Filme que vai do drama ao suspense, uma dose de romance no meio e tudo em plena ditadura militar argentina. Me lembrou um pouco A Testemunha (aquele com Harrison Ford). A primeira metade é lenta, gastando o tempo na construção das relações entre os personagens, mas depois vai num crescendo até o ótimo e irônico final. Bela trilha sonora, lindas imagens dos pampas e ótimas atuações do elenco encabeçado por Darin.
Faroeste violento do mestre Fulci, que mais tarde abraçaria o terror fazendo da sanguinolência sua marca registrada. Tem até um pequeno plot twist (previsível, mas bem inserido no roteiro). Western Spaghetti bem movimentado e com dois grandes astros do subgênero, Franco Nero e George Hilton.
Nos créditos finais, vi que foi filmado em Caraguatatuba e São Sebastião. Sabia que alguns daqueles cenários (praias e ruas) não me eram estranhos! Passei alguns dias com a família em Caraguá, ano passado, numa "vibe" bem mais leve que a da família do filme. Filme singelo na forma, não muito no conteúdo. Apesar de curto, é de desenrolar bem lento. Algumas imagens são belíssimas, em especial a de um breve sonho da protagonista.
Esse Vila dos Uivos é o melhor da trilogia das vilas do Shimizu. Ainda é confuso e clichê em muitos momentos, mas mesmo assim a história é melhor contada e tem um elenco superior e uma boa ambientação, além de bons efeitos de maquiagem.
Visto depois das críticas, com a expectativa mais baixa, deu pra curtir. Duas horas e meia que passam rápido, ação incessante (embora com muitos momentos absurdos), mas até que o roteiro soube driblar os percalços da idade de seu personagem-título (e de seu intérprete). É só não comparar com a trilogia original que dá pra se divertir.
"Cinema de guerrilha" ou "esforço entre amigos" que consegue um resultado muito interessante, nessa produção baratíssima que apresenta um elenco diminuto e competente (em especial o casal central), além de uma bonita fotografia em preto e branco. Roteiro enxuto com final em aberto (talvez não, dependendo da sua conclusão em relação à última cena). A ausência de trilha sonora combina com a trama de luto e desejo de vingança. Às vezes o filme lembra o 21 Gramas, do também mexicano Alejandro González Iñárritu, guardadas as devidas proporções. No tempo deste comentário, encontra-se disponível na plataforma Mubi.
Esse coroa finlandês deve ter parentesco com o cego de O Homem das Trevas. Relevando-se as inúmeras cenas absurdas e impossíveis, dá pra se divertir com a ação bem feita e o protagonista "despachando" nazistas para o "colo do capeta". A trilha sonora nórdica é ótima.
Tem um argumento legal, mas que não é bem desenvolvido pelo roteiro, que se perde em soluções ruins para uma trama que envolve sequestro e romance. O trio central de atores tem atuações muito boas, embora o elenco de apoio seja fraco. Agora o áudio: é sofrível a captação dos diálogos, num volume muito abaixo da trilha sonora (precisei ficar ajustando o som no controle remoto todo o tempo), que é ótima. É problemático, mas vale a conferida.
Não é dos piores e ainda tem Doug Jones, Carrie-Anne Moss e Faye Dunaway no elenco (em pequenos papéis, claro), mas algo não o torna memorável como O Mistério de Candyman ou o posterior Sorria, nesse subgênero de maldições que perseguem o protagonista. O elenco até que não me incomodou tanto, mas o roteiro parece inconsistente, além de não ser muito original.
Filme totalmente zoado, nada a ver com a franquia dos EUA, como tenta fazer crer o título picareta que ganhou no Brasil, nem com a quadrilogia original japonesa dos anos 1998-2000. Aqui, as regras são destruídas
(não há um ligação telefônica depois dos personagens verem o vídeo, a morte ocorre em 24 horas ao invés de sete dias, etc)
, há um humor bobo o tempo inteiro, os atores são péssimos e o filme fracassa redondamente tanto como terror como paródia (involuntária?). Final totalmente sem noção, pra completar o poço (ops!) sem fundo de besteiras e incompetência que é esse Sadako DX.
Arnold tá pouco à vontade nesse filme que não se define como ação ou terror, resultado de um roteiro fraco. Gabriel Byrne parece mais à vontade e se divertindo no papel do tinhoso. A fotografia sombria com tons vermelhos também é boa, mas talvez a melhor coisa seja a subestimada música tema, Oh My God, do Guns N Roses. No geral, filme de razoável pra bom.
Diversão ligeira com boa gama de personagens náufragos durante a II Guerra, mas que se ressente de um melhor desenvolvimento, parece que há uma pressa em resolver tudo rápido. O design dos vampiros é bem feito. Vale, também, para ver Alyssa Sutherland num terror anterior a A Morte do Demônio: A Ascensão.
Abordagem bem fora da caixinha sobre a ansiedade, um dos males mais comuns do século XXI (eu, mesmo, tenho minhas crises e me peguei me coçando vendo os tiques da protagonista, rs). Bem melhor do que poderia esperar. O monstrinho em sua forma inicial é hilário, mas depois evolui para algo que rende momentos bem macabros,
Um filme totalmente fora da curva dentro da filmografia do David Lynch, uma obra doce e suave, baseada em fatos, por incrível que pareça. O filme, pode se dizer, é todo de Richard Farnsworth, comovente no papel do idoso que, para encontrar e fazer as pazes com o irmão doente, atravessa mais de 500 quilômetros pilotando um daqueles carrinhos de cortar grama tão comuns nos EUA. É como se Lynch entregasse o papel ao ator e dissesse "tome, faça o que de melhor você sabe fazer". Trilha sonora linda de Angelo Badalamenti, o mesmo de Twin Peaks, em mais uma parceria bem sucedida com o diretor. Sissy Spacek, a princípio, parece ter um personagem um tanto afetado como filha do protagonista, mas no decorrer da história sabemos e entendemos por que ela é assim. O filme perde um pouco de fôlego no terceiro ato, mas o desfecho é de uma sutileza tocante. De vez em quando é bom assistir a um filme onde a bondade se encontra em todo o trajeto. Uma reflexão sobre a velhice na forma de um belíssimo road movie.
Tenso o tempo inteiro, claustrofóbico, frenético, assustador, ótimos efeitos de maquiagem e a direção que consegue passar certo senso de realismo, a protagonista parece estar, mesmo, fazendo uma reportagem. Tive o prazer de ver REC no cinema, onde, com certeza, o efeito de imersão é muito maior que em casa, para o que o filme se propõe.
Ótimo e intenso filme, a despeito de levar algum tempo para envolver o espectador. Muito do impacto vem do talentoso elenco, em especial da atuação de Trine Dyrholm (ela me lembra muito a Helen Mirren), perfeita em criar uma personagem sedutora e ao mesmo tempo hipócrita e canalha. A trilha sonora e a fotografia auxiliam na criação de um clima de melancolia mesmo nas sequências eróticas. Posso resumir meus sentimentos numa cena:
Os subterfúgios do empresariado moderno pra não pagar direitos e explorar o trabalhador ao limite: "você é um franqueado, você é um freelancer, etc, e faz o seu ritmo de trabalho", é mais ou menos o que diz o cretino que contrata o protagonista de Você Não Estava Aqui. Então tá, né... Se Eu, Daniel Blake, foi uma pedrada na barriga com sua denúncia de descaso da assistência social e previdência inglesas, este aqui veio pra pisar sobre a pedra na barriga de quem assiste. Se lá no tal Primeiro Mundo é assim, com será por aqui? Olha, pelo que vejo nos filmes do Ken Loach, por aquelas bandas, meca do neoliberalismo junto com os EUA, parece ser ainda pior, por incrível que pareça. Pena que o filme não teve o destaque que merecia, eis que veio pandemia logo depois de ter ficado pronto. Atuações magníficas, como de costume nos filmes do diretor. Alguns vão reclamar do excesso de dificuldades e desgraças no dia a dia daquela família, mas é tudo muito plausível e não há como não se solidarizar com o casal e a filha menor, ou mesmo com o filho adolescente problemático (que família não tem um?!). Filme necessário e atualíssimo, nesses tempos de precarização e uberização do trabalho.
Muito bom filme, mas falta o aviso: é 95% drama, 5% mistério e terror. Gostei desse toque sobrenatural, é algo meio que corriqueiro na cultura brasileira, essa coisa de assombração, praga, etc. O bom roteiro põe nas mãos do também bom elenco o encargo de mostrar os dois lados das relações de trabalho, tanto dos empregados quanto da dona de um pequeno mercado. A despeito de todo seu esforço para fazer seu negócio vingar, Helena (a ótima Helena Albergaria), por outro lado, mostra uma vilania insuportável para com seus funcionários e até para com o próprio marido, recentemente desempregado. Nos dias atuais imagino os processos trabalhistas que ela responderia por assédio moral.
Interessante a ausência de trilha sonora, funcionou bem no contexto. Senti que, em relação ao teor de mistério, ficou algo mal resolvido, mas nada que aborreça muito. Final inusitado.
Um dos filmes mais tristes já feitos. As pessoas que apoiam o lado que joga bombas nessas crianças e seus pais deveriam assistir obrigatoriamente. Fico imaginando quantos desses meninos e meninas já devem ter perdido a vida, eis que é um documentário de 9 anos atrás.
Ideia interessante transformada num roteiro xarope que se preocupa mais em fazer propaganda para os EUA (como se tivesse ganho a guerra sozinho) e perde tempo com um humor que pouco funciona. A ação é morna e a trilha sonora "militaresca", manjada e que tenta forçar um efeito cômico beira o insuportável. O elenco é estelar, mas a rigor só Bill Murray, Bob Balaban e Jean Dujardin se sobressaem. O assunto poderia render mais, mas parece que na trama só uma obra de arte de cunho religioso recebe mais importância. De resto, é bem produzido e mantém a atenção, mas eu dificilmente veria outra vez
Como eu não conhecia a história do artista retratado, fui surpreendido com um tremendo plot twist, coisa pouco comum em documentários. E como é bom conhecer a história de um sujeito que, além de ser um talentosíssimo artista, também prima pelo caráter, num meio conhecido pelos excessos e egos inflados. Excelente documentário musical, montado de forma inteligente e com bela fotografia. Vale a pena ser conhecido, assim como os álbuns de Rodriguez.
Filme muito bem dirigido e com elenco acima da média, apesar de pouco conhecido. A direção e as boas atuações do trio (as meninas são muito expressivas) que interpreta a família Harper mantêm o interesse até o final, aliados a uma boa trilha sonora tensa e um CGI que não incomoda. A história, apesar de baseada em Stephen King, não é muito original, mas o roteiro, que foca numa família que, não bastasse o luto recente, é atormentada por uma criatura macabra, ganha pontos em não apelar para alívios cômicos e causar tensão sem apelar para o sangue ou a violência explícita. Enfim, é o chamado "arroz com feijão" muito bem feito.
Curto bastante os suspenses policiais espanhóis. Este aqui é bom, tem um bom ritmo, mas o roteiro é cheio de conveniências tanto pro lado dos policiais quanto do vilão bem prolífico nos assassinatos. Bom pra rever Belén Rueda, de Os Olhos de Julia.
O chamado "guilty pleasure". Lembro que adorava o filme quando era adolescente. Revisto quando adulto, dá pra rachar de rir com tantos absurdos e inverossimilhança. 50 bandidos atirando, nenhum acerta o Arnold, mas ele acerta todo mundo. A cereja do bolo é o vilão "Freddie Mercury bombado". Roteiro nulo, Arnold mais canastrão do que nunca, ação incessante e a Rae Dawn Chong no auge com o seriado Anjos da Lei. Ruim com força mas muito divertido se você estiver no clima pra ação desmiolada.
Koblic
3.2 56 Assista AgoraFilme que vai do drama ao suspense, uma dose de romance no meio e tudo em plena ditadura militar argentina. Me lembrou um pouco A Testemunha (aquele com Harrison Ford). A primeira metade é lenta, gastando o tempo na construção das relações entre os personagens, mas depois vai num crescendo até o ótimo e irônico final. Bela trilha sonora, lindas imagens dos pampas e ótimas atuações do elenco encabeçado por Darin.
Tempo de Massacre
3.6 25Faroeste violento do mestre Fulci, que mais tarde abraçaria o terror fazendo da sanguinolência sua marca registrada. Tem até um pequeno plot twist (previsível, mas bem inserido no roteiro). Western Spaghetti bem movimentado e com dois grandes astros do subgênero, Franco Nero e George Hilton.
A Felicidade das Coisas
3.4 21 Assista AgoraNos créditos finais, vi que foi filmado em Caraguatatuba e São Sebastião. Sabia que alguns daqueles cenários (praias e ruas) não me eram estranhos! Passei alguns dias com a família em Caraguá, ano passado, numa "vibe" bem mais leve que a da família do filme. Filme singelo na forma, não muito no conteúdo. Apesar de curto, é de desenrolar bem lento. Algumas imagens são belíssimas, em especial a de um breve sonho da protagonista.
A Vila dos Uivos
2.2 17 Assista AgoraEsse Vila dos Uivos é o melhor da trilogia das vilas do Shimizu. Ainda é confuso e clichê em muitos momentos, mas mesmo assim a história é melhor contada e tem um elenco superior e uma boa ambientação, além de bons efeitos de maquiagem.
Indiana Jones e a Relíquia do Destino
3.2 328 Assista AgoraVisto depois das críticas, com a expectativa mais baixa, deu pra curtir. Duas horas e meia que passam rápido, ação incessante (embora com muitos momentos absurdos), mas até que o roteiro soube driblar os percalços da idade de seu personagem-título (e de seu intérprete). É só não comparar com a trilogia original que dá pra se divertir.
As Buscas
3.5 1"Cinema de guerrilha" ou "esforço entre amigos" que consegue um resultado muito interessante, nessa produção baratíssima que apresenta um elenco diminuto e competente (em especial o casal central), além de uma bonita fotografia em preto e branco. Roteiro enxuto com final em aberto (talvez não, dependendo da sua conclusão em relação à última cena). A ausência de trilha sonora combina com a trama de luto e desejo de vingança. Às vezes o filme lembra o 21 Gramas, do também mexicano Alejandro González Iñárritu, guardadas as devidas proporções. No tempo deste comentário, encontra-se disponível na plataforma Mubi.
Sisu: Uma História De Determinação
3.5 225 Assista AgoraEsse coroa finlandês deve ter parentesco com o cego de O Homem das Trevas. Relevando-se as inúmeras cenas absurdas e impossíveis, dá pra se divertir com a ação bem feita e o protagonista "despachando" nazistas para o "colo do capeta". A trilha sonora nórdica é ótima.
Jonas
2.4 63 Assista AgoraTem um argumento legal, mas que não é bem desenvolvido pelo roteiro, que se perde em soluções ruins para uma trama que envolve sequestro e romance. O trio central de atores tem atuações muito boas, embora o elenco de apoio seja fraco. Agora o áudio: é sofrível a captação dos diálogos, num volume muito abaixo da trilha sonora (precisei ficar ajustando o som no controle remoto todo o tempo), que é ótima. É problemático, mas vale a conferida.
Nunca Diga Seu Nome
2.2 468 Assista AgoraNão é dos piores e ainda tem Doug Jones, Carrie-Anne Moss e Faye Dunaway no elenco (em pequenos papéis, claro), mas algo não o torna memorável como O Mistério de Candyman ou o posterior Sorria, nesse subgênero de maldições que perseguem o protagonista. O elenco até que não me incomodou tanto, mas o roteiro parece inconsistente, além de não ser muito original.
O Chamado 4: Samara Ressurge
1.2 44 Assista AgoraFilme totalmente zoado, nada a ver com a franquia dos EUA, como tenta fazer crer o título picareta que ganhou no Brasil, nem com a quadrilogia original japonesa dos anos 1998-2000. Aqui, as regras são destruídas
(não há um ligação telefônica depois dos personagens verem o vídeo, a morte ocorre em 24 horas ao invés de sete dias, etc)
Fim dos Dias
3.1 298 Assista AgoraArnold tá pouco à vontade nesse filme que não se define como ação ou terror, resultado de um roteiro fraco. Gabriel Byrne parece mais à vontade e se divertindo no papel do tinhoso. A fotografia sombria com tons vermelhos também é boa, mas talvez a melhor coisa seja a subestimada música tema, Oh My God, do Guns N Roses. No geral, filme de razoável pra bom.
Navio de Sangue
2.3 36 Assista AgoraDiversão ligeira com boa gama de personagens náufragos durante a II Guerra, mas que se ressente de um melhor desenvolvimento, parece que há uma pressa em resolver tudo rápido. O design dos vampiros é bem feito. Vale, também, para ver Alyssa Sutherland num terror anterior a A Morte do Demônio: A Ascensão.
O Monstro que Vive em Mim
2.6 41 Assista AgoraAbordagem bem fora da caixinha sobre a ansiedade, um dos males mais comuns do século XXI (eu, mesmo, tenho minhas crises e me peguei me coçando vendo os tiques da protagonista, rs). Bem melhor do que poderia esperar. O monstrinho em sua forma inicial é hilário, mas depois evolui para algo que rende momentos bem macabros,
como quando aparece por trás de Hannah na cama e passa a sugar/assimilar sua forma
Uma História Real
4.2 298Um filme totalmente fora da curva dentro da filmografia do David Lynch, uma obra doce e suave, baseada em fatos, por incrível que pareça. O filme, pode se dizer, é todo de Richard Farnsworth, comovente no papel do idoso que, para encontrar e fazer as pazes com o irmão
doente, atravessa mais de 500 quilômetros pilotando um daqueles carrinhos de cortar grama tão comuns nos EUA. É como se Lynch entregasse o papel ao ator e dissesse "tome, faça o que de melhor você sabe fazer". Trilha sonora linda de Angelo Badalamenti, o mesmo de Twin Peaks, em mais uma parceria bem sucedida com o diretor. Sissy Spacek, a princípio, parece ter um personagem um tanto afetado como filha do protagonista, mas no decorrer da história sabemos e entendemos por que ela é assim. O filme perde um pouco de fôlego no terceiro ato, mas o desfecho é de uma sutileza tocante. De vez em quando é bom assistir a um filme onde a bondade se encontra em todo o trajeto. Uma reflexão sobre a velhice na forma de um belíssimo road movie.
[REC]
3.6 1,7K Assista AgoraTenso o tempo inteiro, claustrofóbico, frenético, assustador, ótimos efeitos de maquiagem e a direção que consegue passar certo senso de realismo, a protagonista parece estar, mesmo, fazendo uma reportagem. Tive o prazer de ver REC no cinema, onde, com certeza, o efeito de imersão é muito maior que em casa, para o que o filme se propõe.
Rainha de Copas
3.8 101 Assista AgoraÓtimo e intenso filme, a despeito de levar algum tempo para envolver o espectador. Muito do impacto vem do talentoso elenco, em especial da atuação de Trine Dyrholm (ela me lembra muito a Helen Mirren), perfeita em criar uma personagem sedutora e ao mesmo tempo hipócrita e canalha. A trilha sonora e a fotografia auxiliam na criação de um clima de melancolia mesmo nas sequências eróticas. Posso resumir meus sentimentos numa cena:
quando as gêmeas se despedem de Gustav, entre os quais já havia se estabelecido uma forte relação afetiva de irmãos
Você Não Estava Aqui
4.1 242 Assista AgoraOs subterfúgios do empresariado moderno pra não pagar direitos e explorar o trabalhador ao limite: "você é um franqueado, você é um freelancer, etc, e faz o seu ritmo de trabalho", é mais ou menos o que diz o cretino que contrata o protagonista de Você Não Estava Aqui. Então tá, né... Se Eu, Daniel Blake, foi uma pedrada na barriga com sua denúncia de descaso da assistência social e previdência inglesas, este aqui veio pra pisar sobre a pedra na barriga de quem assiste. Se lá no tal Primeiro Mundo é assim, com será por aqui? Olha, pelo que vejo nos filmes do Ken Loach, por aquelas bandas, meca do neoliberalismo junto com os EUA, parece ser ainda pior, por incrível que pareça. Pena que o filme não teve o destaque que merecia, eis que veio pandemia logo depois de ter ficado pronto. Atuações magníficas, como de costume nos filmes do diretor. Alguns vão reclamar do excesso de dificuldades e desgraças no dia a dia daquela família, mas é tudo muito plausível e não há como não se solidarizar com o casal e a filha menor, ou mesmo com o filho adolescente problemático (que família não tem um?!). Filme necessário e atualíssimo, nesses tempos de precarização e uberização do trabalho.
Trabalhar Cansa
3.6 209Muito bom filme, mas falta o aviso: é 95% drama, 5% mistério e terror. Gostei desse toque sobrenatural, é algo meio que corriqueiro na cultura brasileira, essa coisa de assombração, praga, etc. O bom roteiro põe nas mãos do também bom elenco o encargo de mostrar os dois lados das relações de trabalho, tanto dos empregados quanto da dona de um pequeno mercado. A despeito de todo seu esforço para fazer seu negócio vingar, Helena (a ótima Helena Albergaria), por outro lado, mostra uma vilania insuportável para com seus funcionários e até para com o próprio marido, recentemente desempregado. Nos dias atuais imagino os processos trabalhistas que ela responderia por assédio moral.
Interessante a ausência de trilha sonora, funcionou bem no contexto. Senti que, em relação ao teor de mistério, ficou algo mal resolvido, mas nada que aborreça muito. Final inusitado.
Filhos de Gaza
4.4 11Um dos filmes mais tristes já feitos. As pessoas que apoiam o lado que joga bombas nessas crianças e seus pais deveriam assistir obrigatoriamente. Fico imaginando quantos desses meninos e meninas já devem ter perdido a vida, eis que é um documentário de 9 anos atrás.
Caçadores de Obras-Primas
3.1 476 Assista AgoraIdeia interessante transformada num roteiro xarope que se preocupa mais em fazer propaganda para os EUA (como se tivesse ganho a guerra sozinho) e perde tempo com um humor que pouco funciona. A ação é morna e a trilha sonora "militaresca", manjada e que tenta forçar um efeito cômico beira o insuportável. O elenco é estelar, mas a rigor só Bill Murray, Bob Balaban e Jean Dujardin se sobressaem. O assunto poderia render mais, mas parece que na trama só uma obra de arte de cunho religioso recebe mais importância. De resto, é bem produzido e mantém a atenção, mas eu dificilmente veria outra vez
À Procura de Sugar Man
4.5 180 Assista AgoraComo eu não conhecia a história do artista retratado, fui surpreendido com um tremendo plot twist, coisa pouco comum em documentários. E como é bom conhecer a história de um sujeito que, além de ser um talentosíssimo artista, também prima pelo caráter, num meio conhecido pelos excessos e egos inflados. Excelente documentário musical, montado de forma inteligente e com bela fotografia. Vale a pena ser conhecido, assim como os álbuns de Rodriguez.
Boogeyman: Seu Medo é Real
2.8 225 Assista AgoraFilme muito bem dirigido e com elenco acima da média, apesar de pouco conhecido. A direção e as boas atuações do trio (as meninas são muito expressivas) que interpreta a família Harper mantêm o interesse até o final, aliados a uma boa trilha sonora tensa e um CGI que não incomoda. A história, apesar de baseada em Stephen King, não é muito original, mas o roteiro, que foca numa família que, não bastasse o luto recente, é atormentada por uma criatura macabra, ganha pontos em não apelar para alívios cômicos e causar tensão sem apelar para o sangue ou a violência explícita. Enfim, é o chamado "arroz com feijão" muito bem feito.
O Silêncio da Cidade Branca
2.5 136 Assista AgoraCurto bastante os suspenses policiais espanhóis. Este aqui é bom, tem um bom ritmo, mas o roteiro é cheio de conveniências tanto pro lado dos policiais quanto do vilão bem prolífico nos assassinatos. Bom pra rever Belén Rueda, de Os Olhos de Julia.
Comando Para Matar
3.4 368O chamado "guilty pleasure". Lembro que adorava o filme quando era adolescente. Revisto quando adulto, dá pra rachar de rir com tantos absurdos e inverossimilhança. 50 bandidos atirando, nenhum acerta o Arnold, mas ele acerta todo mundo. A cereja do bolo é o vilão "Freddie Mercury bombado". Roteiro nulo, Arnold mais canastrão do que nunca, ação incessante e a Rae Dawn Chong no auge com o seriado Anjos da Lei. Ruim com força mas muito divertido se você estiver no clima pra ação desmiolada.