Finalmente vi, e fiquei hipnotizado! Engraçado, tive uma reação que nunca tinha tido com filme algum. O modo como é lidada a sexualidade da mulher, eu achei fantástico, acima de todas as provocações, excelentes, diga-se de passagem, do filme.
Uma fábula do mundo moderno, tão certeira como ele sabe fazer. Se Melancolia falava do marasmo contemporâneo da "felicidade obrigatória", na primeira parte do casamento, aqui há a representação do incessante desejo (sexual) nunca saciado da sociedade. As parábolas de referências ao mundo animal, a física e matemática, ao universo como paralelos às situações amarram a obra de forma genial. Aguardando a segunda parte!
Prova disso é que a personagem da Meryl terminou exatamente como a Branca de Por Amor, abandonada, recorrendo a empregada que sempre desprezou rs...
O filme como um todo não me desagradou, mas, por ter sido uma "peça vencedora do Pullitzer", esperava bem mais do texto e do enredo, e isso foi decepcionante e me soou extremamente datado. Dos atores, achei a Juliette Lewis com uma abordagem até interessante, em outro contexto, aqui ficou descabida e destoante, de forma ruim... Eu, diferente da maioria, achei a Julia Roberts a mais forte do filme e, com uma construção sempre excelente da Meryl Streep, eu senti que ela extraiu o máximo que pode de uma personagem, sim, plana (Velha amarga com infância difícil? Coisa mais clichê!). No mais, achei muito adequado o nome brasileiro ser Álbum de Família, já que o enredo e a linguagem em geral me lembraram a grande peça de mesmo nome do Nelson Rodrigues... aliás, de 1945, quer dizer...
Achei uma versão enfraquecida de Um bonde chamado desejo. Tirando isso, com exceção da Jasmine, os personagens me pareceram tão clichês... Talvez um pouco menos a irmã, mas ainda sim... Tipos sem profundidade...
No mais, a Cate é excelente e o filme vale pela sua "Blanche azul" rs.
O filme é muito bem construído, tanto no roteiro, que olhado de perto, faz muito sentido, quanto na parte estética. Em relação a autoria ou não das obras, eu não acho que importa realmente quem escreveu, o que importa é que as palavras geniais chegaram até nós; a magia dessas palavras, universais, cheias de vida, que atravessaram séculos e permanecerão atravessando, para todo o sempre. O filme é emocionante em várias partes, principalmente nas pequenas cenas dos espetáculos e mais para os 15 minutos finais.
Ótimo exemplo de filme com pouquíssimos atores e cenários, diálogo ágil e instigante, e realmente não precisa de mais nada. Adequadamente ao estilo molieresco, uma sátira a sociedade, com ambos protagonistas sendo absolutamente dúbios e imperfeitos, ou melhor, humanos, no pequeno espaço de tempo em que acompanhamos suas vidas. E o final não poderia ter representado isso melhor. Entrei na sessão (que aliás estava vazia, infelizmente) sem saber o que esperar, e não podia ter ficado mais interessado no desenrolar do enredo! Muito bom!
Algumas falas são de se rebater na cadeira de tão clichês! As cenas também são extremamente repetitivas, inverossímeis ... Reduzindo uma pessoa muito interessante a uma mera personagem quadrada e unidimensional. E o grande mérito do filme, a atuação e caracterização de Naomi Watts, é prejudicadissimo pelo texto que parece de uma série teen. Perderam a chance de fazer um filme muito interessante... No mais, o que segura é mesmo, é o mito eternizado da Princesa do Povo, que vai permanecer para sempre, apesar desse filme ruim.
Senti durante o filme e depois dele, que foi uma tentativa de homenagem (?) à nouvelle vague... e me peguei pensando se isso é algo positivo ou negativo. Não sei se vou saber a resposta tão cedo, mas a verdade é que é de uma "pretensão despretensiosa" muito envolvente, isso é inegável; é sobre jovens adultos que não têm perspectiva de futuro, ou que mudam de objetivos de vida com frequência, ou que vêm seus sonhos serem mais difíceis de se atingir do que se pensava... Como não se identificar? E os personagens são muito bem escritos, conheço vários deles na vida real rs. Acho que isso faz do filme vencedor: ele traduz para a tela o pensamento de uma geração, que nada mais é do que Godard e Truffaut faziam. Aliás, vi um grande espelho da Frances no Antoine Doinel (e a citação do Jean Pierre Leaud no filme comprova isso)! Envolvente, sim, inovador, não. Mas enfim. Nem todo filme tem que ser inovador... Simpatizei com o filme, não tenho mais o que falar rs.
A Espuma dos Dias é sem dúvida o livro que mais me prendeu em toda a minha vida... lia quarenta, cinquenta, até mais páginas por vez. Os personagens me encantaram; e a reviravolta comédia/tragédia que o Boris Vian propõe ainda está para ser igualada num livro do gênero. Se tornou o meu livro preferido em questão de algumas páginas. Dito isso, acho que o diretor foi feliz em retratar essa história em filme, é interessante assistir a visão de outro alguém sobre esses personagens e suas vidas - o Nicolas e a Alise negros foi uma surpresa intrigante, por exemplo. No geral ele foi fiel ao livro, mudando ou pulando um ou outro detalhe; nisso, acredito que é indiscutível que o visual estético é o grande protagonista do filme, mesmo para os que não gostaram, é de encher os olhos, e conta lindamente a primeira parte da história. Já na segunda, eu esperava uma coisa mais densa em relação aos personagens. Acho sim que foi bem interessante e perceptível a mudança drástica na imagem de "colorido ao aguado" por assim dizer , e ainda mais na casa diminuindo paralela a doença, mas senti falta dessa mudança de densidade nos personagens, justamente por ser um filme e ter espaço para isso. Apesar de que, numa leitura mais profunda, dá para imaginar que a tragédia era inevitável e os personagens ali eram apenas joguetes do destino, de certa forma automatizados por ele; mas enfim, poderia ter sido melhor explorado. O desfecho fazendo referência ao livro, à história que vai perdurar não nas telas, mas nas páginas, foi bom também, apesar de preferir o do Vian. Achei que foi exatamente isso que o Gondry quis passar: essa é minha imagem do livro - as constantes referências a ele não deixam esconder. É uma linda imagem.
O fascínio por Hollywood deixa o filme e os personagens mais interessantes do que realmente são. O fato de que é uma história real, desperta ainda mais o interesse pela narrativa. Emma Watson e o menino seguram muito bem as pontas, o que deixa o filme mais palatável. Gosto do tom de documentário que ela propõe, mas tirando esses pontos, não sobra nada... Poderia muito bem ser um E! true hollywood story. Talvez ela quisesse isso mesmo...
Ps: quão irônico é que todas as vítimas já foram detidas pela policia? Haha... Só hollywood mesmo... rs
Ele continua sua crítica à burguesia-jovem-marxista , aos "filhos de Marx e da Coca-Cola", e só por isso, já acharia muito bom, exatamente por colocar em filme essa contradição tão atual, até hoje. O filme praticamente inteiro em forma de aula é genial, e ainda o cenário todo em cores primárias, ou seja, é tudo meio que um embrião primário de ideias, e de vida mesmo desses jovens do filme (e dos espectadores por tabela, afinal, estamos lá, assistindo "às aulas"). Ainda como esses valores são refutados totalmente na cena do trem, e mais ainda, no desfecho; e apesar disso, para eles, é só o começo de uma luta, como Veronique fala. Não é meu preferido, mas acho que pela continuação dos questionamentos burguesia-socialista, vale a pena ser visto; principalmente da ideia da Revolução Cultural re-situada, além da importância que ele dá à política no teatro e no cinema, algo que é bem descritivo do século XX, e que eu pessoalmente acho que deveria ser valorizada nas ressonâncias que temos disso hoje.
Personagens muito cativantes, apesar de não muito simpáticos rs. A história dos dois realmente prende, e tem uma mensagem bonita - um pouco clichê - mas dita de uma forma muito instigante, bem escrita e executada. E a Marion Cotillard nasceu mesmo para ser atriz de tela... a cada close, ela diz tanto só com a expressão... é de se admirar! Tem alguns takes dela no sol, logo depois do "ocorrido", que mostram o quão boa atriz ela realmente é, sem dizer nada, falando tudo, muito boa mesmo.
O filme é dos personagens, mesmo. Dustin Hoffman e Jon Voight constroem dois caras que poderiam ser detestáveis, mas a verdade que eles passam é tamanha, que você torce pelos dois, incrível isso. Filme muito bom! Dustin faz um trabalho difícil de ser comparado a qualquer coisa, realmente excelente! E aquele final culminante serve mesmo para coroar Ratso como um personagem difícil de esquecer, francamente! O retrato de Nova York também é ótimo, dá para ver claramente o antro que a cidade era, e o que aconteceu lá pelos anos 80-90 para revitalizar o lugar. PS: Fiquei realmente impressionado com a semelhança aqui entre Angelina Jolie e Jon Voight!
O ponto de vista dessa mulher é fascinante! Não me espanta o furor que ela causou na sociedade por causa da sua visão, que aliás, foi muito bem escrita para o filme e fortemente defendida pela atriz!
Eu acho que só por termos um exemplo como esse no cinema nacional de experimentação de linguagem, já seria um ótimo filme. O enredo em si não tem muito segredo revelado (talvez com exceção do final), mas quantos filmes de Godard tem? Ou de Pasolini? Mesmo do Glauber? Não falamos de roteiro exatamente nesses casos, e sim em argumento cinematográfico, O Bandido é isso. A grandiosidade do filme está exatamente em pegar essa história real e traduzir isso de uma forma extradionariamente inventiva para o cinema. Tem seqüências fantásticas, a do "secretário geral", os letreiros, toda a narração em tom jornalístico com os apresentadores se completando (hahaha genial), o bang bang no lixão sensacional, enfim, grandes momentos! Um marco merecido do cinema nacional. Fora a fotografia p&b belíssima de São Paulo.
Vi no cinema. Achei interessante saber os bastidores da relação entre eles, principalmente durante as gravações, e quando acabou, como eles continuaram a trabalhar juntos. Mas achei muito açucarado e cheio de clichês, que acabaram por tornar o filme um tanto quanto monótono em varias partes, mesmo sendo curtinho, pareceu tão longo!
Achei a primeira cena muito engraçada e quando o Banderas falou "vai continua tuitando" enquanto o cara tava todo arrebentado - uma criticazinha ao mundo de 160 caracteres, aliás - já notei que o tom do filme ia ser de um "escracho delicado" por assim dizer, e embarquei logo na vibe. Tem seqüências hilárias que, através dos personagens inseridos nessa "situação-limite", como o Ricardo fala, mostram os tipos realizarem seus possiveis últimos desejos. Entendo que não seja para o gosto de todos, e até senti que algumas das gags não funcionaram como poderiam, no mais, dei altas risadas. Achei um bom filme, irônico no tom certo na maioria das vezes e com uma crítica que é bem válida em tempos de "cura gay".
Não sei porque demorei tanto para ver esse fillme. Em tempos de escândalos de privacidade no governo Obama, extremamente atual no seu contexto. Atuações fantásticas dos dois, especialmente a construção do Frank Langella, e se você assistir a entrevista real, é até assustador a verdade que ele mostra, não necessariamente física, mas "o personagem Nixon" dele; como li por aí, nas cenas finais do filme, ele some totalmente e o Nixon aparece! Excelente.
Fantástico. A forma de construção do filme, com as músicas, quebra da quarta parede, a trilha com "breques" e, claro, as sequências descontínuas mostram a inovação que estava propondo, bebendo muito na fonte brechtiana, porém com um charme francês-godardiano que só ele consegue.
Talvez o melhor filme nacional, um dos melhores filmes de "grandes diretores" do mundo. Uma poesia pungente, necessária e totalmente representativa do período e do país, isso é o genial da obra. Atuações incríveis; Paulo Autran num nível hors concours, mesmo, interpretação histórica... o filme todo é história pura significada em poesia fílmica.
A Mãe e a Puta
4.3 96Queria ver esse filme faz muito tempo.
Finalmente vi, e fiquei hipnotizado! Engraçado, tive uma reação que nunca tinha tido com filme algum.
O modo como é lidada a sexualidade da mulher, eu achei fantástico, acima de todas as provocações, excelentes, diga-se de passagem, do filme.
Ninfomaníaca: Volume 1
3.7 2,7K Assista AgoraUma fábula do mundo moderno, tão certeira como ele sabe fazer. Se Melancolia falava do marasmo contemporâneo da "felicidade obrigatória", na primeira parte do casamento, aqui há a representação do incessante desejo (sexual) nunca saciado da sociedade.
As parábolas de referências ao mundo animal, a física e matemática, ao universo como paralelos às situações amarram a obra de forma genial.
Aguardando a segunda parte!
A Grande Beleza
3.9 463 Assista AgoraFilme belíssimo, ácido e muito poético! A trilha também é maravilhosa e a fotografia sensacional. Excelente!
Álbum de Família
3.9 1,4K Assista AgoraAchei tudo novelesco demais pro meu gosto... Sim, cenas fortes e interpretações fortes, mas tudo muito clichê, e tão mexicano no sentido ruim mesmo...
Prova disso é que a personagem da Meryl terminou exatamente como a Branca de Por Amor, abandonada, recorrendo a empregada que sempre desprezou rs...
O filme como um todo não me desagradou, mas, por ter sido uma "peça vencedora do Pullitzer", esperava bem mais do texto e do enredo, e isso foi decepcionante e me soou extremamente datado.
Dos atores, achei a Juliette Lewis com uma abordagem até interessante, em outro contexto, aqui ficou descabida e destoante, de forma ruim... Eu, diferente da maioria, achei a Julia Roberts a mais forte do filme e, com uma construção sempre excelente da Meryl Streep, eu senti que ela extraiu o máximo que pode de uma personagem, sim, plana (Velha amarga com infância difícil? Coisa mais clichê!).
No mais, achei muito adequado o nome brasileiro ser Álbum de Família, já que o enredo e a linguagem em geral me lembraram a grande peça de mesmo nome do Nelson Rodrigues... aliás, de 1945, quer dizer...
Blue Jasmine
3.7 1,7K Assista AgoraAchei uma versão enfraquecida de Um bonde chamado desejo.
Tirando isso, com exceção da Jasmine, os personagens me pareceram tão clichês... Talvez um pouco menos a irmã, mas ainda sim... Tipos sem profundidade...
No mais, a Cate é excelente e o filme vale pela sua "Blanche azul" rs.
Tatuagem
4.2 923 Assista AgoraDzi Croquettes com A Idade da Terra e Terra em Transe. Achei genial!
Anônimo
3.8 365 Assista AgoraO filme é muito bem construído, tanto no roteiro, que olhado de perto, faz muito sentido, quanto na parte estética.
Em relação a autoria ou não das obras, eu não acho que importa realmente quem escreveu, o que importa é que as palavras geniais chegaram até nós; a magia dessas palavras, universais, cheias de vida, que atravessaram séculos e permanecerão atravessando, para todo o sempre.
O filme é emocionante em várias partes, principalmente nas pequenas cenas dos espetáculos e mais para os 15 minutos finais.
O que dizer da parte em que Cecil diz Jonson para esquecer que ele existiu, ao que este responde: "acredito que seja impossível". Realmente.
Pedalando com Molière
3.7 24Ótimo exemplo de filme com pouquíssimos atores e cenários, diálogo ágil e instigante, e realmente não precisa de mais nada.
Adequadamente ao estilo molieresco, uma sátira a sociedade, com ambos protagonistas sendo absolutamente dúbios e imperfeitos, ou melhor, humanos, no pequeno espaço de tempo em que acompanhamos suas vidas. E o final não poderia ter representado isso melhor.
Entrei na sessão (que aliás estava vazia, infelizmente) sem saber o que esperar, e não podia ter ficado mais interessado no desenrolar do enredo! Muito bom!
Diana
3.0 346 Assista AgoraAlgumas falas são de se rebater na cadeira de tão clichês! As cenas também são extremamente repetitivas, inverossímeis ... Reduzindo uma pessoa muito interessante a uma mera personagem quadrada e unidimensional. E o grande mérito do filme, a atuação e caracterização de Naomi Watts, é prejudicadissimo pelo texto que parece de uma série teen.
Perderam a chance de fazer um filme muito interessante... No mais, o que segura é mesmo, é o mito eternizado da Princesa do Povo, que vai permanecer para sempre, apesar desse filme ruim.
Frances Ha
4.1 1,5K Assista AgoraSenti durante o filme e depois dele, que foi uma tentativa de homenagem (?) à nouvelle vague... e me peguei pensando se isso é algo positivo ou negativo. Não sei se vou saber a resposta tão cedo, mas a verdade é que é de uma "pretensão despretensiosa" muito envolvente, isso é inegável; é sobre jovens adultos que não têm perspectiva de futuro, ou que mudam de objetivos de vida com frequência, ou que vêm seus sonhos serem mais difíceis de se atingir do que se pensava... Como não se identificar?
E os personagens são muito bem escritos, conheço vários deles na vida real rs. Acho que isso faz do filme vencedor: ele traduz para a tela o pensamento de uma geração, que nada mais é do que Godard e Truffaut faziam. Aliás, vi um grande espelho da Frances no Antoine Doinel (e a citação do Jean Pierre Leaud no filme comprova isso)! Envolvente, sim, inovador, não. Mas enfim. Nem todo filme tem que ser inovador... Simpatizei com o filme, não tenho mais o que falar rs.
X-Men: Dias de um Futuro Esquecido
4.0 3,7K Assista AgoraCadê a opção "Quero muito ver"? rs
A Espuma dos Dias
3.7 478 Assista AgoraA Espuma dos Dias é sem dúvida o livro que mais me prendeu em toda a minha vida... lia quarenta, cinquenta, até mais páginas por vez. Os personagens me encantaram; e a reviravolta comédia/tragédia que o Boris Vian propõe ainda está para ser igualada num livro do gênero. Se tornou o meu livro preferido em questão de algumas páginas.
Dito isso, acho que o diretor foi feliz em retratar essa história em filme, é interessante assistir a visão de outro alguém sobre esses personagens e suas vidas - o Nicolas e a Alise negros foi uma surpresa intrigante, por exemplo. No geral ele foi fiel ao livro, mudando ou pulando um ou outro detalhe; nisso, acredito que é indiscutível que o visual estético é o grande protagonista do filme, mesmo para os que não gostaram, é de encher os olhos, e conta lindamente a primeira parte da história.
Já na segunda, eu esperava uma coisa mais densa em relação aos personagens. Acho sim que foi bem interessante e perceptível a mudança drástica na imagem de "colorido ao aguado" por assim dizer , e ainda mais na casa diminuindo paralela a doença, mas senti falta dessa mudança de densidade nos personagens, justamente por ser um filme e ter espaço para isso. Apesar de que, numa leitura mais profunda, dá para imaginar que a tragédia era inevitável e os personagens ali eram apenas joguetes do destino, de certa forma automatizados por ele; mas enfim, poderia ter sido melhor explorado.
O desfecho fazendo referência ao livro, à história que vai perdurar não nas telas, mas nas páginas, foi bom também, apesar de preferir o do Vian. Achei que foi exatamente isso que o Gondry quis passar: essa é minha imagem do livro - as constantes referências a ele não deixam esconder. É uma linda imagem.
Bling Ring - A Gangue de Hollywood
3.0 1,7K Assista AgoraO fascínio por Hollywood deixa o filme e os personagens mais interessantes do que realmente são. O fato de que é uma história real, desperta ainda mais o interesse pela narrativa. Emma Watson e o menino seguram muito bem as pontas, o que deixa o filme mais palatável. Gosto do tom de documentário que ela propõe, mas tirando esses pontos, não sobra nada... Poderia muito bem ser um E! true hollywood story. Talvez ela quisesse isso mesmo...
Ps: quão irônico é que todas as vítimas já foram detidas pela policia? Haha... Só hollywood mesmo... rs
A Chinesa
3.9 135Ele continua sua crítica à burguesia-jovem-marxista , aos "filhos de Marx e da Coca-Cola", e só por isso, já acharia muito bom, exatamente por colocar em filme essa contradição tão atual, até hoje.
O filme praticamente inteiro em forma de aula é genial, e ainda o cenário todo em cores primárias, ou seja, é tudo meio que um embrião primário de ideias, e de vida mesmo desses jovens do filme (e dos espectadores por tabela, afinal, estamos lá, assistindo "às aulas"). Ainda como esses valores são refutados totalmente na cena do trem, e mais ainda, no desfecho; e apesar disso, para eles, é só o começo de uma luta, como Veronique fala.
Não é meu preferido, mas acho que pela continuação dos questionamentos burguesia-socialista, vale a pena ser visto; principalmente da ideia da Revolução Cultural re-situada, além da importância que ele dá à política no teatro e no cinema, algo que é bem descritivo do século XX, e que eu pessoalmente acho que deveria ser valorizada nas ressonâncias que temos disso hoje.
Ferrugem e Osso
3.9 821 Assista AgoraPersonagens muito cativantes, apesar de não muito simpáticos rs. A história dos dois realmente prende, e tem uma mensagem bonita - um pouco clichê - mas dita de uma forma muito instigante, bem escrita e executada.
E a Marion Cotillard nasceu mesmo para ser atriz de tela... a cada close, ela diz tanto só com a expressão... é de se admirar! Tem alguns takes dela no sol, logo depois do "ocorrido", que mostram o quão boa atriz ela realmente é, sem dizer nada, falando tudo, muito boa mesmo.
Perdidos na Noite
4.2 322 Assista AgoraO filme é dos personagens, mesmo. Dustin Hoffman e Jon Voight constroem dois caras que poderiam ser detestáveis, mas a verdade que eles passam é tamanha, que você torce pelos dois, incrível isso. Filme muito bom!
Dustin faz um trabalho difícil de ser comparado a qualquer coisa, realmente excelente! E aquele final culminante serve mesmo para coroar Ratso como um personagem difícil de esquecer, francamente!
O retrato de Nova York também é ótimo, dá para ver claramente o antro que a cidade era, e o que aconteceu lá pelos anos 80-90 para revitalizar o lugar.
PS: Fiquei realmente impressionado com a semelhança aqui entre Angelina Jolie e Jon Voight!
Hannah Arendt - Ideias Que Chocaram o Mundo
4.0 195O ponto de vista dessa mulher é fascinante!
Não me espanta o furor que ela causou na sociedade por causa da sua visão, que aliás, foi muito bem escrita para o filme e fortemente defendida pela atriz!
O Bandido da Luz Vermelha
3.9 268 Assista AgoraEu acho que só por termos um exemplo como esse no cinema nacional de experimentação de linguagem, já seria um ótimo filme.
O enredo em si não tem muito segredo revelado (talvez com exceção do final), mas quantos filmes de Godard tem? Ou de Pasolini? Mesmo do Glauber? Não falamos de roteiro exatamente nesses casos, e sim em argumento cinematográfico, O Bandido é isso. A grandiosidade do filme está exatamente em pegar essa história real e traduzir isso de uma forma extradionariamente inventiva para o cinema. Tem seqüências fantásticas, a do "secretário geral", os letreiros, toda a narração em tom jornalístico com os apresentadores se completando (hahaha genial), o bang bang no lixão sensacional, enfim, grandes momentos! Um marco merecido do cinema nacional.
Fora a fotografia p&b belíssima de São Paulo.
Liv & Ingmar - Uma História de Amor
4.2 125Vi no cinema. Achei interessante saber os bastidores da relação entre eles, principalmente durante as gravações, e quando acabou, como eles continuaram a trabalhar juntos. Mas achei muito açucarado e cheio de clichês, que acabaram por tornar o filme um tanto quanto monótono em varias partes, mesmo sendo curtinho, pareceu tão longo!
Os Amantes Passageiros
3.1 647 Assista AgoraAchei a primeira cena muito engraçada e quando o Banderas falou "vai continua tuitando" enquanto o cara tava todo arrebentado - uma criticazinha ao mundo de 160 caracteres, aliás - já notei que o tom do filme ia ser de um "escracho delicado" por assim dizer, e embarquei logo na vibe.
Tem seqüências hilárias que, através dos personagens inseridos nessa "situação-limite", como o Ricardo fala, mostram os tipos realizarem seus possiveis últimos desejos.
Entendo que não seja para o gosto de todos, e até senti que algumas das gags não funcionaram como poderiam, no mais, dei altas risadas. Achei um bom filme, irônico no tom certo na maioria das vezes e com uma crítica que é bem válida em tempos de "cura gay".
Frost/Nixon
3.9 246 Assista AgoraNão sei porque demorei tanto para ver esse fillme.
Em tempos de escândalos de privacidade no governo Obama, extremamente atual no seu contexto. Atuações fantásticas dos dois, especialmente a construção do Frank Langella, e se você assistir a entrevista real, é até assustador a verdade que ele mostra, não necessariamente física, mas "o personagem Nixon" dele; como li por aí, nas cenas finais do filme, ele some totalmente e o Nixon aparece! Excelente.
O Discreto Charme da Burguesia
4.1 284 Assista AgoraFilme deliciosamente ácido e louco!
Uma Mulher é Uma Mulher
4.1 268Fantástico. A forma de construção do filme, com as músicas, quebra da quarta parede, a trilha com "breques" e, claro, as sequências descontínuas mostram a inovação que estava propondo, bebendo muito na fonte brechtiana, porém com um charme francês-godardiano que só ele consegue.
Terra em Transe
4.1 286 Assista AgoraTalvez o melhor filme nacional, um dos melhores filmes de "grandes diretores" do mundo. Uma poesia pungente, necessária e totalmente representativa do período e do país, isso é o genial da obra.
Atuações incríveis; Paulo Autran num nível hors concours, mesmo, interpretação histórica... o filme todo é história pura significada em poesia fílmica.