A primeira coisa que me encantou foi a metalinguagem, o audio-book do romance que é o próprio filme, o filme lido pela autora do romance. Quase uma experiência de uma espécie de "video-book".rs.
A grande estória aqui é a crueldade do cotidiano mostrada em detalhes completamente doces, seja pela trilha sonora, seja pela fotografia e a escolha de cores leves, quase tudo em tom pastel.
A crueldade se mostra na relação aparentemente construída entre aluno e mestre, no casal estável e feliz, na condescendência da jovem editora que acha saber mais e melhor que a experiência ao ponto de expô-la a situações totalmente desconfortáveis e a uma escolha ridícula, e na relação parental - que aliás pesadíssima, o diálogo entre as primas no qual se coloca a questão antropológica de reciprocidade, dar-receber e a obrigação de retribuir, nesse caso em gratidão, mas que no fim dá uma volta na qual bastava ostentar o dinheiro e fazer uma oferta desconfortável e ridícula. Desconforto é o sentimento, quis abraça-las, ajuda-las...coração ficou apertadinho.´
Este filme me afetou bastante, achei que fosse algo leve haha!!
como as pessoas são frágeis e precisam criar um mistério ao redor de si, para parecer interessante ao outro.
. Esse filme me afetou logo na primeira vez que assisti, só posso explicar assim, acompanhei o filme todo no ritmo de Dehors do Alain Bashung com um deslumbramento de parque de diversões, literalmente,rs.
Silent Hill é dos meus jogos preferidos, e cada um deles mesmo tendo o comum faz parte de todo um universo único, por isso acho que a maior cagada de todas é juntar referência de vários
o final com o caminhoneiro do origens, e logo no plano seguinte o "camburão" escoltado do downpour. sabe, pra que?! não! haha deve ter mais referências, aliás..
. O primeiro era ok, gosto do final, conseguiram não deixar clichê, apesar de não dar medo. E pra não dizer que desgostei de tudo aqui, a fotografia é bacaninha com a coloração amarelada e as enfermeiras também ficaram boas, mas os efeitos ficaram televisivos provavelmente porque foi feito para 3D. enfim... eu nem vou falar do romance nonsense hahaha...
Eu achava que a idéia era puramente o vírus se propagando pela voz e isso tinha me deixado com uma puta expectativa, já que se bem desenvolvida daria algo foda. Mas, apesar desse ponto de partida, da voz de Stephen Mc Hattie e da fotografia acinzentada, não foi nada efetivo esse roteiro/direçao/atuações. As atuações são por demais canastronas, Mc Donald não conseguiu trabalhar bem a tensão necessária para um filme de "zumbi" em um único ambiente e que praticamente não é visual como 'extermínio', por exemplo.
Eu entendo que talvez a idéia fosse mostrar que não há explicação para como o vírus se propaga, afinal, mesmo que eles não falassem palavras de amor, falavam em inglês, mesmo falando em outra língua no final tava tudo muito doido. haha. me considero uma pessoa bem criativa, e mesmo assim não consegui acompanhar haha
por exemplo, acho muito improvável que um imigrante negro, mesmo que seja "boa pinta", consiga dormir assim fácil com uma super empresária. Outra coisa foi a enorme facilidade com que ele entra na casa do traficando para matá-lo, mesmo que seja algo em nível simbólico, não sei se me convenceu. Quanto a sequência dele no bar com as moças brancas americanas, entendo a crítica racista quando a garota fica imitando os sons dele como se ele fosse um macaco, ou algo que o valha, algo como "hmm que peculiar, exótico".
De qualquer modo, a degradação do imigrante sofrido e de bom coração até o estopim da loucura, muito me agrada enquanto crítica, principalmente pelos planos silenciosos com ele literalmente solto no país, incomodam muito.
Eu sou tão cagona, tão cagona, que até um filme onde o foco principal é buscar rebanhos para o catolicismo, "semeie o bem de sua alma" haha, conseguiu me deixar com medo. tirando a forte ideologização é mais do mesmo.
Esperava encontrar qualquer coisa, menos um filme tão triste e denso. Entre gestos delicados e rosto com semi-sorrisos de bonecas de porcelana o peso fúnebre que permeia todo ambiente foi o que me prendeu. Há um caráter hipnótico na estória, mas principalmente na fotografia que mais parece uma pintura e na lentidão que em vez de sono, sufocou, como se estivessemos em um sonho que aos poucos vai sendo tomado por detalhes de horror.
Muitos se decepcionaram com este, eu acho que algumas coisas funcionaram bem, como a teoria indígena e crítica nazista, mas algumas simplesmente não dá para acompanhar haha, o mais interessante é ver como algumas pessoas piram num filme ao ponto de criar mapas e ir no específico do detalhe.
Quando o filme é muito diferente, eu sempre acho que tem uma linha bem tênue de identificação - todo filme tem, mas estes acho que exigem mais - e eu me identifiquei, adorei a esquisitice, achei doce, encantado, uma coreografia!
Quase nada se fala das guerras européias contemporâneas da década de 90, eu nunca aprendi nada na escola ou no cursinho, talvez veja algo no próximo semestre da faculdade (talvez). Foi com "A Vida Secreta das Palavras (Coixet)" que vim a saber da Guerra da Bósnia/Balcãs, lá eu senti uma dor intimista através da personagem de Sarah Polley, algo subjetivo ainda assim. Mas foi agora com Venuto Al Mondo que compreendi a dimensão, que senti uma dor pelo coletivo, mesmo vindo de uma estória intimista (e que linda estória, certamente vinda de muitas histórias...). 100 mil mortos, 20 anos completados ano passado praticamente em silêncio, a voz começa a ganhar força por obras como essas.
Que fotografia, que trilha, que roteiro, que atuações... IMENSO amor!!
Este filme é uma alegoria, como muitos já disseram abaixo, mas discordando de algumas opiniões, justamente por ser símbolo não tem necessidade de explicar certas coisas.
como que Benigno/Berkano sobreviveu naquele buraco, é o mesmo que perguntar como a mãe dele estava intacta no final do filme,rs.
A frase do Dr. Holzmann "Essas crianças só precisam aprender o que é dor" sentencia o que cada personagem aprende, assim como, bem sabemos, todos que passaram/passam pelos terrores de quaisquer guerras.
Não é um filme perfeito, mas é tão bonito, aquelas crianças, aiai,haja coração, chorei.
Este filme me trouxe sorriso nesse feriadinho cinza e frio.
A sequência inicial me lembrou diversos filmes franceses, com a narrativa associada a uma miscelânea de imagens para causar identificação, como; Amélie, Le nom des Fens, 2 days in paris. Depois transforma-se em uma comédia pura e sarcástica, com provocações que pra mim foram geniais, mas que, claro, juntando seres humanos em um recinto fechado só podia levar à tragédia psicológica, máscaras caindo, verdades pulando da língua.
apesar do nome poderia se chamar também "Todos los Libros Hablan de Mí", já que cada frase, de cada autor citado, marca - formando um duo com as musicas - um momento de Ramiro, principalmente sua acentuada melancolia, que para mim é o sentimento exato daqueles que poetizam. É sim mais um conto de amor/desamor, mas não é mais um clichê. A linguagem escolhida por Trueba mescla capítulos, cartas narradas, narração em off e memória, tudo com muita doçura. E para além da própria relação amorosa, as relações de amizade mostradas também me encantaram.
Confesso que no começo achei Ramiro meio irritante, mas depois me conquistou.
autores citados: - Alejandra Pizarnik (muito amor!) - A Ignorância (Milan Kundera) - Cuadernos de Teste (Carmen Martín Gaite)
musicas: -Granadas (Bill Evans Trio) -Pobrecitos mis recuerdos(Bola de Nieve) -Inventario (Raúl Fernández) -Crujidos (Nacho Vegas) -La estación de los amores (Franco Battiato) -El vals de los besos (El Hijo) -Cada día (Elle Belga) -Canción para follar (Irene Tremblay) -Lo siento (Christina Rosenvinge) -Silence Is the Question (The Bad Plus)
O amor entre os dois é como a bebida na qual se afundam, liquido e (só) existiu enquanto muleta, enquanto reflexo que um era do outro, por isso sair dessa "zona de conforto" foi a parte que os esmagou, a parte difícil.
Talvez, em outras circunstâncias, com outra carga... Talvez no depois do fim, depois do último plano Charlie pedindo redenção..
Eu gostei da direção, achei tudo muito intimista, me pegou.
Talvez não tenha sido a melhor idéia do mundo assistir num domingo de madrugada. 3am e eu chorando, chorando, chorando.
Me apaixonei por tudo aqui; de Johan Heldenbergh, Veerle Baetens e a adorável Nell Cattrysse , à fotografia belissima e os travellings lentos da câmera que normalmente está próximade uma das personagens de costas e aos poucos vai se afastando em silêncio, em impotência.
achei muito bom que a única coisa que Didier tinha fé era nos EUA, por conta do bluegrass, e a analogia que fez-se associando o cancer ao "declínio" pós ataque do 11/09, o esgotamento do único vestígio de fé, american dream goes down.
O roteiro conseguiu me envolver de uma forma tão tão doce, que não tinha como não se sentir também quebrada.
A trilha sonora eu já estava viciada quando me falaram do filme, adoro bluegrass!
Apesar da linguagem de Delpy me agradar tanto aqui quanto em 2 dias em Paris, é inegável que esse filme é muito mais empático. Adam Goldberg era de fato muito chato, até nos simpatizamos com suas neuroses, mas, comparado ao Chris Rock, não dá,rs, Rock ficou muito muito fofo, e tem um timing exato pro sarcasmo!
É preciso ignorar uma boa dose de estereótipo estranho francês que Delpy coloca, mas enfim, é só pra se divertir.
Dados os filmes anteriores da diretora, desde antes de assistir não me pareceu que a escolha por algo aparentemente mais leve fosse desproposital. É um filme que se traveste de "feel good movie", pois, temos a Italia, limões, vestidos claros/floridos e Ida com um sorriso que não descola do rosto. Acontece que dentro das situações todos esses artificios são tão caricatos que a crítica fica te cutucando o tempo todo
veste-se máscaras para tentar ser o que espera que sejam, tenta-se achar felicidade a onde todos dizem achar, mas o machismo é a mais caricata e incomoda, porque quando vemos na tela tem-se a dimensão do absurdo mas sabemos que isso acontece; a mulher se culpar pelo homem tê-la traído, a mulher se sentir culpada pelo próprio cancer, não triste por ELA ter perdido, no caso, um seio, mas porque coitado do marido... enfim, é bizarro. Tanto que a sequência final quando ela resolve ir embora, tira a peruca e com ele o sorriso de orelha a orelha, é clichê e é gostoso, é suave, é redenção. Aliás, tema que Susanne Bier adora!
O que mais gosto aqui em questão cinematográfica é que o movimento do Dogma não se limitou a experimentos estéticos/técnicos sem uma estória. O primogênito mostra isso lindamente, juntando toda a estética proposta pelas regras do movimento ( fiquei apaixonada pela câmera) à crítica social.
Para mim, o que foi talvez mais forte do que a própria crítica a uma oligarquia familiar burguesa ( que se desdobra em diversas críticas, como ao machismo, racismo, desconstrução da familia "perfeita"- branca, rica...) foi a crítica às convenções ( ironicamente, os dogmas) sociais, pois a família está num movimento de implosão e mesmo assim mantém-se a todo custo alguma aparência,
a avó que canta sobre os campos, a irmã que diz que deve ter sido engano de Christian, as pessoas que não saem da mesa (um amigo se lembrou de Buñuel - O Anjo Exterminador). O único momento que foge ao controle é depois da carta de Linda, mesmo assim, na cena final as aparências retornam.
E digo que é mais forte pois, são essas convenções que perpetuam os preconceitos, machismos, racismos criticados.
Hoje tivemos sessão do Cineclube Darcy Ribeiro com a presença da diretora Clara Ramos e com a advogada dos casos mostrados, Sonia Drigo, que também é entrevistada, e foi uma delícia de debate!!
Enfim, de tanta coisa que pode ser debatida sobre o filme o que mais me é absurdo é que o problema para o estado/justiça não é o fato de uma pessoa chegar ao ponto extremo de precisar furtar comida, fralda, shampoo, e sim, se uma pessoa furta o comércio, mexe na propriedade, no capital. É isso que importa para eles...
Um filme real sobre superação, onde o que seria o problema (autismo, no caso) não é anulado mas, aprende-se a viver com ele. Gostei muito da linguagem dada por imagens para que nos identifiquemos com o modo com que Grandin pensa. Muito doce!!
Eu Pertenço
3.6 9A primeira coisa que me encantou foi a metalinguagem, o audio-book do romance que é o próprio filme, o filme lido pela autora do romance. Quase uma experiência de uma espécie de "video-book".rs.
A grande estória aqui é a crueldade do cotidiano mostrada em detalhes completamente doces, seja pela trilha sonora, seja pela fotografia e a escolha de cores leves, quase tudo em tom pastel.
A crueldade se mostra na relação aparentemente construída entre aluno e mestre, no casal estável e feliz, na condescendência da jovem editora que acha saber mais e melhor que a experiência ao ponto de expô-la a situações totalmente desconfortáveis e a uma escolha ridícula, e na relação parental - que aliás pesadíssima, o diálogo entre as primas no qual se coloca a questão antropológica de reciprocidade, dar-receber e a obrigação de retribuir, nesse caso em gratidão, mas que no fim dá uma volta na qual bastava ostentar o dinheiro e fazer uma oferta desconfortável e ridícula. Desconforto é o sentimento, quis abraça-las, ajuda-las...coração ficou apertadinho.´
Este filme me afetou bastante, achei que fosse algo leve haha!!
Félix e Lola
3.0 7Gosto muito desse filme, não acho que seja um filme vazio é um filme sobre máscaras,
como as pessoas são frágeis e precisam criar um mistério ao redor de si, para parecer interessante ao outro.
Gainsbourg e Torreton, muito amor!
Silent Hill: Revelação
2.7 1,8K Assista AgoraSilent Hill é dos meus jogos preferidos, e cada um deles mesmo tendo o comum faz parte de todo um universo único, por isso acho que a maior cagada de todas é juntar referência de vários
o final com o caminhoneiro do origens, e logo no plano seguinte o "camburão" escoltado do downpour. sabe, pra que?! não! haha deve ter mais referências, aliás..
O primeiro era ok, gosto do final, conseguiram não deixar clichê, apesar de não dar medo. E pra não dizer que desgostei de tudo aqui, a fotografia é bacaninha com a coloração amarelada e as enfermeiras também ficaram boas, mas os efeitos ficaram televisivos provavelmente porque foi feito para 3D. enfim... eu nem vou falar do romance nonsense hahaha...
Pontypool
3.1 221 Assista AgoraEu achava que a idéia era puramente o vírus se propagando pela voz e isso tinha me deixado com uma puta expectativa, já que se bem desenvolvida daria algo foda.
Mas, apesar desse ponto de partida, da voz de Stephen Mc Hattie e da fotografia acinzentada, não foi nada efetivo esse roteiro/direçao/atuações.
As atuações são por demais canastronas, Mc Donald não conseguiu trabalhar bem a tensão necessária para um filme de "zumbi" em um único ambiente e que praticamente não é visual como 'extermínio', por exemplo.
Eu entendo que talvez a idéia fosse mostrar que não há explicação para como o vírus se propaga, afinal, mesmo que eles não falassem palavras de amor, falavam em inglês, mesmo falando em outra língua no final tava tudo muito doido. haha. me considero uma pessoa bem criativa, e mesmo assim não consegui acompanhar haha
O Invasor
3.7 7Um filme com uma ótima proposta, fotografia linda e personagem interessantíssimo. Mas, para mim, alguns elementos ficaram meios truncados.
por exemplo, acho muito improvável que um imigrante negro, mesmo que seja "boa pinta", consiga dormir assim fácil com uma super empresária. Outra coisa foi a enorme facilidade com que ele entra na casa do traficando para matá-lo, mesmo que seja algo em nível simbólico, não sei se me convenceu. Quanto a sequência dele no bar com as moças brancas americanas, entendo a crítica racista quando a garota fica imitando os sons dele como se ele fosse um macaco, ou algo que o valha, algo como "hmm que peculiar, exótico".
De qualquer modo, a degradação do imigrante sofrido e de bom coração até o estopim da loucura, muito me agrada enquanto crítica, principalmente pelos planos silenciosos com ele literalmente solto no país, incomodam muito.
O Ritual
3.3 1,9K Assista AgoraEu sou tão cagona, tão cagona, que até um filme onde o foco principal é buscar rebanhos para o catolicismo, "semeie o bem de sua alma" haha, conseguiu me deixar com medo.
tirando a forte ideologização é mais do mesmo.
L'Apollonide - Os Amores da Casa de Tolerância
3.9 229 Assista AgoraEsperava encontrar qualquer coisa, menos um filme tão triste e denso.
Entre gestos delicados e rosto com semi-sorrisos de bonecas de porcelana o peso fúnebre que permeia todo ambiente foi o que me prendeu. Há um caráter hipnótico na estória, mas principalmente na fotografia que mais parece uma pintura e na lentidão que em vez de sono, sufocou, como se estivessemos em um sonho que aos poucos vai sendo tomado por detalhes de horror.
o circo dos horrores comandado por Bonello, que fez questão de aparecer na sequência mais peturbadora com a Judia...
Belo filme!!
Moonrise Kingdom
4.2 2,1K Assista AgoraWes Anderson podia pecar no exagero hipster, podia ser clichê no anti-clichê, em vez dissom, ele foi pura doçura!!!
Acho que o mais fofo dele!! :)
A Família Savage
3.6 117Laura Linney + Philip Seymour Hoffman, tinha como não ser muito muito amor?
Esperava um filme fofo, mas encontrei peso, dor, rusgas, e ainda assim paradoxalmente delicadeza..
Philip Bosco com seus olhares perdidos, queria carecia de muito abraço!!!
O Labirinto de Kubrick
3.4 181Muitos se decepcionaram com este, eu acho que algumas coisas funcionaram bem, como a teoria indígena e crítica nazista, mas algumas simplesmente não dá para acompanhar haha, o mais interessante é ver como algumas pessoas piram num filme ao ponto de criar mapas e ir no específico do detalhe.
agora tenho que assistir de novo o filme,rs.
A Fada
3.1 34Quando o filme é muito diferente, eu sempre acho que tem uma linha bem tênue de identificação - todo filme tem, mas estes acho que exigem mais - e eu me identifiquei, adorei a esquisitice, achei doce, encantado, uma coreografia!
Prova de Redenção
4.2 363Quase nada se fala das guerras européias contemporâneas da década de 90, eu nunca aprendi nada na escola ou no cursinho, talvez veja algo no próximo semestre da faculdade (talvez). Foi com "A Vida Secreta das Palavras (Coixet)" que vim a saber da Guerra da Bósnia/Balcãs, lá eu senti uma dor intimista através da personagem de Sarah Polley, algo subjetivo ainda assim. Mas foi agora com Venuto Al Mondo que compreendi a dimensão, que senti uma dor pelo coletivo, mesmo vindo de uma estória intimista (e que linda estória, certamente vinda de muitas histórias...). 100 mil mortos, 20 anos completados ano passado praticamente em silêncio, a voz começa a ganhar força por obras como essas.
Que fotografia, que trilha, que roteiro, que atuações... IMENSO amor!!
muitas lágrimas.
Insensíveis
3.5 132Este filme é uma alegoria, como muitos já disseram abaixo, mas discordando de algumas opiniões, justamente por ser símbolo não tem necessidade de explicar certas coisas.
como que Benigno/Berkano sobreviveu naquele buraco, é o mesmo que perguntar como a mãe dele estava intacta no final do filme,rs.
A frase do Dr. Holzmann "Essas crianças só precisam aprender o que é dor" sentencia o que cada personagem aprende, assim como, bem sabemos, todos que passaram/passam pelos terrores de quaisquer guerras.
Não é um filme perfeito, mas é tão bonito, aquelas crianças, aiai,haja coração, chorei.
Vale a pena sim!!
Qual é o Nome do Bebê?
4.0 159Este filme me trouxe sorriso nesse feriadinho cinza e frio.
A sequência inicial me lembrou diversos filmes franceses, com a narrativa associada a uma miscelânea de imagens para causar identificação, como; Amélie, Le nom des Fens, 2 days in paris. Depois transforma-se em uma comédia pura e sarcástica, com provocações que pra mim foram geniais, mas que, claro, juntando seres humanos em um recinto fechado só podia levar à tragédia psicológica, máscaras caindo, verdades pulando da língua.
E por fim, termina do modo mais agridoce e encantador!
Todas as Canções Falam de Mim
3.5 30 Assista Agoraapesar do nome poderia se chamar também "Todos los Libros Hablan de Mí", já que cada frase, de cada autor citado, marca - formando um duo com as musicas - um momento de Ramiro, principalmente sua acentuada melancolia, que para mim é o sentimento exato daqueles que poetizam. É sim mais um conto de amor/desamor, mas não é mais um clichê. A linguagem escolhida por Trueba mescla capítulos, cartas narradas, narração em off e memória, tudo com muita doçura. E para além da própria relação amorosa, as relações de amizade mostradas também me encantaram.
Confesso que no começo achei Ramiro meio irritante, mas depois me conquistou.
autores citados:
- Alejandra Pizarnik (muito amor!)
- A Ignorância (Milan Kundera)
- Cuadernos de Teste (Carmen Martín Gaite)
musicas:
-Granadas (Bill Evans Trio)
-Pobrecitos mis recuerdos(Bola de Nieve)
-Inventario (Raúl Fernández)
-Crujidos (Nacho Vegas)
-La estación de los amores (Franco Battiato)
-El vals de los besos (El Hijo)
-Cada día (Elle Belga)
-Canción para follar (Irene Tremblay)
-Lo siento (Christina Rosenvinge)
-Silence Is the Question (The Bad Plus)
Um Caminho Para Dois
4.1 95Adorável, adorável e mais um pouquinho!!!!
Finney e Hapburn com uma quimica deliciosa, a não-linearidade encantadora!
Tundo funcionou pra mim com muita doçura, mesmo quando é pura melancolia.
Smashed: De Volta à Realidade
3.5 178 Assista Agora"I love you, but you know what?
Love is the easy part. Did you know that?
Is the rest of this shit that's hard"
Assim, bebada e estafada, Kate sintetiza todo o filme.
O amor entre os dois é como a bebida na qual se afundam,
liquido e (só) existiu enquanto muleta, enquanto reflexo
que um era do outro, por isso sair dessa "zona de conforto"
foi a parte que os esmagou, a parte difícil.
Talvez, em outras circunstâncias, com outra carga...
Talvez no depois do fim, depois do último plano Charlie pedindo redenção..
Eu gostei da direção, achei tudo muito intimista, me pegou.
https://www.youtube.com/watch?v=JVQt6JC1Hdk
Alabama Monroe
4.3 1,4KTalvez não tenha sido a melhor idéia do mundo assistir num domingo de madrugada. 3am e eu chorando, chorando, chorando.
Me apaixonei por tudo aqui; de Johan Heldenbergh, Veerle Baetens e a adorável Nell Cattrysse , à fotografia belissima e os travellings lentos da câmera que normalmente está próximade uma das personagens de costas e aos poucos vai se afastando em silêncio, em impotência.
achei muito bom que a única coisa que Didier tinha fé era nos EUA, por conta do bluegrass, e a analogia que fez-se associando o cancer ao "declínio" pós ataque do 11/09, o esgotamento do único vestígio de fé, american dream goes down.
O roteiro conseguiu me envolver de uma forma tão tão doce, que não tinha como não se sentir também quebrada.
A trilha sonora eu já estava viciada quando me falaram do filme, adoro bluegrass!
http://www.youtube.com/watch?v=XRcAZ33yw8s
Dois Dias em Nova York
2.9 108Apesar da linguagem de Delpy me agradar tanto aqui quanto em 2 dias em Paris, é inegável que esse filme é muito mais empático. Adam Goldberg era de fato muito chato, até nos simpatizamos com suas neuroses, mas, comparado ao Chris Rock, não dá,rs, Rock ficou muito muito fofo, e tem um timing exato pro sarcasmo!
É preciso ignorar uma boa dose de estereótipo estranho francês que Delpy coloca, mas enfim, é só pra se divertir.
Celeste e Jesse Para Sempre
3.6 478 Assista Agoradoce, melancólico e com uma fotografia linda! :)
fez bem num domingo pra baixo,rs.
Amor é Tudo o que Você Precisa
3.2 83 Assista AgoraDados os filmes anteriores da diretora, desde antes de assistir não me pareceu que a escolha por algo aparentemente mais leve fosse desproposital. É um filme que se traveste de "feel good movie", pois, temos a Italia, limões, vestidos claros/floridos e Ida com um sorriso que não descola do rosto. Acontece que dentro das situações todos esses artificios são tão caricatos que a crítica fica te cutucando o tempo todo
veste-se máscaras para tentar ser o que espera que sejam, tenta-se achar felicidade a onde todos dizem achar, mas o machismo é a mais caricata e incomoda, porque quando vemos na tela tem-se a dimensão do absurdo mas sabemos que isso acontece; a mulher se culpar pelo homem tê-la traído, a mulher se sentir culpada pelo próprio cancer, não triste por ELA ter perdido, no caso, um seio, mas porque coitado do marido... enfim, é bizarro. Tanto que a sequência final quando ela resolve ir embora, tira a peruca e com ele o sorriso de orelha a orelha, é clichê e é gostoso, é suave, é redenção. Aliás, tema que Susanne Bier adora!
Festa de Família
4.2 397 Assista AgoraO que mais gosto aqui em questão cinematográfica é que o movimento do Dogma não se limitou a experimentos estéticos/técnicos sem uma estória. O primogênito mostra isso lindamente, juntando toda a estética proposta pelas regras do movimento ( fiquei apaixonada pela câmera) à crítica social.
Para mim, o que foi talvez mais forte do que a própria crítica a uma oligarquia familiar burguesa ( que se desdobra em diversas críticas, como ao machismo, racismo, desconstrução da familia "perfeita"- branca, rica...) foi a crítica às convenções ( ironicamente, os dogmas) sociais, pois a família está num movimento de implosão e mesmo assim mantém-se a todo custo alguma aparência,
a avó que canta sobre os campos, a irmã que diz que deve ter sido engano de Christian, as pessoas que não saem da mesa (um amigo se lembrou de Buñuel - O Anjo Exterminador). O único momento que foge ao controle é depois da carta de Linda, mesmo assim, na cena final as aparências retornam.
E digo que é mais forte pois, são essas convenções que perpetuam os preconceitos, machismos, racismos criticados.
Enfim, ÓTIMO!!!!
Bagatela
4.4 16Hoje tivemos sessão do Cineclube Darcy Ribeiro com a presença da diretora Clara Ramos e com a advogada dos casos mostrados, Sonia Drigo, que também é entrevistada, e foi uma delícia de debate!!
Enfim, de tanta coisa que pode ser debatida sobre o filme o que mais me é absurdo é que o problema para o estado/justiça não é o fato de uma pessoa chegar ao ponto extremo de precisar furtar comida, fralda, shampoo, e sim, se uma pessoa furta o comércio, mexe na propriedade, no capital. É isso que importa para eles...
Temple Grandin
4.3 336 Assista AgoraUm filme real sobre superação, onde o que seria o problema (autismo, no caso) não é anulado mas, aprende-se a viver com ele. Gostei muito da linguagem dada por imagens para que nos identifiquemos com o modo com que Grandin pensa.
Muito doce!!
Claire Danes ÓTIMA!