A nova e ousada aposta da Marvel consegue criar um universo identificável e distinguível de outras séries do estúdio, trabalha muito bem com os aspectos culturais do Harlem e atribui certa personalidade ao local (bairro, mais especificamente) em que a história se passa, com direito à uma excelente trilha sonora que traz um mix de rap, jazz, hip hop e até mesmo música clássica, evocando constantemente a cultura afro-americana e estando em constante sincronia com o tom das cenas e diálogos. A série também faz um ótimo trabalho representativo, o elenco é quase completamente negro e as personagens femininas regulares (Misty, Mariah e Claire) ocupam papéis importantes e conseguem ter certa independência dentro da história, sem apelar pra romances ou convenientes situações de risco.
Infelizmente após os 3 primeiros episódios, as claras qualidades representativas da série perdem impacto e não conseguem compensar as diversas deficiências da produção. O roteiro é escasso em conteúdo e expositivo em diversos momentos; os vilões, mesmo imprimindo certo temor, não conseguem justificar suas ações, ainda que a série faça um enorme esforço em trabalhar a origem de tais; as cenas de ação são insossas, mal coreografadas e não conseguem em nenhum momento suprir a expectativa criada ao redor de um personagem do calibre de Luke Cage.
Mas o principal problema de "Luke Cage" é, sem dúvida alguma, o ritmo. Os 13 episódios parecem durar uma eternidade, a trama não tem apenas um desenvolvimento lento, ela simplesmente para de progredir em vários episódios, o que acaba evidenciando o conteúdo limitado e a falta de rodagem do elenco. Mike Colter tem uma presença razoável e certo carisma, porém, a longa duração do show acentua suas deficiências interpretativas e impede que Luke Cage seja um personagem que apresente algo diferente em termos de versatilidade de tom, o ator não consegue transitar entre drama e comédia com sutileza, falta expressividade. A presença de Rosario Dawson (Claire) traz um apoio artístico muito importante à série, a atriz é claramente a mais segura dentro do elenco, fazendo a inevitável ponte para as outras séries do universo Marvel / Netflix.
"Luke Cage" é uma série ousada, importante e significativa, porém tem um ritmo muito maçante e um conteúdo limitado demais para compensar suas quase 13 horas de duração.
Com uma narrativa temporal extremamente inteligente (trabalhando muito bem o paralelo entre ações passadas e consequências presentes); uma cinematografia que consegue expressar toda a atmosfera da história (sempre trabalhando com paletas acinzentadas que ganham cor apenas nos poucos momentos de harmonia entre os personagens) e um roteiro denso e cheio de monólogos existenciais que conseguem causar reflexão sem parecer pedantes, "True Detective" é um thriller profundo, sombrio e significativo, que imprime forte apelo dramático e proporciona pontuais momentos de humor, muito graças ao excepcional trabalho de Matthew McConaughey e Woody Harrelson.
Obs: as personagens femininas da série são subutilizadas, apenas variam entre a novinha safada e
"Stranger Things" é um mix de tudo de bom que a cultura pop oferecia nos anos 80, tanto no cinema como na televisão. Com uma ambientalização muito evocativa que sempre remete a ícones da ficção científica e horror (Alien, E.T, Goonies, Twin Peaks, Arquivos X...) e uma história que bebe na fonte de diversos mestres do gênero como David Lynch e Stephen King, a série consegue compensar sua falta de originalidade balanceando muito bem todos os seus subgêneros, sabendo o momento certo de ser uma comédia, uma ficção científica e em vários momentos uma boa história de terror que consegue explorar dramas pessoais regularmente durante os episódios.
O elenco é excelente, David Harbour (Xerife Hopper) e Winona Ryder (Joyce Byers) oferecem a solidez dramática necessária para dar seriedade à trama, enquanto os excelentes personagens mirins (destaque para Millie Bobby Brown e Gaten Matarazzo) trazem a comédia, a aventura e a inocência que fazem da série uma história de horror bem dark, porém ao mesmo tempo, extremamente divertida.
Apesar de ter apenas 8 episódios, a série perde energia no seu desenrolar levando tempo demais para relevar algumas respostas óbvias e perde tempo desenvolvendo sub plots e personagens que não tem nenhuma relevância para a história central. Se todo o arco envolvendo Nancy querendo se entrosar com os playboys da escola e criando uma espécie de triângulo amoroso posteriormente fosse retirado da história, nada de importante seria perdido.
O novo sucesso da Netflix não é original nem inovador, mas tem um excelente elenco, uma irresistível atmosfera de nostalgia e um roteiro que sabe quando assustar e quando fazer rir.
O quarto ano de "Arrow" (que já foi uma série legal) tem simplesmente um dos piores roteiros que eu já vi na vida. Com personagens mal escritos (todos, sem exceção), um tom místico enfadonho e que traz consigo um CGI podre, arcos repetitivos e melodramáticos, diálogos genéricos e cenas de ação que parecem ter sido filmadas aqui na esquina de casa. Alguns momentos de Felicity, Curtis e Donna são engraçadinhos, mas também é só.
Esta talvez tenha sido minha última chance para a série, infelizmente.
O segundo ano de "The Flash" continua trabalhando muito bem com as infinitas possibilidades do multiverso e das viagens no tempo, com personagens carismáticos (Barry, Cisco, Joe e Wells) e com o vilão mais ameaçador de todas as séries do universo DC (Zoom). Infelizmente, o show sente a regular necessidade de investir em relacionamentos desinteressantes (Barry e Iris / Caitlin e Jay / Joe e Wally) e personagens chatos (Iris, Wally), utilizando um repetitivo pep talk (terapia de família) todo santo episódio. Para um show extenso e sem o mesmo orçamento de séries da HBO e filmes blockbuster, os efeitos visuais seguem bem satisfatórios.
A season finale é empolgante, com um tom bem balanceado e uma conclusão coerente com o restante da série. A última cena abre mais um infinito universo de possibilidades que devem render praticamente um reboot para o show.
A série pega personagens secundários de "Arrow" e "The Flash" e os traz para uma história de ideal promissor, conceitos visuais interessantes, ambientações de época razoáveis e diálogos que de vez em quando oferecem algum entretenimento.
Infelizmente, o show sofre justamente pelo fato de ser protagonizada por vários personagens secundários que não tem o carisma e/ou background suficiente para levar a furada história de viagem no tempo para frente. Rip Hunter (Arthur Davill), que no papel é o líder da equipe, é um personagem muito duvidoso, que parece não ter a mínima ideia do que está fazendo e que em inúmeras oportunidades toma decisões questionáveis que sempre colocam os membros da equipe em risco. Na falta de um grande líder, a série frequentemente procura dividir o time em mini-equipes, o que impede que As Lendas do Amanhã interajam nas grandes cenas de ação, eles dificilmente estão juntos nos confrontos, o que esvazia o balde de pipoca quase que pela metade.
Mesmo dividindo o time em mini-equipes e abrindo espaço para o desenvolvimento de histórias individuais, a série sofre muito para ganhar credibilidade devido à qualidade ruim de muitos de seus personagens. Carter (Gavião Negro) e Kendra (Mulher Gavião) são melancólicos e enfadonhos (tirando o visual brega), não funcionam juntos, muito menos individualmente... aliás, não havia pior ideia do que colocar o engraçadinho Ray (Átomo) dentro dessa cósmica melancolia amorosa; Jackson parece um adolescente atuando na Malhação do futuro, tem momentos razoáveis quando está junto do classudo e diplomático Professor Stein; Sara Lance (Canário Branco) tem princípios morais sólidos e arcos dramáticos palpáveis, é a que chega mais perto de uma possível liderança moral dentro da equipe; Snart e Rory, os clássicos anti-heróis do grupo, são os únicos que experienciam certo desenvolvimento de personagem dentro da história, passando por suas interessantes histórias de origem e indo até plausíveis debates morais sobre a natureza criminal de ambos. Vandal Savage é poderoso e razoavelmente persuasivo, mas na maioria do tempo se resume a um vilão cartunesco e superficial.
O show não é um completo desastre, há bons momentos nas cenas de ação, o revezamento das mini-equipes dentro da equipe é inteligente, os diálogos fazem divertidas referências à cultura pop de algumas décadas do século XX e talvez os melhores momentos da série são quando há qualquer tipo de menção ao universo do Arqueiro Verde e do Velocista Escarlate.
"Legends of Tomorrow" é uma aposta corajosa, que segue com um ideal promissor e um vasto universo a ser explorado, porém sua qualidade depende muito da evolução de seus personagens, da construção de um roteiro mais objetivo e de alguém forte o suficiente pra puxar essa carroça.
Depois de uma 3ª temporada cheia de subplots irrelevantes para o desenvolvimento do único arco que realmente importa (Norma/Norman), a 4ª temporada foca no que a série tem de melhor, todos os momentos em que Vera Farmiga e/ou Freddie Highmore estão em cena, o engajamento é alto e o suspense é cada vez mais crescente. Pouco a pouco a série vai se interligando com o marcante filme de 1960, assumindo um tom muito mais grave e passando em todos os episódios a sensação de que algo grande está prestes a acontecer.
Nestor Carbonell (Romero) assume um papel importante, é o personagem-chave que muda a história de Norma e consequentemente a de Norman também. Mesmo que a série insista em investir no seu arco de xerife mafioso, o desenvolvimento de sua relação com Norma é o que realmente envolve o público e acaba por criar uma forte carisma em torno do personagem.
É a melhor temporada da série por investir e se aprofundar no que a série tem de melhor, deixando mais de lado os romances adolescentes e as tramas mafiosas de White Pine Bay. Destaque claro para Vera Farmiga e Freddie Highmore, juntos ou separados ambos são irresistivelmente envolventes.
5ª temporada deve ser uma versão estendida da obra-prima de Hitchcock
A primeira metade dessa segunda temporada é excelente, cenas de ação com aquela mesma pegada crua e real da primeira temporada, usando takes incrivelmente longos e coreografias superiores (destaque pra cena na prisão com o Justiceiro e no prédio com o Demolidor...); certa evolução moral dos personagens coadjuvantes (Karen e Foggy) e a introdução de novos personagens (Elektra e Justiceiro) que realmente adicionam peso a série, exploram os conflitos morais do que é ser um herói e até onde vai a boa vontade e os princípios do Demônio de Hell's Kitchen. Jon Bernthal e Elodie Yung incorporam o espírito do Justiceiro e da Elektra com estilo, carisma, presença e arcos relevantes... até certo ponto. Independente de qualquer coisa, são dois personagens ricos e que devem continuar a ser usados no universo da Marvel.
Depois de um começo muito forte, a série parece pisar no freio na segunda metade, o conflito moral entre Justiceiro e Demolidor é deixado de lado e os dois partem em jornadas completamente individuais, o que deixa tudo menos interessante; a participação de Elektra toma rumos duvidosos (com uma dose de romance ilógica e desnecessária no último episódio); as cenas de ação apesar de continuarem boas, perdem impacto por se passarem muito no escuro, deixando um ar genérico e um pouco preguiçoso. A onipresente sabedoria e espírito heroico de Karen Page que já incomodavam um pouco na primeira temporada passam a incomodar cada vez mais (sua relação com Frank Castle fica enfadonha em vários momentos) e a conflituosa relação entre Foggy e Murdock é encerrada de maneira abrupta, a ausência da relação entre os dois tira um pouco da leveza do show. Pra completar, Wilson Fisk protagoniza um dos episódios (muito bom, por sinal...) só pra deixar bem claro o tamanho do buraco que ele deixou na série.
Apesar de contar com bons antagonistas (antagonistas e vilões são duas coisas diferentes...), o roteiro sente a ausência de um grande vilão, The Hand é uma organização estilosa e com um background interessante, porém não tem face e nem um propósito claro, que não é esclarecido nem mesmo ao final da temporada... uma ponta solta com a função de engajar o público para os próximos trabalhos da Marvel/Netflix, mas que não é eficaz por não se mostrar tão interessante.
"Daredevil" segue com uma pegada muito forte, um estilo sólido e constante, com várias cenas e diálogos de forte impacto; uma direção de arte bem feita ao redor de Nova York, deixando o universo da série identificável; efeitos visuais que exploram muito bem as habilidades do Demolidor (o lance com o foque e desfoque relacionados a audição do Murdock continuam muito bons) e personagens que mesmo que tenham alguns problemas de desenvolvimento, tem forte empatia e um arco dramático no mínimo interessante.
Que venha uma terceira temporada com mais objetividade e um vilão de respeito!
A série tem uma protagonista muito forte, Jessica Jones é inteligente, corajosa, alcoólatra, traumatizada, arrogante, antissocial, mas acima de qualquer coisa, representa de maneira muito autêntica a mulher do século XXI, não precisando de nenhum homem para se sentir segura.
Nos primeiros episódios a série consegue estabelecer uma atmosfera diferente de qualquer coisa já vista na Marvel, apesar de se passar no mesmo universo do Demolidor, "Jessica Jones" é muito mais um noir moderno dramático-investigativo do que uma história de super-herói. E isso é muito bom para as séries da Marvel / Netflix, são diversas facetas para o mesmo universo.
Kryster Ritter se encaixa muito bem na personagem principal tendo uma performance consistente durante os 13 episódios e fazendo bom uso da humanidade de Jessica. David Tennant é um vilão com presença, humor, charme e bem argumentado até certo ponto da série.
Os problemas da série começam a se tornar incômodos mais ou menos depois do sexto episódio. O ritmo da série não é lento, é simplesmente muito parado, fica a clara sensação que a história não se desenvolve ao passar dos episódios, sendo a situação-problema a mesma do primeiro até o último episódio. O roteiro passa a preencher os episódios com subplots extremamente enfadonhas (como a relação entre Malcom e Len e as pílulas vermelhas de Simpson), os diálogos entre Jessica e Kilgrave se tornam repetitivos demais, a limitação expressiva de Mike Colter (Luke Cage) é desnecessariamente salientada e a série começa a sentir falta de um alívio cômico, tudo vai ficando pragmaticamente dramático. Com um roteiro sempre enchendo linguiça, as cenas de ação não conseguem compensar a falta de conteúdo, são genéricas, mal dirigidas, sem impacto ou nada de muito atrativo ou diferente.
Nos últimos episódios, a motivação de Kilgrave fica completamente incoerente, inconsistente com o que já havia sido trabalhado, Jessica imprimi uma irritante indecisão entre justiça e vingança e os personagens secundários ficam cada vez menos envolventes.
"Jessica Jones" é uma adição relevante ao universo da Marvel, consegue transmitir mensagens bem contemporâneas, trabalha o feminismo de maneira sutil e quebra alguns paradigmas dentro do gênero de super-heróis, porém não tem um estilo consistente, tem subplots jogadas no roteiro e uma clara falta de conteúdo durante os episódios. Talvez fosse mais interessante um filme de duas horas do que uma série de 13 episódios. Decepcionante? Depende do seu grau de expectativa.
Uma temporada final que fecha com perfeição uma das melhores séries de todos os tempos. Tudo se encaixa, todos os arcos se fecham e todos os personagens têm um desfecho condizente com o tom do show. É incrível observar todos os mínimos detalhes dos episódios, as cores, os figurinos, as tomadas, os ângulos da câmera, os flash forwards, tudo é detalhadamente perfeito. Walter White é um dos melhores personagens da história da televisão!
Essa terceira temporada adiciona personagens que não conseguem imprimir relevância, tem um roteiro extremamente inconsistente e um vilão que não é ruim, mas que decepciona em relação a Merlym e Deathstroke. A season teve seus altos momentos quando investiu no primário trio de personagens do show: Oliver, Felicity e Diggle e a "morte" de Oliver foi trabalhada da pior maneira possível, sendo o ponto mais brochante da temporada.
"The Flash" é definitivamente uma grata surpresa em meio a nova onda de séries de super-heróis. O show tem personagens carismáticos, efeitos especiais acima da média e uma abordagem extremamente convidativa.
Em seus primeiros episódios, a série trabalhava com aquele básico arroz-com-feijão: vilão da semana, uma dose de romance e aquele discurso motivacional que leva Flash a vencer seus traumas no final. Porém, quando os roteiristas partiram para uma ideia mais corajosa e arriscada foi que a série se tornou diferenciada. Introduzir viagem no tempo na série foi o que alavancou a série a outro nível, injetou adrenalina e uma imprevisibilidade muito maior no show.
Os personagens são todos bons: Barry é carismático, leve e consegue trabalhar bem com suas vulnerabilidades; Joe faz o tradicional paizão que consegue ser dedicado, sem ser chato; Harrison Wells é o personagem mais interessante do show tendo um desenvolvimento mind-blowing ao passar dos episódios; Cisco é o escape cômico que funciona muito bem, fazendo menções à cultura pop e sendo o fanboy que se identifica demais com o público da série. A grande ressalva em relação aos personagens vai para as mulheres, apesar de Caitlin chegar perto daquilo que precisamos e queremos ver em histórias de super-herói, Iris é chata, mimada, enfadonha e tem arcos dramáticos irrelevantes para o desenrolar da série. "The Flash" precisa ter sua Felicity Smoak!
A season finale teve tudo aquilo que uma emocionante season finale deve ter. Drama envolvente, cenas fortes, surpresinhas que funcionam e um final que deixa todo mundo louco pra ver a segunda temporada!
"The Flash" conseguiu se estabelecer como uma série com sua própria vertente, tem muito a evoluir, bastante material de qualidade pra trabalhar e um público fiel que não deve largar a série tão cedo.
Finalmente um trabalho da Marvel que não tem medo de chocar o público infanto-juvenil, "Daredevil" é uma produção para os reais fãs das HQ's do Demolidor.
A vibe adulta, violenta, urbana é estabelecida desde o inicio e funciona muito bem. Em nenhum momento a série oscila no tom com alguma piadinha teen ou alguma economia de sangue para agradar o público principiante em relação a super-heróis, fator bastante comum em todos os filmes da Marvel.
A fotografia é de alta qualidade, nas cenas em que Murdock mostra seus poderes sensitivos o trabalho entre foque e desfoque é perfeito. As cenas de ação e combate são secas e reais, quem assiste sente cada murro, cada pontapé e cada costela quebrada, independente do personagem que esteja em cena.
Além de toda qualidade na produção, o show tem aquilo que toda história necessita: um bom protagonista, um antagonista ameaçador e personagens secundários relevantes.
O Rei do Crime (Wilson Fisk) não é nenhum Coringa, mas aqui ele é humanizado de maneira surpreendente, se torna em alguns momentos até mesmo uma espécie de anti-herói, visto que ele se mostra tão humano e vulnerável quanto Murdock... este que também não deixa a desejar, é um herói estiloso, determinado e que consegue certo carisma por ter uma qualidade que não é muito usual no gênero: aguentar muita porrada! A única ressalva em relação aos dois é a falta de uma maior conexão, a conexão existe, mas é algo longe daquele inteligente princípio de que o herói e o vilão se odeiam, porém meio que necessitam um do outro para estarem em evidência.
Outro grande elogio que deve ser feito aos roteiristas é que em nenhum momento a série apela pra qualquer tipo de romance conveniente, o que é bem comum nas séries da DC (Arrow, The Flash...), existe o clima, mas isto é apenas uma das inúmeras peças do quebra-cabeça.
A primeira série da Marvel produzida pela Netflix cumpre tudo o que promete. É brutal, adulta, sangrenta, divertida, mafiosa, inteligente e que sabe explorar os dilemas morais de um super herói.
REVIEW - O FIM DE "24", A SÉRIE QUE NUNCA TERÁ UM FINAL FELIZ.
Pra quem me acompanha a um tempo razoável deve saber que "24" (ou "24 horas" no Brasil) é a minha série favorita de todos os tempos. Acompanho Jack Bauer desde os seus primórdios e desde sempre sou um fã consciente das limitações do formato do tv show. "24" estreou em 2001 (poucos meses após o épico 11/9) e teve um sucesso explosivo e imediato. A adrenalina, a urgência e Kiefer Sutherland carregaram a série por longas 8 temporadas e mesmo com a clara queda de qualidade após a 5ª temporada, a Fox surpreendentemente decidiu ressuscitar a série após um hiato de 4 anos.
"24: Live Another Day" foi o título escolhido e o número de episódios foi reduzido a 12, seguindo a tendência das grandes da séries da atualidade. Como sempre, uma nova parceira de Jack foi apresentada (Kate Morgan); alguns personagens muito queridos retornaram (Chloe, Audrey, Heller) e Jack retornou sem grandes mudanças, ainda com aquele olhar experiente, uma face desgastada, sem sorrisos, sempre sussurrando, consciente, bad-ass, gênio e disposto a morrer pela América. O diretor Howard Gordon conseguiu dar alguns toques mais modernos na mini-season, inserindo drones, tecnologia e o fato de a história agora se passar em Londres. Um pequeno upgrade para despistar o claro desgaste da trama.
Em seus 12 episódios, o show sentiu o peso de ter muito menos tempo pra trabalhar e em várias ocasiões a adrenalina foi claramente substituída pela pressa, tudo foi muito mais objetivo, o que corrige um erro característico da série (as sub-tramas desnecessárias), porém tira o peso de algumas cenas e diálogos. A urgência da trama foi frequente e constante como no auge da série, interessantes arcos dramáticos foram explorados (a doença de Heller, a injustiça com Kate...) e apesar de alguns tropeços e desfechos preguiçosos, o ritmo foi mantido razoavelmente bem, com uma tradicional bomba por episódio.
Em sua esperada season finale, "24: Live Another Day" foi essencialmente coerente com a marca e estilo da série. Sem finais felizes, sem facilidades para os mocinhos e nem um pingo de sorte para o super herói da América. O final da mini-season deixa um gosto amargo na boca dos fãs da série, mas o sentimento é que no fundo, todos nós já esperávamos por isso. É triste admitir, mas Jack Bauer não nasceu pra ser feliz, nasceu pra salvar a pátria, custe o que custar.
Teremos a 10ª temporada? Só o tempo dirá... por mais que seja difícil pensar em ideias novas após 9 temporadas, "24" é um fenômeno mundial que boa ou ruim, sempre vai ter público, sempre.
A série tem um humor completamente irresistível, as referências à cultura nerd são maravilhosas e os personagens são carismáticos, com destaque pro protagonista.
Apesar das performances fantásticas de Farmiga e Highmore, a temporada é inferior a primeira, com subtramas e personagens desnecessários. O suspense característico da série só foi retomado nos dois últimos episódios. De qualquer maneira, a série ainda tem crédito.
APÓS QUATRO ANOS, JACK BAUER SURPREENDE E MOSTRA QUE AINDA TEM MUITA LENHA PRA QUEIMAR!
Depois de três seasons notavelmente sem o melhor ritmo (6ª, 7ª e 8ª), "24 horas" volta sem nenhum elemento novo, porém com a mesma fórmula de sucesso que fez da série um enorme hit na primeira década dos anos 2000. Intensamente urgente, com um protagonista totalmente badass e uma trama extremamente instigante. Trama esta que agora se contextualiza nos tempos atuais, inserindo o cyberespaço como grande ameaça da vez.
"Live Another Day" é muito mais objetiva do que todas as outras temporadas do show, aquelas subtramas desnecessárias (Kim Bauer sendo sequestrada duas vezes em 24 horas...) não tem mais espaço, já que agora Jon Cassar tem apenas 12 episódios para trabalhar. Não se perde tempo tentando explicar o que Jack fez nos últimos 4 anos, são jogadas pequenas pistas e o resto fica pra imaginação dos fãs da série.
Todos os retornos são satisfatórios, Kiefer Sutherland volta e mostra que Jack Bauer é o definitivamente o personagem que resume sua carreira, é incrível como o ator britânico se sente a vontade no papel, como se a última temporada tivesse sido mês passado, o formato e a atmosfera do show é muito boa, mas não seria nada sem o seu protagonista; Kim Raver (Audrey Heller, mas conhecida como Audrey Raynes) e Willian Devane (Presidente Heller) voltam inserindo um interessante arco dramático, onde os dois se mostram bastante vulneráveis; Mary Lynn Rajskub (Chloe O'Brian) volta em visual totalmente diferente e incorpora bem o espírito calejado da personagem que parece ter passado por maus bocados enquanto Jack estava foragido.
Quanto aos novos personagens, como sempre tem a aquela agente polivente (Kate Morgan), o antipático, o diretor sem muita segurança e o persuasivo e suposto vilão na Casabranca, todos são razoavelmente bem apresentados e devem crescer com o passar dos episódios.
Em suma, o maior badass da tv americana voltou e promete cumprir tudo aquilo que os fãs esperam: adrenalina e... adrenalina!
True Detective (2ª Temporada)
3.6 772A segunda temporada de True Detective tem seus momentos, mas em geral, é uma grande decepção em termos de roteiro e desenvolvimento de personagens.
Luke Cage (1ª Temporada)
3.7 502A nova e ousada aposta da Marvel consegue criar um universo identificável e distinguível de outras séries do estúdio, trabalha muito bem com os aspectos culturais do Harlem e atribui certa personalidade ao local (bairro, mais especificamente) em que a história se passa, com direito à uma excelente trilha sonora que traz um mix de rap, jazz, hip hop e até mesmo música clássica, evocando constantemente a cultura afro-americana e estando em constante sincronia com o tom das cenas e diálogos. A série também faz um ótimo trabalho representativo, o elenco é quase completamente negro e as personagens femininas regulares (Misty, Mariah e Claire) ocupam papéis importantes e conseguem ter certa independência dentro da história, sem apelar pra romances ou convenientes situações de risco.
Infelizmente após os 3 primeiros episódios, as claras qualidades representativas da série perdem impacto e não conseguem compensar as diversas deficiências da produção. O roteiro é escasso em conteúdo e expositivo em diversos momentos; os vilões, mesmo imprimindo certo temor, não conseguem justificar suas ações, ainda que a série faça um enorme esforço em trabalhar a origem de tais; as cenas de ação são insossas, mal coreografadas e não conseguem em nenhum momento suprir a expectativa criada ao redor de um personagem do calibre de Luke Cage.
Mas o principal problema de "Luke Cage" é, sem dúvida alguma, o ritmo. Os 13 episódios parecem durar uma eternidade, a trama não tem apenas um desenvolvimento lento, ela simplesmente para de progredir em vários episódios, o que acaba evidenciando o conteúdo limitado e a falta de rodagem do elenco. Mike Colter tem uma presença razoável e certo carisma, porém, a longa duração do show acentua suas deficiências interpretativas e impede que Luke Cage seja um personagem que apresente algo diferente em termos de versatilidade de tom, o ator não consegue transitar entre drama e comédia com sutileza, falta expressividade. A presença de Rosario Dawson (Claire) traz um apoio artístico muito importante à série, a atriz é claramente a mais segura dentro do elenco, fazendo a inevitável ponte para as outras séries do universo Marvel / Netflix.
"Luke Cage" é uma série ousada, importante e significativa, porém tem um ritmo muito maçante e um conteúdo limitado demais para compensar suas quase 13 horas de duração.
True Detective (1ª Temporada)
4.7 1,6K Assista AgoraCom uma narrativa temporal extremamente inteligente (trabalhando muito bem o paralelo entre ações passadas e consequências presentes); uma cinematografia que consegue expressar toda a atmosfera da história (sempre trabalhando com paletas acinzentadas que ganham cor apenas nos poucos momentos de harmonia entre os personagens) e um roteiro denso e cheio de monólogos existenciais que conseguem causar reflexão sem parecer pedantes, "True Detective" é um thriller profundo, sombrio e significativo, que imprime forte apelo dramático e proporciona pontuais momentos de humor, muito graças ao excepcional trabalho de Matthew McConaughey e Woody Harrelson.
Obs: as personagens femininas da série são subutilizadas, apenas variam entre a novinha safada e
a convencional esposa traída.
Stranger Things (1ª Temporada)
4.5 2,7K Assista Agora"Stranger Things" é um mix de tudo de bom que a cultura pop oferecia nos anos 80, tanto no cinema como na televisão. Com uma ambientalização muito evocativa que sempre remete a ícones da ficção científica e horror (Alien, E.T, Goonies, Twin Peaks, Arquivos X...) e uma história que bebe na fonte de diversos mestres do gênero como David Lynch e Stephen King, a série consegue compensar sua falta de originalidade balanceando muito bem todos os seus subgêneros, sabendo o momento certo de ser uma comédia, uma ficção científica e em vários momentos uma boa história de terror que consegue explorar dramas pessoais regularmente durante os episódios.
O elenco é excelente, David Harbour (Xerife Hopper) e Winona Ryder (Joyce Byers) oferecem a solidez dramática necessária para dar seriedade à trama, enquanto os excelentes personagens mirins (destaque para Millie Bobby Brown e Gaten Matarazzo) trazem a comédia, a aventura e a inocência que fazem da série uma história de horror bem dark, porém ao mesmo tempo, extremamente divertida.
Apesar de ter apenas 8 episódios, a série perde energia no seu desenrolar levando tempo demais para relevar algumas respostas óbvias e perde tempo desenvolvendo sub plots e personagens que não tem nenhuma relevância para a história central. Se todo o arco envolvendo Nancy querendo se entrosar com os playboys da escola e criando uma espécie de triângulo amoroso posteriormente fosse retirado da história, nada de importante seria perdido.
O novo sucesso da Netflix não é original nem inovador, mas tem um excelente elenco, uma irresistível atmosfera de nostalgia e um roteiro que sabe quando assustar e quando fazer rir.
Arqueiro (4ª Temporada)
3.4 313 Assista AgoraO quarto ano de "Arrow" (que já foi uma série legal) tem simplesmente um dos piores roteiros que eu já vi na vida. Com personagens mal escritos (todos, sem exceção), um tom místico enfadonho e que traz consigo um CGI podre, arcos repetitivos e melodramáticos, diálogos genéricos e cenas de ação que parecem ter sido filmadas aqui na esquina de casa. Alguns momentos de Felicity, Curtis e Donna são engraçadinhos, mas também é só.
Esta talvez tenha sido minha última chance para a série, infelizmente.
The Flash (2ª Temporada)
4.1 375 Assista AgoraO segundo ano de "The Flash" continua trabalhando muito bem com as infinitas possibilidades do multiverso e das viagens no tempo, com personagens carismáticos (Barry, Cisco, Joe e Wells) e com o vilão mais ameaçador de todas as séries do universo DC (Zoom). Infelizmente, o show sente a regular necessidade de investir em relacionamentos desinteressantes (Barry e Iris / Caitlin e Jay / Joe e Wally) e personagens chatos (Iris, Wally), utilizando um repetitivo pep talk (terapia de família) todo santo episódio. Para um show extenso e sem o mesmo orçamento de séries da HBO e filmes blockbuster, os efeitos visuais seguem bem satisfatórios.
A season finale é empolgante, com um tom bem balanceado e uma conclusão coerente com o restante da série. A última cena abre mais um infinito universo de possibilidades que devem render praticamente um reboot para o show.
Lendas do Amanhã (1ª Temporada)
3.5 214 Assista AgoraA série pega personagens secundários de "Arrow" e "The Flash" e os traz para uma história de ideal promissor, conceitos visuais interessantes, ambientações de época razoáveis e diálogos que de vez em quando oferecem algum entretenimento.
Infelizmente, o show sofre justamente pelo fato de ser protagonizada por vários personagens secundários que não tem o carisma e/ou background suficiente para levar a furada história de viagem no tempo para frente. Rip Hunter (Arthur Davill), que no papel é o líder da equipe, é um personagem muito duvidoso, que parece não ter a mínima ideia do que está fazendo e que em inúmeras oportunidades toma decisões questionáveis que sempre colocam os membros da equipe em risco. Na falta de um grande líder, a série frequentemente procura dividir o time em mini-equipes, o que impede que As Lendas do Amanhã interajam nas grandes cenas de ação, eles dificilmente estão juntos nos confrontos, o que esvazia o balde de pipoca quase que pela metade.
Mesmo dividindo o time em mini-equipes e abrindo espaço para o desenvolvimento de histórias individuais, a série sofre muito para ganhar credibilidade devido à qualidade ruim de muitos de seus personagens. Carter (Gavião Negro) e Kendra (Mulher Gavião) são melancólicos e enfadonhos (tirando o visual brega), não funcionam juntos, muito menos individualmente... aliás, não havia pior ideia do que colocar o engraçadinho Ray (Átomo) dentro dessa cósmica melancolia amorosa; Jackson parece um adolescente atuando na Malhação do futuro, tem momentos razoáveis quando está junto do classudo e diplomático Professor Stein; Sara Lance (Canário Branco) tem princípios morais sólidos e arcos dramáticos palpáveis, é a que chega mais perto de uma possível liderança moral dentro da equipe; Snart e Rory, os clássicos anti-heróis do grupo, são os únicos que experienciam certo desenvolvimento de personagem dentro da história, passando por suas interessantes histórias de origem e indo até plausíveis debates morais sobre a natureza criminal de ambos. Vandal Savage é poderoso e razoavelmente persuasivo, mas na maioria do tempo se resume a um vilão cartunesco e superficial.
O show não é um completo desastre, há bons momentos nas cenas de ação, o revezamento das mini-equipes dentro da equipe é inteligente, os diálogos fazem divertidas referências à cultura pop de algumas décadas do século XX e talvez os melhores momentos da série são quando há qualquer tipo de menção ao universo do Arqueiro Verde e do Velocista Escarlate.
"Legends of Tomorrow" é uma aposta corajosa, que segue com um ideal promissor e um vasto universo a ser explorado, porém sua qualidade depende muito da evolução de seus personagens, da construção de um roteiro mais objetivo e de alguém forte o suficiente pra puxar essa carroça.
Bates Motel (4ª Temporada)
4.4 721Depois de uma 3ª temporada cheia de subplots irrelevantes para o desenvolvimento do único arco que realmente importa (Norma/Norman), a 4ª temporada foca no que a série tem de melhor, todos os momentos em que Vera Farmiga e/ou Freddie Highmore estão em cena, o engajamento é alto e o suspense é cada vez mais crescente. Pouco a pouco a série vai se interligando com o marcante filme de 1960, assumindo um tom muito mais grave e passando em todos os episódios a sensação de que algo grande está prestes a acontecer.
Nestor Carbonell (Romero) assume um papel importante, é o personagem-chave que muda a história de Norma e consequentemente a de Norman também. Mesmo que a série insista em investir no seu arco de xerife mafioso, o desenvolvimento de sua relação com Norma é o que realmente envolve o público e acaba por criar uma forte carisma em torno do personagem.
É a melhor temporada da série por investir e se aprofundar no que a série tem de melhor, deixando mais de lado os romances adolescentes e as tramas mafiosas de White Pine Bay. Destaque claro para Vera Farmiga e Freddie Highmore, juntos ou separados ambos são irresistivelmente envolventes.
5ª temporada deve ser uma versão estendida da obra-prima de Hitchcock
e com a morte de Norma, a série vai precisar da forte e memorável Marion Crane.
Demolidor (2ª Temporada)
4.3 967 Assista AgoraA primeira metade dessa segunda temporada é excelente, cenas de ação com aquela mesma pegada crua e real da primeira temporada, usando takes incrivelmente longos e coreografias superiores (destaque pra cena na prisão com o Justiceiro e no prédio com o Demolidor...); certa evolução moral dos personagens coadjuvantes (Karen e Foggy) e a introdução de novos personagens (Elektra e Justiceiro) que realmente adicionam peso a série, exploram os conflitos morais do que é ser um herói e até onde vai a boa vontade e os princípios do Demônio de Hell's Kitchen. Jon Bernthal e Elodie Yung incorporam o espírito do Justiceiro e da Elektra com estilo, carisma, presença e arcos relevantes... até certo ponto. Independente de qualquer coisa, são dois personagens ricos e que devem continuar a ser usados no universo da Marvel.
Depois de um começo muito forte, a série parece pisar no freio na segunda metade, o conflito moral entre Justiceiro e Demolidor é deixado de lado e os dois partem em jornadas completamente individuais, o que deixa tudo menos interessante; a participação de Elektra toma rumos duvidosos (com uma dose de romance ilógica e desnecessária no último episódio); as cenas de ação apesar de continuarem boas, perdem impacto por se passarem muito no escuro, deixando um ar genérico e um pouco preguiçoso. A onipresente sabedoria e espírito heroico de Karen Page que já incomodavam um pouco na primeira temporada passam a incomodar cada vez mais (sua relação com Frank Castle fica enfadonha em vários momentos) e a conflituosa relação entre Foggy e Murdock é encerrada de maneira abrupta, a ausência da relação entre os dois tira um pouco da leveza do show. Pra completar, Wilson Fisk protagoniza um dos episódios (muito bom, por sinal...) só pra deixar bem claro o tamanho do buraco que ele deixou na série.
Apesar de contar com bons antagonistas (antagonistas e vilões são duas coisas diferentes...), o roteiro sente a ausência de um grande vilão, The Hand é uma organização estilosa e com um background interessante, porém não tem face e nem um propósito claro, que não é esclarecido nem mesmo ao final da temporada... uma ponta solta com a função de engajar o público para os próximos trabalhos da Marvel/Netflix, mas que não é eficaz por não se mostrar tão interessante.
"Daredevil" segue com uma pegada muito forte, um estilo sólido e constante, com várias cenas e diálogos de forte impacto; uma direção de arte bem feita ao redor de Nova York, deixando o universo da série identificável; efeitos visuais que exploram muito bem as habilidades do Demolidor (o lance com o foque e desfoque relacionados a audição do Murdock continuam muito bons) e personagens que mesmo que tenham alguns problemas de desenvolvimento, tem forte empatia e um arco dramático no mínimo interessante.
Que venha uma terceira temporada com mais objetividade e um vilão de respeito!
Jessica Jones (1ª Temporada)
4.1 1,1K Assista AgoraA série tem uma protagonista muito forte, Jessica Jones é inteligente, corajosa, alcoólatra, traumatizada, arrogante, antissocial, mas acima de qualquer coisa, representa de maneira muito autêntica a mulher do século XXI, não precisando de nenhum homem para se sentir segura.
Nos primeiros episódios a série consegue estabelecer uma atmosfera diferente de qualquer coisa já vista na Marvel, apesar de se passar no mesmo universo do Demolidor, "Jessica Jones" é muito mais um noir moderno dramático-investigativo do que uma história de super-herói. E isso é muito bom para as séries da Marvel / Netflix, são diversas facetas para o mesmo universo.
Kryster Ritter se encaixa muito bem na personagem principal tendo uma performance consistente durante os 13 episódios e fazendo bom uso da humanidade de Jessica. David Tennant é um vilão com presença, humor, charme e bem argumentado até certo ponto da série.
Os problemas da série começam a se tornar incômodos mais ou menos depois do sexto episódio. O ritmo da série não é lento, é simplesmente muito parado, fica a clara sensação que a história não se desenvolve ao passar dos episódios, sendo a situação-problema a mesma do primeiro até o último episódio. O roteiro passa a preencher os episódios com subplots extremamente enfadonhas (como a relação entre Malcom e Len e as pílulas vermelhas de Simpson), os diálogos entre Jessica e Kilgrave se tornam repetitivos demais, a limitação expressiva de Mike Colter (Luke Cage) é desnecessariamente salientada e a série começa a sentir falta de um alívio cômico, tudo vai ficando pragmaticamente dramático. Com um roteiro sempre enchendo linguiça, as cenas de ação não conseguem compensar a falta de conteúdo, são genéricas, mal dirigidas, sem impacto ou nada de muito atrativo ou diferente.
Nos últimos episódios, a motivação de Kilgrave fica completamente incoerente, inconsistente com o que já havia sido trabalhado, Jessica imprimi uma irritante indecisão entre justiça e vingança e os personagens secundários ficam cada vez menos envolventes.
"Jessica Jones" é uma adição relevante ao universo da Marvel, consegue transmitir mensagens bem contemporâneas, trabalha o feminismo de maneira sutil e quebra alguns paradigmas dentro do gênero de super-heróis, porém não tem um estilo consistente, tem subplots jogadas no roteiro e uma clara falta de conteúdo durante os episódios. Talvez fosse mais interessante um filme de duas horas do que uma série de 13 episódios. Decepcionante? Depende do seu grau de expectativa.
Breaking Bad (5ª Temporada)
4.8 3,0K Assista AgoraUma temporada final que fecha com perfeição uma das melhores séries de todos os tempos. Tudo se encaixa, todos os arcos se fecham e todos os personagens têm um desfecho condizente com o tom do show. É incrível observar todos os mínimos detalhes dos episódios, as cores, os figurinos, as tomadas, os ângulos da câmera, os flash forwards, tudo é detalhadamente perfeito. Walter White é um dos melhores personagens da história da televisão!
Bates Motel (3ª Temporada)
4.3 607Apesar do contínuo e interessante desenvolvimento de Norma e Norman, a série continua investindo em subtramas chatas e irrelevantes.
Arqueiro (3ª Temporada)
3.7 563 Assista AgoraEssa terceira temporada adiciona personagens que não conseguem imprimir relevância, tem um roteiro extremamente inconsistente e um vilão que não é ruim, mas que decepciona em relação a Merlym e Deathstroke. A season teve seus altos momentos quando investiu no primário trio de personagens do show: Oliver, Felicity e Diggle e a "morte" de Oliver foi trabalhada da pior maneira possível, sendo o ponto mais brochante da temporada.
The Flash (1ª Temporada)
4.1 903 Assista Agora"The Flash" é definitivamente uma grata surpresa em meio a nova onda de séries de super-heróis. O show tem personagens carismáticos, efeitos especiais acima da média e uma abordagem extremamente convidativa.
Em seus primeiros episódios, a série trabalhava com aquele básico arroz-com-feijão: vilão da semana, uma dose de romance e aquele discurso motivacional que leva Flash a vencer seus traumas no final. Porém, quando os roteiristas partiram para uma ideia mais corajosa e arriscada foi que a série se tornou diferenciada. Introduzir viagem no tempo na série foi o que alavancou a série a outro nível, injetou adrenalina e uma imprevisibilidade muito maior no show.
Os personagens são todos bons: Barry é carismático, leve e consegue trabalhar bem com suas vulnerabilidades; Joe faz o tradicional paizão que consegue ser dedicado, sem ser chato; Harrison Wells é o personagem mais interessante do show tendo um desenvolvimento mind-blowing ao passar dos episódios; Cisco é o escape cômico que funciona muito bem, fazendo menções à cultura pop e sendo o fanboy que se identifica demais com o público da série. A grande ressalva em relação aos personagens vai para as mulheres, apesar de Caitlin chegar perto daquilo que precisamos e queremos ver em histórias de super-herói, Iris é chata, mimada, enfadonha e tem arcos dramáticos irrelevantes para o desenrolar da série. "The Flash" precisa ter sua Felicity Smoak!
A season finale teve tudo aquilo que uma emocionante season finale deve ter. Drama envolvente, cenas fortes, surpresinhas que funcionam e um final que deixa todo mundo louco pra ver a segunda temporada!
"The Flash" conseguiu se estabelecer como uma série com sua própria vertente, tem muito a evoluir, bastante material de qualidade pra trabalhar e um público fiel que não deve largar a série tão cedo.
Que venha mais!
Demolidor (1ª Temporada)
4.4 1,5K Assista AgoraFinalmente um trabalho da Marvel que não tem medo de chocar o público infanto-juvenil, "Daredevil" é uma produção para os reais fãs das HQ's do Demolidor.
A vibe adulta, violenta, urbana é estabelecida desde o inicio e funciona muito bem. Em nenhum momento a série oscila no tom com alguma piadinha teen ou alguma economia de sangue para agradar o público principiante em relação a super-heróis, fator bastante comum em todos os filmes da Marvel.
A fotografia é de alta qualidade, nas cenas em que Murdock mostra seus poderes sensitivos o trabalho entre foque e desfoque é perfeito. As cenas de ação e combate são secas e reais, quem assiste sente cada murro, cada pontapé e cada costela quebrada, independente do personagem que esteja em cena.
Além de toda qualidade na produção, o show tem aquilo que toda história necessita: um bom protagonista, um antagonista ameaçador e personagens secundários relevantes.
O Rei do Crime (Wilson Fisk) não é nenhum Coringa, mas aqui ele é humanizado de maneira surpreendente, se torna em alguns momentos até mesmo uma espécie de anti-herói, visto que ele se mostra tão humano e vulnerável quanto Murdock... este que também não deixa a desejar, é um herói estiloso, determinado e que consegue certo carisma por ter uma qualidade que não é muito usual no gênero: aguentar muita porrada! A única ressalva em relação aos dois é a falta de uma maior conexão, a conexão existe, mas é algo longe daquele inteligente princípio de que o herói e o vilão se odeiam, porém meio que necessitam um do outro para estarem em evidência.
Outro grande elogio que deve ser feito aos roteiristas é que em nenhum momento a série apela pra qualquer tipo de romance conveniente, o que é bem comum nas séries da DC (Arrow, The Flash...), existe o clima, mas isto é apenas uma das inúmeras peças do quebra-cabeça.
A primeira série da Marvel produzida pela Netflix cumpre tudo o que promete. É brutal, adulta, sangrenta, divertida, mafiosa, inteligente e que sabe explorar os dilemas morais de um super herói.
Breaking Bad (3ª Temporada)
4.6 838Season finale incrível!
24 Horas: Viva um Novo Dia
4.2 131REVIEW - O FIM DE "24", A SÉRIE QUE NUNCA TERÁ UM FINAL FELIZ.
Pra quem me acompanha a um tempo razoável deve saber que "24" (ou "24 horas" no Brasil) é a minha série favorita de todos os tempos. Acompanho Jack Bauer desde os seus primórdios e desde sempre sou um fã consciente das limitações do formato do tv show. "24" estreou em 2001 (poucos meses após o épico 11/9) e teve um sucesso explosivo e imediato. A adrenalina, a urgência e Kiefer Sutherland carregaram a série por longas 8 temporadas e mesmo com a clara queda de qualidade após a 5ª temporada, a Fox surpreendentemente decidiu ressuscitar a série após um hiato de 4 anos.
"24: Live Another Day" foi o título escolhido e o número de episódios foi reduzido a 12, seguindo a tendência das grandes da séries da atualidade. Como sempre, uma nova parceira de Jack foi apresentada (Kate Morgan); alguns personagens muito queridos retornaram (Chloe, Audrey, Heller) e Jack retornou sem grandes mudanças, ainda com aquele olhar experiente, uma face desgastada, sem sorrisos, sempre sussurrando, consciente, bad-ass, gênio e disposto a morrer pela América. O diretor Howard Gordon conseguiu dar alguns toques mais modernos na mini-season, inserindo drones, tecnologia e o fato de a história agora se passar em Londres. Um pequeno upgrade para despistar o claro desgaste da trama.
Em seus 12 episódios, o show sentiu o peso de ter muito menos tempo pra trabalhar e em várias ocasiões a adrenalina foi claramente substituída pela pressa, tudo foi muito mais objetivo, o que corrige um erro característico da série (as sub-tramas desnecessárias), porém tira o peso de algumas cenas e diálogos. A urgência da trama foi frequente e constante como no auge da série, interessantes arcos dramáticos foram explorados (a doença de Heller, a injustiça com Kate...) e apesar de alguns tropeços e desfechos preguiçosos, o ritmo foi mantido razoavelmente bem, com uma tradicional bomba por episódio.
Em sua esperada season finale, "24: Live Another Day" foi essencialmente coerente com a marca e estilo da série. Sem finais felizes, sem facilidades para os mocinhos e nem um pingo de sorte para o super herói da América. O final da mini-season deixa um gosto amargo na boca dos fãs da série, mas o sentimento é que no fundo, todos nós já esperávamos por isso. É triste admitir, mas Jack Bauer não nasceu pra ser feliz, nasceu pra salvar a pátria, custe o que custar.
Teremos a 10ª temporada? Só o tempo dirá... por mais que seja difícil pensar em ideias novas após 9 temporadas, "24" é um fenômeno mundial que boa ou ruim, sempre vai ter público, sempre.
Nota da season = 7.0
24 Horas: Viva um Novo Dia
4.2 1319x08 tenso ao extremo, aflição do inicio ao fim. Como no auge da série.
Big Bang: A Teoria (1ª Temporada)
4.4 774 Assista AgoraA série tem um humor completamente irresistível, as referências à cultura nerd são maravilhosas e os personagens são carismáticos, com destaque pro protagonista.
Breaking Bad (2ª Temporada)
4.5 774Season absurdamente boa! Os dilemas, os dramas, o desenvolvimento e a conexão entre os personagens é simplesmente perfeita.
Bates Motel (2ª Temporada)
4.2 645Apesar das performances fantásticas de Farmiga e Highmore, a temporada é inferior a primeira, com subtramas e personagens desnecessários. O suspense característico da série só foi retomado nos dois últimos episódios. De qualquer maneira, a série ainda tem crédito.
Arqueiro (2ª Temporada)
4.2 643 Assista AgoraSeason simplesmente fantástica! A season finale amarrou todas as pontas possíveis! E ser fã de Felicity é triste :(
24 Horas: Viva um Novo Dia
4.2 131APÓS QUATRO ANOS, JACK BAUER SURPREENDE E MOSTRA QUE AINDA TEM MUITA LENHA PRA QUEIMAR!
Depois de três seasons notavelmente sem o melhor ritmo (6ª, 7ª e 8ª), "24 horas" volta sem nenhum elemento novo, porém com a mesma fórmula de sucesso que fez da série um enorme hit na primeira década dos anos 2000. Intensamente urgente, com um protagonista totalmente badass e uma trama extremamente instigante. Trama esta que agora se contextualiza nos tempos atuais, inserindo o cyberespaço como grande ameaça da vez.
"Live Another Day" é muito mais objetiva do que todas as outras temporadas do show, aquelas subtramas desnecessárias (Kim Bauer sendo sequestrada duas vezes em 24 horas...) não tem mais espaço, já que agora Jon Cassar tem apenas 12 episódios para trabalhar. Não se perde tempo tentando explicar o que Jack fez nos últimos 4 anos, são jogadas pequenas pistas e o resto fica pra imaginação dos fãs da série.
Todos os retornos são satisfatórios, Kiefer Sutherland volta e mostra que Jack Bauer é o definitivamente o personagem que resume sua carreira, é incrível como o ator britânico se sente a vontade no papel, como se a última temporada tivesse sido mês passado, o formato e a atmosfera do show é muito boa, mas não seria nada sem o seu protagonista; Kim Raver (Audrey Heller, mas conhecida como Audrey Raynes) e Willian Devane (Presidente Heller) voltam inserindo um interessante arco dramático, onde os dois se mostram bastante vulneráveis; Mary Lynn Rajskub (Chloe O'Brian) volta em visual totalmente diferente e incorpora bem o espírito calejado da personagem que parece ter passado por maus bocados enquanto Jack estava foragido.
Quanto aos novos personagens, como sempre tem a aquela agente polivente (Kate Morgan), o antipático, o diretor sem muita segurança e o persuasivo e suposto vilão na Casabranca, todos são razoavelmente bem apresentados e devem crescer com o passar dos episódios.
Em suma, o maior badass da tv americana voltou e promete cumprir tudo aquilo que os fãs esperam: adrenalina e... adrenalina!
Arqueiro (2ª Temporada)
4.2 643 Assista AgoraHoly shit! Final desse 2x20 foi aterrorizador! A season finale dessa temporada vai ser histórica!