Os dois personagens criam o filme sob medida para o espectador. É violência que você quer ver? Eles lhe dão. Até o final? Então eles vão até o final. O filme é pra você. Você que diz se para ou continua. Sim, os personagens são sádicos. E você?
Gosto muito do humor do cinema romeno ao satirizar seu passado sob intervenção soviética. Das piadas com a burocracia até o deboche contra autoridades autoritárias. Em "Casamento Silencioso" essa característica se repete. E, com graça, consegue contar uma história que foi desgraçada por oficiais stalinistas.
As definições de "Fogo nos Racistas" foram atualizadas. Filmaço! E, sim, o nazismo ainda existe e segue se organizando. No Brasil, até elegeram presidente.
Entre 1535 e 1888 a população negra foi escravizada no Brasil. Entre 2016 e 2018, 2.570 pessoas foram resgatadas por estarem trabalhando em situação análoga à escravidão no Brasil. Do total, 82% são negros.
Em 2007, deputados aprovaram o PL da Super Receita que dificulta ainda mais a fiscalização contra o trabalho escravo. Dentre os partidos que votaram a favor estão o PMDB, PSDB, PFL (DEM), PR, dentre outros formados por políticos donos de terras ou descendentes de escravocratas.
Em 2017, Michel Temer assinou uma portaria mudando normas que diminuem o combate ao trabalho escravo. Essa medida foi feita para atender a bancada ruralista, que à época apreciava a segunda denúncia contra Temer. A turma acabou votando para Temer não ser investigado.
A Emenda Constitucional 81/14 que tipifica as práticas criminosas de escravidão levou 19 anos tramitando no Congresso. No seu programa de campanha eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro incluiu a flexibilização dessa lei.
Bolsonaro é aquele que usa lemas nazistas, que tem ministros nazistas no seu governo e que mede quilombolas por arroba.
"Menino 23", a escravidão e o nazismo são mais atuais no Brasil do que se supõe.
Em 1923 homens brancos armados promoveram uma série de ataques contra a comunidade negra de Rosewood, com a cumplicidade das autoridades locais. Pessoas foram mortas, inclusive queimadas. A população negra sobrevivente se escondeu nos pântanos e fugiu da região sem nunca mais voltar.
Rosewood, hoje, é um local desabitado.
Nenhum assassino da época foi julgado ou condenado - algo comum em sociedades racistas, que legitimam massacres como o que ocorreu.
Somente em 1993 é que a Assembleia Legislativa da Flórida abriu investigações e aprovou uma indenização para os descendentes das vítimas.
100 anos depois do massacre, homens brancos armados, com a cumplicidade das autoridades locais e legitimado por uma estrutura racista da sociedade estadunidense seguem atacando as comunidades negras e matando pessoas.
O filme é bom, mas é mais do mesmo. Já o Adam Sandler fez seu melhor personagem desde "Embriagados de Amor". Mais uma vez mostrando ser um bom ator, que cai bem em gêneros mais dramáticos...
O cinema dos bálcãs e sua forte característica de usar o humor para retratar situações de guerra a partir de perspectivas pessoais e por quem está no front.
Com um roteiro e personagens que lembram muito os irmãos Coen, o filme ainda conta com uma belíssima paisagem que faz render boas cenas. Apesar de ser um filme banal, consegue divertir e chamar a atenção. Vale o entretenimento.
Esse filme me lembrou muito a psicopatia existente nos filmes do Yorgos Lanthimos, outro diretor grego e que tem sido bastante aclamado. Mas não dá pra comentar muito sobre a obra de Alexandro Avranas, sob o risco de dar pistas ou entregar o mistério da história. É um filme muito bom, forte. Vale à pena assistir.
Mais uma obra do Ken Loach que retrata o "britânico comum e contemporâneo", engolido por um sistema econômico perverso. Ao trazer esse drama para as relações familiares, Ken Loach muito se aproxima de Mike Leigh, outro diretor que sabe muito bem criar personagens da classe média baixa inglesa e tratar suas questões pessoais em meio a um contexto social e existencial difíceis de lidar. "Você não estava aqui" é um filme sobre o presente, mas que futuramente será revisitado por quem quiser entender um pouco sobre os conflitos pessoais e as relações de trabalho do nosso tempo.
Apesar de gostar do Trueba, e considerá-lo um cara com um olhar sensível, me decepcionei com esse filme. A sinopse, o argumento do filme e a belíssima fotografia prometem uma profundidade no drama humano que o filme não dá conta. Personagens muito mal construídos e que não despertam empatia. Um contexto de guerra que poderia ser útil para aprofundar o existencialismo dos personagens, mas acaba sendo um elemento descartável na narrativa. Roteiro e diálogos bobos. Enfim, um somatório de coisas que resulta num certo vazio, uma obra oca. E isso só torna ainda mais desconfortável a sensação (e desconfiança) de que todo o filme não passou de um fetiche do diretor de querer "passear" pelas curvas da atriz Aida Folch.
Filme gostoso de se ver. E é sempre bom ver a Bahia na tela. O cinema baiano. Baianos e baianas. Além de pessoas do quilate dos amigos de Antonio Pitanga. Mas, principalmente, como é bom conhecer melhor um dos atores mais importantes da história do cinema brasileiro. Obrigado Camila, por ver seu pai através do seu olhar.
Não adianta. Um regime autoritário que tem os artistas progressistas como inimigos está fadado ao fracasso histórico. Podem até levar um artista à miséria, mas precisa mais do que isso para apagar sua memória. A ignorância cai junto com seu governo. A arte sobrevive e passa soberana pelos trilhos da História.
Incrível encontro de Clouzot e Picasso. A experiência do pintor capturada pelo diretor é realmente um pequeno tesouro do mundo contemporâneo. Filme valioso e obras de arte que já encantam pelo resultado final, mas que se tornam ainda mais mágicas quando descoberto o "segredo" de Picasso.
Filme do início da carreira de Lars von Trier, muito mal avaliado. Mas eu gostei. Achei a ideia interessante, desenvolvida com aparentemente poucos recursos e com um olhar de quem sabe o que tá fazendo e o que quer experimentar. Além de um final que surpreendeu e impactou.
Óbvio que não é nenhuma obra-prima e se apaga diante das demais obras do diretor que viriam depois. Mas é um bom filme. E o contexto do coronavírus é um bom momento para assistir um filme como esse.
Mujica não é só um ser político com uma história incrível. Ele é uma filosofia de vida. Bom de ver um dos meus diretores preferidos filmando com um dos meus presidentes preferidos (aliás, como faz diferença ter um Mujica como presidente de um país). A química entre eles dois parece não ter rolado tanto, com a diferença idiomática fazendo muita diferença. Mas como a história de vida (e o sorriso maroto) de Mujica transcende barreiras de idiomas e culturas distantes, o resultado acabou sendo muito bom para os olhos e para a alma.
Desde que os Estados Unidos foi criado e organizado a partir de um sistema racista, agentes do Estado brancos seguem matando negros marginalizados pelo sistema. O assassinato de Oscar Grant é apenas mais um episódio desse genocídio em curso.
Oscar Grant foi morto quando tinha 22 anos. Seu assassino foi condenado a 2 anos de prisão. Com 11 meses foi solto. Ser um policial branco que atira e mata, à queima-roupa, um jovem negro imobilizado é considerado um crime leve nos Estados Unidos.
Violência Gratuita
3.8 739 Assista AgoraOs dois personagens criam o filme sob medida para o espectador. É violência que você quer ver? Eles lhe dão. Até o final? Então eles vão até o final. O filme é pra você. Você que diz se para ou continua. Sim, os personagens são sádicos. E você?
Casamento Silencioso
4.1 120Gosto muito do humor do cinema romeno ao satirizar seu passado sob intervenção soviética. Das piadas com a burocracia até o deboche contra autoridades autoritárias. Em "Casamento Silencioso" essa característica se repete. E, com graça, consegue contar uma história que foi desgraçada por oficiais stalinistas.
Só Nos Resta Chorar
3.4 10Comédia gostosa de se ver. Inconfundivelmente e apaixonante Benigni!
Em Pedaços
3.9 236 Assista AgoraAs definições de "Fogo nos Racistas" foram atualizadas. Filmaço! E, sim, o nazismo ainda existe e segue se organizando. No Brasil, até elegeram presidente.
Menino 23: Infâncias Perdidas no Brasil
4.4 87Entre 1535 e 1888 a população negra foi escravizada no Brasil.
Entre 2016 e 2018, 2.570 pessoas foram resgatadas por estarem trabalhando em situação análoga à escravidão no Brasil. Do total, 82% são negros.
Em 2007, deputados aprovaram o PL da Super Receita que dificulta ainda mais a fiscalização contra o trabalho escravo. Dentre os partidos que votaram a favor estão o PMDB, PSDB, PFL (DEM), PR, dentre outros formados por políticos donos de terras ou descendentes de escravocratas.
Em 2017, Michel Temer assinou uma portaria mudando normas que diminuem o combate ao trabalho escravo. Essa medida foi feita para atender a bancada ruralista, que à época apreciava a segunda denúncia contra Temer. A turma acabou votando para Temer não ser investigado.
A Emenda Constitucional 81/14 que tipifica as práticas criminosas de escravidão levou 19 anos tramitando no Congresso. No seu programa de campanha eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro incluiu a flexibilização dessa lei.
Bolsonaro é aquele que usa lemas nazistas, que tem ministros nazistas no seu governo e que mede quilombolas por arroba.
"Menino 23", a escravidão e o nazismo são mais atuais no Brasil do que se supõe.
O Massacre de Rosewood
3.7 41Em 1923 homens brancos armados promoveram uma série de ataques contra a comunidade negra de Rosewood, com a cumplicidade das autoridades locais. Pessoas foram mortas, inclusive queimadas. A população negra sobrevivente se escondeu nos pântanos e fugiu da região sem nunca mais voltar.
Rosewood, hoje, é um local desabitado.
Nenhum assassino da época foi julgado ou condenado - algo comum em sociedades racistas, que legitimam massacres como o que ocorreu.
Somente em 1993 é que a Assembleia Legislativa da Flórida abriu investigações e aprovou uma indenização para os descendentes das vítimas.
100 anos depois do massacre, homens brancos armados, com a cumplicidade das autoridades locais e legitimado por uma estrutura racista da sociedade estadunidense seguem atacando as comunidades negras e matando pessoas.
Quando virá a justiça?
Paris is Burning
4.5 242Um grande passeio por uma cena histórica da cultura LGBT em Nova York. Filme importante, potente!
Joias Brutas
3.7 1,1K Assista AgoraO filme é bom, mas é mais do mesmo. Já o Adam Sandler fez seu melhor personagem desde "Embriagados de Amor". Mais uma vez mostrando ser um bom ator, que cai bem em gêneros mais dramáticos...
O Homem Duplicado
3.7 1,8K Assista AgoraFilme para fundir a cuca e lhe obrigar a pesquisar outras interpretações, só pra ver se o que você entendeu faz sentido.
O Enterro de Kojo
3.5 7Literalmente fantástico! Me encantei por esse filme. A direção e a fotografia tão de parabéns!
Sabor da Vida
4.2 129 Assista AgoraLeve, clichê e até meio bobo. Mas que toca em questões pertinentes e entretém.
O Posto da Fronteira
3.3 2O cinema dos bálcãs e sua forte característica de usar o humor para retratar situações de guerra a partir de perspectivas pessoais e por quem está no front.
O Cidadão do Ano
3.7 57Com um roteiro e personagens que lembram muito os irmãos Coen, o filme ainda conta com uma belíssima paisagem que faz render boas cenas. Apesar de ser um filme banal, consegue divertir e chamar a atenção. Vale o entretenimento.
O Dia Depois
3.5 40 Assista AgoraNão se pode negar que o filme tem seu valor e é bastante estiloso. Talvez até demais e por isso eu tenha me cansado antes de chegar na sua metade.
Um Lugar Silencioso
4.0 3,0K Assista AgoraAchei que já tinham parado de fazer filmes como esse desde o final dos anos 2000. Mais do mesmo.
Miss Violence
3.9 1,0K Assista AgoraEsse filme me lembrou muito a psicopatia existente nos filmes do Yorgos Lanthimos, outro diretor grego e que tem sido bastante aclamado. Mas não dá pra comentar muito sobre a obra de Alexandro Avranas, sob o risco de dar pistas ou entregar o mistério da história. É um filme muito bom, forte. Vale à pena assistir.
Você Não Estava Aqui
4.1 242 Assista AgoraMais uma obra do Ken Loach que retrata o "britânico comum e contemporâneo", engolido por um sistema econômico perverso. Ao trazer esse drama para as relações familiares, Ken Loach muito se aproxima de Mike Leigh, outro diretor que sabe muito bem criar personagens da classe média baixa inglesa e tratar suas questões pessoais em meio a um contexto social e existencial difíceis de lidar. "Você não estava aqui" é um filme sobre o presente, mas que futuramente será revisitado por quem quiser entender um pouco sobre os conflitos pessoais e as relações de trabalho do nosso tempo.
O Artista e a Modelo
3.7 20 Assista AgoraApesar de gostar do Trueba, e considerá-lo um cara com um olhar sensível, me decepcionei com esse filme. A sinopse, o argumento do filme e a belíssima fotografia prometem uma profundidade no drama humano que o filme não dá conta. Personagens muito mal construídos e que não despertam empatia. Um contexto de guerra que poderia ser útil para aprofundar o existencialismo dos personagens, mas acaba sendo um elemento descartável na narrativa. Roteiro e diálogos bobos. Enfim, um somatório de coisas que resulta num certo vazio, uma obra oca. E isso só torna ainda mais desconfortável a sensação (e desconfiança) de que todo o filme não passou de um fetiche do diretor de querer "passear" pelas curvas da atriz Aida Folch.
Pitanga
4.3 24Filme gostoso de se ver. E é sempre bom ver a Bahia na tela. O cinema baiano. Baianos e baianas. Além de pessoas do quilate dos amigos de Antonio Pitanga. Mas, principalmente, como é bom conhecer melhor um dos atores mais importantes da história do cinema brasileiro. Obrigado Camila, por ver seu pai através do seu olhar.
Afterimage
4.0 29 Assista AgoraNão adianta. Um regime autoritário que tem os artistas progressistas como inimigos está fadado ao fracasso histórico. Podem até levar um artista à miséria, mas precisa mais do que isso para apagar sua memória. A ignorância cai junto com seu governo. A arte sobrevive e passa soberana pelos trilhos da História.
O Mistério de Picasso
4.2 38Incrível encontro de Clouzot e Picasso. A experiência do pintor capturada pelo diretor é realmente um pequeno tesouro do mundo contemporâneo. Filme valioso e obras de arte que já encantam pelo resultado final, mas que se tornam ainda mais mágicas quando descoberto o "segredo" de Picasso.
Epidemia
3.0 42 Assista AgoraFilme do início da carreira de Lars von Trier, muito mal avaliado. Mas eu gostei. Achei a ideia interessante, desenvolvida com aparentemente poucos recursos e com um olhar de quem sabe o que tá fazendo e o que quer experimentar. Além de um final que surpreendeu e impactou.
Óbvio que não é nenhuma obra-prima e se apaga diante das demais obras do diretor que viriam depois. Mas é um bom filme. E o contexto do coronavírus é um bom momento para assistir um filme como esse.
El Pepe, Uma Vida Suprema
3.8 42Mujica não é só um ser político com uma história incrível. Ele é uma filosofia de vida.
Bom de ver um dos meus diretores preferidos filmando com um dos meus presidentes preferidos (aliás, como faz diferença ter um Mujica como presidente de um país). A química entre eles dois parece não ter rolado tanto, com a diferença idiomática fazendo muita diferença.
Mas como a história de vida (e o sorriso maroto) de Mujica transcende barreiras de idiomas e culturas distantes, o resultado acabou sendo muito bom para os olhos e para a alma.
Fruitvale Station - A Última Parada
3.9 333 Assista AgoraDesde que os Estados Unidos foi criado e organizado a partir de um sistema racista, agentes do Estado brancos seguem matando negros marginalizados pelo sistema. O assassinato de Oscar Grant é apenas mais um episódio desse genocídio em curso.
Oscar Grant foi morto quando tinha 22 anos.
Seu assassino foi condenado a 2 anos de prisão. Com 11 meses foi solto.
Ser um policial branco que atira e mata, à queima-roupa, um jovem negro imobilizado é considerado um crime leve nos Estados Unidos.