Sabe quando você pega uma Coca-Cola para beber bem geladinha e acha uma delícia, só que esquece de fechar direito e no outro dia ela até que tá ok, mas sem gás? Assim foi a 2ª temporada de Invencível.
Aquele episódio especial sobre a Atomic Eve lançado antes da estreia do novo ano me deixou bastante esperançoso a respeito do que estava por vir. Nele, a personagem foi muito bem trabalhada e a animação estava notavelmente melhor, mais detalhada e com uma fluidez de movimentos muito melhore em relação à 1ª temporada. Aí conforme os episódios foram sendo lançados, acabei ficando com a impressão de que a história estava sem rumo.
Em grande parte tive essa percepção por conta do excessivo número de personagens que a animação parece fazer questão de trabalhar. Numa hora estamos vendo
os dilemas do Mark, aí na cena seguinte o Rex Splode tá tendo uma crise de maturidade, depois vemos o Nolan se arrependendo de tudo que ele fez e vai pulando de cena em cena porque, aparentemente, todos são muito importantes e só um desenho animado muito adultão mesmo daria profundidade a todos 47 personagens. Só que fica muito maçante!
E dividir uma temporada de apenas 8 episódios em duas partes não foi uma decisão das mais inteligentes. Só serviu para diminuir o hype de uma série que já estava em marcha lenta. Enquanto na temporada anterior, o burburinho em cima de Invencível crescia a cada semana, nessa ninguém parecia dar a mínima.
Aquele último episódio totalmente perdido sem cara de último episódio
Como vi muitas sitcoms com risadas de fundo nos últimos tempos, devo admitir que levei um tempo pra pegar o ritmo de Veep. Nessa produção da HBO, cada comentário ácido e maldoso é dito com a maior naturalidade do mundo, é capaz até de perder alguns se der bobeira e ficar esperando alguma reação dos demais personagens. Então, durante a primeira metade da temporada não estava achando muito engraçado.
Só que em algum momento, entre as paranoias da Selina e ambição do Dan, eu consegui me encontrar. Entendi que Veep não é aquele tipo de comédia que te faz rolar de rir, e sim uma sátira crua da política americana. É tão cru que em certos momentos você chega a pensar que está vendo algo real. Não duvido que no Congresso e na Casa branca haja pessoas tão mesquinhas e vazias como Selina e sua equipe. A melhor definição que consegui encontrar é a de que Veep é a irmã mais velha, maldosa e interesseira de Parks and Recreation.
O ágil roteiro permite que Julia Louis-Dreyfus deite e role (literalmente, em alguns momentos) quando está em cena. Sua Selina Meyers consegue ser tão insegura que variar em questão de segundos entre uma raiva que a faz berrar a plenos pulmões com um subalterno a uma falsa humildade de dar nojo. É uma personagem patética que dá gosto de ver em cena.
Foi de 100 a 0 em apenas 8 episódios. De momento não consigo me lembrar de uma série que me decepcionou tanto.
Os dois primeiros episódios apresentam um mistério intrigante e com vários suspeitos possíveis. Aí, com o passar da temporada, o tom de investigação vai se diluindo em meio a brigas de casal e arrependimentos, com direito a pistas caindo no colo dos personagens sem mais nem menos.
A resolução só não é mais preguiçosa que o final ambíguo deixa em aberto se o protagonista realmente encontrou a menina ou se tudo aquilo foi apenas um delírio da mente senil dele.
Sem falar nas várias subtramas que aparecem e são descartadas sem a menor explicação,
como o caso do filho do Hays com a jornalista (seria um jeito de dizer que ele vai cometer os mesmos erros do pai, que também se envolveu com uma mulher que investigava o caso?) ou o próprio documentário que simplesmente não serviu pra nada. Em determinado momento é dado a entender que o protagonista e sua filha se desentenderam, só que isso nunca mais é mencionado.
Outro ponto que deixa a desejar é a estrutura de flashbacks, além do vai e vem ser cansativo, ele ainda acentua a impressão de que a trama não evolui.
O que salva é o elenco. Elogiar o Mahershala Ali a essa altura do campeonato seria chover no molhado. O Purple Hays dele é provavelmente um dos personagens mais críveis e reais já apresentados numa série de TV. Mesmo no começo da temporada, quando ainda não sabemos toda a história, já podemos notar um quê de frustração no Hays dos anos 90 e notas de arrependimento em sua versão envelhecida. Stephen Dorff, um ator que sinceramente nunca chamou minha atenção, também não faz feio em alguns momentos tocantes pelos quais seu personagem passa. Para a nossa infelicidade, o restante desse 3º ano não estava à altura das atuações entregues por eles.
Pelo que li, muita gente lá nos EUA meio que desistiu da série após saírem com o TJ Miller e darem um final duvidoso pro Erlich. Pelo jeito os gringos curtiam bastante o humor babacão do personagem. Pra mim foi o contrário: foi a partir disso que a série começou a evoluir.
Apesar de ter seus momentos engraçados, o humor de maconheiro do personagem acabou destoando da série conforme a Pied Piper evoluía. A saída dele parece que serviu para os produtores e roteiristas se desapegarem de certas coisas que já não faziam mais sentido, como o cenário da casa-encubadora e eterna falta de verba da empresa. Chegou um ponto em que a série estava apenas se repetindo. Inclusive, considero a 5ª temporada uma evolução natural da segunda, uma vez que a 3ª e a 4ª temporada só fazem enrolar sem nunca levar nada adiante.
É a partir do 5º ano que Richard começa a ter que lidar com novos desafios, como gerenciar uma equipe maior e com as responsabilidades de estar à frente de uma gigante da tecnologia. Os desafios crescem junto com o valor de mercado da Pied Piper, e Richard, um jovem ensimesmado, nem sempre vai saber lidar com a situação. Mesmo o Gavin Belson, que estava perdido há tempos dentro da série, teve alguma serventia pata o programa.
E apesar do final parece esperançoso, Richard ainda guarda uma cópia do código da nova internet, assim como Monica parece ter contato com a NSA e Gilfoyle e Dinesh são donos de uma grande empresa de segurança digital. Ao que tudo indica, eles não conseguiram abrir mão da criação da Pied Piper. Ninguém abre mão do poder assim tão fácil, ainda mais um que está a um ENTER de distância
Apesar de continuar com momentos bem engraçados e críticas bastante acertadas sobre o cenário das big techs, isso não é o suficiente para manter essa temporada no mesmo nível das duas primeiras. Junto com a terceira, é praticamente uma temporada filler que não adiciona em nada à jornada da Pied Piper e nem na construção do Richard.
Só no último episódio temos um pequeno vislumbre do nosso protagonista se tornando
alguém inescrupuloso que é capaz de passar por cima de tudo e de todos para atingir seus objetivos, um típico gênio da tecnologia.
No mais, foi só mais uma sequência de episódios com a fórmula "surge problema, Pied Piper em risco de fechar, Richard tenta resolver e faz merda, Erlich também faz droga, Pied Piper é salva de uma forma mirabolante". Todo impacto de uma reviravolta se esvai quando se percebe que elas são usadas em excesso, sempre com o mesmo efeito: livrar os personagens de qualquer perigo.
Repito o que disse no comentário da temporada anterior: gosto dos personagens e das interações entre eles, mas a série parece sem rumo e o ápice disse é nessa temporada. Talvez o cancelamento tenha sido um tiro de misericórdia, já que os roteiristas não sabiam o que fazer com a Christine.
Ao mesmo tempo que ela começa a fazer terapia (e desiste poucos episódios depois), também toma atitudes ainda mais estranhas. O mesmo vale pros outros personagens. O Matthew volta com a ex (que estava prestes a se casar) para terminar com ela no episódio seguinte! O Richard ficou noivo da Barb, uma relação que mal é citada ao longo dos episódios.
A impressão que eu tenho é que os roteiristas apenas pensavam um monte de situações malucas sem se preocupar em como isso afetaria os personagens.
A ideia da série é bastante interessante e bem original, só que tem um porém: eu ri em raríssimas ocasiões. E isso num programa de comédia é um problema grave. Só continuei assistindo por causa do carisma e da simpatia do Ronald. Imagino o desastre que seria se o rapaz revelasse um baita de um escroto.
A série é divertida, os personagens são engraçados e a química entre eles é ótima, só tenho a impressão que depois de 4 temporadas, os responsáveis ainda não haviam se decidido sobre a relação da Christine com o Richard. Parece que eles nunca conseguem seguir adiante.
Antes ela fosse só inferior à primeira temporada, o que já era esperado já que ela é um das produções televisivas mais influentes dos últimos anos, mas ela também é chata e desinteressante.
Em nenhum momento eu me senti tocado pelo drama dos personagens, quando algo acontecia com eles eu simplesmente não importava. E quando o caso desse segundo ano foi finalmente desvendado, eu só consegui dizer: - Ah tá, então é isso. E ainda tem aqueles takes intermináveis da cidade e das estradas vistas de cima todo santo episódio. Imagino como deve ter sido decepcionante para quem viu na época.
Como bem disse o tradutor Érico Assis, Atlanta é aquela série que você assiste sem saber como será cada temporada, cada episódio ou mesmo cada cena. É tudo tão imprevisível que você não tem como saber o que vem a seguir. Tudo que dá para prever é que será algo muito bem roteirizado, dirigido, atuado e com críticas sociais em doses surreais, de resto é apertar o play e se surpreender.
Nessa temporada eles foram até o limite da experimentação, o que, pelo menos pra mim, só tornou tudo mais interessante. Há episódios que misturam comédia, terror, drama, em alguns momentos tudo na mesma cena.
Atlanta é televisão em seu mais alto nível sem precisar subestimar a inteligência do espectador ou apelar para ganchos baratos para prender a audiência.
Me sinto um velho conservador por dizer isso, mas o desenho seria bem melhor se não insistisse tanto em piadinhas sexuais.
A animação é de encher os olhos e a ideia de brincar com as celebridades e teorias da época é muito boa, só não foi devidamente desenvolvida porque a produção perdia mais tempo fazendo graça com pinto. O ápice foi um episódio que dedicou metade do seu tempo a uma subtrama envolvendo um molde de gesso da jeba de um dos personagens.
Lembro que gostava bastante da série na 1ª temporada. Ela sabia como mesclar humor, questões existenciais e violência. Com o perdão do trocadilho, não era nada de outro mundo, mas era divertido, você ainda conseguia se conectar com os personagens.
Só que essa 3ª temporada perdeu a mão. É muito personagem em tela fazendo papel de bobo, muita cena do Gary fazendo drama por tudo e muita coisa acontecendo ao mesmo tempo. Talvez se não tivessem criado tantos problemas para serem resolvidos, a série poderia até ter sido finalizada. Mesmo que ela continuasse, eu não sei se veria uma 4ª temporada, de tão maçante que eu achei esses últimos episódios.
para o Alasca. Cada novo episódio só evidenciava que os roteiristas não tinham a mínima ideia do que fazer com ele.
Trocaria tudo aquilo por mais dele com a Piama, achei genial a decisão de fazer o Francis casar com uma mulher tão agressiva e controladora quanto a Lois.
Além de fazer várias referências à Lawrence da Arábia (amarrando com uma fala do Marco Pasternak lá na primeira temporada), ele também mostra o Jimmy/Saul renegando de vez os seus princípios. A partir do momento que ele se sujou de sangue, não tinha mais volta, ele estava de vez no mundo co crime.
Isso ficou evidente quando o carro e o copo (ambos com o padrão amarelo-vermelho, presente até no logo da série) ficam inutilizáveis após o tiroteio. Depois disso, o vermelho, usado para representar personagens criminosos e de moral dúbia, se faria mais presente na vida do protagonista.
Sobrou até para o finado Chuck. Quando Jimmy/Saul se nega a usar o cobertor-térmico num momento de necessidade e termina o episódio pisando nele, é como se ele renegasse tudo aquilo que o irmão lhe ensinou. Chuck, o freio moral do protagonista, havia ficado para trás.
Fico embasbacado com a capacidade dos realizadores criarem tantas cenas com atuações, fotografia, diálogos e cortes impecáveis. Tem série com várias temporadas que não consegue uma única cena memorável, já Better Call Saul tem uma coleção delas em cada episódio.
Sempre se valendo dos ângulos mais inusitados, mas não por firula visual, mas para refletir os sentimentos de cada personagem. Note como Jimmy sempre aparece minúsculo ou descentralizado em várias cenas, principalmente naquelas em que ela está com o Chuck. Sem falar do simples, mas genial, esquema azul-vermelho para identificar personagens e locais que estão dentro ou fora da lei.
Ao longo do episódio do julgamento do Chuck, podemos ver "spoilers" de qual será o resultado, quando vemos Jimmy ao lado de uma máquina de refrigerantes com um azul gritante enquanto há uma cena longa do irmão numa sala com um aviso de saída vermelho brilhando ao fundo.
Mas o que faz tudo funcionar com perfeição são os personagens. Em sua maioria, não são heróis ou vilões. Por mais clichê que seja dizer isso, são pessoas comuns com defeitos, qualidades e arrependimentos.
Apesar de bastante severo com o irmão, Chuck se revela alguém disposto a fazer o que é certo sempre possível, um verdadeiro apaixonado pelo Direito. Já Jimmy, apesar de carismático e extrovertido (características invejadas pelo irmão), não hesita em tentar tirar vantagem de alguma situação sempre que possível. E, assim como acontece com pessoas reais, o relacionamento entre os dois serviu para reforçar esses traços de personalidade. Chuck quer porque quer fazer tudo certo por não suportar ver o caçula ser amado por todos apesar das tendências trapaceiras.
Enfim, o que já era bom em Breaking Bad está ainda melhor em Better Call Saul.
Que ator incrível que é o Jonathan Banks! Sempre fico impressionado em como ele consegue dizer tanto sem falar uma só palavra, se valendo apenas da postura corporal e das expressões. Bom demais ver um ator subestimado desses ser tão bem utilizado.
foram surgindo indígenas revoltados, militares ganaciosos, n@zistas, cartéis mexicanos, serial killers e até cultos satânicos. Se tivesse durado mais uma temporada acho que teria rolado até uma invasão alienígena ou uma epidemia zumbi.
No entanto, não posso negar que a série dá uma decaída após os ótimos dois primeiros episódios. Entendo que tenha sido um arco de reconexão da Kamala com a cultura paquistanesa para conhecer melhor o seu passado e aceitar suas raízes - os grafismos a la Scott Pilgrim até vão sendo deixados de lado para dar lugar a uma fotografia mais tradicional -, no entanto tudo vai sendo feito de um jeito tão corrido que fica difícil se importar com certos acontecimentos.
Aqui caímos de novo em um defeito recorrente nessas séries da Marvel no Disney+: muita coisa para poucos episódios. Praticamente todas elas precisam correr em seus episódios finais para fechar as tramas que foram abertas nos primeiros. Claro que a viagem ao Paquistão é importante para o arco de aceitação da Kamala, mas poderia ter sido desenvolvida ao longo de mais episódios. A mãe dela aceitar de uma hora para outra não só o amor dela por heróis, mas a vida dela como heroína, é um exemplo claro dessa correria.
Ainda assim, Iman Vellani esbanja carisma como Kamala Khan, sendo desde já uma das melhores escolhas de protagonista do MCU. E muito se fala sobre como a Marvel se acomodou nos últimos anos, e não discordo, mas são poucos estúdios hoje que dariam espaço para uma protagonista muçulmana e teriam coragem de abordar a perseguição dos EUA aos muçulmanos.
A série está longe de ser perfeita, mas não deixa de ser um respiro de novidade dentro de um universo que parece querer se repetir cada vez mais.
Eu tava adorando essa terceira temporada, como ele usava os super-heróis tanto pra sacanear a indústria do entretenimento quanto para fazer um paralelo com a realidade. Indicava para todo mundo dizendo que era uma das melhores séries do momento. Mas esse final me desanimou tanto. Voltou tudo para a estaca zero.
Vamos ter outra temporada do Bruto tentando acabar com o Pátria com algum plano mirabolante (e falhando no último segundo, igual um episódio de Coiote e Papa-Léguas). Outra temporada do Trem-Bala com uma redenção que nunca vem. Outra temporada do Profundo perdido no meio de tudo.
Eu pelo menos achava que a série teria peito de assumir o Bruto como vilão depois de todos os absurdos que ele fez pro Soldier Boy ficar do lado dele. Ele foi corrompido pelo poder e... nada aconteceu. Em sua jornada por vingança contra o Capitão Pátria, Billy Bruto se aliou com um ped*fil* (o Soldier Boy, cujo próprio sidekick admitiu que ele fez isso), apagou um dos seus melhores amigos, explodiu uma casa cheia de inocentes e colocou em risco a vida do Hughie. Só que no final ninguém tava nem aí pra isso, não teve nenhuma repercussão nada disso, o Bruto voltou para sua jornada de vingança sem nenhuma evolução como personagem.
E essa falta de consequência também se comprova na covardia em matar alguns personagens. Diferente de Stranger Things, que também foi criticada por isso, The Boys tem uma atmosfera bem violenta e sangrenta, mas que nunca atinge os personagens principais. Sangue e tripas voam para todo lado, mas nunca são dos protagonistas. Até quando alguém se sacrifica, como foi o caso da Maeve, o ato não tem tanra importância assim. Ela continuou viva (como os poderes podendo voltar, como aconteceu com a Kimiko) e o Soldier Boy voltou a ser congelado.
Ainda assim, é inegável que a série é divertida e afiada em suas críticas. Mas dá pra deixar o roteiro um pouco mais afinado.
PS: eu tenho certeza que nenhum dos responsáveis pela série faz ideia de qual é o poder da Starlight.
Minha maior decepção com essa série foram as sequências de ação. Não discordo que a prequel foi desastre (curiosamente, ela passou a ser cultuada após o lançamento da trilogia mais recente), mas pelo menos as lutas, boa parte delas pelo menos, eram muito boas. Principalmente as do Obi Wan.
Já na série, é cada luta mequetrefe que não causa nenhuma empolgação. Só que o que ficou na minha mente mesma foram aquelas cenas da Leia fugindo nos dois primeiros episódios, parecia que eu tava um episódio da A Turma do Didi.
Outro ponto que me incomodou: em vários momentos alguns personagens são colocados em situações de risco, só que o público sabe que não vai acontecer nada com eles por causa dos filmes que já existem. Teria sido muito melhor ter enviado o Obi Wan para o outro lado da galáxia, com personagens novos, situações novas e, talvez, sendo perseguido pelo Vader. Desde que tivesse uma luta melhor e mais interessante entre eles.
Fiquei com um pé atrás quando foi revelada a duração dos episódios dessa 4ª temporada. Todos muito longos e com quase 1h30 de duração, com tudo sendo concluído num último episódio de 2h30. Stranger Things, apesar dos efeitos grandiosos, sempre foi uma série simples. Uma ameaça do Mundo Invertido surgia, a galera se separava, cada núcleo descobria uma coisa e no final todo mundo, convenientemente, se juntava para a batalha final. Na hora pensei que episódios tão longos só poderiam indicar excesso de encheção de linguiça. E eu estava certo.
Além de núcleos completamente irrelevantes, como é o caso do Hopper na Rússia - que deveria ter sido mantido morto, mas os responsáveis pelo programa não tiveram coragem de seguir adiante com a decisão - e do Mike na vã do amigo maconheiro do Jonathan, esse 4º ano Stranger Things parece querer alongar demais alguns momentos.
Dois exemplos me vem à mente quando digo isso: a Joyce demorando um episódio inteiro abrir uma boneca que recebeu pelo correio e a sidequest para a namoradinha do Dustin conseguir mexer no computador. São momentos totalmente irrelevantes, mas que por algum motivo estão lá. Seria para dar a impressão que estamos diante de uma produção grandiosa? Seria para manter os assinantes da Netflix por mais tempo na plataforma? Isso só os irmãos Duffer, que gastaram US$$ 30 milhões em cada episódio, vão saber responder.
Em questão de produção é nítido que o dinheiro foi muito bem gasto. Os efeitos estão melhores que o de muito blockbuster por aí, a recriação de época, então, nem se fala. A câmera não tem pudor de ficar passeando, dando a impressão tudo foi realmente gravado nos anos 80 de tão perfeitos que os figurinos e cenários ficaram. Mas tudo isso impressiona num primeiro momento, é preciso um bom roteiro e personagens bem escritos para sustentar todo esse primor visual.
Outro ponto que me incomodou bastante nessa 4ª temporada é a incapacidade dela se desapegar de certos personagens. Não digo isso nem só pela covardia em não matar nenhum personagem principal, mas pela necessidade de trazer de volta todo e qualquer personagem que apareceu nos anos anteriores. O Hopper já tá fazendo hora-extra, o Dr. Brenner voltou dos mortos também, o Jonathan só serve pra fazer piada de maconheiro, a Robin não passa de um alívio cômico inconveniente e crush do Dustin voltou por razões de ???????.
No fim, essa temporada não é grandiosa, ela é só inchada mesmo. Dava pra ter contado a mesma história na metade do tempo e com bem menos personagens. Tenho medo do que vão fazer na conclusão da série.
Dá pra ver que em termos de produção, a série melhorou bastante nessa temporada. Os enquadramentos são mais elaborados, as coreografias das lutas está melhor e até gastaram um pouco de dinheiro pra contratar alguns figurantes para o bar do Sugar.
Só me incomoda um pouco que a única lanchonete de Banshee seja justamente em frente à delegacia e que tudo, de encontros de assassinos a ataques de neonazis, aconteça próximo a ela. Mas dá para imagina o porquê disso.
Invencível (2ª Temporada)
3.8 75 Assista AgoraSabe quando você pega uma Coca-Cola para beber bem geladinha e acha uma delícia, só que esquece de fechar direito e no outro dia ela até que tá ok, mas sem gás? Assim foi a 2ª temporada de Invencível.
Aquele episódio especial sobre a Atomic Eve lançado antes da estreia do novo ano me deixou bastante esperançoso a respeito do que estava por vir. Nele, a personagem foi muito bem trabalhada e a animação estava notavelmente melhor, mais detalhada e com uma fluidez de movimentos muito melhore em relação à 1ª temporada. Aí conforme os episódios foram sendo lançados, acabei ficando com a impressão de que a história estava sem rumo.
Em grande parte tive essa percepção por conta do excessivo número de personagens que a animação parece fazer questão de trabalhar. Numa hora estamos vendo
os dilemas do Mark, aí na cena seguinte o Rex Splode tá tendo uma crise de maturidade, depois vemos o Nolan se arrependendo de tudo que ele fez e vai pulando de cena em cena porque, aparentemente, todos são muito importantes e só um desenho animado muito adultão mesmo daria profundidade a todos 47 personagens. Só que fica muito maçante!
E dividir uma temporada de apenas 8 episódios em duas partes não foi uma decisão das mais inteligentes. Só serviu para diminuir o hype de uma série que já estava em marcha lenta. Enquanto na temporada anterior, o burburinho em cima de Invencível crescia a cada semana, nessa ninguém parecia dar a mínima.
Aquele último episódio totalmente perdido sem cara de último episódio
e que enrola até não poder mais a luta contra o Angstrom Levy é a prova definitiva da falta de rumo de Invencível.
Veep (1ª Temporada)
4.1 94 Assista AgoraComo vi muitas sitcoms com risadas de fundo nos últimos tempos, devo admitir que levei um tempo pra pegar o ritmo de Veep. Nessa produção da HBO, cada comentário ácido e maldoso é dito com a maior naturalidade do mundo, é capaz até de perder alguns se der bobeira e ficar esperando alguma reação dos demais personagens. Então, durante a primeira metade da temporada não estava achando muito engraçado.
Só que em algum momento, entre as paranoias da Selina e ambição do Dan, eu consegui me encontrar. Entendi que Veep não é aquele tipo de comédia que te faz rolar de rir, e sim uma sátira crua da política americana. É tão cru que em certos momentos você chega a pensar que está vendo algo real. Não duvido que no Congresso e na Casa branca haja pessoas tão mesquinhas e vazias como Selina e sua equipe. A melhor definição que consegui encontrar é a de que Veep é a irmã mais velha, maldosa e interesseira de Parks and Recreation.
O ágil roteiro permite que Julia Louis-Dreyfus deite e role (literalmente, em alguns momentos) quando está em cena. Sua Selina Meyers consegue ser tão insegura que variar em questão de segundos entre uma raiva que a faz berrar a plenos pulmões com um subalterno a uma falsa humildade de dar nojo. É uma personagem patética que dá gosto de ver em cena.
True Detective (3ª Temporada)
4.0 284Foi de 100 a 0 em apenas 8 episódios. De momento não consigo me lembrar de uma série que me decepcionou tanto.
Os dois primeiros episódios apresentam um mistério intrigante e com vários suspeitos possíveis. Aí, com o passar da temporada, o tom de investigação vai se diluindo em meio a brigas de casal e arrependimentos, com direito a pistas caindo no colo dos personagens sem mais nem menos.
A resolução só não é mais preguiçosa que o final ambíguo deixa em aberto se o protagonista realmente encontrou a menina ou se tudo aquilo foi apenas um delírio da mente senil dele.
Sem falar nas várias subtramas que aparecem e são descartadas sem a menor explicação,
como o caso do filho do Hays com a jornalista (seria um jeito de dizer que ele vai cometer os mesmos erros do pai, que também se envolveu com uma mulher que investigava o caso?) ou o próprio documentário que simplesmente não serviu pra nada. Em determinado momento é dado a entender que o protagonista e sua filha se desentenderam, só que isso nunca mais é mencionado.
O que salva é o elenco. Elogiar o Mahershala Ali a essa altura do campeonato seria chover no molhado. O Purple Hays dele é provavelmente um dos personagens mais críveis e reais já apresentados numa série de TV. Mesmo no começo da temporada, quando ainda não sabemos toda a história, já podemos notar um quê de frustração no Hays dos anos 90 e notas de arrependimento em sua versão envelhecida. Stephen Dorff, um ator que sinceramente nunca chamou minha atenção, também não faz feio em alguns momentos tocantes pelos quais seu personagem passa. Para a nossa infelicidade, o restante desse 3º ano não estava à altura das atuações entregues por eles.
Silicon Valley (6ª Temporada)
3.8 42 Assista AgoraPelo que li, muita gente lá nos EUA meio que desistiu da série após saírem com o TJ Miller e darem um final duvidoso pro Erlich. Pelo jeito os gringos curtiam bastante o humor babacão do personagem. Pra mim foi o contrário: foi a partir disso que a série começou a evoluir.
Apesar de ter seus momentos engraçados, o humor de maconheiro do personagem acabou destoando da série conforme a Pied Piper evoluía. A saída dele parece que serviu para os produtores e roteiristas se desapegarem de certas coisas que já não faziam mais sentido, como o cenário da casa-encubadora e eterna falta de verba da empresa. Chegou um ponto em que a série estava apenas se repetindo. Inclusive, considero a 5ª temporada uma evolução natural da segunda, uma vez que a 3ª e a 4ª temporada só fazem enrolar sem nunca levar nada adiante.
É a partir do 5º ano que Richard começa a ter que lidar com novos desafios, como gerenciar uma equipe maior e com as responsabilidades de estar à frente de uma gigante da tecnologia. Os desafios crescem junto com o valor de mercado da Pied Piper, e Richard, um jovem ensimesmado, nem sempre vai saber lidar com a situação. Mesmo o Gavin Belson, que estava perdido há tempos dentro da série, teve alguma serventia pata o programa.
E apesar do final parece esperançoso, Richard ainda guarda uma cópia do código da nova internet, assim como Monica parece ter contato com a NSA e Gilfoyle e Dinesh são donos de uma grande empresa de segurança digital. Ao que tudo indica, eles não conseguiram abrir mão da criação da Pied Piper. Ninguém abre mão do poder assim tão fácil, ainda mais um que está a um ENTER de distância
Silicon Valley (4ª Temporada)
4.1 35 Assista AgoraApesar de continuar com momentos bem engraçados e críticas bastante acertadas sobre o cenário das big techs, isso não é o suficiente para manter essa temporada no mesmo nível das duas primeiras. Junto com a terceira, é praticamente uma temporada filler que não adiciona em nada à jornada da Pied Piper e nem na construção do Richard.
Só no último episódio temos um pequeno vislumbre do nosso protagonista se tornando
alguém inescrupuloso que é capaz de passar por cima de tudo e de todos para atingir seus objetivos, um típico gênio da tecnologia.
As Novas Aventuras da Velha Christine (5ª Temporada)
4.2 53Repito o que disse no comentário da temporada anterior: gosto dos personagens e das interações entre eles, mas a série parece sem rumo e o ápice disse é nessa temporada. Talvez o cancelamento tenha sido um tiro de misericórdia, já que os roteiristas não sabiam o que fazer com a Christine.
Ao mesmo tempo que ela começa a fazer terapia (e desiste poucos episódios depois), também toma atitudes ainda mais estranhas. O mesmo vale pros outros personagens. O Matthew volta com a ex (que estava prestes a se casar) para terminar com ela no episódio seguinte! O Richard ficou noivo da Barb, uma relação que mal é citada ao longo dos episódios.
A impressão que eu tenho é que os roteiristas apenas pensavam um monte de situações malucas sem se preocupar em como isso afetaria os personagens.
Na Mira do Júri (1ª Temporada)
4.2 112 Assista AgoraA ideia da série é bastante interessante e bem original, só que tem um porém: eu ri em raríssimas ocasiões. E isso num programa de comédia é um problema grave. Só continuei assistindo por causa do carisma e da simpatia do Ronald. Imagino o desastre que seria se o rapaz revelasse um baita de um escroto.
As Novas Aventuras da Velha Christine (4ª Temporada)
4.2 21A série é divertida, os personagens são engraçados e a química entre eles é ótima, só tenho a impressão que depois de 4 temporadas, os responsáveis ainda não haviam se decidido sobre a relação da Christine com o Richard. Parece que eles nunca conseguem seguir adiante.
True Detective (2ª Temporada)
3.6 772Antes ela fosse só inferior à primeira temporada, o que já era esperado já que ela é um das produções televisivas mais influentes dos últimos anos, mas ela também é chata e desinteressante.
Em nenhum momento eu me senti tocado pelo drama dos personagens, quando algo acontecia com eles eu simplesmente não importava. E quando o caso desse segundo ano foi finalmente desvendado, eu só consegui dizer: - Ah tá, então é isso. E ainda tem aqueles takes intermináveis da cidade e das estradas vistas de cima todo santo episódio. Imagino como deve ter sido decepcionante para quem viu na época.
Atlanta (3ª Temporada)
4.4 83Como bem disse o tradutor Érico Assis, Atlanta é aquela série que você assiste sem saber como será cada temporada, cada episódio ou mesmo cada cena. É tudo tão imprevisível que você não tem como saber o que vem a seguir. Tudo que dá para prever é que será algo muito bem roteirizado, dirigido, atuado e com críticas sociais em doses surreais, de resto é apertar o play e se surpreender.
Nessa temporada eles foram até o limite da experimentação, o que, pelo menos pra mim, só tornou tudo mais interessante. Há episódios que misturam comédia, terror, drama, em alguns momentos tudo na mesma cena.
Atlanta é televisão em seu mais alto nível sem precisar subestimar a inteligência do espectador ou apelar para ganchos baratos para prender a audiência.
Agente Elvis (1ª Temporada)
3.1 6Me sinto um velho conservador por dizer isso, mas o desenho seria bem melhor se não insistisse tanto em piadinhas sexuais.
A animação é de encher os olhos e a ideia de brincar com as celebridades e teorias da época é muito boa, só não foi devidamente desenvolvida porque a produção perdia mais tempo fazendo graça com pinto. O ápice foi um episódio que dedicou metade do seu tempo a uma subtrama envolvendo um molde de gesso da jeba de um dos personagens.
Final Space (3ª Temporada)
3.7 28Lembro que gostava bastante da série na 1ª temporada. Ela sabia como mesclar humor, questões existenciais e violência. Com o perdão do trocadilho, não era nada de outro mundo, mas era divertido, você ainda conseguia se conectar com os personagens.
Só que essa 3ª temporada perdeu a mão. É muito personagem em tela fazendo papel de bobo, muita cena do Gary fazendo drama por tudo e muita coisa acontecendo ao mesmo tempo. Talvez se não tivessem criado tantos problemas para serem resolvidos, a série poderia até ter sido finalizada. Mesmo que ela continuasse, eu não sei se veria uma 4ª temporada, de tão maçante que eu achei esses últimos episódios.
Malcolm (3ª Temporada)
4.2 8 Assista AgoraContinua sendo engraçada, mas dá para notar que deu uma decaída, principalmente por conta da decisão de mandar o Francis
para o Alasca. Cada novo episódio só evidenciava que os roteiristas não tinham a mínima ideia do que fazer com ele.
Trocaria tudo aquilo por mais dele com a Piama, achei genial a decisão de fazer o Francis casar com uma mulher tão agressiva e controladora quanto a Lois.
[spoiler][/spoiler]
Malcolm (2ª Temporada)
4.3 14 Assista Agora- Não se preocupe, Dewey, tenho certeza que o Jujuba está bem. Gatos são animais noturnos, assim como coiotes, cães de rua e adoradores do demônio.
Better Call Saul (5ª Temporada)
4.6 326 Assista AgoraO 8º episódio é uma pequena obra-prima.
Além de fazer várias referências à Lawrence da Arábia (amarrando com uma fala do Marco Pasternak lá na primeira temporada), ele também mostra o Jimmy/Saul renegando de vez os seus princípios. A partir do momento que ele se sujou de sangue, não tinha mais volta, ele estava de vez no mundo co crime.
Isso ficou evidente quando o carro e o copo (ambos com o padrão amarelo-vermelho, presente até no logo da série) ficam inutilizáveis após o tiroteio. Depois disso, o vermelho, usado para representar personagens criminosos e de moral dúbia, se faria mais presente na vida do protagonista.
Sobrou até para o finado Chuck. Quando Jimmy/Saul se nega a usar o cobertor-térmico num momento de necessidade e termina o episódio pisando nele, é como se ele renegasse tudo aquilo que o irmão lhe ensinou. Chuck, o freio moral do protagonista, havia ficado para trás.
Better Call Saul (3ª Temporada)
4.4 312 Assista AgoraFico embasbacado com a capacidade dos realizadores criarem tantas cenas com atuações, fotografia, diálogos e cortes impecáveis. Tem série com várias temporadas que não consegue uma única cena memorável, já Better Call Saul tem uma coleção delas em cada episódio.
Sempre se valendo dos ângulos mais inusitados, mas não por firula visual, mas para refletir os sentimentos de cada personagem. Note como Jimmy sempre aparece minúsculo ou descentralizado em várias cenas, principalmente naquelas em que ela está com o Chuck. Sem falar do simples, mas genial, esquema azul-vermelho para identificar personagens e locais que estão dentro ou fora da lei.
Ao longo do episódio do julgamento do Chuck, podemos ver "spoilers" de qual será o resultado, quando vemos Jimmy ao lado de uma máquina de refrigerantes com um azul gritante enquanto há uma cena longa do irmão numa sala com um aviso de saída vermelho brilhando ao fundo.
Mas o que faz tudo funcionar com perfeição são os personagens. Em sua maioria, não são heróis ou vilões. Por mais clichê que seja dizer isso, são pessoas comuns com defeitos, qualidades e arrependimentos.
Apesar de bastante severo com o irmão, Chuck se revela alguém disposto a fazer o que é certo sempre possível, um verdadeiro apaixonado pelo Direito. Já Jimmy, apesar de carismático e extrovertido (características invejadas pelo irmão), não hesita em tentar tirar vantagem de alguma situação sempre que possível. E, assim como acontece com pessoas reais, o relacionamento entre os dois serviu para reforçar esses traços de personalidade. Chuck quer porque quer fazer tudo certo por não suportar ver o caçula ser amado por todos apesar das tendências trapaceiras.
Enfim, o que já era bom em Breaking Bad está ainda melhor em Better Call Saul.
Better Call Saul (2ª Temporada)
4.3 358 Assista AgoraQue ator incrível que é o Jonathan Banks! Sempre fico impressionado em como ele consegue dizer tanto sem falar uma só palavra, se valendo apenas da postura corporal e das expressões. Bom demais ver um ator subestimado desses ser tão bem utilizado.
Banshee (4ª Temporada)
4.2 94 Assista AgoraBanshee, a cidade, só foi ficando mais perigosa a cada temporada. No começo era só o Proctor, mas depois
foram surgindo indígenas revoltados, militares ganaciosos, n@zistas, cartéis mexicanos, serial killers e até cultos satânicos. Se tivesse durado mais uma temporada acho que teria rolado até uma invasão alienígena ou uma epidemia zumbi.
Ms. Marvel
3.2 230 Assista AgoraPra mim, está longe de ser tão ruim como muita gente tá pintando. Só de não ser um troço genérico como Cavaleiro da Lua já ganha pontos.
No entanto, não posso negar que a série dá uma decaída após os ótimos dois primeiros episódios. Entendo que tenha sido um arco de reconexão da Kamala com a cultura paquistanesa para conhecer melhor o seu passado e aceitar suas raízes - os grafismos a la Scott Pilgrim até vão sendo deixados de lado para dar lugar a uma fotografia mais tradicional -, no entanto tudo vai sendo feito de um jeito tão corrido que fica difícil se importar com certos acontecimentos.
Aqui caímos de novo em um defeito recorrente nessas séries da Marvel no Disney+: muita coisa para poucos episódios. Praticamente todas elas precisam correr em seus episódios finais para fechar as tramas que foram abertas nos primeiros. Claro que a viagem ao Paquistão é importante para o arco de aceitação da Kamala, mas poderia ter sido desenvolvida ao longo de mais episódios. A mãe dela aceitar de uma hora para outra não só o amor dela por heróis, mas a vida dela como heroína, é um exemplo claro dessa correria.
Ainda assim, Iman Vellani esbanja carisma como Kamala Khan, sendo desde já uma das melhores escolhas de protagonista do MCU. E muito se fala sobre como a Marvel se acomodou nos últimos anos, e não discordo, mas são poucos estúdios hoje que dariam espaço para uma protagonista muçulmana e teriam coragem de abordar a perseguição dos EUA aos muçulmanos.
A série está longe de ser perfeita, mas não deixa de ser um respiro de novidade dentro de um universo que parece querer se repetir cada vez mais.
The Boys (3ª Temporada)
4.2 560 Assista AgoraSério, alguém avisa o Erick Kripke que ele não tá mais fazendo série procedural. A série pode ir pra frente com o passar das temporadas.
Eu tava adorando essa terceira temporada, como ele usava os super-heróis tanto pra sacanear a indústria do entretenimento quanto para fazer um paralelo com a realidade. Indicava para todo mundo dizendo que era uma das melhores séries do momento. Mas esse final me desanimou tanto. Voltou tudo para a estaca zero.
Vamos ter outra temporada do Bruto tentando acabar com o Pátria com algum plano mirabolante (e falhando no último segundo, igual um episódio de Coiote e Papa-Léguas). Outra temporada do Trem-Bala com uma redenção que nunca vem. Outra temporada do Profundo perdido no meio de tudo.
Eu pelo menos achava que a série teria peito de assumir o Bruto como vilão depois de todos os absurdos que ele fez pro Soldier Boy ficar do lado dele. Ele foi corrompido pelo poder e... nada aconteceu. Em sua jornada por vingança contra o Capitão Pátria, Billy Bruto se aliou com um ped*fil* (o Soldier Boy, cujo próprio sidekick admitiu que ele fez isso), apagou um dos seus melhores amigos, explodiu uma casa cheia de inocentes e colocou em risco a vida do Hughie. Só que no final ninguém tava nem aí pra isso, não teve nenhuma repercussão nada disso, o Bruto voltou para sua jornada de vingança sem nenhuma evolução como personagem.
E essa falta de consequência também se comprova na covardia em matar alguns personagens. Diferente de Stranger Things, que também foi criticada por isso, The Boys tem uma atmosfera bem violenta e sangrenta, mas que nunca atinge os personagens principais. Sangue e tripas voam para todo lado, mas nunca são dos protagonistas. Até quando alguém se sacrifica, como foi o caso da Maeve, o ato não tem tanra importância assim. Ela continuou viva (como os poderes podendo voltar, como aconteceu com a Kimiko) e o Soldier Boy voltou a ser congelado.
Ainda assim, é inegável que a série é divertida e afiada em suas críticas. Mas dá pra deixar o roteiro um pouco mais afinado.
PS: eu tenho certeza que nenhum dos responsáveis pela série faz ideia de qual é o poder da Starlight.
Obi-Wan Kenobi
3.4 312 Assista AgoraMinha maior decepção com essa série foram as sequências de ação. Não discordo que a prequel foi desastre (curiosamente, ela passou a ser cultuada após o lançamento da trilogia mais recente), mas pelo menos as lutas, boa parte delas pelo menos, eram muito boas. Principalmente as do Obi Wan.
Já na série, é cada luta mequetrefe que não causa nenhuma empolgação. Só que o que ficou na minha mente mesma foram aquelas cenas da Leia fugindo nos dois primeiros episódios, parecia que eu tava um episódio da A Turma do Didi.
Outro ponto que me incomodou: em vários momentos alguns personagens são colocados em situações de risco, só que o público sabe que não vai acontecer nada com eles por causa dos filmes que já existem. Teria sido muito melhor ter enviado o Obi Wan para o outro lado da galáxia, com personagens novos, situações novas e, talvez, sendo perseguido pelo Vader. Desde que tivesse uma luta melhor e mais interessante entre eles.
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Stranger Things (4ª Temporada)
4.2 1,0K Assista AgoraFiquei com um pé atrás quando foi revelada a duração dos episódios dessa 4ª temporada. Todos muito longos e com quase 1h30 de duração, com tudo sendo concluído num último episódio de 2h30. Stranger Things, apesar dos efeitos grandiosos, sempre foi uma série simples. Uma ameaça do Mundo Invertido surgia, a galera se separava, cada núcleo descobria uma coisa e no final todo mundo, convenientemente, se juntava para a batalha final. Na hora pensei que episódios tão longos só poderiam indicar excesso de encheção de linguiça. E eu estava certo.
Além de núcleos completamente irrelevantes, como é o caso do Hopper na Rússia - que deveria ter sido mantido morto, mas os responsáveis pelo programa não tiveram coragem de seguir adiante com a decisão - e do Mike na vã do amigo maconheiro do Jonathan, esse 4º ano Stranger Things parece querer alongar demais alguns momentos.
Dois exemplos me vem à mente quando digo isso: a Joyce demorando um episódio inteiro abrir uma boneca que recebeu pelo correio e a sidequest para a namoradinha do Dustin conseguir mexer no computador. São momentos totalmente irrelevantes, mas que por algum motivo estão lá. Seria para dar a impressão que estamos diante de uma produção grandiosa? Seria para manter os assinantes da Netflix por mais tempo na plataforma? Isso só os irmãos Duffer, que gastaram US$$ 30 milhões em cada episódio, vão saber responder.
Em questão de produção é nítido que o dinheiro foi muito bem gasto. Os efeitos estão melhores que o de muito blockbuster por aí, a recriação de época, então, nem se fala. A câmera não tem pudor de ficar passeando, dando a impressão tudo foi realmente gravado nos anos 80 de tão perfeitos que os figurinos e cenários ficaram. Mas tudo isso impressiona num primeiro momento, é preciso um bom roteiro e personagens bem escritos para sustentar todo esse primor visual.
Outro ponto que me incomodou bastante nessa 4ª temporada é a incapacidade dela se desapegar de certos personagens. Não digo isso nem só pela covardia em não matar nenhum personagem principal, mas pela necessidade de trazer de volta todo e qualquer personagem que apareceu nos anos anteriores. O Hopper já tá fazendo hora-extra, o Dr. Brenner voltou dos mortos também, o Jonathan só serve pra fazer piada de maconheiro, a Robin não passa de um alívio cômico inconveniente e crush do Dustin voltou por razões de ???????.
No fim, essa temporada não é grandiosa, ela é só inchada mesmo. Dava pra ter contado a mesma história na metade do tempo e com bem menos personagens. Tenho medo do que vão fazer na conclusão da série.
Banshee (2ª Temporada)
4.4 91 Assista AgoraDá pra ver que em termos de produção, a série melhorou bastante nessa temporada. Os enquadramentos são mais elaborados, as coreografias das lutas está melhor e até gastaram um pouco de dinheiro pra contratar alguns figurantes para o bar do Sugar.
Só me incomoda um pouco que a única lanchonete de Banshee seja justamente em frente à delegacia e que tudo, de encontros de assassinos a ataques de neonazis, aconteça próximo a ela. Mas dá para imagina o porquê disso.
Cavaleiro da Lua
3.5 420 Assista AgoraSérie tão esquecível que só fui lembrar agora de marcar que assisti ela. Serve nem pra despertar qualquer tipo de sentimento negativo.