianas e pessoas comuns (o quarentão em crise de meia-idade; a filha adolescente, a esposa adultera; o vizinho militar enrustido e seu filho maconheiro, entre outros personagens menos destacados) “Beleza Americana” afirma sua crítica feroz à cultura e aos costumes norte-americanos. Alan Ball e Sam Mendes entendem perfeitamente os pormenores de cada personagem que compõe a trama e apresentam um texto excepcional, com diálogos inteligentes e passagens metafóricas. Além do argumento, o longa se destaca pela interpretação competente de Kevin Spacey, sem dúvida na melhor fase de sua carreira.
Harry Potter e a Pedra Filosofal
4.1 1,7K Assista AgoraChris Columbus e sua dupla de roteiristas conseguem satisfatoriamente transportar o best-seller “Harry Potter e a Pedra Filosofal” para as telonas, apesar do imenso número de detalhes que ficam para trás quando falamos em adaptação cinematográfica. Mas o que importa é que os realizadores conseguiram tornar o entendimento da história acessível para quem não está familiarizado com os livros da série. Os personagens são devidamente apresentados e o espectador é rapidamente conduzido a adentrar no universo mágico do filme.
Numa análise mais subjetiva, a construção do personagem principal deixa a desejar. Aqui o desenvolvimento psicológico do Harry quase não é visto – seja pela má estrutura do personagem ou pela atuação insuficiente de Daniel Radcliffe em momentos em que tinha que demonstrar emoções mais fortes. Emma Watson também perde o tom em várias passagens, interpretando forçadamente; Rupert Grint é o mais a vontade em cena.
Em termos técnicos, Columbus peca pela execução demasiadamente lenta e pelos efeitos visuais que ficaram datados (perdoável, considerando que lá se vão 10 anos desde a produção do primeiro filme). Contudo, “Harry Potter e a Pedra Filosofal” é o início de tudo, natural que seja tecnicamente mais simples e o mais propenso a erros. E apesar de, inevitavelmente, ser voltado para um público formado por crianças, até mesmo pela idade dos atores, considerá-lo um filme meramente infantil é subestimá-lo.
Contra o Tempo
3.8 2,0K Assista AgoraEm filmes do gênero sci-fi é condição primordial que as pontas da trama não fiquem soltas. Do contrário, fica difícil convencer o público mais exigente. “Contra o Tempo” é uma história eletrizante e até mesmo original, mas não consegue suprir todas as questões que o próprio roteiro cria (por exemplo, entre outras coisas: pra onde foi a vida do verdadeiro Sean Fentress?). O iniciante Duncan Jones faz um bom trabalho e é seguro na direção; fica aí a promessa de um diretor promissor. E Jake Gyllenhall, com todo seu carisma, carrega o filme nas costas.
(500) Dias com Ela
4.0 5,7K Assista Agora“(500) Dias Com Ela” é a comédia romântica que o Cinema espera há anos. Marc Webb fez um filme interessante e totalmente fora dos padrões do gênero. Além de transgredir o velho clichê do amor romântico, a história é contada de maneira não linear, diminuindo assim a possibilidade de o filme cair na previsibilidade costumeira. E, salvo os méritos já citados, acrescente aí uma trilha sonora caprichada. Outro destaque da produção é a direção de atores. Joseph Gordon-Levitt e Zooey Deschanel são carismáticos e desempenham seus papéis com uma doçura ímpar.
É impossível não se identificar com ele, Tom, o expert em amor não correspondido; ou com ela, a cética e desprendida Summer. E se antes personagens femininas ocupavam o lugar de ‘coração partido’ na história, em “(500) Dias Com Ela” é o homem quem protagoniza os conflitos sentimentais, o duelo interminável entre expectativa e realidade.
A Vida de David Gale
4.2 947 Assista AgoraO argumento de “A Vida de David Gale” é bastante convincente, crítico e controverso. Entretanto, o filme é unilateral em apresentar sua visão sobre a pena de morte nos Estados Unidos. Talvez fosse mais interessante abordar todas as perspectivas possíveis sobre o tema, e, assim, abrir espaço para que o público pense por si próprio. Quanto aos aspectos técnicos, o roteiro é redondo; o ritmo e o suspense conseguem criar o clímax e prender o espectador até o minuto final. Alan Parker também acerta na escolha de atores, extraindo atuações respeitáveis de todo o elenco. Mas o incômodo maior em “A Vida de David Gale” fica por conta da trilha sonora, totalmente desconexa com o que está sendo mostrado na tela.
Contatos de 4º Grau
3.1 1,8KA idéia de contrapor encenação e um suposto acontecimento real é interessantíssima. As “imagens de arquivo” gravadas pela câmera caseira da “verdadeira” Dra. Abbey Tyler até convencem, mas a artificialidade da entrevista da psicóloga concedida ao diretor coloca em dúvida a veracidade dos fatos que o próprio filme tenta vender. E mesmo apesar disso, o mérito de “Contatos de 4º Grau” fica por conta da atriz que a interpreta (não a Milla Jovovich, e sim a outra – bastante expressiva - que não aparece nos créditos por motivos óbvios), bem como os demais atores que aparecem no vídeo “real” das sessões de hipnose, interpretando tão naturalmente seus papéis quanto possível. O resto do elenco é fraco e o roteiro peca pelos diálogos insossos e mal construídos. E Osunsanmi não deixa o filme perder o ritmo em momento algum, o que é bem bacana pra um iniciante na direção.
Apesar da intenção de ludibriar o público, o filme não é de todo ruim. O espectador vai aproveitar muito mais se comprar a idéia de que realmente existe algo de verídico nessa história toda.
Todo Mundo em Pânico
3.3 1,2K Assista AgoraVia de regra eu não aprecio o gênero comédia, menos ainda quando se trata de comédia escrachada. E mesmo com minha pouca disposição para assistir esse tipo de filme, admito que ri (e muito!) na época em que vi “Todo Mundo Em Pânico”. O filme todo é uma sucessão de piadas sujas e despropositadas que divertem, além de cumprir seu papel enquanto paródia de terceiros. Taí uma comédia politicamente incorreta com competência pra ganhar o título de melhor besteirol já feito. Pena que as sequências foram lamentáveis...
Zelig
4.2 355Apesar de “Zelig” ser um dos menos lembrados da filmografia de Woody Allen, é também um dos trabalhos mais criativos do diretor. O filme em formato documental é notável pela excelente montagem e pelo uso de ferramentas que convencem o público de que as imagens foram realmente captadas durante os anos de 1920/30. E além dos artifícios técnicos bem utilizados, a história de Leonard Zelig – o homem que mudava sua aparência e modos para se adequar ao ambiente social no qual estava – tem um viés crítico. Allen evidencia de forma bem-humorada aquilo que todos nós já sabemos: a necessidade que as pessoas tem de se encaixar e o anseio por aprovação, enquanto parte de uma sociedade ou grupo. Vale também comentar que o protagonista é, talvez, o personagem que menos se assemelha ao alter ego (do novaiorquino neurótico, judeu, analítico e pessimista) criado por Woody Allen nos filmes em que ele próprio atua.
Meia-Noite em Paris
4.0 3,8K Assista AgoraWoody Allen demonstra pela capital francesa a mesma paixão que provou incontestavelmente por Nova York em vários de seus filmes. Em “Meia-noite Em Paris”, o diretor preserva sua comicidade habitual e seu personagem alter ego, representado desta vez pelo insosso Owen Wilson. Mas quem rouba a cena sempre que aparece é a bela Marion Cotillard, sedutora e impecável. Outro destaque é a direção de arte – nem tão pomposa, nem tão simplista – mostrando serviço nos momentos em que o filme transita para a charmosa Paris dos anos 20; assim como a caracterização dos artistas que Gil conhece quando volta ao passado, em especial Salvador Dali.
Três Vezes Amor
3.6 710 Assista AgoraHá muito tempo o gênero comédia-romântica anda em baixa e quase nunca agrega elementos novos que possam modificar a fórmula já batida. No entanto, vez ou outra aparece uma produção do gênero que seja digna de menção. É o caso do fofo e cativante “Três Vezes Amor”. E embora o final dessa história seja o conhecido “e foram felizes para sempre”, o filme carrega o mérito de abordar os romances de forma que o amor tenha mais a ver com circunstâncias do que com predestinação. Destaque também para o elenco feminino formado por atrizes lindas e carismáticas, mas quem rouba a cena mesmo é a pequena prodígio Abigail Breslin.
Catfish
4.0 346Farsa ou não, “Catfish” é um filme extremamente bem elaborado. A trama tem um início weird, um segundo ato curioso e acaba por alcançar o arco dramático de forma tão sutil que nem nos damos conta. Trata-se de um recorte eficaz dessa estreita relação entre a geração 2.0 e as redes sociais, da sociabilidade virtual e seus desdobramentos. Nesse sentido, o documentário é de uma criatividade absurda, mesmo discursando sobre algo que é tão rotineiro para qualquer pessoa que tenha acesso a serviço de internet. Tecnicamente a montagem é perfeita; os elementos usados são atuais e provocam rápida identificação. E se tudo não passa de pura ficção, devo dizer que todos os atores envolvidos foram muito convincentes, muito mesmo. Fantástico!
Os Bons Companheiros
4.4 1,2K Assista AgoraScorsese é um bom companheiro.
Taxi Driver
4.2 2,6K Assista AgoraScorsese nunca falha na construção de seus personagens. Travis Bickle, o misantropo e inconformado taxista obstinado em ‘limpar’ as ruas de Nova York se tornou uma figura marcante na história do cinema americano. Solitário, o anti-herói passa a vida toda à espera do momento em que vai fazer algo notável. E enquanto não acontece, vemos ele se transformar pouco a pouco ao longo da projeção. Travis não é o cara mais bacana que existe, até mesmo porque possui uma personalidade violenta e racista evidenciada em várias passagens do filme. Entretanto, é um personagem extremamente realista, que mesmo com todos os deméritos foi bem recebido pelos espectadores na época do lançamento do filme e ainda hoje é lembrado com certa admiração. E Robert De Niro, seu intérprete, tem em “Táxi Driver” um de seus melhores desempenhos, senão o melhor - além de o ator ser uma gracinha quando jovem. De resto, achei o início muito lento e não curti a trilha sonora.
O Pagador de Promessas
4.3 364 Assista Agora“O Pagador de Promessas” sobreviveu ao tempo e às renovações do Cinema. Suas críticas continuam tão oportunas e pertinentes como na época de seu lançamento. Catolicismo versus crenças populares, miscigenação do povo brasileiro, imprensa sensacionalista. O filme de Anselmo Duarte consegue abranger todos estes assuntos, e ainda chama atenção pelos aspectos técnicos que mesmo com a limitação da aparelhagem dos anos 60 ainda sim é extremamente bem feito. Leonardo Villar dispensa elogios no papel do humilde Zé do Burro e Glória Menezes está irreconhecível.
Enfim, “O Pagador de Promessas” é um filme indispensável para qualquer pessoa que queira conhecer o cinema nacional em sua melhor forma.