matou o marido. Isso se deve, sobretudo, à cena final, em que aparece a personagem abraçando o cachorro. Nessa linha, podemos perceber que se deve ao cachorro o sucesso de sua empreitada. Foi por conta de um passeio com o cachorro que o filho saiu de casa e ela pôde ficar sozinha com o marido. Foi por conta do cachorro que houve a produção de uma "memória" de um diálogo entre pai e filho, em que o pai compara a morte do cachorro a um possível indício de questões de saúde mental a serem desdobradas no julgamento, para sustentar a hipótese de um suicídio, e não de um assassinato. Importante perceber que tal "memória", que fica em aberto se é "real" ou "inventada", foi o último depoimento do filho, decisivo para o resultado do julgamento. Fiquei instigado a respeito do acidente do filho. Primeiro, um acidente que deixa o filho praticamente cego e depois um "acidente" que mata o marido?
Fiquei me perguntando se esse acidente não teria sido provocado, seja para impossibilitar que o filho "veja" a dissolução de uma família, que já se anuncia há muito tempo, seja por outros motivos, como a construção de uma culpa permanente no pai ou como um artifício para reforçar a produção literária. Se me lembro bem, em certo momento a personagem reforça certa indissociabilidade entre a ficção literária e a "realidade", que não tem nada de real, pois também é ficcionalmente inventada, como o filme pôde transmitir. Essa ficção inerente à realidade aparece no próprio julgamento, que mais parece uma encenação de uma peça de teatro.
O abraço da personagem no cachorro salienta um agradecimento, pois ele foi um dos responsáveis pelo resultado que "beneficiou" Sandra. O fato da personagem ter sido absolvida e, partindo dessa linha de interpretação, mesmo tendo matado o marido, sustenta o objetivo do filme de tratar acerca da parcialidade, e, por que não, da impossibilidade de acesso à verdade de um sujeito.
É interessante acompanhar os elementos que são articulados para defender cada uma das hipóteses, de um suicídio ou de um assassinato. No entanto, a atmosfera elegante e instigante do filme se perdeu, para mim, a partir do excesso de tempo das cenas relativas ao julgamento. Se me lembro bem, foram 1h20min de tempo dedicado às cenas do júri, o que tornou a experiência bastante monótona, massante e desinteressante, ofuscando a atmosfera introspectiva, gelada e atraente da primeira parte do filme. Acho que as cenas do julgamento poderiam ter sido diminuídas, ainda que ocupem uma posição importante no desenrolar da história.
insuportável e desinteressante apesar de forçar um conceito através de uma série de alegorias que não te prendem ou te fazem se importar com a história
Filme muito bem dirigido, com atuações brilhantes. Mas não consegui me conectar, achei cansativo. Acredito que tenha sido algo pessoal na minha relação com o filme, pois tecnicamente ele é bom.
Eu entendo todos os motivos que levam uma pessoa a desgostar desse filme, mas tem algo nele que me chamou muita atenção e me manteve entretido. Fotografia belíssima, trilha sonora muito bem selecionada e atmosfera instigante, contando com recursos visuais charmosos. Acredito que o principal mérito de "It Follows" é a criação de um clima muito específico, sem precisar recorrer a recursos clássicos e batidos de filmes de terror. A duração da narrativa, que se condensa em uma hora e meia, também é responsável por esta atmosfera. Fiquei pensando que se a história se transformasse em uma série perderia toda a graça. Considero um acerto do filme em não ter explicado o porquê da maldição, já que isso a aprisionaria em um conjunto de sentidos bem estabelecidos, perdendo sua característica de It Follows, ou Isso que continua seguindo, que subverte a toda tentativa de elucidação. Apenas segue.
se os acontecimentos da narrativa se tratariam de uma construção delirante de Rosemary a partir de uma vivência disruptiva e violenta ou se ela estaria a mercê da misoginia. Minha hipótese é que não se tratam de coisas excludentes. Ambas se presentificam no filme, o que acaba por transformar o percurso de Rosemary em uma atmosfera particularmente angustiante.
Importante pontuar que na noite que o bebê foi feito, fruto de um estupro, Rosemary havia sonhado justamente com os rituais e as temáticas ligadas à bruxaria. De todo modo, vivenciar um estupro também é participar de um ritual, na medida em que Rosemary perde o controle de seu próprio corpo, e o marido, por sua vez, o ritualiza, não havendo nada para barrar este outro. O sonho simboliza o ritual a que estava sendo assujeitada.
Interessante que no decorrer da narrativa percebe-se justamente uma tremenda dificuldade de Rosemary de barrar o outro, seja em relação ao marido ou aos seus vizinhos, que constantemente ultrapassam os contornos de sua vida e tomam decisões por ela.
O que se engendra é a constante objetalização de Rosemary. Sua voz é rechaçada a todo momento e as rédeas de sua vida pertencem sempre a um outro, o que também traz angústia ao espectador, que assiste à súbita transformação da personagem em um objeto. Isto também se liga ao estupro que experienciou: o tornar-se uma coisa perante o outro, a falta de voz, de protagonismo e a impossibilidade de barrar um outro que está, literalmente, engolindo-a. Assim, Rosemary está arremessada em um ritual, diante de um outro sem limites.
Há, a partir disso, a criação de uma constelação que condensa a vivência do estupro, uma possível psicose paranoica e a misoginia, que se entrelaçam a partir do lugar do sujeito em ser objeto de gozo de um outro que o trucida. É justamente por isso que acredito que ambas as hipóteses, de Rosemary ter desencadeado uma construção delirante (a partir do estupro) e estar a mercê de uma misoginia violenta, presentificam-se no filme.
Entrar por esse debate é mais interessante do que simplesmente discutir se os acontecimentos da narrativa são "reais" ou não. Vale lembrar a fala do marido de Rosemary, que gostou de estuprá-la porque parecia que estava praticando necrofilia.
O estupro, sendo uma espécie de ritual marcado por uma cultura de violência contra a mulher, tem como resultado um bebê morto (produzido a partir de uma necrofilia), demoníaco, celebrado por uma estrutura, em forma de seita, que goza da brutalidade a que as mulheres são submetidas.
Esteticamente, segue o padrão dos filmes do estúdio, sendo um verdadeiro colírio para os olhos. A ambientação também é maravilhosa, bastante típica dos trabalhos do Ghibli, transportando o telespectador para uma atmosfera mais bucólica, calma e contemplativa.
Tem uma história bonita, construída a partir de um plot twist. No entanto, mesmo que seja agradável de assistir, a personagem principal não tem muito carisma (diferente de Kiki e Chihiro, por exemplo) e o desenvolvimento é bastante lento. Seu decorrer arrastado e por vezes maçante acaba por ofuscar o potencial de um roteiro bem enlaçado.
O plot twist não é forçado e é construído de maneira bem singela, o que é um ponto positivo. Talvez o que mais tenha pesado para mim, além do desencadeamento bastante lento, é a falta de carisma de Anna.
Filme que dá pano para discussões de cunho psicanalítico, referentes à existência ou não de mulheres perversas. Bem característico ela ter saído "de cena" (aqui entendido em dois sentidos) justamente quando ela estava às vias de se tornar objeto de gozo do outro, através da fala "estou ansioso para ouvi-la tocar". No geral, apesar de bem produzido, é um filme morno, arrastado. O destaque aqui fica para a atuação de Isabelle Huppert, esplêndida e brilhante.
O que é mais bonito nesse filme é que ele trata sobre a temática do antissemitismo e da ascensão da ideologia nazista sem os dramas focados exclusivamente nos massacres e em enredos que pretendem unicamente fazer o espectador chorar, como se caracteriza boa parte das produções que tratam acerca desta temática.
"A Garota Radiante" acerta ao mostrar que os milhões de mortos não se esgotam em números, mas são sujeitos com suas particularidades e histórias de vida. Ao invés de se centrar no massacre, na perseguição e nas mortes desenfreadas, o filme retrata uma mulher com seus sonhos e desejos. Irène se encontra em uma transição para a vida adulta, e por isto mesmo experimenta seu corpo, sua sexualidade, e está entregue ao caminho tortuoso de uma primeira paixão. Qual filme que trata sobre a temática do antissemitismo teria uma cena de sua personagem principal fingindo problemas de vista apenas para se aproximar de um homem que lhe chamou atenção?
Por fim, o filme cumpre seu papel de maneira sensível e singela. Para além de corpos pendentes no chão, "A Garota Radiante" aponta que essas pessoas também têm o direito, no cinema, de uma narrativa pacata, da simplicidade de uma jovem de 19 anos sonhar com o teatro e com o mundo da arte. Seu triunfo é tornar essas pessoas, sempre representadas de maneira massificada a partir de uma tragédia já anunciada de antemão, sujeitos com sonhos, família e paixões.
Irène não pôde se apresentar da maneira que gostaria, mas nos deixa com o nó na garganta de um desmaio que não era previsto naquele momento. O desmaio não foi por medo dos palcos.
Mesmo com problemas visíveis, eu não posso evitar de ter gostado muito desse filme. Tô viciado na trilha sonora em português e quero assistir pela segunda vez logo. O filme tem um charme surreal, mas tem algumas questões que pecam:
1) A quantidade de personagens. Bem, não acho que isso seja, em si, um problema, porque todos eles são muito fofos e interessantes. O problema é que o filme, por ser uma animação e consequentemente ter um tempo reduzido, não conseguiu dar um bom desenvolvimento a eles. Um dos pontos centrais da narrativa é o Bruno, e não achei que o filme conseguiu dar à devida importância a esse arco, tudo ficou muito rápido e breve. Os únicos membros da família que realmente tiveram um bom desenvolvimento foram a Abuela e a Mirabel, porque o restante ficou a ver navios.
2) Tempo mal aproveitado. Olha, esse filme tem 109 minutos e Procurando Nemo, por exemplo, tem 100 minutos. E eu sinto que em Procurando Nemo acontece MUITO MAIS COISA que Encanto. Então no geral eu achei o pacing do filme meio esquisito, no sentido de que, pelas coisas que aconteceram, não parece que o filme tem 109 minutos, sabe? Parece que tem menos. Não sei se é porque o filme é mais estático (ele se passa inteiramente na casa da família, não é uma aventura, como nas outras animações) ou se algumas cenas foram desnecessariamente longas. No final do filme, apesar de ter gostado do desfecho, eu fiquei esperando uma continuação. Do tipo, eu preciso de uma parte dois agora, um spin-off, qualquer coisa! O filme terminou e eu não senti que terminou de verdade, então o pacing do filme é um ponto negativo também.
Enfim, espero que a Disney não desista do projeto, porque ele tem MUITO potencial. O universo e os personagens são apaixonantes! Espero que tenha uma continuação, pelo amor de Deus.
Ótimo filme. Acredito que muitas pessoas tenham a preocupação de procurar as tais referências ''bíblicas'' após assisti-lo, mas não acho que seja necessário. Particularmente, gosto de manter comigo tudo o que eu consegui absorver e entender da história. Se você precisa procurar sobre o filme para poder apreciá-lo, é porque você não gostou dele de verdade. Jennifer Lawrence entregou tudo o que podia, atuação fenomenal. Ela consegue segurar e elevar a tensão da história. A atmosfera do filme é surreal, foram 2 horas desconfortáveis acompanhando a angústia da personagem. Belo trabalho, não faria nada diferente. 29/05/20 - Favorito
O filme tem um desenvolvimento um pouco lento mas acredito que apresenta uma história que precisa ser contata. Achei interessante o trabalho de diferentes perspectivas. A filha tratando a protagonista ''mal'', levando o espectador a enxergar através da ótica da mãe, mas ignorando a relação distante que ela mesmo construiu com sua filha, depois de tantos anos com a ''obsessão'' de procurar o filho perdido. Com o passar do filme, nossa empatia pela protagonista diminui, ao percebermos os impactos que as ações têm em sua relação social e familiar. No final, essa empatia reaparece, pois a persistência, que muitos consideravam ''loucura'', ''devaneios'', da protagonista gera um resultado. O final é sugestivo, mas serviu para desconstruir a ideia de ''loucura'' colocada na mãe ao longo do filme. Enfim, gostei do trabalho de diferentes perspectivas e de como nossa relação com os personagens muda com o desenvolvimento. Apesar de ter um desenvolvimento um pouco monótono, é uma obra boa, que denuncia uma realidade que acontece em diversos lugares do mundo. Só recomendo assistir estando muito disposto, talvez com um cafézinho pra acompanhar.
Vidas Passadas
4.2 752 Assista Agorasessão da tarde
Anatomia de uma Queda
4.0 808 Assista AgoraPara mim, fica claro que ela
matou o marido. Isso se deve, sobretudo, à cena final, em que aparece a personagem abraçando o cachorro. Nessa linha, podemos perceber que se deve ao cachorro o sucesso de sua empreitada. Foi por conta de um passeio com o cachorro que o filho saiu de casa e ela pôde ficar sozinha com o marido. Foi por conta do cachorro que houve a produção de uma "memória" de um diálogo entre pai e filho, em que o pai compara a morte do cachorro a um possível indício de questões de saúde mental a serem desdobradas no julgamento, para sustentar a hipótese de um suicídio, e não de um assassinato. Importante perceber que tal "memória", que fica em aberto se é "real" ou "inventada", foi o último depoimento do filho, decisivo para o resultado do julgamento. Fiquei instigado a respeito do acidente do filho. Primeiro, um acidente que deixa o filho praticamente cego e depois um "acidente" que mata o marido?
Fiquei me perguntando se esse acidente não teria sido provocado, seja para impossibilitar que o filho "veja" a dissolução de uma família, que já se anuncia há muito tempo, seja por outros motivos, como a construção de uma culpa permanente no pai ou como um artifício para reforçar a produção literária. Se me lembro bem, em certo momento a personagem reforça certa indissociabilidade entre a ficção literária e a "realidade", que não tem nada de real, pois também é ficcionalmente inventada, como o filme pôde transmitir. Essa ficção inerente à realidade aparece no próprio julgamento, que mais parece uma encenação de uma peça de teatro.
O abraço da personagem no cachorro salienta um agradecimento, pois ele foi um dos responsáveis pelo resultado que "beneficiou" Sandra. O fato da personagem ter sido absolvida e, partindo dessa linha de interpretação, mesmo tendo matado o marido, sustenta o objetivo do filme de tratar acerca da parcialidade, e, por que não, da impossibilidade de acesso à verdade de um sujeito.
É interessante acompanhar os elementos que são articulados para defender cada uma das hipóteses, de um suicídio ou de um assassinato. No entanto, a atmosfera elegante e instigante do filme se perdeu, para mim, a partir do excesso de tempo das cenas relativas ao julgamento. Se me lembro bem, foram 1h20min de tempo dedicado às cenas do júri, o que tornou a experiência bastante monótona, massante e desinteressante, ofuscando a atmosfera introspectiva, gelada e atraente da primeira parte do filme. Acho que as cenas do julgamento poderiam ter sido diminuídas, ainda que ocupem uma posição importante no desenrolar da história.
Anticristo
3.5 2,2K Assista Agorainsuportável e desinteressante apesar de forçar um conceito através de uma série de alegorias que não te prendem ou te fazem se importar com a história
Saltburn
3.5 857valeu pela bundinha do ator que faz o oliver
Meu Pai
4.4 1,2K Assista AgoraFilme muito bem dirigido, com atuações brilhantes. Mas não consegui me conectar, achei cansativo. Acredito que tenha sido algo pessoal na minha relação com o filme, pois tecnicamente ele é bom.
Corrente do Mal
3.2 1,8K Assista AgoraEu entendo todos os motivos que levam uma pessoa a desgostar desse filme, mas tem algo nele que me chamou muita atenção e me manteve entretido. Fotografia belíssima, trilha sonora muito bem selecionada e atmosfera instigante, contando com recursos visuais charmosos. Acredito que o principal mérito de "It Follows" é a criação de um clima muito específico, sem precisar recorrer a recursos clássicos e batidos de filmes de terror. A duração da narrativa, que se condensa em uma hora e meia, também é responsável por esta atmosfera. Fiquei pensando que se a história se transformasse em uma série perderia toda a graça. Considero um acerto do filme em não ter explicado o porquê da maldição, já que isso a aprisionaria em um conjunto de sentidos bem estabelecidos, perdendo sua característica de It Follows, ou Isso que continua seguindo, que subverte a toda tentativa de elucidação. Apenas segue.
Os Olhos Sem Rosto
4.0 232Apático, não consegue transmitir o horror que os personagens estão vivenciando. Me senti indiferente a tudo que estava acontecendo.
O Bebê de Rosemary
3.9 1,9K Assista AgoraFilme fantástico, com destaque para a trilha sonora muito bem escolhida.
Deixa em aberto
se os acontecimentos da narrativa se tratariam de uma construção delirante de Rosemary a partir de uma vivência disruptiva e violenta ou se ela estaria a mercê da misoginia. Minha hipótese é que não se tratam de coisas excludentes. Ambas se presentificam no filme, o que acaba por transformar o percurso de Rosemary em uma atmosfera particularmente angustiante.
Importante pontuar que na noite que o bebê foi feito, fruto de um estupro, Rosemary havia sonhado justamente com os rituais e as temáticas ligadas à bruxaria. De todo modo, vivenciar um estupro também é participar de um ritual, na medida em que Rosemary perde o controle de seu próprio corpo, e o marido, por sua vez, o ritualiza, não havendo nada para barrar este outro. O sonho simboliza o ritual a que estava sendo assujeitada.
Interessante que no decorrer da narrativa percebe-se justamente uma tremenda dificuldade de Rosemary de barrar o outro, seja em relação ao marido ou aos seus vizinhos, que constantemente ultrapassam os contornos de sua vida e tomam decisões por ela.
O que se engendra é a constante objetalização de Rosemary. Sua voz é rechaçada a todo momento e as rédeas de sua vida pertencem sempre a um outro, o que também traz angústia ao espectador, que assiste à súbita transformação da personagem em um objeto. Isto também se liga ao estupro que experienciou: o tornar-se uma coisa perante o outro, a falta de voz, de protagonismo e a impossibilidade de barrar um outro que está, literalmente, engolindo-a. Assim, Rosemary está arremessada em um ritual, diante de um outro sem limites.
Há, a partir disso, a criação de uma constelação que condensa a vivência do estupro, uma possível psicose paranoica e a misoginia, que se entrelaçam a partir do lugar do sujeito em ser objeto de gozo de um outro que o trucida. É justamente por isso que acredito que ambas as hipóteses, de Rosemary ter desencadeado uma construção delirante (a partir do estupro) e estar a mercê de uma misoginia violenta, presentificam-se no filme.
Entrar por esse debate é mais interessante do que simplesmente discutir se os acontecimentos da narrativa são "reais" ou não. Vale lembrar a fala do marido de Rosemary, que gostou de estuprá-la porque parecia que estava praticando necrofilia.
O estupro, sendo uma espécie de ritual marcado por uma cultura de violência contra a mulher, tem como resultado um bebê morto (produzido a partir de uma necrofilia), demoníaco, celebrado por uma estrutura, em forma de seita, que goza da brutalidade a que as mulheres são submetidas.
As Memórias de Marnie
4.3 668 Assista AgoraEsteticamente, segue o padrão dos filmes do estúdio, sendo um verdadeiro colírio para os olhos. A ambientação também é maravilhosa, bastante típica dos trabalhos do Ghibli, transportando o telespectador para uma atmosfera mais bucólica, calma e contemplativa.
Tem uma história bonita, construída a partir de um plot twist. No entanto, mesmo que seja agradável de assistir, a personagem principal não tem muito carisma (diferente de Kiki e Chihiro, por exemplo) e o desenvolvimento é bastante lento. Seu decorrer arrastado e por vezes maçante acaba por ofuscar o potencial de um roteiro bem enlaçado.
O plot twist não é forçado e é construído de maneira bem singela, o que é um ponto positivo. Talvez o que mais tenha pesado para mim, além do desencadeamento bastante lento, é a falta de carisma de Anna.
A Professora de Piano
4.0 684 Assista AgoraFilme que dá pano para discussões de cunho psicanalítico, referentes à existência ou não de mulheres perversas. Bem característico ela ter saído "de cena" (aqui entendido em dois sentidos) justamente quando ela estava às vias de se tornar objeto de gozo do outro, através da fala "estou ansioso para ouvi-la tocar". No geral, apesar de bem produzido, é um filme morno, arrastado. O destaque aqui fica para a atuação de Isabelle Huppert, esplêndida e brilhante.
Cidade dos Sonhos
4.2 1,7K Assista AgoraNão lembro de ter visto alguma obra que me deixasse tão angustiado assim. Foda demais!
A Pele que Habito
4.2 5,1K Assista AgoraSuperestimado
Rastros de um Sequestro
3.8 563 Assista AgoraÉ um bom filme mas achei o excesso de plot twist bem forçado
A Garota Radiante
3.5 11 Assista AgoraExcelente.
O que é mais bonito nesse filme é que ele trata sobre a temática do antissemitismo e da ascensão da ideologia nazista sem os dramas focados exclusivamente nos massacres e em enredos que pretendem unicamente fazer o espectador chorar, como se caracteriza boa parte das produções que tratam acerca desta temática.
"A Garota Radiante" acerta ao mostrar que os milhões de mortos não se esgotam em números, mas são sujeitos com suas particularidades e histórias de vida. Ao invés de se centrar no massacre, na perseguição e nas mortes desenfreadas, o filme retrata uma mulher com seus sonhos e desejos. Irène se encontra em uma transição para a vida adulta, e por isto mesmo experimenta seu corpo, sua sexualidade, e está entregue ao caminho tortuoso de uma primeira paixão. Qual filme que trata sobre a temática do antissemitismo teria uma cena de sua personagem principal fingindo problemas de vista apenas para se aproximar de um homem que lhe chamou atenção?
Por fim, o filme cumpre seu papel de maneira sensível e singela. Para além de corpos pendentes no chão, "A Garota Radiante" aponta que essas pessoas também têm o direito, no cinema, de uma narrativa pacata, da simplicidade de uma jovem de 19 anos sonhar com o teatro e com o mundo da arte. Seu triunfo é tornar essas pessoas, sempre representadas de maneira massificada a partir de uma tragédia já anunciada de antemão, sujeitos com sonhos, família e paixões.
Irène não pôde se apresentar da maneira que gostaria, mas nos deixa com o nó na garganta de um desmaio que não era previsto naquele momento. O desmaio não foi por medo dos palcos.
Encanto
3.8 805*Não contém spoilers.
Mesmo com problemas visíveis, eu não posso evitar de ter gostado muito desse filme. Tô viciado na trilha sonora em português e quero assistir pela segunda vez logo. O filme tem um charme surreal, mas tem algumas questões que pecam:
1) A quantidade de personagens. Bem, não acho que isso seja, em si, um problema, porque todos eles são muito fofos e interessantes. O problema é que o filme, por ser uma animação e consequentemente ter um tempo reduzido, não conseguiu dar um bom desenvolvimento a eles. Um dos pontos centrais da narrativa é o Bruno, e não achei que o filme conseguiu dar à devida importância a esse arco, tudo ficou muito rápido e breve. Os únicos membros da família que realmente tiveram um bom desenvolvimento foram a Abuela e a Mirabel, porque o restante ficou a ver navios.
2) Tempo mal aproveitado. Olha, esse filme tem 109 minutos e Procurando Nemo, por exemplo, tem 100 minutos. E eu sinto que em Procurando Nemo acontece MUITO MAIS COISA que Encanto. Então no geral eu achei o pacing do filme meio esquisito, no sentido de que, pelas coisas que aconteceram, não parece que o filme tem 109 minutos, sabe? Parece que tem menos. Não sei se é porque o filme é mais estático (ele se passa inteiramente na casa da família, não é uma aventura, como nas outras animações) ou se algumas cenas foram desnecessariamente longas. No final do filme, apesar de ter gostado do desfecho, eu fiquei esperando uma continuação. Do tipo, eu preciso de uma parte dois agora, um spin-off, qualquer coisa! O filme terminou e eu não senti que terminou de verdade, então o pacing do filme é um ponto negativo também.
Enfim, espero que a Disney não desista do projeto, porque ele tem MUITO potencial. O universo e os personagens são apaixonantes! Espero que tenha uma continuação, pelo amor de Deus.
A Bruxa
3.6 3,4K Assista Agoranão consegui me conectar muito
Melancolia
3.8 3,1K Assista Agorapretensioso e chato
Mãe!
4.0 3,9K Assista AgoraÓtimo filme. Acredito que muitas pessoas tenham a preocupação de procurar as tais referências ''bíblicas'' após assisti-lo, mas não acho que seja necessário. Particularmente, gosto de manter comigo tudo o que eu consegui absorver e entender da história. Se você precisa procurar sobre o filme para poder apreciá-lo, é porque você não gostou dele de verdade.
Jennifer Lawrence entregou tudo o que podia, atuação fenomenal. Ela consegue segurar e elevar a tensão da história. A atmosfera do filme é surreal, foram 2 horas desconfortáveis acompanhando a angústia da personagem.
Belo trabalho, não faria nada diferente.
29/05/20 - Favorito
A Garota que Conquistou o Tempo
4.1 320Lindo
E o final é bom sim
O Confeiteiro
3.7 102 Assista Agoracansado das gays sempre serem side chick nos filmes
como se n bastasse a bomba me chame pelo seu nome
Cicatrizes
3.5 10O filme tem um desenvolvimento um pouco lento mas acredito que apresenta uma história que precisa ser contata. Achei interessante o trabalho de diferentes perspectivas. A filha tratando a protagonista ''mal'', levando o espectador a enxergar através da ótica da mãe, mas ignorando a relação distante que ela mesmo construiu com sua filha, depois de tantos anos com a ''obsessão'' de procurar o filho perdido. Com o passar do filme, nossa empatia pela protagonista diminui, ao percebermos os impactos que as ações têm em sua relação social e familiar. No final, essa empatia reaparece, pois a persistência, que muitos consideravam ''loucura'', ''devaneios'', da protagonista gera um resultado. O final é sugestivo, mas serviu para desconstruir a ideia de ''loucura'' colocada na mãe ao longo do filme. Enfim, gostei do trabalho de diferentes perspectivas e de como nossa relação com os personagens muda com o desenvolvimento. Apesar de ter um desenvolvimento um pouco monótono, é uma obra boa, que denuncia uma realidade que acontece em diversos lugares do mundo. Só recomendo assistir estando muito disposto, talvez com um cafézinho pra acompanhar.
Parasita
4.5 3,6K Assista Agorase o brasil e a coreia do sul darem as maos a gente consegue um megazord invencivel com parasite e bacurau