assisti novamente, essencialmente existencialista, tem a audácia de conseguir que nós façamos as pazes com a vida, com essa vida desgraçada, de explicar que viver é abrir a porta de casa, respirar fundo, dar o primeiro passo e experienciar tudo até o fim, com coragem...que não existe propósito para a existência, que nosso lugar no mundo é construído pelo espetáculo do cotidiano, pela sinestesia, sem intervenção divina, sem missão predeterminada em algum entre-lugar místico...que a formação da nossa identidade é fruto do assombro e do arrebatamento estético motivado por algo que nós, até o ocaso, defenderemos como tão importante e tão indispensável como o ar que respiramos.
incrível quanto o ódio é uma força potencialmente mobilizadora e agregadora e parece unir mais do que o amor. freud nos mostra a ideia de que o ódio é constitutivo do humano, agindo até como forma de defesa. se o ódio é necessário, mas é comedido quando se percebe o limite do outro a partir da empatia, por sua vez, as redes sociais têm sido ferramenta pra esse ódio por sua falsa sensação de proteção e por ser um espaço narcisista,
assisti despretensiosamente este faroeste revisionista com influências tarantinescas e me surpreendi - o uso da trilha sonora é muito legal, o elenco está muito bom, acho que a junção de elementos funcionou bem, apesar do roteiro não ser lá grande coisa.
é black western. e adorei o nome, "the harder they fall".
o grande tema do cinema japonês é a permanência dos mortos. claro que o luto é uma questão-chave de toda a humanidade, mas creio que os japoneses são quem melhor o transforma em ficção, o japão passou em 70 anos do feudalismo para a bomba atômica, sem iluminismo. a ideia de que os mortos não vão embora a não ser que assim o queiramos não teve tempo de se apagar. Hamaguchi já havia ilustrado em Asako I & II essa ideia de alguém que desaparece da vida de outra mas que insiste em voltar e não lhe dar paz, mas sem uma solução, um exorcismo definitivo. nesse filme, o ritual de expurgo dos mortos e do luto é a arte, sem nenhum aspecto sobrenatural.
um ator vai precisar enfrentar Tchekov para que possa acertar as contas consigo mesmo, livre da mulher morta que ele mantém viva ao ouvir o áudio do texto de Tio Vânia, que ela gravou antes de morrer para que ele pudesse memorizar todas as falas. o ator será salvo dos seus mortos por Tchekov ao abraçar o texto por inteiro, até estar pronto para entregar seu corpo no palco como um cavalo das ideias do escritor russo.
estar salvo, no caso, é conseguir seguir em frente. os mortos estarão sempre onde estiveram, na história e no pensamento dos vivos, mas não mais como um obstáculo. é um processo lento e doloroso, e o filme respeita o tempo desse luto em quietos e confiantes 179 minutos. curiosamente, o filme se passa em hiroshima, e Hamaguchi tem a paciência de ilustrar como a cidade usou a arquitetura para honrar a memória dos seus mortos.
confesso que estava esperando uma obra-prima no melhor estilo 'a bruxa' e 'o farol'. fiquei mal acostumada com o diretor, é verdade. entretanto, eggers entregou um longa no geral morno, principalmente quando resolveu deixar de lado a selvageria, a animalidade bruta, a violência como entrada em espiral para um mundo quase lisérgico povoado por Nornas, animais fantásticos e deuses antropomórficos, para enredar-se em tramas comuns de esconde-esconde e de planos 'sofisticados' de vindita. até os primeiros minutos, a sensação que se tinha é de uma imersão bem parecida, guardadas as devidas proporções, com aquela provocada em 'apocalypse now', dos 40 minutos em diante, uma ducha de água fria na cabeça e começamos a reconhecer as coisas, os deslocamentos acabam e entram as ações sem tantas provocações, sinestesias, e tudo fica bem domesticado e calmo.
é um filme baseado num poema do século XIV: sir gawain and the green knight é um filme, guardadas algumas proporções, de fantasia medieval das lendas arturianas. está em algumas listas de melhores filmes de ficção científica do ano passado, o que diz muito sobre a pós modernidade (mas pode ser brain fog pós covid também, vamos dar uma chance). em um mundo dominado por filmes da marvel e dc, de ação rasa, velocidade máxima e obviedade, qualquer produção mais esquisitinha e lenta vira uma das melhores coisas do se ver, né isso mesmo? acho que a carência de filmes diferentes tá em alta.
acho que o problema de adrian lyne é querer jogar numa liga acima das suas habilidades. seu filme bom é 'atração fatal', mas ele quer fazer nabokov, remake de chabrol, agora adaptação de patricia highsmith. achei tedioso, e pior de tudo, brocha.
tivesse tempo e não fosse o calor opressivo do verão e todas as dezenas de coisas na minha lista de pendências que apenas me observam passar dia após dia sem resolvê-las, pararia pra traçar um paralelo entre as fases de almodóvar, a guerra civil espanhola, a pandemia e etc. mas gostei bastante dessa coisa mais madura e comedida e não escandalosa de lidar com os grandes dramas humanos, talvez me reconhecendo tanto na forma como me enxergo como na que persigo. é possível reagir de forma mais racional a situações limite. ficar amigo de ex. dividir a vida de uma forma mais simples... e penélope cruz fez pacto com o demônio, ou é deep fake? por que não envelhece!!!
como a disney (e não só ela) lenhou a cabeça das mulheres com essa história de príncipe encantado e princesa. como gente é otária mesmo. como as leis não protegem a gente de verdade contra essas coisas. existe um abagnale do mal. a netflix já foi processada? quanto dinheiro gira pra alimentar um monte de nada, né? tantas questões hahaha
é lindo na construção física do seu universo, mas tem a profundidade de uma caixa de areia para gatos. falta 'tempero', um pouco mais de especiaria.... a imaginação ficou toda na direção de arte. don't believe the hype! se você não ama ficção científica, e é novato na mitologia criada por frank herbert, talvez até goste dessa versão de Villeneuve. mas se você ama ficção, não encontrará nada de novo sob o sol de arrakis....agora é esperar para ver se a segunda parte salva a primeira. deu até vontade de ver o desastre espacial do lynch de novo, sei lá, tenho um fraco pelo mal feito com coragem.
esse filme é sobretudo um exercício de narração e controle, com uma direção ostensivamente evidente. a música é alta, e cada silêncio, ensurdecedor. fiquei especialmente impressionada com Jane Campion, parece que enfim percebeu que sua narrativa é ainda mais potente com as suas observações e suas notas de rodapé estilísticas. achei o filme magnífico. e para quem for assistir, vai gostar ainda mais quem se deixar guiar por ele.
o peleísmo está devidamente contemplado nesse filme da netflix. que imagens, que arquivo. fantástico material. a perspectiva, justa, ampla e sensível. além de ser o monarca de uma das maiores invenções humanas, pelé é a nacionalidade (concordando aqui com as falas de gilberto gil e fhc no filme). metapolítica. e o é por sua grandeza formadora (épica, dramática, estética). o filme tem isso como um dos focos. onde o futebol pode chegar por si mesmo - e é longe, e é fundo -, ele foi. emociona ver isso expresso num filme bem feito.
tem fortíssimos pontos positivos: latinidade. ritmos. diversidade étnica. visual sensacional e importantes discussões sobre perfeição, talentos, comunidade, rigidez...mas acho que ficou aquém do que poderia ter sido. mesmo subvertendo alguns padrões disney, alguns temas ainda ficaram muito leves/cômicos. acredito que se fossem tratados de forma mais séria, poderia ser um grande filme. mas aí não seria disney.
confesso que queria ver algo inconsequente e divertido, então missão cumprida. talvez eu gostasse um pouco mais se ele não fosse tão besta, mas isso também é parte do que faz com que ele funcione. além do ritmo rápido, do humor ácido, atores competentes, visual interessante e subversões de gênero. e do uso divertido dos clichês também. não sou fã de quadrinhos de super herói, não acompanhei, mas venho assistindo a maioria dos filmes da marvel e alguns da dc e sem dúvida esse novo ss é um ponto (positivo) fora da curva.
excelente adaptação do romance de Elena Ferrante. o espírito napolitano de Ferrante foi talvez melhor captado na série da HBO, quando houve adaptação de 'minha amiga genial'. no entanto, o filme é lindo e a metáfora do roubo da boneca é bem trabalhada. nesse ato 'transgressivo', condensa-se a dor da mulher que, cedendo muito de si mesma, ao se tornar mãe, vê- se obrigada a ceder sua própria condição de filha. sintetizando o traço axial de Leda, o gesto de rebeldia contra a tirania infantil repercute nas dimensões mais amplas da maternidade e do feminino.
Uma montanha russa de duas horas. O jogo de poder, sexo e fé entre as mulheres de um convento é um excelente material para as provocações de Verhoeven, mas o impacto do filme é sobretudo formal, da sustentação de uma narrativa no último volume, em que cada cena reconfigura o filme do modo mais inesperado, sem qualquer medo do ridículo, com convicção absoluta na carnalidade que movimenta as peças desse jogo de xadrez. Verhoeven é isso, o triunfo do cinema como experiência à flor da pele.
eu preferiria que exibissem o primeiro nos cinemas no lugar desse, achei uma ofensa! nem o neo restou da franquia, porque o que eu vi foi apenas o keanu reeves ganhando uma bolada pra fazer presença vip no filme. é um exemplo de fanservice mal feito.
a despeito de ser um belo filme, não é nem de longe meu scorsese preferido. é um filme final que forneceu um desfecho editorial a uma veia narrativa que o diretor explorou a vida inteira, o 'crime drama'. o seu pessimismo é conclusivo e satisfatório, porque ata nós. mesmo sem superar os filmes anteriores, scorsese reacessa o gênero de outro ponto de vista. a narração, os movimentos de câmera que seguem o texto, o roteiro guiando os congelamentos de imagem para nos informar os destinos dos personagens - estão lá todas as armas do arsenal do crime drama scorseseano, mas agora perdeu-se (para o bem) algo importantíssimo: a alegria. observem como, mesmo repetindo essas decisões narrativas, scorsese pela primeira vez filma a violência sem qualquer vestígio de excitação. claro, aqui e ali o sangue ainda é plástico, como quando explode do pescoço de uma galinha para o rosto de bobby cannavale, mas, no todo, essas sequências de assassinato não são feitas mais para impressionar - hábito de scorsese até no seu vencedor do oscar, os infiltrados. parece que aqui, de fato, as mortes têm consequências para o espectador além do impacto e da surpresa.
o que pode acontecer quando jennifer lawrence, leonardo di caprio, meryl streep, kate blanchett, thimotee chalamet e outros se juntam sob a direção do mesmo diretor de 'the big short' e roteirista de 'ant man'? uma comédia sobre o fim do mundo que ofende UM MONTE DE GENTE. se você gostou da premissa, e se só puder assistir um filme até o fim do ano, assista esse. maravilhoso!!!
Soul
4.3 1,4Kassisti novamente, essencialmente existencialista, tem a audácia de conseguir que nós façamos as pazes com a vida, com essa vida desgraçada, de explicar que viver é abrir a porta de casa, respirar fundo, dar o primeiro passo e experienciar tudo até o fim, com coragem...que não existe propósito para a existência, que nosso lugar no mundo é construído pelo espetáculo do cotidiano, pela sinestesia, sem intervenção divina, sem missão predeterminada em algum entre-lugar místico...que a formação da nossa identidade é fruto do assombro e do arrebatamento estético motivado por algo que nós, até o ocaso, defenderemos como tão importante e tão indispensável como o ar que respiramos.
Rede de Ódio
3.7 363 Assista Agoraincrível quanto o ódio é uma força potencialmente mobilizadora e agregadora e parece unir mais do que o amor. freud nos mostra a ideia de que o ódio é constitutivo do humano, agindo até como forma de defesa. se o ódio é necessário, mas é comedido quando se percebe o limite do outro a partir da empatia, por sua vez, as redes sociais têm sido ferramenta pra esse ódio por sua falsa sensação de proteção e por ser um espaço narcisista,
Vingança & Castigo
3.6 206 Assista Agoraassisti despretensiosamente este faroeste revisionista com influências tarantinescas e me surpreendi - o uso da trilha sonora é muito legal, o elenco está muito bom, acho que a junção de elementos funcionou bem, apesar do roteiro não ser lá grande coisa.
é black western.
e adorei o nome, "the harder they fall".
valeu, j cliff. black lives matter, a lot.
Nomadland
3.9 896 Assista Agoradiz muito sobre a falência da América como lugar, como terra-natal, com cidades morrendo e personagens à deriva.
Drive My Car
3.8 385 Assista Agorao grande tema do cinema japonês é a permanência dos mortos. claro que o luto é uma questão-chave de toda a humanidade, mas creio que os japoneses são quem melhor o transforma em ficção, o japão passou em 70 anos do feudalismo para a bomba atômica, sem iluminismo. a ideia de que os mortos não vão embora a não ser que assim o queiramos não teve tempo de se apagar. Hamaguchi já havia ilustrado em Asako I & II essa ideia de alguém que desaparece da vida de outra mas que insiste em voltar e não lhe dar paz, mas sem uma solução, um exorcismo definitivo. nesse filme, o ritual de expurgo dos mortos e do luto é a arte, sem nenhum aspecto sobrenatural.
um ator vai precisar enfrentar Tchekov para que possa acertar as contas consigo mesmo, livre da mulher morta que ele mantém viva ao ouvir o áudio do texto de Tio Vânia, que ela gravou antes de morrer para que ele pudesse memorizar todas as falas. o ator será salvo dos seus mortos por Tchekov ao abraçar o texto por inteiro, até estar pronto para entregar seu corpo no palco como um cavalo das ideias do escritor russo.
estar salvo, no caso, é conseguir seguir em frente. os mortos estarão sempre onde estiveram, na história e no pensamento dos vivos, mas não mais como um obstáculo. é um processo lento e doloroso, e o filme respeita o tempo desse luto em quietos e confiantes 179 minutos. curiosamente, o filme se passa em hiroshima, e Hamaguchi tem a paciência de ilustrar como a cidade usou a arquitetura para honrar a memória dos seus mortos.
O Homem do Norte
3.7 950 Assista Agoraconfesso que estava esperando uma obra-prima no melhor estilo 'a bruxa' e 'o farol'. fiquei mal acostumada com o diretor, é verdade. entretanto, eggers entregou um longa no geral morno, principalmente quando resolveu deixar de lado a selvageria, a animalidade bruta, a violência como entrada em espiral para um mundo quase lisérgico povoado por Nornas, animais fantásticos e deuses antropomórficos, para enredar-se em tramas comuns de esconde-esconde e de planos 'sofisticados' de vindita. até os primeiros minutos, a sensação que se tinha é de uma imersão bem parecida, guardadas as devidas proporções, com aquela provocada em 'apocalypse now', dos 40 minutos em diante, uma ducha de água fria na cabeça e começamos a reconhecer as coisas, os deslocamentos acabam e entram as ações sem tantas provocações, sinestesias, e tudo fica bem domesticado e calmo.
The Madness Inside Me
1.7 1absurdo um filme desse existir
O Último Ritual
1.5 17 Assista Agoraque morte horrível
A Lenda do Cavaleiro Verde
3.6 475 Assista Agoraé um filme baseado num poema do século XIV: sir gawain and the green knight é um filme, guardadas algumas proporções, de fantasia medieval das lendas arturianas. está em algumas listas de melhores filmes de ficção científica do ano passado, o que diz muito sobre a pós modernidade (mas pode ser brain fog pós covid também, vamos dar uma chance). em um mundo dominado por filmes da marvel e dc, de ação rasa, velocidade máxima e obviedade, qualquer produção mais esquisitinha e lenta vira uma das melhores coisas do se ver, né isso mesmo? acho que a carência de filmes diferentes tá em alta.
No Ritmo do Coração
4.1 754 Assista Agoraé bem despretensioso e levinho, acho que leva o oscar inclusive. espero estar errada, minha torcida é para 'the power of the dog'.
Águas Profundas
2.5 364 Assista Agoraacho que o problema de adrian lyne é querer jogar numa liga acima das suas habilidades. seu filme bom é 'atração fatal', mas ele quer fazer nabokov, remake de chabrol, agora adaptação de patricia highsmith. achei tedioso, e pior de tudo, brocha.
Mães Paralelas
3.7 411tivesse tempo e não fosse o calor opressivo do verão e todas as dezenas de coisas na minha lista de pendências que apenas me observam passar dia após dia sem resolvê-las, pararia pra traçar um paralelo entre as fases de almodóvar, a guerra civil espanhola, a pandemia e etc. mas gostei bastante dessa coisa mais madura e comedida e não escandalosa de lidar com os grandes dramas humanos, talvez me reconhecendo tanto na forma como me enxergo como na que persigo. é possível reagir de forma mais racional a situações limite. ficar amigo de ex. dividir a vida de uma forma mais simples... e penélope cruz fez pacto com o demônio, ou é deep fake? por que não envelhece!!!
O Golpista do Tinder
3.5 418como a disney (e não só ela) lenhou a cabeça das mulheres com essa história de príncipe encantado e princesa. como gente é otária mesmo. como as leis não protegem a gente de verdade contra essas coisas. existe um abagnale do mal. a netflix já foi processada? quanto dinheiro gira pra alimentar um monte de nada, né? tantas questões hahaha
Duna: Parte 1
3.8 1,6K Assista Agoraé lindo na construção física do seu universo, mas tem a profundidade de uma caixa de areia para gatos. falta 'tempero', um pouco mais de especiaria.... a imaginação ficou toda na direção de arte. don't believe the hype! se você não ama ficção científica, e é novato na mitologia criada por frank herbert, talvez até goste dessa versão de Villeneuve. mas se você ama ficção, não encontrará nada de novo sob o sol de arrakis....agora é esperar para ver se a segunda parte salva a primeira. deu até vontade de ver o desastre espacial do lynch de novo, sei lá, tenho um fraco pelo mal feito com coragem.
Ataque dos Cães
3.7 933esse filme é sobretudo um exercício de narração e controle, com uma direção ostensivamente evidente. a música é alta, e cada silêncio, ensurdecedor. fiquei especialmente impressionada com Jane Campion, parece que enfim percebeu que sua narrativa é ainda mais potente com as suas observações e suas notas de rodapé estilísticas. achei o filme magnífico. e para quem for assistir, vai gostar ainda mais quem se deixar guiar por ele.
Pelé
3.6 77o peleísmo está devidamente contemplado nesse filme da netflix. que imagens, que arquivo. fantástico material. a perspectiva, justa, ampla e sensível. além de ser o monarca de uma das maiores invenções humanas, pelé é a nacionalidade (concordando aqui com as falas de gilberto gil e fhc no filme). metapolítica. e o é por sua grandeza formadora (épica, dramática, estética). o filme tem isso como um dos focos. onde o futebol pode chegar por si mesmo - e é longe, e é fundo -, ele foi. emociona ver isso expresso num filme bem feito.
Encanto
3.8 805tem fortíssimos pontos positivos: latinidade. ritmos. diversidade étnica. visual sensacional e importantes discussões sobre perfeição, talentos, comunidade, rigidez...mas acho que ficou aquém do que poderia ter sido. mesmo subvertendo alguns padrões disney, alguns temas ainda ficaram muito leves/cômicos. acredito que se fossem tratados de forma mais séria, poderia ser um grande filme. mas aí não seria disney.
O Esquadrão Suicida
3.6 1,3K Assista Agoraconfesso que queria ver algo inconsequente e divertido, então missão cumprida. talvez eu gostasse um pouco mais se ele não fosse tão besta, mas isso também é parte do que faz com que ele funcione. além do ritmo rápido, do humor ácido, atores competentes, visual interessante e subversões de gênero. e do uso divertido dos clichês também. não sou fã de quadrinhos de super herói, não acompanhei, mas venho assistindo a maioria dos filmes da marvel e alguns da dc e sem dúvida esse novo ss é um ponto (positivo) fora da curva.
A Filha Perdida
3.6 573excelente adaptação do romance de Elena Ferrante. o espírito napolitano de Ferrante foi talvez melhor captado na série da HBO, quando houve adaptação de 'minha amiga genial'. no entanto, o filme é lindo e a metáfora do roubo da boneca é bem trabalhada. nesse ato 'transgressivo', condensa-se a dor da mulher que, cedendo muito de si mesma, ao se tornar mãe, vê- se obrigada a ceder sua própria condição de filha. sintetizando o traço axial de Leda, o gesto de rebeldia contra a tirania infantil repercute nas dimensões mais amplas da maternidade e do feminino.
Benedetta
3.5 198 Assista AgoraUma montanha russa de duas horas. O jogo de poder, sexo e fé entre as mulheres de um convento é um excelente material para as provocações de Verhoeven, mas o impacto do filme é sobretudo formal, da sustentação de uma narrativa no último volume, em que cada cena reconfigura o filme do modo mais inesperado, sem qualquer medo do ridículo, com convicção absoluta na carnalidade que movimenta as peças desse jogo de xadrez. Verhoeven é isso, o triunfo do cinema como experiência à flor da pele.
Matrix
4.3 2,5K Assista AgoraReassisti. Que filme sensacional.
Matrix Resurrections
2.8 1,3K Assista Agoraeu preferiria que exibissem o primeiro nos cinemas no lugar desse, achei uma ofensa! nem o neo restou da franquia, porque o que eu vi foi apenas o keanu reeves ganhando uma bolada pra fazer presença vip no filme. é um exemplo de fanservice mal feito.
O Irlandês
4.0 1,5K Assista Agoraa despeito de ser um belo filme, não é nem de longe meu scorsese preferido. é um filme final que forneceu um desfecho editorial a uma veia narrativa que o diretor explorou a vida inteira, o 'crime drama'. o seu pessimismo é conclusivo e satisfatório, porque ata nós. mesmo sem superar os filmes anteriores, scorsese reacessa o gênero de outro ponto de vista. a narração, os movimentos de câmera que seguem o texto, o roteiro guiando os congelamentos de imagem para nos informar os destinos dos personagens - estão lá todas as armas do arsenal do crime drama scorseseano, mas agora perdeu-se (para o bem) algo importantíssimo: a alegria. observem como, mesmo repetindo essas decisões narrativas, scorsese pela primeira vez filma a violência sem qualquer vestígio de excitação. claro, aqui e ali o sangue ainda é plástico, como quando explode do pescoço de uma galinha para o rosto de bobby cannavale, mas, no todo, essas sequências de assassinato não são feitas mais para impressionar - hábito de scorsese até no seu vencedor do oscar, os infiltrados. parece que aqui, de fato, as mortes têm consequências para o espectador além do impacto e da surpresa.
Não Olhe para Cima
3.7 1,9K Assista Agorao que pode acontecer quando jennifer lawrence, leonardo di caprio, meryl streep, kate blanchett, thimotee chalamet e outros se juntam sob a direção do mesmo diretor de 'the big short' e roteirista de 'ant man'? uma comédia sobre o fim do mundo que ofende UM MONTE DE GENTE. se você gostou da premissa, e se só puder assistir um filme até o fim do ano, assista esse. maravilhoso!!!