a velha combinação da vontade de chocar com a falta do que dizer. todo o jogo aqui é o velho unheimlich enlatado produzido pelo contraste, que vem desde o título, entre expressões da cotidianidade da existência pequeno-burguesa e algum "outro lado" qualquer que pretensamente é a verdade do primeiro — do que se sente abstratamente o clima da crítica da medianidade, a "revelação" do que está "por baixo dos panos". mas como o "outro lado" não aparece senão justaposto ao primeiro, sem qualquer elaboração sobre uma possível conexão intrínseca, fica tão medíocre e sem significado quanto ele. é a mesma estrutura da revista de fofocas. mais pequeno-burguesa que a cotidianidade sem conteúdo, só mesmo a fuga sem conteúdo do cotidiano — loucuras de fim de semana, amante, filminho de terror, perversões controladas... — cuja excepcionalidade não faz senão reconfirmar a regra. aliás, nem na seleção de bizarria esse ari aster é criativo. primitivos, incesto, rituais de sexo, culto de morte... enfim, clichés cansativos, apresentados por si mesmos, com os quais os consumidores da indústria cultural precisam fingir que ainda se chocam para injetar alguma emoção na sua própria mediocridade.
The Strange Thing About the Johnsons
3.7 180a velha combinação da vontade de chocar com a falta do que dizer. todo o jogo aqui é o velho unheimlich enlatado produzido pelo contraste, que vem desde o título, entre expressões da cotidianidade da existência pequeno-burguesa e algum "outro lado" qualquer que pretensamente é a verdade do primeiro — do que se sente abstratamente o clima da crítica da medianidade, a "revelação" do que está "por baixo dos panos". mas como o "outro lado" não aparece senão justaposto ao primeiro, sem qualquer elaboração sobre uma possível conexão intrínseca, fica tão medíocre e sem significado quanto ele. é a mesma estrutura da revista de fofocas. mais pequeno-burguesa que a cotidianidade sem conteúdo, só mesmo a fuga sem conteúdo do cotidiano — loucuras de fim de semana, amante, filminho de terror, perversões controladas... — cuja excepcionalidade não faz senão reconfirmar a regra. aliás, nem na seleção de bizarria esse ari aster é criativo. primitivos, incesto, rituais de sexo, culto de morte... enfim, clichés cansativos, apresentados por si mesmos, com os quais os consumidores da indústria cultural precisam fingir que ainda se chocam para injetar alguma emoção na sua própria mediocridade.