A ambientação teatral que rememora o cinema expressionista alemão, o conteúdo lírico, o canto sereno de Anne Nurmi em harmonia ímpar com os timbres enebriantes de guitarra e do acordeão de Tilo Wolff... sublime!
"Nightmare At Elm Manor" é curta-metragem mudo dirigido por George Harrison Marks, lançado em 1961.
Experimental e com toques de terror e erotismo, a produção é filmada em preto e branco, cuja ambientação atmosférica, a ausência de diálogos e a trilha sonora são uma espécie de homenagem aos clássicos filmes de terror, como o "Nosferatu" (1922) de F.W. Murnal (o close do vampiro já transformado, por exemplo).
A história, no entanto, não trouxe-me muito interesse. Numa tentativa frustrada de tornar o corpo nu da protagonista como o objeto central da trama, o curta negligencia certas questões que eu consideraria pertinentes, como as motivações da protagonista para se alojar sozinha em uma casa sinistra, cujo residente é um terrífico homem de meia-idade. Entendo que, por sua natureza experimental, o conteúdo narrativo poderia ser relegado à segundo plano, mas a semi-ausência deste não me convenceu.
Porém, a produção trouxe alguns elementos que despertaram-me a atenção, sobretudo o enquadramento da câmera e o trabalho da iluminação que, embora típicos do cinema de terror, produziram um bom resultado.
Evidentemente, o curta-metragem francês romantiza a escravização dos ugandeses, bem como a crueldade para com a girafa. No processo de abate do animal, brevemente exibido, a sua carcaça é esfolada. O caçador, homem branco, possivelmente um britânico, contempla todo o procedimento, que é realizado pelos escravizados. Ao final do curta, curiosamente estes são os únicos que consomem a carne do mamífero, sendo clara a tentativa de justificar-se uma suposta inferioridade daqueles indivíduos, incutida sob a ótica etnocêntrica. Ademais, a animada trilha sonora que permeia a produção é no mínimo paradoxal...
Entretanto, a habilidade cinematográfica de Alfred Machin desenvolve-se com tal intensidade que será difícil não reconhecer o seu valor enquanto registro histórico.
Em meio a caótica premissa, é notória a cena em que Lana Del Rey aparece, numa clara glamourização da prática criminosa do estupro, ainda que apresentada de forma breve. Esperava mais de Eli Roth.
A breve aparição da Lana em "Poolside" me trouxe um sorriso - imagino como seria se ela explorasse ainda mais o seu potencial como atriz para além dos videoclipes, como em outros curta-metragens ou mesmo em produções fílmicas.
A história, por outro lado, mostrou-se enfadonha; seja qual for a mensagem que o autor quis trazer, não pude percebê-la.
Lana reinventa-se. Envereda por um estilo fortemente psicodélico, mas sem deixar de lado a sua idiossincrasia. Presente a partir da segunda metade do videoclipe, o bailado aquático acompanhado do piano, manifestando certa aura angélica, é deslumbrante.
Lana Del Rey nos presenteia com um curta-metragem audiovisual cuja estética recorda algum vídeo caseiro dos anos 1990. A simplicidade do tom sépia e estilo desbotado são geniais, e sobressai-se a serenidade e o etéreo dos vocais de Lana. Tais aspectos contribuem também para uma maior intimidade com o telespectador, permitindo-nos quase vivenciar aquele ambiente. Uma das minhas faixas prediletas do álbum de mesmo título!
Notei certa influência de Méliès, naturalmente; sobretudo na cena em que é mostrada uma lua antropomorfizada, com o rosto contraído após o protagonista - a exemplo de um projétil - ser arremessado em direção a ela. O curta-metragem possui um humor enfadonho, mas é sempre interessante acompanhar o progresso das técnicas cinematográficas do cinema clássico.
Cena de um contexto anfêmero. O recurso de câmera estática pouco contribui para a apreciação deste curta-metragem; salva-se a estupefação - bem retratada - das pessoas que acompanham a passagem dos bombeiros. Por alguma razão, prefiro o plano fixo utilizado em A Chegada do Trem na Estação (1895), dos irmãos Lumière.
Dirigido pelos emissários dos irmãos Lumiére, Gabriel Veyre (1871-1936) e Claude Ferdinand Bon Bernard (?), esta produção faz parte de vários curta-metragens rodados na propriedade Fazenda de Atequiza, no estado de Jalisco, México. Filmaram cenas comuns da herdade, a exemplo deste curta em questão.
É desolador imaginar que este desporto sangrento - felizmente uma contravenção penal em grande parte dos países - era (e ainda o é) apreciado! Ao menos o documentário serve como registro histórico da faceta obscura do ser humano...
Incrível, de fato! A produção, especialmente a coreografia e as expressões faciais, são magníficas. É uma formidável homenagem ao atentado terrorista de Orlando, ocorrido em 12 de junho de 2016, tendo como alvo civis da comunidade LGBT estadunidense.
Impressionante reimaginação musical da vida do ex-presidente americano John F. Kennedy (1961-1963). A capacidade artística de Lana Del Rey novamente superou as minhas expectativas! Particularmente, considero o videoclipe em questão como um dos melhores da artista.
Em mais um curta-metragem, a cantora e compositora Lana Del Rey sobressai-se através da sua singularidade artística! Excelente fotografia também. E a canção "Ride" tornou-se uma das minhas favoritas do álbum "Born to Die - The Paradise Edition".
O curta-metragem começa com uma abertura invertida de "Os Simpsons", pois, diferente das clássicas apresentações, nesta eles já se encontram sentados no sofá em frente à televisão. A partir desse ponto, tem início uma das histórias mais sanguinárias da conhecida família de Springfield. Cabe destacar a notável referência ao filme "You'Are Next", dirigido por Adam Wingard, já homenageada no título da animação. Pessoalmente, aprecio bastante animações produzidas em stop-motion. No caso desse curta, achei a escolha acertada, pois, adaptada ao subgênero de terror splatter, tornou a experiência visual mais proveitosa.
Eis a reviravolta: Marge, depois de ter a sua família brutalmente assassinada, resolve se vingar dos criminosos, mas infelizmente acaba sendo morta também. A abundância de gore observada nessa cena é simplesmente incrível.
Na cena final, Liza é assassinada por engano pelo guarda policial "chefe Wiggum". Naturalmente eu não concordaria, mas acredito que foi uma ideia apropriada, pois não consigo imaginar como a garota ficaria traumatizada por conta do massacre, caso ela tivesse sobrevivido.
O curta é realmente interessante. Posso afirmar que o seu estilo macabro, surrealista e altamente imaginativo faz com que a animação seja melhor do que inúmeras produções que se autointitulam pertencentes ao gênero terror. É a partir da fuga do protagonista Bimbo para o cemitério que o conteúdo apavorante ganha forma. Fantasmas, monstros e seres antropomorfizados se põem a torturá-lo, culpando-o pelos seus pecados. É provável que a experiência seja traumatizante para as crianças. Imagino como foi para aquelas que vivenciaram nos anos 1930 e/ou períodos seguintes.
Not Every Pain Hurts
5.0 1A ambientação teatral que rememora o cinema expressionista alemão, o conteúdo lírico, o canto sereno de Anne Nurmi em harmonia ímpar com os timbres enebriantes de guitarra e do acordeão de Tilo Wolff... sublime!
Nightmare At Elm Manor
2.8 3"Nightmare At Elm Manor" é curta-metragem mudo dirigido por George Harrison Marks, lançado em 1961.
Experimental e com toques de terror e erotismo, a produção é filmada em preto e branco, cuja ambientação atmosférica, a ausência de diálogos e a trilha sonora são uma espécie de homenagem aos clássicos filmes de terror, como o "Nosferatu" (1922) de F.W. Murnal (o close do vampiro já transformado, por exemplo).
A história, no entanto, não trouxe-me muito interesse. Numa tentativa frustrada de tornar o corpo nu da protagonista como o objeto central da trama, o curta negligencia certas questões que eu consideraria pertinentes, como as motivações da protagonista para se alojar sozinha em uma casa sinistra, cujo residente é um terrífico homem de meia-idade. Entendo que, por sua natureza experimental, o conteúdo narrativo poderia ser relegado à segundo plano, mas a semi-ausência deste não me convenceu.
Porém, a produção trouxe alguns elementos que despertaram-me a atenção, sobretudo o enquadramento da câmera e o trabalho da iluminação que, embora típicos do cinema de terror, produziram um bom resultado.
La Chasse à la girafe en Ouganda
2.2 1Evidentemente, o curta-metragem francês romantiza a escravização dos ugandeses, bem como a crueldade para com a girafa. No processo de abate do animal, brevemente exibido, a sua carcaça é esfolada. O caçador, homem branco, possivelmente um britânico, contempla todo o procedimento, que é realizado pelos escravizados. Ao final do curta, curiosamente estes são os únicos que consomem a carne do mamífero, sendo clara a tentativa de justificar-se uma suposta inferioridade daqueles indivíduos, incutida sob a ótica etnocêntrica. Ademais, a animada trilha sonora que permeia a produção é no mínimo paradoxal...
Entretanto, a habilidade cinematográfica de Alfred Machin desenvolve-se com tal intensidade que será difícil não reconhecer o seu valor enquanto registro histórico.
Sturmgruppe
3.2 7Em meio a caótica premissa, é notória a cena em que Lana Del Rey aparece, numa clara glamourização da prática criminosa do estupro, ainda que apresentada de forma breve. Esperava mais de Eli Roth.
Poolside
2.4 37A breve aparição da Lana em "Poolside" me trouxe um sorriso - imagino como seria se ela explorasse ainda mais o seu potencial como atriz para além dos videoclipes, como em outros curta-metragens ou mesmo em produções fílmicas.
A história, por outro lado, mostrou-se enfadonha; seja qual for a mensagem que o autor quis trazer, não pude percebê-la.
Lana Del Rey: Freak
4.3 4Lana reinventa-se. Envereda por um estilo fortemente psicodélico, mas sem deixar de lado a sua idiossincrasia. Presente a partir da segunda metade do videoclipe, o bailado aquático acompanhado do piano, manifestando certa aura angélica, é deslumbrante.
Ultraviolence
4.5 1Lana Del Rey nos presenteia com um curta-metragem audiovisual cuja estética recorda algum vídeo caseiro dos anos 1990. A simplicidade do tom sépia e estilo desbotado são geniais, e sobressai-se a serenidade e o etéreo dos vocais de Lana. Tais aspectos contribuem também para uma maior intimidade com o telespectador, permitindo-nos quase vivenciar aquele ambiente. Uma das minhas faixas prediletas do álbum de mesmo título!
Rêve à la lune
3.7 1Notei certa influência de Méliès, naturalmente; sobretudo na cena em que é mostrada uma lua antropomorfizada, com o rosto contraído após o protagonista - a exemplo de um projétil - ser arremessado em direção a ela.
O curta-metragem possui um humor enfadonho, mas é sempre interessante acompanhar o progresso das técnicas cinematográficas do cinema clássico.
Lick Observatory, Mt. Hamilton, Cal.
3.3 1A chegada da carruagem apenas serve de pretexto para o verdadeiro protagonista do filme, o Observatório Lick.
A Morning Alarm
4.0 1Cena de um contexto anfêmero. O recurso de câmera estática pouco contribui para a apreciação deste curta-metragem; salva-se a estupefação - bem retratada - das pessoas que acompanham a passagem dos bombeiros. Por alguma razão, prefiro o plano fixo utilizado em A Chegada do Trem na Estação (1895), dos irmãos Lumière.
American Falls from Above, American Side
4.0 1Uma interessante filmagem de uma fração das Catarátas do Niágara. Importante registro histórico cinematográfico.
Enfants annamites ramassant des sapèques devant la Pagode des Dames
3.1 3A iniquidade humana me enoja.
Pelea de gallos
0.8 1Dirigido pelos emissários dos irmãos Lumiére, Gabriel Veyre (1871-1936) e Claude Ferdinand Bon Bernard (?), esta produção faz parte de vários curta-metragens rodados na propriedade Fazenda de Atequiza, no estado de Jalisco, México. Filmaram cenas comuns da herdade, a exemplo deste curta em questão.
É desolador imaginar que este desporto sangrento - felizmente uma contravenção penal em grande parte dos países - era (e ainda o é) apreciado! Ao menos o documentário serve como registro histórico da faceta obscura do ser humano...
A Wake in ‘Hell’s Kitchen’
3.2 1Interessante como registro histórico cinematográfico. Em contrapartida, conserva um humor enfadonho!
Night on Bald Mountain
3.6 3Este curta-metragem inaugura o meu primeiro contato visual com a esporádica técnica de animação "pin-screen". Uma experiência intrigante!
Sia: The Greatest
4.4 4Incrível, de fato! A produção, especialmente a coreografia e as expressões faciais, são magníficas. É uma formidável homenagem ao atentado terrorista de Orlando, ocorrido em 12 de junho de 2016, tendo como alvo civis da comunidade LGBT estadunidense.
Lana Del Rey: National Anthem
4.3 2Impressionante reimaginação musical da vida do ex-presidente americano John F. Kennedy (1961-1963). A capacidade artística de Lana Del Rey novamente superou as minhas expectativas! Particularmente, considero o videoclipe em questão como um dos melhores da artista.
Lana Del Rey: Ride
4.6 23Em mais um curta-metragem, a cantora e compositora Lana Del Rey sobressai-se através da sua singularidade artística! Excelente fotografia também. E a canção "Ride" tornou-se uma das minhas favoritas do álbum "Born to Die - The Paradise Edition".
David Bowie: Lazarus
4.5 1Simplesmente magnífico. Deixo as minhas mais sinceras congratulações, eterno David Bowie.
Solar Eclipse
4.4 2Fantástico! De fato, um milagre do cinema.
Public Manners: Sightseeing in Tokyo
4.0 1Notável. Mesmo o habitual anfêmero japonês preenche-me de extrema adimiração por esta cultura! Registro histórico nipônico digno de ser observado.
Not Alone in Here
3.5 4Excelente curta-metragem do gênero terror. A história foi desenvolvida de modo efetivo e rápido; a fotografia é bem feita
(destaque para a cena em que a criatura é mostrada desprovida de foco, mantendo a curiosidade do espectador a respeito dela);
"Close the door after you leave motherfucker!"
"Não seja agarrado por debaixo da cama. Isso é um erro de novato".
O humor-negro é tão prazeroso.
The Simpsons Couch Gag (You’re Next)
4.0 9O curta-metragem começa com uma abertura invertida de "Os Simpsons", pois, diferente das clássicas apresentações, nesta eles já se encontram sentados no sofá em frente à televisão. A partir desse ponto, tem início uma das histórias mais sanguinárias da conhecida família de Springfield. Cabe destacar a notável referência ao filme "You'Are Next", dirigido por Adam Wingard, já homenageada no título da animação. Pessoalmente, aprecio bastante animações produzidas em stop-motion. No caso desse curta, achei a escolha acertada, pois, adaptada ao subgênero de terror splatter, tornou a experiência visual mais proveitosa.
Eis a reviravolta: Marge, depois de ter a sua família brutalmente assassinada, resolve se vingar dos criminosos, mas infelizmente acaba sendo morta também. A abundância de gore observada nessa cena é simplesmente incrível.
Na cena final, Liza é assassinada por engano pelo guarda policial "chefe Wiggum". Naturalmente eu não concordaria, mas acredito que foi uma ideia apropriada, pois não consigo imaginar como a garota ficaria traumatizada por conta do massacre, caso ela tivesse sobrevivido.
Swing You Sinners!
4.1 5O curta é realmente interessante. Posso afirmar que o seu estilo macabro, surrealista e altamente imaginativo faz com que a animação seja melhor do que inúmeras produções que se autointitulam pertencentes ao gênero terror.
É a partir da fuga do protagonista Bimbo para o cemitério que o conteúdo apavorante ganha forma. Fantasmas, monstros e seres antropomorfizados se põem a torturá-lo, culpando-o pelos seus pecados.
É provável que a experiência seja traumatizante para as crianças. Imagino como foi para aquelas que vivenciaram nos anos 1930 e/ou períodos seguintes.