Stephen King realmente é o mestre do terror psicológico e sempre é muito difícil adaptá-lo para o cinema. Com exceção de “O Iluminado”, nunca tinha visto uma obra que fazia jus as suas narrativas. “Misery” é o que mais se aproxima de uma excelente adaptação de seus livros.
O terror brutal já começa com a bondade excessiva e a devoção de Anne Wilkers, em uma excelente performance de Kathy Bates. É um terror gradativo até o seu completo surto, a tensão instaurada nesse seu cuidado excessivo é o que deixa tudo mais perturbador, impressos nas expressões de James Caan. O clima gélido e pouco amistoso, a casa isolada, os móveis e sua decoração deixam tudo ainda mais claustrofóbico.
Mas o filme não seria nada se não fosse Kathy Bates, monstruosa em um papel difícil, complexo e que ela tira de letra, como uma excelente atriz que é. Oscar de melhor atriz merecidíssimo.
O enredo ainda fala da importância da arte na vida da pessoa em como ela consegue nos tirar de um momento ruim para descontrair, ir ao lúdico e se desprender da realidade. Todavia, há aquelas pessoas que não sabem lidar com isso e mergulham na mais completa ilusão e se perdem, no sentido literário aqui.
Só não curti o final, embora seja uma adaptação, penso que seria mais crível ela totalmente louca em uma clínica psiquiátrica e ele sempre nesse estado de alerta por ela ainda estar viva.
Ah, como eu amo Alecia Beth Moore! E que energia caótica e ao mesmo tempo acolhedora dessa família que está envolvida e unida pelo sucesso da sua matriarca, P!nk. Confesso que esperava mais dela, dos filhos (como não amar Willow e Jamenson?) e do Carey e das falas dos membros da banda que estão com ela há mais de quinze anos, focou muito nela e é até uma contradição em dar voz para outras pessoas que fizeram essa tour acontecer. No mais, te amo, mama!
Tudo o que se precisa é um lugar de conforto onde menos pensamos existir. E uma grande amizade é um lugar de conforto e acolhedor. Não sabia que o filme é baseado em fatos reais o que o deixa ainda mais interessante. Lógico, têm suas obviedades e um roteiro que escorrega bastante e uma direção correta, mas, ao fim, a mensagem faz todo o sentido.
Um filme fraquíssimo que se embasa única e exclusivamente na atuação de Jessica Lange. Falando nisso, será que aqui que começou a sina da atriz em interpretar mulheres desequilibradas e/ou bêbadas, fora da realidade e com eterna devoção pela aparência e juventude? Só faltaram os cigarros para completar. Achei que ela está bem em cena, mas nada do que ela já vem fazendo, presa esse estereotipo em uma performance nada de extraordinária para vencer um Oscar de melhor atriz.
Gosto do trocadilho do título do filme que se refere às bombas nucleares e como isso é exatamente o que acontece os personagens de Lange e Lee Jones, poderiam se aprofundar mais nessa complexidade, mas foram para o dramalhão pesando a mão. E deu no que deu.
Poderia falar que o filme e roteiro são clichês e tem a profundidade de um pires? Poderia. Mas também posso dizer que, o que vi em Fire Island, não se diferencia em nada de toda e qualquer festa que tenha gay: há sempre as bombadas, as brancas excludentes, as ricas ou as metidas A, todas estas e muitas outras com síndrome de Regina George tardia com barba na cara e muito whey no lugar do cérebro.
E há aquelas outsiders, as que não estão dentro do estereotipo definido: negros, asiáticos, gordos e as afeminadas. Acho interessante que o filme, embora clichê (e que bom que estamos tendo comédias e/ou comédias românticas gays clichê para chamar de nossa), como ponto de fundo, toca na ferida dessa comunidade tóxica e excludente, seja lá nos EUA ou aqui no Brasil, têm coisas que nunca mudam e são universais, né? A toxidade da comunidade gay é uma delas.
Como diz o ditado: onde tem gay tem paz? Queria que sim!
Aquele Oscar de melhor atriz unicamente pela carreira e pelo NOME: CHER! A diva está ótima no filme, mas nada que justifique um Oscar. A Olympia Dukakis, que venceu como coadjuvante, é bem mais interessante.
Dito isso, acho que o filme tinha um bom potencial, mas ficou tão preso nos estereótipos dos italianos e resoluções muito rápidas que acabou por deixar os personagens completamente rasos, era só aquilo, aqueles conflitos e só. Nesse sentido, a Olympia me pareceu mais interessante e um pouco mais próxima do que seria uma complexidade, tirando leite de pedra. Uma comédia romântica até interessante e nada mais que isso.
Um regular trama policial que, embora seja clichê e nada inovadora em sua resolução, tem como norte o problema de saúde da protagonista, Lúcia (Glória Pires, soberba, como sempre), acho que essa trama nada mirabolante entre memória e resolução cairia muito melhor se fosse uma minissérie com cinco episódios, tem todo o potencial que não foi tão bem explorado assim por conta do tempo. A fotografia e trilha sonora ajudam na tensão do filme também.
Uma explosão, um acontecimento, faltam sinônimos para classificar a viagem do multiverso da confusão mental e loucura do “e se” dos The Daniels, “Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo”, é corajoso, sem medo e nos leva ao fundo das nossas sete camadas de pele no reconhecimento de nossas vidas. “e se”? Bom, já foi, né? O que resta é lidar com as diversas personalidades do nosso subconsciente adormecidos e nos auxiliando a lidar com a que existe de fato. É uma loucura viver e a mente humana é aquilo: não adormece está sempre trabalhando e nos impondo limites (ou a falta deles) para movimentar nosso corpo. O eu possível, o eu impossível e o eu que poderia ser se interconectam e faz da gente o que a gente é. Como fazer para mudar então a realidade senão... Lutar?
Destaque para Michelle Yeoh, FANTASTICAMENTE PERFEITA, na pele de Evelyn e suas diversas ramificações, que talento, que entrega, que presença! O restante do elenco, Ke Huy Quan (maravilhoso), Stephanie Hsu (ótima) e a lenda Jamie Lee Curtis completam o elenco espetacular, divertido e emocionante. Uma verdadeira pérola pop nasce!
"A preocupação da diretora Chinonye Chukwu não é apresentar uma resolução do caso, mas narrar os acontecimentos antes e depois da execução de Emmett (Jalyn Hall). A narrativa funciona nesse sentido de não construir um filme de frases de efeito e transformar a história em mais um circo midiático. Há muita sensibilidade em sua construção, mesmo que se arraste em um momento – senti falta da veemência da importância de Mamie Till (Danielle Deadwyller) no front dos Direitos Civis, ainda que todos os simbolismos e violências estejam lá explicitamente"
Minha crítica completa no site Cine Set.../critica-till-danielle-deadwyller/
"No fim, é um filme que não se decide se quer ser um Comfort movie, funeral movie, dramédia ou simplesmente contar uma boa história. “Raymond & Ray” sai do nada para lugar nenhum e, ao subir dos créditos, você fica como Ewan McGregor: completamente apático."
Minha crítica completa do filme no site Cine Set...critica-raymond-ray-ewan-mcgregor/
"Não foi fácil sua carreira, como dito em “O Legado de Sidney Poitier”, documentário com produção de Oprah Winfrey. Naquela época, anos 1940, atores negros serviam apenas como alívio cômico ou serviçal – isso sem falar quando não usavam o blackface, que não é citado na obra, mas Sir. Poitier foi além. Consciente do seu corpo, da sua negritude, da importância de sua voz, buscou por papéis sérios, que humanizassem a figura do negro e quebrar os paradigmas impostos socialmente dessa figura como subjugada por sua condição social, racial e política."
Minha crítica completa no site Cine Set...critica-o-legado-de-sidney-poitier-2022/
"“Nada de Novo no Front” é um retrato cruel, perturbador e sangrento do poder do discurso ufanista e bélico. Baseado na obra de Erich Maria Remarque (ele mesmo um sobrevivente) lançado em 1929 com um filme lançado no ano seguinte – o ganhador do Oscar “Sem Novidade no Front”, essa produção alemã dirigida por Edward Berger desmonta esse discurso heroico e patriótico quando se pensa em filmes de guerra."
Minha crítica completa desse filmaço no site Cine Set...critica-nada-de-novo-no-front-netflix-2022/
"Há muita brutalidade nas falas e atitudes desses homens brancos, mas parece que é muito mais para chocar o espectador do que causar alguma reflexão. Em certa cena, depois de matar um escravizado à queima-roupa, Fassel vocifera com toda calma: “se achar um preto com ideias, é melhor matá-lo”. A brutalidade pela brutalidade soa, aqui, totalmente desconexa com a proposta de “Emancipation” que é humanizar a figura de Gordon/Peter, mas a ideia de torná-lo quase que um super-herói em um filme de ação, com suas figuras imbatíveis, torna tudo menos convincente. Até o apego dele com a fé e em Deus soa planfetário para mostrar que, acima de tudo, ele tinha Deus e a confiança que tudo daria certo."
Minha crítica completa no site Cine Set...critica-emancipation-will-smith/
"Logicamente que baseado em fatos, “As Nadadoras” tem sua liberdade criativa. Mas, percebam quantas cinebiografias especialmente quando se tem pessoas não caucasianas no centro, não existe um branco salvador que vê potencial e incentiva? É como suas potencialidades não existissem até um branco enxergar."
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"Logicamente que baseado em fatos, “As Nadadoras” tem sua liberdade criativa. Mas, percebam quantas cinebiografias especialmente quando se tem pessoas não caucasianas no centro, não existe um branco salvador que vê potencial e incentiva? É como suas potencialidades não existissem até um branco enxergar."
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"É a partir da preservação da memória através da história oral que Santiago Mitre (“A Cordilheira”, 2017) orquestra com maestria “Argentina, 1985”, fazendo dessa produção argentina forte candidata ao Oscar de Melhor Filme Internacional na cerimônia de 2023. Mais que um filme, trata-se de um documento histórico social sobre a ditadura argentina, entre 1974 e 1983, e o resgaste da humanidade perdida das vítimas, bem como a acusação da Junta de Militares, responsável por um dos momentos mais turbulentos do país."
Minha crítica completa do filme no site Cine Set....critica-argentina-1985-ricardo-darin/
A dor é existencial e nos corrói até os ossos. Quando a dor é uma escolha ela torna-se um problema. Mas há certo prazer em estar nessa dor e em estado de melancolia, no conforto em não sentir mais dores externas, nos fechamos para nossas próprias dores, nos doemos por nós mesmos. Ser e estar é difícil quando somos uma alma maníaca depressiva compulsiva que quer se libertar ser livre do nosso próprio peso e sentir a vida ao redor, até mesmo as inevitáveis dores e decepções da vida. Me senti muito representado na pele de Lóri e esse estado febril de explosão iminente. Viver é difícil, é um eterno estado de angustia existencial.
As comédias britânicas são tão espirituosas, charmosas, divertidas e com um senso de realidade realmente muito próximo da vida real, não é aquela coisa mirabolante e fantasiosa do gênero em Hollywood, por exemplo.
Eu vi pela primeira e única vez esse filme na época que saiu, tinha 12 anos. Mais de vinte anos depois revi, com outra cabeça e continua uma ótima sacada. O humor sarcástico e o timing dentre comédia e drama muito bem orquestrados. É um filme que deveria ser mais reconhecido, em minha opinião, é super cult.
E Brenda Blethyn é uma atriz fantástica, né? Em uma mesma cena ela dá tantas nuances para sua Grace, em outra atriz menos inteligente como ela, ficaria quase bonachona, ela transmite simpatia e compadecimento ao mesmo tempo.
Eu amo a Mariah Carey desde que me entendo por gente, desde a infância sempre esteve presente na minha vida. Lembro que quando eu vi esse filme na época pela primeira vez achei bonitinho, ok, era pré-adolescente.
Revi agora e pensando ao longo das quase 2h de duração: quem em sã consciência aprovou isso, gente? “Glitter” para ser ruim tem ainda que melhorar muito. É tenebroso, atuações vergonhosas, só o Terrence Howard que consegue extrair algo perto do razoável. Se for classificar tudo de ruim... Melhor acabar por aqui.
E olha que “Glitter” é meu álbum favorito dela! Ou seja, só se salva pela trilha sonora.
Eu gostei mais do que poderia imaginar. Totalmente piegas em sem nada de novo, fora o Caio Castro interpretando ele mesmo em todos os sentidos, o filme agrada. Uma comédia romântica boba e inofensiva.
Um achado do ano de 2022. “Fortaleza Hotel” é um filme que narra sobre feridas, medos e um porto seguro para se acalmar em meio ao caos da vida e as circunstâncias do destino. Além de uma pitoresca amizade entre a simples camareira Pilar (Clébia Sousa) e a turista coreana Shin (Lee Young Lan) que está no Brasil para tratar da morte do marido.
Dessa amizade (?) desencadeia transtornos causados por Jamille (Larissa Góes), filha de Pilar, jovem imatura. E até que ponto ferimos nossa dignidade, abrimos mão dos nossos sonhos e corremos riscos para proteger quem amamos?
Apesar do tema, achei que o filme não se aprofundou tanto como poderia, ficou tudo raso e o embate entre as duas tornou-se um anticlímax, ainda assim, compreensível dentro do contexto das duas personagens e seus problemas.
O filme mesmo se alia ao talento máximo dessas duas atrizes, Clébia e Lee, que entregam nas sutilezas e detalhes, performances nada explosivas, mas que você percebe no corpo como elas estão em ebulição. Grandes.
O “rei do rock” realmente tem uma história de tirar o fôlego e nada como um diretor megalomaníaco como Baz Luhrmann para contar essa história. “Elvis” é um autentico filme de Luhrmann: uma explosão de cores, edição dinâmica, direção inteligente e um enredo envolvente, voltando à velha forma de Romeu + Julieta e Moulin Rouge!
E o que falar de Austin Butler? O cara simplesmente some e torna-se a verdadeira personificação de Elvis Presley, é ele ali. Não é caricatura ou imitação, ele estudou minuciosamente para compor esse papel, um verdadeiro arraso. O mesmo não posso falar de Tom Hanks que, na altura do campeonato, o astro não precisa provar mais nada para ninguém, mas a sua composição aliado a maquiagem pesada não deu, longe de ser ruim, mas bom não estava.
Apesar das controvérsias que envolvem o grande nome da música o filme funciona mais como um estudo da relação dele com o Coronel Tom Parker (Hanks) na sua ascensão e queda e muitos dólares a menos já que foi bastante explorado por esse empresário que, acima de tudo, o manipulava como ninguém.
“Ela e Eu” é aquele tipo de filme que você sente impregnando na sua pele com suas emoções. É um filme forte, delicado e cuidadoso. Sem tomar partidos, Gustavo Rosa de Moura (o diretor) te leva a compreender todas as ações das pessoas envolvidas naquela situação atípica em um redemoinho de sentimentos e sensações.
Para além da história, somos testemunhas em ver o ápice de uma grande atriz em cena, não há limites para o talento e carisma de Andréa Beltrão, ela usa o seu corpo como instrumento, ela atua com o corpo. A gente se afeiçoa à Bia (a personagem) por tudo que ela é, representa e o que está sendo, redescobrindo a vida.
Mariana Lima é uma das minhas atrizes favoritas e aqui ela trabalha com o olhar, a angústia dela, nem precisava falar nada que já sabíamos de tudo. E o breakdown, fora de série.
Karine Telles, Eduardo Moscovis e Lara Tremouroux completam o elenco afinado, intenso e leve na mesma proporção. Talentos!
“Ela e Eu” é um filme sobre descoberta e redescoberta de viver e compreender ao redor, as pequenas coisas que são importantes na nossa vida, como tomar uma cervejinha ao fim da tarde vendo o mar, um uma noite de pizza e bebidinha cercado de amigos e familiares queridos, cada momento como se fosse único e inesquecível. O acordar do coma é um ato simbólico, acordemos!
Só não merece 10 porque o final é um ultraje desnecessário.
Fui com muita sede ao pote, mas “a primeira comédia romântica gay”, não se desenrola. Achei que a primeira hora é até interessante, depois cai em um marasmo e se perde no roteiro.
Billy Eicher não é um cara carismático para sustentar um protagonista que é insuportável. As frases de efeito dele são de uma vergonha sem tamanho, ao fim você não sabe se é uma caricatura estereotipada ou de fato uma militância, seja como for, perdeu o tom nos dois sentidos.
Fora isso, que homem lindo meu Deus, é o Luke MacFarlane!
Louca Obsessão
4.1 1,3K Assista AgoraStephen King realmente é o mestre do terror psicológico e sempre é muito difícil adaptá-lo para o cinema. Com exceção de “O Iluminado”, nunca tinha visto uma obra que fazia jus as suas narrativas. “Misery” é o que mais se aproxima de uma excelente adaptação de seus livros.
O terror brutal já começa com a bondade excessiva e a devoção de Anne Wilkers, em uma excelente performance de Kathy Bates. É um terror gradativo até o seu completo surto, a tensão instaurada nesse seu cuidado excessivo é o que deixa tudo mais perturbador, impressos nas expressões de James Caan. O clima gélido e pouco amistoso, a casa isolada, os móveis e sua decoração deixam tudo ainda mais claustrofóbico.
Mas o filme não seria nada se não fosse Kathy Bates, monstruosa em um papel difícil, complexo e que ela tira de letra, como uma excelente atriz que é. Oscar de melhor atriz merecidíssimo.
O enredo ainda fala da importância da arte na vida da pessoa em como ela consegue nos tirar de um momento ruim para descontrair, ir ao lúdico e se desprender da realidade. Todavia, há aquelas pessoas que não sabem lidar com isso e mergulham na mais completa ilusão e se perdem, no sentido literário aqui.
Só não curti o final, embora seja uma adaptação, penso que seria mais crível ela totalmente louca em uma clínica psiquiátrica e ele sempre nesse estado de alerta por ela ainda estar viva.
P!nk: Tudo que Aprendi até Agora
4.2 37 Assista AgoraAh, como eu amo Alecia Beth Moore! E que energia caótica e ao mesmo tempo acolhedora dessa família que está envolvida e unida pelo sucesso da sua matriarca, P!nk.
Confesso que esperava mais dela, dos filhos (como não amar Willow e Jamenson?) e do Carey e das falas dos membros da banda que estão com ela há mais de quinze anos, focou muito nela e é até uma contradição em dar voz para outras pessoas que fizeram essa tour acontecer.
No mais, te amo, mama!
Our Friend
3.8 16Tudo o que se precisa é um lugar de conforto onde menos pensamos existir. E uma grande amizade é um lugar de conforto e acolhedor. Não sabia que o filme é baseado em fatos reais o que o deixa ainda mais interessante. Lógico, têm suas obviedades e um roteiro que escorrega bastante e uma direção correta, mas, ao fim, a mensagem faz todo o sentido.
Céu Azul
3.2 33Um filme fraquíssimo que se embasa única e exclusivamente na atuação de Jessica Lange. Falando nisso, será que aqui que começou a sina da atriz em interpretar mulheres desequilibradas e/ou bêbadas, fora da realidade e com eterna devoção pela aparência e juventude? Só faltaram os cigarros para completar. Achei que ela está bem em cena, mas nada do que ela já vem fazendo, presa esse estereotipo em uma performance nada de extraordinária para vencer um Oscar de melhor atriz.
Gosto do trocadilho do título do filme que se refere às bombas nucleares e como isso é exatamente o que acontece os personagens de Lange e Lee Jones, poderiam se aprofundar mais nessa complexidade, mas foram para o dramalhão pesando a mão. E deu no que deu.
Fire Island: Orgulho & Sedução
3.4 87 Assista AgoraPoderia falar que o filme e roteiro são clichês e tem a profundidade de um pires? Poderia. Mas também posso dizer que, o que vi em Fire Island, não se diferencia em nada de toda e qualquer festa que tenha gay: há sempre as bombadas, as brancas excludentes, as ricas ou as metidas A, todas estas e muitas outras com síndrome de Regina George tardia com barba na cara e muito whey no lugar do cérebro.
E há aquelas outsiders, as que não estão dentro do estereotipo definido: negros, asiáticos, gordos e as afeminadas. Acho interessante que o filme, embora clichê (e que bom que estamos tendo comédias e/ou comédias românticas gays clichê para chamar de nossa), como ponto de fundo, toca na ferida dessa comunidade tóxica e excludente, seja lá nos EUA ou aqui no Brasil, têm coisas que nunca mudam e são universais, né? A toxidade da comunidade gay é uma delas.
Como diz o ditado: onde tem gay tem paz?
Queria que sim!
Feitiço da Lua
3.4 204 Assista AgoraAquele Oscar de melhor atriz unicamente pela carreira e pelo NOME: CHER! A diva está ótima no filme, mas nada que justifique um Oscar. A Olympia Dukakis, que venceu como coadjuvante, é bem mais interessante.
Dito isso, acho que o filme tinha um bom potencial, mas ficou tão preso nos estereótipos dos italianos e resoluções muito rápidas que acabou por deixar os personagens completamente rasos, era só aquilo, aqueles conflitos e só. Nesse sentido, a Olympia me pareceu mais interessante e um pouco mais próxima do que seria uma complexidade, tirando leite de pedra. Uma comédia romântica até interessante e nada mais que isso.
A Suspeita
2.4 20Um regular trama policial que, embora seja clichê e nada inovadora em sua resolução, tem como norte o problema de saúde da protagonista, Lúcia (Glória Pires, soberba, como sempre), acho que essa trama nada mirabolante entre memória e resolução cairia muito melhor se fosse uma minissérie com cinco episódios, tem todo o potencial que não foi tão bem explorado assim por conta do tempo.
A fotografia e trilha sonora ajudam na tensão do filme também.
Tudo em Todo O Lugar ao Mesmo Tempo
4.0 2,1K Assista AgoraUma explosão, um acontecimento, faltam sinônimos para classificar a viagem do multiverso da confusão mental e loucura do “e se” dos The Daniels, “Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo”, é corajoso, sem medo e nos leva ao fundo das nossas sete camadas de pele no reconhecimento de nossas vidas. “e se”? Bom, já foi, né? O que resta é lidar com as diversas personalidades do nosso subconsciente adormecidos e nos auxiliando a lidar com a que existe de fato. É uma loucura viver e a mente humana é aquilo: não adormece está sempre trabalhando e nos impondo limites (ou a falta deles) para movimentar nosso corpo. O eu possível, o eu impossível e o eu que poderia ser se interconectam e faz da gente o que a gente é. Como fazer para mudar então a realidade senão... Lutar?
Destaque para Michelle Yeoh, FANTASTICAMENTE PERFEITA, na pele de Evelyn e suas diversas ramificações, que talento, que entrega, que presença! O restante do elenco, Ke Huy Quan (maravilhoso), Stephanie Hsu (ótima) e a lenda Jamie Lee Curtis completam o elenco espetacular, divertido e emocionante. Uma verdadeira pérola pop nasce!
Till: A Busca por Justiça
3.7 67 Assista Agora"A preocupação da diretora Chinonye Chukwu não é apresentar uma resolução do caso, mas narrar os acontecimentos antes e depois da execução de Emmett (Jalyn Hall). A narrativa funciona nesse sentido de não construir um filme de frases de efeito e transformar a história em mais um circo midiático. Há muita sensibilidade em sua construção, mesmo que se arraste em um momento – senti falta da veemência da importância de Mamie Till (Danielle Deadwyller) no front dos Direitos Civis, ainda que todos os simbolismos e violências estejam lá explicitamente"
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Raymond and Ray
3.0 20"No fim, é um filme que não se decide se quer ser um Comfort movie, funeral movie, dramédia ou simplesmente contar uma boa história. “Raymond & Ray” sai do nada para lugar nenhum e, ao subir dos créditos, você fica como Ewan McGregor: completamente apático."
Minha crítica completa do filme no site Cine Set...critica-raymond-ray-ewan-mcgregor/
O Legado de Sidney Poitier
4.4 7 Assista Agora"Não foi fácil sua carreira, como dito em “O Legado de Sidney Poitier”, documentário com produção de Oprah Winfrey. Naquela época, anos 1940, atores negros serviam apenas como alívio cômico ou serviçal – isso sem falar quando não usavam o blackface, que não é citado na obra, mas Sir. Poitier foi além. Consciente do seu corpo, da sua negritude, da importância de sua voz, buscou por papéis sérios, que humanizassem a figura do negro e quebrar os paradigmas impostos socialmente dessa figura como subjugada por sua condição social, racial e política."
Minha crítica completa no site Cine Set...critica-o-legado-de-sidney-poitier-2022/
Nada de Novo no Front
4.0 613 Assista Agora"“Nada de Novo no Front” é um retrato cruel, perturbador e sangrento do poder do discurso ufanista e bélico. Baseado na obra de Erich Maria Remarque (ele mesmo um sobrevivente) lançado em 1929 com um filme lançado no ano seguinte – o ganhador do Oscar “Sem Novidade no Front”, essa produção alemã dirigida por Edward Berger desmonta esse discurso heroico e patriótico quando se pensa em filmes de guerra."
Minha crítica completa desse filmaço no site Cine Set...critica-nada-de-novo-no-front-netflix-2022/
Emancipation - Uma História de Liberdade
3.8 134 Assista Agora"Há muita brutalidade nas falas e atitudes desses homens brancos, mas parece que é muito mais para chocar o espectador do que causar alguma reflexão. Em certa cena, depois de matar um escravizado à queima-roupa, Fassel vocifera com toda calma: “se achar um preto com ideias, é melhor matá-lo”. A brutalidade pela brutalidade soa, aqui, totalmente desconexa com a proposta de “Emancipation” que é humanizar a figura de Gordon/Peter, mas a ideia de torná-lo quase que um super-herói em um filme de ação, com suas figuras imbatíveis, torna tudo menos convincente. Até o apego dele com a fé e em Deus soa planfetário para mostrar que, acima de tudo, ele tinha Deus e a confiança que tudo daria certo."
Minha crítica completa no site Cine Set...critica-emancipation-will-smith/
As Nadadoras
3.9 91 Assista Agora"Logicamente que baseado em fatos, “As Nadadoras” tem sua liberdade criativa. Mas, percebam quantas cinebiografias especialmente quando se tem pessoas não caucasianas no centro, não existe um branco salvador que vê potencial e incentiva? É como suas potencialidades não existissem até um branco enxergar."
Minha crítica completa no site Cine Set...critica-as-nadadoras-netflix-2022/
As Nadadoras
3.9 91 Assista Agora"Logicamente que baseado em fatos, “As Nadadoras” tem sua liberdade criativa. Mas, percebam quantas cinebiografias especialmente quando se tem pessoas não caucasianas no centro, não existe um branco salvador que vê potencial e incentiva? É como suas potencialidades não existissem até um branco enxergar."
Minha crítica completa no site Cine Set...critica-as-nadadoras-netflix-2022/
Argentina, 1985
4.3 335"É a partir da preservação da memória através da história oral que Santiago Mitre (“A Cordilheira”, 2017) orquestra com maestria “Argentina, 1985”, fazendo dessa produção argentina forte candidata ao Oscar de Melhor Filme Internacional na cerimônia de 2023. Mais que um filme, trata-se de um documento histórico social sobre a ditadura argentina, entre 1974 e 1983, e o resgaste da humanidade perdida das vítimas, bem como a acusação da Junta de Militares, responsável por um dos momentos mais turbulentos do país."
Minha crítica completa do filme no site Cine Set....critica-argentina-1985-ricardo-darin/
O Livro dos Prazeres
3.3 44A dor é existencial e nos corrói até os ossos. Quando a dor é uma escolha ela torna-se um problema. Mas há certo prazer em estar nessa dor e em estado de melancolia, no conforto em não sentir mais dores externas, nos fechamos para nossas próprias dores, nos doemos por nós mesmos. Ser e estar é difícil quando somos uma alma maníaca depressiva compulsiva que quer se libertar ser livre do nosso próprio peso e sentir a vida ao redor, até mesmo as inevitáveis dores e decepções da vida. Me senti muito representado na pele de Lóri e esse estado febril de explosão iminente. Viver é difícil, é um eterno estado de angustia existencial.
Simone Spoladore: que atriz!
O Barato de Grace
3.7 81As comédias britânicas são tão espirituosas, charmosas, divertidas e com um senso de realidade realmente muito próximo da vida real, não é aquela coisa mirabolante e fantasiosa do gênero em Hollywood, por exemplo.
Eu vi pela primeira e única vez esse filme na época que saiu, tinha 12 anos. Mais de vinte anos depois revi, com outra cabeça e continua uma ótima sacada. O humor sarcástico e o timing dentre comédia e drama muito bem orquestrados. É um filme que deveria ser mais reconhecido, em minha opinião, é super cult.
E Brenda Blethyn é uma atriz fantástica, né? Em uma mesma cena ela dá tantas nuances para sua Grace, em outra atriz menos inteligente como ela, ficaria quase bonachona, ela transmite simpatia e compadecimento ao mesmo tempo.
Glitter: O Brilho de uma Estrela
2.0 154Eu amo a Mariah Carey desde que me entendo por gente, desde a infância sempre esteve presente na minha vida. Lembro que quando eu vi esse filme na época pela primeira vez achei bonitinho, ok, era pré-adolescente.
Revi agora e pensando ao longo das quase 2h de duração: quem em sã consciência aprovou isso, gente? “Glitter” para ser ruim tem ainda que melhorar muito. É tenebroso, atuações vergonhosas, só o Terrence Howard que consegue extrair algo perto do razoável. Se for classificar tudo de ruim... Melhor acabar por aqui.
E olha que “Glitter” é meu álbum favorito dela! Ou seja, só se salva pela trilha sonora.
Esposa de Aluguel
2.8 148Eu gostei mais do que poderia imaginar. Totalmente piegas em sem nada de novo, fora o Caio Castro interpretando ele mesmo em todos os sentidos, o filme agrada. Uma comédia romântica boba e inofensiva.
E a Thati Lopes é um talento nato!
Fortaleza Hotel
3.3 10Um achado do ano de 2022. “Fortaleza Hotel” é um filme que narra sobre feridas, medos e um porto seguro para se acalmar em meio ao caos da vida e as circunstâncias do destino. Além de uma pitoresca amizade entre a simples camareira Pilar (Clébia Sousa) e a turista coreana Shin (Lee Young Lan) que está no Brasil para tratar da morte do marido.
Dessa amizade (?) desencadeia transtornos causados por Jamille (Larissa Góes), filha de Pilar, jovem imatura. E até que ponto ferimos nossa dignidade, abrimos mão dos nossos sonhos e corremos riscos para proteger quem amamos?
Apesar do tema, achei que o filme não se aprofundou tanto como poderia, ficou tudo raso e o embate entre as duas tornou-se um anticlímax, ainda assim, compreensível dentro do contexto das duas personagens e seus problemas.
O filme mesmo se alia ao talento máximo dessas duas atrizes, Clébia e Lee, que entregam nas sutilezas e detalhes, performances nada explosivas, mas que você percebe no corpo como elas estão em ebulição. Grandes.
Elvis
3.8 759O “rei do rock” realmente tem uma história de tirar o fôlego e nada como um diretor megalomaníaco como Baz Luhrmann para contar essa história. “Elvis” é um autentico filme de Luhrmann: uma explosão de cores, edição dinâmica, direção inteligente e um enredo envolvente, voltando à velha forma de Romeu + Julieta e Moulin Rouge!
E o que falar de Austin Butler? O cara simplesmente some e torna-se a verdadeira personificação de Elvis Presley, é ele ali. Não é caricatura ou imitação, ele estudou minuciosamente para compor esse papel, um verdadeiro arraso. O mesmo não posso falar de Tom Hanks que, na altura do campeonato, o astro não precisa provar mais nada para ninguém, mas a sua composição aliado a maquiagem pesada não deu, longe de ser ruim, mas bom não estava.
Apesar das controvérsias que envolvem o grande nome da música o filme funciona mais como um estudo da relação dele com o Coronel Tom Parker (Hanks) na sua ascensão e queda e muitos dólares a menos já que foi bastante explorado por esse empresário que, acima de tudo, o manipulava como ninguém.
Ela e Eu
3.6 17“Ela e Eu” é aquele tipo de filme que você sente impregnando na sua pele com suas emoções. É um filme forte, delicado e cuidadoso. Sem tomar partidos, Gustavo Rosa de Moura (o diretor) te leva a compreender todas as ações das pessoas envolvidas naquela situação atípica em um redemoinho de sentimentos e sensações.
Para além da história, somos testemunhas em ver o ápice de uma grande atriz em cena, não há limites para o talento e carisma de Andréa Beltrão, ela usa o seu corpo como instrumento, ela atua com o corpo. A gente se afeiçoa à Bia (a personagem) por tudo que ela é, representa e o que está sendo, redescobrindo a vida.
Mariana Lima é uma das minhas atrizes favoritas e aqui ela trabalha com o olhar, a angústia dela, nem precisava falar nada que já sabíamos de tudo. E o breakdown, fora de série.
Karine Telles, Eduardo Moscovis e Lara Tremouroux completam o elenco afinado, intenso e leve na mesma proporção. Talentos!
“Ela e Eu” é um filme sobre descoberta e redescoberta de viver e compreender ao redor, as pequenas coisas que são importantes na nossa vida, como tomar uma cervejinha ao fim da tarde vendo o mar, um uma noite de pizza e bebidinha cercado de amigos e familiares queridos, cada momento como se fosse único e inesquecível. O acordar do coma é um ato simbólico, acordemos!
Só não merece 10 porque o final é um ultraje desnecessário.
Mais Que Amigos
3.3 139 Assista AgoraFui com muita sede ao pote, mas “a primeira comédia romântica gay”, não se desenrola. Achei que a primeira hora é até interessante, depois cai em um marasmo e se perde no roteiro.
Billy Eicher não é um cara carismático para sustentar um protagonista que é insuportável. As frases de efeito dele são de uma vergonha sem tamanho, ao fim você não sabe se é uma caricatura estereotipada ou de fato uma militância, seja como for, perdeu o tom nos dois sentidos.
Fora isso, que homem lindo meu Deus, é o Luke MacFarlane!