Qual o limite para que os miasmas do passado possam condenar o futuro? Até que ponto uma família tem o direito de avocar para si a tarefa de salvaguardar sua prole de erros cometidos no desvão do tempo? Com essas questões, o aclamado diretor Sydney Lumet tomou as rédeas da produção O Peso de um Passado ( Estados Unidos, 1988).
Procurados pelo FBI pelo engendramento de um atentado a um laboratório militar, o casal Arthur e Annie se envereda numa fuga permanente por quase duas décadas, o que implica em constantes mudanças de identidade e domicílio. No hiato que se segue até o início do roteiro, o casal já tivera dois filhos. Quando o mais velho, Danny (River Phoenix) se depara com o abismo que separa o escapismo dos pais de seu anseio pela vida, o dilema cruza o caminho de todos. É justo privar o jovem de demandas tão comuns da adolescência em nome da benfazeja unidade familiar?
Indicado a 2 Oscars em 1989 (Roteiro Original e Ator Coadjuvante – River Phoenix), o filme quase ostenta o atributo de “clássico”, esta honraria que os saudosistas da década de 80 distribuíram com prodigalidade. Talvez tenha contribuído para isso a prematura morte de Phoenix, que em 1993 foi consumido pelas drogas, no auge da fama. A fita não chega a ser tão lembrada como Conta Comigo (1986), protagonizada pelo jovem ator, e que até hoje mesmeriza uma legião de fãs pelo mundo. Mas o roteiro bem construído, amparado por uma direção competente e por atuações poderosas, conflui para um bom resultado.
Pela primeira vez, não sei dizer se gostei ou não de um filme. Ao sair da sessão, inúmeras eram as vozes que bradavam sua indignação contra uma produção confusa e ininteligível, lisérgica e desarranjada. Antes da apoteose que foi a cena final, polêmica e perturbadora, dezenas de pessoas já haviam abandonado a sala, consumidas pelo enfado. Confesso que comungo de muitas das opiniões dos frustrados, mas uma justa análise demanda um esforço de boa-vontade e flexibilidade aos rigores de produções tradicionais.
Primeiramente, é importante destacar que assistir a A Árvore da Vida (Estados Unidos, 2011) é uma experiência que só pode ser apreciada integralmente no espaço do cinema. Assistir pelo DVD não causaria metade do impacto visual requerido para a contemplação do filme. O show de imagens (que muitas vezes parecia mais um documentário da Discovery Channel) e a trilha sonora poderosa de Alexander Desplat são exatamente o ponto forte do filme. Perder a oportunidade de tomar contato com esses recursos, apenas aumentaria a frustração dos incautos.
Quanto à história em si, o roteiro nos oferece um estilo não-linear de contar um grande clichê: família texana dos anos 50 se vê às voltas com as disparidades de temperamento dos pais na educação dos filhos. A mãe é pura doçura, o pai é rígido e exigente, embora seja também carinhoso. Os conflitos, pueris e bucólicos, confluem para uma tragédia pessoal (a morte de um dos filhos) que desencadeia o regresso da narrativa até os confins do tempo em busca de respostas para questões existenciais que atormentam a humanidade desde que o mundo é mundo.
Acho que o diretor acabou perdendo as estribeiras e maximizando o desígnio pretensioso de abraçar quase todas as mais misteriosas querelas filosóficas que permeiam o assunto (ou infinitos assuntos). Só numa rápida visita pelos principais fóruns de cinema, pude perscrutar a miríade de abordagens e problematizações despertadas pelo filme: complexo de Édipo, relativização temporal e espacial, natureza do amor, do divino, do desejo e da própria Natureza. Ai meu Deus! Não é a toa que tanta gente se sente confusa: a falta de um pilar sólido de análise desnorteia muitos espectadores em vez de inspirá-los.
O pior de tudo foi o papel supérfluo do personagem de Sean Penn. Ao encarnar a faceta adulta do filho primogênito, Penn aparece como um homem atormentado à procura de sua alma no mundo moderno. Os seus conflitos internos e a tumultuada relação com o pai servem de mote para contrastar sua angústia com a beleza da arquitetura das imagens. Mas o propósito não parece bem resolvido: o ator aparece andando em desertos, montanhas, topos de prédios, mas tudo parece mais perfumaria do que elementos explicativos de seu ânimo em frangalhos. Aliás, explicação não é mesmo a intenção do filme.
No mais, esta produção de Terrence Malick, que ganhou a Palma de Ouro em Cannes e durou 3 anos para ser devidamente filmada e montada, merece ser vista (e até revista), a despeito da resistência da plateia – especialmente das mulheres, que parecem ir esperando alguma comédia romântica pela presença de Brad Pitt e acabam incomodadas com o tom perturbador do filme. O final é polêmico porque reúne todas as esquisitices das duas horas de duração, mas acaba compensando pela beleza e pelo enorme ponto de interrogação que insiste em não sair da cabeça.
Metade das pessoas da sala abandonou a sessão. Quem resistiu até o fim, queria o dinheiro de volta. No mais, boa fotografia e trilha sonora poderosa, mas história insossa e confuso propósito.
É bom,apesar de eu não curtir filme muito fantasioso. Alguns elementos do enredo são superexplorados e o roteiro não consegue atender a certas expectativas, vide a arcana figura do Homem Sem Rosto, que parece fundamental para a história e no final, é relegado a um coadjuvante qualquer.
Todos os Homens do Presidente
4.1 206 Assista AgoraAchei chatérrimo.
Simplesmente Feliz
3.4 254Gostei desse.
A Árvore da Vida
3.4 3,1K Assista AgoraPq o menino rouba a camisola da mãe:?????
Amizade Colorida
3.5 3,0K Assista AgoraDeve ser a maior bosta da história.
O Peso de um Passado
4.0 55 Assista AgoraQual o limite para que os miasmas do passado possam condenar o futuro? Até que ponto uma família tem o direito de avocar para si a tarefa de salvaguardar sua prole de erros cometidos no desvão do tempo? Com essas questões, o aclamado diretor Sydney Lumet tomou as rédeas da produção O Peso de um Passado ( Estados Unidos, 1988).
Procurados pelo FBI pelo engendramento de um atentado a um laboratório militar, o casal Arthur e Annie se envereda numa fuga permanente por quase duas décadas, o que implica em constantes mudanças de identidade e domicílio. No hiato que se segue até o início do roteiro, o casal já tivera dois filhos. Quando o mais velho, Danny (River Phoenix) se depara com o abismo que separa o escapismo dos pais de seu anseio pela vida, o dilema cruza o caminho de todos. É justo privar o jovem de demandas tão comuns da adolescência em nome da benfazeja unidade familiar?
Indicado a 2 Oscars em 1989 (Roteiro Original e Ator Coadjuvante – River Phoenix), o filme quase ostenta o atributo de “clássico”, esta honraria que os saudosistas da década de 80 distribuíram com prodigalidade. Talvez tenha contribuído para isso a prematura morte de Phoenix, que em 1993 foi consumido pelas drogas, no auge da fama. A fita não chega a ser tão lembrada como Conta Comigo (1986), protagonizada pelo jovem ator, e que até hoje mesmeriza uma legião de fãs pelo mundo. Mas o roteiro bem construído, amparado por uma direção competente e por atuações poderosas, conflui para um bom resultado.
A Árvore da Vida
3.4 3,1K Assista AgoraPela primeira vez, não sei dizer se gostei ou não de um filme. Ao sair da sessão, inúmeras eram as vozes que bradavam sua indignação contra uma produção confusa e ininteligível, lisérgica e desarranjada. Antes da apoteose que foi a cena final, polêmica e perturbadora, dezenas de pessoas já haviam abandonado a sala, consumidas pelo enfado. Confesso que comungo de muitas das opiniões dos frustrados, mas uma justa análise demanda um esforço de boa-vontade e flexibilidade aos rigores de produções tradicionais.
Primeiramente, é importante destacar que assistir a A Árvore da Vida (Estados Unidos, 2011) é uma experiência que só pode ser apreciada integralmente no espaço do cinema. Assistir pelo DVD não causaria metade do impacto visual requerido para a contemplação do filme. O show de imagens (que muitas vezes parecia mais um documentário da Discovery Channel) e a trilha sonora poderosa de Alexander Desplat são exatamente o ponto forte do filme. Perder a oportunidade de tomar contato com esses recursos, apenas aumentaria a frustração dos incautos.
Quanto à história em si, o roteiro nos oferece um estilo não-linear de contar um grande clichê: família texana dos anos 50 se vê às voltas com as disparidades de temperamento dos pais na educação dos filhos. A mãe é pura doçura, o pai é rígido e exigente, embora seja também carinhoso. Os conflitos, pueris e bucólicos, confluem para uma tragédia pessoal (a morte de um dos filhos) que desencadeia o regresso da narrativa até os confins do tempo em busca de respostas para questões existenciais que atormentam a humanidade desde que o mundo é mundo.
Acho que o diretor acabou perdendo as estribeiras e maximizando o desígnio pretensioso de abraçar quase todas as mais misteriosas querelas filosóficas que permeiam o assunto (ou infinitos assuntos). Só numa rápida visita pelos principais fóruns de cinema, pude perscrutar a miríade de abordagens e problematizações despertadas pelo filme: complexo de Édipo, relativização temporal e espacial, natureza do amor, do divino, do desejo e da própria Natureza. Ai meu Deus! Não é a toa que tanta gente se sente confusa: a falta de um pilar sólido de análise desnorteia muitos espectadores em vez de inspirá-los.
O pior de tudo foi o papel supérfluo do personagem de Sean Penn. Ao encarnar a faceta adulta do filho primogênito, Penn aparece como um homem atormentado à procura de sua alma no mundo moderno. Os seus conflitos internos e a tumultuada relação com o pai servem de mote para contrastar sua angústia com a beleza da arquitetura das imagens. Mas o propósito não parece bem resolvido: o ator aparece andando em desertos, montanhas, topos de prédios, mas tudo parece mais perfumaria do que elementos explicativos de seu ânimo em frangalhos. Aliás, explicação não é mesmo a intenção do filme.
No mais, esta produção de Terrence Malick, que ganhou a Palma de Ouro em Cannes e durou 3 anos para ser devidamente filmada e montada, merece ser vista (e até revista), a despeito da resistência da plateia – especialmente das mulheres, que parecem ir esperando alguma comédia romântica pela presença de Brad Pitt e acabam incomodadas com o tom perturbador do filme. O final é polêmico porque reúne todas as esquisitices das duas horas de duração, mas acaba compensando pela beleza e pelo enorme ponto de interrogação que insiste em não sair da cabeça.
Amizade Colorida
3.5 3,0K Assista AgoraCotado a ser o pior da história.
A Árvore da Vida
3.4 3,1K Assista AgoraMetade das pessoas da sala abandonou a sessão. Quem resistiu até o fim, queria o dinheiro de volta. No mais, boa fotografia e trilha sonora poderosa, mas história insossa e confuso propósito.
Faça a Coisa Certa
4.2 398Achei chatinho.
Dançando pela Vida
3.5 4Onde baixar?
Um Conto Chinês
4.0 852 Assista AgoraSó tem esse ator na Argentina?
Filhos do Paraíso
4.4 344Belíssimo!
Sorte no Amor
3.1 1,2K Assista AgoraSaí da sala de cinema antes do fim. Horrível!
Meu Primeiro Amor, Parte 2
2.8 327 Assista AgoraMEU PRIMEIRO AMOR - PARTE 5678!
A Viagem de Chihiro
4.5 2,3K Assista AgoraÉ bom,apesar de eu não curtir filme muito fantasioso. Alguns elementos do enredo são superexplorados e o roteiro não consegue atender a certas expectativas, vide a arcana figura do Homem Sem Rosto, que parece fundamental para a história e no final, é relegado a um coadjuvante qualquer.
Amor, Sublime Amor
3.8 372 Assista AgoraDecepção total. Não sei como consegui terminar de ver essa porcaria.
Adivinhe Quem Vem Para Jantar
4.1 222 Assista AgoraMeia-boca.
O Sol Enganador
4.0 25Legal! Belo retrato do stalinismo.
Comida S.A.
4.0 89Incrível trabalho.
God of Love
3.8 10Onde encontro?[2]
Meu Primo Vinny
3.6 128 Assista AgoraÓtima comédia!
Campo dos Sonhos
3.5 189 Assista AgoraBelíssima trilha sonora´. O argumento é interessante. Faz pensar.
Em um Mundo Melhor
3.9 317Sensacional. Não perde o ritmo em nenhum momento.
A Saga Crepúsculo: Eclipse
2.7 2,5K Assista AgoraNão vi e não gostei.