O enredo não é muito original, trazendo aquela história das pessoas que acordam num lugar desconhecido e correm para lutar por suas próprias vidas. O interessante aqui é que logo de início o filme te faz criar empatia por um personagem e depois vai tirando eles de cena, te deixando "meio orfão" e sem saber o que vai acontecer nos próximos minutos, dando uma boa dose de suspense, fortalecendo o fator surpresa. É uma caçada humana, que não fica tão clara como se desenvolveu ou quais os critérios para aquelas pessoas estarem ali, mas mesmo assim consegue estampar uma crítica ao elitismo privilegiado versus os proletariados, mas com uma pegada de sátira. Um filme que passa rápido, com uma trama intrigante e algumas cenas de ação interessantes e divertidas.
Este é um filme íntimo, que nos leva a perceber mais de perto a jornada de uma adolescente com uma gravidez indesejada e alguns dos dramas que essa situação envolve. O filme é feito de momentos sutis, mas muito significativos, em que o silêncio, as expressões, os olhares e pequenos gestos dizem muito, sendo isso muito claro no momento singular que dá nome ao filme. É muito interessante a forma em que o foco está na adolescente, na situação dela e nos passos seguintes a partir da decisão que ela toma, não deixando claro quem foram os homens que passaram pela vida dela, quem lhe fez bem ou lhe fez mal, enfatizando, juntamente com as situações de assédio que a prima dela sofre, o drama que muitas adolescentes/mulheres passam, sendo violadas fisicamente ou moralmente, por muitos "homens sem rostos", apenas com desejos pervertidos, sem um pingo de respeito, numa naturalidade que enoja. O drama poderia imergir mais nos sentimentos e pensamentos da jovem Autumn, mas isso não chega a tirar o brilho desse drama.
Esse é um filme sobre as circunstâncias da vida e as voltas que ela dá e põe as pessoas em situações inimagináveis, é um filme sobre o amor. A combinação da narração em off com a atuação da atriz principal tão cheia de verdade, contribui muito pra que seja possível sentir toda a angústia e paixão avassaladora de um amor proibido. O roteiro é repleto de reflexões e diálogos excelentes, com uma construção de narrativa completamente imersiva, em que se começa a ver o filme de uma forma e no final já não se é mais o mesmo, assim como os personagens que compõem o enredo. Um filme curto, simples, mas um grande exemplo de que não importa o ano de lançamento, uma história bem escrita, bem dirigida e bem atuada sobrevive e continua excelente com o passar do tempo.
O filme traz uma reflexão sobre como as pessoas lidam com as lembranças do passado, que sustentam um relacionamento que já não é mas bom, apenas por ter boas lembranças do que já foi, vivendo presos no passado e deixando de construir o futuro. Mesmo com uma premissa interessante, a forma com que tudo se apresenta passa um ar de prepotência, trazendo a sensação de que o filme quer ser mais do que realmente é, principalmente por não saber dosar as idas e vindas entre o presente e os flashbacks, se tornando bem confuso. O casal também não ajuda, não tem química nenhuma entre eles e apesar de estarem sempre indo de um lugar pra outro, o filme é parado, apático, completamente sem alma. Chato.
Com um roteiro no estilo documentário, esse filme de início parece apenas um besteirol com caras babacas fazendo coisas sem noção, mas na verdade se apresenta uma ótima crítica ao universo do showbiz e pop, que dá dinheiro a qualquer um que aparece fazendo coisas absurdas. Todo esse contexto é muito bem representado na fotografia, com muitas cores, muitas luzes. Sem falar também no som, nas músicas sem sentido, nas piadas, deixando muito claro o quanto tudo é superficial, sem substância, sustentando apenas um jogo de interesses que resulta em dinheiro, sendo evidenciado pela presença de diversas celebridades, que fortalecem ainda mais a ideia de falso documentário e tornam tudo ainda mais divertido e exagerado.
Por meio da jornada de um casal, o filme aborda muito do contexto político da China na década de 80, com a política do filho único e as mudanças da época, trazendo as consequências disso na vida das famílias. O roteiro segue uma linha bem íntima, sendo possível perceber o fascínio do casal em ter uma criança sob os seus cuidados, um sentimento que muda ao vê-los encarar a perda de um filho. Com isso começa uma busca desenfreada em ter uma criança no lar, uma necessidade sem tamanho de substituir o primeiro filho, que nem há tempo de absorver o que aconteceu, muito disso também pela falta de diálogo, parecendo apenas 2 viciados em crianças, mas sem afeto, mostrando que no fundo aquilo tudo é apenas a carcaça de uma dor não curada, de um luto não sentido. As atuações são muito competentes e passam uma verdade, dando pra sentir claramente que existe um sentimento guardado no coração de cada personagem, que sob o silêncio, vai lhes mantando um pouquinho a cada dia. Um longo drama, arrastado em alguns momentos, mas humano e competente no geral.
Esse é um filme sobre a frieza dos relacionamentos familiares, principalmente na relação pai e filho, a realidade socioeconômica que afeta a família e toma proporções que saem do controle, a falta de diálogo entre as pessoas, que vai se tornando um problema sem fim e causa aquele nó na garganta, por ser um problema bem presente na realidade das famílias de hoje em dia. A fotografia é um caso à parte, conversa muito bem com todas as sensações e sentimentos de cada momento. A história traz personagens complexos, mas ao mergulhar em cada personagem, não consegue a fluidez necessária para transitar de um para o outro, deixando a sensação de que parecem duas histórias juntas, mal conectadas, sendo isso também uma consequência da duração excessiva que se arrasta e acaba deixando o filme meio morno.
O filme inicia construindo uma história interessante de amizade entre 3 crianças, mas poucos minutos depois a trajetória começa a ficar instável e o foco não fica claro ... na verdade, não se define e causa uma confusão pra quem assiste, em saber o que de fato o filme quer entregar... Há muitas cenas completamente sem função e mesmo sendo baseado em um acontecimento real, utilizando como protagonistas as próprias pessoas que vivenciaram o ocorrido, falta expressividade e emoção nas atuações. O diretor parece querer enfiar um nacionalismo heroico americano goela abaixo, não dá muito certo e a ligação da história de vida de cada personagem, não se conecta da forma devida com o clímax da trama, dando a sensação de que o filme fica em cima do muro, meio morno durante boa parte do tempo.
Yor é um filme cheio de absurdos, o que garante uma diversão do início ao fim, com o clichê do cara bonitão forte em busca de suas raízes, que salva a mocinha bonita em perigo e partem para uma jornada cheia de aventuras. O roteiro está num patamar que poucos alcançaram, a frente do seu tempo, em que faz um mix bem peculiar, indo da era pré histórica a um mundo futurístico de uma forma única, gerando boas gargalhadas durante o percurso, com os animais gigantes e robôs mal feitos, atuações malucas e resoluções sem sentido, tudo isso com um tom de normalidade singular. É o tipo de filme que não se leva a sério, e quem assiste também não o deve, é para desligar o cérebro e curtir uma divertida viagem.
O enredo de 7500 parece ser mais um clichê de filmes que se passam em aviões, mas, apesar de uma história simples, ele tem seu diferencial, trazendo uma perspectiva não muito comum a filmes do gênero: a visão do piloto em sua cabine. A tensão frente a uma ação terrorista fica quase que 100% dependente da atuação de Joseph Gordon, copiloto do avião, trancafiado em sua cabine e visualizando a situação, assim como o espectador, apenas por uma pequena câmera. O ator entrega um personagem muito coerente com sua função, fugindo dos clichês do heroísmo e sentimentalismo comuns, apresentando ações completamente críveis. O filme tem suas limitações, apesar de uma perspectiva diferenciada, acaba não ousando o suficiente, isso devido a história ser muito simples e não haver um desenvolvimento maior dos personagens, consequentemente mantendo a motivação do antagonista um pouco rasa, mas não a ponto de estragar toda a experiência. Um filme simples, objetivo e válido.
O filme retrata uma espécie de acerto de contas entre Al Capone e o universo. Todo o contexto é construído para retratar seus momentos finais rumo a decadência, em que é possível ver uma lenda do crime sendo arrastada pelo caminho da demência. A história tem um potencial muito bom em traçar o paralelo entre a realidade e a loucura de Capone, preso na própria mente, sem confiança no mundo, ao mesmo tempo que aborda também a família, que vai definhando junto, pendendo não só a alegria da vida, mas todos os bens conquistados nos tempos de glória de Al Capone, em que se tornam reféns de um destino que não estava em seus planos. Porém, a execução deixa a desejar, a história é construída de forma confusa, não passando veracidade em certos pontos, o que a torna meio cansativa. Uma fatídica história que merecia ter sido apresentada de uma forma melhor.
O filme traz uma história bem simples, com poucos personagens, aos quais se sabe muito pouco e nem mesmo se consegue ter uma visão clara de suas fisionomias, perante sua fotografia escura, misteriosa e ao mesmo tempo com feixes de luz incandescentes, que constrói toda a atmosfera enigmática do filme (incômoda em certo ponto), e também, a pressa permanente em que todos se movimentam, sempre caminhando rápido ou correndo de um lugar para outro. Apesar de se apoiar na premissa da busca por respostas ao identificar um fenômeno sobrenatural, que não é uma novidade no mundo do cinema, o que traz destaque pra esse filme é toda a técnica envolvida para a construção dessa história, em que além da fotografia peculiar, com vários planos sequências e recheado de ângulos e movimentos de câmera diferentes, que faz quem assiste ficar sempre atento ao próximo passo que será dado, causando uma certa tensão e mantendo a curiosidade no suspense até o fim.
O filme traz uma temática interessante de uma forma meio inusitada, em que, por meio da viagem de um jornalista de guerra, traz de uma forma hilária, uma tentativa de desmistificação da fragilidade masculina, apresentando personagens do universo militar, que de cara trazem em sua postura uma certa rigidez, mas aqui usam artifícios pacíficos e formam um novo exército imerso em meditação, paz e yoga, que propaga amor e não a guerra. Não é um filme para ser levado a sério, funciona mais como uma sátira ao universo a que se refere, é bem leve e divertido de ver esse mix de informações, numa mistura de exército e elementos místicos tão contrários ao que costumamos associar aos homens de guerra, com personagens bem caricatos que se despem das "armaduras" por uma tentativa de seguir um ideal de vida.. mas apesar disso, no desenrolar dos fatos a história acaba perdendo força e tendo seu potencial, tanto de história como de elenco, desperdiçado.
O filme inicia com um ar de mistério e terror, bem enigmático, com uma fotografia recheada de neon. A personagem principal também é um mistério e possui pensamentos e atitudes bem peculiares e que instiga a curiosidade no desenvolver dos fatos, porém tudo é apresentado de uma forma muito confusa, os acontecimentos parecem um monte de retalhos jogado um em cima do outro, meio sem nexo, se construindo de uma maneira desinteressante. Chega um ponto em que fica tedioso, por não dar sinais concretos de pelo menos uma das coisas que estão acontecendo neste emaranhado misterioso. No final, muita coisa se conecta, e a conclusão é entendível, mas não é suficiente para melhorar todo o resto, parece que falta algo.
O filme é em sua maioria, contemplativo, nos transportando para uma pacata vida rural envolta pela natureza, com uma fotografia que chama a atenção. A história aborda o retorno de um ex presidiário à vila onde mora sua mãe, uma senhorinha bem velhinha, com uma aparência não muito comum no cinema. É um filme enigmático, que apenas mostra vários pontos, supõe algumas coisas mas acaba não dizendo nada, não desenvolve os personagens, não explica o clima estranho que existe entre alguns deles, não revela nada relevante sobre aquelas pessoas. Um filme vazio, de sentimento e de história.
O filme relata as mazelas do mundo, a falta de perspectiva em universo devastado e sem vida. Existe um sentimento de tristeza do início ao fim, em que o garoto Birdboy representa a depressão, o rancor, a mágoa de ter sofrido uma injustiça, de não alcançar seus objetivos, de não ter forças para lutar e se reerguer, que encontra numa amiga um sopro de vida para lutar contra os próprios demônios... mas tudo é apresentado de uma forma muito abstrata e muito confusa, deixando a narrativa cansativa com seus 76 minutos intermináveis e acaba se tornando chato.
O filme aborda toda a crueldade que pode vir de um ser humano, com uma carga dramática impecável, atuações excelentes e uma fotografia primorosa... É dolorido, sofrido. Toda a história é ambientada após a Segunda Guerra Mundial e traz diversas reflexões compiladas no cotidiano de ex veteranos de guerra (um negro e um branco) que retornam a sua cidade natal que é imersa em racismo. Neste cenário o filme traz questões sobre as diferenças raciais, sobre a crueldade enraizada nas pessoas, sobre os sentimentos de quem viveu num ambiente de guerra, sobre o preço de certas escolhas, numa narrativa bem desenvolvida, cruelmente cativante. Um filme forte, revoltante, impactante.
Este é um filme sobre as descobertas da vida adulta. Inicialmente tem uma trama bem clichê, com romance entre jovens, relacionamento familiar não muito saudável, decepções e mudanças da vida de um rapaz que parece meio sem rumo e infeliz com a direção que sua vida tomou. É leve, divertido, mas até o fim do primeiro ato é só um mais do mesmo que saiu do controle... Porém, a história se desenrola para um final totalmente imprevisível, que surpreende e faz todas as bobeiras e coisas que pareciam desconexas, se encaixarem e fazer sentido, elevando o filme a outro nível.
Noite dos lobos é um filme abstrato... até demais. Imerso nas noites frias e escuras do Alasca, o filme passeia entre o real e o imaginário de uma singela vila no meio do nada. Há um clima sombrio que envolve o mistério da morte de uma criança e a fixação de sua mãe em exterminar os lobos que lhe tiraram seu filho, enquanto o marido estava ausente servindo ao exército. A trama é coberta de metáfora, as cenas de tiroteio são intensas, o mistério é envolvente, mas o roteiro não se posiciona quanto ao sobrenatural que nele habita e acaba deixando mais perguntas do que respostas.
Esse é um filme sobre segredos de família e vingança, com uma história que prende a atenção pela espera de saber o rumo que tudo aquivo vai levar e as revelações que irá trazer acerca de um assassinato misterioso. Um ponto bem positivo que eleva o filme é que o protagonista não é estúpido a ponto esperar ser atacado como é de costume ver nos filmes do gênero, ele faz o que tem que ser feito, vai atrás e assume as consequências. Em contrapartida a vilã é muito mal construída, só é boa enquanto não é definitivamente revelada, o que leva a um desfecho que parece ter sido feito as pressas ou não sabiam que rumo dar aos acontecimentos, desperdiçando muitos elementos de uma história de suspense com uma premissa bem interessante.
Waves é uma imersão em sentimentos e melodia, que te transporta para a montanha russa que é a vida de dois jovens antes de entrar na vida adulta. O filme é sem dúvidas um deleite, que só surpreende a cada minuto que passa, com sua fotografia cheia de contraste e luzes coloridas, atuações intensamente verdadeiras, com a trilha sonora que sorrateiramente te inunda com tamanha representatividade do sentimento e claro com seu roteiro envolvente, vibrante, que prende, engana e toma um rumo inimaginável que surpreende mostrando as decisões, os dramas, o peso das cobranças tanto pessoais como da família, as tristezas e alegrias, as dores, as consequências e frustrações dos personagens de uma forma tão original, que torna impossível não gostar.
O filme é intrigante, cheio de elementos interessantes no seu desenvolvimento, com a incógnita de um desmemoriado e sua suposta esposa esquisita, caminhando para ser um ótimo suspense, o que infelizmente não acontece. Do meio para o fim vai perdendo a força e mesmo tendo uma duração de apenas 90min, o enredo se estende de uma forma desnecessária que parece ter bem mais. Com isso vai gerando muitos questionamentos que no final, apesar de um plot twist legalzinho, não consegue se sustentar e desperdiça uma ideia que poderia ter resultado em algo até original. Mas só poderia mesmo, porque não faz sentido algum.
O filme começa até intrigante, de cara causa uma sensação claustrofóbica com todo um tumulto num ambiente fechado e escuro, mas após os minutos iniciais de transtorno, o roteiro parece caminhar sem pensar, não se sabe exatamente o que está acontecendo, não há background do ambiente e muito menos dos personagens, desencadeando um desinteresse por eles. Tudo acontece muito rápido e meio que sem propósito, com situações clichês que não sustentam o filme, indo só ladeira a baixo em seu percurso, se transformando só em mais um filme genérico inspirado no Alien.
Contrário ao título do filme, a história é sobre o quanto NÃO fica tudo bem com uma vítima de abuso sexual, mesmo que ela queira acreditar que está. O filme trata de um assunto delicado, mas não com a profundidade que o assunto merece. As atitudes da protagonista não passa credibilidade e nem a intensidade do silêncio que o enredo quer destacar, o que faz crescer a vontade de saber mais sobre aquela mulher, que acaba numa espera por reações que não vem. Seria essa a forma que algumas pessoas lidam com uma violência desse tipo, ou o enredo foi fraco e a personagem é rasa para tratar de um assunto tão complexo e dolorido?
A Caçada
3.2 642 Assista AgoraO enredo não é muito original, trazendo aquela história das pessoas que acordam num lugar desconhecido e correm para lutar por suas próprias vidas. O interessante aqui é que logo de início o filme te faz criar empatia por um personagem e depois vai tirando eles de cena, te deixando "meio orfão" e sem saber o que vai acontecer nos próximos minutos, dando uma boa dose de suspense, fortalecendo o fator surpresa.
É uma caçada humana, que não fica tão clara como se desenvolveu ou quais os critérios para aquelas pessoas estarem ali, mas mesmo assim consegue estampar uma crítica ao elitismo privilegiado versus os proletariados, mas com uma pegada de sátira. Um filme que passa rápido, com uma trama intrigante e algumas cenas de ação interessantes e divertidas.
Nunca, Raramente, Às Vezes, Sempre
4.0 215 Assista AgoraEste é um filme íntimo, que nos leva a perceber mais de perto a jornada de uma adolescente com uma gravidez indesejada e alguns dos dramas que essa situação envolve. O filme é feito de momentos sutis, mas muito significativos, em que o silêncio, as expressões, os olhares e pequenos gestos dizem muito, sendo isso muito claro no momento singular que dá nome ao filme. É muito interessante a forma em que o foco está na adolescente, na situação dela e nos passos seguintes a partir da decisão que ela toma, não deixando claro quem foram os homens que passaram pela vida dela, quem lhe fez bem ou lhe fez mal, enfatizando, juntamente com as situações de assédio que a prima dela sofre, o drama que muitas adolescentes/mulheres passam, sendo violadas fisicamente ou moralmente, por muitos "homens sem rostos", apenas com desejos pervertidos, sem um pingo de respeito, numa naturalidade que enoja. O drama poderia imergir mais nos sentimentos e pensamentos da jovem Autumn, mas isso não chega a tirar o brilho desse drama.
Desencanto
4.4 171 Assista AgoraEsse é um filme sobre as circunstâncias da vida e as voltas que ela dá e põe as pessoas em situações inimagináveis, é um filme sobre o amor. A combinação da narração em off com a atuação da atriz principal tão cheia de verdade, contribui muito pra que seja possível sentir toda a angústia e paixão avassaladora de um amor proibido. O roteiro é repleto de reflexões e diálogos excelentes, com uma construção de narrativa completamente imersiva, em que se começa a ver o filme de uma forma e no final já não se é mais o mesmo, assim como os personagens que compõem o enredo. Um filme curto, simples, mas um grande exemplo de que não importa o ano de lançamento, uma história bem escrita, bem dirigida e bem atuada sobrevive e continua excelente com o passar do tempo.
Entre Tempos
3.5 19O filme traz uma reflexão sobre como as pessoas lidam com as lembranças do passado, que sustentam um relacionamento que já não é mas bom, apenas por ter boas lembranças do que já foi, vivendo presos no passado e deixando de construir o futuro. Mesmo com uma premissa interessante, a forma com que tudo se apresenta passa um ar de prepotência, trazendo a sensação de que o filme quer ser mais do que realmente é, principalmente por não saber dosar as idas e vindas entre o presente e os flashbacks, se tornando bem confuso. O casal também não ajuda, não tem química nenhuma entre eles e apesar de estarem sempre indo de um lugar pra outro, o filme é parado, apático, completamente sem alma. Chato.
Popstar: Sem Parar, Sem Limites
3.4 140 Assista AgoraCom um roteiro no estilo documentário, esse filme de início parece apenas um besteirol com caras babacas fazendo coisas sem noção, mas na verdade se apresenta uma ótima crítica ao universo do showbiz e pop, que dá dinheiro a qualquer um que aparece fazendo coisas absurdas. Todo esse contexto é muito bem representado na fotografia, com muitas cores, muitas luzes. Sem falar também no som, nas músicas sem sentido, nas piadas, deixando muito claro o quanto tudo é superficial, sem substância, sustentando apenas um jogo de interesses que resulta em dinheiro, sendo evidenciado pela presença de diversas celebridades, que fortalecem ainda mais a ideia de falso documentário e tornam tudo ainda mais divertido e exagerado.
Até Logo, Meu Filho
4.3 28Por meio da jornada de um casal, o filme aborda muito do contexto político da China na década de 80, com a política do filho único e as mudanças da época, trazendo as consequências disso na vida das famílias. O roteiro segue uma linha bem íntima, sendo possível perceber o fascínio do casal em ter uma criança sob os seus cuidados, um sentimento que muda ao vê-los encarar a perda de um filho. Com isso começa uma busca desenfreada em ter uma criança no lar, uma necessidade sem tamanho de substituir o primeiro filho, que nem há tempo de absorver o que aconteceu, muito disso também pela falta de diálogo, parecendo apenas 2 viciados em crianças, mas sem afeto, mostrando que no fundo aquilo tudo é apenas a carcaça de uma dor não curada, de um luto não sentido. As atuações são muito competentes e passam uma verdade, dando pra sentir claramente que existe um sentimento guardado no coração de cada personagem, que sob o silêncio, vai lhes mantando um pouquinho a cada dia. Um longo drama, arrastado em alguns momentos, mas humano e competente no geral.
A Sun
4.0 65Esse é um filme sobre a frieza dos relacionamentos familiares, principalmente na relação pai e filho, a realidade socioeconômica que afeta a família e toma proporções que saem do controle, a falta de diálogo entre as pessoas, que vai se tornando um problema sem fim e causa aquele nó na garganta, por ser um problema bem presente na realidade das famílias de hoje em dia. A fotografia é um caso à parte, conversa muito bem com todas as sensações e sentimentos de cada momento. A história traz personagens complexos, mas ao mergulhar em cada personagem, não consegue a fluidez necessária para transitar de um para o outro, deixando a sensação de que parecem duas histórias juntas, mal conectadas, sendo isso também uma consequência da duração excessiva que se arrasta e acaba deixando o filme meio morno.
15h17: Trem Para Paris
2.6 139 Assista AgoraO filme inicia construindo uma história interessante de amizade entre 3 crianças, mas poucos minutos depois a trajetória começa a ficar instável e o foco não fica claro ... na verdade, não se define e causa uma confusão pra quem assiste, em saber o que de fato o filme quer entregar... Há muitas cenas completamente sem função e mesmo sendo baseado em um acontecimento real, utilizando como protagonistas as próprias pessoas que vivenciaram o ocorrido, falta expressividade e emoção nas atuações. O diretor parece querer enfiar um nacionalismo heroico americano goela abaixo, não dá muito certo e a ligação da história de vida de cada personagem, não se conecta da forma devida com o clímax da trama, dando a sensação de que o filme fica em cima do muro, meio morno durante boa parte do tempo.
Yor: O Caçador do Futuro
2.6 11Yor é um filme cheio de absurdos, o que garante uma diversão do início ao fim, com o clichê do cara bonitão forte em busca de suas raízes, que salva a mocinha bonita em perigo e partem para uma jornada cheia de aventuras. O roteiro está num patamar que poucos alcançaram, a frente do seu tempo, em que faz um mix bem peculiar, indo da era pré histórica a um mundo futurístico de uma forma única, gerando boas gargalhadas durante o percurso, com os animais gigantes e robôs mal feitos, atuações malucas e resoluções sem sentido, tudo isso com um tom de normalidade singular.
É o tipo de filme que não se leva a sério, e quem assiste também não o deve, é para desligar o cérebro e curtir uma divertida viagem.
7500
2.9 193 Assista AgoraO enredo de 7500 parece ser mais um clichê de filmes que se passam em aviões, mas, apesar de uma história simples, ele tem seu diferencial, trazendo uma perspectiva não muito comum a filmes do gênero: a visão do piloto em sua cabine. A tensão frente a uma ação terrorista fica quase que 100% dependente da atuação de Joseph Gordon, copiloto do avião, trancafiado em sua cabine e visualizando a situação, assim como o espectador, apenas por uma pequena câmera. O ator entrega um personagem muito coerente com sua função, fugindo dos clichês do heroísmo e sentimentalismo comuns, apresentando ações completamente críveis. O filme tem suas limitações, apesar de uma perspectiva diferenciada, acaba não ousando o suficiente, isso devido a história ser muito simples e não haver um desenvolvimento maior dos personagens, consequentemente mantendo a motivação do antagonista um pouco rasa, mas não a ponto de estragar toda a experiência. Um filme simples, objetivo e válido.
Capone
2.5 58O filme retrata uma espécie de acerto de contas entre Al Capone e o universo. Todo o contexto é construído para retratar seus momentos finais rumo a decadência, em que é possível ver uma lenda do crime sendo arrastada pelo caminho da demência. A história tem um potencial muito bom em traçar o paralelo entre a realidade e a loucura de Capone, preso na própria mente, sem confiança no mundo, ao mesmo tempo que aborda também a família, que vai definhando junto, pendendo não só a alegria da vida, mas todos os bens conquistados nos tempos de glória de Al Capone, em que se tornam reféns de um destino que não estava em seus planos. Porém, a execução deixa a desejar, a história é construída de forma confusa, não passando veracidade em certos pontos, o que a torna meio cansativa. Uma fatídica história que merecia ter sido apresentada de uma forma melhor.
A Vastidão da Noite
3.5 576 Assista AgoraO filme traz uma história bem simples, com poucos personagens, aos quais se sabe muito pouco e nem mesmo se consegue ter uma visão clara de suas fisionomias, perante sua fotografia escura, misteriosa e ao mesmo tempo com feixes de luz incandescentes, que constrói toda a atmosfera enigmática do filme (incômoda em certo ponto), e também, a pressa permanente em que todos se movimentam, sempre caminhando rápido ou correndo de um lugar para outro. Apesar de se apoiar na premissa da busca por respostas ao identificar um fenômeno sobrenatural, que não é uma novidade no mundo do cinema, o que traz destaque pra esse filme é toda a técnica envolvida para a construção dessa história, em que além da fotografia peculiar, com vários planos sequências e recheado de ângulos e movimentos de câmera diferentes, que faz quem assiste ficar sempre atento ao próximo passo que será dado, causando uma certa tensão e mantendo a curiosidade no suspense até o fim.
Os Homens Que Encaravam Cabras
3.3 485 Assista AgoraO filme traz uma temática interessante de uma forma meio inusitada, em que, por meio da viagem de um jornalista de guerra, traz de uma forma hilária, uma tentativa de desmistificação da fragilidade masculina, apresentando personagens do universo militar, que de cara trazem em sua postura uma certa rigidez, mas aqui usam artifícios pacíficos e formam um novo exército imerso em meditação, paz e yoga, que propaga amor e não a guerra.
Não é um filme para ser levado a sério, funciona mais como uma sátira ao universo a que se refere, é bem leve e divertido de ver esse mix de informações, numa mistura de exército e elementos místicos tão contrários ao que costumamos associar aos homens de guerra, com personagens bem caricatos que se despem das "armaduras" por uma tentativa de seguir um ideal de vida.. mas apesar disso, no desenrolar dos fatos a história acaba perdendo força e tendo seu potencial, tanto de história como de elenco, desperdiçado.
A Vingança Perfeita
2.6 163 Assista AgoraO filme inicia com um ar de mistério e terror, bem enigmático, com uma fotografia recheada de neon. A personagem principal também é um mistério e possui pensamentos e atitudes bem peculiares e que instiga a curiosidade no desenvolver dos fatos, porém tudo é apresentado de uma forma muito confusa, os acontecimentos parecem um monte de retalhos jogado um em cima do outro, meio sem nexo, se construindo de uma maneira desinteressante. Chega um ponto em que fica tedioso, por não dar sinais concretos de pelo menos uma das coisas que estão acontecendo neste emaranhado misterioso. No final, muita coisa se conecta, e a conclusão é entendível, mas não é suficiente para melhorar todo o resto, parece que falta algo.
O Que Arde
3.4 11O filme é em sua maioria, contemplativo, nos transportando para uma pacata vida rural envolta pela natureza, com uma fotografia que chama a atenção. A história aborda o retorno de um ex presidiário à vila onde mora sua mãe, uma senhorinha bem velhinha, com uma aparência não muito comum no cinema. É um filme enigmático, que apenas mostra vários pontos, supõe algumas coisas mas acaba não dizendo nada, não desenvolve os personagens, não explica o clima estranho que existe entre alguns deles, não revela nada relevante sobre aquelas pessoas. Um filme vazio, de sentimento e de história.
Psiconautas, As Crianças Esquecidas
3.9 34 Assista AgoraO filme relata as mazelas do mundo, a falta de perspectiva em universo devastado e sem vida. Existe um sentimento de tristeza do início ao fim, em que o garoto Birdboy representa a depressão, o rancor, a mágoa de ter sofrido uma injustiça, de não alcançar seus objetivos, de não ter forças para lutar e se reerguer, que encontra numa amiga um sopro de vida para lutar contra os próprios demônios... mas tudo é apresentado de uma forma muito abstrata e muito confusa, deixando a narrativa cansativa com seus 76 minutos intermináveis e acaba se tornando chato.
Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississippi
4.1 323 Assista AgoraO filme aborda toda a crueldade que pode vir de um ser humano, com uma carga dramática impecável, atuações excelentes e uma fotografia primorosa... É dolorido, sofrido. Toda a história é ambientada após a Segunda Guerra Mundial e traz diversas reflexões compiladas no cotidiano de ex veteranos de guerra (um negro e um branco) que retornam a sua cidade natal que é imersa em racismo. Neste cenário o filme traz questões sobre as diferenças raciais, sobre a crueldade enraizada nas pessoas, sobre os sentimentos de quem viveu num ambiente de guerra, sobre o preço de certas escolhas, numa narrativa bem desenvolvida, cruelmente cativante. Um filme forte, revoltante, impactante.
Apenas um Garoto em Nova York
3.1 97 Assista AgoraEste é um filme sobre as descobertas da vida adulta. Inicialmente tem uma trama bem clichê, com romance entre jovens, relacionamento familiar não muito saudável, decepções e mudanças da vida de um rapaz que parece meio sem rumo e infeliz com a direção que sua vida tomou. É leve, divertido, mas até o fim do primeiro ato é só um mais do mesmo que saiu do controle... Porém, a história se desenrola para um final totalmente imprevisível, que surpreende e faz todas as bobeiras e coisas que pareciam desconexas, se encaixarem e fazer sentido, elevando o filme a outro nível.
Noite de Lobos
2.5 304 Assista AgoraNoite dos lobos é um filme abstrato... até demais. Imerso nas noites frias e escuras do Alasca, o filme passeia entre o real e o imaginário de uma singela vila no meio do nada. Há um clima sombrio que envolve o mistério da morte de uma criança e a fixação de sua mãe em exterminar os lobos que lhe tiraram seu filho, enquanto o marido estava ausente servindo ao exército. A trama é coberta de metáfora, as cenas de tiroteio são intensas, o mistério é envolvente, mas o roteiro não se posiciona quanto ao sobrenatural que nele habita e acaba deixando mais perguntas do que respostas.
Bad Day for the Cut
3.2 61Esse é um filme sobre segredos de família e vingança, com uma história que prende a atenção pela espera de saber o rumo que tudo aquivo vai levar e as revelações que irá trazer acerca de um assassinato misterioso. Um ponto bem positivo que eleva o filme é que o protagonista não é estúpido a ponto esperar ser atacado como é de costume ver nos filmes do gênero, ele faz o que tem que ser feito, vai atrás e assume as consequências. Em contrapartida a vilã é muito mal construída, só é boa enquanto não é definitivamente revelada, o que leva a um desfecho que parece ter sido feito as pressas ou não sabiam que rumo dar aos acontecimentos, desperdiçando muitos elementos de uma história de suspense com uma premissa bem interessante.
As Ondas
3.9 164Waves é uma imersão em sentimentos e melodia, que te transporta para a montanha russa que é a vida de dois jovens antes de entrar na vida adulta.
O filme é sem dúvidas um deleite, que só surpreende a cada minuto que passa, com sua fotografia cheia de contraste e luzes coloridas, atuações intensamente verdadeiras, com a trilha sonora que sorrateiramente te inunda com tamanha representatividade do sentimento e claro com seu roteiro envolvente, vibrante, que prende, engana e toma um rumo inimaginável que surpreende mostrando as decisões, os dramas, o peso das cobranças tanto pessoais como da família, as tristezas e alegrias, as dores, as consequências e frustrações dos personagens de uma forma tão original, que torna impossível não gostar.
Amnésia
1.8 220O filme é intrigante, cheio de elementos interessantes no seu desenvolvimento, com a incógnita de um desmemoriado e sua suposta esposa esquisita, caminhando para ser um ótimo suspense, o que infelizmente não acontece. Do meio para o fim vai perdendo a força e mesmo tendo uma duração de apenas 90min, o enredo se estende de uma forma desnecessária que parece ter bem mais. Com isso vai gerando muitos questionamentos que no final, apesar de um plot twist legalzinho, não consegue se sustentar e desperdiça uma ideia que poderia ter resultado em algo até original. Mas só poderia mesmo, porque não faz sentido algum.
Ameaça Profunda
3.0 628 Assista AgoraO filme começa até intrigante, de cara causa uma sensação claustrofóbica com todo um tumulto num ambiente fechado e escuro, mas após os minutos iniciais de transtorno, o roteiro parece caminhar sem pensar, não se sabe exatamente o que está acontecendo, não há background do ambiente e muito menos dos personagens, desencadeando um desinteresse por eles. Tudo acontece muito rápido e meio que sem propósito, com situações clichês que não sustentam o filme, indo só ladeira a baixo em seu percurso, se transformando só em mais um filme genérico inspirado no Alien.
Está Tudo Certo
3.1 23 Assista AgoraContrário ao título do filme, a história é sobre o quanto NÃO fica tudo bem com uma vítima de abuso sexual, mesmo que ela queira acreditar que está. O filme trata de um assunto delicado, mas não com a profundidade que o assunto merece. As atitudes da protagonista não passa credibilidade e nem a intensidade do silêncio que o enredo quer destacar, o que faz crescer a vontade de saber mais sobre aquela mulher, que acaba numa espera por reações que não vem. Seria essa a forma que algumas pessoas lidam com uma violência desse tipo, ou o enredo foi fraco e a personagem é rasa para tratar de um assunto tão complexo e dolorido?