A química da Sabine com o Ezra, grandes amigos, quase irmãos, aaaanos sem ver a cara um do outro: tão interconectados como água e óleo.
Ray Stevenson, de longe com o personagem mais interessante da série, se foi e fica a pergunta do que farão.
Thrawn, o Gus Fring das estrelas, finalmente deu as caras para o público que não conhece Rebels e infelizmente não disse ao que veio. Se encostaram demais nos seus olhos vermelhos e esqueceram de elaborar a motivação e as ações do personagem, que tem seu assento garantido no panteão de Star Wars. Espero que o aproveitem melhor nas próximas produções.
A Disney precisa parar de intitular suas séries com o nome de um personagem de sucesso somente para dar o protagonismo para outro durante o desenrolar da história. Fizeram isso com Obi Wan, e Sabine é tão insossa quanto a mini Leia.
Frustrante, mas minha criança interior entrou em profundo êxtase vendo Anakin e Ahsoka novamente. A Disney poderia aproveitar sua magia em forma de CGI para criar uma série em live action sobre o Anakin durante as Guerras Clônicas. O ator tá aí, o público tá aí, a tecnologia de rejuvenescimento também e a receita para fazer dinheiro existe, só falta botarem a mão na massa.
E como vocês podem ver, não falei de Ahsoka na série que tem justamente seu nome. Apenas um reflexo do que acontece nos episódios. Rosario Dawson faz milagres na pele da personagem, mas Dave Filoni acaba se ocupando com outros assuntos ao invés de aprofundar o destino de sua filha.
Filoni é o verdadeiro herdeiro de George Lucas, o que significa que também herdou uma péssima característica: simplesmente não há planejamento a longo prazo do que fazer com o universo e seus personagens. Vai se tornando uma gororoba de linhas narrativas intermináveis de multidões de personagens que finalmente quando se encontram acabam não fedendo, nem cheirando. Afinal, nem seus criadores tão sabendo o que vai acontecer lá na frente, quanto menos eles.
Apesar das eventuais barriguinhas nos episódios finais, é uma AULA de como contar história.
Sobretudo, tendo tantos núcleos de personagens, diversos coadjuvantes e tramas paralelas que precisam se conectar à principal. Um elenco SOBERBO liderado por Colin Firth, Toni Collette, Michael Stuhlbarg e Juliette Binoche é garantia de uma montanha russa de emoções.
Não consigo nem pensar no trabalho hercúleo que foi pesquisar, entrevistar e reunir tanto material fonte, dramatizá-lo dando tempo, atenção e desenvolvimento para núcleos diversos e ainda manter a produção com estética e ritmo dinâmicos e inventivos, seja por planos e movimentos de câmera inesperados, como pela montagem sempre sucinta e direta, mas compassiva e intelectual, misturando em determinadas sequências diferentes momentos históricos em situações diversas, mas que figurativamente ou imageticamente conversam entre si — revelando o papel crucial de uma decupagem impecável.
E ao final, ainda nos mantemos curiosos, revoltados, inquiridores e insatisfeitos, mas impactados, arrasados, maravilhados e até mesmo extasiados. É uma tempestade de emoções, um furacão de suposições.
E, mesmo assim, ver a Kathleen morrer tantas vezes, de formas tão diferentes, é sempre doloroso, toda vez.
Assistia a essa série quando criança no intervalo entre um desenho e outro no Cartoon Network, porque era assim que essa animação era tratada — como um “intervalo”, um “comercial”. As cenas de batalha dentro do templo entre Anakin e a Asajj ficaram impressas na minha cabeça, nunca mais esqueci das emoções à flor da pele dos personagens batalhando e de como eu morria de medo dela.
Como alguém que já passou por situações semelhantes, me vi na pele da Gypsy, relembrando de todos meus traumas, de tudo ao que me submeteram, da sensação de impotência, de confusão, as dúvidas sobre mim mesmo e minhas capacidades, se sequer sou um indivíduo autônomo, e do medo, do paralisante e sufocante medo… acerca de tudo, de todos, de mim mesmo e do meu próprio corpo.
E… nossa, a morte da Dee Dee é completamente catártica.
Espero que a Gypsy consiga ter o amparo psiquiátrico, terapêutico, familiar e emocional que tanto merece quando sair da prisão. Somos tanto vítimas quanto algozes nessa vida.
Toda essa histeria coletiva, essa comoção injusticada, em torno do Eddie — a Barb 2.0 — enquanto a Max tá lá sendo tratada como a mosca da bosta do cavalo do dublê do ator que não participou do filme.
Impressionante como o subplot da Rússia não acrescentou EM NADA ao arco geral da temporada — serviu apenas pra tirar os “adultos” de perto do perigo central da trama e pra fazer a gente babar no corpo do David Harbour. Nhe.
Ainda tentando entender como a série conseguiu mudar de tom e atmosfera tão abruptamente após a morte da personagem da Juliette Lewis. Rapidamente todos se tornam paródias de si mesmos, as regras internas da sustentação narrativa mudam conforme a conveniência do roteiro e das inúmeras possibilidades abertas para os mistérios, razão de ser da cidade e de seus personagens, rumo da trama etc conseguiram escolher as mais estapafúrdias e simplórias.
Levanta muitas bolas sobre ideias e questões filosóficas, “de onde viemos e aonde vamos?”, “qual a melhor escolha moral para manter uma sociedade viva?”, “vale a pena matar um para salvar muitos?”, “o que é bom?”, “o que é moral?”, “é socialmente válido brincar de deus, especialmente depois de meus peões terem adquirido consciência?”, “o que são leis e como melhor reforçá-las/impô-las?”, “é correto matar?”, “é correto privar a liberdade?”, “o que é a liberdade frente um perigo maior?”, “é válido correr para a morte certa só para não ser um escravo dos ditames alheios?”, “vigiar e punir funciona?”, “qual a forma mais eficaz de propagar ideias e convencer um grande número de pessoas de que estou certo?”… perguntas que nos fazemos incessantemente desde o amanhecer da humanidade, que nos angustiam diariamente e serviram como um evidente propulsor temático para a presente obra, mas que foram chutadas para escanteio.
A premissa da série infelizmente faz se manter no campo das ideias ao em sua execução apenas entregar promessas vazias de nula resolução. E Wayward Pines, assim como o chip rastreador retirado da perna do Ethan, rapidamente desaparece em meio a confusão narrativa, abandona potenciais caminhos e termina por não ir a lugar nenhum.
Apesar de curtir os trabalhos do James Gunn, demorei um pouco pra entrar na vibe da série, mas depois que entrei não saí mais.
O plot geral me lembrou o filme dele do Esquadrão Suicida -- ameaça alienígena que controla as mentes dos humanos e os zumbifica --, mas implicar com isso seria supor que a trama do longa foi original, o que não é bem o caso.
É mais uma história de redenção em que o homem branco percebe que é bom e que seus pecados vêm de qualquer outro lugar que não ele mesmo; Rousseau brilha em Hollywood.
Gosto da exposição de esgoto a céu aberto que fizeram com neonazistas, racistas, xenofóbicos, misóginos e derivados -- americanos assumindo a podridão intrínseca às suas cultura e sociedade --, mas creio que faltou um pouquinho mais de compreensão ao Gunn em relação a como essas relações de poder se estruturam pra além da aposta no óbvio aspecto freudiano.
É uma produção eficiente, carismática e bem vinda aos dias de hoje, mas que dificilmente viverá o teste do tempo justamente por apostar no protagonismo da redenção do branquelo bem intencionado ao invés de ter dado destaque aos seus coloridos coadjuvantes -- que muita cor de fato têm, agora profundidade e personalidade nem tanto, servem apenas como avatares de diversidade cultural, sexual e de gênero. Pende pra mais um famoso "inglês ver" do que pra um real se debruçar sobre tais questões e confabular em cima disso.
Contudo, acredito no potencial do James Gunn de conseguir se aprofundar nesses aspectos em produções futuras, sem deixar de lado seu deboche, irreverência e inventividade pra tratar sobre obviedades.
Evidentemente o Sam Levinson não fazia ideia do que fazer com seus personagens depois da primeira temporada e além no núcleo Rue-Jules.
A maturidade e a segurança criativa dos episódios especiais foram completamente embora nessa segunda temporada, em alguns momentos quase chegando a fazer um retcon no desenvolvimento emocional da Rue.
Além dela, outros personagens que claramente sofreram em seus arcos narrativos foram o Nate e a Cassie, um por ter virado um análogo a vilão de novela -- puro caras e bocas -- e a outra por não ter razão suficiente para ter pagado de maluca a temporada inteira.
Rue, Nate e Cassie viraram paródias deles mesmos para que Cal e Lexi pudessem brilhar em notáveis e surpreendentes desenvolvimentos narrativos que exploram a sexualidade, o significado social e psicológico da família, a origem de todo mal, a síndrome de coadjuvante e o próprio processo criativo ao se escrever narrativas.
Isoladamente, é interessante que o núcleo criativo tenha decidido fazer experimentos com a fotografia e com a montagem, abandonando a vibe videoclipe e realidade exagerada da temporada anterior em favor do uso exaustivo de luzes quentes e um amarelo que parece impresso na química da película Kodak utilizada, em conjunto com uma montagem não linear que favorece muito mais a realidade interna/introspectiva dos personagens, indo e voltando em diversos acontecentos distintos, mas com temas ou motifs afins -- seguindo ao pé da letra a fala do pai da Rue sobre memórias existirem além do espaço-tempo.
Entretanto, eu não diria que tais experimentos estéticos foram de todo felizes, especialmente se levar em conta que o uso abusivo de cores da primeira temporada conversava a nível individual com as personagens, fazendo com que o espectro de cor representasse cada drama e trauma do nosso colorido elenco, variando a cada situação e se adequando a cada contexto.
Além disso, a imparável câmera que ficava em constante movimento, seja rodopiando pelo espaço cênico ou apenas se limitando a sutis dolly-ins, adicionava ao dinamismo do enredo e às histórias pessoais cada vez mais catastróficas.
Levando isso em conta, a insistência no uso de película para ressaltar ainda mais a noção de nostalgia e de época perdida em relação à juventude se mostra injustificada, já que a produção soube fazer isso inventivamente com o digital anteriormente.
Quanto à montagem: eu louvo o uso ainda mais exagerado e hiperbólico da não linearidade nessa temporada, especialmente nos episódios da peça de teatro, alternando entre memórias, escritos e ocorrências passadas e futuras, sem deixar muito claro onde começa e termina, apenas um instável fluxo de consciência.
É mais habitual ver essa técnica na literatura, como nos escritos de Dostoiévski, mas produções como True Detective mostram que um roteiro minuciosamente planejado com a montagem pode de forma excepcional botar a audiência dentro da corrente de memórias e falas dos personagens -- e é justamente aí que entra minha ressalva quanto a como isso foi feito em Euphoria.
Não me pareceu que teve o planejamento necessário para que os diferentes departamentos da série pudessem ter feito isso com precisão. A constante impressão que fica é que Sam Levinson foi salvo diversas vezes pela galera da pós produção, seja na colorimetria ou na montagem propriamente dita.
Já quanto ao roteiro, bem, Sam Levinson quis fazer isso sozinho. O criador da série teria muito proveito se se utilizasse de uma sala de roteiristas na terceira temporada, já que seus malabarismos visuais não estão mais surtindo seus efeitos entorpecedores.
Apesar do lenga lenga melodramático de draminhas do ensino médio, a série me ganhou com personagens engenhosos e sagazes e com aquela sequência caótica do contágio no refeitório.
Se já é difícil dirigir cenas de ação individuais, imagina a dor de cabeça que deve ser quando há dezenas de pessoas em quadro, coisas sendo jogadas, gente pulando e caindo, sangue pingando pra todo lado e todo mundo maquiado -- é um show da galera da direção e da continuidade.
Finalmente vemos uma obra explorando a origem do vírus, desde seu motivo até seu funcionamento genético -- não é o tipo de coisa que me faz falta em produções do gênero mas achei bem instigante essa escolha criativa.
Outro ponto alto é brincar com as probabilidades de infecção e trabalhar com assintomáticos e "híbridos": além de fazer um paralelo com os dias atuais, ainda dá uma piscadela para a trajetória da mitologia dos vampiros.
Mesmo com problemáticas acerca de como aborda o bullying e seus efeitos psicológicos e sociais e de personagens unidimensionais e desprovidos de arco narrativo, é admirável o trabalho hercúleo de acompanhar diversos núcleos de sobreviventes nas mais diversas classes hierárquicas da sociedade coreana e de não subestimar a inteligência dos protagonistas e, por consequência, de seu público.
Essa temporada é muito melhor do que tinha qualquer direito de ser. Infelizmente fica toda cagada quando chega o final. Seria muito mais empolgante terminar o último episódio com as expectativas de como seria o futuro da série com a Love assumindo o protagonismo como uma mãe solteira completamente despirocada e tendo que lidar com diversos traumas, mas optaram pela saída fácil de dar um MAIS UM reboot na vida amorosa do Joe. Espero que seu passado consiga alcançar seus passos.
Foi do nada a lugar nenhum. Continuamos sem saber o que raios este homem fez pra ser perseguido pelo governo americano e pra ter a esposa comendo na mão dele (convenhamos, o papo de migração aviária, algoritmos e mudanças climáticas é balela, né).
Por falar na esposa, ô personagem complexa. Mesmo sem desenvolvimento suficiente, fiquei fascinado pra entender por que uma mulher rica, culta, bem vivida e inteligente dessas se sujeita a essas situações mesmo incomodada e com cara de quem não tá gostando.
Uma das coisas que poderia ter movimentado a narrativa e alterado o núcleo familiar é a menina ter lido que na verdade foi sequestrada quando bebê, mas infelizmente não deu em absolutamente nada. A impressão que fica é que a série NECESSITA ir de ponto A para ponto B independente do que aconteça, mesmo que isso empobreça a história.
De qualquer forma, Justin Theroux como sempre convence qualquer um com sua cara de louco gostoso e olhos que exalam intensidade. Espero ver ele correndo de calça moletom na segunda temporada.
Obra prima em termos de condução artística, condensação de tantas pistas e testemunhas (é muita informação, gente!) e de, mesmo que a contra gosto, abrir suspeitas e brechas para ambos lados da história. Nunca deixa a vítima de lado em favor de enfocar no suspeito -- cumpre com a obrigação de nos apresentar Sophie em todas suas facetas.
Uma mãe, uma filha, uma irmã, uma esposa, uma amiga, uma sobrinha, uma prima, uma turista... mas, sobretudo, uma mulher complexa, uma artista, poeta, fascinada pelas artes e pela natureza, pela condição humana, pelo mórbido, pelo corpo. Antes de ser uma vítima, Sophie foi uma pessoa, e isso compreende tudo o que se pode concluir desta afirmação.
Muitas produções do tipo acabam esquecendo de que, antes de qualquer coisa, estão falando de alguém, uma pessoa, um ser humano com personalidade e traços afetivos e familiares.
Que nunca nos esquecemos ou ignoremos o fator humano em detrimento de glorificar ou espetacular o grotesco e o violento -- sob a pena de nos tornarmos um Ian Bailey da vida.
Succession (1ª Temporada)
4.2 262Game of Thrones de terno e gravata
Ahsoka (1ª Temporada)
4.0 138A química da Sabine com o Ezra, grandes amigos, quase irmãos, aaaanos sem ver a cara um do outro: tão interconectados como água e óleo.
Ray Stevenson, de longe com o personagem mais interessante da série, se foi e fica a pergunta do que farão.
Thrawn, o Gus Fring das estrelas, finalmente deu as caras para o público que não conhece Rebels e infelizmente não disse ao que veio. Se encostaram demais nos seus olhos vermelhos e esqueceram de elaborar a motivação e as ações do personagem, que tem seu assento garantido no panteão de Star Wars. Espero que o aproveitem melhor nas próximas produções.
A Disney precisa parar de intitular suas séries com o nome de um personagem de sucesso somente para dar o protagonismo para outro durante o desenrolar da história. Fizeram isso com Obi Wan, e Sabine é tão insossa quanto a mini Leia.
Frustrante, mas minha criança interior entrou em profundo êxtase vendo Anakin e Ahsoka novamente. A Disney poderia aproveitar sua magia em forma de CGI para criar uma série em live action sobre o Anakin durante as Guerras Clônicas. O ator tá aí, o público tá aí, a tecnologia de rejuvenescimento também e a receita para fazer dinheiro existe, só falta botarem a mão na massa.
E como vocês podem ver, não falei de Ahsoka na série que tem justamente seu nome. Apenas um reflexo do que acontece nos episódios. Rosario Dawson faz milagres na pele da personagem, mas Dave Filoni acaba se ocupando com outros assuntos ao invés de aprofundar o destino de sua filha.
Filoni é o verdadeiro herdeiro de George Lucas, o que significa que também herdou uma péssima característica: simplesmente não há planejamento a longo prazo do que fazer com o universo e seus personagens. Vai se tornando uma gororoba de linhas narrativas intermináveis de multidões de personagens que finalmente quando se encontram acabam não fedendo, nem cheirando. Afinal, nem seus criadores tão sabendo o que vai acontecer lá na frente, quanto menos eles.
Treta
4.1 310Eu NECESSITO de uma segunda temporada imediatamente!!!!!!!!!!11111
Better Call Saul (3ª Temporada)
4.4 313O epítome da TV americana.
A Escada
3.8 86Apesar das eventuais barriguinhas nos episódios finais, é uma AULA de como contar história.
Sobretudo, tendo tantos núcleos de personagens, diversos coadjuvantes e tramas paralelas que precisam se conectar à principal. Um elenco SOBERBO liderado por Colin Firth, Toni Collette, Michael Stuhlbarg e Juliette Binoche é garantia de uma montanha russa de emoções.
Não consigo nem pensar no trabalho hercúleo que foi pesquisar, entrevistar e reunir tanto material fonte, dramatizá-lo dando tempo, atenção e desenvolvimento para núcleos diversos e ainda manter a produção com estética e ritmo dinâmicos e inventivos, seja por planos e movimentos de câmera inesperados, como pela montagem sempre sucinta e direta, mas compassiva e intelectual, misturando em determinadas sequências diferentes momentos históricos em situações diversas, mas que figurativamente ou imageticamente conversam entre si — revelando o papel crucial de uma decupagem impecável.
E ao final, ainda nos mantemos curiosos, revoltados, inquiridores e insatisfeitos, mas impactados, arrasados, maravilhados e até mesmo extasiados. É uma tempestade de emoções, um furacão de suposições.
E, mesmo assim, ver a Kathleen morrer tantas vezes, de formas tão diferentes, é sempre doloroso, toda vez.
Aulas, simplesmente, aulas.
Star Wars: Guerras Clônicas (1ª Temporada)
4.0 26 Assista AgoraAssistia a essa série quando criança no intervalo entre um desenho e outro no Cartoon Network, porque era assim que essa animação era tratada — como um “intervalo”, um “comercial”. As cenas de batalha dentro do templo entre Anakin e a Asajj ficaram impressas na minha cabeça, nunca mais esqueci das emoções à flor da pele dos personagens batalhando e de como eu morria de medo dela.
Simplesmente: infância.
Voo 370: O Avião que Desapareceu
3.1 55Manual de como não fazer um documentário
1899 (1ª Temporada)
3.6 394Fraquinho… Não passa de Zack & Cody: Gêmeos a Bordo versão Dark.
Candy: Uma história de paixão e Crime
3.5 45A ficção nunca será tão absurda quanto a vida real.
The Act
4.3 392Como alguém que já passou por situações semelhantes, me vi na pele da Gypsy, relembrando de todos meus traumas, de tudo ao que me submeteram, da sensação de impotência, de confusão, as dúvidas sobre mim mesmo e minhas capacidades, se sequer sou um indivíduo autônomo, e do medo, do paralisante e sufocante medo… acerca de tudo, de todos, de mim mesmo e do meu próprio corpo.
E… nossa, a morte da Dee Dee é completamente catártica.
Espero que a Gypsy consiga ter o amparo psiquiátrico, terapêutico, familiar e emocional que tanto merece quando sair da prisão. Somos tanto vítimas quanto algozes nessa vida.
Prisioneiro da Madrugada
2.9 22Excelente no que promete, decepcionante no que cumpre.
Stranger Things (4ª Temporada)
4.2 1,0K Assista AgoraToda essa histeria coletiva, essa comoção injusticada, em torno do Eddie — a Barb 2.0 — enquanto a Max tá lá sendo tratada como a mosca da bosta do cavalo do dublê do ator que não participou do filme.
Impressionante como o subplot da Rússia não acrescentou EM NADA ao arco geral da temporada — serviu apenas pra tirar os “adultos” de perto do perigo central da trama e pra fazer a gente babar no corpo do David Harbour. Nhe.
Wayward Pines (1ª Temporada)
3.8 202Ainda tentando entender como a série conseguiu mudar de tom e atmosfera tão abruptamente após a morte da personagem da Juliette Lewis. Rapidamente todos se tornam paródias de si mesmos, as regras internas da sustentação narrativa mudam conforme a conveniência do roteiro e das inúmeras possibilidades abertas para os mistérios, razão de ser da cidade e de seus personagens, rumo da trama etc conseguiram escolher as mais estapafúrdias e simplórias.
Levanta muitas bolas sobre ideias e questões filosóficas, “de onde viemos e aonde vamos?”, “qual a melhor escolha moral para manter uma sociedade viva?”, “vale a pena matar um para salvar muitos?”, “o que é bom?”, “o que é moral?”, “é socialmente válido brincar de deus, especialmente depois de meus peões terem adquirido consciência?”, “o que são leis e como melhor reforçá-las/impô-las?”, “é correto matar?”, “é correto privar a liberdade?”, “o que é a liberdade frente um perigo maior?”, “é válido correr para a morte certa só para não ser um escravo dos ditames alheios?”, “vigiar e punir funciona?”, “qual a forma mais eficaz de propagar ideias e convencer um grande número de pessoas de que estou certo?”… perguntas que nos fazemos incessantemente desde o amanhecer da humanidade, que nos angustiam diariamente e serviram como um evidente propulsor temático para a presente obra, mas que foram chutadas para escanteio.
A premissa da série infelizmente faz se manter no campo das ideias ao em sua execução apenas entregar promessas vazias de nula resolução. E Wayward Pines, assim como o chip rastreador retirado da perna do Ethan, rapidamente desaparece em meio a confusão narrativa, abandona potenciais caminhos e termina por não ir a lugar nenhum.
O Livro de Boba Fett (1ª Temporada)
3.5 206Quando o ponto mais fraco de uma série é o personagem que dá título a ela.
Pacificador (1ª Temporada)
4.2 339Apesar de curtir os trabalhos do James Gunn, demorei um pouco pra entrar na vibe da série, mas depois que entrei não saí mais.
O plot geral me lembrou o filme dele do Esquadrão Suicida -- ameaça alienígena que controla as mentes dos humanos e os zumbifica --, mas implicar com isso seria supor que a trama do longa foi original, o que não é bem o caso.
É mais uma história de redenção em que o homem branco percebe que é bom e que seus pecados vêm de qualquer outro lugar que não ele mesmo; Rousseau brilha em Hollywood.
Gosto da exposição de esgoto a céu aberto que fizeram com neonazistas, racistas, xenofóbicos, misóginos e derivados -- americanos assumindo a podridão intrínseca às suas cultura e sociedade --, mas creio que faltou um pouquinho mais de compreensão ao Gunn em relação a como essas relações de poder se estruturam pra além da aposta no óbvio aspecto freudiano.
É uma produção eficiente, carismática e bem vinda aos dias de hoje, mas que dificilmente viverá o teste do tempo justamente por apostar no protagonismo da redenção do branquelo bem intencionado ao invés de ter dado destaque aos seus coloridos coadjuvantes -- que muita cor de fato têm, agora profundidade e personalidade nem tanto, servem apenas como avatares de diversidade cultural, sexual e de gênero. Pende pra mais um famoso "inglês ver" do que pra um real se debruçar sobre tais questões e confabular em cima disso.
Contudo, acredito no potencial do James Gunn de conseguir se aprofundar nesses aspectos em produções futuras, sem deixar de lado seu deboche, irreverência e inventividade pra tratar sobre obviedades.
Euphoria (2ª Temporada)
4.0 540Evidentemente o Sam Levinson não fazia ideia do que fazer com seus personagens depois da primeira temporada e além no núcleo Rue-Jules.
A maturidade e a segurança criativa dos episódios especiais foram completamente embora nessa segunda temporada, em alguns momentos quase chegando a fazer um retcon no desenvolvimento emocional da Rue.
Além dela, outros personagens que claramente sofreram em seus arcos narrativos foram o Nate e a Cassie, um por ter virado um análogo a vilão de novela -- puro caras e bocas -- e a outra por não ter razão suficiente para ter pagado de maluca a temporada inteira.
Rue, Nate e Cassie viraram paródias deles mesmos para que Cal e Lexi pudessem brilhar em notáveis e surpreendentes desenvolvimentos narrativos que exploram a sexualidade, o significado social e psicológico da família, a origem de todo mal, a síndrome de coadjuvante e o próprio processo criativo ao se escrever narrativas.
Isoladamente, é interessante que o núcleo criativo tenha decidido fazer experimentos com a fotografia e com a montagem, abandonando a vibe videoclipe e realidade exagerada da temporada anterior em favor do uso exaustivo de luzes quentes e um amarelo que parece impresso na química da película Kodak utilizada, em conjunto com uma montagem não linear que favorece muito mais a realidade interna/introspectiva dos personagens, indo e voltando em diversos acontecentos distintos, mas com temas ou motifs afins -- seguindo ao pé da letra a fala do pai da Rue sobre memórias existirem além do espaço-tempo.
Entretanto, eu não diria que tais experimentos estéticos foram de todo felizes, especialmente se levar em conta que o uso abusivo de cores da primeira temporada conversava a nível individual com as personagens, fazendo com que o espectro de cor representasse cada drama e trauma do nosso colorido elenco, variando a cada situação e se adequando a cada contexto.
Além disso, a imparável câmera que ficava em constante movimento, seja rodopiando pelo espaço cênico ou apenas se limitando a sutis dolly-ins, adicionava ao dinamismo do enredo e às histórias pessoais cada vez mais catastróficas.
Levando isso em conta, a insistência no uso de película para ressaltar ainda mais a noção de nostalgia e de época perdida em relação à juventude se mostra injustificada, já que a produção soube fazer isso inventivamente com o digital anteriormente.
Quanto à montagem: eu louvo o uso ainda mais exagerado e hiperbólico da não linearidade nessa temporada, especialmente nos episódios da peça de teatro, alternando entre memórias, escritos e ocorrências passadas e futuras, sem deixar muito claro onde começa e termina, apenas um instável fluxo de consciência.
É mais habitual ver essa técnica na literatura, como nos escritos de Dostoiévski, mas produções como True Detective mostram que um roteiro minuciosamente planejado com a montagem pode de forma excepcional botar a audiência dentro da corrente de memórias e falas dos personagens -- e é justamente aí que entra minha ressalva quanto a como isso foi feito em Euphoria.
Não me pareceu que teve o planejamento necessário para que os diferentes departamentos da série pudessem ter feito isso com precisão. A constante impressão que fica é que Sam Levinson foi salvo diversas vezes pela galera da pós produção, seja na colorimetria ou na montagem propriamente dita.
Já quanto ao roteiro, bem, Sam Levinson quis fazer isso sozinho. O criador da série teria muito proveito se se utilizasse de uma sala de roteiristas na terceira temporada, já que seus malabarismos visuais não estão mais surtindo seus efeitos entorpecedores.
All Of Us Are Dead (1ª Temporada)
3.7 288Apesar do lenga lenga melodramático de draminhas do ensino médio, a série me ganhou com personagens engenhosos e sagazes e com aquela sequência caótica do contágio no refeitório.
Se já é difícil dirigir cenas de ação individuais, imagina a dor de cabeça que deve ser quando há dezenas de pessoas em quadro, coisas sendo jogadas, gente pulando e caindo, sangue pingando pra todo lado e todo mundo maquiado -- é um show da galera da direção e da continuidade.
Finalmente vemos uma obra explorando a origem do vírus, desde seu motivo até seu funcionamento genético -- não é o tipo de coisa que me faz falta em produções do gênero mas achei bem instigante essa escolha criativa.
Outro ponto alto é brincar com as probabilidades de infecção e trabalhar com assintomáticos e "híbridos": além de fazer um paralelo com os dias atuais, ainda dá uma piscadela para a trajetória da mitologia dos vampiros.
Mesmo com problemáticas acerca de como aborda o bullying e seus efeitos psicológicos e sociais e de personagens unidimensionais e desprovidos de arco narrativo, é admirável o trabalho hercúleo de acompanhar diversos núcleos de sobreviventes nas mais diversas classes hierárquicas da sociedade coreana e de não subestimar a inteligência dos protagonistas e, por consequência, de seu público.
Missa da Meia-Noite
3.9 730Finalmente o Mike Flanagan descobriu que existem cores quentes, luz dura e iluminação natural pra sua fotografia
Você (3ª Temporada)
3.5 361Essa temporada é muito melhor do que tinha qualquer direito de ser. Infelizmente fica toda cagada quando chega o final. Seria muito mais empolgante terminar o último episódio com as expectativas de como seria o futuro da série com a Love assumindo o protagonismo como uma mãe solteira completamente despirocada e tendo que lidar com diversos traumas, mas optaram pela saída fácil de dar um MAIS UM reboot na vida amorosa do Joe. Espero que seu passado consiga alcançar seus passos.
A Costa do Mosquito (1ª Temporada)
3.4 15Foi do nada a lugar nenhum. Continuamos sem saber o que raios este homem fez pra ser perseguido pelo governo americano e pra ter a esposa comendo na mão dele (convenhamos, o papo de migração aviária, algoritmos e mudanças climáticas é balela, né).
Por falar na esposa, ô personagem complexa. Mesmo sem desenvolvimento suficiente, fiquei fascinado pra entender por que uma mulher rica, culta, bem vivida e inteligente dessas se sujeita a essas situações mesmo incomodada e com cara de quem não tá gostando.
Uma das coisas que poderia ter movimentado a narrativa e alterado o núcleo familiar é a menina ter lido que na verdade foi sequestrada quando bebê, mas infelizmente não deu em absolutamente nada. A impressão que fica é que a série NECESSITA ir de ponto A para ponto B independente do que aconteça, mesmo que isso empobreça a história.
De qualquer forma, Justin Theroux como sempre convence qualquer um com sua cara de louco gostoso e olhos que exalam intensidade. Espero ver ele correndo de calça moletom na segunda temporada.
Elize Matsunaga: Era Uma Vez um Crime
3.4 386Humano. Terrivelmente humano.
Sophie: Assassinato em West Cork
3.4 24Obra prima em termos de condução artística, condensação de tantas pistas e testemunhas (é muita informação, gente!) e de, mesmo que a contra gosto, abrir suspeitas e brechas para ambos lados da história. Nunca deixa a vítima de lado em favor de enfocar no suspeito -- cumpre com a obrigação de nos apresentar Sophie em todas suas facetas.
Uma mãe, uma filha, uma irmã, uma esposa, uma amiga, uma sobrinha, uma prima, uma turista... mas, sobretudo, uma mulher complexa, uma artista, poeta, fascinada pelas artes e pela natureza, pela condição humana, pelo mórbido, pelo corpo. Antes de ser uma vítima, Sophie foi uma pessoa, e isso compreende tudo o que se pode concluir desta afirmação.
Muitas produções do tipo acabam esquecendo de que, antes de qualquer coisa, estão falando de alguém, uma pessoa, um ser humano com personalidade e traços afetivos e familiares.
Que nunca nos esquecemos ou ignoremos o fator humano em detrimento de glorificar ou espetacular o grotesco e o violento -- sob a pena de nos tornarmos um Ian Bailey da vida.
Arlequina (2ª Temporada)
4.4 42OBRA PRIMA
Arlequina (1ª Temporada)
4.4 68Que porra de série caótica do caralho. Eu AMO!!!