É necessário assistir esse filme sem nenhum olhar de preconceito, tornando-se inestimável o que se aprende com as frases ditas. A simplicidade se provando sábia. Ainda escrevo algo mais aprofundado sobre esta obra.
Brincando de Amelie e percebendo coisas que normalmente poucas pessoas conseguem notar: Na cena em que Ricky e Marina saem pela primeira vez, ela veste o vestido azul, mas está nua por baixo. Quando eles voltam que ela tira o vestido, está de calcinha.
Minha visão do filme é totalmente parcial, pois admiro o trabalho do Almodóvar. Não teve como terminar esse filme e não pensar: "Síndrome de Estocolmo". Eu gosto muito quando um filme acaba abordando a gravação de um outro, como é o caso de "Abraços Partidos". Tramas que abordam personagens psicóticos, perturbados, neuróticos e com diversas patologias acabam conquistando minha afeição. Ricky é o típico personagem complexo presente nas diversas tramas de Almodóvar, orfão aos 3 anos, viveu uma infância difícil em um orfanato e na adolescência foi para um sanatório em que mantinha relações sexuais com a diretora e as enfermeiras. Marina é uma ex-toxicômana em fase de abstinência, uma atriz que desperta o desejo do diretor no filme que atua e que provavelmente não mantém relações sérias com os homens (Chegando a lembrar de Ricky, ao qual já havia conhecido, no momento em que estão fazendo sexo). E não são só os personagens principais que chamam atenção, quem não se divertiu na cena da festa quando a irmã de Marina canta ou com o desejo do diretor pela protagonista? Durante o filme você acaba torcendo para Ricky conseguir fazer com que Marina o ame, mesmo que para isso ele tenha utilizado uma das formas menos convencionais e erradas possíveis. São dois personagens despedaçados em busca de que ambos atem aquilo que está quebrado, ambos desejam o amor (ou obsessão) que podem oferecer e se agarram a ideia de poder ter algo. Embora eu tenha gostado da obra como um todo e do equilíbrio de gêneros do filme, eu não gostei do final (achei um pouco parecido com filme de sessão da tarde), esperava algo mais devastador e que mostrasse a obsessão criada por Marina. Em certas partes é possível se perder em saber o que realmente se passa com Marina em relação aos seus sentimentos. No final das contas é amor, distúrbio, obsessão ou apenas uma personagem "tarada"? Não importa, é Almodóvar.
Assim como a maioria das obras que são baseadas em Livros/Histórias em Quadrinhos e outras referências, sempre se pensa em algo que faltou ou simplesmente uma cena que tenha marcado o leitor em especial. Nesse caso não foi diferente, senti falta de cenas sutis como a parte em que os pais de Marjane viajam e trazem para ela um poster escondido... e outras. Mas o filme consegue nos mostrar a realidade de um país desolado por regimes totalitários e nos causa inquietação e reflexão. Inquietação por sabermos que convivemos com culturas (mesmo que distantes) que possuem diversas atrocidades em que os direitos humanos parecem não existir. Reflexão por nos colocar diante de situações que nos fazem questionar o que é a liberdade? Tiveram diversas cenas que me marcaram muito (tanto na Graphic Novel quanto no filme). 1. A cena em que a sra. Satrapi chora com a simples possibilidade de sua filha ser presa e ter sua honra ferida antes de executada. 2. A cena em que Marjane corre para pegar o ônibus e é repreendida pelo seu quadril executar gestos "indecentes" ao correr. 3. A cena em que Marjane quando criança não consegue lidar com o sofrimento e "briga" com Deus 4. A cena em que a avó repreende ela por acusar um inocente para se safar... O filme em si como um todo, para aqueles que assistem compreendendo a verdadeira dimensão do que é retratado é emocionante, sufocante e aterrador. Marjane cresce diante de um país em guerra, mesmo com uma compreensão infantil e imatura, desde cedo é ajudada por seus pais a distinguir o que há de errado no governo, o que nem sempre acontece com todas as pessoas que vivem nesses regimes e acabam se submetendo ao que é imposto. A opressão sofrida pelas mulheres é de causar revolta e é dada de formas absurdas. O questionamento sobre a própria identidade e sua nacionalidade, diante de culturas diversas e xenofóbicas, provocam momentos em que Marjane se sente em conflito ao achar que está traindo seu povo quando na verdade está traindo a si mesma, ao ter vergonha do que é, pelo preconceito sofrido. A cena final em que ela entra no táxi, afirma ser do Irã é o momento em que (depois de amadurecer) Marjane mostra que sua nacionalidade é motivo de orgulho, e que a mulher insegura faz parte de seu passado. O filme aparece como um conjunto de memórias, e a transição da parte colorida para a preto e branco é fantástica! Conseguimos nos colocar na história e sentir tudo o que a protagonista sente. Animações sempre me agradaram e quando trazem algo tão real de uma forma "infantil" causa um sentimento muito maior de compartilhamento, e percebemos que como as crianças estamos, muitas vezes, alheios ao que ocorre no mundo. Passados 50 minutos de história, pausei o filme pela primeira vez e pensei: "-Já?". Fantástico. Acho que me estendi demais, porém um filme de tamanha magnitude e sutileza, não mereceria menos. Marjane Satrapi está de parabéns, não só pelo trabalho realizado, mas pelas consequências deste.
Queria ter visto a cena da família do Charlie assistindo ao último episódio de M*A*S*H e o pai indo fazer "sanduíches" para que ninguém o visse chorando, a cena do carro em que o Charlie dirige após a briga de seus irmãos, as festas familiares, a cena em que ele acompanha a irmã para ela fazer o aborto...
Os diálogos foram muito sinceros e intensos, o final foi simples e objetivo, a música dos créditos é muito linda, gosto de filmes que apresentem uma atmosfera mais real e menos utópica. Porém, achei muito desnecessário as cenas em que apareciam os dois se drogando.
O Fim e o Princípio
4.3 65É necessário assistir esse filme sem nenhum olhar de preconceito, tornando-se inestimável o que se aprende com as frases ditas. A simplicidade se provando sábia. Ainda escrevo algo mais aprofundado sobre esta obra.
Ata-me!
3.7 550Brincando de Amelie e percebendo coisas que normalmente poucas pessoas conseguem notar: Na cena em que Ricky e Marina saem pela primeira vez, ela veste o vestido azul, mas está nua por baixo. Quando eles voltam que ela tira o vestido, está de calcinha.
Ata-me!
3.7 550Minha visão do filme é totalmente parcial, pois admiro o trabalho do Almodóvar. Não teve como terminar esse filme e não pensar: "Síndrome de Estocolmo". Eu gosto muito quando um filme acaba abordando a gravação de um outro, como é o caso de "Abraços Partidos". Tramas que abordam personagens psicóticos, perturbados, neuróticos e com diversas patologias acabam conquistando minha afeição. Ricky é o típico personagem complexo presente nas diversas tramas de Almodóvar, orfão aos 3 anos, viveu uma infância difícil em um orfanato e na adolescência foi para um sanatório em que mantinha relações sexuais com a diretora e as enfermeiras. Marina é uma ex-toxicômana em fase de abstinência, uma atriz que desperta o desejo do diretor no filme que atua e que provavelmente não mantém relações sérias com os homens (Chegando a lembrar de Ricky, ao qual já havia conhecido, no momento em que estão fazendo sexo). E não são só os personagens principais que chamam atenção, quem não se divertiu na cena da festa quando a irmã de Marina canta ou com o desejo do diretor pela protagonista? Durante o filme você acaba torcendo para Ricky conseguir fazer com que Marina o ame, mesmo que para isso ele tenha utilizado uma das formas menos convencionais e erradas possíveis. São dois personagens despedaçados em busca de que ambos atem aquilo que está quebrado, ambos desejam o amor (ou obsessão) que podem oferecer e se agarram a ideia de poder ter algo. Embora eu tenha gostado da obra como um todo e do equilíbrio de gêneros do filme, eu não gostei do final (achei um pouco parecido com filme de sessão da tarde), esperava algo mais devastador e que mostrasse a obsessão criada por Marina. Em certas partes é possível se perder em saber o que realmente se passa com Marina em relação aos seus sentimentos. No final das contas é amor, distúrbio, obsessão ou apenas uma personagem "tarada"? Não importa, é Almodóvar.
Persépolis
4.5 754Assim como a maioria das obras que são baseadas em Livros/Histórias em Quadrinhos e outras referências, sempre se pensa em algo que faltou ou simplesmente uma cena que tenha marcado o leitor em especial. Nesse caso não foi diferente, senti falta de cenas sutis como a parte em que os pais de Marjane viajam e trazem para ela um poster escondido... e outras. Mas o filme consegue nos mostrar a realidade de um país desolado por regimes totalitários e nos causa inquietação e reflexão. Inquietação por sabermos que convivemos com culturas (mesmo que distantes) que possuem diversas atrocidades em que os direitos humanos parecem não existir. Reflexão por nos colocar diante de situações que nos fazem questionar o que é a liberdade? Tiveram diversas cenas que me marcaram muito (tanto na Graphic Novel quanto no filme).
1. A cena em que a sra. Satrapi chora com a simples possibilidade de sua filha ser presa e ter sua honra ferida antes de executada.
2. A cena em que Marjane corre para pegar o ônibus e é repreendida pelo seu quadril executar gestos "indecentes" ao correr.
3. A cena em que Marjane quando criança não consegue lidar com o sofrimento e "briga" com Deus
4. A cena em que a avó repreende ela por acusar um inocente para se safar...
O filme em si como um todo, para aqueles que assistem compreendendo a verdadeira dimensão do que é retratado é emocionante, sufocante e aterrador.
Marjane cresce diante de um país em guerra, mesmo com uma compreensão infantil e imatura, desde cedo é ajudada por seus pais a distinguir o que há de errado no governo, o que nem sempre acontece com todas as pessoas que vivem nesses regimes e acabam se submetendo ao que é imposto. A opressão sofrida pelas mulheres é de causar revolta e é dada de formas absurdas. O questionamento sobre a própria identidade e sua nacionalidade, diante de culturas diversas e xenofóbicas, provocam momentos em que Marjane se sente em conflito ao achar que está traindo seu povo quando na verdade está traindo a si mesma, ao ter vergonha do que é, pelo preconceito sofrido.
A cena final em que ela entra no táxi, afirma ser do Irã é o momento em que (depois de amadurecer) Marjane mostra que sua nacionalidade é motivo de orgulho, e que a mulher insegura faz parte de seu passado. O filme aparece como um conjunto de memórias, e a transição da parte colorida para a preto e branco é fantástica! Conseguimos nos colocar na história e sentir tudo o que a protagonista sente. Animações sempre me agradaram e quando trazem algo tão real de uma forma "infantil" causa um sentimento muito maior de compartilhamento, e percebemos que como as crianças estamos, muitas vezes, alheios ao que ocorre no mundo. Passados 50 minutos de história, pausei o filme pela primeira vez e pensei: "-Já?". Fantástico. Acho que me estendi demais, porém um filme de tamanha magnitude e sutileza, não mereceria menos. Marjane Satrapi está de parabéns, não só pelo trabalho realizado, mas pelas consequências deste.
"A liberdade sempre tem um preço"
As Vantagens de Ser Invisível
4.2 6,9K Assista AgoraQueria ter visto a cena da família do Charlie assistindo ao último episódio de M*A*S*H e o pai indo fazer "sanduíches" para que ninguém o visse chorando, a cena do carro em que o Charlie dirige após a briga de seus irmãos, as festas familiares, a cena em que ele acompanha a irmã para ela fazer o aborto...
Lixo Extraordinário
4.3 655"99 não é 100" Impossível assistir e não se comover.
Educação
3.8 1,2K Assista Agora"It's not enough to educate us anymore, Mrs. Walters. You've got to tell us why you are doing it"
Amor a Toda Prova
3.8 2,1K Assista AgoraSó assisti mesmo pelo Ryan e pela Emma. Como entretenimento é bom, mas só isso.
A Era Atômica
3.0 15Tentando achar o link para baixar.
Tudo Pode Dar Certo
4.0 1,1KSou tão Boris que me espanto.
Dançando no Escuro
4.4 2,3K Assista AgoraSe a vida fosse um musical, nada de ruim aconteceria.
Final de Semana
3.9 518 Assista AgoraOs diálogos foram muito sinceros e intensos, o final foi simples e objetivo, a música dos créditos é muito linda, gosto de filmes que apresentem uma atmosfera mais real e menos utópica. Porém, achei muito desnecessário as cenas em que apareciam os dois se drogando.
Ao contrário dos que defendem o final feliz em que os dois deveriam ficar juntos, gostei do Glen ter ido para a América.
Cilada.com
2.5 1,8KRi um pouco com o Marconha, e só. Péssimo.
Quando Desceram As Trevas
3.6 16Cake!?
Meia-Noite em Paris
4.0 3,8K Assista AgoraSeria bom poder ir para Paris na Belle Époque ou nos anos 20.
...E Deus Criou a Mulher
3.5 113 Assista Agora"É difícil ser feliz."
Quincas Berro D'Água
3.3 352A história do filme poderia ser resumida em um curta, passei todo o filme esperando acabar o mais rápido possível. Péssimo.