Há algum tempo eu já cogitava assistir "You Won't Be Alone" (2022) (desde o lançamento de seu trailer, na verdade) mas apenas recentemente tive a oportunidade de conferi-lo.
A habilidade que a jovem bruxa possui relembrou-me, em certa medida, a capacidade dos "troca-peles", da saga literária martiniana "As Crônicas de Gelo e Fogo", de "possuir" o corpo de outro ser vivo, sejam animais ou - mais dificilmente - seres humanos. Ainda recém-nascida, Nevena, a protagonista, recebe uma maldição de uma velha bruxa conhecida pela alcunha de "Devoradora de Lobos": está condenada a também ser uma bruxa, durante toda a sua vida. E como característica elementar de sua nova condição, Nevena será capaz de "possuir" os corpos de outros indivíduos, especialmente pessoas. Porém, tal habilidade, longe de ser objeto de mero divertimento, em verdade, é uma tentativa da jovem para compreender o complexo significado do que é ser humano.
Confesso: acompanhar a experiências da protagonista, em suas múltiplas vivências, mostrou-se muitíssimo interessante. As suas novas identidades são como janelas pelas quais a jovem (e nós), vemos os elementos do mundo ganharem novas significações; os habituais dramas humanos, bem como o turbilhão de emoções que deles provém adquirem outras dimensões, uma vez que tudo ali é um processo de aprendizado para a protagonista
(a subtrama da relação amorosa que Nevena constrói com seu parceiro emocionou-me bastante, por exemplo)
. O diálogo interno que é construído de forma progressiva, mas eficiente, também foi um excelente acerto. Porém, apesar de considerar muito criativa tal abordagem do diretor e roteirista Goran Stolevski, penso que poderia ser melhor explorada,
como as vivências de Nevena sob a pele de outras pessoas.
A atuação de certas pessoas atoras também foi mediana, e a escolha de Anamaria Marinca como a principal antagonista foi um pouco frustrante; seu papel infelizmente não conquistou-me. No entanto, Noomi Rapace e Alice Englert, em especial, foram incríveis em seus pápeis: as suas habilidades de expressarem-se tão somente por gestos lembrou-me da era silenciosa do cinema, em que tal modo de atuação era essencial para cativar a empatia do público.
Por fim, deixo aqui a minha recomendação de "You Won't Be Alone": se você gosta de histórias que exploram a natureza humana, conduzidas com sobriedade, mas com um toque de fantasia, essa produção será uma ótima escolha.
A ambientação teatral que rememora o cinema expressionista alemão, o conteúdo lírico, o canto sereno de Anne Nurmi em harmonia ímpar com os timbres enebriantes de guitarra e do acordeão de Tilo Wolff... sublime!
A trama de Manhandled (1924), comédia dramática estadunidense da era silenciosa, à um primeiro contato, pode iludir-nos. Ora, um casal de jovens de classe média-baixa, que se apercebe dissaboroso com a situação financeira em que se encontra, e cujas partes decidem, cada qual à sua maneira, conquistar uma condição de vida mais abastada para ambos - certamente, já vimos ao menos uma história similar a essa.
No entanto, o enredo desta produção oculta problemáticas mais complexas, especialmente no que toca à comportamentos machistas tão naturalizados na sociedade.
Tessie McGuire, a protagonista do longa, é uma mulher independente, no sentido de que aspira conseguir uma vida de opulência mediante os esforços de seu próprio trabalho; seu namorado, Jim, também deseja tal resultado, mas, de modo oposto, deposita a sua confiança numa invenção mecânica que ele está a desenvolver; há alguns homens que, em suas propostas de emprego para Tessie, demonstram apenas uma pretensão sexual para com a jovem (e acabam despertando desconfianças por parte de Jim, as quais recaem sobre Tessie); e, por fim, vê-se que até uma "amiga" de Tessie, visando ajudá-la, lhe recomenda que esta aja de forma a atrair a atenção daqueles abonados homens para lograr regalias
Bem, fica claro que certos personagens masculinos, principalmente aqueles libertinos, persistem em suprimir o corpo, o espaço e as decisões de Tessie, e para isso utilizam-se de diferentes artifícios. Apesar de tudo, Tessie sempre busca resistir - seu devotado amor ao seu amado é maior do que uma conquista fácil à riqueza material.
Outrossim, Tessie sofre - sofre com os constantes assédios a que está submetida, sofre com as infundadas suspeitas de seu namorado de que ela estaria cometendo adultério (ressalto aqui a cena na qual Jim culpabiliza Tessie de adúltera, ao comentar de sua vestimenta, sendo que aquela, na verdade, tinha sido vítima de violência sexual)... enfim, sofre, entre outros, com a discriminação de gênero alimentada pela sociedade patriarcal em que (sobre)vive
.
Em tempo, gostaria de comentar outros aspectos da produção do diretor canadense Allan Dwan. Quanto às atuações, meu destaque vai para Gloria Swanson. A performance da diva é ímpar: a naturalidade com que encena, a sutileza de suas expressões corporais e faciais, combinada com a sua estonteante beleza, fascinaram-me deveras. Antes da sessão, eu já havia assistido outro filme com a atriz - "Sunset Boulevard" (1950), de Billy Wilder - inclusive, recomendo-o fortemente, pois o considero uma das obras-primas cinquentistas -, e já havia me deleitado com a sua interpretação. Mas com "Manhandled", Gloria Swanson conquistou-me de vez. Ademais, Tom Moore estava ótimo como Jimmy,
confesso que fiquei surpreso! O cunho melodramático que permeia a película culmina num final alentador, ante o infeliz e crescente cenário opressor que persiste no século XXI
Confesso que, ao iniciar a sessão de "The Rainmaker", eu subestimara a película. A atuação de Lancaster me parecera um tanto caricata demais, Hepburn não estava em um de seus melhores momentos... mas o enredo despretencioso foi conquistando-me aos poucos, e logo me apercebi imerso naquele universo cinquentista com ares de velho-oeste.
Assim sendo, pude assimilar, na simplicidade do roteiro, as interessantes metáforas contidas nas entrelinhas. Bill Starbuck - que se revelou para mim a verdadeira estrela do show -, que, em sua vivência errante, estava sempre à procura de sua satisfação material, não obstante ansiava por algo que o fizesse sentir-se especial: a esperança dele próprio fazer chover sobre aquela terra castigada pela seca.
Entretanto, penso que a verdadeira missão de Starbuck - e que talvez ele nem se dera conta - em suas andanças era a de ir em auxílio às pessoas, atuando como uma espécie de conselheiro, fabricando, assim, mudanças positivas na vida de pessoas com quem ele encontrava. O exemplo inicial é a alegria que ele despertou na vida daquela criança no começo da história; e o mais notável é certamente a reconciliação familiar dos Curry e a autoconfiança que Lizzie e File passaram a cultivar, por influência precípua de Starbuck.
A abençoada chuva que finalmente sobreveio naquela terra árida, creio, representa mais que um fenômeno meteorológico; é um acalento para o coração dos habitantes, da modesta família Curry e, sobretudo, para Starbuck, que, cumprindo a sua missão de ajudar aquelas pessoas, enfim obteve uma dádiva dos céus, o que também simboliza a consumação de suas íntimas aspirações - embora não ocorrera da forma como ele almejava. De fato, Starbuck fez jus ao título da produção, pois fez chover alegria e esperança no seio daquelas vivências.
É assombroso como a película guarda alguns traços de identificação com o contexto da pandemia da COVID-19, especialmente quando esta se apresentava nos seus estágios iniciais (com enfoque, é claro, na realidade norte-americana): a preocupação da grande maioria das autoridades e dos profissionais da saúde (especialmente o Dr. Ben Wood, muito bem interpretado por Willian Bishop) com a súbita disseminação do vírus, com a imunização em massa da população e o isolamento das pessoas contaminadas pela doença, e questões afins.
A fotografia é primorosa, a atuação é convincente e as cenas de perseguição, ainda que escassas, são muito empolgantes. Acredito que a opção por um narrador da história foi um tanto supérflua, o que em parte comprometeu minha imersão na trama. O roteiro, por sua vez, tem lá as suas conveniências também - mas isso realmente importa, rsrs?
Enfim, esta produção cinquentista foi um ótimo achado, sobretudo porque tem sua parcela de relevância em nossas vivências atuais.
"Nightmare At Elm Manor" é curta-metragem mudo dirigido por George Harrison Marks, lançado em 1961.
Experimental e com toques de terror e erotismo, a produção é filmada em preto e branco, cuja ambientação atmosférica, a ausência de diálogos e a trilha sonora são uma espécie de homenagem aos clássicos filmes de terror, como o "Nosferatu" (1922) de F.W. Murnal (o close do vampiro já transformado, por exemplo).
A história, no entanto, não trouxe-me muito interesse. Numa tentativa frustrada de tornar o corpo nu da protagonista como o objeto central da trama, o curta negligencia certas questões que eu consideraria pertinentes, como as motivações da protagonista para se alojar sozinha em uma casa sinistra, cujo residente é um terrífico homem de meia-idade. Entendo que, por sua natureza experimental, o conteúdo narrativo poderia ser relegado à segundo plano, mas a semi-ausência deste não me convenceu.
Porém, a produção trouxe alguns elementos que despertaram-me a atenção, sobretudo o enquadramento da câmera e o trabalho da iluminação que, embora típicos do cinema de terror, produziram um bom resultado.
Confesso que fiquei impressionado com a atuação de Jack Elam em Kansas City Confidential, um noir de 1952. O pôster engana: no início da sessão, até mesmo pensei que o personagem de Elam protagonizaria o longa! Embora tenha sido coadjuvante, a sua performance austera e dotada de certo tom vilanesco não muito padrão é memorável, sendo um dos destaques do filme sobredito.
Evidentemente, o curta-metragem francês romantiza a escravização dos ugandeses, bem como a crueldade para com a girafa. No processo de abate do animal, brevemente exibido, a sua carcaça é esfolada. O caçador, homem branco, possivelmente um britânico, contempla todo o procedimento, que é realizado pelos escravizados. Ao final do curta, curiosamente estes são os únicos que consomem a carne do mamífero, sendo clara a tentativa de justificar-se uma suposta inferioridade daqueles indivíduos, incutida sob a ótica etnocêntrica. Ademais, a animada trilha sonora que permeia a produção é no mínimo paradoxal...
Entretanto, a habilidade cinematográfica de Alfred Machin desenvolve-se com tal intensidade que será difícil não reconhecer o seu valor enquanto registro histórico.
A linguagem poético-reflexiva construída por "Haibane Renmei" é singular. Desde o episódio primeiro que me descobri imerso neste universo, e com o desenrolar da trama (que poderia muito bem confundir-se com um mero slife of life, principalmente em sua primeira metade), os mistérios que a cercam vão ganhando mais intensidade - sem, contudo, exaurir a agradável atmosfera trazida pelo anime.
Certamente, em meio à pluralidade de temáticas que a obra aborda com maestria, a questão do amadurecimento sobressai-se. Embora a maturidade seja geralmente relacionada à experiência que se atinge com a idade adulta, creio que o fator da idade não se aplicaria muito bem às Haibanes (seres com auréola e pequenas asas, e que dão nome ao anime), conforme percebemos no seu universo. E esses seres, especialmente as protagonistas Rakka e Reki, terão que enfrentar esse processo interno de autodescobrimento na enigmática cidade de Glie. Nesse sentido, achei incrível o fato da obra, ao tratar as temáticas e os personagens com naturalidade, não pender para aquela melancolia maçante e o pseudo-existencialismo, já exaustivamente repetidos em outras produções japonesas.
Enfim, acompanhar o anime "Haibane Renmei" se mostrou uma experiência incomum, mas igualmente especial. Favoritei!
Não obstante a falta de certos fatores que motivariam uma melhor experiência fílmica, como a escolha dos atores e decisões do roteiro mais acertadas, acredito que a produção tenha os seus méritos.
Para além da fotografia e do gore bem trabalhados, "The Green Inferno" suscita um interessante debate que é fulcral nos tempos em que vivemos: reconhecer e defender a existência de um povo nativo que tem suas tradições e valores ameaçados pela ambição desenfreada de certos sujeitos formadores da cultura "civilizada" ocidental.
Em meio a caótica premissa, é notória a cena em que Lana Del Rey aparece, numa clara glamourização da prática criminosa do estupro, ainda que apresentada de forma breve. Esperava mais de Eli Roth.
A breve aparição da Lana em "Poolside" me trouxe um sorriso - imagino como seria se ela explorasse ainda mais o seu potencial como atriz para além dos videoclipes, como em outros curta-metragens ou mesmo em produções fílmicas.
A história, por outro lado, mostrou-se enfadonha; seja qual for a mensagem que o autor quis trazer, não pude percebê-la.
Lana reinventa-se. Envereda por um estilo fortemente psicodélico, mas sem deixar de lado a sua idiossincrasia. Presente a partir da segunda metade do videoclipe, o bailado aquático acompanhado do piano, manifestando certa aura angélica, é deslumbrante.
Lana Del Rey nos presenteia com um curta-metragem audiovisual cuja estética recorda algum vídeo caseiro dos anos 1990. A simplicidade do tom sépia e estilo desbotado são geniais, e sobressai-se a serenidade e o etéreo dos vocais de Lana. Tais aspectos contribuem também para uma maior intimidade com o telespectador, permitindo-nos quase vivenciar aquele ambiente. Uma das minhas faixas prediletas do álbum de mesmo título!
Lycoris Recoil é uma produção do estúdio japonês A1-Pictures, notável por lançar animes como Sword Art Online, Nanatsu no Taizai, Fairy Tail, Kaguya-Sama: Love is War, entre outros. Estreou na estação de verão de 2022 (de julho a setembro), e acredito que foi uma das melhores surpresas dessa temporada.
O enredo nos apresenta uma organização secreta, a AD, cuja força elementar consiste nas chamadas "Lycoris", jovens garotas órfãs treinadas pela agência para prestar serviços de espionagem e assassinato contra criminosos em Tóquio, a fim de promover o bem-estar social. A série tem como protagonistas Chisato Nishikigi e Takina Inoue, duas agentes com personalidades bem contrastantes. Após certo acontecido, ambas Lycoris vão trabalhar juntas num café na cidade supracitada, concomitante às missões da AD. A dinâmica da dupla é perfeita!
O anime me conquistou desde o primeiro episódio. Para além da cativante trilha sonora, as cenas de ação são muito bem construídas, e a transição das cenas é feita de maneira fluída, garantindo melhor à quem assiste a imersão na história. Ademais, não pude deixar de notar o ótimo trabalho da equipe de dublagem, com destaque para Chika Anzai, dubladora de Chisato. Tais aspectos mantiveram-se positivos até a finalização da animação.
Cabe destacar que a história, apesar de explorar alguns elementos já bem conhecidos pelo público, sabe inovar. Considero, por exemplo, a personagem Majima (um dos principais antagonistas) muito interessante. Sua personalidade apresenta certo grau de complexidade, que torna difícil confundi-lo como um típico vilão. Pessoalmente, analiso o seu caráter como anti-heróico, e em vários momentos vi-me de acordo com algumas de suas atitudes. O conflito entre os ideais de justiça da AD e de Majima é um objeto intrigante, de fato...
"Lycoris Recoil" foi uma adorável surpresa. Já estou no aguardo por uma segunda temporada!
Indigesto (sem trocadilhos). Após ter assistido o primeiro longa-metragem, que apresentou-me a este universo concomitante sádico e misteriosamente envolvente, resolvi esperar um intervalo de tempo para acompanhar a sequência. E confesso: de fato, em referência ao conteúdo violento e explícito, ela supera o primeiro (creio que seja esse o ponto alto da obra).
Excisão dos tendões da articulação patelofemoral, exodontia (ou deveria dizer, martelamento dentário?), e a adição do elemento mais nauseante: coprofagia forçada.
Aprecio a escolha de Laurence R. Harvey como o vilão protagonista; sua performance é tão realista que me senti desconfortável. As outras pessoas atoras tem atuação mediana, embora ligeiramente caiam no esquecimento.
Sem dúvida, a fotografia em preto e branco foi uma escolha primorosa.
Entretanto, outros aspectos fílmicos sinalizam a carência sixiana de inovação. Questiono fortemente a metalinguagem empregada: a autenticidade da narrativa pregressa anula-se. Outro caso: um recém-nascido involuntariamente aniquilado pela mãe, cujo rumo pós-fuga não é-nos dado nenhum indício?
Inocentemente, em dado momento considerei um recôndito diálogo do filme com a psicanálise, com ênfase no conflito edipiano. Kkkkkk. Bem que o diretor poderia ter explorado esta faceta, mas nem sempre é como desejamos...
Ainda conservava certa esperança de uma reviravolta na história. Pudera... absolutamente revoltante, ao meu ver. Depois de tudo, recebemos mero escárnio autoral.
Quiçá eu veja a terceira produção, mas não me vejo mais com a euforia de outrora.
Analisando, creio que seja possível elaborar um debate interseccional: a obra denuncia a realidade de ser mulher, negra, e em condição de marginalização, bem como desvela os resquícios do colonialismo na sociedade hodierna, sobretudo a exploração da mulher negra africana nas relações de trabalho sob a ótica segregacionista: neste caso, no serviço doméstico. Fica exposto o silenciamento forçado (instrumento de violência do poder dominante) do sujeito feminino negro, e as suas nefastas sequelas. Estendo: é a realidade sofrida por uma pluralidade de pessoas negras. Com cerca de 58 minutos, a produção independente tem caráter revolucionário, sendo um clássico que, de fato, merece ter mais visibilidade.
Sinto falta de animes de drama/fantasia tão bem executados quanto Shingeki no Kyojin o é!
Infelizmente, o público em geral acomodou-se a animações japonesas (especialmente aquelas inerentes ao gênero shounen), com frívolas narrativas e personagens igualmente desinteressantes.
Indispensável ao fãs da saga Harry Potter. Minha única crítica se deve ao fato de alguns atores importantíssimos não terem participado do documentário, a exemplo de Maggie Smith e Michael Gambon (nossos eternos Minerva McGonagall e Albus Dumbledore, respectivamente), os representantes da família Dursley - salvo o saudoso Richard Griffiths (1947-2013) - e Imelda Staunton, a inesquecível Dolores Umbridge.
Notei certa influência de Méliès, naturalmente; sobretudo na cena em que é mostrada uma lua antropomorfizada, com o rosto contraído após o protagonista - a exemplo de um projétil - ser arremessado em direção a ela. O curta-metragem possui um humor enfadonho, mas é sempre interessante acompanhar o progresso das técnicas cinematográficas do cinema clássico.
Cena de um contexto anfêmero. O recurso de câmera estática pouco contribui para a apreciação deste curta-metragem; salva-se a estupefação - bem retratada - das pessoas que acompanham a passagem dos bombeiros. Por alguma razão, prefiro o plano fixo utilizado em A Chegada do Trem na Estação (1895), dos irmãos Lumière.
Você Não Estará Só
3.6 125 Assista AgoraHá algum tempo eu já cogitava assistir "You Won't Be Alone" (2022) (desde o lançamento de seu trailer, na verdade) mas apenas recentemente tive a oportunidade de conferi-lo.
A habilidade que a jovem bruxa possui relembrou-me, em certa medida, a capacidade dos "troca-peles", da saga literária martiniana "As Crônicas de Gelo e Fogo", de "possuir" o corpo de outro ser vivo, sejam animais ou - mais dificilmente - seres humanos. Ainda recém-nascida, Nevena, a protagonista, recebe uma maldição de uma velha bruxa conhecida pela alcunha de "Devoradora de Lobos": está condenada a também ser uma bruxa, durante toda a sua vida. E como característica elementar de sua nova condição, Nevena será capaz de "possuir" os corpos de outros indivíduos, especialmente pessoas. Porém, tal habilidade, longe de ser objeto de mero divertimento, em verdade, é uma tentativa da jovem para compreender o complexo significado do que é ser humano.
Confesso: acompanhar a experiências da protagonista, em suas múltiplas vivências, mostrou-se muitíssimo interessante. As suas novas identidades são como janelas pelas quais a jovem (e nós), vemos os elementos do mundo ganharem novas significações; os habituais dramas humanos, bem como o turbilhão de emoções que deles provém adquirem outras dimensões, uma vez que tudo ali é um processo de aprendizado para a protagonista
(a subtrama da relação amorosa que Nevena constrói com seu parceiro emocionou-me bastante, por exemplo)
como as vivências de Nevena sob a pele de outras pessoas.
A atuação de certas pessoas atoras também foi mediana, e a escolha de Anamaria Marinca como a principal antagonista foi um pouco frustrante; seu papel infelizmente não conquistou-me. No entanto, Noomi Rapace e Alice Englert, em especial, foram incríveis em seus pápeis: as suas habilidades de expressarem-se tão somente por gestos lembrou-me da era silenciosa do cinema, em que tal modo de atuação era essencial para cativar a empatia do público.
Por fim, deixo aqui a minha recomendação de "You Won't Be Alone": se você gosta de histórias que exploram a natureza humana, conduzidas com sobriedade, mas com um toque de fantasia, essa produção será uma ótima escolha.
Not Every Pain Hurts
5.0 1A ambientação teatral que rememora o cinema expressionista alemão, o conteúdo lírico, o canto sereno de Anne Nurmi em harmonia ímpar com os timbres enebriantes de guitarra e do acordeão de Tilo Wolff... sublime!
Manhandled
3.9 4A trama de Manhandled (1924), comédia dramática estadunidense da era silenciosa, à um primeiro contato, pode iludir-nos. Ora, um casal de jovens de classe média-baixa, que se apercebe dissaboroso com a situação financeira em que se encontra, e cujas partes decidem, cada qual à sua maneira, conquistar uma condição de vida mais abastada para ambos - certamente, já vimos ao menos uma história similar a essa.
No entanto, o enredo desta produção oculta problemáticas mais complexas, especialmente no que toca à comportamentos machistas tão naturalizados na sociedade.
Tessie McGuire, a protagonista do longa, é uma mulher independente, no sentido de que aspira conseguir uma vida de opulência mediante os esforços de seu próprio trabalho; seu namorado, Jim, também deseja tal resultado, mas, de modo oposto, deposita a sua confiança numa invenção mecânica que ele está a desenvolver; há alguns homens que, em suas propostas de emprego para Tessie, demonstram apenas uma pretensão sexual para com a jovem (e acabam despertando desconfianças por parte de Jim, as quais recaem sobre Tessie); e, por fim, vê-se que até uma "amiga" de Tessie, visando ajudá-la, lhe recomenda que esta aja de forma a atrair a atenção daqueles abonados homens para lograr regalias
Bem, fica claro que certos personagens masculinos, principalmente aqueles libertinos, persistem em suprimir o corpo, o espaço e as decisões de Tessie, e para isso utilizam-se de diferentes artifícios. Apesar de tudo, Tessie sempre busca resistir - seu devotado amor ao seu amado é maior do que uma conquista fácil à riqueza material.
Outrossim, Tessie sofre - sofre com os constantes assédios a que está submetida, sofre com as infundadas suspeitas de seu namorado de que ela estaria cometendo adultério (ressalto aqui a cena na qual Jim culpabiliza Tessie de adúltera, ao comentar de sua vestimenta, sendo que aquela, na verdade, tinha sido vítima de violência sexual)... enfim, sofre, entre outros, com a discriminação de gênero alimentada pela sociedade patriarcal em que (sobre)vive
Em tempo, gostaria de comentar outros aspectos da produção do diretor canadense Allan Dwan. Quanto às atuações, meu destaque vai para Gloria Swanson. A performance da diva é ímpar: a naturalidade com que encena, a sutileza de suas expressões corporais e faciais, combinada com a sua estonteante beleza, fascinaram-me deveras. Antes da sessão, eu já havia assistido outro filme com a atriz - "Sunset Boulevard" (1950), de Billy Wilder - inclusive, recomendo-o fortemente, pois o considero uma das obras-primas cinquentistas -, e já havia me deleitado com a sua interpretação. Mas com "Manhandled", Gloria Swanson conquistou-me de vez. Ademais, Tom Moore estava ótimo como Jimmy,
apesar de, em certos momentos, a atitude machista do personagem ser insurportável - e, ainda sim,
(contraditário, sim, mas fiquei torcendo por eles até o desfecho do filme, hahaha).
Para concluir, uma vez que falei no desfecho,
confesso que fiquei surpreso! O cunho melodramático que permeia a película culmina num final alentador, ante o infeliz e crescente cenário opressor que persiste no século XXI
Lágrimas do Céu
3.7 11 Assista AgoraConfesso que, ao iniciar a sessão de "The Rainmaker", eu subestimara a película. A atuação de Lancaster me parecera um tanto caricata demais, Hepburn não estava em um de seus melhores momentos... mas o enredo despretencioso foi conquistando-me aos poucos, e logo me apercebi imerso naquele universo cinquentista com ares de velho-oeste.
Assim sendo, pude assimilar, na simplicidade do roteiro, as interessantes metáforas contidas nas entrelinhas. Bill Starbuck - que se revelou para mim a verdadeira estrela do show -, que, em sua vivência errante, estava sempre à procura de sua satisfação material, não obstante ansiava por algo que o fizesse sentir-se especial: a esperança dele próprio fazer chover sobre aquela terra castigada pela seca.
Entretanto, penso que a verdadeira missão de Starbuck - e que talvez ele nem se dera conta - em suas andanças era a de ir em auxílio às pessoas, atuando como uma espécie de conselheiro, fabricando, assim, mudanças positivas na vida de pessoas com quem ele encontrava. O exemplo inicial é a alegria que ele despertou na vida daquela criança no começo da história; e o mais notável é certamente a reconciliação familiar dos Curry e a autoconfiança que Lizzie e File passaram a cultivar, por influência precípua de Starbuck.
A abençoada chuva que finalmente sobreveio naquela terra árida, creio, representa mais que um fenômeno meteorológico; é um acalento para o coração dos habitantes, da modesta família Curry e, sobretudo, para Starbuck, que, cumprindo a sua missão de ajudar aquelas pessoas, enfim obteve uma dádiva dos céus, o que também simboliza a consumação de suas íntimas aspirações - embora não ocorrera da forma como ele almejava. De fato, Starbuck fez jus ao título da produção, pois fez chover alegria e esperança no seio daquelas vivências.
Cidade Apavorada
3.7 6É assombroso como a película guarda alguns traços de identificação com o contexto da pandemia da COVID-19, especialmente quando esta se apresentava nos seus estágios iniciais (com enfoque, é claro, na realidade norte-americana): a preocupação da grande maioria das autoridades e dos profissionais da saúde (especialmente o Dr. Ben Wood, muito bem interpretado por Willian Bishop) com a súbita disseminação do vírus, com a imunização em massa da população e o isolamento das pessoas contaminadas pela doença, e questões afins.
A fotografia é primorosa, a atuação é convincente e as cenas de perseguição, ainda que escassas, são muito empolgantes. Acredito que a opção por um narrador da história foi um tanto supérflua, o que em parte comprometeu minha imersão na trama. O roteiro, por sua vez, tem lá as suas conveniências também - mas isso realmente importa, rsrs?
Enfim, esta produção cinquentista foi um ótimo achado, sobretudo porque tem sua parcela de relevância em nossas vivências atuais.
Nightmare At Elm Manor
2.8 3"Nightmare At Elm Manor" é curta-metragem mudo dirigido por George Harrison Marks, lançado em 1961.
Experimental e com toques de terror e erotismo, a produção é filmada em preto e branco, cuja ambientação atmosférica, a ausência de diálogos e a trilha sonora são uma espécie de homenagem aos clássicos filmes de terror, como o "Nosferatu" (1922) de F.W. Murnal (o close do vampiro já transformado, por exemplo).
A história, no entanto, não trouxe-me muito interesse. Numa tentativa frustrada de tornar o corpo nu da protagonista como o objeto central da trama, o curta negligencia certas questões que eu consideraria pertinentes, como as motivações da protagonista para se alojar sozinha em uma casa sinistra, cujo residente é um terrífico homem de meia-idade. Entendo que, por sua natureza experimental, o conteúdo narrativo poderia ser relegado à segundo plano, mas a semi-ausência deste não me convenceu.
Porém, a produção trouxe alguns elementos que despertaram-me a atenção, sobretudo o enquadramento da câmera e o trabalho da iluminação que, embora típicos do cinema de terror, produziram um bom resultado.
Os Quatro Desconhecidos
3.8 20 Assista AgoraConfesso que fiquei impressionado com a atuação de Jack Elam em Kansas City Confidential, um noir de 1952. O pôster engana: no início da sessão, até mesmo pensei que o personagem de Elam protagonizaria o longa! Embora tenha sido coadjuvante, a sua performance austera e dotada de certo tom vilanesco não muito padrão é memorável, sendo um dos destaques do filme sobredito.
La Chasse à la girafe en Ouganda
2.2 1Evidentemente, o curta-metragem francês romantiza a escravização dos ugandeses, bem como a crueldade para com a girafa. No processo de abate do animal, brevemente exibido, a sua carcaça é esfolada. O caçador, homem branco, possivelmente um britânico, contempla todo o procedimento, que é realizado pelos escravizados. Ao final do curta, curiosamente estes são os únicos que consomem a carne do mamífero, sendo clara a tentativa de justificar-se uma suposta inferioridade daqueles indivíduos, incutida sob a ótica etnocêntrica. Ademais, a animada trilha sonora que permeia a produção é no mínimo paradoxal...
Entretanto, a habilidade cinematográfica de Alfred Machin desenvolve-se com tal intensidade que será difícil não reconhecer o seu valor enquanto registro histórico.
Haibane Renmei
4.5 9 Assista AgoraA linguagem poético-reflexiva construída por "Haibane Renmei" é singular. Desde o episódio primeiro que me descobri imerso neste universo, e com o desenrolar da trama (que poderia muito bem confundir-se com um mero slife of life, principalmente em sua primeira metade), os mistérios que a cercam vão ganhando mais intensidade - sem, contudo, exaurir a agradável atmosfera trazida pelo anime.
Certamente, em meio à pluralidade de temáticas que a obra aborda com maestria, a questão do amadurecimento sobressai-se. Embora a maturidade seja geralmente relacionada à experiência que se atinge com a idade adulta, creio que o fator da idade não se aplicaria muito bem às Haibanes (seres com auréola e pequenas asas, e que dão nome ao anime), conforme percebemos no seu universo. E esses seres, especialmente as protagonistas Rakka e Reki, terão que enfrentar esse processo interno de autodescobrimento na enigmática cidade de Glie. Nesse sentido, achei incrível o fato da obra, ao tratar as temáticas e os personagens com naturalidade, não pender para aquela melancolia maçante e o pseudo-existencialismo, já exaustivamente repetidos em outras produções japonesas.
Enfim, acompanhar o anime "Haibane Renmei" se mostrou uma experiência incomum, mas igualmente especial. Favoritei!
Canibais
2.6 518 Assista AgoraNão obstante a falta de certos fatores que motivariam uma melhor experiência fílmica, como a escolha dos atores e decisões do roteiro mais acertadas, acredito que a produção tenha os seus méritos.
Para além da fotografia e do gore bem trabalhados, "The Green Inferno" suscita um interessante debate que é fulcral nos tempos em que vivemos: reconhecer e defender a existência de um povo nativo que tem suas tradições e valores ameaçados pela ambição desenfreada de certos sujeitos formadores da cultura "civilizada" ocidental.
Sturmgruppe
3.2 7Em meio a caótica premissa, é notória a cena em que Lana Del Rey aparece, numa clara glamourização da prática criminosa do estupro, ainda que apresentada de forma breve. Esperava mais de Eli Roth.
Poolside
2.4 37A breve aparição da Lana em "Poolside" me trouxe um sorriso - imagino como seria se ela explorasse ainda mais o seu potencial como atriz para além dos videoclipes, como em outros curta-metragens ou mesmo em produções fílmicas.
A história, por outro lado, mostrou-se enfadonha; seja qual for a mensagem que o autor quis trazer, não pude percebê-la.
Lana Del Rey: Freak
4.3 4Lana reinventa-se. Envereda por um estilo fortemente psicodélico, mas sem deixar de lado a sua idiossincrasia. Presente a partir da segunda metade do videoclipe, o bailado aquático acompanhado do piano, manifestando certa aura angélica, é deslumbrante.
Ultraviolence
4.5 1Lana Del Rey nos presenteia com um curta-metragem audiovisual cuja estética recorda algum vídeo caseiro dos anos 1990. A simplicidade do tom sépia e estilo desbotado são geniais, e sobressai-se a serenidade e o etéreo dos vocais de Lana. Tais aspectos contribuem também para uma maior intimidade com o telespectador, permitindo-nos quase vivenciar aquele ambiente. Uma das minhas faixas prediletas do álbum de mesmo título!
Lycoris Recoil
3.8 10Lycoris Recoil é uma produção do estúdio japonês A1-Pictures, notável por lançar animes como Sword Art Online, Nanatsu no Taizai, Fairy Tail, Kaguya-Sama: Love is War, entre outros. Estreou na estação de verão de 2022 (de julho a setembro), e acredito que foi uma das melhores surpresas dessa temporada.
O enredo nos apresenta uma organização secreta, a AD, cuja força elementar consiste nas chamadas "Lycoris", jovens garotas órfãs treinadas pela agência para prestar serviços de espionagem e assassinato contra criminosos em Tóquio, a fim de promover o bem-estar social. A série tem como protagonistas Chisato Nishikigi e Takina Inoue, duas agentes com personalidades bem contrastantes. Após certo acontecido, ambas Lycoris vão trabalhar juntas num café na cidade supracitada, concomitante às missões da AD. A dinâmica da dupla é perfeita!
O anime me conquistou desde o primeiro episódio. Para além da cativante trilha sonora, as cenas de ação são muito bem construídas, e a transição das cenas é feita de maneira fluída, garantindo melhor à quem assiste a imersão na história. Ademais, não pude deixar de notar o ótimo trabalho da equipe de dublagem, com destaque para Chika Anzai, dubladora de Chisato. Tais aspectos mantiveram-se positivos até a finalização da animação.
Cabe destacar que a história, apesar de explorar alguns elementos já bem conhecidos pelo público, sabe inovar. Considero, por exemplo, a personagem Majima (um dos principais antagonistas) muito interessante. Sua personalidade apresenta certo grau de complexidade, que torna difícil confundi-lo como um típico vilão. Pessoalmente, analiso o seu caráter como anti-heróico, e em vários momentos vi-me de acordo com algumas de suas atitudes. O conflito entre os ideais de justiça da AD e de Majima é um objeto intrigante, de fato...
"Lycoris Recoil" foi uma adorável surpresa. Já estou no aguardo por uma segunda temporada!
A Centopéia Humana 2
2.6 936Indigesto (sem trocadilhos). Após ter assistido o primeiro longa-metragem, que apresentou-me a este universo concomitante sádico e misteriosamente envolvente, resolvi esperar um intervalo de tempo para acompanhar a sequência. E confesso: de fato, em referência ao conteúdo violento e explícito, ela supera o primeiro (creio que seja esse o ponto alto da obra).
Excisão dos tendões da articulação patelofemoral, exodontia (ou deveria dizer, martelamento dentário?), e a adição do elemento mais nauseante: coprofagia forçada.
Aprecio a escolha de Laurence R. Harvey como o vilão protagonista; sua performance é tão realista que me senti desconfortável. As outras pessoas atoras tem atuação mediana, embora ligeiramente caiam no esquecimento.
Sem dúvida, a fotografia em preto e branco foi uma escolha primorosa.
Ainda que a opção pelos esguichos dejetais - e em cores - na tela seja risível...
Entretanto, outros aspectos fílmicos sinalizam a carência sixiana de inovação. Questiono fortemente a metalinguagem empregada: a autenticidade da narrativa pregressa anula-se.
Outro caso: um recém-nascido involuntariamente aniquilado pela mãe, cujo rumo pós-fuga não é-nos dado nenhum indício?
Inocentemente, em dado momento considerei um recôndito diálogo do filme com a psicanálise, com ênfase no conflito edipiano. Kkkkkk. Bem que o diretor poderia ter explorado esta faceta, mas nem sempre é como desejamos...
E temos o desfecho.
Ainda conservava certa esperança de uma reviravolta na história. Pudera... absolutamente revoltante, ao meu ver. Depois de tudo, recebemos mero escárnio autoral.
Quiçá eu veja a terceira produção, mas não me vejo mais com a euforia de outrora.
A Negra de...
4.4 71Analisando, creio que seja possível elaborar um debate interseccional: a obra denuncia a realidade de ser mulher, negra, e em condição de marginalização, bem como desvela os resquícios do colonialismo na sociedade hodierna, sobretudo a exploração da mulher negra africana nas relações de trabalho sob a ótica segregacionista: neste caso, no serviço doméstico. Fica exposto o silenciamento forçado (instrumento de violência do poder dominante) do sujeito feminino negro, e as suas nefastas sequelas. Estendo: é a realidade sofrida por uma pluralidade de pessoas negras. Com cerca de 58 minutos, a produção independente tem caráter revolucionário, sendo um clássico que, de fato, merece ter mais visibilidade.
Ataque dos Titãs (4ª Temporada)
4.3 256Sinto falta de animes de drama/fantasia tão bem executados quanto Shingeki no Kyojin o é!
Infelizmente, o público em geral acomodou-se a animações japonesas (especialmente aquelas inerentes ao gênero shounen), com frívolas narrativas e personagens igualmente desinteressantes.
Comemoração de 20 Anos de Harry Potter: De Volta a …
4.3 363 Assista AgoraIndispensável ao fãs da saga Harry Potter. Minha única crítica se deve ao fato de alguns atores importantíssimos não terem participado do documentário, a exemplo de Maggie Smith e Michael Gambon (nossos eternos Minerva McGonagall e Albus Dumbledore, respectivamente), os representantes da família Dursley - salvo o saudoso Richard Griffiths (1947-2013) - e Imelda Staunton, a inesquecível Dolores Umbridge.
Rêve à la lune
3.7 1Notei certa influência de Méliès, naturalmente; sobretudo na cena em que é mostrada uma lua antropomorfizada, com o rosto contraído após o protagonista - a exemplo de um projétil - ser arremessado em direção a ela.
O curta-metragem possui um humor enfadonho, mas é sempre interessante acompanhar o progresso das técnicas cinematográficas do cinema clássico.
Lick Observatory, Mt. Hamilton, Cal.
3.3 1A chegada da carruagem apenas serve de pretexto para o verdadeiro protagonista do filme, o Observatório Lick.
A Morning Alarm
4.0 1Cena de um contexto anfêmero. O recurso de câmera estática pouco contribui para a apreciação deste curta-metragem; salva-se a estupefação - bem retratada - das pessoas que acompanham a passagem dos bombeiros. Por alguma razão, prefiro o plano fixo utilizado em A Chegada do Trem na Estação (1895), dos irmãos Lumière.
American Falls from Above, American Side
4.0 1Uma interessante filmagem de uma fração das Catarátas do Niágara. Importante registro histórico cinematográfico.
Enfants annamites ramassant des sapèques devant la Pagode des Dames
3.1 3A iniquidade humana me enoja.