um pouco menos ácido em estética pensando no período - devidamente comparando com outras obras da noberu cinema - mas em narrativa é bastante avant-gard por conta do posicionamento social da protagonista. Apesar de existir essa ruptura, é perceptível a continuidade teórica dos filmes clássicos gendai-geki no sentido de representar apenas o sofrimento e nunca a vitória da mulher nessa sociedade.
A mixagem de áudio desempenha um papel crucial no sentido da estética, a paisagem sonora composta por uma faixa televisiva e/ou radiofônica constante, por vezes inteligível, por outras indiscriminada remete uma sensação ao espectador de um estrangulamento e extrapolação desse emparelhamento coercivo das ideias esvaziadas. É perceptível a semelhança dessa estratégia com a fetichização de ideias pelo capitalismo, essas ideias têm um valor social de agência, todavia não provocam a racionalidade do sujeito. Talvez, realmente nesse sentido, a filosofia de Schopenhauer esteja alinhada com o pensamento do grupo, a vontade em si, a vontade distinta de desejo, que surpassa qualquer racionalidade, o mundo como vontade como a necessidade cega de alcançar esse objetivo ou morrer por ele. Quando Fassbinder, coloca essa classe-média-militante como ouvinte de rádio e consumidora assídua de tv, percebe-se que ele adere ao discurso de imbecilização pelo consumo cultura de massas. Se hoje é o Youtube e os videogames os considerados instrumentos da docilização da indústria cultural num sentido foucaultiano, na segunda metade do século XX era a TV e a rádio que recebiam essa denominação. Os personagens sempre estão escutando/assistindo algo de fundo, e por vezes soma-se como um ruído branco que não adere um sentido propriamente dito para o avançar da história ou das relações interpessoais entre as personagens, mas sim para adicionar densidade à tessitura da narrativa cinematográfica e dos personagens. o som da TV e das pessoas falando não param, se misturam e se confundem numa dissonância. Essa miscelânea auditiva e visual é o sentimento constante que perpassa todo o processo criativo da obra. Sarcasticamente, Fassbinder coloca o filho da aristocracia como o único que realmente lê os textos marxistas. Benhard von Stein é pintado como louco durante a narrativa, ou se faz como tal, evocando principalmente a paródia do autor com pessoas de classes altas que compram a luta do proletariado. O empresário (representando a burguesia ou a apropriação do capital) Lurz, armou todo o plano de guerrilha comunista para sabotar a organização da história, para que no fim ele conseguisse investimentos em sua empresa, que precisava de opinião midiática para venda de seu produto (computadores) - aqui é importante denotar a capacidade de esvaziamento/incorporação de discursos e atos políticos no capitalismo - nesse sentido, temos um choque de narrativas, aquela inscrita pelos “jovens intelectuais” de esquerda e os “velhos militantes comunistas”. Os “jovens, clamam por uma resistência à sua condição de existência de opressão e os “velhos” praguejam que a hora já passou. É interessante perceber como essa discussão geracional está presente no longa. Logo no início do filme, há diálogos entre o avô de Edgar e ele sobre a filosofia recorrente, eles, os jovens revolucionários, liam Schopenhauer, o avô pergunta, “porque não ler algo menos pessimista?”. Essa confrontação está presente diversas vezes durante o filme, e concerne o eixo dessa discussão. Afinal, essa juventude que iniciou na política no arremate dos anos 60, desenvolveu-se e desiludiu-se durante os 70, guiava com sua ideologia esvaziada? Não havia organização política necessária para criar um organismo organizado politicamente ou será que tanto as elites quanto o status quo souberam se organizar melhor, antes durante e depois esses incidentes.
hahahahah o final disso é tão bommmmm porque mostra muito como esses filmes da shaw brothers eram uma espécie de "novela" da época, sempre com os mesmos personagens só que por vezes em períodos históricos diferentes e com nuances de narrativa diferentes. Se não tem final? não importa porque daqui há dois meses vai ter outro "episódio" de luta animada com as estrelas desse cinema
Experiência imagética de uma escala tão profunda e com tão poucos recursos visuais. É difícil descrever uma obra como essa, somente possivel com uma habilidade tão boa de esculpir com as palavras quanto o próprio corpo desse objeto
Discursivamente complicado por suportar indiretamente o discurso eugenista "se não tem dinheiro para ter filho então não tenha". Mas parar para refletir quem é o real culpado por trás dos atuais conflitos do oriente médio, o europeu médio, alvo demográfico desse filme, nem deve pensar nas pressões neocoloniais e imperialistas que descambaram em muito desses conflitos e miserabilidade.
Filme dos anos 50 que representa a teia familiar de sociabilidade tradicional-conservadora que prende e subjulga a mulher no Japão. Setsuko Hara está soberba, só com uma expressão ou trejeito ela transmite muito mais do que várias linhas de dialogo não o fariam.
Primeiro do Keisuke Kinoshita que assisto. Segundo os rumores, esse era o primeiro filme japonês com elementos de "homoafetividade". Infelizmente, é de uma sutileza enorme, sendo apenas entendido como elementos metafóricos como a própria "primavera" dos jovens. Em contraponto à minha decepção acadêmica, trata-se de um ótimo filme, muito bem conduzido, com locações belíssimas do interior nipônico. Um dos pontos altos é uma tradição folclórica suscitada a qual se apresenta munida de significado dentro da própria história. Trocando em miúdos, uma intertextualidade desse folclore dentro do próprio sentido da obra. Os dezenove samurais da lenda se tornam os cinco amigos ou é a quem eles queriam se tornar, como um dos personagens brinca no começo. Em certo ponto da obra, há uma certa confusão no roteiro, fica difícil diferenciar a quem cada narrativa pertence, mas o elo principal que é a amizade ou a desintegração dela entre os cinco, sempre retoma as rédeas da história colocando-a numa linha. É muito bem quisto o tratamento da constante tensão entre a tradição e o moderno do pós-guerra japonês. Kinoshita brinca muito bem com esse aspecto, até mesmo através do figurino, aonde em certos momentos os personagens se vestem tradicionalmente dentro de casa, mas sempre tem a roupa ocidentalizada para ir a rua. Questões como a proletarização do trabalho e a dicotomia entre trabalho/honra/zaibatsus circunda a história dos jovens indiretamente. Um belíssimo e bem regido coming of age do pós guerra japonês. Muito bom!
eu achando que ia ser um filme eslavo de ritmo lento e pretensioso igual o antecessor do homônimo, concordei com meu preconceito a princípio. A partir do segundo ato o negócio melhra, surpreende, indo numa espiral crescente até o climax-final. ps: capa infeliz de equivocada pra essa história.
Como um filme de gênero coreano, não surpreende nem revoluciona. A sorte é que foi abraçado pelo público ocidental que não está familiarizado com essa estrutura de roteiro
In Two Minds
4.0 7de vez em quando me pego pensando neste
Parasita
4.5 3,6K Assista Agorabem inventivo
Creepy
3.1 70 Assista AgoraCurioso que os arcos dramáticos vão num crescente bem legal, mas as conclusões acabam sendo menos impactantes do que o roteiro sugere.
Emitai
4.2 8Sembene fazendo frente às "antropologias cinematográficas" da(s) africa(s) pela europa
Amor à Flor da Pele
4.3 501 Assista Agoratenho um crush no tony leung
A Mulher Inseto Ou Tratado Entomológico Do Japão
3.8 7um pouco menos ácido em estética pensando no período - devidamente comparando com outras obras da noberu cinema - mas em narrativa é bastante avant-gard por conta do posicionamento social da protagonista. Apesar de existir essa ruptura, é perceptível a continuidade teórica dos filmes clássicos gendai-geki no sentido de representar apenas o sofrimento e nunca a vitória da mulher nessa sociedade.
Joyû Sumako no koi
3.8 1É bem gostoso de assistir, um dos que mais me conectei com Mizoguchi
Juventude Desenfreada
3.7 14quem criou a nova onda?
A Terceira Geração
3.6 20A mixagem de áudio desempenha um papel crucial no sentido da estética, a paisagem sonora composta por uma faixa televisiva e/ou radiofônica constante, por vezes inteligível, por outras indiscriminada remete uma sensação ao espectador de um estrangulamento e extrapolação desse emparelhamento coercivo das ideias esvaziadas. É perceptível a semelhança dessa estratégia com a fetichização de ideias pelo capitalismo, essas ideias têm um valor social de agência, todavia não provocam a racionalidade do sujeito. Talvez, realmente nesse sentido, a filosofia de Schopenhauer esteja alinhada com o pensamento do grupo, a vontade em si, a vontade distinta de desejo, que surpassa qualquer racionalidade, o mundo como vontade como a necessidade cega de alcançar esse objetivo ou morrer por ele. Quando Fassbinder, coloca essa classe-média-militante como ouvinte de rádio e consumidora assídua de tv, percebe-se que ele adere ao discurso de imbecilização pelo consumo cultura de massas. Se hoje é o Youtube e os videogames os considerados instrumentos da docilização da indústria cultural num sentido foucaultiano, na segunda metade do século XX era a TV e a rádio que recebiam essa denominação. Os personagens sempre estão escutando/assistindo algo de fundo, e por vezes soma-se como um ruído branco que não adere um sentido propriamente dito para o avançar da história ou das relações interpessoais entre as personagens, mas sim para adicionar densidade à tessitura da narrativa cinematográfica e dos personagens. o som da TV e das pessoas falando não param, se misturam e se confundem numa dissonância. Essa miscelânea auditiva e visual é o sentimento constante que perpassa todo o processo criativo da obra. Sarcasticamente, Fassbinder coloca o filho da aristocracia como o único que realmente lê os textos marxistas. Benhard von Stein é pintado como louco durante a narrativa, ou se faz como tal, evocando principalmente a paródia do autor com pessoas de classes altas que compram a luta do proletariado. O empresário (representando a burguesia ou a apropriação do capital) Lurz, armou todo o plano de guerrilha comunista para sabotar a organização da história, para que no fim ele conseguisse investimentos em sua empresa, que precisava de opinião midiática para venda de seu produto (computadores) - aqui é importante denotar a capacidade de esvaziamento/incorporação de discursos e atos políticos no capitalismo - nesse sentido, temos um choque de narrativas, aquela inscrita pelos “jovens intelectuais” de esquerda e os “velhos militantes comunistas”. Os “jovens, clamam por uma resistência à sua condição de existência de opressão e os “velhos” praguejam que a hora já passou. É interessante perceber como essa discussão geracional está presente no longa. Logo no início do filme, há diálogos entre o avô de Edgar e ele sobre a filosofia recorrente, eles, os jovens revolucionários, liam Schopenhauer, o avô pergunta, “porque não ler algo menos pessimista?”. Essa confrontação está presente diversas vezes durante o filme, e concerne o eixo dessa discussão. Afinal, essa juventude que iniciou na política no arremate dos anos 60, desenvolveu-se e desiludiu-se durante os 70, guiava com sua ideologia esvaziada? Não havia organização política necessária para criar um organismo organizado politicamente ou será que tanto as elites quanto o status quo souberam se organizar melhor, antes durante e depois esses incidentes.
Carrascos de Shaolin
3.1 11hahahahah o final disso é tão bommmmm
porque mostra muito como esses filmes da shaw brothers eram uma espécie de "novela" da época, sempre com os mesmos personagens só que por vezes em períodos históricos diferentes e com nuances de narrativa diferentes. Se não tem final? não importa porque daqui há dois meses vai ter outro "episódio" de luta animada com as estrelas desse cinema
In Two Minds
4.0 7Experiência imagética de uma escala tão profunda e com tão poucos recursos visuais. É difícil descrever uma obra como essa, somente possivel com uma habilidade tão boa de esculpir com as palavras quanto o próprio corpo desse objeto
Cafarnaum
4.6 673 Assista AgoraDiscursivamente complicado por suportar indiretamente o discurso eugenista "se não tem dinheiro para ter filho então não tenha". Mas parar para refletir quem é o real culpado por trás dos atuais conflitos do oriente médio, o europeu médio, alvo demográfico desse filme, nem deve pensar nas pressões neocoloniais e imperialistas que descambaram em muito desses conflitos e miserabilidade.
Por fim o filme termina com ele indo para o "paraíso" que são os países ditos desenvolvidos
Maquia: Quando a Flor Prometida Floresce
4.0 22 Assista AgoraBota dragão, bota menininha bonitinha, bota uma história sobre maternidade com pessoas imortais
Vida de Casado
4.0 6Filme dos anos 50 que representa a teia familiar de sociabilidade tradicional-conservadora que prende e subjulga a mulher no Japão. Setsuko Hara está soberba, só com uma expressão ou trejeito ela transmite muito mais do que várias linhas de dialogo não o fariam.
O Homem do Riquixá
4.0 9A cena que o Toshiro Mifune toca o Taiko gigante é uma lindeza
Vinte e Quatro Olhos
4.4 15Chorei até não ter mais lágrima pra chorar
Farewell to Spring
4.5 2Primeiro do Keisuke Kinoshita que assisto. Segundo os rumores, esse era o primeiro filme japonês com elementos de "homoafetividade". Infelizmente, é de uma sutileza enorme, sendo apenas entendido como elementos metafóricos como a própria "primavera" dos jovens. Em contraponto à minha decepção acadêmica, trata-se de um ótimo filme, muito bem conduzido, com locações belíssimas do interior nipônico. Um dos pontos altos é uma tradição folclórica suscitada a qual se apresenta munida de significado dentro da própria história. Trocando em miúdos, uma intertextualidade desse folclore dentro do próprio sentido da obra. Os dezenove samurais da lenda se tornam os cinco amigos ou é a quem eles queriam se tornar, como um dos personagens brinca no começo. Em certo ponto da obra, há uma certa confusão no roteiro, fica difícil diferenciar a quem cada narrativa pertence, mas o elo principal que é a amizade ou a desintegração dela entre os cinco, sempre retoma as rédeas da história colocando-a numa linha. É muito bem quisto o tratamento da constante tensão entre a tradição e o moderno do pós-guerra japonês. Kinoshita brinca muito bem com esse aspecto, até mesmo através do figurino, aonde em certos momentos os personagens se vestem tradicionalmente dentro de casa, mas sempre tem a roupa ocidentalizada para ir a rua. Questões como a proletarização do trabalho e a dicotomia entre trabalho/honra/zaibatsus circunda a história dos jovens indiretamente. Um belíssimo e bem regido coming of age do pós guerra japonês. Muito bom!
Guerra Fria
3.8 326 Assista Agoraeu achando que ia ser um filme eslavo de ritmo lento e pretensioso igual o antecessor do homônimo, concordei com meu preconceito a princípio. A partir do segundo ato o negócio melhra, surpreende, indo numa espiral crescente até o climax-final.
ps: capa infeliz de equivocada pra essa história.
A Esposa
3.8 557 Assista Agoraescreva uma critica sobre esse filme sem usar duas palavras: Glenn Close
Minding the Gap
4.1 73esse e o tipo de filme q eu n posso ver pq me deixa mt triste
Arábia
4.2 167 Assista Agoramonstro demais
Buscando...
4.0 1,3K Assista AgoraComo um filme de gênero coreano, não surpreende nem revoluciona. A sorte é que foi abraçado pelo público ocidental que não está familiarizado com essa estrutura de roteiro
Ayka
3.8 15e o torrent garela??
Amarelo Manga
3.8 542 Assista Agoraa nao mano jkkkkkk
esse negócio é pesado em tantos níveis
DESGRAÇAMENTO TOTAL