Com atuações brilhantes e interessantíssimas de François Cluzet – que esta impecável no papel de Philippe-, e Omar Sy – cuja atuação lhe rendeu um César (espécie de Oscar Francês) tornando-se assim o primeiro negro da historia do país a ganhar tal premio,-; e de seus principais personagens, todos no tom certo, na dramaticidade certa, é, contudo Omar Sy e seu Driss que se destaca em tela. Todos os melhores momentos provem dele, sejam suas cantadas, sejam seus comentários carregadas de humor e atrevimento, sejam suas expressões de ternura, sofrimento e peso pelas responsabilidades e dramas que carrega. Sem falar que seu sorriso cativa a qualquer um e seu timbre extremamente grave é uma delicia de se escutar.
Conta ainda com uma trilha sonora arrebatadora, que vai de Nina Simone e Hal Mooney á George Benson e Earth, Wind & Fire, ate Bach, Vivaldi, Ludovico Einaudi, Chopin e Mozart. (...) A sensação que fica ao final de Intocáveis é a de que estivemos diante de um filme inesquecível que prova mais uma vez o talento dos franceses em criar historias densas e ainda assim cativantes, e a de querer rever o filme varias e varias vezes.
Com um fio condutor intenso, Incêndios, do diretor e também roteirista Denis Villeneuve; e baseado numa peça de sucesso de Wajdi Mouawad; é um filme que traça uma narrativa forte, poderosa e que tem tudo para entrar definitivamente para os anais dos seletos filmes clássicos e tecnicamente sem falhas do cinema. Com atuações primorosas, o filme cai fundo nas relações humanas e familiares, alem de trazer um palco de melancolia e angustia extrema. Chega a ser palpável os sofrimentos ali vividos. Numa verdadeira fabula de encontro com o passado e a verdade, Jeanne a filha mais velha, parte rumo ao país de origem de sua mãe; o Líbano; passando pela Palestina.
Filmes retratando o mundo das drogas não é novidade no cinema. Filmes ícones de uma geração como Transpotting ou mesmo Réquiem, são exemplos eficientes desse tema. Paraísos Artificiais do diretor Marcos Prado; como seu próprio nome sugere, retrata um universo de imersão as drogas de maneira elucidativa. Mas nem tudo são flores...
"Eu não a conheço, Mas a quero ainda mais por isso"
Pelas ruas de Dublin, um jovem (Glen Hansard) toca suas composições próprias para arrecadar alguns trocados. Passando um dia por acaso, uma pianista imigrante tcheca (Markéta Inglová) se encanta pelas melodias e entra, sem querer, na vida do escocês. Quando menos percebem, os dois estão compondo canções sentimentais juntos, mas encontram algumas dificuldades para dar início a um romance. Ela é casada e ele vem de um relacionamento amoroso frustrado.
É fascinante como Once (Apenas Uma Vez) consegue imprimir verossimilhança e delicadeza em seu enredo, que parece simples, mas que esconde uma complexidade de relacionamentos intensa. Desde o inicio, somos apresentados a um filme com ares de documentário, seja pela sua fotografia nada rebuscada, seja por seus planos oscilantes com câmeras sempre em mãos, imagens por vezes desfocadas, enquadramentos desconexos, planos ora muito abertos, e ora fechados demais, ou mesmo por seus cortes repetidamente secos e suas elipses de tempo e espaço bruscas. Tudo isso poderia caracterizar erros ao filme. Mas aqui é o maior acerto que o diretor John Carney poderia fazer. Auxiliado por um roteiro competente e bem amarrado do próprio Jonh, Once nos apresenta um romance/musical que nos convida a participar de seu enredo, como espectadores do nascimento de uma romance tímido, complicado, belo e extremamente natural.
A família Castorini vive no Brooklyn com suas manias e superstições. O pai, Cosmo, é dono de uma empresa de encanamentos e tem uma amante. Vive com a esposa Rose, que está sendo cantada por um amigo – amigo este que é professor universitário e sai com suas alunas muito mais novas-; e a filha Loretta (Cher), uma jovem viúva de 37 anos que perdeu o marido num acidente de carro- ele fora atropelado. Contrariando o mau-agouro da família, Loretta resolve se casar pela segunda vez, quando seu namorado Johny a propõe inesperadamente. Johny contudo esta de viagem marcada para Pallermo, para visitar sua mãe que esta prestes a morrer, e impõe essa condição ao casório –‘só se casarem dali um mês quando a mãe dele já teria morrido’ -. Antes de partir, Johny faz um pedido a Loretta. Pede a noiva que visite seu irmão mais novo, com quem não fala a anos e o convide para o casamento afim de fazerem as pazes. Mas, quando conhece Ronny (Nicolas Cage), irmão de seu noivo Johny, Loretta se apaixona por ele. E johny – padeiro amargurado que foi rejeitado pela noiva após perder uma das mãos num incidente- também se encanta por ela. Agora, ela precisa decidir qual dos irmãos realmente quer. E, para aumentar a confusão, a lua parece ter influência sobre a libido das personagens.
Dramático né? Pois é. E não é. (...)
É um daqueles raros filmes que automaticamente vão para a lista de favoritos da vida.
'Transexualidade, Transexualismo, Síndrome de Harry Benjamin, Transtorno de Identidade de Gênero, Disforia de Gênero ou ainda Disforia Neurodiscordante de Gênero são expressões referentes à mesma coisa: a condição na qual a pessoa se identifica psicologicamente como sendo do gênero oposto ao seu sexo genético e sente impropriedade em relação ao próprio corpo. (...) O filme nos mergulha nos dramas e incertezas e no sofrimento incubado de uma transsexual que luta há anos para se tornar o que já é em pensamento – uma mulher. Sem condições financeiras, ela se prende aos hormônios tomados religiosamente todas as manhãs e a noite; visita regularmente clinicas de psiquiatria e psicologia a fim de obter a permissão e o aval de seu seguro de saúde para fazer a tão almejada cirurgia de mudança de sexo.
Um rato tornou-se moeda monetária.” - Zbigniew Herbert
O socialismo tem como base a socialização dos meios de produção, o bem comum a todos e a extinção da sociedade dividida em classes. O capitalismo tem como objetivo principal a acumulação de capital através do lucro. Tempo versus futuro e dinheiro. isso é Cosmópolis.
(...) Baseado no livro homônimo de Don DeLillo, Cosmópolis é um roteiro que mostra um retrato assustador da nova Era. São pessoas impelidas a esmo a viver o futuro, onde o presente não existe mais, se perdeu. Nessa cosmópole, Tempo e dinheiro se confundem nas medidas e ações. Muita informação, onde o novo de hoje, é o velho daqui um nano de segundos. O dinheiro e o capital que giram e definem o mundo. Onde nada mais é orgânico, tudo é programado. Uma sociedade de Caos e terror, de angustia e medo. Com estruturas físicas tão fortes, mas que escondem bases frágeis e terminais. (...)
Contudo, apesar de toda a intenção e a premissa excelente num roteiro bem construído e denso, que lembra em seus melhores momentos a estética fotográfica e de designer de Vanilla Sky, com diálogos inteligentes e ágeis, e um cuidado excessivo de direção de arte e arte conceitual, figurinos e trilha sonora alarmista; Cosmópolis não é feito só de acertos.(...)
to numa ânsia por esse filme, depois de ver Medo da Verdade; que ces não tem noção >.< Alias diga-se de passagem, O Ben Affeck nasceu pro roteiro/Direção ne man? depois de gênio indomável,medo da verdade e Atração Perigosa (perfeitos) ele virou xodó! e ainda conta com produção do George cloney.. ou seja: preciso!
Muitas coisas são capazes de nos chocar no dia a dia e durante nossas vidas. Talvez o ato de violência e a injustiça sejam dentre eles os que mais nos chamam atenção e nos incomoda. Quando a violência é cometida contra uma criança – expoente maximo de nossos instintos de proteção, simbolismo de nossa ternura, e pureza- o choque é ainda maior, causa revolta e choque; e muitas vezes gera a mesma violência contra seus causadores e responsáveis. Polisse, causa a mesma sensação.
completa ali (pra não flodar o comments aqui com texto muito extenso rs ps: ali contem trechos narrativos que podem ser considerados por alguns como spolers- eu não acho - mas: )
Moonrise Kingdom... Um filme que me confundiu... Ele é belo em imagens e ate tem um ótimo apelo mimimi, pelos personagens das duas crianças centrais, a fotografia assume uma beleza tbm justamente devido ao cuidado com a direção de arte, as cores, as texturas a cenografia que nos introduz numa casa de bonecas, com planos/enquadramentos mega bem sacados onde a todo instante vc se sente parte de uma cidade de brinquedo, ou como se estivesse num daqueles livros em 3D em que as figuras se levantam quando vc abre o livro sabe?aliado a uma trilha sonora orquestrada e ótimos atores(Bruce Willis, Frances McDormand,Bill Murray,Edward Norton dentre outros) o filme contudo não me convenceu.. e nem sei se o problema ta no roteiro .. acho que é o enredo em si... não sei... não desceu.. mas é um belo filme imageticamente falando... outro ponto favorável esta na menina central - suzy acho - a atuação da garota é formidável.. E uma coisa peculiar; o humor do filme chega a ser irônico muitas vezes, ao nos apresentar um ambiente magico, fantasioso e extremante belo e infantil, mas nos entregar personagem e situações bucólicas e hostis, ha uma sequencia em particular que a dualidade é latente: as suas crianças apesar de terem apenas 11 e 12 anos de idade, demonstram uma sexualidade latente, na sequencia em que eles se encontram numa praia/acampamento; é incrível como a cena pode ser cômica, sexual e ao mesmo tempo incomodar no sentido de entendermos que a sexualidade ali esta somente em nós.. não na mente dos dois que estão se descobrindo.. contudo a imagem sugere um sex appel extremo... mas são crianças... como disse o filme é bom.. mas sabe quando parece que falta algo? mas vale a assistida ^^
ACABEI DE voltar da sessão do filme "Ted" e meo, calei minha própria boca(pq tava crente que não gostaria do filme). Filme delicioso. Um puta roteiro, com cenas que beiram a genialidade. Pegue South Park, Os Simpsons, varias pitadas de humor negro, sarcasmo e ironia e bata no Liquidificador do Borat. Eis Ted - não é comparando, mas a vibe critica, humorada é a mesma-. Antes de tudo é preciso entender que Ted não é nem de longe um filme de humor coxinha. Seu humor é peculiar, esta nas referencias literárias e de atualidade e inclusive na trilha sonora. O próprio Ted em si- o urso de pelúcia- já é uma metáfora, que aos olhos conservadores beira a algo satânico rsrsrs. Eles atiram para todos oa lados, a igreja católica- o seu lado conservador e intolerante; a igreja evangélica e seus esteriótipos, a politica e a mídia globalizada(referencias a Katy perry, Taylor - o do crepúsculo q não sei o sobrenome-,e outras personalidades da mídia são frequentes entre um dialogo e outro. Há sarcasmos e ai uma critica ate saudável se olhar o contexto inteiro, sobre miscigenação e preconceito de raças- étnicas e contra a xenofobia- orientais, muçulmanos etc.. é um deleite. Vc ri do inicio ao fim. Mas de nada adianta se não sair da projeção assistida entendendo a critica ali contida, a sátira. Não é o melhor papel do Mark Wahlberg apesar dele estar correto no papel a que se propõe. Tecnicamente, achei muito interessante a humanização de movimentos dada ao urso, e os planos.. surpreendente mesmo. E digo mais: um filme que ha pink floyd e a aparição de Norah Jones ja vale tudo! Boa.. realmente boa... me surpreendi... *__*
esse filme é sensacional, é trilha sonora, sonoplastia, edição, montagem, roteiro, atuações, diálogos, fotografia e direção de arte, planos, sequencias, enquadramentos... chega a ser absurdo o esmero e perfeição desse longa. contudo... Não me desceu. Mas vou explicar. Ele é ótimo, tecnicamente falando ele é lindissimo e eficiente, complexo como se propôs a ser, direção acertadíssima do terrence, mas o problema dele esta no ritmo.. e isso de nada tem haver com a sua construção narrativa e nem com o enredo, é simplesmente que é o tipo de filme que precisa desse ritmo lento.. Mas por ele ser tão detalhista em suas questão existencialista ele se distancia da identificação sensível com o espectador, a menos que este esteja passando por tais questões naquele momento. é um filme que tem se ver com paciência e dedicação mas principalmente de mente e coração aberto... vc deve senti-lo.. e isso não é pra qualquer dia ou mesmo numa sala de cinema ou sofá de casas com amigos comendo pipoca.. é o tipo de filme que vc deve esperar estar nessa vibe, nesse clima nesse momento para apreciar. Eu assisti ele duas vezes, uma por interesse e o segundo para analisa-lo. E as duas vezes ele não me ganhou, não me prendeu,mesmo que eu tenha batido palmas para seu perfeição.. quem sabe um dia.. mas é 5 estrelas(dei 4,5 pelo gosto pessoal..)
to sofrendo aqui... perdi o festival que teve na faculdade e não consegui ver o filme... :( alguém sabe/tem link razoável para baixar? agradeceria demais(não aguentarei ate novembro... ;-;
a maior enganação da historia cinematográfica ¬¬ a gente vai super inocente achando que é um filme infantil, mimimi para se ver despretensiosamente com pipoca e coca cola e sai da projeção INCHADO tendo chorado três vidas inteiras.. Lindo! rsrs MAS ME REVOLTO rsrsrs falando do filme em si: é uma delicia, uma direção de arte bonita, efeitos medianos e um roteiro q tem ponto alto nos diálogos - não necessariamente no enredo. e uma trilha sonora gostosa tbm. um bom filme!
Com uma narrativa confusa, um roteiro com ótimos diálogos, mas com profundos erros de estrutura e coesão de intertextualidade, o filme peca demais em tentar mostrar um personagem atormentado e sem traços de empatia, e ainda assim emocionar o publico. Para que haja um arco dramático valido é preciso que se crie uma narrativa no qual cada ato do personagem central forneça algum tipo de redenção no final, seja ela qual for. O enredo, a vida de Heleno tem todo um arco narrativo precioso para se contar uma boa historia, principalmente pelo período em que Heleno viveu. O mundo vivenciara duas terríveis guerras mundiais (Heleno nasceu na década de 20), num período fértil para os avanços tecnológicos, políticos e sociais do planeta. Aliados a um temperamento explosivo, a paixão pelo futebol e todo o drama pessoal, como a doença que detinha e consequentemente os problemas mentais que adquirira ao longo do caminho, o diretor José Henrique Fonseca tinha um alicerce extenso de possibilidades para fazer de Heleno – o filme- uma obra prima ou no mínimo uma película interessante. E isso não acontece.
"The Lovely Bones", que em tradução livre ficou "Um Olhar Do Paraiso". O filme é dirigido por nada mais nada menos que Peter Jackson o todo poderoso e Real senhor dos Anéis no cinema; e é baseado no livro "Uma Vida Interrompida" escrito por Alice Sebold.
Porem esqueça a magnitude em termos de locações. Esqueça a jornada épica, tipica dos recentes filmes de Jackson. "Um Olhar Do Paraíso" é mais interno do que externo. Ele não é adrenalina e sim sensação- não necessariamente emoção. Porem não se engane. Ele não é delicado como as cores vivas e calmas dele demonstram ser. O que se vê em Um Olhar do Paraíso é um filme cético e por vezes tão bucólico e sarcástico que chega a ser quase um filme de humor negro. A visão que o "Olhar" demonstra é uma realidade clichê, uma realidade meramente visual e estereotipada. Mostra sem nada velado que realmente quem vê cara não vê coração. Entenda. O filme é quase como se fosse um diário pós-morte de Susie, garota loira, adolescente, 14 anos de idade, irmã mais velha de um total de 3 filhos(uma irmã e um irmãozinho), que é determinada, apaixonada por fotografia e em busca de seu primeiro amor. É extremamente apegada ao pai. Se vê vitima de um brutal assassinato (ela é estuprada e esquartejada) e narra em voz off o filme inteiro o que aconteceu com ela durante sua pós morte numa realidade paralela e em paralelo a vida sem ela aqui na Terra e a busca de seu pai pelo assassino que literalmente mora ao lado. O filme não tem mistérios. Desde o inicio sabemos quem é o assassino, sabemos que ela esta morta e como foi morta e sabemos também qual a condição em que ela esta. É como se o filme sugerisse uma imersão num mundo além-vida, sem contudo querer catequizar ninguém. Susie após sua morte brutal, não consegue realmente partir rumo ao Paraíso que a espera, porque ela zela pelo bem estar de sua família que sofre sem ela, e principalmente porque ela é tomada pelo ódio (tão avesso à personalidade dela em vida) que detém pelo seu assassino que permanece ate então impune. Assim o filme discorre entre filofias, sempre pra frente, numa narrativa linear e coesa sobre cada escolha e ato dela ali naquele mundo (que fica entre o céu e a Terra) observando de longe e ao mesmo tempo bem de perto o que ocorre por aqui. A direção de fotografia tem um papel importantíssimo no filme. Desde o inicio as texturas e as paletas de cores são carro chefes da historia que nos faz mergulhar em uma espécie de “Van Goghismo” setentista, se é que tal expressão inventada possa caber aqui. Cada cena do mundo particular de Susie é como um quadro vivo. Ele é formado única e exclusivamente pelas sensações, medos e emoções dela. Se ela chora, começa a chover, se ela sente alegria, um lindo nascer do sol surge manso. Tudo cercado por relvas e troncos (cenário de sua morte). Tudo ali é fruto de Susie. Aquele mundo é ela em expansão. O filme parece ter sido dividido em 3 partes. Uma é Susie, a parte fantástica, artística e repleta de cores e formas, curvas, planos abertos, verticais e nada lineares. O outro é o de seu pai - vivido por Mark Wahlberg - bucólico, pesado, com cores amenas, repleto de cinza. Que lembra uma natureza morta. Setentista e extremamente melancólica. Planos médios ou fechados, sem muita ação. E por fim o mundo real que segue. O mundo caracterizado pelos irmãos de Susie e por sua mãe e avó, e por seu primeiro e único amor não consumado Ray. E é aqui que o sarcasmo repleto de clichês propositais de Peter Jackson assume.
Ray é o típico garoto perfeito, popular, bonito, poeta e latino. O primeiro e único amor de Susie, a quem ela não consegue dar o primeiro beijo. A família perfeita de Susie, que na verdade esconde uma avó alcoólatra - Susan Sarandon -, uma mãe que foge ao se deparar com a lembrança de sua filha morta, um pai extremamente dependente e uma irmã inteligente e devotada que vive independente sem a atenção devida dos pais. Um assassino frio e calculista artista (desenhista) solitário e de aparência inofensiva e ao mesmo tempo estranhamente semelhante a protagonista, completa todo o sarcasmo de Jackson. O roteiro versa sobre a dualidade da vida e em como mantemos conexões diversas e tão fortes durante a jornada de vida com pessoas que às vezes nem imaginaríamos. E que essas conexões podem ser feitas através do apego, do amor – no caso da relação pai e filha – como pelo ódio – como o caso do assassino e de Susie. Isso se dá através dos olhos do assassino que muitas vezes assume um colorido semelhante ao do mundo particular de Susie. O sarcasmo do filme se encontra em pequenas frases ("É claro que tudo aqui é lindo, aqui é o paraíso" – fala que uma das personagens diz a Susie quando ela vê pela primeira vez o Paraiso que a espera, desde a Grande arvore de Adão e Eva; ), bem como a fala inicial do filme em que Susie diz: “um laço vermelho gigante não impedirá uma menina de morrer de leucemia.” A maneira que ele aborda os fatos e ate mesmo o figurino de todo o filme, demonstram o quanto o roteiro tenta mostrar uma visão deturpada nossa da realidade. Contos de fadas existem, mas quem disse que as fadas eram boas? Parece ser essa a questão. O filme ri do tema "alem da vida e crença" e seus clichês filmicos e ironicamente por isso, se torna um filme assim, repleto de chiclês de construção de narrativa, mas como o diferencial de ser proposital e assim criticar o tema. o que claramente não era a intensão de Alice Sebold em seu livro. A trilha é leve e densa, e acentua de forma excelente a magnifica fotografia delineada e clara. No mais, Um Olhar do Paraíso propõe uma imersão a realidade e no que há alem dela. Mas de forma extremamente pessimista e falsa. Ou por isso mesmo verdadeira. Assim como a técnica do assassino, o filme é um desenho, uma obra de arte perfeita e bela, que esconde uma armadilha fatal. Um filme sensacional sem duvidas que erra pouquíssimas vezes. Com atuações mornas e falas interessantes. Assim como no Livro, "Um Olhar" é frio, pesado, reflexivo - e ao contrario do livro somente nesse aspecto - extremamente sarcástico e critico.
Ao final a sensação que fica é que terminamos de ver um filme Coeso, pesado e leve ao mesmo tempo e que mostra o como devemos ficar alertas a dualidade das pessoas. Mas que na realidade – paralela ou não – retrata a beleza cruel de nosso mundo, a fatalidade de nossas escolhas, questiona em clichês, os clichês do dia a dia e acima de tudo, faz um ode aos malditos literários e sensíveis, ao questionar: além morte.. Há? E se há... É como se pensa? Não é um filme perfeito, mas definitivamente é um ótimo filme. Susie ao final se despede e nos deseja “uma vida longa e feliz". Faço das palavras dela as minhas, e assim como na fala dela, com uma pontinha de ironia.
Uma ressalva pessoal: Não sei se gostei da forma que ele escolhe dar a redenção a protagonista. Acho que aqui, o questionamento deveria ser deixado de lado e adotar a forma do senso comum. E não, ainda não li o livro, mas me informei sobre.
Planos comuns, fotografia apagada e linear, atuações medianas dos coadjuvantes e acertadas dos protagonistas, locações comuns... Comum, contudo não é um termo que deva ser empregado ao filme “Michael” do diretor Markus Schleinzer. A produção alemã traz um enredo repleto de tensão e tal nível de verossimilhança, que chega a assustar, chocar e ao mesmo tempo, por isso mesmo, a encantar. O filme aborda a pedofilia. Ele foca no relacionamento cotidiano entre o molestador Michael e uma criança – um menino – que deve ter os seus 9 ou 10 anos de idade, que ele mantém em cativeiro residencial. O nome da criança jamais é revelado. O filme possui uma narrativa sempre linear, com poucos saltos de tempo e um roteiro com ausência quase que completa de trilha sonora e de diálogos. Ele se sustenta justamente pelo não dito, do que pelo dito. É o silencio, o olhar, a expressão fácil, os trejeitos das mãos, o modo de andar de cada um que dita suas personalidades. Alias, é o silencio que consegue executar os melhores diálogos ali. A atuação do menino é particularmente muito bem executada. Ele a todo o momento se apresenta de cabeça baixa, vestido como um homem, com um olhar sem vivacidade, que raras vezes é visto. A construção do personagem do menino é feita de maneira gradual e muito bem funcional. Não é uma construção fácil. A complexidade da situação para a criança é extrema. Ele passa seus dias trancado numa espécie de porão, totalmente customizado para ele, com brinquedos, uma cozinha e um banheiro, onde ele mesmo se banha, onde ele mesmo prepara o café da manhã todos os dias sozinho. Onde fica sua cama enfeitada por ele mesmo e a mesinha de centro onde ele estuda, lê, escreve aos pais e principalmente desenha. Sim, o garoto escreve semanalmente a seus pais. Cartas seguidas de desenhos que jamais são entregues por Michael – claro. Alias os desenhos do menino, revelam muita coisa sobre ele. Ele constantemente desenha pássaros, multicoloridos, uma ode a liberdade que ele procura. Assim Michael elabora seu controle sobre o garoto. Ao faze-lo acreditar que os pais não o querem. Que os pais exigem que ele obedeça a suas ordens. Ao mesmo tempo Michael estabelece uma relação de afeto com o garoto. Ora como se fosse de pai e filho, ora entre amigos, ora entre irmãos.
Chega a ser angustiante ver as cenas em que Michael leva o menino ao parque. O garoto sempre observador visualiza um mundo em que diante de seu sofrimento psicológico; parece não ter fim. Os contrapontos e referencias bíblicas também são muito bem tratadas no filme. Sem nunca exagerar e cair no caricato. O cuidado ao figurino também é exemplar, ao nos brindar com tanta ausência de cores, quebrando essa constante apenas nas cenas em que há o garoto em cena. Mas todo o filme se justifica e se consolida numa cena particular. A do jantar mais no final do filme. Michael e o garoto sempre jantam juntos, a mesa, na sala de estar. Após o jantar o menino ainda ajuda a lavar louça. A cena consegue chocar, imprimir tensão, prender a atenção, consegue romper o quadro dramático da narrativa e nos brinda com um humor momentâneo sujo e negro, consegue emocionar e tocar. Tudo ao mesmo tempo. Na mesma cena. Essa cena do jantar, juntamente com o dialogo entre os dois, a reação do menino diante da pergunta de Michael, assim como o ataque psicológico que o menino faz a ele e a forma que isso culmina da personalidade do menino é algo belo de se ver em termos cinematográficos. Mostra um resumo de toda a relação entre os dois, o posicionamento e entendimento que vai amadurecendo na criança, bem como a relação de afeto do molestador e de suas artimanhas que lhe dão controle sobre ele. É uma cena que para os mais moralistas não será bem vista, e com certeza não é uma cena que seria aceita por aqui no país. A coragem de tal, já me agradou bastante. Não é um filme, contudo didático. Não é o tipo de filme que visa ser um anti-pedofilia para ser exibido em escolas. Não. Mesmo que ele crie e traga a mensagem de alerta, ele é muito mais um filme sobre pedófilos e não sobre a pedofilia em si. Mas o que é mais interessante em Michael é a forma que ele se mantém imparcial do inicio ao fim. Sim, o julgamento humano de certo e errado, bem como nossa percepção moral nos faz entender de imediato que tal relação é errada, punível, horrível. Porem, ao contrario de outros filmes com o mesmo tema, ele não tinge Michael como vilão, nem tão pouco como mocinho. Ele mostra os fatos e atos tais quais são. Deixa a cargo do espectador julgar ate que grau condenara Michael ao final da película. Talvez essa imparcialidade só tenha se quebrado na parte em que se encontra um gato, de uma visinha que desaparece no meio da projeção. Achei desnecessário esse detalhe, mas nada que comprometesse demais o todo. Porem esse distanciamento de julgamento, faz com que o filme seja frio. Com exceção daquela cena já mencionada do jantar, o restante fica algo muito mecânico. O que por um lado demonstra a visão da direção em transpor a frieza do molestador para toda a projeção, afinal o personagem e o filme são um só e isso é claro. Por outro pode demonstrar uma falha de dramaticidade. Como se o filme pudesse ir alem e nunca vai. Poderíamos sair ao final da sessão chorando, xingando e querendo punições mais severas e imediatas a tal crime, ou mesmo um tratamento para tais molestadores, ou mesmo acabar o filme repleto de sensações diferentes. Mas não. O filme começa frio, segue morno e termina frio. Como se a cada cena pudéssemos nos segurar na ponta das cadeiras com as mãos no rosto, mas sem necessidade alguma. Enfim, Michael é um filme no mínimo interessante que com certeza valeria o ingresso. Cumpre com sua proposta, que é fazer refletir e trazer discussões pertinentes acerca de um tema tão delicado quanto esse da pedofilia que infelizmente nos ronda dia a dia, muitas vezes sem nem mesmo percebermos.
Orgulho e Preconceito, adaptação do romance da escritora britânica Jane Austen. Filme assinado por Joe Whight. E um enredo interessante. Keira Knightley definitivamente tem um ar provincial cativante. Sua expressão, sua entonação de voz, sua postura e atuações, parecem terem sido feitas para filmes de época. E isso é uma cartada que ela parece dominar magistralmente. O filme não exige, contudo dela, nem mesmo de nenhum outro personagem nenhum brilhantismo em suas atuações. Mas ponderação. E isso ela consegue. Keira é Elisabeth Bennet, segunda filha de um total de cinco, da família Bennet. No final do século XIX numa Londres aristocrática, a Sra. Bennet passa seus dias e noites junto de seu marido, tentando encontrar maridos para suas cinco filhas. A fim de lhes garantir futuro e riquezas para a família. Uma vez, que se o acaso viesse a morte o Sr. Bennet, elas por serem mulheres não poderiam ter direito a nenhuma herança que pudesse surgir na família. A menos que estejam casadas e constituindo seus próprios bens. É assim que após um baile arranjado, a filha mais velha, irmã e melhor amiga de Elizabeth, Jane, bela e extremamente bem educada e sensata, acaba por conhecer o jovem, solteiro e rico Sr. Bingley. Junto dele, a família conhece o melhor amigo do jovem Sr. Bingley, o elegante e fechado – muitas vezes presunçoso- Sr. Darcy. Jane e Bingley logo se apaixonam. Mas numa época em que classes sociais eram mais evidentes e dadas importância tal qual, credos, raças, cor ou sobrenomes, logo o romance se viu repleto de empecilho. Onde em paralelo a isso surge o envolvimento arquetípico e improvável da inteligente e ácida Lizzy com o ranzinza e presunçoso Darcy. E é essa a premissa. Mas ela consegue ainda ir um pouco alem.
O filme se sustenta por seus temas e pelo fascínio que deram origem a filmes como O Diário de Bridget Jones, de um caso de amor improvável e fadado ao fracasso, que, contudo se sustenta e mais que isso vinga. Sem clichês imperdoável, e com aquele toque romancista aristocrático inglês sem igual. E claro, pela personagem forte de Elisabeth. Ela não é a senhorita a espera de um casamento para salvar a família pobre. De suas quatro irmãs, Elizabeth é a mais sensata, a mais protetora, a mais despojada, a mais introspectiva e de riso fácil da família que busca nas filhas a chance de melhorarem de vida, dando suas mãos ao matrimonio a pretendentes ricos. Situação essa, administrada e encorajada pela mãe protetora e controladora, mas sem agressões, sempre de forma jovial e amorosa. E é ai que o tom muda, não há o fator pena pelas filhas, pois ambas aceitam seu destino, tudo pela fraternidade em família. Algo extremamente falho naquela época, naquela sociedade – é o que o filme vende. Lizzy (Elizabeth) apesar de suas brincadeiras em fingir somente ver o bolso e nada alem disso de cada senhor aristocrático que se apresenta a frente, na realidade os observa e julga diante de tudo aquilo que a move sem perceber. Orgulho e Preconceito. O tema é visto, relido e tratado de diversas formas e jeitos ali. Seja no julgamento premeditado de uma beleza duvidosa, seja no julgamento premeditado de uma situação financeira e afetiva de um personagem, bem como de fatos, atos e motivações para tais. Isso se estende inclusive a cada caráter exposto durante o filme. É um filme engraçado, levíssimo e que flui bem. Por se tratar de um filme de época, romântico, logo se pode prever um filme parado e enjoado, repleto de diálogos de difícil entendimento e que exagera na trilha sonora orquestral. Pois é. Lembrem-se do titulo. Não há nada nem remotamente preconceituoso numa leitura dessas. O filme possui narrativa rápida, fácil, sem diálogos repletos de firulas (alem das aceitáveis por se tratar de um filme de época), tem uma trilha sonora tímida, mas leve, uma fotografia bonita, bem como planos interessantes – destaque a cena da dança entre Darcy e Elizabeth em que o salão de dança esvazia-se sob o olhar e fascínio um do outro, enquanto a câmera literalmente dança junto aos convidados -, uma direção de arte acertada e comedida, bem como o trabalho de figurinos e iluminação. A projeção se dá sempre com um gostinho de quero mais. Destaque para a cena em que Lizzy visita à casa de Darcy e se encanta pelas obras e esculturas presentes na antessala. Sem se utilizar de açucares ou tragédias gregas, o filme se eleva a um romance genuíno, divertido, nos moldes quase shakeasperianos – sem todos seus poemas e mortes claro – remontando o sentido de gênero romântico. Um filme bonito, um romance.
confesso: não consigo parar para analisar como se deve esse filme... por dois motivos: por ser meu preferido no genero terror, e por ser o unico que por isso mesmo me coloca medo ate hj rsrs o que se deve entender no Exorcista é a epoca em que foi produzido, e o cunho dramático ali.. ele não só destruiu varios paradigmas como construiu conceitos ate hj seguidos e jamais superados ou igualados. e não falo do tema exorcismo..mas no gênero terror em si. Vc sendo ateu ou não, é impossível ficar alheio a densidade, a atmosfera densa e carregada quase que psicologicamente que o filme traça. sua trilha sonora e sua fotografia escuríssima que nos obriga a involuntariamente a estar mais atento a tela, abrir mais os olhos e etc.. confere todo o suspense necessário. uma coisa deve-se entender: a diferença de suspense e terror esta no fato de que no terror vc sabe desde o começo qual a ameaça.. no suspense a graça esta justamente em não saber... são os sustos... o exorcista é terror.. desde o principio vc tem consciência do demônio o próprio lúcifer no corpo de regan. Por isso a edição não é feita para ser rapida. o que conta aqui é a atmosfera.. e isso é regra no terror... a rapidez na projeção se dá apenas nos suspenses. O filme consegue abordar a religiosidade, a temeridade, a psicologia e a ciência no mesmo patamar de forma sutil. o real e o irreal. alem de contar com trucagens(efeitos visuais por asim dizer) de primeira qualidade e impressionantes para a epoca. e o que dizer da Atuação de Linda? com demônio ou não era uma criança de 12/13 anos de idade simulando masturbação com um crucifixo... atuando de forma a incorporar a ideia de que esta sendo possuída pelo simbolo de mal extremo que a natureza humana conhece. Um clássico, como o nome jamais poderia se apresentar igual. e que sim amedronta como nenhum outro... (comentário avulso e pessoal: só consegui gostar e conseguir assistir qualquer e todo filme de terror na vida depois de superar a barreira e o trauma de assistir o Exorcista sozinho no escuro - durante o dia claro- rsrs superação a gente vê por aki!)
basta dizer: freddy Kruguer É O CARA! em toda a conotação que essa expressão possa carregar. Não existe personagem mais asustador, cativante é que vc odeie mais e ao mesmo tempo ame.. o sarcasmo em pele queimada e garras afiadas(e uma certa indole ninfomaníaca diga-se de passagem). É um dos poucos filmes que consegue amedrontar como nenhum consegue ate hj fazer e divertir e ainda assim criar teorias interessantes- o medo real, o maior perigo esta nos sonhos, de onde ngm consegue escapar todos tem que estar la uma hora ou outra, onde estamos mais vulneráveis e onde tudo que reprimimos que fugimos pode nos alcançar...-.
prometi a mim mesmo a anos atras nunca me atrever a criticar de fato esse filme. pq? Pq é simplesmente uma catarse, uma veneração a 7° arte desde a sua trilha sonora, ate sua narrativa. Cinema paradiso é tão pescial, tão impar dentre todos os filmes que é impossível elucida-lo sem ser injusto ou insuficiente com algo. é o tipico filme que é exceção dentre todos, onde cinéfilo e não cinéfilo, onde amante e não amante da arte se identifica se emociona e gosta.. seja o guria criança ou o velhinho ancião.. é impressionante como ele atravessa os anos sendo firme como o expoente ao cinema mundial. personagens tão queridos, uma historia emocionante e envolvente, simples em sua construção mas tão densa que.. ahh não adianta..como eu disse eu ficaria divagando aqui... lindo.. lindo! 5 estrelas por falta de constelações inteiras...
sera que vou conseguir elucidar minha opinião e critica a esse que foi o melhor filme de 2011 e com certeza um dos melhores filmes dos ultimos anos nesse genero? Tenho lido criticas, inclusive de alguns professores meus que não conseguem conter menos que duas paginas de analise: não é para menos. Mas vou tentar não me estender e ser o mais objetivo possivel e deixar de lado os termos muito tecnicos. Antes de tudo é preciso entender a historia de Cisne Negro- a da peça, a da dança, sua origem e sua fabula- , para conseguir mergulhar nesse universo mostrado? Não, mas ajudaria. Vejo cisne negro como uma fusão do filme Sapatinhos Vermelhos, com a versão feminina de O Lutador e mesclas de O Iluminado e uma analise das teorias mais profundas de Jung e Freud. O filme traça um panorama sobre tudo aquilo que reprimimos mais intensamente dentro de nós. Nina é fragil como um cisne negro, sempre calada, que abaixa a cabeça a tudo e a todos, sente-se intimidada pela própria sombra, sempre assustada, temendo autoridades, sempre obediente, certinha. Nunca sobe a voz ou desafia ninguém. Mas ela esconde dentro de si, seu própria cisne negro, aquele ruim, voluptuoso, destemido, corajoso, incontrolável(lembram da fenix na Jean do X man?). é como se ela em seu interior soubesse da existencia disso nela, como todos nós sabemos que temos, todos somos capazes de fazer o pior, coisas que nem mesmo as piores historias de terror conseguem imaginar. e sabemos disso. O que o filme retrata é alguem saturado e obrigado a libertar esse lado. é algue´m que se vê diante do monstro, da fera que só responde ao impulso e ao desejo descontrolado, que tanto tempo se forçou a aprisionar e manter adormecido, tendo que acorda-lo. E ele acorda, mais devastador que nunca, sem controle. O filme mostra isso com maestria, em parte pelo talento unico de Natalie portman aqui, que se entregou ao papel de uma maneira absurda. notem as cenas que ela não para de se coçar, uma caracteristica psicologica de pessoas com transtornos, ali metaforicamente denunciando o lado negro querendo sair, como uma troca de pele, as ilusões, os sons sempre difusos e confusos do filme, a edição e as montagem rapida e intercalada, a fotografia esfumaçada e sombria, que conferem uma atmosfera densa, que não te permite ficar alheio ao filme nunca, a trilha sonora classica que é uma marca do Darren(vide, Pi, e Requiem) e a direção de arte... os espelhos, a reflexão sempre atrasada nos passos de nina que denunciam sua dualidade, a sua casa com ausencia de fotos de infancia, sempre impecavel seu quarto quase infantil, sem trancas, cada ida ao banheiro sempre observada pela mãe autoritária e que representa justamente a barreira decisiva que mantem o lado negro preso.a sexualidade, reprimida que mostra o quanto ate mesmo o desejo sexual ela reprime justamente para não se libertar totalmente. veja, o sexo aqui é mega importante, pois representa as descobertas de Nina com ela mesma, é o que caracteriza ela como a pessoa de duas faces. as pinturas da mãe representam a loucura e o desequilibrio. Nina é uma pessoa atormentada pelos seus proprios demonios, suas cobranças internas e extrenas em ter que ser perfeita, vejam a cena inicial em que ela esta ensaiando duramente, e mostra os pés em carne viva.. o filme ainda consegue mostrar (e aqui fazer a metáfora de novo) o universo hostil que esconde o balé.. mostra aquilo que desde as ideias bíblicas vem sido pregado por ai( o demônio sempre foi o anjo mais belo, o fruto proibido sempre foi o fruto mais saboroso, o mal nasceu no paraíso) a ideia de que o belo esconde feiuras, que a perfeição a graça a delicadeza, esconde trabalhos brutos e duros... falando da narrativa e o enredo em si, ele cria uma atmosfera densa no qual vc se identifica e se perturba por caracterizar o mundo de nina numa grande redoma de labirintos...é tudo muito bem estruturado,não há falas soltas e nem cenas desnecessárias ou que faltem, tudo na medida. A transformação é o ato maximo do filme, onde notem que natalie alem do olhar e da postura totalmente diferente do filme inteiro, assume o ar de uma fera que acabou de ser solta, sua respiração ofegante o som sobrenatural, a excitação, a delicadeza... a dança(que ficou ja na historia do cinema como uma das cenas mais belas... quem não vê o filme e imediatamente ao recordar dele não se lembra daquela dança final?). E seu final que só comprava a genialidade e a teoria de Freud que "enlouqueceria" ao assistir..
ve-la num embate com ela mesma, perfeição versus imperfeição cisne contra cisne.. diante do espelho e morrendo sendo ferida justamente por um pedaço de espelho.. o corpo sendo escondido no banheiro o lugar onde nos despimos e nos expomos como somos sem mascaras... o espelho que mostra a verdade.. a queda... a frase.. foi perfeito.. o olhar da mãe na plateia,.. a consciência de cisne negro e de nina ali sabendo que conseguiu a perfeição q tanto qria..na morte..onde não há limites ou expectativas onde não moldes ou regras para se comparar e se seguir..
ali esta a perfeição..no desconhecido... ela se fundindo em paz com seus lados todos... enfim o filme é de uma perfeição em igual.. não consigo assisti-lo sem me perturbar e me ver ali.. em muitas coisas... o medo de si mesmo...o medo de se controlar tanto e um dia o pior aflorar e nem eu mesmo ser capaz de controlar.. um classico contemporâneo... sim, Darren poderia optar por deixar as coisas mais sub-entendidas? não ser tão explicito ao entregar tudo de bandeja ao espectador(essa é a principal critica ao filme)? sim poderia.. mas aí é que ta, não interessa na narrativa aqui esconder nada, o que interessa é revelar.. e dar de bandeja tudo pq o que esta escondido internamente em cada um e em nina, ja é mais obscuro do simplesmente tampar os espelhos... Alias a quem interessar possa há varias teorias acerca desse filme, muitas delas interessantes pq como se trata de psicanalise, não ha uma visão só.. a mais interessante que vi ate hj é a de que
a mãe de nina não existe na realidade, pois notem que na cena em que Lilly vai vista-la, a mãe não atende a porta, quando nina fala com ela e a mãe começa a ralhar com ela, lilly fica visivelmente confusa quando nina discute com a mãe, como se esta não estivesse ali, lilly não olha nem por um segundo para a mãe de nina. O bolo de aniversario tinha prato para um. tudo na casa leva a creer que só existe uma pessoa morando ali, isso tornaria o filme mais perturbador, afinal as pinturas no quarto da mãe seriam dela mesma.. saca? mesmo no final, o olhar alheio da mãe na plateia, e sua roupa escura q difere e se destaca do restante como se ela estivesse ali so nos pensamentos de nina(lembram tbm q nina machuca a mãe no quarto e nem vestigio de machucado ao final..)
aula de cinema! direção de arte belissima, cada cor cada textura significa algo, espressa algo. figurinos e ambientes pensados em cada detalhes para construir a atmmosfera do mundo de amelie, trilha sonora soberba, fotografia espetacular, roteiro infalível e diálogos perfeitos, não ha erros nesse filme o que é raro.. atuações na medida correta tbm, planos e sequencias de dar inveja a qualquer jovem cineasta e uma fabula que vamos combinar se eternizou na industria mundial cinematográfica. é filme obrigatório para amantes da 7° arte. Gostando ou não,ele não contem imperfeições técnicas e nem narrativas. ou seja: obrigatório! e cá entre nós: fofo na vida ne?
Intocáveis
4.4 4,1K Assista AgoraCom atuações brilhantes e interessantíssimas de François Cluzet – que esta impecável no papel de Philippe-, e Omar Sy – cuja atuação lhe rendeu um César (espécie de Oscar Francês) tornando-se assim o primeiro negro da historia do país a ganhar tal premio,-; e de seus principais personagens, todos no tom certo, na dramaticidade certa, é, contudo Omar Sy e seu Driss que se destaca em tela.
Todos os melhores momentos provem dele, sejam suas cantadas, sejam seus comentários carregadas de humor e atrevimento, sejam suas expressões de ternura, sofrimento e peso pelas responsabilidades e dramas que carrega. Sem falar que seu sorriso cativa a qualquer um e seu timbre extremamente grave é uma delicia de se escutar.
Conta ainda com uma trilha sonora arrebatadora, que vai de Nina Simone e Hal Mooney á George Benson e Earth, Wind & Fire, ate Bach, Vivaldi, Ludovico Einaudi, Chopin e Mozart.
(...)
A sensação que fica ao final de Intocáveis é a de que estivemos diante de um filme inesquecível que prova mais uma vez o talento dos franceses em criar historias densas e ainda assim cativantes, e a de querer rever o filme varias e varias vezes.
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Incêndios
4.5 1,9K“Jeanne, um mais um é igual a um?”
Com um fio condutor intenso, Incêndios, do diretor e também roteirista Denis Villeneuve; e baseado numa peça de sucesso de Wajdi Mouawad; é um filme que traça uma narrativa forte, poderosa e que tem tudo para entrar definitivamente para os anais dos seletos filmes clássicos e tecnicamente sem falhas do cinema.
Com atuações primorosas, o filme cai fundo nas relações humanas e familiares, alem de trazer um palco de melancolia e angustia extrema. Chega a ser palpável os sofrimentos ali vividos.
Numa verdadeira fabula de encontro com o passado e a verdade, Jeanne a filha mais velha, parte rumo ao país de origem de sua mãe; o Líbano; passando pela Palestina.
Paraísos Artificiais
3.2 1,8K Assista AgoraFilmes retratando o mundo das drogas não é novidade no cinema. Filmes ícones de uma geração como Transpotting ou mesmo Réquiem, são exemplos eficientes desse tema.
Paraísos Artificiais do diretor Marcos Prado; como seu próprio nome sugere, retrata um universo de imersão as drogas de maneira elucidativa.
Mas nem tudo são flores...
Apenas Uma Vez
4.0 1,4K Assista Agora"Eu não a conheço, Mas a quero ainda mais por isso"
Pelas ruas de Dublin, um jovem (Glen Hansard) toca suas composições próprias para arrecadar alguns trocados. Passando um dia por acaso, uma pianista imigrante tcheca (Markéta Inglová) se encanta pelas melodias e entra, sem querer, na vida do escocês. Quando menos percebem, os dois estão compondo canções sentimentais juntos, mas encontram algumas dificuldades para dar início a um romance. Ela é casada e ele vem de um relacionamento amoroso frustrado.
É fascinante como Once (Apenas Uma Vez) consegue imprimir verossimilhança e delicadeza em seu enredo, que parece simples, mas que esconde uma complexidade de relacionamentos intensa.
Desde o inicio, somos apresentados a um filme com ares de documentário, seja pela sua fotografia nada rebuscada, seja por seus planos oscilantes com câmeras sempre em mãos, imagens por vezes desfocadas, enquadramentos desconexos, planos ora muito abertos, e ora fechados demais, ou mesmo por seus cortes repetidamente secos e suas elipses de tempo e espaço bruscas. Tudo isso poderia caracterizar erros ao filme. Mas aqui é o maior acerto que o diretor John Carney poderia fazer. Auxiliado por um roteiro competente e bem amarrado do próprio Jonh, Once nos apresenta um romance/musical que nos convida a participar de seu enredo, como espectadores do nascimento de uma romance tímido, complicado, belo e extremamente natural.
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Feitiço da Lua
3.4 203 Assista AgoraA família Castorini vive no Brooklyn com suas manias e superstições.
O pai, Cosmo, é dono de uma empresa de encanamentos e tem uma amante. Vive com a esposa Rose, que está sendo cantada por um amigo – amigo este que é professor universitário e sai com suas alunas muito mais novas-; e a filha Loretta (Cher), uma jovem viúva de 37 anos que perdeu o marido num acidente de carro- ele fora atropelado.
Contrariando o mau-agouro da família, Loretta resolve se casar pela segunda vez, quando seu namorado Johny a propõe inesperadamente. Johny contudo esta de viagem marcada para Pallermo, para visitar sua mãe que esta prestes a morrer, e impõe essa condição ao casório –‘só se casarem dali um mês quando a mãe dele já teria morrido’ -. Antes de partir, Johny faz um pedido a Loretta. Pede a noiva que visite seu irmão mais novo, com quem não fala a anos e o convide para o casamento afim de fazerem as pazes.
Mas, quando conhece Ronny (Nicolas Cage), irmão de seu noivo Johny, Loretta se apaixona por ele. E johny – padeiro amargurado que foi rejeitado pela noiva após perder uma das mãos num incidente- também se encanta por ela.
Agora, ela precisa decidir qual dos irmãos realmente quer. E, para aumentar a confusão, a lua parece ter influência sobre a libido das personagens.
Dramático né? Pois é. E não é.
(...)
É um daqueles raros filmes que automaticamente vão para a lista de favoritos da vida.
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Transamerica
4.1 746 Assista Agora'Transexualidade, Transexualismo, Síndrome de Harry Benjamin, Transtorno de Identidade de Gênero, Disforia de Gênero ou ainda Disforia Neurodiscordante de Gênero são expressões referentes à mesma coisa: a condição na qual a pessoa se identifica psicologicamente como sendo do gênero oposto ao seu sexo genético e sente impropriedade em relação ao próprio corpo.
(...)
O filme nos mergulha nos dramas e incertezas e no sofrimento incubado de uma transsexual que luta há anos para se tornar o que já é em pensamento – uma mulher.
Sem condições financeiras, ela se prende aos hormônios tomados religiosamente todas as manhãs e a noite; visita regularmente clinicas de psiquiatria e psicologia a fim de obter a permissão e o aval de seu seguro de saúde para fazer a tão almejada cirurgia de mudança de sexo.
Critica filme "Transamérica" by Eu hahaha >>
Cosmópolis
2.7 1,0K Assista AgoraUm rato tornou-se moeda monetária.” - Zbigniew Herbert
O socialismo tem como base a socialização dos meios de produção, o bem comum a todos e a extinção da sociedade dividida em classes. O capitalismo tem como objetivo principal a acumulação de capital através do lucro.
Tempo versus futuro e dinheiro. isso é Cosmópolis.
(...)
Baseado no livro homônimo de Don DeLillo, Cosmópolis é um roteiro que mostra um retrato assustador da nova Era.
São pessoas impelidas a esmo a viver o futuro, onde o presente não existe mais, se perdeu. Nessa cosmópole, Tempo e dinheiro se confundem nas medidas e ações. Muita informação, onde o novo de hoje, é o velho daqui um nano de segundos. O dinheiro e o capital que giram e definem o mundo. Onde nada mais é orgânico, tudo é programado. Uma sociedade de Caos e terror, de angustia e medo. Com estruturas físicas tão fortes, mas que escondem bases frágeis e terminais.
(...)
Contudo, apesar de toda a intenção e a premissa excelente num roteiro bem construído e denso, que lembra em seus melhores momentos a estética fotográfica e de designer de Vanilla Sky, com diálogos inteligentes e ágeis, e um cuidado excessivo de direção de arte e arte conceitual, figurinos e trilha sonora alarmista; Cosmópolis não é feito só de acertos.(...)
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Argo
3.9 2,5Kto numa ânsia por esse filme, depois de ver Medo da Verdade; que ces não tem noção >.<
Alias diga-se de passagem, O Ben Affeck nasceu pro roteiro/Direção ne man? depois de gênio indomável,medo da verdade e Atração Perigosa (perfeitos) ele virou xodó! e ainda conta com produção do George cloney.. ou seja: preciso!
Políssia
4.0 273Muitas coisas são capazes de nos chocar no dia a dia e durante nossas vidas. Talvez o ato de violência e a injustiça sejam dentre eles os que mais nos chamam atenção e nos incomoda.
Quando a violência é cometida contra uma criança – expoente maximo de nossos instintos de proteção, simbolismo de nossa ternura, e pureza- o choque é ainda maior, causa revolta e choque; e muitas vezes gera a mesma violência contra seus causadores e responsáveis.
Polisse, causa a mesma sensação.
completa ali (pra não flodar o comments aqui com texto muito extenso rs ps: ali contem trechos narrativos que podem ser considerados por alguns como spolers- eu não acho - mas: )
Moonrise Kingdom
4.2 2,1K Assista AgoraMoonrise Kingdom... Um filme que me confundiu...
Ele é belo em imagens e ate tem um ótimo apelo mimimi, pelos personagens das duas crianças centrais, a fotografia assume uma beleza tbm justamente devido ao cuidado com a direção de arte, as cores, as texturas a cenografia que nos introduz numa casa de bonecas, com planos/enquadramentos mega bem sacados onde a todo instante vc se sente parte de uma cidade de brinquedo, ou como se estivesse num daqueles livros em 3D em que as figuras se levantam quando vc abre o livro sabe?aliado a uma trilha sonora orquestrada e ótimos atores(Bruce Willis,
Frances McDormand,Bill Murray,Edward Norton dentre outros) o filme contudo não me convenceu.. e nem sei se o problema ta no roteiro .. acho que é o enredo em si... não sei... não desceu.. mas é um belo filme imageticamente falando...
outro ponto favorável esta na menina central - suzy acho - a atuação da garota é formidável..
E uma coisa peculiar; o humor do filme chega a ser irônico muitas vezes, ao nos apresentar um ambiente magico, fantasioso e extremante belo e infantil, mas nos entregar personagem e situações bucólicas e hostis, ha uma sequencia em particular que a dualidade é latente: as suas crianças apesar de terem apenas 11 e 12 anos de idade, demonstram uma sexualidade latente, na sequencia em que eles se encontram numa praia/acampamento; é incrível como a cena pode ser cômica, sexual e ao mesmo tempo incomodar no sentido de entendermos que a sexualidade ali esta somente em nós.. não na mente dos dois que estão se descobrindo.. contudo a imagem sugere um sex appel extremo... mas são crianças... como disse o filme é bom.. mas sabe quando parece que falta algo? mas vale a assistida ^^
Ted
3.1 3,4K Assista AgoraACABEI DE voltar da sessão do filme "Ted" e meo, calei minha própria boca(pq tava crente que não gostaria do filme).
Filme delicioso.
Um puta roteiro, com cenas que beiram a genialidade.
Pegue South Park, Os Simpsons, varias pitadas de humor negro, sarcasmo e ironia e bata no Liquidificador do Borat. Eis Ted - não é comparando, mas a vibe critica, humorada é a mesma-.
Antes de tudo é preciso entender que Ted não é nem de longe um filme de humor coxinha. Seu humor é peculiar, esta nas referencias literárias e de atualidade e inclusive na trilha sonora. O próprio Ted em si- o urso de pelúcia- já é uma metáfora, que aos olhos conservadores beira a algo satânico rsrsrs.
Eles atiram para todos oa lados, a igreja católica- o seu lado conservador e intolerante; a igreja evangélica e seus esteriótipos, a politica e a mídia globalizada(referencias a Katy perry, Taylor - o do crepúsculo q não sei o sobrenome-,e outras personalidades da mídia são frequentes entre um dialogo e outro. Há sarcasmos e ai uma critica ate saudável se olhar o contexto inteiro, sobre miscigenação e preconceito de raças- étnicas e contra a xenofobia- orientais, muçulmanos etc..
é um deleite. Vc ri do inicio ao fim. Mas de nada adianta se não sair da projeção assistida entendendo a critica ali contida, a sátira.
Não é o melhor papel do Mark Wahlberg apesar dele estar correto no papel a que se propõe.
Tecnicamente, achei muito interessante a humanização de movimentos dada ao urso, e os planos.. surpreendente mesmo.
E digo mais: um filme que ha pink floyd e a aparição de Norah Jones ja vale tudo!
Boa.. realmente boa... me surpreendi... *__*
A Árvore da Vida
3.4 3,1K Assista Agoraesse filme é sensacional, é trilha sonora, sonoplastia, edição, montagem, roteiro, atuações, diálogos, fotografia e direção de arte, planos, sequencias, enquadramentos... chega a ser absurdo o esmero e perfeição desse longa. contudo... Não me desceu. Mas vou explicar. Ele é ótimo, tecnicamente falando ele é lindissimo e eficiente, complexo como se propôs a ser, direção acertadíssima do terrence, mas o problema dele esta no ritmo.. e isso de nada tem haver com a sua construção narrativa e nem com o enredo, é simplesmente que é o tipo de filme que precisa desse ritmo lento..
Mas por ele ser tão detalhista em suas questão existencialista ele se distancia da identificação sensível com o espectador, a menos que este esteja passando por tais questões naquele momento. é um filme que tem se ver com paciência e dedicação mas principalmente de mente e coração aberto... vc deve senti-lo.. e isso não é pra qualquer dia ou mesmo numa sala de cinema ou sofá de casas com amigos comendo pipoca.. é o tipo de filme que vc deve esperar estar nessa vibe, nesse clima nesse momento para apreciar. Eu assisti ele duas vezes, uma por interesse e o segundo para analisa-lo. E as duas vezes ele não me ganhou, não me prendeu,mesmo que eu tenha batido palmas para seu perfeição.. quem sabe um dia.. mas é 5 estrelas(dei 4,5 pelo gosto pessoal..)
Colegas
3.4 606 Assista Agorato sofrendo aqui... perdi o festival que teve na faculdade e não consegui ver o filme... :(
alguém sabe/tem link razoável para baixar? agradeceria demais(não aguentarei ate novembro... ;-;
Ponte para Terabítia
3.9 1,6Ka maior enganação da historia cinematográfica ¬¬ a gente vai super inocente achando que é um filme infantil, mimimi para se ver despretensiosamente com pipoca e coca cola e sai da projeção INCHADO tendo chorado três vidas inteiras.. Lindo! rsrs MAS ME REVOLTO rsrsrs
falando do filme em si: é uma delicia, uma direção de arte bonita, efeitos medianos e um roteiro q tem ponto alto nos diálogos - não necessariamente no enredo. e uma trilha sonora gostosa tbm. um bom filme!
Lua de Cristal
2.4 940 Assista Agora♥
Heleno
3.6 431 Assista AgoraCom uma narrativa confusa, um roteiro com ótimos diálogos, mas com profundos erros de estrutura e coesão de intertextualidade, o filme peca demais em tentar mostrar um personagem atormentado e sem traços de empatia, e ainda assim emocionar o publico.
Para que haja um arco dramático valido é preciso que se crie uma narrativa no qual cada ato do personagem central forneça algum tipo de redenção no final, seja ela qual for.
O enredo, a vida de Heleno tem todo um arco narrativo precioso para se contar uma boa historia, principalmente pelo período em que Heleno viveu.
O mundo vivenciara duas terríveis guerras mundiais (Heleno nasceu na década de 20), num período fértil para os avanços tecnológicos, políticos e sociais do planeta. Aliados a um temperamento explosivo, a paixão pelo futebol e todo o drama pessoal, como a doença que detinha e consequentemente os problemas mentais que adquirira ao longo do caminho, o diretor José Henrique Fonseca tinha um alicerce extenso de possibilidades para fazer de Heleno – o filme- uma obra prima ou no mínimo uma película interessante. E isso não acontece.
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Um Olhar do Paraíso
3.7 2,7K Assista Agora"The Lovely Bones", que em tradução livre ficou "Um Olhar Do Paraiso".
O filme é dirigido por nada mais nada menos que Peter Jackson o todo poderoso e Real senhor dos Anéis no cinema; e é baseado no livro "Uma Vida Interrompida" escrito por Alice Sebold.
Porem esqueça a magnitude em termos de locações. Esqueça a jornada épica, tipica dos recentes filmes de Jackson.
"Um Olhar Do Paraíso" é mais interno do que externo. Ele não é adrenalina e sim sensação- não necessariamente emoção.
Porem não se engane. Ele não é delicado como as cores vivas e calmas dele demonstram ser.
O que se vê em Um Olhar do Paraíso é um filme cético e por vezes tão bucólico e sarcástico que chega a ser quase um filme de humor negro.
A visão que o "Olhar" demonstra é uma realidade clichê, uma realidade meramente visual e estereotipada. Mostra sem nada velado que realmente quem vê cara não vê coração.
Entenda.
O filme é quase como se fosse um diário pós-morte de Susie, garota loira, adolescente, 14 anos de idade, irmã mais velha de um total de 3 filhos(uma irmã e um irmãozinho), que é determinada, apaixonada por fotografia e em busca de seu primeiro amor. É extremamente apegada ao pai.
Se vê vitima de um brutal assassinato (ela é estuprada e esquartejada) e narra em voz off o filme inteiro o que aconteceu com ela durante sua pós morte numa realidade paralela e em paralelo a vida sem ela aqui na Terra e a busca de seu pai pelo assassino que literalmente mora ao lado.
O filme não tem mistérios.
Desde o inicio sabemos quem é o assassino, sabemos que ela esta morta e como foi morta e sabemos também qual a condição em que ela esta.
É como se o filme sugerisse uma imersão num mundo além-vida, sem contudo querer catequizar ninguém.
Susie após sua morte brutal, não consegue realmente partir rumo ao Paraíso que a espera, porque ela zela pelo bem estar de sua família que sofre sem ela, e principalmente porque ela é tomada pelo ódio (tão avesso à personalidade dela em vida) que detém pelo seu assassino que permanece ate então impune.
Assim o filme discorre entre filofias, sempre pra frente, numa narrativa linear e coesa sobre cada escolha e ato dela ali naquele mundo (que fica entre o céu e a Terra) observando de longe e ao mesmo tempo bem de perto o que ocorre por aqui.
A direção de fotografia tem um papel importantíssimo no filme. Desde o inicio as texturas e as paletas de cores são carro chefes da historia que nos faz mergulhar em uma espécie de “Van Goghismo” setentista, se é que tal expressão inventada possa caber aqui.
Cada cena do mundo particular de Susie é como um quadro vivo. Ele é formado única e exclusivamente pelas sensações, medos e emoções dela. Se ela chora, começa a chover, se ela sente alegria, um lindo nascer do sol surge manso. Tudo cercado por relvas e troncos (cenário de sua morte). Tudo ali é fruto de Susie. Aquele mundo é ela em expansão.
O filme parece ter sido dividido em 3 partes.
Uma é Susie, a parte fantástica, artística e repleta de cores e formas, curvas, planos abertos, verticais e nada lineares.
O outro é o de seu pai - vivido por Mark Wahlberg - bucólico, pesado, com cores amenas, repleto de cinza. Que lembra uma natureza morta. Setentista e extremamente melancólica. Planos médios ou fechados, sem muita ação.
E por fim o mundo real que segue. O mundo caracterizado pelos irmãos de Susie e por sua mãe e avó, e por seu primeiro e único amor não consumado Ray.
E é aqui que o sarcasmo repleto de clichês propositais de Peter Jackson assume.
Ray é o típico garoto perfeito, popular, bonito, poeta e latino. O primeiro e único amor de Susie, a quem ela não consegue dar o primeiro beijo.
A família perfeita de Susie, que na verdade esconde uma avó alcoólatra - Susan Sarandon -, uma mãe que foge ao se deparar com a lembrança de sua filha morta, um pai extremamente dependente e uma irmã inteligente e devotada que vive independente sem a atenção devida dos pais.
Um assassino frio e calculista artista (desenhista) solitário e de aparência inofensiva e ao mesmo tempo estranhamente semelhante a protagonista, completa todo o sarcasmo de Jackson.
O roteiro versa sobre a dualidade da vida e em como mantemos conexões diversas e tão fortes durante a jornada de vida com pessoas que às vezes nem imaginaríamos. E que essas conexões podem ser feitas através do apego, do amor – no caso da relação pai e filha – como pelo ódio – como o caso do assassino e de Susie.
Isso se dá através dos olhos do assassino que muitas vezes assume um colorido semelhante ao do mundo particular de Susie.
O sarcasmo do filme se encontra em pequenas frases ("É claro que tudo aqui é lindo, aqui é o paraíso" – fala que uma das personagens diz a Susie quando ela vê pela primeira vez o Paraiso que a espera, desde a Grande arvore de Adão e Eva; ), bem como a fala inicial do filme em que Susie diz: “um laço vermelho gigante não impedirá uma menina de morrer de leucemia.” A maneira que ele aborda os fatos e ate mesmo o figurino de todo o filme, demonstram o quanto o roteiro tenta mostrar uma visão deturpada nossa da realidade. Contos de fadas existem, mas quem disse que as fadas eram boas? Parece ser essa a questão. O filme ri do tema "alem da vida e crença" e seus clichês filmicos e ironicamente por isso, se torna um filme assim, repleto de chiclês de construção de narrativa, mas como o diferencial de ser proposital e assim criticar o tema. o que claramente não era a intensão de Alice Sebold em seu livro.
A trilha é leve e densa, e acentua de forma excelente a magnifica fotografia delineada e clara.
No mais, Um Olhar do Paraíso propõe uma imersão a realidade e no que há alem dela. Mas de forma extremamente pessimista e falsa. Ou por isso mesmo verdadeira. Assim como a técnica do assassino, o filme é um desenho, uma obra de arte perfeita e bela, que esconde uma armadilha fatal.
Um filme sensacional sem duvidas que erra pouquíssimas vezes. Com atuações mornas e falas interessantes.
Assim como no Livro, "Um Olhar" é frio, pesado, reflexivo - e ao contrario do livro somente nesse aspecto - extremamente sarcástico e critico.
Ao final a sensação que fica é que terminamos de ver um filme Coeso, pesado e leve ao mesmo tempo e que mostra o como devemos ficar alertas a dualidade das pessoas.
Mas que na realidade – paralela ou não – retrata a beleza cruel de nosso mundo, a fatalidade de nossas escolhas, questiona em clichês, os clichês do dia a dia e acima de tudo, faz um ode aos malditos literários e sensíveis, ao questionar: além morte.. Há? E se há... É como se pensa?
Não é um filme perfeito, mas definitivamente é um ótimo filme.
Susie ao final se despede e nos deseja “uma vida longa e feliz". Faço das palavras dela as minhas, e assim como na fala dela, com uma pontinha de ironia.
Uma ressalva pessoal: Não sei se gostei da forma que ele escolhe dar a redenção a protagonista. Acho que aqui, o questionamento deveria ser deixado de lado e adotar a forma do senso comum.
E não, ainda não li o livro, mas me informei sobre.
Michael
3.5 194Planos comuns, fotografia apagada e linear, atuações medianas dos coadjuvantes e acertadas dos protagonistas, locações comuns...
Comum, contudo não é um termo que deva ser empregado ao filme “Michael” do diretor Markus Schleinzer.
A produção alemã traz um enredo repleto de tensão e tal nível de verossimilhança, que chega a assustar, chocar e ao mesmo tempo, por isso mesmo, a encantar.
O filme aborda a pedofilia. Ele foca no relacionamento cotidiano entre o molestador Michael e uma criança – um menino – que deve ter os seus 9 ou 10 anos de idade, que ele mantém em cativeiro residencial. O nome da criança jamais é revelado.
O filme possui uma narrativa sempre linear, com poucos saltos de tempo e um roteiro com ausência quase que completa de trilha sonora e de diálogos.
Ele se sustenta justamente pelo não dito, do que pelo dito. É o silencio, o olhar, a expressão fácil, os trejeitos das mãos, o modo de andar de cada um que dita suas personalidades. Alias, é o silencio que consegue executar os melhores diálogos ali.
A atuação do menino é particularmente muito bem executada. Ele a todo o momento se apresenta de cabeça baixa, vestido como um homem, com um olhar sem vivacidade, que raras vezes é visto.
A construção do personagem do menino é feita de maneira gradual e muito bem funcional. Não é uma construção fácil. A complexidade da situação para a criança é extrema.
Ele passa seus dias trancado numa espécie de porão, totalmente customizado para ele, com brinquedos, uma cozinha e um banheiro, onde ele mesmo se banha, onde ele mesmo prepara o café da manhã todos os dias sozinho.
Onde fica sua cama enfeitada por ele mesmo e a mesinha de centro onde ele estuda, lê, escreve aos pais e principalmente desenha.
Sim, o garoto escreve semanalmente a seus pais. Cartas seguidas de desenhos que jamais são entregues por Michael – claro. Alias os desenhos do menino, revelam muita coisa sobre ele. Ele constantemente desenha pássaros, multicoloridos, uma ode a liberdade que ele procura.
Assim Michael elabora seu controle sobre o garoto. Ao faze-lo acreditar que os pais não o querem. Que os pais exigem que ele obedeça a suas ordens.
Ao mesmo tempo Michael estabelece uma relação de afeto com o garoto. Ora como se fosse de pai e filho, ora entre amigos, ora entre irmãos.
Chega a ser angustiante ver as cenas em que Michael leva o menino ao parque.
O garoto sempre observador visualiza um mundo em que diante de seu sofrimento psicológico; parece não ter fim.
Os contrapontos e referencias bíblicas também são muito bem tratadas no filme. Sem nunca exagerar e cair no caricato.
O cuidado ao figurino também é exemplar, ao nos brindar com tanta ausência de cores, quebrando essa constante apenas nas cenas em que há o garoto em cena.
Mas todo o filme se justifica e se consolida numa cena particular. A do jantar mais no final do filme.
Michael e o garoto sempre jantam juntos, a mesa, na sala de estar. Após o jantar o menino ainda ajuda a lavar louça.
A cena consegue chocar, imprimir tensão, prender a atenção, consegue romper o quadro dramático da narrativa e nos brinda com um humor momentâneo sujo e negro, consegue emocionar e tocar. Tudo ao mesmo tempo. Na mesma cena.
Essa cena do jantar, juntamente com o dialogo entre os dois, a reação do menino diante da pergunta de Michael, assim como o ataque psicológico que o menino faz a ele e a forma que isso culmina da personalidade do menino é algo belo de se ver em termos cinematográficos.
Mostra um resumo de toda a relação entre os dois, o posicionamento e entendimento que vai amadurecendo na criança, bem como a relação de afeto do molestador e de suas artimanhas que lhe dão controle sobre ele. É uma cena que para os mais moralistas não será bem vista, e com certeza não é uma cena que seria aceita por aqui no país. A coragem de tal, já me agradou bastante.
Não é um filme, contudo didático. Não é o tipo de filme que visa ser um anti-pedofilia para ser exibido em escolas. Não.
Mesmo que ele crie e traga a mensagem de alerta, ele é muito mais um filme sobre pedófilos e não sobre a pedofilia em si.
Mas o que é mais interessante em Michael é a forma que ele se mantém imparcial do inicio ao fim.
Sim, o julgamento humano de certo e errado, bem como nossa percepção moral nos faz entender de imediato que tal relação é errada, punível, horrível. Porem, ao contrario de outros filmes com o mesmo tema, ele não tinge Michael como vilão, nem tão pouco como mocinho. Ele mostra os fatos e atos tais quais são.
Deixa a cargo do espectador julgar ate que grau condenara Michael ao final da película.
Talvez essa imparcialidade só tenha se quebrado na parte em que se encontra um gato, de uma visinha que desaparece no meio da projeção. Achei desnecessário esse detalhe, mas nada que comprometesse demais o todo.
Porem esse distanciamento de julgamento, faz com que o filme seja frio. Com exceção daquela cena já mencionada do jantar, o restante fica algo muito mecânico. O que por um lado demonstra a visão da direção em transpor a frieza do molestador para toda a projeção, afinal o personagem e o filme são um só e isso é claro. Por outro pode demonstrar uma falha de dramaticidade. Como se o filme pudesse ir alem e nunca vai. Poderíamos sair ao final da sessão chorando, xingando e querendo punições mais severas e imediatas a tal crime, ou mesmo um tratamento para tais molestadores, ou mesmo acabar o filme repleto de sensações diferentes. Mas não. O filme começa frio, segue morno e termina frio. Como se a cada cena pudéssemos nos segurar na ponta das cadeiras com as mãos no rosto, mas sem necessidade alguma.
Enfim, Michael é um filme no mínimo interessante que com certeza valeria o ingresso. Cumpre com sua proposta, que é fazer refletir e trazer discussões pertinentes acerca de um tema tão delicado quanto esse da pedofilia que infelizmente nos ronda dia a dia, muitas vezes sem nem mesmo percebermos.
Orgulho e Preconceito
4.2 2,8K Assista AgoraOrgulho e Preconceito, adaptação do romance da escritora britânica Jane Austen. Filme assinado por Joe Whight. E um enredo interessante.
Keira Knightley definitivamente tem um ar provincial cativante. Sua expressão, sua entonação de voz, sua postura e atuações, parecem terem sido feitas para filmes de época. E isso é uma cartada que ela parece dominar magistralmente. O filme não exige, contudo dela, nem mesmo de nenhum outro personagem nenhum brilhantismo em suas atuações. Mas ponderação. E isso ela consegue.
Keira é Elisabeth Bennet, segunda filha de um total de cinco, da família Bennet.
No final do século XIX numa Londres aristocrática, a Sra. Bennet passa seus dias e noites junto de seu marido, tentando encontrar maridos para suas cinco filhas. A fim de lhes garantir futuro e riquezas para a família. Uma vez, que se o acaso viesse a morte o Sr. Bennet, elas por serem mulheres não poderiam ter direito a nenhuma herança que pudesse surgir na família. A menos que estejam casadas e constituindo seus próprios bens.
É assim que após um baile arranjado, a filha mais velha, irmã e melhor amiga de Elizabeth, Jane, bela e extremamente bem educada e sensata, acaba por conhecer o jovem, solteiro e rico Sr. Bingley. Junto dele, a família conhece o melhor amigo do jovem Sr. Bingley, o elegante e fechado – muitas vezes presunçoso- Sr. Darcy. Jane e Bingley logo se apaixonam. Mas numa época em que classes sociais eram mais evidentes e dadas importância tal qual, credos, raças, cor ou sobrenomes, logo o romance se viu repleto de empecilho. Onde em paralelo a isso surge o envolvimento arquetípico e improvável da inteligente e ácida Lizzy com o ranzinza e presunçoso Darcy.
E é essa a premissa. Mas ela consegue ainda ir um pouco alem.
O filme se sustenta por seus temas e pelo fascínio que deram origem a filmes como O Diário de Bridget Jones, de um caso de amor improvável e fadado ao fracasso, que, contudo se sustenta e mais que isso vinga. Sem clichês imperdoável, e com aquele toque romancista aristocrático inglês sem igual. E claro, pela personagem forte de Elisabeth.
Ela não é a senhorita a espera de um casamento para salvar a família pobre. De suas quatro irmãs, Elizabeth é a mais sensata, a mais protetora, a mais despojada, a mais introspectiva e de riso fácil da família que busca nas filhas a chance de melhorarem de vida, dando suas mãos ao matrimonio a pretendentes ricos.
Situação essa, administrada e encorajada pela mãe protetora e controladora, mas sem agressões, sempre de forma jovial e amorosa.
E é ai que o tom muda, não há o fator pena pelas filhas, pois ambas aceitam seu destino, tudo pela fraternidade em família. Algo extremamente falho naquela época, naquela sociedade – é o que o filme vende.
Lizzy (Elizabeth) apesar de suas brincadeiras em fingir somente ver o bolso e nada alem disso de cada senhor aristocrático que se apresenta a frente, na realidade os observa e julga diante de tudo aquilo que a move sem perceber. Orgulho e Preconceito.
O tema é visto, relido e tratado de diversas formas e jeitos ali.
Seja no julgamento premeditado de uma beleza duvidosa, seja no julgamento premeditado de uma situação financeira e afetiva de um personagem, bem como de fatos, atos e motivações para tais. Isso se estende inclusive a cada caráter exposto durante o filme.
É um filme engraçado, levíssimo e que flui bem.
Por se tratar de um filme de época, romântico, logo se pode prever um filme parado e enjoado, repleto de diálogos de difícil entendimento e que exagera na trilha sonora orquestral. Pois é. Lembrem-se do titulo.
Não há nada nem remotamente preconceituoso numa leitura dessas. O filme possui narrativa rápida, fácil, sem diálogos repletos de firulas (alem das aceitáveis por se tratar de um filme de época), tem uma trilha sonora tímida, mas leve, uma fotografia bonita, bem como planos interessantes – destaque a cena da dança entre Darcy e Elizabeth em que o salão de dança esvazia-se sob o olhar e fascínio um do outro, enquanto a câmera literalmente dança junto aos convidados -, uma direção de arte acertada e comedida, bem como o trabalho de figurinos e iluminação.
A projeção se dá sempre com um gostinho de quero mais.
Destaque para a cena em que Lizzy visita à casa de Darcy e se encanta pelas obras e esculturas presentes na antessala.
Sem se utilizar de açucares ou tragédias gregas, o filme se eleva a um romance genuíno, divertido, nos moldes quase shakeasperianos – sem todos seus poemas e mortes claro – remontando o sentido de gênero romântico.
Um filme bonito, um romance.
O Exorcista
4.1 2,3K Assista Agoraconfesso: não consigo parar para analisar como se deve esse filme... por dois motivos: por ser meu preferido no genero terror, e por ser o unico que por isso mesmo me coloca medo ate hj rsrs
o que se deve entender no Exorcista é a epoca em que foi produzido, e o cunho dramático ali.. ele não só destruiu varios paradigmas como construiu conceitos ate hj seguidos e jamais superados ou igualados. e não falo do tema exorcismo..mas no gênero terror em si. Vc sendo ateu ou não, é impossível ficar alheio a densidade, a atmosfera densa e carregada quase que psicologicamente que o filme traça. sua trilha sonora e sua fotografia escuríssima que nos obriga a involuntariamente a estar mais atento a tela, abrir mais os olhos e etc.. confere todo o suspense necessário.
uma coisa deve-se entender: a diferença de suspense e terror esta no fato de que no terror vc sabe desde o começo qual a ameaça.. no suspense a graça esta justamente em não saber... são os sustos...
o exorcista é terror.. desde o principio vc tem consciência do demônio o próprio lúcifer no corpo de regan. Por isso a edição não é feita para ser rapida. o que conta aqui é a atmosfera.. e isso é regra no terror... a rapidez na projeção se dá apenas nos suspenses.
O filme consegue abordar a religiosidade, a temeridade, a psicologia e a ciência no mesmo patamar de forma sutil. o real e o irreal.
alem de contar com trucagens(efeitos visuais por asim dizer) de primeira qualidade e impressionantes para a epoca.
e o que dizer da Atuação de Linda? com demônio ou não era uma criança de 12/13 anos de idade simulando masturbação com um crucifixo... atuando de forma a incorporar a ideia de que esta sendo possuída pelo simbolo de mal extremo que a natureza humana conhece.
Um clássico, como o nome jamais poderia se apresentar igual.
e que sim amedronta como nenhum outro... (comentário avulso e pessoal: só consegui gostar e conseguir assistir qualquer e todo filme de terror na vida depois de superar a barreira e o trauma de assistir o Exorcista sozinho no escuro - durante o dia claro- rsrs superação a gente vê por aki!)
A Hora do Pesadelo
3.8 1,2K Assista Agorabasta dizer: freddy Kruguer É O CARA! em toda a conotação que essa expressão possa carregar.
Não existe personagem mais asustador, cativante é que vc odeie mais e ao mesmo tempo ame..
o sarcasmo em pele queimada e garras afiadas(e uma certa indole ninfomaníaca diga-se de passagem). É um dos poucos filmes que consegue amedrontar como nenhum consegue ate hj fazer e divertir e ainda assim criar teorias interessantes- o medo real, o maior perigo esta nos sonhos, de onde ngm consegue escapar todos tem que estar la uma hora ou outra, onde estamos mais vulneráveis e onde tudo que reprimimos que fugimos pode nos alcançar...-.
Cinema Paradiso
4.5 1,4K Assista Agoraprometi a mim mesmo a anos atras nunca me atrever a criticar de fato esse filme. pq? Pq é simplesmente uma catarse, uma veneração a 7° arte desde a sua trilha sonora, ate sua narrativa. Cinema paradiso é tão pescial, tão impar dentre todos os filmes que é impossível elucida-lo sem ser injusto ou insuficiente com algo. é o tipico filme que é exceção dentre todos, onde cinéfilo e não cinéfilo, onde amante e não amante da arte se identifica se emociona e gosta.. seja o guria criança ou o velhinho ancião.. é impressionante como ele atravessa os anos sendo firme como o expoente ao cinema mundial. personagens tão queridos, uma historia emocionante e envolvente, simples em sua construção mas tão densa que.. ahh não adianta..como eu disse eu ficaria divagando aqui... lindo.. lindo! 5 estrelas por falta de constelações inteiras...
Cisne Negro
4.2 7,9K Assista Agorasera que vou conseguir elucidar minha opinião e critica a esse que foi o melhor filme de 2011 e com certeza um dos melhores filmes dos ultimos anos nesse genero?
Tenho lido criticas, inclusive de alguns professores meus que não conseguem conter menos que duas paginas de analise: não é para menos.
Mas vou tentar não me estender e ser o mais objetivo possivel e deixar de lado os termos muito tecnicos.
Antes de tudo é preciso entender a historia de Cisne Negro- a da peça, a da dança, sua origem e sua fabula- , para conseguir mergulhar nesse universo mostrado? Não, mas ajudaria.
Vejo cisne negro como uma fusão do filme Sapatinhos Vermelhos, com a versão feminina de O Lutador e mesclas de O Iluminado e uma analise das teorias mais profundas de Jung e Freud.
O filme traça um panorama sobre tudo aquilo que reprimimos mais intensamente dentro de nós. Nina é fragil como um cisne negro, sempre calada, que abaixa a cabeça a tudo e a todos, sente-se intimidada pela própria sombra, sempre assustada, temendo autoridades, sempre obediente, certinha. Nunca sobe a voz ou desafia ninguém. Mas ela esconde dentro de si, seu própria cisne negro, aquele ruim, voluptuoso, destemido, corajoso, incontrolável(lembram da fenix na Jean do X man?). é como se ela em seu interior soubesse da existencia disso nela, como todos nós sabemos que temos, todos somos capazes de fazer o pior, coisas que nem mesmo as piores historias de terror conseguem imaginar. e sabemos disso. O que o filme retrata é alguem saturado e obrigado a libertar esse lado. é algue´m que se vê diante do monstro, da fera que só responde ao impulso e ao desejo descontrolado, que tanto tempo se forçou a aprisionar e manter adormecido, tendo que acorda-lo. E ele acorda, mais devastador que nunca, sem controle. O filme mostra isso com maestria, em parte pelo talento unico de Natalie portman aqui, que se entregou ao papel de uma maneira absurda. notem as cenas que ela não para de se coçar, uma caracteristica psicologica de pessoas com transtornos, ali metaforicamente denunciando o lado negro querendo sair, como uma troca de pele, as ilusões, os sons sempre difusos e confusos do filme, a edição e as montagem rapida e intercalada, a fotografia esfumaçada e sombria, que conferem uma atmosfera densa, que não te permite ficar alheio ao filme nunca, a trilha sonora classica que é uma marca do Darren(vide, Pi, e Requiem) e a direção de arte... os espelhos, a reflexão sempre atrasada nos passos de nina que denunciam sua dualidade, a sua casa com ausencia de fotos de infancia, sempre impecavel seu quarto quase infantil, sem trancas, cada ida ao banheiro sempre observada pela mãe autoritária e que representa justamente a barreira decisiva que mantem o lado negro preso.a sexualidade, reprimida que mostra o quanto ate mesmo o desejo sexual ela reprime justamente para não se libertar totalmente. veja, o sexo aqui é mega importante, pois representa as descobertas de Nina com ela mesma, é o que caracteriza ela como a pessoa de duas faces. as pinturas da mãe representam a loucura e o desequilibrio. Nina é uma pessoa atormentada pelos seus proprios demonios, suas cobranças internas e extrenas em ter que ser perfeita, vejam a cena inicial em que ela esta ensaiando duramente, e mostra os pés em carne viva.. o filme ainda consegue mostrar (e aqui fazer a metáfora de novo) o universo hostil que esconde o balé.. mostra aquilo que desde as ideias bíblicas vem sido pregado por ai( o demônio sempre foi o anjo mais belo, o fruto proibido sempre foi o fruto mais saboroso, o mal nasceu no paraíso) a ideia de que o belo esconde feiuras, que a perfeição a graça a delicadeza, esconde trabalhos brutos e duros...
falando da narrativa e o enredo em si, ele cria uma atmosfera densa no qual vc se identifica e se perturba por caracterizar o mundo de nina numa grande redoma de labirintos...é tudo muito bem estruturado,não há falas soltas e nem cenas desnecessárias ou que faltem, tudo na medida.
A transformação é o ato maximo do filme, onde notem que natalie alem do olhar e da postura totalmente diferente do filme inteiro, assume o ar de uma fera que acabou de ser solta, sua respiração ofegante o som sobrenatural, a excitação, a delicadeza... a dança(que ficou ja na historia do cinema como uma das cenas mais belas... quem não vê o filme e imediatamente ao recordar dele não se lembra daquela dança final?). E seu final que só comprava a genialidade e a teoria de Freud que "enlouqueceria" ao assistir..
ve-la num embate com ela mesma, perfeição versus imperfeição cisne contra cisne.. diante do espelho e morrendo sendo ferida justamente por um pedaço de espelho.. o corpo sendo escondido no banheiro o lugar onde nos despimos e nos expomos como somos sem mascaras... o espelho que mostra a verdade.. a queda... a frase.. foi perfeito.. o olhar da mãe na plateia,.. a consciência de cisne negro e de nina ali sabendo que conseguiu a perfeição q tanto qria..na morte..onde não há limites ou expectativas onde não moldes ou regras para se comparar e se seguir..
enfim o filme é de uma perfeição em igual.. não consigo assisti-lo sem me perturbar e me ver ali.. em muitas coisas... o medo de si mesmo...o medo de se controlar tanto e um dia o pior aflorar e nem eu mesmo ser capaz de controlar.. um classico contemporâneo... sim, Darren poderia optar por deixar as coisas mais sub-entendidas? não ser tão explicito ao entregar tudo de bandeja ao espectador(essa é a principal critica ao filme)? sim poderia.. mas aí é que ta, não interessa na narrativa aqui esconder nada, o que interessa é revelar.. e dar de bandeja tudo pq o que esta escondido internamente em cada um e em nina, ja é mais obscuro do simplesmente tampar os espelhos...
Alias a quem interessar possa há varias teorias acerca desse filme, muitas delas interessantes pq como se trata de psicanalise, não ha uma visão só..
a mais interessante que vi ate hj é a de que
a mãe de nina não existe na realidade, pois notem que na cena em que Lilly vai vista-la, a mãe não atende a porta, quando nina fala com ela e a mãe começa a ralhar com ela, lilly fica visivelmente confusa quando nina discute com a mãe, como se esta não estivesse ali, lilly não olha nem por um segundo para a mãe de nina. O bolo de aniversario tinha prato para um. tudo na casa leva a creer que só existe uma pessoa morando ali, isso tornaria o filme mais perturbador, afinal as pinturas no quarto da mãe seriam dela mesma.. saca? mesmo no final, o olhar alheio da mãe na plateia, e sua roupa escura q difere e se destaca do restante como se ela estivesse ali so nos pensamentos de nina(lembram tbm q nina machuca a mãe no quarto e nem vestigio de machucado ao final..)
bem..
5 estrelas por falta de 11.
O Fabuloso Destino de Amélie Poulain
4.3 5,0K Assista Agoraaula de cinema!
direção de arte belissima, cada cor cada textura significa algo, espressa algo. figurinos e ambientes pensados em cada detalhes para construir a atmmosfera do mundo de amelie, trilha sonora soberba, fotografia espetacular, roteiro infalível e diálogos perfeitos, não ha erros nesse filme o que é raro.. atuações na medida correta tbm, planos e sequencias de dar inveja a qualquer jovem cineasta e uma fabula que vamos combinar se eternizou na industria mundial cinematográfica. é filme obrigatório para amantes da 7° arte. Gostando ou não,ele não contem imperfeições técnicas e nem narrativas. ou seja: obrigatório! e cá entre nós: fofo na vida ne?