O começo nos desperta curiosidade, o meio é um pouco confuso e entediante e o final (ou devo dizer, os finais) é bom, mas este filme não deve ser encarado com muita seriedade, e sim como aquilo que se propôs a ser: uma típica comédia pastelão ou mesmo como uma sátira aos filmes de investigação policial. Dessa maneira, naturalmente o roteiro é cheio de furos e tem diversas coisas que poderiam ter sido melhor desenvolvidas, mas o ideal é simplesmente ignorar tudo isso e se divertir, pois, apesar de tudo, ainda vale à pena acompanhar para dar umas risadas e pela bela Colleen Camp.
Divertido, mas, agora que sei o desfecho, não creio que irei rever, pois o que realmente segura o espectador é tentar desvendar o segredo, como se fosse o famoso jogo que inspirou o filme. No entanto, para quem nunca viu, é um bom passatempo.
Um dos grandes clássicos do gênero "gangster" e que, curiosamente, não tem a temática do crime como o ponto central, sendo, na verdade, um filme que trata, sobretudo, sobre amizade e paixão. No entanto, pelo fato dos personagens envolvidos crescerem dentro do mundo do crime, naturalmente somos submetidos, ao longo da história, a uma extrema dose de violência, das mais variadas formas, o que pode ser chocante para muitos espectadores, em especial ao público feminino, mas que, para o bem ou para o mal, retrata de maneira fiel a época e o meio nos quais a trama se insere.
Pessoalmente, gostei da maneira não linear com a qual a história é apresentada, pois isso já nos mostra que alguma coisa, em algum momento, deu errado para os envolvidos, porém não sabemos o porquê e nem como tudo isso ocorreu, com tudo isso sendo explicado gradativamente e de forma paralela a construção dos próprios personagens. E tudo isso com uma excelente atuação do elenco, brilhante direção de Leone e mais uma marcante trilha sonora assinada por Morricone, que também contribuem para que o filme, apesar da longa duração, em momento algum se torne cansativo.
O único aspecto que deixou a desejar, em minha avaliação, foi o final. Depois de uma longa e cuidadosa construção dos acontecimentos e dos personagens ao longo de todo o filme, os momentos finais me pareceram mal explicados e um pouco corridos. Por que Max, que ainda não sabia que David tinha o entregue à polícia, se envolveu com Deborah? As acusações contra Max, no final, eram verdadeiras ou não, e, aliás, o que o levou a ser acusado? São alguns pontos que ficaram um pouco soltos e sem maiores explicações, embora eu dê um "desconto" ao Leone pelo fato da sua versão original ser ainda um pouco maior (cerca de 20 minutos) em relação à já longa versão estendida, então é possível que essas perguntas pudessem ser respondidas nas cenas que foram cortadas, mas infelizmente jamais iremos saber.
Uma obra minuciosamente construída, com impecáveis aspectos técnicos e grandes atuações. Crime, violência, amizade e paixão igualmente representados neste ótimo filme.
Em "A Morte de Stalin", estamos diante de algo raro atualmente: uma inteligente e historicamente precisa sátira política. Neste caso, a trama gira em torno dos acontecimentos após a morte do longevo ditador soviético e, em uma mistura de drama com humor ácido, ironiza as disputas de poder dentro do partido comunista e as constantes intrigas entre os seus membros, em um contexto onde o que é verdadeiro ou falso muda a todo instante, amigos e inimigos se confundem e ninguém confia em ninguém.
No entanto, por trás de todos os absurdos e situações cômicas, esta obra trata diversos acontecimentos com precisão histórica admirável, como, por exemplo, as perversões sexuais de Laventiy Beria, que costumava entregar flores para as mulheres estupradas por ele, algo que é sutilmente mostrado no filme. Aliás, este é um aspecto interessante desta película, pois os fatos descritos são tão surreais que, por vezes, até parece que foram inventados por algum roteirista, mas quem puder realizar uma breve pesquisa e conferir as memória do Nikita Khrushchev irá verificar que muito do que é retratado realmente aconteceu. Essa incomum precisão, inclusive, é o que torna este filme tão aterrorizante quanto hilário.
Além disso, vale destacar o elenco perfeitamente escolhido, em especial Jeffrey Tambor e Steve Buscemi, que estão excelentes em seus respectivos papéis e elevam essa bem elaborada comédia a um outro nível.
Para quem gosta de história e de um bom e velho humor negro, recomendado.
Um dos primeiros grandes sucessos de Kubrick, "Glória Feita de Sangue", apesar do título, explora um outro lado da guerra, isto é, um lado nada glorioso ou nobre. Neste filme, o diretor analisa, em uma obra com grandes atuações, diálogos bem elaborados e primorosos aspectos técnicos, a maneira como um conflito bélico pode mostrar o pior que existe na raça humana. Não somente um filme sobre guerra, mas, acima de tudo, um filme anti guerra, inteligente e sempre atual.
Curiosamente, ao longo da história, não somos apresentados, em momento algum, a uma cena de combate direto entre soldados inimigos. Da mesma forma, não presenciamos mortes em massa, torturas ou quaisquer outros acontecimentos do tipo e que fazem parte não somente do ambiente de uma guerra, mas que também são frequentemente mostrados em películas do gênero. E existe uma razão para isso: a grande crítica à guerra neste filme não envolve os soldados, mas sim aqueles que os comandam, isto é, os oficiais, mais especificamente os generais. Dessa maneira, Kubrick nos mostra que, apesar de todos os confrontos, mortes e embates sangrentos, o verdadeiro lado obscuro e deplorável deste conflito passa longe dos campos de batalha, mas se encontra dentro de salas e de trás de mesas. Isso pode ser sintetizado por uma antiga frase: "A guerra é um lugar onde jovens que não se conhecem e não se odeiam se matam entre si, por decisão de velhos que se conhecem e se odeiam, mas não se matam".
E o personagem que melhor representa esse espirito deplorável da guerra é o general Mireau, que obviamente não está sozinho em seus terríveis atos, mas mostra, de maneira brutal, covardia e falsidade gritantes, além de um total desprezo pela vida humana, não somente ao levar os seus soldados a uma missão sabidamente suicida, mas também ao, no momento em que a impossível operação naturalmente fracassa, se encontrar disposto a atirar em seu próprio batalhão, acusando posteriormente os soldados de serem covardes por não conseguirem cumprir suas ordens absurdas. Aliás, é irônico que justamente um general com tais características queira enviar soldados ao pelotão por covardia. E o pior de tudo é que tudo isso é feito com anuência de outros generais e oficiais do exército, que, no final, ainda concordam por fuzilar os pobres soldados que não tinham qualquer culpa pelos erros de seus superiores.
Ao final do filme, no entanto, temos uma cena belíssima na qual o coronel Dax observa uma jovem alemã cantando em frente a soldados franceses e estes fazendo coro ao canto da moça. Ali, após todos os atos deploráveis que ele havia presenciado, o coronel brevemente restaura a sua fé na raça humana, como se o filme nos mostrasse que a guerra, de fato, pode nos tirar, durante um certo período, a nossa coragem, os nossos sentidos e a nossa humanidade, mas essas virtudes ainda estão presentes dentro de nós apenas esperando para serem recuperadas em algum momento, como foi recuperada pelos soldados ao ouvirem a música.
Uma obra bem dirigida, com uma excelente mensagem e cujo único defeito talvez seja que durou muito pouco e que poderia ter sido alongado mais. Recomendado.
Kubrick afirmou, diversas vezes, que os seus filmes buscam falar sobre a natureza humana, tendo, em dada oportunidade, dito: "estou interessado na mais brutal e violenta natureza do homem, por que esse é um retrato verdadeiro dos homens". Em "De Olhos Bem Fechados", o diretor aborda a parte da nossa natureza relacionada à sexualidade, em uma obra que, como diversas outras desse gênio do cinema, apresenta diversas camadas, simbolismos e detalhes, e sempre requer que assistamos mais de uma vez para compreender melhor.
O ponto central da trama gira em torno do casal Bill e Alice. Logo no início vemos que são duas pessoas bem atraentes (Tom Cruise e Nicole Kidman, que estavam realmente casados na época) e que apresentam uma família aparentemente estável, com uma filha e em boas condições financeiras. No entanto, já durante a festa a história vai nos levando para a temática principal do filme: a sexualidade. Enquanto Alice flerta com um homem húngaro, Bill faz o mesmo com outras duas mulheres. No entanto, é o húngaro que solta duas frases que são marcantes aqui: “O charme do casamento é tornar o fingimento uma necessidade para ambas as partes" e “Como uma mulher linda, que poderia ter qualquer homem neste salão, pode querer estar casada?”. A primeira ainda será aprofundada mais à frente, mas a segunda talvez impacte a personagem de maneira imediata: ela é uma mulher belíssima, jovem, sensual e que poderia ter qualquer homem daquele salão ou fora dele, então porque já está casada? Por que não se entrega aos seus desejos em um mundo de prazeres? O mesmo, inclusive, pode valer para Bill, que poderia se envolver não somente com as duas mulheres da festa, mas com várias outras. No final da festa, porém, ambos voltam para casa tendo rejeitado as tentações que surgiram e mantido a fidelidade intacta, em contraste, por exemplo, com Ziegler, que se envolveu com uma drogada no banheiro da mansão.
No entanto, na noite seguinte, Alice, talvez movida por ciúmes em relação ao marido com aquelas duas mulheres ou mesmo refletindo sobre a frase do húngaro sobre casamento, decide ser honesta com o seu marido e admitir algo que talvez nem fosse necessário contar: ela confessa à Bill que, embora não o tenha traído de maneira concreta, desejou ter feito isso certa vez com um outro homem, tendo seriamente pensado até em abandonar o marido, a filha e toda a família para se entregar aos prazeres e viver essa aventura. Mesmo com essa vontade tendo ficado apenas na imaginação e a tentação não ter se materializado, isso fica na mente de Bill, que antes tinha total confiança na esposa e em seu casamento, mas que agora já não tinha mais a mesma certeza inabalável de outrora, tendo a sua mulher revelado desejos que ele não pensava que ela possuía.
Com a confiança na sua esposa abalada e pelo temor da traição, Bill já não evita mais as tentações por conta do vínculo do matrimônio, mas incessantemente as busca como forma de atender aos seus desejos ou mesmo como uma vingança contra sua mulher. Sendo assim, a partir deste instante, ele começa a se encontrar inserido, seja de maneira involuntária seja pela própria vontade, em eventos que marcam uma longa aventura naquela madrugada e que acabam culminando em uma sociedade secreta, em uma espécie de ritual marcado por mulheres peladas e sexo por toda parte. No entanto, Bill, que estava buscando trair a esposa, não se viu em momento algum agraciado por estar naquele lugar, que teoricamente deveria ser o ideal para um homem que tinha as intenções que possuía, mas, na verdade, se viu muito mais chocado com o que presenciava do que propriamente atraído.
E aí que se encontra a grande ironia da história: o que Bill vê com os olhos bem abertos é mais fantasioso e absurdo do que o que Alice vê de olhos bem fechados. Enquanto ela confessa abertamente seu desejo, ele está mergulhado na sua confusão sexual. O sonho da esposa é mais excitante e assustador que a orgia presenciada na mansão. Percebemos, então, que Alice tem desejos reais e está consciente deles, enquanto Bill não sabe muito bem o que sente, a não ser a certeza de que ele, como homem, tem direito a estes desejos. Exatamente por isso o médico sentia que precisava vivenciar suas fantasias na prática, enquanto sua esposa as mantinha apenas em sua mente. É comum, portanto, que Bill saia de casa em busca de luxúria apenas para sentir-se tão sexualmente estimulado quanto sua esposa, quando ouve dela relatos eróticos. No entanto, ele se encontra assustado com o que vê, foge do local após ser descoberto pelos membros dessa seita e, no final das contas, volta para casa sem ter traído a esposa.
Outro ponto importante que essa cena em particular e o filme de maneira geral abordam, além dos desejos reprimidos pelo casal, é como a elite de nossa sociedade coloca por baixo dos panos os seus instintos mais primitivos. Aqui, por exemplo, temos a reunião dessa sociedade secreta representando isso, com membros da mais alta sociedade utilizando máscaras para não serem reconhecidos e, dessa maneira, poderem se entregar aos seus desejos carnais sem qualquer tipo de pudor. Logo, por baixo de toda a riqueza, a luxúria e a beleza da elite, haveriam os segredos mais sujos e podres, para os quais fechamos os olhos. E, convenhamos, quando vemos nas notícias casos como os de Epstein, Príncipe Andrew e outros, é difícil, ao assistir este filme, não imaginar que realmente tenha sido, mesmo que de forma involuntária, uma retratação dessas seitas secretas que devem existir e envolver pessoas famosas e ricas.
Ao final do filme, Bill vê, na cama e em mais um momento genial de Kubrick, sua esposa e a máscara que usou na festa lado a lado, como se ele tivesse que escolher entre uma coisa ou outra, isto é, deveria decidir em continuar uma vida de fingimentos (vestindo uma máscara) ou se deveria se abrir para a sua esposa, admitir tudo e continuar vivendo com ela. Ele, enfim, escolhe pela esposa, e ambos param de fechar os olhos para os desejos reprimidos um do outro, deixam as tentações que surgiram pelo caminho no passado e seguem em frente, se entregando definitivamente ao parceiro, ao seu casamento e a sua família.
Curiosidades e detalhes escondidos:
O nome da prostituta que abordou Bill na rua é "Domino", que é o mesmo nome de uma máscara veneziana.
"Fidelio", a senha usada para entrar na orgia daquela sociedade secreta, significa, ironicamente, "fidelidade" em latim.
A máscara que Bill usou para entrar no encontro da seita era uma do tipo "Volto", que é a mais comum dentre todas as máscaras venezianas. Talvez até por isso a mulher com a qual ele conversou na mansão logo percebeu que ele não pertencia aquele local.
Na cena de Bill com a prostituta, aparece um boneco de um tigre na cama. Na cena final dele com sua esposa e filha, também vemos os mesmos bonecos de tigre na loja de brinquedos.
A música aterrorizante tocada durante o ritual foi feita pela compositora Jocelyn Pook e incorpora trechos de uma música litúrgica da Igreja Ortodoxa no idioma romeno, sendo que esses trechos são colocados de forma invertida. Em inglês, essa parte diz: "And God told to his apprentices...I gave you a comand...to pray to the Lord fot the mercy, life, peace, health, salvation, the search, the leave and the forgiveness of the sins of God's children. The ones that pray, they have mercy and they take good care of this holy place" Pois bem, colocado de trás pra frente, tem o significado exatamente oposto, beirando a blasfêmia e o satanismo.
Kubrick morreu dias depois de entregar um corte preliminar do filme ao estúdio. No entanto, o diretor sempre costumava realizar edições em suas obras até o último instante, então muitos afirmam, por isso, que provavelmente a edição final liberada ao público e lançada não foi a que o diretor realmente queria e que ele ainda poderia ter feito alterações. Nunca saberemos, no entanto, se essas mudanças seriam feitas ou se seriam relevantes ao filme.
Um ótimo filme para assistir, desfrutar e analisar incessantemente. Super recomendado.
Em uma mistura de suspense e terror e com pitadas de comédia, "O Menu" nos apresenta, em meio a uma trama com surpresas e acontecimentos absurdos, uma crítica à sociedade atual e, sobretudo, à elite, apontando para os seus excessos, à sua falsidade e à sua arrogância.
O ponto central do filme gira em torno chefe Slowik, que não sente mais prazer em exercer a sua profissão, sendo o principal motivo para tal desilusão o fato de estar alimentando pessoas que comem sua comida apenas porque podem pagar, e não porque realmente gostam ou porque estão com fome. Dessa maneira, a sua culinária estaria sendo apropriada por uma elite que não somente não enxergava o seu real valor e significado, mas também estaria contribuindo para a sua própria destruição ao tirar a paixão pelo exercício do seu trabalho. Sendo assim, ele simplesmente decide matar todos os seus clientes, mas, como ele, ao cobrar preços altíssimos por seus pratos, teria culpa nessa "elitização da gastronomia", o chefe também opta por se matar e levar toda a sua equipe junto, que diga-se, concorda com tudo isso.
Dessa maneira, à medida que a história vai se desenrolando, vamos conhecendo mais sobre os clientes, e dos motivos pelos quais o chefe escolheu cada um para aquela noite. E, nesse processo, encontramos um casal que já desfrutou de vários pratos de Slowik e mesmo assim não consegue se lembrar de um sequer, uma crítica gastronômica responsável por fechar diversos restaurantes, três funcionários de uma grande empresa que estão ali apenas para se divertir e não apreciar os pratos, um artista que abandonou a paixão por sua profissão e um assíduo fã de culinária que finge saber tudo sobre comida, mas não sabe cozinhar.
O único cliente que não se encaixaria no perfil de pessoa que o chefe planejava matar era Margot, afinal ela sequer deveria estar ali, sendo apenas uma acompanhante contratada de última hora por Tyler, que havia se separado da namorada. Em contraste com o resto dos personagens, ela não finge gostar dos pratos de Slowik, mas, em vez disso, exige algo de que realmente goste: um simples cheeseburger. Essa sua honestidade é a prova final de que o chefe precisava para concluir que ela não fazia parte daquela elite rica da qual ele nutria tanto ódio e, por isso, liberou-a para ir embora e sair viva da ilha.
No entanto, embora o filme possa ser saudado pela sua criatividade, pela sua crítica social e pela forma como a história vai se desenrolando, com as suas devidas surpresas, também apresenta alguns pontos negativos. Em primeiro lugar, se todos os clientes foram escolhidos a dedo, o único cuja motivação para estar ali é fraca é a do ator famoso (o chefe ter o escolhido só por que não gostou de um filme dele e por que considera que o mesmo perdeu a paixão pela arte não me convenceu, sobretudo considerando que o ator é um dos poucos ali que realmente parece apreciar os pratos). Em segundo lugar, a briga entre Margot e a assistente de Slowik é um arco que foge completamente do foco do enredo principal e simplesmente não tem sentido, sendo desnecessário e descartável. E, em terceiro lugar, acredito que a própria temática do filme poderia ter sido melhor aprofundada, pois, apesar de todas as suas reviravoltas, o final foi um pouco previsível.
O filme, assim como os pratos de Slowik, tem um conceito interessante, mas não vai "matar a fome" daquele espectador que espera uma grande história. É bom e prende a atenção enquanto estamos degustando, mas é esquecível.
Um filme que passa longe de qualquer tentativa de "romantizar" a guerra, mas, pelo contrário, a apresenta da maneira realista, realizando uma representação brutal e fiel dos últimos momentos do Terceiro Reich. Dessa maneira, também cumpre um excelente papel de informar sobre os horrores do conflito.
Bruno Ganz, por sua vez, entrega a melhor interpretação de Hitler em um filme, sem exageros ou caricaturas, e sim um retrato fiel não somente de um ditador vendo o seu império ruir, mas de um homem alucinado, melancólico e egoísta com o seu próprio povo, entregando-o à ruína e ainda culpando-o pelo fracasso.
A sinopse absurda e o fato de ter "Brasil" no título sempre me fizeram ter grande curiosidade em assistir ao filme. Tendo assistido, posso resumir da seguinte maneira: longe de ser um filme brilhante, "The Boys From Brazil" conta com ótima atuação do elenco e aborda diversos tema interessantes, embora estes poderiam ter sido melhor explorados.
Embora hoje o tema da genética esteja não apenas já bastante presente nos filmes, mas também em toda a sociedade, isso não era o caso para a época em que esta película foi lançada. Desta maneira, o filme antecipa um assunto que era novidade nos anos 70 e ainda viria a ser muito explorado futuramente na indústria cinematográfica, logo vale a pena dar crédito ao diretor e roteiristas por isso.
Inclusive, o próprio produtor do filme já disse que o grande foco da história não são os nazistas, embora eles estejam obviamente muito presentes, mas a questão da genética, da clonagem e de como o meio pode influenciar em um ser humano em relação ao aspectos genéticos. Este último aspecto, em particular, é o que move toda a operação de Mengele, pois não bastava criar bebês geneticamente idênticos à Hitler e espalhá-los pelo mundo, pois isso já havia sido feito por ele, mas era também necessário, para cumprir o seu sonho de recriar o Fuhrer, também recriar as condições nas quais o ex líder da Alemanha havia se desenvolvido.
E, no final, a grande ironia de Mengele ter sido morto pela sua própria criação, e logo por aquele bebê que, como também nos mostra a cena de encerramento, era o que mais compartilhava semelhanças com Hitler em termos de comportamento.
Outro ponto interessante é que o filme aborda, brevemente, o fato do médico alemão ter passado pelo Brasil, mas essa informação não era conhecida na época do lançamento do filme, e apenas tornou-se pública ao mundo inteiro nos anos 80. No caso, ele não somente passou por aqui, mas morou muito tempo e morreu em terras brasileiras (morte por afogamento no litoral paulista).
Sabe aqueles filmes que você assiste e que te deixam depois com um sorriso no rosto e uma sensação boa? Pois bem, é assim com "Groundhog Day", que, com uma história original, leve e divertida, ainda consegue nos proporcionar interessantes reflexões.
Destaques não somente para o criativo e bem elaborado enredo, mas Bill Murray, como sempre engraçado e carismático, que aqui mostra também o seu lado dramático, e Andie MacDowell, que está belíssima e perfeita em seu papel. Todos esses elementos juntos fazem o filme crescer bastante à medida que a história vai ocorrendo e se tornar uma comédia de grande qualidade.
Interessante observar que, quando Phil usa esse "feitiço" unicamente para conseguir informações sobre a Rita e repetir o encontro com ela inúmeras vezes até dar certo, mesmo com isso impressionando-a, ainda assim não é suficiente para conquistá-la. Ela apenas verdadeiramente se apaixona quando ele começa a utilizar isso não em benefício próprio, mas em benefício dos outros, ajudando várias pessoas pelo caminho. É isso que não somente o faz conquistar o coração de Rita, mas "quebrar" o loop temporal e conseguir seguir em frente, mas dessa vez como uma pessoa completamente diferente, isto é, que pensa muito mais no próximo do que somente em si.
Demorei muito tempo para assistir e agora recomendo para qualquer um que ainda não viu, pois vale muito à pena!
Combinando fotografia, trilha sonora, grande atuação do elenco (sobretudo, um Nicholson perfeito para o papel) e uma brilhante direção de Kubrick, o filme consegue nos manter em um constante estado de tensão e medo, mesmo nas cenas mais banais, como se a qualquer momento alguma coisa terrível fosse acontecer.
Não li o livro e sei das críticas feitas acerca das diferenças em relação à obra original de Stephen King, mas é sempre bom lembrar que uma adaptação não precisa ser necessariamente fiel por completa, podendo variar de ser uma cópia exata à apenas uma mera inspiração. Neste caso aqui, aparentemente Kubrick preferiu a segunda opção, com o filme tendo a sua própria identidade. A prova maior de que esta decisão foi correta é a minissérie lançada vários anos depois, que foi feita com o intuito de ser mais fiel ao livro de King (e obteve sucesso nesse objetivo), mas não conseguiu chegar sequer perto do nível de terror e qualidade proporcionados por este filme de 1980.
Também fiquei curioso com as grandes críticas feitas à atuação de Shelley Duvall, pois, para mim, ela foi bem no seu papel. Ainda mais elogiável quando tomei conhecimento do "terror psicológico" que ela teve que enfrentar durante a produção do filme, inclusive precisando refazer a fatídica cena do taco exatas 127 vezes, e que acabou traumatizando-a por anos. Em minha opinião, ela consegue expressar precisamente o terror que se espera da sua personagem nas situações que teve de passar.
Aliás, no documentário "Room 237", dentre os diversos detalhes fornecidos sobre o filme, está exatamente o fato de que Kubrick, não somente na cena do taco, mas em diversas cenas, optou por repetir inúmeras vezes as gravações. E ele não o fez sem razão ou apenas para torturar os atores, mas sim com um motivo bem claro: a história trata da transformação de Jack, de uma pessoa relativamente normal (apesar do histórico passado de violência), em um homem, devido ao isolamento vivenciado e por uma espécie de maldição no hotel, capaz de assassinar aquelas pessoas às quais ele deveria mais amar e proteger, isto é, sua esposa e filho, logo o nível de insanidade e loucura ao qual os personagens são levados deveria estar presente na tela de maneira convincente. Sendo assim, várias cenas foram repetidas de maneira exaustiva, à ponto dos atores, ao final das gravações, estarem tão esgotados que acabariam por transmitir isso aos seus personagens, fornecendo mais realismo.
Também é interessante mencionar como o filme aterroriza o espectador de maneira diferente ao que estamos acostumados na maioria dos filmes do gênero. Enquanto que, em outras películas, geralmente os momentos assustadores giram em torno dos famosos "jump scares", que são nos apresentados de maneira súbita e sem aviso prévio, aqui não somente o filme procura nos assombrar de outras formas, como também os "jump scares" são utilizados com uma estratégia distinta: ao invés de sermos pegos de surpresa, o diretor primeiro foca na reação do personagem e depois mostra a cena para a plateia. Ou seja, não somos surpreendidos, pois já sabemos que algo ruim está acontecendo e que seremos apresentados a isso em instantes, mas o temor por aquilo que poderá ser mostrado é que nos assusta, como se tivéssemos medo do desconhecido, mas ao mesmo tempo vontade de ver o que está ocorrendo, gerando um desconforto e apreensão mais poderosos do que qualquer "jump scare". Aliás, esse é um ponto central no filme: não é somente o que acontece e o que nos é mostrado, que já é bastante assustador, mas aquilo que tememos que pode acontecer que nos assombra. Por exemplo, Danny e Wendy, se formos analisar bem, não são em momento algum agredidos, no filme, por Jack, mas, apesar disso, o temor pelo que pode acontecer com eles e com o terror psicológico vivenciado pelos personagens é que é, de fato, assustador.
Além disso, aqui a música assustadora fica tocando durante boa parte do tempo e, inclusive, em cenas que, à princípio não são assustadoras, mas que, somente ao ouvir aquele som estranho nos ouvidos, já nos causa uma espécie de mal estar ou sensação de que algo ruim vai acontecer, seja agora ou em algum outro momento. Sendo assim, o terror não está em instantes pontuais, mas em toda a construção da história, no hotel, nos personagens, na música, ou seja, está presente em todo lugar e a todo momento, e apresentando, naturalmente, algumas cenas de maior tensão.
A sensação que o filme nos provoca é que os personagens estão sendo "engolidos" pelo hotel e por algum tipo de maldição existente no prédio, levando-os à completa loucura e insanidade, o que acaba afetando, em especial, Jack, como se o hotel quisesse expulsá-los do local ou até mesmo se quisesse tomar as suas respectivas almas para si (inclusive, na cena final, ficamos com a impressão de que é isso que ocorre o responsável pela supervisão, assim como pode ter ocorrido com outras pessoas que lá se hospedaram). E o Kubrick faz questão de, em vários momentos, mostrar o tamanho do hotel e os diversos espaços vazios, ressaltando isso.
Sendo assim, "O Iluminado" não é somente mais um filme de terror, mas uma obra prima que nos provoca apreensão e medo de maneira original, única e realista, misturando aspectos sobrenaturais e terror psicológico. Super recomendado.
Típico filme da Sessão da Tarde: despretensioso, boa trilha sonora e com alguns momentos divertidos, mas, analisando friamente, bem esquecível e poderia ter sido bem melhor desenvolvido. O grande destaque mesmo vai para a Jennifer Connelly, aqui mais exuberante, linda e sensual do que nunca, e sendo, por si só, já um bom motivo para ver este filme (pelo menos, foi o meu motivo para ver este filme, haha)!
Uma verdadeira obra prima. Não somente um dos melhores filmes do gênero faroeste, mas um dos melhores filmes já feitos dentre todos os gêneros. Direção primorosa de Sergio Leone, grande atuação do elenco (e uma exuberante Claudia Cardinale), fotografia belíssima e uma das melhores trilhas sonoras de Ennio Morricone são alguns dos elementos que compõem esta película, que vai muito além de mais um "Spaghetti Western" e se torna um épico.
Para um filme tão longo, era de se esperar que muita coisa fosse desnecessária e descartável para o enredo principal, mas aqui é diferente: cada acontecimento é importante para a trama, cada personagem tem o seu devido papel e cada cena tem uma magnitude singular. Isso se deve, sobretudo, à habilidade do diretor de dar um ar solene a diversos momentos da história, sabendo substituir, na medida certa, falas e diálogos por olhares ou outras expressões, nos contando muita coisa sem precisar de uma palavra sequer. E, obviamente, a trilha sonora do mestre Morricone também se faz presente em elevar esse filme a um outro patamar, adicionando tensão e outras emoções e sendo elemento ímpar na construção desta obra.
Além disso, vale também destacar as inúmeras referências a outros "western", fazendo com que este filme também possa ser compreendido como uma grande homenagem às outras produções do gênero, como se fosse um verdadeiro conto de fadas épico no Oeste americano (talvez daí o título, com o "Era Uma Vez").
Da mesma maneira, é possível enxergar esta obra, sobretudo a partir do belíssimo final, como a "morte" do Velho Oeste e o início de uma nova Era, com as mortes de Frank e Chayenne representando esse fim e a chegada do trem, com Jill levando água aos operários, como o início da civilização, enquanto a cidade de Sweetwater é lentamente erguida. Esse simbolismo nem sempre é captado de imediato, mas está presente.
Sendo assim, embora este filme, para a minha surpresa, não tenha tido a melhor das recepções na época que foi lançado, felizmente teve, ao longo do tempo, o devido reconhecimento, pela sua qualidade e importância na história do cinema. "Era Uma Vez no Oeste" envelheceu e vai continuar a envelhecer como vinho, e cabe a nós, amantes da Sétima Arte, desfrutar. Super recomendado.
Em sua até aqui curta carreira cinematográfica, Martin McDonagh tem se marcado por obras que caminham na linha tênue entre o drama e a comédia, temas pesados e humor ácido, mortes brutais e momentos hilários, e tudo isso, é claro, misturado junto ao politicamente incorreto e um enredo bem amarrado. Em "In Bruges" (pessoalmente, não curto muito o título brasileiro, então prefiro me ater ao nome original), o espectador recebe tudo isso na dose certa, ainda contando com uma excelente atuação do elenco (sobretudo, Colin Farrell) e a bela paisagem local da cidade de Bruge.
O filme, de uma forma geral, é carregado pela interação entre os personagens, tanto pela performance dos atores e a sintonia entre si quanto pelos fluidos diálogos, alternando doses de humor com reflexões espirituais, como nas cenas em que se discute o conceito de Purgatório e o Dia do Juízo Final. Aliás, de certa maneira despretensiosa e bem humorada, uma fala resume bem a trama:
"Purgatório é entre o céu e o inferno. Você não foi tão ruim, mas também não foi tão bom. Como o Tottenham."
Os assassinos em questão estavam longe de serem tão ruins assim, em comparação, por exemplo, ao seu chefe, sendo capazes de terem sentimentos, como o arrependimento e a vontade de querer fazer o bem. No entanto, por outro lado, não eram tão bons, sendo capazes não apenas de matar alguém à sangue frio, mas também de fazer isso a sua profissão. Então, restava a eles passar pelo seu purgatório na cidade medieval de Bruge, na qual iriam enfrentar testes e experiências que indicariam até que ponto seriam bons ou ruins e para qual dos dois lados a balança iria pender.
Filme super recomendado, sobretudo para quem gosta de um bom e velho humor negro.
O curioso caso do filme que eu assisti sem esperar nada, fui surpreendido com o decorrer da história e, no final, fiquei com a sensação de que poderia ter ido além, e não falo do final em si, pois este me pareceu compreensível pela característica da esposa e pelo amor dela pelo marido (apesar de tudo), mas do desenvolvimento da trama, que poderia ter explorado mais acontecimentos passados do casal. Não é um filme ruim, mas é esquecível, exceto, é claro, pela primorosa atuação de Glenn Close, que merecia um Oscar por esta performance.
O filme tem uma proposta interessante de nos fazer refletir até que ponto o meio influencia o homem e o seu sucesso na vida e até começa muito bem, mas na segunda metade se perde um pouco, alternando momentos "arrastados" com algumas cenas um pouco mais "forçadas". A impressão que dá, como alguns já comentaram aqui, é que a história, com uma ideia tão interessante, poderia ter sido desenvolvida de uma maneira bem melhor. Garante algumas risadas, mas tá longe de ser uma grande comédia inesquecível.
Estava há muito tempo querendo assistir a esse filme e, agora que finalmente consegui, devo dizer que é até melhor do que eu imaginava.
Eu já sabia que o Villeneuve é um dos melhores diretores de sua geração, ou, pelo menos, eu creio que essa é uma conclusão normal para qualquer um que já tenha visto Os Suspeitos, Sicário, A Chegada, Blade Runner e Duna. No entanto, em "Incêndios", Denis mostra o seu talento, sobretudo, como roteirista, com uma história não somente bem construída, mas que também se destaca pela maneira como vai se desenrolando e sendo desvendada pedaço por pedaço, enigma por enigma e variável por variável, como um complexo problema de matemática.
Inclusive, talvez o diálogo mais belo, mais profundo e mais pungente que o filme coloca é o preâmbulo que o titular da cadeira de matemática pura faz antes de apresentar Jeanne aos seus alunos:
- "As matemáticas como vocês conheceram até agora, tem por objetivo chegar a uma resposta estrita, portanto definitiva. Hoje vocês serão introduzidos em uma aventura completamente diferente. O tema será sobre problemas insolúveis que sempre levam a outros problemas que acabam sendo intratáveis. As pessoas ao seu redor dirão que eles não são necessários, e vocês não terão nenhum argumento para se defenderem disso, porque elas são de uma complexidade extenuante. Bem vindos à matemática pura, a terra da solidão."
Com essas palavras o professor introduz o espectador na trama do filme sem que este perceba. Nesse momento a aventura do filme começa, desenvolvendo-se a conjectura na vida do personagem levando-os a uma experiência de elucidação, mas igualmente da mais terrível angústia.
Os horrores da guerra e o sofrimento de Nawal ao longo de sua vida são mostrados ao espectador de maneira paralela à busca dos irmãos por respostas e às descobertas que são feitas pelo caminho, até que, no final, tudo se encaixa com uma revelação perturbadora, um verdadeiro soco no estômago, brutal e inesperado!
Super recomendado, mas quem for assistir se prepare bem, pois não é um filme fácil de digerir.
Ótimo elenco, história original e bem amarrada, o bom e velho humor britânico e muita diversão. Prato cheio também para aqueles que, como eu, amam um filme de "comédia gangster". Vale destacar, por fim, as excelentes atuações, sobretudo, de Jamie Lee Curtis e, claro, de Kevin Kline, que está perfeito como o estúpido e psicopata Otto!
Dificilmente choro ao assistir filmes, mas neste aqui não teve jeito: chorei muito no final. Tudo é belíssimo aqui: a história e a a maneira como é contada, os personagens e, claro, a mensagem deixada no término da obra, que é extremamente inspiradora e faz a gente repensar a forma como enxerga a vida!
Um filme que foi feito em um período pós 2 grandes guerras, onde o mundo se encontrava desolado e sem esperanças, até que o seu criador Frank Capra, decidiu trazer uma mensagem que pudesse resgatar a fé e a esperança das pessoas na época (e conseguiu), além de recuperar em nosso imaginário, o espírito e o simbolismo natalinos.
Mais curioso ainda é que este filme, além de ter recebido críticas mistas, foi um verdadeiro fracasso nas bilheterias quando foi lançado, apenas tendo sido realmente reconhecido com o passar dos tempos e hoje já eternizado, merecidamente, como um dos maiores clássicos da história do cinema e um dos filmes mais inspiradores já feitos.
Certa vez vi o seguinte comentário sobre esta obra prima e gostaria de compartilhar aqui: "Capra lançou uma semente, com esperança, mas equivocou-se no tempo da germinação, no tamanho da arvore e na abundância do fruto.
Não germinou quando desejava, mas no tempo oportuno. Não cresceu o quanto esperava, foi muito maior Prosperou abundantemente além se suas expectativas.
Tem os seus bons momentos, mas a única coisa realmente memorável é a trilha sonora. De resto, como já disseram por aqui, apenas um filme comum que aborda conflitos da juventude, sendo um pouco chato e arrastado em alguns instantes.
Típico filme do Tim Burton. Divertido, com uma elevada quantidade de absurdos e coisas surreais e ótimo para se assistir de uma forma despretensiosa. Maquiagem do Beetlejuice tão bem feita que só pesquisando depois descobri que era o Michael Keaton no papel! Nada excepcional, mas um bom filme.
Despretensioso, divertido e dinâmico! De forma, resumida, assim é possível descrever esta obra de Guy Ritchie.
No início, confesso que fiquei um pouco perdido com a grande quantidade de personagens e histórias paralelas, mas prestando um pouco de atenção e esperando o enredo se desenrolar, é possível ver tudo se encaixando de uma maneira cômica e muito bem elaborada, misturando elementos típicos de filmes de gangsters e de comédias "pastelão".
Destaco também a excelente performance de Brad Pitt, cujo personagem não aparece tanto, mas tem presença marcante muito graças ao trabalho do ator.
No ritmo adequado, lentamente a trama vai se desenrolando e, como todo bom suspense, vai criando dúvidas na cabeça do espectador. "Afinal, quem são esses funcionários?" "A criança está falando a verdade ou mentindo?" "A mãe ficou louca ou é a única sã da casa?" Essas são algumas das interrogações que vão se criando à medida que a história nos apresenta as suas pequenas reviravoltas até o plot twist no final. No entanto, a grande surpresa no fim não seria tão impactante se não fosse a ótima construção do suspense durante a obra.
Por fim, destaco a excelente atuação de todo o elenco, incluindo os atores mirins, mas em especial a performance da Nicole Kidman, que é de tirar o chapéu!
Ótima trilha sonora e boa história. Somos apresentados a um novo Batman, mais jovem e com um maior toque de humor, enquanto o Coringa, por outro lado, está aqui em uma das versões mais sombrias já vistas em qualquer filme ou seriado (em particular, a cena envolvendo o Robin é aterrorizante, não à toa chegou a ser até retirada da versão original). Nada excepcional, mas um bom filme e uma boa diversão para quem é fã do velho Homem Morcego.
Se, em "Alien: O Oitavo Passageiro", praticamente todo o filme se passa em uma única nave e a tensão está muito mais naquilo que não vemos do que naquilo que é efetivamente mostrado (o xenomorfo, que era apenas um, aparece muito pouco), aqui temos mais ação e aliens, mas com o mesmo grau de suspense e terror que fizeram a obra original ter sido um clássico. Uma película muito bem feita e uma sequência à altura, talvez até melhor, do que foi o primeiro filme!
Os 7 Suspeitos
3.8 355 Assista AgoraO começo nos desperta curiosidade, o meio é um pouco confuso e entediante e o final (ou devo dizer, os finais) é bom, mas este filme não deve ser encarado com muita seriedade, e sim como aquilo que se propôs a ser: uma típica comédia pastelão ou mesmo como uma sátira aos filmes de investigação policial. Dessa maneira, naturalmente o roteiro é cheio de furos e tem diversas coisas que poderiam ter sido melhor desenvolvidas, mas o ideal é simplesmente ignorar tudo isso e se divertir, pois, apesar de tudo, ainda vale à pena acompanhar para dar umas risadas e pela bela Colleen Camp.
Divertido, mas, agora que sei o desfecho, não creio que irei rever, pois o que realmente segura o espectador é tentar desvendar o segredo, como se fosse o famoso jogo que inspirou o filme. No entanto, para quem nunca viu, é um bom passatempo.
Era uma Vez na América
4.3 531 Assista AgoraUm dos grandes clássicos do gênero "gangster" e que, curiosamente, não tem a temática do crime como o ponto central, sendo, na verdade, um filme que trata, sobretudo, sobre amizade e paixão. No entanto, pelo fato dos personagens envolvidos crescerem dentro do mundo do crime, naturalmente somos submetidos, ao longo da história, a uma extrema dose de violência, das mais variadas formas, o que pode ser chocante para muitos espectadores, em especial ao público feminino, mas que, para o bem ou para o mal, retrata de maneira fiel a época e o meio nos quais a trama se insere.
Pessoalmente, gostei da maneira não linear com a qual a história é apresentada, pois isso já nos mostra que alguma coisa, em algum momento, deu errado para os envolvidos, porém não sabemos o porquê e nem como tudo isso ocorreu, com tudo isso sendo explicado gradativamente e de forma paralela a construção dos próprios personagens. E tudo isso com uma excelente atuação do elenco, brilhante direção de Leone e mais uma marcante trilha sonora assinada por Morricone, que também contribuem para que o filme, apesar da longa duração, em momento algum se torne cansativo.
O único aspecto que deixou a desejar, em minha avaliação, foi o final. Depois de uma longa e cuidadosa construção dos acontecimentos e dos personagens ao longo de todo o filme, os momentos finais me pareceram mal explicados e um pouco corridos. Por que Max, que ainda não sabia que David tinha o entregue à polícia, se envolveu com Deborah? As acusações contra Max, no final, eram verdadeiras ou não, e, aliás, o que o levou a ser acusado? São alguns pontos que ficaram um pouco soltos e sem maiores explicações, embora eu dê um "desconto" ao Leone pelo fato da sua versão original ser ainda um pouco maior (cerca de 20 minutos) em relação à já longa versão estendida, então é possível que essas perguntas pudessem ser respondidas nas cenas que foram cortadas, mas infelizmente jamais iremos saber.
Uma obra minuciosamente construída, com impecáveis aspectos técnicos e grandes atuações. Crime, violência, amizade e paixão igualmente representados neste ótimo filme.
A Morte de Stalin
3.6 134 Assista AgoraEm "A Morte de Stalin", estamos diante de algo raro atualmente: uma inteligente e historicamente precisa sátira política. Neste caso, a trama gira em torno dos acontecimentos após a morte do longevo ditador soviético e, em uma mistura de drama com humor ácido, ironiza as disputas de poder dentro do partido comunista e as constantes intrigas entre os seus membros, em um contexto onde o que é verdadeiro ou falso muda a todo instante, amigos e inimigos se confundem e ninguém confia em ninguém.
No entanto, por trás de todos os absurdos e situações cômicas, esta obra trata diversos acontecimentos com precisão histórica admirável, como, por exemplo, as perversões sexuais de Laventiy Beria, que costumava entregar flores para as mulheres estupradas por ele, algo que é sutilmente mostrado no filme. Aliás, este é um aspecto interessante desta película, pois os fatos descritos são tão surreais que, por vezes, até parece que foram inventados por algum roteirista, mas quem puder realizar uma breve pesquisa e conferir as memória do Nikita Khrushchev irá verificar que muito do que é retratado realmente aconteceu. Essa incomum precisão, inclusive, é o que torna este filme tão aterrorizante quanto hilário.
Além disso, vale destacar o elenco perfeitamente escolhido, em especial Jeffrey Tambor e Steve Buscemi, que estão excelentes em seus respectivos papéis e elevam essa bem elaborada comédia a um outro nível.
Para quem gosta de história e de um bom e velho humor negro, recomendado.
Glória Feita de Sangue
4.4 448 Assista AgoraUm dos primeiros grandes sucessos de Kubrick, "Glória Feita de Sangue", apesar do título, explora um outro lado da guerra, isto é, um lado nada glorioso ou nobre. Neste filme, o diretor analisa, em uma obra com grandes atuações, diálogos bem elaborados e primorosos aspectos técnicos, a maneira como um conflito bélico pode mostrar o pior que existe na raça humana. Não somente um filme sobre guerra, mas, acima de tudo, um filme anti guerra, inteligente e sempre atual.
Curiosamente, ao longo da história, não somos apresentados, em momento algum, a uma cena de combate direto entre soldados inimigos. Da mesma forma, não presenciamos mortes em massa, torturas ou quaisquer outros acontecimentos do tipo e que fazem parte não somente do ambiente de uma guerra, mas que também são frequentemente mostrados em películas do gênero. E existe uma razão para isso: a grande crítica à guerra neste filme não envolve os soldados, mas sim aqueles que os comandam, isto é, os oficiais, mais especificamente os generais. Dessa maneira, Kubrick nos mostra que, apesar de todos os confrontos, mortes e embates sangrentos, o verdadeiro lado obscuro e deplorável deste conflito passa longe dos campos de batalha, mas se encontra dentro de salas e de trás de mesas. Isso pode ser sintetizado por uma antiga frase: "A guerra é um lugar onde jovens que não se conhecem e não se odeiam se matam entre si, por decisão de velhos que se conhecem e se odeiam, mas não se matam".
E o personagem que melhor representa esse espirito deplorável da guerra é o general Mireau, que obviamente não está sozinho em seus terríveis atos, mas mostra, de maneira brutal, covardia e falsidade gritantes, além de um total desprezo pela vida humana, não somente ao levar os seus soldados a uma missão sabidamente suicida, mas também ao, no momento em que a impossível operação naturalmente fracassa, se encontrar disposto a atirar em seu próprio batalhão, acusando posteriormente os soldados de serem covardes por não conseguirem cumprir suas ordens absurdas. Aliás, é irônico que justamente um general com tais características queira enviar soldados ao pelotão por covardia. E o pior de tudo é que tudo isso é feito com anuência de outros generais e oficiais do exército, que, no final, ainda concordam por fuzilar os pobres soldados que não tinham qualquer culpa pelos erros de seus superiores.
Ao final do filme, no entanto, temos uma cena belíssima na qual o coronel Dax observa uma jovem alemã cantando em frente a soldados franceses e estes fazendo coro ao canto da moça. Ali, após todos os atos deploráveis que ele havia presenciado, o coronel brevemente restaura a sua fé na raça humana, como se o filme nos mostrasse que a guerra, de fato, pode nos tirar, durante um certo período, a nossa coragem, os nossos sentidos e a nossa humanidade, mas essas virtudes ainda estão presentes dentro de nós apenas esperando para serem recuperadas em algum momento, como foi recuperada pelos soldados ao ouvirem a música.
Uma obra bem dirigida, com uma excelente mensagem e cujo único defeito talvez seja que durou muito pouco e que poderia ter sido alongado mais. Recomendado.
De Olhos Bem Fechados
3.9 1,5K Assista AgoraKubrick afirmou, diversas vezes, que os seus filmes buscam falar sobre a natureza humana, tendo, em dada oportunidade, dito: "estou interessado na mais brutal e violenta natureza do homem, por que esse é um retrato verdadeiro dos homens". Em "De Olhos Bem Fechados", o diretor aborda a parte da nossa natureza relacionada à sexualidade, em uma obra que, como diversas outras desse gênio do cinema, apresenta diversas camadas, simbolismos e detalhes, e sempre requer que assistamos mais de uma vez para compreender melhor.
O ponto central da trama gira em torno do casal Bill e Alice. Logo no início vemos que são duas pessoas bem atraentes (Tom Cruise e Nicole Kidman, que estavam realmente casados na época) e que apresentam uma família aparentemente estável, com uma filha e em boas condições financeiras. No entanto, já durante a festa a história vai nos levando para a temática principal do filme: a sexualidade. Enquanto Alice flerta com um homem húngaro, Bill faz o mesmo com outras duas mulheres. No entanto, é o húngaro que solta duas frases que são marcantes aqui: “O charme do casamento é tornar o fingimento uma necessidade para ambas as partes" e “Como uma mulher linda, que poderia ter qualquer homem neste salão, pode querer estar casada?”. A primeira ainda será aprofundada mais à frente, mas a segunda talvez impacte a personagem de maneira imediata: ela é uma mulher belíssima, jovem, sensual e que poderia ter qualquer homem daquele salão ou fora dele, então porque já está casada? Por que não se entrega aos seus desejos em um mundo de prazeres? O mesmo, inclusive, pode valer para Bill, que poderia se envolver não somente com as duas mulheres da festa, mas com várias outras. No final da festa, porém, ambos voltam para casa tendo rejeitado as tentações que surgiram e mantido a fidelidade intacta, em contraste, por exemplo, com Ziegler, que se envolveu com uma drogada no banheiro da mansão.
No entanto, na noite seguinte, Alice, talvez movida por ciúmes em relação ao marido com aquelas duas mulheres ou mesmo refletindo sobre a frase do húngaro sobre casamento, decide ser honesta com o seu marido e admitir algo que talvez nem fosse necessário contar: ela confessa à Bill que, embora não o tenha traído de maneira concreta, desejou ter feito isso certa vez com um outro homem, tendo seriamente pensado até em abandonar o marido, a filha e toda a família para se entregar aos prazeres e viver essa aventura. Mesmo com essa vontade tendo ficado apenas na imaginação e a tentação não ter se materializado, isso fica na mente de Bill, que antes tinha total confiança na esposa e em seu casamento, mas que agora já não tinha mais a mesma certeza inabalável de outrora, tendo a sua mulher revelado desejos que ele não pensava que ela possuía.
Com a confiança na sua esposa abalada e pelo temor da traição, Bill já não evita mais as tentações por conta do vínculo do matrimônio, mas incessantemente as busca como forma de atender aos seus desejos ou mesmo como uma vingança contra sua mulher. Sendo assim, a partir deste instante, ele começa a se encontrar inserido, seja de maneira involuntária seja pela própria vontade, em eventos que marcam uma longa aventura naquela madrugada e que acabam culminando em uma sociedade secreta, em uma espécie de ritual marcado por mulheres peladas e sexo por toda parte. No entanto, Bill, que estava buscando trair a esposa, não se viu em momento algum agraciado por estar naquele lugar, que teoricamente deveria ser o ideal para um homem que tinha as intenções que possuía, mas, na verdade, se viu muito mais chocado com o que presenciava do que propriamente atraído.
E aí que se encontra a grande ironia da história: o que Bill vê com os olhos bem abertos é mais fantasioso e absurdo do que o que Alice vê de olhos bem fechados. Enquanto ela confessa abertamente seu desejo, ele está mergulhado na sua confusão sexual. O sonho da esposa é mais excitante e assustador que a orgia presenciada na mansão. Percebemos, então, que Alice tem desejos reais e está consciente deles, enquanto Bill não sabe muito bem o que sente, a não ser a certeza de que ele, como homem, tem direito a estes desejos. Exatamente por isso o médico sentia que precisava vivenciar suas fantasias na prática, enquanto sua esposa as mantinha apenas em sua mente. É comum, portanto, que Bill saia de casa em busca de luxúria apenas para sentir-se tão sexualmente estimulado quanto sua esposa, quando ouve dela relatos eróticos. No entanto, ele se encontra assustado com o que vê, foge do local após ser descoberto pelos membros dessa seita e, no final das contas, volta para casa sem ter traído a esposa.
Outro ponto importante que essa cena em particular e o filme de maneira geral abordam, além dos desejos reprimidos pelo casal, é como a elite de nossa sociedade coloca por baixo dos panos os seus instintos mais primitivos. Aqui, por exemplo, temos a reunião dessa sociedade secreta representando isso, com membros da mais alta sociedade utilizando máscaras para não serem reconhecidos e, dessa maneira, poderem se entregar aos seus desejos carnais sem qualquer tipo de pudor. Logo, por baixo de toda a riqueza, a luxúria e a beleza da elite, haveriam os segredos mais sujos e podres, para os quais fechamos os olhos. E, convenhamos, quando vemos nas notícias casos como os de Epstein, Príncipe Andrew e outros, é difícil, ao assistir este filme, não imaginar que realmente tenha sido, mesmo que de forma involuntária, uma retratação dessas seitas secretas que devem existir e envolver pessoas famosas e ricas.
Ao final do filme, Bill vê, na cama e em mais um momento genial de Kubrick, sua esposa e a máscara que usou na festa lado a lado, como se ele tivesse que escolher entre uma coisa ou outra, isto é, deveria decidir em continuar uma vida de fingimentos (vestindo uma máscara) ou se deveria se abrir para a sua esposa, admitir tudo e continuar vivendo com ela. Ele, enfim, escolhe pela esposa, e ambos param de fechar os olhos para os desejos reprimidos um do outro, deixam as tentações que surgiram pelo caminho no passado e seguem em frente, se entregando definitivamente ao parceiro, ao seu casamento e a sua família.
Curiosidades e detalhes escondidos:
O nome da prostituta que abordou Bill na rua é "Domino", que é o mesmo nome de uma máscara veneziana.
"Fidelio", a senha usada para entrar na orgia daquela sociedade secreta, significa, ironicamente, "fidelidade" em latim.
A máscara que Bill usou para entrar no encontro da seita era uma do tipo "Volto", que é a mais comum dentre todas as máscaras venezianas. Talvez até por isso a mulher com a qual ele conversou na mansão logo percebeu que ele não pertencia aquele local.
Na cena de Bill com a prostituta, aparece um boneco de um tigre na cama. Na cena final dele com sua esposa e filha, também vemos os mesmos bonecos de tigre na loja de brinquedos.
A música aterrorizante tocada durante o ritual foi feita pela compositora Jocelyn Pook e incorpora trechos de uma música litúrgica da Igreja Ortodoxa no idioma romeno, sendo que esses trechos são colocados de forma invertida. Em inglês, essa parte diz: "And God told to his apprentices...I gave you a comand...to pray to the Lord fot the mercy, life, peace, health, salvation, the search, the leave and the forgiveness of the sins of God's children. The ones that pray, they have mercy and they take good care of this holy place" Pois bem, colocado de trás pra frente, tem o significado exatamente oposto, beirando a blasfêmia e o satanismo.
Kubrick morreu dias depois de entregar um corte preliminar do filme ao estúdio. No entanto, o diretor sempre costumava realizar edições em suas obras até o último instante, então muitos afirmam, por isso, que provavelmente a edição final liberada ao público e lançada não foi a que o diretor realmente queria e que ele ainda poderia ter feito alterações. Nunca saberemos, no entanto, se essas mudanças seriam feitas ou se seriam relevantes ao filme.
Um ótimo filme para assistir, desfrutar e analisar incessantemente. Super recomendado.
O Menu
3.6 1,0K Assista AgoraEm uma mistura de suspense e terror e com pitadas de comédia, "O Menu" nos apresenta, em meio a uma trama com surpresas e acontecimentos absurdos, uma crítica à sociedade atual e, sobretudo, à elite, apontando para os seus excessos, à sua falsidade e à sua arrogância.
O ponto central do filme gira em torno chefe Slowik, que não sente mais prazer em exercer a sua profissão, sendo o principal motivo para tal desilusão o fato de estar alimentando pessoas que comem sua comida apenas porque podem pagar, e não porque realmente gostam ou porque estão com fome. Dessa maneira, a sua culinária estaria sendo apropriada por uma elite que não somente não enxergava o seu real valor e significado, mas também estaria contribuindo para a sua própria destruição ao tirar a paixão pelo exercício do seu trabalho. Sendo assim, ele simplesmente decide matar todos os seus clientes, mas, como ele, ao cobrar preços altíssimos por seus pratos, teria culpa nessa "elitização da gastronomia", o chefe também opta por se matar e levar toda a sua equipe junto, que diga-se, concorda com tudo isso.
Dessa maneira, à medida que a história vai se desenrolando, vamos conhecendo mais sobre os clientes, e dos motivos pelos quais o chefe escolheu cada um para aquela noite. E, nesse processo, encontramos um casal que já desfrutou de vários pratos de Slowik e mesmo assim não consegue se lembrar de um sequer, uma crítica gastronômica responsável por fechar diversos restaurantes, três funcionários de uma grande empresa que estão ali apenas para se divertir e não apreciar os pratos, um artista que abandonou a paixão por sua profissão e um assíduo fã de culinária que finge saber tudo sobre comida, mas não sabe cozinhar.
O único cliente que não se encaixaria no perfil de pessoa que o chefe planejava matar era Margot, afinal ela sequer deveria estar ali, sendo apenas uma acompanhante contratada de última hora por Tyler, que havia se separado da namorada. Em contraste com o resto dos personagens, ela não finge gostar dos pratos de Slowik, mas, em vez disso, exige algo de que realmente goste: um simples cheeseburger. Essa sua honestidade é a prova final de que o chefe precisava para concluir que ela não fazia parte daquela elite rica da qual ele nutria tanto ódio e, por isso, liberou-a para ir embora e sair viva da ilha.
No entanto, embora o filme possa ser saudado pela sua criatividade, pela sua crítica social e pela forma como a história vai se desenrolando, com as suas devidas surpresas, também apresenta alguns pontos negativos. Em primeiro lugar, se todos os clientes foram escolhidos a dedo, o único cuja motivação para estar ali é fraca é a do ator famoso (o chefe ter o escolhido só por que não gostou de um filme dele e por que considera que o mesmo perdeu a paixão pela arte não me convenceu, sobretudo considerando que o ator é um dos poucos ali que realmente parece apreciar os pratos). Em segundo lugar, a briga entre Margot e a assistente de Slowik é um arco que foge completamente do foco do enredo principal e simplesmente não tem sentido, sendo desnecessário e descartável. E, em terceiro lugar, acredito que a própria temática do filme poderia ter sido melhor aprofundada, pois, apesar de todas as suas reviravoltas, o final foi um pouco previsível.
O filme, assim como os pratos de Slowik, tem um conceito interessante, mas não vai "matar a fome" daquele espectador que espera uma grande história. É bom e prende a atenção enquanto estamos degustando, mas é esquecível.
A Queda! As Últimas Horas de Hitler
4.1 777Um filme que passa longe de qualquer tentativa de "romantizar" a guerra, mas, pelo contrário, a apresenta da maneira realista, realizando uma representação brutal e fiel dos últimos momentos do Terceiro Reich. Dessa maneira, também cumpre um excelente papel de informar sobre os horrores do conflito.
Bruno Ganz, por sua vez, entrega a melhor interpretação de Hitler em um filme, sem exageros ou caricaturas, e sim um retrato fiel não somente de um ditador vendo o seu império ruir, mas de um homem alucinado, melancólico e egoísta com o seu próprio povo, entregando-o à ruína e ainda culpando-o pelo fracasso.
Os Meninos do Brasil
3.6 70 Assista AgoraA sinopse absurda e o fato de ter "Brasil" no título sempre me fizeram ter grande curiosidade em assistir ao filme. Tendo assistido, posso resumir da seguinte maneira: longe de ser um filme brilhante, "The Boys From Brazil" conta com ótima atuação do elenco e aborda diversos tema interessantes, embora estes poderiam ter sido melhor explorados.
Embora hoje o tema da genética esteja não apenas já bastante presente nos filmes, mas também em toda a sociedade, isso não era o caso para a época em que esta película foi lançada. Desta maneira, o filme antecipa um assunto que era novidade nos anos 70 e ainda viria a ser muito explorado futuramente na indústria cinematográfica, logo vale a pena dar crédito ao diretor e roteiristas por isso.
Inclusive, o próprio produtor do filme já disse que o grande foco da história não são os nazistas, embora eles estejam obviamente muito presentes, mas a questão da genética, da clonagem e de como o meio pode influenciar em um ser humano em relação ao aspectos genéticos. Este último aspecto, em particular, é o que move toda a operação de Mengele, pois não bastava criar bebês geneticamente idênticos à Hitler e espalhá-los pelo mundo, pois isso já havia sido feito por ele, mas era também necessário, para cumprir o seu sonho de recriar o Fuhrer, também recriar as condições nas quais o ex líder da Alemanha havia se desenvolvido.
E, no final, a grande ironia de Mengele ter sido morto pela sua própria criação, e logo por aquele bebê que, como também nos mostra a cena de encerramento, era o que mais compartilhava semelhanças com Hitler em termos de comportamento.
Outro ponto interessante é que o filme aborda, brevemente, o fato do médico alemão ter passado pelo Brasil, mas essa informação não era conhecida na época do lançamento do filme, e apenas tornou-se pública ao mundo inteiro nos anos 80. No caso, ele não somente passou por aqui, mas morou muito tempo e morreu em terras brasileiras (morte por afogamento no litoral paulista).
Feitiço do Tempo
3.9 754 Assista AgoraSabe aqueles filmes que você assiste e que te deixam depois com um sorriso no rosto e uma sensação boa? Pois bem, é assim com "Groundhog Day", que, com uma história original, leve e divertida, ainda consegue nos proporcionar interessantes reflexões.
Destaques não somente para o criativo e bem elaborado enredo, mas Bill Murray, como sempre engraçado e carismático, que aqui mostra também o seu lado dramático, e Andie MacDowell, que está belíssima e perfeita em seu papel. Todos esses elementos juntos fazem o filme crescer bastante à medida que a história vai ocorrendo e se tornar uma comédia de grande qualidade.
Interessante observar que, quando Phil usa esse "feitiço" unicamente para conseguir informações sobre a Rita e repetir o encontro com ela inúmeras vezes até dar certo, mesmo com isso impressionando-a, ainda assim não é suficiente para conquistá-la. Ela apenas verdadeiramente se apaixona quando ele começa a utilizar isso não em benefício próprio, mas em benefício dos outros, ajudando várias pessoas pelo caminho. É isso que não somente o faz conquistar o coração de Rita, mas "quebrar" o loop temporal e conseguir seguir em frente, mas dessa vez como uma pessoa completamente diferente, isto é, que pensa muito mais no próximo do que somente em si.
Demorei muito tempo para assistir e agora recomendo para qualquer um que ainda não viu, pois vale muito à pena!
O Iluminado
4.3 4,0K Assista AgoraUm verdadeiro clássico do terror.
Combinando fotografia, trilha sonora, grande atuação do elenco (sobretudo, um Nicholson perfeito para o papel) e uma brilhante direção de Kubrick, o filme consegue nos manter em um constante estado de tensão e medo, mesmo nas cenas mais banais, como se a qualquer momento alguma coisa terrível fosse acontecer.
Não li o livro e sei das críticas feitas acerca das diferenças em relação à obra original de Stephen King, mas é sempre bom lembrar que uma adaptação não precisa ser necessariamente fiel por completa, podendo variar de ser uma cópia exata à apenas uma mera inspiração. Neste caso aqui, aparentemente Kubrick preferiu a segunda opção, com o filme tendo a sua própria identidade. A prova maior de que esta decisão foi correta é a minissérie lançada vários anos depois, que foi feita com o intuito de ser mais fiel ao livro de King (e obteve sucesso nesse objetivo), mas não conseguiu chegar sequer perto do nível de terror e qualidade proporcionados por este filme de 1980.
Também fiquei curioso com as grandes críticas feitas à atuação de Shelley Duvall, pois, para mim, ela foi bem no seu papel. Ainda mais elogiável quando tomei conhecimento do "terror psicológico" que ela teve que enfrentar durante a produção do filme, inclusive precisando refazer a fatídica cena do taco exatas 127 vezes, e que acabou traumatizando-a por anos. Em minha opinião, ela consegue expressar precisamente o terror que se espera da sua personagem nas situações que teve de passar.
Aliás, no documentário "Room 237", dentre os diversos detalhes fornecidos sobre o filme, está exatamente o fato de que Kubrick, não somente na cena do taco, mas em diversas cenas, optou por repetir inúmeras vezes as gravações. E ele não o fez sem razão ou apenas para torturar os atores, mas sim com um motivo bem claro: a história trata da transformação de Jack, de uma pessoa relativamente normal (apesar do histórico passado de violência), em um homem, devido ao isolamento vivenciado e por uma espécie de maldição no hotel, capaz de assassinar aquelas pessoas às quais ele deveria mais amar e proteger, isto é, sua esposa e filho, logo o nível de insanidade e loucura ao qual os personagens são levados deveria estar presente na tela de maneira convincente. Sendo assim, várias cenas foram repetidas de maneira exaustiva, à ponto dos atores, ao final das gravações, estarem tão esgotados que acabariam por transmitir isso aos seus personagens, fornecendo mais realismo.
Também é interessante mencionar como o filme aterroriza o espectador de maneira diferente ao que estamos acostumados na maioria dos filmes do gênero. Enquanto que, em outras películas, geralmente os momentos assustadores giram em torno dos famosos "jump scares", que são nos apresentados de maneira súbita e sem aviso prévio, aqui não somente o filme procura nos assombrar de outras formas, como também os "jump scares" são utilizados com uma estratégia distinta: ao invés de sermos pegos de surpresa, o diretor primeiro foca na reação do personagem e depois mostra a cena para a plateia. Ou seja, não somos surpreendidos, pois já sabemos que algo ruim está acontecendo e que seremos apresentados a isso em instantes, mas o temor por aquilo que poderá ser mostrado é que nos assusta, como se tivéssemos medo do desconhecido, mas ao mesmo tempo vontade de ver o que está ocorrendo, gerando um desconforto e apreensão mais poderosos do que qualquer "jump scare". Aliás, esse é um ponto central no filme: não é somente o que acontece e o que nos é mostrado, que já é bastante assustador, mas aquilo que tememos que pode acontecer que nos assombra. Por exemplo, Danny e Wendy, se formos analisar bem, não são em momento algum agredidos, no filme, por Jack, mas, apesar disso, o temor pelo que pode acontecer com eles e com o terror psicológico vivenciado pelos personagens é que é, de fato, assustador.
Além disso, aqui a música assustadora fica tocando durante boa parte do tempo e, inclusive, em cenas que, à princípio não são assustadoras, mas que, somente ao ouvir aquele som estranho nos ouvidos, já nos causa uma espécie de mal estar ou sensação de que algo ruim vai acontecer, seja agora ou em algum outro momento. Sendo assim, o terror não está em instantes pontuais, mas em toda a construção da história, no hotel, nos personagens, na música, ou seja, está presente em todo lugar e a todo momento, e apresentando, naturalmente, algumas cenas de maior tensão.
A sensação que o filme nos provoca é que os personagens estão sendo "engolidos" pelo hotel e por algum tipo de maldição existente no prédio, levando-os à completa loucura e insanidade, o que acaba afetando, em especial, Jack, como se o hotel quisesse expulsá-los do local ou até mesmo se quisesse tomar as suas respectivas almas para si (inclusive, na cena final, ficamos com a impressão de que é isso que ocorre o responsável pela supervisão, assim como pode ter ocorrido com outras pessoas que lá se hospedaram). E o Kubrick faz questão de, em vários momentos, mostrar o tamanho do hotel e os diversos espaços vazios, ressaltando isso.
Sendo assim, "O Iluminado" não é somente mais um filme de terror, mas uma obra prima que nos provoca apreensão e medo de maneira original, única e realista, misturando aspectos sobrenaturais e terror psicológico. Super recomendado.
Construindo uma Carreira
3.4 263 Assista AgoraTípico filme da Sessão da Tarde: despretensioso, boa trilha sonora e com alguns momentos divertidos, mas, analisando friamente, bem esquecível e poderia ter sido bem melhor desenvolvido. O grande destaque mesmo vai para a Jennifer Connelly, aqui mais exuberante, linda e sensual do que nunca, e sendo, por si só, já um bom motivo para ver este filme (pelo menos, foi o meu motivo para ver este filme, haha)!
Bom passatempo.
Era uma Vez no Oeste
4.4 730 Assista AgoraUma verdadeira obra prima. Não somente um dos melhores filmes do gênero faroeste, mas um dos melhores filmes já feitos dentre todos os gêneros. Direção primorosa de Sergio Leone, grande atuação do elenco (e uma exuberante Claudia Cardinale), fotografia belíssima e uma das melhores trilhas sonoras de Ennio Morricone são alguns dos elementos que compõem esta película, que vai muito além de mais um "Spaghetti Western" e se torna um épico.
Para um filme tão longo, era de se esperar que muita coisa fosse desnecessária e descartável para o enredo principal, mas aqui é diferente: cada acontecimento é importante para a trama, cada personagem tem o seu devido papel e cada cena tem uma magnitude singular. Isso se deve, sobretudo, à habilidade do diretor de dar um ar solene a diversos momentos da história, sabendo substituir, na medida certa, falas e diálogos por olhares ou outras expressões, nos contando muita coisa sem precisar de uma palavra sequer. E, obviamente, a trilha sonora do mestre Morricone também se faz presente em elevar esse filme a um outro patamar, adicionando tensão e outras emoções e sendo elemento ímpar na construção desta obra.
Além disso, vale também destacar as inúmeras referências a outros "western", fazendo com que este filme também possa ser compreendido como uma grande homenagem às outras produções do gênero, como se fosse um verdadeiro conto de fadas épico no Oeste americano (talvez daí o título, com o "Era Uma Vez").
Da mesma maneira, é possível enxergar esta obra, sobretudo a partir do belíssimo final, como a "morte" do Velho Oeste e o início de uma nova Era, com as mortes de Frank e Chayenne representando esse fim e a chegada do trem, com Jill levando água aos operários, como o início da civilização, enquanto a cidade de Sweetwater é lentamente erguida. Esse simbolismo nem sempre é captado de imediato, mas está presente.
Sendo assim, embora este filme, para a minha surpresa, não tenha tido a melhor das recepções na época que foi lançado, felizmente teve, ao longo do tempo, o devido reconhecimento, pela sua qualidade e importância na história do cinema. "Era Uma Vez no Oeste" envelheceu e vai continuar a envelhecer como vinho, e cabe a nós, amantes da Sétima Arte, desfrutar. Super recomendado.
Na Mira do Chefe
3.7 360Em sua até aqui curta carreira cinematográfica, Martin McDonagh tem se marcado por obras que caminham na linha tênue entre o drama e a comédia, temas pesados e humor ácido, mortes brutais e momentos hilários, e tudo isso, é claro, misturado junto ao politicamente incorreto e um enredo bem amarrado. Em "In Bruges" (pessoalmente, não curto muito o título brasileiro, então prefiro me ater ao nome original), o espectador recebe tudo isso na dose certa, ainda contando com uma excelente atuação do elenco (sobretudo, Colin Farrell) e a bela paisagem local da cidade de Bruge.
O filme, de uma forma geral, é carregado pela interação entre os personagens, tanto pela performance dos atores e a sintonia entre si quanto pelos fluidos diálogos, alternando doses de humor com reflexões espirituais, como nas cenas em que se discute o conceito de Purgatório e o Dia do Juízo Final. Aliás, de certa maneira despretensiosa e bem humorada, uma fala resume bem a trama:
"Purgatório é entre o céu e o inferno. Você não foi tão ruim, mas também não foi tão bom. Como o Tottenham."
Os assassinos em questão estavam longe de serem tão ruins assim, em comparação, por exemplo, ao seu chefe, sendo capazes de terem sentimentos, como o arrependimento e a vontade de querer fazer o bem. No entanto, por outro lado, não eram tão bons, sendo capazes não apenas de matar alguém à sangue frio, mas também de fazer isso a sua profissão. Então, restava a eles passar pelo seu purgatório na cidade medieval de Bruge, na qual iriam enfrentar testes e experiências que indicariam até que ponto seriam bons ou ruins e para qual dos dois lados a balança iria pender.
Filme super recomendado, sobretudo para quem gosta de um bom e velho humor negro.
A Esposa
3.8 557 Assista AgoraO curioso caso do filme que eu assisti sem esperar nada, fui surpreendido com o decorrer da história e, no final, fiquei com a sensação de que poderia ter ido além, e não falo do final em si, pois este me pareceu compreensível pela característica da esposa e pelo amor dela pelo marido (apesar de tudo), mas do desenvolvimento da trama, que poderia ter explorado mais acontecimentos passados do casal. Não é um filme ruim, mas é esquecível, exceto, é claro, pela primorosa atuação de Glenn Close, que merecia um Oscar por esta performance.
Trocando as Bolas
3.5 203 Assista AgoraO filme tem uma proposta interessante de nos fazer refletir até que ponto o meio influencia o homem e o seu sucesso na vida e até começa muito bem, mas na segunda metade se perde um pouco, alternando momentos "arrastados" com algumas cenas um pouco mais "forçadas". A impressão que dá, como alguns já comentaram aqui, é que a história, com uma ideia tão interessante, poderia ter sido desenvolvida de uma maneira bem melhor. Garante algumas risadas, mas tá longe de ser uma grande comédia inesquecível.
Incêndios
4.5 1,9KEstava há muito tempo querendo assistir a esse filme e, agora que finalmente consegui, devo dizer que é até melhor do que eu imaginava.
Eu já sabia que o Villeneuve é um dos melhores diretores de sua geração, ou, pelo menos, eu creio que essa é uma conclusão normal para qualquer um que já tenha visto Os Suspeitos, Sicário, A Chegada, Blade Runner e Duna. No entanto, em "Incêndios", Denis mostra o seu talento, sobretudo, como roteirista, com uma história não somente bem construída, mas que também se destaca pela maneira como vai se desenrolando e sendo desvendada pedaço por pedaço, enigma por enigma e variável por variável, como um complexo problema de matemática.
Inclusive, talvez o diálogo mais belo, mais profundo e mais pungente que o filme coloca é o preâmbulo que o titular da cadeira de matemática pura faz antes de apresentar Jeanne aos seus alunos:
- "As matemáticas como vocês conheceram até agora, tem por objetivo chegar a uma resposta estrita, portanto definitiva. Hoje vocês serão introduzidos em uma aventura completamente diferente. O tema será sobre problemas insolúveis que sempre levam a outros problemas que acabam sendo intratáveis. As pessoas ao seu redor dirão que eles não são necessários, e vocês não terão nenhum argumento para se defenderem disso, porque elas são de uma complexidade extenuante. Bem vindos à matemática pura, a terra da solidão."
Com essas palavras o professor introduz o espectador na trama do filme sem que este perceba. Nesse momento a aventura do filme começa, desenvolvendo-se a conjectura na vida do personagem levando-os a uma experiência de elucidação, mas igualmente da mais terrível angústia.
Os horrores da guerra e o sofrimento de Nawal ao longo de sua vida são mostrados ao espectador de maneira paralela à busca dos irmãos por respostas e às descobertas que são feitas pelo caminho, até que, no final, tudo se encaixa com uma revelação perturbadora, um verdadeiro soco no estômago, brutal e inesperado!
Super recomendado, mas quem for assistir se prepare bem, pois não é um filme fácil de digerir.
Um Peixe Chamado Wanda
3.5 169 Assista AgoraÓtimo elenco, história original e bem amarrada, o bom e velho humor britânico e muita diversão. Prato cheio também para aqueles que, como eu, amam um filme de "comédia gangster". Vale destacar, por fim, as excelentes atuações, sobretudo, de Jamie Lee Curtis e, claro, de Kevin Kline, que está perfeito como o estúpido e psicopata Otto!
Recomendado.
A Felicidade Não Se Compra
4.5 1,2K Assista AgoraDificilmente choro ao assistir filmes, mas neste aqui não teve jeito: chorei muito no final. Tudo é belíssimo aqui: a história e a a maneira como é contada, os personagens e, claro, a mensagem deixada no término da obra, que é extremamente inspiradora e faz a gente repensar a forma como enxerga a vida!
Um filme que foi feito em um período pós 2 grandes guerras, onde o mundo se encontrava desolado e sem esperanças, até que o seu criador Frank Capra, decidiu trazer uma mensagem que pudesse resgatar a fé e a esperança das pessoas na época (e conseguiu), além de recuperar em nosso imaginário, o espírito e o simbolismo natalinos.
Mais curioso ainda é que este filme, além de ter recebido críticas mistas, foi um verdadeiro fracasso nas bilheterias quando foi lançado, apenas tendo sido realmente reconhecido com o passar dos tempos e hoje já eternizado, merecidamente, como um dos maiores clássicos da história do cinema e um dos filmes mais inspiradores já feitos.
Certa vez vi o seguinte comentário sobre esta obra prima e gostaria de compartilhar aqui: "Capra lançou uma semente, com esperança, mas equivocou-se no tempo da germinação, no tamanho da arvore e na abundância do fruto.
Não germinou quando desejava, mas no tempo oportuno.
Não cresceu o quanto esperava, foi muito maior
Prosperou abundantemente além se suas expectativas.
Deus sabe o que faz!"
Filme super recomendado!
Clube dos Cinco
4.2 2,6K Assista AgoraTem os seus bons momentos, mas a única coisa realmente memorável é a trilha sonora. De resto, como já disseram por aqui, apenas um filme comum que aborda conflitos da juventude, sendo um pouco chato e arrastado em alguns instantes.
Os Fantasmas Se Divertem
3.9 1,7K Assista AgoraTípico filme do Tim Burton. Divertido, com uma elevada quantidade de absurdos e coisas surreais e ótimo para se assistir de uma forma despretensiosa. Maquiagem do Beetlejuice tão bem feita que só pesquisando depois descobri que era o Michael Keaton no papel! Nada excepcional, mas um bom filme.
Snatch: Porcos e Diamantes
4.2 1,1K Assista AgoraDespretensioso, divertido e dinâmico! De forma, resumida, assim é possível descrever esta obra de Guy Ritchie.
No início, confesso que fiquei um pouco perdido com a grande quantidade de personagens e histórias paralelas, mas prestando um pouco de atenção e esperando o enredo se desenrolar, é possível ver tudo se encaixando de uma maneira cômica e muito bem elaborada, misturando elementos típicos de filmes de gangsters e de comédias "pastelão".
Destaco também a excelente performance de Brad Pitt, cujo personagem não aparece tanto, mas tem presença marcante muito graças ao trabalho do ator.
Recomendo.
Os Outros
4.1 2,5K Assista AgoraSuspense/terror da melhor qualidade!
No ritmo adequado, lentamente a trama vai se desenrolando e, como todo bom suspense, vai criando dúvidas na cabeça do espectador. "Afinal, quem são esses funcionários?" "A criança está falando a verdade ou mentindo?" "A mãe ficou louca ou é a única sã da casa?" Essas são algumas das interrogações que vão se criando à medida que a história nos apresenta as suas pequenas reviravoltas até o plot twist no final. No entanto, a grande surpresa no fim não seria tão impactante se não fosse a ótima construção do suspense durante a obra.
Por fim, destaco a excelente atuação de todo o elenco, incluindo os atores mirins, mas em especial a performance da Nicole Kidman, que é de tirar o chapéu!
Filme super recomendado.
Batman do Futuro - O Retorno do Coringa
3.5 79 Assista AgoraÓtima trilha sonora e boa história. Somos apresentados a um novo Batman, mais jovem e com um maior toque de humor, enquanto o Coringa, por outro lado, está aqui em uma das versões mais sombrias já vistas em qualquer filme ou seriado (em particular, a cena envolvendo o Robin é aterrorizante, não à toa chegou a ser até retirada da versão original). Nada excepcional, mas um bom filme e uma boa diversão para quem é fã do velho Homem Morcego.
Aliens: O Resgate
4.0 810 Assista AgoraSe, em "Alien: O Oitavo Passageiro", praticamente todo o filme se passa em uma única nave e a tensão está muito mais naquilo que não vemos do que naquilo que é efetivamente mostrado (o xenomorfo, que era apenas um, aparece muito pouco), aqui temos mais ação e aliens, mas com o mesmo grau de suspense e terror que fizeram a obra original ter sido um clássico. Uma película muito bem feita e uma sequência à altura, talvez até melhor, do que foi o primeiro filme!