Misturando uma história dramática com um pouco de comédia, "Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças" nos fornece uma história muito cativante e com uma interessante lição de vida inserida e corresponde a mais um excelente filme com o roteiro genial de Charlie Kaufman!
Em primeiro lugar, gostaria de destacar as atuações de Jim Carrey e Kate Winslet. Ao longo do filme, as suas respectivas performances são ótimas, representando os altos e baixos do casal durante a trama e, ao mesmo tempo, apresentando uma boa "química" entre os dois personagens.
Em segundo lugar, é fundamental mencionar, evidentemente, o roteiro de Kaufman. Para quem já assistiu "Quero ser John Malkovich" e "Adaptação", já é conhecido que o roteirista apresenta um estilo único, com personagens um pouco "excêntricos" e histórias bem criativas e inesperadas sendo utilizadas para retratar temas do cotidiano e extremamente comuns na vida de diversas pessoas, como, por exemplo, a solidão, os relacionamentos interpessoais e vários outros. Neste caso, o roteirista utiliza o tratamento que apaga as lembranças e o casal Joel e Clementine como os principais pontos a partir dos quais a história seria estruturada e a crítica social seria estabelecida.
De uma forma geral, é muito interessante como tanto Joel quanto Clementine, em um ato de impulsão e fúria após desentendimentos no relacionamento, procuram simplesmente apagar as lembranças que estabeleceram juntos das suas respectivas memórias, mas, após todos os eventos que ocorrem no filme, voltam a ficar juntos, mesmo sem lembrar de toda a história que haviam construído anteriormente e que havia sido "apagada". Dessa maneira, é retratado que, em muitas oportunidades, não conseguimos esquecer algumas pessoas e, apesar de todos os maus momentos, problemas e defeitos encontrados, estamos dispostos a aceitar tudo isso em nome do amor a alguém realmente querido, tal como Joe fez com Clementine e vice-versa!
Além disso, também mostra que todos passam por altos e baixos e bons e maus momentos, mas, no final de tudo, o que realmente vai importar são as boas lembranças e os bons momentos, pois foram estes que, na história retratada no filme, fizeram com que Joe quisesse abandonar o experimento e permanecer com as lembranças que tinha de Clementine, mesmo que incluísse as brigas e os desentendimentos.
Assim, este é um ótimo filme, com um roteiro genial e uma bela (mas também pesada) mensagem para o espectador. Com tudo isso junto, recomendo, sem dúvida alguma, este excelente obra!
Considerando que este filme jamais teve grandes pretensões e apenas procurou garantir um bom suspense e ação, acredito que o objetivo foi alcançado, com diversas cenas que, sem dúvida alguma, "prendem a atenção" do espectador e uma boa atuação de Liam Neeson.
Ao longo do filme, foi muito interessante a maneira como o agente aéreo e o terrorista trocavam mensagens, mantendo o suspense com o fato do espectador não saber quem é o terrorista, quais serão os seus próximos passos e quem será o próximo a ser assassinado, construindo um ambiente de grande tensão e no qual todos poderiam ser suspeitos. Apesar disso, também considero que o final foi um pouco "insatisfatório", com uma motivação pouco convincente do terrorista para ter arquitetado todo o plano e que poderia ter sido melhor elaborada.
Assim, é um bom filme de ação e suspense, mas nada mais do que isso. Recomendo para quem gosta de filmes do gênero.
Sustentado, na maior parte do tempo, pelos seus carismáticos personagens e diálogos interessantes, "L.A Confidential" faz com que o espectador realize uma prazerosa imersão na cidade de Los Angeles da década de 50 e as suas respectivas contradições, com o combate ao crime se misturando com o glamour de Hollywood e vice-versa.
Em primeiro lugar, é importante mencionar que a empatia que o público gera em relação aos personagens ocorre também por causa, sobretudo, das excelentes atuações do elenco envolvido, com destaque para Russell Crowe e Kim Bassinger, que apresentam uma excelente "sintonia" e "química" entre si e se encontram presentes nas melhores cenas do filme! Além disso, é interessante a maneira como, por exemplo, os detetives envolvidos na investigação são retratados com diversas peculiaridades e diferenças entre si e entre os seus respectivos métodos de trabalho, mas apresentam os seus destinos se entrelaçando, de forma inesperada, até a conclusão da história.
Em segundo lugar, é fundamental também comentar acerca da história, que, em minha opinião, apresenta uma considerável lentidão em seu início e durante a apresentação dos personagens, mas, a partir da sua segunda metade, consegue captar, totalmente, a atenção do espectador e proporcionar uma sequência de acontecimentos dinâmica e interessante.
Logo, "L.A Confidential" é ótimo filme de investigação, misturando suspense, drama, romance e um pouco de saudosismo dos anos 50 na medida certa. Recomendo!
Finalmente tive a oportunidade de assistir a este filme e devo admitir que gostei bastante, embora esperasse um pouco mais da forma como o final e o desenvolvimento da história foram elaborados.
Em primeiro lugar, gostaria de destacar a performance de Christian Bale. Incorporando todos os gestos e maneirismos de um psicopata, o ator consegue retratar um personagem frio, narcisista e materialista e que aparenta ser normal para as pessoas ao seu redor, mas que também parece capaz de, a qualquer instante, se descontrolar. Assim, Bateman, ao longo da história, procura passar a impressão e a imagem de um homem decidido, estável e bem sucedido, mas, simultaneamente, se esforça para controlar os seus instintos homicidas que o tornam um verdadeiro psicopata, o que Bale consegue retratar com muita competência, mantendo a atenção do espectador somente com a sua interessante atuação e com o conflito interno que o seu respectivo personagem enfrenta.
Em segundo lugar, é importante também mencionar a história e mensagem que o filme procurou transmitir. De uma forma geral, o longa, em minha opinião, procurou realizar uma crítica ao excessivo materialismo existente na sociedade contemporânea, a partir do qual cultiva-se, cada vez mais, uma frieza nas relações entre as pessoas, como é retratado, por exemplo, na frieza com a qual Bateman se relaciona com os seus amigos, com o próprio esquecendo os nomes de muitos deles e não sabendo diferenciar cada qual e vice-versa. Aliás, é essa frieza e incapacidade de expressar emoções que é essencial para toda a construção do personagem principal e dos seus respectivos pensamentos homicidas, deixando claro que, no momento em que uma pessoa ignora quaisquer valores morais e qualquer tipo de empatia pelo próximo, surge a capacidade desta pessoa fazer qualquer coisa com os demais sem sentir qualquer tipo de remorso.
No entanto, acredito que muitas cenas que soaram repetitivas e desnecessárias e diversos personagens que em nada acrescentaram à trama prejudicaram, de certa forma, o desenvolvimento dessa história, assim como um final não muito bem elaborado que deixou, em aberto, o que realmente poderia ter acontecido em muitos dos eventos ao longo da trama.
Por fim, acredito que a crítica social inserida na história e ótima atuação de Bale são os principais pontos positivos do filme, embora sejam prejudicados por uma certa "falta de capricho" no desenvolvimento e no final da trama. De qualquer forma, recomendo!
Como alguns já comentaram anteriormente, "JFK" é, sem dúvida alguma, um dos filmes mais interessantes e polêmicos já produzidos e é exatamente este um dos vários motivos que engrandecem ainda mais este ótimo trabalho de Oliver Stone!
Em primeiro lugar, gostaria de destacar um aspecto técnico que costuma passar despercebido na grande maioria dos filmes, mas que, particularmente neste caso, tem um papel tão fundamental, na qualidade da obra, quanto o roteiro ou o elenco: a edição. Com rápidos e inesperados cortes e inúmeros flashbacks, a inusitada edição utilizada durante o longa torna-se um dos principais pilares para manter a atenção do espectador durante um filme com mais de três horas de duração e, simultaneamente, garantir a explicação de diversos acontecimentos e fatos ocorridos sem alterar a linearidade da história durante os avanços das investigações retratadas no filme.
Em segundo lugar, também acredito que é imprescindível mencionar o roteiro, a partir do qual o espectador é "bombardeado" com inúmeras informações que distribuem-se por meio de várias cenas envolvendo depoimentos de investigados e testemunhas, flashbacks e notícias de jornais e televisão e acumulam-se, ao longo do filme, até serem "encaixadas", como peças de um grande quebra cabeça, e organizadas em uma complexa teoria da conspiração.
Obviamente, é importante mencionar que muitos fatos mostrados no filme não são precisos (como, por exemplo, a teoria da "bala mágica", que não foi bem explicada na história e, na realidade, desestrutura a teoria da conspiração elaborada por Garrison) e jamais foram comprovados, porém não prejudicam a obra pelo simples fato de que "JFK" nunca teve o real intuito de esclarecer as dúvidas acerca da morte de Kennedy ou de fornecer uma verdade absoluta, mas, na verdade, procurou, na época, "cutucar" a sociedade americana acerca do mistério que envolvia (e ainda envolve) um dos episódios mais tristes da história dos Estados Unidos. Logo, ao gerar polêmica e atrair a atenção ao que houve, o filme conseguiu não somente mostrar uma versão dos fatos ocorridos, mas também incentivou, de maneira brilhante, os espectadores a conhecerem um pouco mais acerca da história e questionar se a versão oficial é, de fato, a verdadeira e definitiva ou se existe algo que está sendo ocultado.
Portanto, "JFK" é um ótimo filme que funciona, simultaneamente, como um documentário e como um filme de ficção, pois, na verdade, talvez nunca saberemos se a teoria proposta no filme, misturando fatos precisos e meras hipóteses, é a verdadeira ou não, mas sempre continuaremos, após assistir ao longa, mais críticos acerca do que realmente ocorreu.
Mais um excelente trabalho de Milos Forman e uma belíssima cinebiografia! De uma forma geral, "O Mundo de Andy" consegue entreter e emocionar, das mais variadas formas, o espectador e ainda contar a interessante história da vida pessoal e carreira, com naturais ajustes e mudanças em relação à história real, de Andy Kaufman.
Em primeiro lugar, gostaria de destacar a fantástica atuação de Jim Carrey! Apesar de ser comum lembrar do ator pelas suas performances em filmes icônicos como "O Máscara", "Ace Ventura" e "O Show de Truman", eu me arrisco a dizer que é, neste filme, que é possível presenciar a sua atuação mais rica e completa, com uma imersão total no personagem interpretado. Além disso, também é interessante verificar que Carrey não interpreta apenas Kaufman, mas todos os diversos outros personagens interpretados pelo artista e também as suas diversas facetas na vida pessoal.
Em segundo lugar, também acredito que é importante mencionar a forma como a história foi apresentada. Apesar de alguns problemas identificados no ritmo do enredo (algo comum em filmes que procuram retratar a vida de um determinado indivíduo), o filme consegue, de maneira extremamente competente e como é comum nos filmes de Forman, caminhar pela linha tênue que separa comédia e drama e ilusão e realidade, da mesma forma como Kaufman conduzia as suas apresentações.
Assim, a obra cumpre o papel de mostrar exatamente o que o artista insistia em afirmar ao longo de boa parte de sua vida: que ele, na verdade, não era um comediante que desejava apenas fazer as pessoas rirem, mas um mero artista da música e da dança que procurava estimular os mais diversos sentimentos e emoções nas pessoas, sendo eles de raiva, tristeza, surpresa ou alegria!
Logo, "O Mundo de Andy" é um excelente filme e uma belíssima homenagem ao misterioso e genial artista que foi Andy Kaufman. Recomendado!
Apesar de ter esperado um pouco mais do filme, devido aos diversos prêmios conquistados e às minhas elevadas expectativas, "Um Estranho no Ninho" é, sem dúvida alguma, um clássico do cinema, não somente pela sua própria qualidade, mas pelos personagens marcantes e uma história simples e, ao mesmo tempo, cativante!
Com relação aos personagens, é exatamente a partir das suas respectivas peculiaridades, das interações e falas entre eles e da excelente performance do elenco envolvido que o espectador "prende a atenção" no filme e que uma simples história torna-se rica e interessante e de ser acompanhada. Dentre todos os existentes, os de maior destaque são, sem dúvida alguma, o paciente McMurphy e a enfermeira Ratched, com atuações marcantes de Jack Nicholson e Louise Fletcher!
De uma forma bem elaborada, filme apresenta um retrato fiel de diversos acontecimentos que ocorreram durante o atentado do 11 de Setembro, com um destaque maior para o sequestro do Voo 93 e sob a perspectiva dos militares monitorando a situação, dos passageiros nos aviões sequestrados e outras pessoas envolvidas.
Sobretudo ao final do filme, com as cenas de conflito entre os passageiros e os terroristas e os vários telefonemas de despedidas que ocorreram no avião ao longo do desenrolar da trama, o espectador presencia momentos de grande tensão e drama que, sem dúvida alguma, "prendem a atenção" até o término do longa e nos fazem lembrar dos horrores causados durante esse terrível atentado naquele fatídico dia.
Recomendo para quem aprecia um bom filme tenso, mas que também funciona como uma espécie de documentário!
Finalmente tive a oportunidade de assistir a este filme e devo admitir que estou um pouco decepcionado. Recheado, em proporção quase idêntica, de diversos pontos positivos e negativos, "Os Últimos Jedi" consegue, como alguns já citaram em outros comentários, fornecer um magnífico espetáculo visual e uma aventura frenética, mas peca em diversos aspectos do roteiro e da composição da história.
Em primeiro lugar, gostaria de destacar os aspectos técnicos. Como havia mencionado anteriormente, o visual do filme me agradou bastante, com uma excelente fotografia e criativos, bem elaborados e novos cenários e criaturas que foram adicionados à saga. A trilha sonora de John Williams, como de costume, mostrou-se impecável ao longo de todo o filme, tanto com as músicas antigas quanto com as mais recentes.
Em segundo lugar, acredito que é imprescindível já comentar acerca do roteiro e da forma como a história foi construída nesta obra, o que, por outro lado, não me agradou. À princípio, gostaria de mencionar que, ao longo do filme, foi possível identificar uma grande quantidade de cenas desnecessárias e mal elaboradas. Dentre as desnecessárias, encontra-se, por exemplo, a cena em que a Leia "voa" em direção à nave com a ajuda da força. Dentre as mal elaboradas, encontram-se o momento em que o personagem do Benicio Del Toro simplesmente consegue abrir à própria cela passando uma espécie de "cartão", o momento em que a Rey entra em uma caverna existente na ilha e não consegue obter quaisquer respostas acerca do seu passado e diversas outras.
Analisando a história de uma forma mais detalhada, também gostaria de mencionar os dois principais arcos da trama foram construídos: o da Rey e o do Kylo Ren. No caso da Rey, confesso que me decepcionei com a forma como a origem dos seus pais foi revelada e também com o seu "treinamento" com o Luke. Com relação à origem dos seus pais, não ficou muito claro se ela já sabia que eles eram meros "catadores de lixo" ou se ela apenas soube por meio do Kylo e, além disso, a origem, em si, pareceu-me bem rasa e mal explicada. Se o Kylo já sabia, como exatamente ele soube disso? Se a Rey já sabia, porque, no filme anterior, ela desejava permanecer em Jakku à espera dos pais? Além disso, o próprio filme cria uma certa expectativa acerca dessas respostas, mas, ao final, trata essa revelação de uma forma pouco detalhada.
Quanto ao seu "treinamento" com o Luke, eu até coloco entre aspas devido ao fato de não ter sido, exatamente, um treinamento. Em resumo, o Luke apenas deu duas "lições" à Rey durante meros dois dias, ensinando ela acerca da força e do papel dos jedis na galáxia. Obviamente, essas duas "lições" foram muito importantes, mas não somente poderiam ter sido apresentadas de uma melhor forma como também poderiam ter sido acompanhadas de ensinamentos acerca da utilização prática da força, como, por exemplo, de técnicas de luta com o sabre de luz, algo que não ocorreu, dando a impressão de que a Rey já sabia de quase tudo, não precisava de qualquer tipo de treinamento mais específico e já estava pronta para confrontar quaisquer adversários, algo que sequer o Anakin e o próprio Luke, poderosos com a força, apresentaram em filmes anteriores.
Com relação ao arco do Kylo Ren, aí encontra-se a minha maior decepção. No primeiro filme, eu realmente considerei o Kylo como um personagem bem interessante e complexo, representando um sith com diversos conflitos internos e algo novo na saga. No entanto, no episódio VIII, apesar de conhecermos um poucos mais de sua história, as suas reais intenções tornam-se ainda mais confusas do que o aceitável, assim como o seu real papel na história. Por que o Kylo, após ter matado o próprio pai para provar algo ao Snoke, simplesmente decide, de repente, voltar-se contra o próprio Snoke e tentar, por algum motivo, governar a galáxia junto com a Rey? É difícil de acreditar que somente as conversas que os dois tiveram foram suficientes para tal mudança repentina.
Além disso, os seus excessos de raiva e o seu descontrole já tornaram-se um pouco "chatos" e, junto com diversos outros aspectos, dificultam a existência de uma certa "conexão" ou empatia do espectador com o personagem. Logo, o Kylo, que mostrava-se um personagem interessante e com grande potencial a ser aproveitado, ainda não conseguiu ser explorado como um eventual herói ou, sobretudo, como um forte vilão.
Por fim, dentro do arco do Kylo, é também importante mencionar como o Snoke foi extremamente mal aproveitado. Considerando que ele deveria ser o principal "articulador" da Primeira Ordem e o mestre do Kylo Ren, ele apresenta falas de um vilão comum, tem praticamente nada revelado acerca de sua origem e história e desaparece da história com uma das mortes mais ridículas de toda a saga. Além disso, se ele conseguia "ler" a mente do Kylo, como ele não previu que o seu aprendiz iria se voltar contra ele?
Obviamente, além dos diversos aspectos negativos que eu mencionei anteriormente, existem interessantes novos personagens e tramas secundárias, assim como novidades bem elaboradas e criativas que foram adicionadas à saga, como a aparição repentina do Mestre Yoda e as conversas entre o Kylo e a Rey, que me agradaram bastante, embora não tenham sido suficientes para "compensar" os vários erros apresentados no roteiro.
Assim, o episódio VIII apresenta altos e baixos, mas os pontos negativos associados, sobretudo, ao roteiro, acabam "pesando" mais e prejudicando não somente o filme, mas o desenrolar da trilogia ao próximo filme.
Continuando a minha maratona de filmes indicados ao Oscar 2018, finalmente tive a oportunidade de assistir "Me Chame Pelo Seu Nome" e, apesar de ter esperado um pouco mais do filme e considerá-lo um pouco enfadonho em diversos momentos, tenho que admitir que o filme, de uma forma geral, é muito bem produzido, delicado e com um final que, em minha opinião, corresponde ao seu grande ponto alto!
Em primeiro lugar, acredito que é muito importante destacar os dois aspectos que acredito terem sido praticamente unânimes, em termos de qualidade, nesta obra: a fotografia e a trilha sonora. Com relação à fotografia, a forma como a bela paisagem italiana é mostrada é tão bela que é quase impossível assistir ao filme sem sentir uma grande vontade de ir visitar os locais nos quais a história ocorre!
Em segundo lugar, é imprescindível mencionar que o elenco, de uma maneira geral, é ótimo no filme, mas com um destaque maior para Timothee Chalamet e Armie Hammer, que apresentaram uma excepcional "química" neste filme, sendo fundamentais para que o relacionamento entre os seus respectivos personagens fluísse de maneira natural ao longo da história. Quanto à Hammer, acredito que a sua atuação poderia receber um pouco mais de reconhecimento, dado que sequer foi indicado ao Oscar, algo que ele, em minha opinião, merecia por este papel.
Em terceiro lugar, gostaria de comentar um pouco acerca do roteiro, que acredito, sem querer soar um pouco arrogante ou exigente, que poderia ter sido melhor elaborado. Existem diversos momentos belíssimos e muito delicados no filme (como, por exemplo, a cena final com a conversa entre Eliot e o seu pai), mas, em parte significativa do longa, diversas cenas são, simplesmente, monótonas, lentas e desnecessárias, prejudicando muito a experiência do espectador e dando a sensação de que a história está "se arrastando" e de que a trama está demorando muito tempo para se desenrolar.
Além disso, à exceção do fato dos dois serem homossexuais, o romance que foi apresentado, ao longo do filme, não se diferenciou muito do que é possível ver em diversos outros filmes existentes. É óbvio que não é possível ignorar todas as peculiaridades e dificuldades pelas quais os personagens passam devido ao relacionamento entre os dois, mas, de uma forma geral, não se diferencia muito de uma história de romance comum e simples, não apresentando muitos elementos que o tornassem mais do que isso.
Assim, "Me Chame Pelo Seu Nome" é um bom filme, mas nada além disso e alternando cenas realmente belas e delicadas com longas sequência monótonas e lentas que não acrescentaram algo importante à história principal e prejudicam a obra.
Finalmente tive a oportunidade de assistir a esse filme e, apesar de esperar um pouco mais, devo admitir que "Três Anúncios Para um Crime" é um filme bem interessante e divertido, por causa, sobretudo, dos excelentes roteiro e elenco, que se encaixam de uma forma quase perfeita!
Em primeiro lugar, é necessário mencionar o elenco que, como eu havia mencionado anteriormente, é um dos principais aspectos do filme. O grandes destaques são, sem dúvida alguma, Frances McDormand (que, provavelmente, conseguirá o seu segundo Oscar), Woody Harrelson e Sam Rockwell, que estão ótimos em seus respectivos papéis.
Em segundo lugar, acredito que é imprescindível também destacar o criativo, interessante e "ácido" roteiro, que consegue misturar comédia e drama e até abordar temas sérios (como, por exemplo, o estupro e assassinato de uma jovem e condutas racistas e irresponsáveis por parte de alguns policiais nos EUA) com um leve toque de humor negro, o que proporciona diversas cenas e momentos muito divertidos. Também é interessante a forma como, apesar do longa apresentar uma proposta simples, são verificadas diversas reviravoltas na história, surpreendendo e "prendendo a atenção" ao longo do filme.
Aliás, a forma como a trama foi conduzida, os diálogos criativos entre as personagens e o próprio local e temática escolhidos me fizeram lembrar, em diversas oportunidades, os filmes dos irmãos Coen. Eu não sei se houve algum tipo de influência da filmografia desses diretores neste filme, mas, particularmente, tive essa sensação ao assistí-lo.
Com relação aos pontos negativos do filme, acredito que o principal a ser mencionado encontra-se exatamente neste interessante roteiro, com um final que, para mim, foi um pouco decepcionante, sobretudo após todos os diversos eventos que ocorrem até originar esse desfecho.
Eu tinha uma certeza quase absoluta de que o real responsável pelo assassinato e estupro da garota havia sido aquele rapaz do bar e de que a justiça poderia ter sido feita, mas não foi o que houve. Apesar do final até ter soado bem realista (já que, em várias oportunidades, muitos crimes do tipo realmente jamais são resolvidos), ficou parecendo que todo o esforço da Mildred foi em vão e que a vida dela e das pessoas ao seu redor mais piorou do que melhorou após ela apenas ter tentado fazer justiça pelo o que houve com a filha. Enfim, acredito que eles ao menos poderiam ter colocado uma cena final dos dois assassinando o rapaz em Idaho, mas sequer isso foi inserido no final, que, como eu afirmei, foi decepcionante.
Assim, "Três Anúncios Para um Crime" é um filme simples, mas bem "ácido" e criativo em seu roteiro, com uma boa mistura entre comédia e drama que me agradou bastante, apesar de que, pelas expectativas criadas anteriormente, eu esperasse um pouco mais e um final melhor elaborado. Recomendado!
Após muito tempo de espera, finalmente consegui assistir ao filme e devo admitir que este novo trabalho de Guilhermo Del Toro retorna com todos os diversos elementos que marcaram a sua filmografia em um filme delicado, interessante e, sem dúvida alguma, bem criativo.
Em primeiro lugar, gostaria de destacar a trilha sonora e o elenco, que encontram-se fantásticos neste filme. Com relação ao elenco, destaque para Sally Hawkins, que consegue desempenhar, de forma excelente, o difícil papel de uma mulher muda e que relaciona-se, de uma forma inusitada, com a "criatura" do laboratório. É de se admirar a maneira como a atriz consegue fazer a personagem se expressar e conduzir a trama permanecendo calada durante a maior parte do tempo!
Em segundo lugar, é impossível também não destacar mais uma criativa história de fantasia elaborada por Del Toro. Como alguns já comentaram anteriormente, a "substância" da história pouco se diferencia do que é possível encontrar em diversos outros filmes, pois, em síntese e analisando de forma fria, apenas corresponde a mais uma história de amor com todos os seus elementos e clichês já conhecidos. No entanto, o grande diferencial é, exatamente, a "forma", isto é, a maneira como essa história de amor ocorre e é contada ao espectador, com todas as peculiaridades das suas respectivas personagens envolvidas e, naturalmente, com um pouco de fantasia.
Analisando a história de uma forma mais detalhada, gostaria de destacar alguns aspectos. À princípio e sem querer soar muito exigente, fiquei com a impressão de que diversos elementos presentes na trama mostraram-se um pouco desnecessários e mal elaborados e poderiam ter sido eliminados ou corrigidos, de maneira à tornar o filme ainda mais objetivo e simples e, de certa forma, melhor. Por exemplo, as cenas envolvendo a família do Coronel Strickland e a tentativa de relacionamento de Giles com um rapaz em uma loja de tortas não acrescentaram à trama e, até o momento, ainda não consegui entender o porquê de terem sido adicionadas à versão final.
Além disso, a forma caricata como o Coronel Strickland é retratado me incomodou bastante, pois, mesmo com as desnecessárias cenas mostrando a sua interação com a família, ele jamais realmente foi melhor aproveitado (apesar de ter, à disposição, o excepcional talento de Michael Shannon), ao longo do filme, de uma forma mais complexa e interessante do que a de um mero vilão ou um "empecilho" ao relacionamento entre Elisa e a "criatura". Outra parte mal elaborada remete à cena final envolvendo o Dr. Hoffstetler, que é, inexplicavelmente, morto pelos próprios espiões russos com os quais ele trabalhava, como este evento apenas tivesse ocorrido de forma a fazer com que o Coronel obtivesse a informação que queria e a história pudesse se desenrolar até o final obtido.
Contudo, apesar dos pontos que poderiam ter sido melhor elaborados e que foram mencionados anteriormente, gostaria de destacar os diversos elementos positivos da trama escrita por Del Toro. Neste caso, é imprescindível mencionar o relacionamento entre Elisa e a "criatura", que, inicialmente, parece estranho e bizarro, mas que, ao longo da história e muito devido à delicada maneira como é retratado, logo é "aceito" pelo espectador e, ao final, é compreendido de maneira completa.
À princípio, o espectador é levado a acreditar que a mera razão pela qual existe uma determinada "conexão" e atração entre os dois é devido ao fato de ambos compartilharem, cada qual à sua maneira, o fato de serem criaturas solitárias, mal compreendidas e que não podem se comunicar com os demais de uma forma normal. No entanto, ao final do filme, é revelado que, além deste motivo inicial, outro aspecto determinante ao relacionamento é o fato de ambos serem, de fato, criaturas iguais!
Apesar dessa revelação ser apenas confirmada e fornecida ao final do filme, Del Toro, ao longo da história, apresenta pequenas "pistas" que já poderiam levar, caso observadas de forma atenta, a essa revelação final, como, por exemplo, o fato de Elisa ser orfã e ter sido encontrada à beira de um rio, as cicatrizes no pescoço que ela tinha desde a infância e o fato de ser muda, assim como a "criatura" do laboratório.
Assim, "A Forma da Água", com todos os seus poucos aspectos mal elaborados e vários aspectos positivos, é um filme simples em seu propósito, mas complexo, delicado e muito interessante na maneira como é apresentado, funcionando como uma excelente fantasia e um belíssimo escape à realidade! Recomendado!
Este filme foi, sem dúvida alguma, uma excelente surpresa!
Misturando drama, humor e suspense, agradou-me bastante a forma como "Corra!" conseguiu me manter interessado na trama e "prender a minha atenção" ao decorrer do longa, com uma história criativa e, de certa forma, também surpreendente.
Recomendo este filme para interessados em um suspense/terror, no mínimo, diferente!
Está longe de ser um dos melhores filmes do Kubrick, mas é uma interessante comédia que funciona, com todas as situações absurdas que são mostradas ao longo da representação de um tema tão delicado, como uma crítica à Guerra Fria e à corrida nuclear (que ainda ocorriam durante a época na qual o filme foi lançado) e apresenta um humor, no mínimo, diferente.
Além disso, também gostaria de destacar as excelentes atuações de George C. Scott e, sobretudo, Peter Sellers, que elevam o nível do filme e proporcionam engraçadas cenas e diálogos divertidos.
Recomendo para qualquer um interessado em uma comédia inteligente!
Sem dúvida alguma, é um clássico dos filmes de guerra e uma excelente biografia de uma das figuras militares mais interessantes da história!
Além da fantástica, fenomenal e impecável atuação de George C. Scott, é muito interessante a maneira como todos os fatos históricos narrados são apresentados sob a perspectiva americana, militar e, sobretudo, de Patton, de tal maneira que é quase impossível terminar de assistir ao filme sem, em seguida, se sentir mais interessado em pesquisar acerca da Segunda Guerra Mundial e da vida do famoso general americano.
Sem exageros, devo admitir que tentar descrever este filme é muito semelhante a tentar descrever uma obra de arte! Merecedor de todos os prêmios conquistados e de todos os elogios possíveis, "Amadeus" é o tipo de filme que, como alguns já comentaram anteriormente, te hipnotiza de uma forma que eu, particularmente, jamais havia observando em outras obras.
Em primeiro lugar, acredito que é imprescindível destacar os aspectos técnicos que, neste caso, beiram à perfeição, como, por exemplo, a fotografia, o figurino e a fantástica trilha sonora composta por música clássica que não somente fornecem, ao espectador, uma incrível ambientação à época na qual os fatos narrados teriam ocorrido, mas também realizam uma imersão de tal forma que mais parece que estamos assistindo a uma longa e bela ópera ou peça de teatro do que, de fato, a um filme.
Em segundo lugar, é necessário mencionar as excelentes atuações de F. Murray Abraham e Tom Hulce, que deram vida aos seus respectivos personagens de maneira tão talentosa, enérgica e precisa que é difícil imaginar quaisquer outros atores nos seus respectivos papéis. Atuações magistrais e ambas merecedoras de aplausos!
Em terceiro lugar, também gostaria de destacar acerca do roteiro e da forma como a história é contada. Com uma diversificada mistura de humor (com muitas cenas realmente engraçadas), drama e música clássica, é bem interessante a maneira como somos apresentados à história sob a perspectiva e narração de um Salieri envelhecido e saudosista e também a forma como, ao longo do filme, as personagens interagem, em diversos momentos, sem quaisquer tipos de falas, mas apenas por meio de olhares, emoções, apresentações em óperas e muita música! Em diversas situações ao longo da trama, não há muito o que pensar ou entender, mas muito a se sentir e, simplesmente, se deixar levar pela música!
Analisando a historia de uma forma mais detalhada, também é muito interessante a forma como é retratada a relação de amor, ódio, admiração e desprezo que Salieri cultivava por Mozart. O primeiro, ao mesmo tempo que admira o talento de Mozart, revolta-se com o fato de, mesmo após tantos sacrifícios ao longo de sua vida e de tanto esforço para se tornar um grande músico, não somente jamais havia conseguido a habilidade com a música que tanto pedia à Deus, mas também percebia que tudo o que sonhava ter havia sido fornecido, como em um ato de fúria pessoal de Deus contra Salieri, em um compositor que Salieri desprezava pessoalmente por considerá-lo infantil, vulgar e arrogante e que parecia ter obtido toda a sua habilidade musical sem qualquer tipo de esforço, mas de maneira natural e divina.
Assim, a fúria e inveja contra Mozart consomem Salieri de tal forma que a sua vida passa a ser movida a partir desses sentimentos e da busca por superar o seu compositor rival e de arruinar a sua vida ao máximo possível, de tal maneira que até afeta uma fé que parecia inabalável, mas que logo também é destruída pela fúria obsessiva que havia se instalado em Salieri, o levando a até se voltar contra Deus. Essa obsessão é bem descrita em uma fala marcante no filme, na qual o compositor italiano afirma: "eu vi que Don Giovanni apenas foi apresentado cinco vezes em Viena, mas eu fui, secretamente, a cada uma das cinco".
Logo, "Amadeus" é uma obra-prima do cinema e um filme que merece não somente ser assistido, mas sentido! Recomendadíssimo!
Para quem está acostumado, como eu, a assistir filmes de ficção científica do Ridley Scott, pode parecer, no mínimo, incomum, assistir a um filme do gênero policial do diretor. No entanto, em "O Gângster", Scott consegue entregar um ótimo trabalho que executa a difícil tarefa de "prender a atenção" do espectador durante pouco menos de 3 horas de duração.
Em primeiro lugar, gostaria de destacar as ótimas atuações de Denzel Washington e Russell Crowe, que, sem dúvida alguma, elevam, de forma considerável, o patamar do filme.
Em segundo lugar, também é importante mencionar os diversos problemas que o filme apresenta com relação à veracidade da grande maioria dos fatos narrados ao longo da história, com apenas uma pequena parte do que foi mostrado tendo realmente acontecido. Com relação a esse aspecto, embora me incomode um pouco, é necessário admitir que o filme jamais teve o real objetivo de ser um "documentário" sobre o que realmente ocorreu, mas apenas um filme dramático como qualquer outro, o que permite a alteração de muitos fatos e a dramatização de diversos acontecimentos, o que, de fato, ocorreu neste caso.
Logo, "O Gângster" é um ótimo filme policial e com excelentes atuações, caso, obviamente, seja visto como um filme dramático e não como um retrato fiel dos fatos narrados. Recomendado!
Já fazia um bom tempo que desejava assistir a esse filme e, quando finalmente consegui, não me arrependi de forma alguma! É um bom e interessante filme, mas também não dá para negar que é, de certa forma, confuso e complexo, o que pode, de maneira compreensível, desagradar alguns, mas para mim, particularmente, essa "confusão" é exatamente o que torna "Donnie Darko" mais do que um filme qualquer.
Em primeiro lugar, gostaria de mencionar a excelente atuação do Jake Gyllenhaal e também a fantástica trilha sonora ao longo do filme, com destaque para a música "Mad World" que acompanha o final do longa.
Em segundo lugar, também acredito que é imprescindível destacar o ponto mais marcante do filme: o mirabolante, confuso, complexo e interessante roteiro. Bem, à princípio, é importante afirmar que apenas assistir ao filme, mesmo que prestando atenção aos mínimos detalhes, não é suficiente para compreender, de maneira completa, a história, que é apenas possível de ser entendida ao ler os capítulos de "A Filosofia da viagem no tempo" (livro que, na verdade, não existe, mas apresenta um resumo disponível na internet). Além disso, também é fundamental compreender que o próprio filme não trata, de forma detalhada e clara, de muitos aspectos presentes no livro e de grande importância para se compreender a trama, o que faz com que ele se mostre um pouco "incompleto" e torne a história ainda mais confusa do que ela já é, o que é exatamente o principal erro do filme, em minha opinião.
Analisando de uma forma mais detalhada e já compreendendo melhor após ler os capítulos do livro fictício, achei muito interessante a forma como a história se desenrola exatamente para que Donnie pudesse, ao final de todos os acontecimentos, "forçar" a queda da turbina dentro do "portal" e, assim, conseguisse ajustar a linha do tempo e evitar um colapso no universo, mesmo que isso o obrigasse a provocar a própria morte.
Ao longo de toda essa "trajetória" para evitar o colapso do universo, é possível ver Donnie enfrentando os "valentões" da escola, descobrindo o amor ao conhecer a Gretchen (algo que ele jamais teria a oportunidade caso tivesse morrido logo no começo do filme com a queda da turbina) e enfrentando os seus próprios medos. Assim, além de toda a complexa história por trás do filme, também é possível acompanhar, de maneira mais clara, uma bela história de um jovem enfrentando todos os problemas que o cercam durante a sua adolescência, o que, por si só, já tornaria o filme bem interessante.
Portanto, "Donnie Darko" é o tipo de filme que, gostando ou não, é interessante, marcante e dificilmente é esquecido!
Apesar de não gostar muito da direção do Oliver Stone ao longo da sua carreira, devo admitir que, neste filme em particular, ele acertou em cheio e entregou, simplesmente, uma obra prima dos filmes de guerra.
Dentre todos os aspectos que me agradaram no filme, destaco aqui, sobretudo, o realismo com o qual o espectador é apresentado à Guerra do Vietnã. Desde as discussões entre os soldados até os tiros e explosões constantes ao longo das batalhas e a violência e morte presentes na história, Stone procura retratar a guerra como ela é, isto é, sem idealismos ou filtros, mas com todos os horrores nela presentes e de forma visceral e assustadora.
Assim, "Platoon" é um clássico dos filmes de guerra que eu recomendo para qualquer um que aprecie um bom filme do gênero!
Como alguns já comentaram anteriormente, é incrível como, logo em seu filme de estreia, o Tarantino já mostrou todos os elementos que marcaram a sua filmografia ao longo da carreira, como, por exemplo, os longos e criativos diálogos, a violência e sangue gratuitos ao espectador, personagens carismáticos, o leve humor negro, a falta de linearidade na história e diversos outros.
Com relação ao aspecto da falta de linearidade, este correspondeu a uma das características que mais me agradou no filme, pois, particularmente, considerei muito interessante a forma como o espectador é somente apresentado às reais facetas das personagens à medida que a história vai ocorrendo e em um momento em que já sabemos que a tentativa de roubo à loja não havia saído como esperado, assim conseguindo "desvendar" a trama aos poucos para, após todos esses fatos, ocorrer uma surpresa com um final, no mínimo, inesperado.
Em minha opinião, o principal "defeito" do filme é o fato de ter sido muito curto para personagens tão interessantes e uma história que poderia ter sido muito mais explorada (embora o resultado final entregue pelo Tarantino tenha sido muito bom, sem dúvida alguma). Sinceramente, eu poderia permanecer horas assistindo a essas discussões e conversas entre as personagens e, com certeza, também gostaria que o Mr Brown e o Mr Blue tivessem participado um pouco mais da história!
Assim, "Cães de Aluguel" é o tipo de filme que qualquer fã do Tarantino, como eu, assistirá com muito prazer e um sorriso no rosto, assim como qualquer apreciador de um bom filme.
Para falar a verdade, apenas assisti a este filme por curiosidade em ver algumas cenas da Monica Bellucci, mas fui surpreendido por um belo e delicado filme que, sem dúvida alguma, superou as minhas expectativas.
De uma forma geral, é possível dizer que a história trata de dois temas principais: a forma como a sociedade julga as pessoas pela aparência e também as transformações pelas quais um garoto passa durante a sua adolescência. Neste último aspecto, é interessante observar todos os prazeres (os sonhos com Malena e o amor cultivado com relação á ela) e também o sofrimento (de ver como muitos pessoas maltratavam a sua amada e também devido a um amor não correspondido) pelo qual o jovem Renato passa durante essa época de sua vida e como tudo o que ocorreu o marcou de forma profunda.
Assim, "Malena" é um filme muito mais complexo e interessante do que pode aparentar à princípio e o recomendo sem dúvida alguma!
Estava muito ansioso para assistir a essa obra e devo admitir que, apesar de não ser o melhor filme do Kubrick, também está longe de ser o pior ou sequer de ser um filme ruim.
Em primeiro lugar, apesar de soar um pouco repetitivo com relação a vários comentários já feitos sobre este filme anteriormente, é quase impossível não mencionar a excelente fotografia, isto é, a forma como as cenas são filmadas e toda a ambientação que é preparada para inserir o espectador na época em que os fatos narrados ocorrem ao longo da história.
Em segundo lugar, também é imprescindível afirmar que, apesar da longa duração do filme, a história, em minha opinião, não se tornou entediante ou "arrastada" em momento algum. Na verdade, determinadas reviravoltas no roteiro continuaram mantendo a minha atenção e tornando a trama interessante, embora eu compreenda, perfeitamente, quem não tenha gostado do filme por causa da duração, já que não é qualquer um que consegue ter a paciência necessária.
Analisando, de uma forma mais detalhada, alguns aspectos da história, é interessante verificar, como eu havia mencionado antes, diversas reviravoltas na trama e, principalmente, a transformação sofrida por Redmond Barry. Neste último aspecto, observa-se que Redmond, de um jovem inocente e apaixonado pela prima, torna-se, sobretudo devido às suas decepções amorosas na relação com a prima e às suas experiências no exército prussiano, um homem sem escrúpulos, mentiroso e capaz de fazer de tudo para obter dinheiro e ascender socialmente, o que ele efetivamente consegue em determinado momento da história.
Também é fascinante observar, ao longo do filme, a presença de um leve humor negro e, simultaneamente, o desenrolar de uma história realmente trágica, dramática e triste, sobretudo para Barry, que encerra a sua trajetória, apesar de todos os esforços feitos, exatamente da forma como mais desejava evitar: pobre, sem esposa e sem qualquer herdeiro.
Em terceiro lugar, destaco que, apesar dos positivos aspectos mencionados anteriormente, sinto que este filme não apresentou um "algo mais" necessário para qualquer grande obra e presente em diversos outros filmes de Kubrick. Talvez as atuações poderiam ter sido mais interessantes ou a história, sobretudo em sua segunda parte, poderia ter se desenvolvido melhor, mas a minha sensação final é de que faltou alguma coisa para tornar este bom filme em algo à altura do diretor.
Por fim, com todos os seus vários pontos positivos e alguns pontos negativos, "Barry Lyndon" é um bom filme de um grande diretor e eu recomendo para quem tiver paciência em apreciá-lo.
Esse filme é, sem dúvida alguma, uma belíssima surpresa!
Em primeiro lugar, gostaria de destacar a "delicadeza" do filme. Não que o filme seja "meloso" ou algo do tipo, mas é fascinante como, mesmo que de uma forma bastante despretensiosa, somos introduzidos a personagens interessantes, diálogos bem elaborados e a uma trama que se desenrola e flui de maneira incrivelmente natural, como se esta obra tivesse, na verdade, uma duração muito menor do que, de fato, tem.
Essa "delicadeza", isto é, este cuidado e criatividade (apesar desse tipo de história de "um garoto querendo conquistar uma garota no colegial" soar, de maneira justa, como sendo um clichê, a forma como este filme, em particular, nos mostra o desenrolar da trama é bem criativo e único) existentes na elaboração do filme corresponderam a dois aspectos que me agradaram bastante e que considero raros de serem vistos em muitos filmes atuais.
Em segundo lugar, é impossível comentar qualquer coisa a respeito desta obra sem mencionar essa excepcional, agradável e viciante trilha sonora, que é ótima não somente por se encaixar perfeitamente na história e na época retratadas no filme, mas também, sem dúvida alguma, pela qualidade das músicas.
Portanto, de forma resumida, "Sing Street" é o tipo de filme que lhe agrada enquanto você assiste, motiva-lhe a assistir novamente, praticamente lhe "força" a ouvir, várias vezes, essa fantástica trilha sonora e lhe surpreende de forma extremamente positiva! Mais do que recomendado para qualquer um que goste de um bom filme!
Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças
4.3 4,7K Assista AgoraMisturando uma história dramática com um pouco de comédia, "Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças" nos fornece uma história muito cativante e com uma interessante lição de vida inserida e corresponde a mais um excelente filme com o roteiro genial de
Charlie Kaufman!
Em primeiro lugar, gostaria de destacar as atuações de Jim Carrey e Kate Winslet. Ao longo do filme, as suas respectivas performances são ótimas, representando os altos e baixos do casal durante a trama e, ao mesmo tempo, apresentando uma boa "química" entre os dois personagens.
Em segundo lugar, é fundamental mencionar, evidentemente, o roteiro de Kaufman. Para quem já assistiu "Quero ser John Malkovich" e "Adaptação", já é conhecido que o roteirista apresenta um estilo único, com personagens um pouco "excêntricos" e histórias bem criativas e inesperadas sendo utilizadas para retratar temas do cotidiano e extremamente comuns na vida de diversas pessoas, como, por exemplo, a solidão, os relacionamentos interpessoais e vários outros. Neste caso, o roteirista utiliza o tratamento que apaga as lembranças e o casal Joel e Clementine como os principais pontos a partir dos quais a história seria estruturada e a crítica social seria estabelecida.
De uma forma geral, é muito interessante como tanto Joel quanto Clementine, em um ato de impulsão e fúria após desentendimentos no relacionamento, procuram simplesmente apagar as lembranças que estabeleceram juntos das suas respectivas memórias, mas, após todos os eventos que ocorrem no filme, voltam a ficar juntos, mesmo sem lembrar de toda a história que haviam construído anteriormente e que havia sido "apagada". Dessa maneira, é retratado que, em muitas oportunidades, não conseguimos esquecer algumas pessoas e, apesar de todos os maus momentos, problemas e defeitos encontrados, estamos dispostos a aceitar tudo isso em nome do amor a alguém realmente querido, tal como Joe fez com Clementine e vice-versa!
Além disso, também mostra que todos passam por altos e baixos e bons e maus momentos, mas, no final de tudo, o que realmente vai importar são as boas lembranças e os bons momentos, pois foram estes que, na história retratada no filme, fizeram com que Joe quisesse abandonar o experimento e permanecer com as lembranças que tinha de Clementine, mesmo que incluísse as brigas e os desentendimentos.
Assim, este é um ótimo filme, com um roteiro genial e uma bela (mas também pesada) mensagem para o espectador. Com tudo isso junto, recomendo, sem dúvida alguma, este excelente obra!
Sem Escalas
3.5 902 Assista AgoraConsiderando que este filme jamais teve grandes pretensões e apenas procurou garantir um bom suspense e ação, acredito que o objetivo foi alcançado, com diversas cenas que, sem dúvida alguma, "prendem a atenção" do espectador e uma boa atuação de Liam Neeson.
Ao longo do filme, foi muito interessante a maneira como o agente aéreo e o terrorista trocavam mensagens, mantendo o suspense com o fato do espectador não saber quem é o terrorista, quais serão os seus próximos passos e quem será o próximo a ser assassinado, construindo um ambiente de grande tensão e no qual todos poderiam ser suspeitos. Apesar disso, também considero que o final foi um pouco "insatisfatório", com uma motivação pouco convincente do terrorista para ter arquitetado todo o plano e que poderia ter sido melhor elaborada.
Assim, é um bom filme de ação e suspense, mas nada mais do que isso. Recomendo para quem gosta de filmes do gênero.
Los Angeles: Cidade Proibida
4.1 528 Assista AgoraSustentado, na maior parte do tempo, pelos seus carismáticos personagens e diálogos interessantes, "L.A Confidential" faz com que o espectador realize uma prazerosa imersão na cidade de Los Angeles da década de 50 e as suas respectivas contradições, com o combate ao crime se misturando com o glamour de Hollywood e vice-versa.
Em primeiro lugar, é importante mencionar que a empatia que o público gera em relação aos personagens ocorre também por causa, sobretudo, das excelentes atuações do elenco envolvido, com destaque para Russell Crowe e Kim Bassinger, que apresentam uma excelente "sintonia" e "química" entre si e se encontram presentes nas melhores cenas do filme! Além disso, é interessante a maneira como, por exemplo, os detetives envolvidos na investigação são retratados com diversas peculiaridades e diferenças entre si e entre os seus respectivos métodos de trabalho, mas apresentam os seus destinos se entrelaçando, de forma inesperada, até a conclusão da história.
Em segundo lugar, é fundamental também comentar acerca da história, que, em minha opinião, apresenta uma considerável lentidão em seu início e durante a apresentação dos personagens, mas, a partir da sua segunda metade, consegue captar, totalmente, a atenção do espectador e proporcionar uma sequência de acontecimentos dinâmica e interessante.
Logo, "L.A Confidential" é ótimo filme de investigação, misturando suspense, drama, romance e um pouco de saudosismo dos anos 50 na medida certa. Recomendo!
Psicopata Americano
3.7 1,9K Assista AgoraFinalmente tive a oportunidade de assistir a este filme e devo admitir que gostei bastante, embora esperasse um pouco mais da forma como o final e o desenvolvimento da história foram elaborados.
Em primeiro lugar, gostaria de destacar a performance de Christian Bale. Incorporando todos os gestos e maneirismos de um psicopata, o ator consegue retratar um personagem frio, narcisista e materialista e que aparenta ser normal para as pessoas ao seu redor, mas que também parece capaz de, a qualquer instante, se descontrolar. Assim, Bateman, ao longo da história, procura passar a impressão e a imagem de um homem decidido, estável e bem sucedido, mas, simultaneamente, se esforça para controlar os seus instintos homicidas que o tornam um verdadeiro psicopata, o que Bale consegue retratar com muita competência, mantendo a atenção do espectador somente com a sua interessante atuação e com o conflito interno que o seu respectivo personagem enfrenta.
Em segundo lugar, é importante também mencionar a história e mensagem que o filme procurou transmitir. De uma forma geral, o longa, em minha opinião, procurou realizar uma crítica ao excessivo materialismo existente na sociedade contemporânea, a partir do qual cultiva-se, cada vez mais, uma frieza nas relações entre as pessoas, como é retratado, por exemplo, na frieza com a qual Bateman se relaciona com os seus amigos, com o próprio esquecendo os nomes de muitos deles e não sabendo diferenciar cada qual e vice-versa. Aliás, é essa frieza e incapacidade de expressar emoções que é essencial para toda a construção do personagem principal e dos seus respectivos pensamentos homicidas, deixando claro que, no momento em que uma pessoa ignora quaisquer valores morais e qualquer tipo de empatia pelo próximo, surge a capacidade desta pessoa fazer qualquer coisa com os demais sem sentir qualquer tipo de remorso.
No entanto, acredito que muitas cenas que soaram repetitivas e desnecessárias e diversos personagens que em nada acrescentaram à trama prejudicaram, de certa forma, o desenvolvimento dessa história, assim como um final não muito bem elaborado que deixou, em aberto, o que realmente poderia ter acontecido em muitos dos eventos ao longo da trama.
Por fim, acredito que a crítica social inserida na história e ótima atuação de Bale são os principais pontos positivos do filme, embora sejam prejudicados por uma certa "falta de capricho" no desenvolvimento e no final da trama. De qualquer forma, recomendo!
JFK: A Pergunta Que Não Quer Calar
3.9 158 Assista AgoraComo alguns já comentaram anteriormente, "JFK" é, sem dúvida alguma, um dos filmes mais interessantes e polêmicos já produzidos e é exatamente este um dos vários motivos que engrandecem ainda mais este ótimo trabalho de Oliver Stone!
Em primeiro lugar, gostaria de destacar um aspecto técnico que costuma passar despercebido na grande maioria dos filmes, mas que, particularmente neste caso, tem um papel tão fundamental, na qualidade da obra, quanto o roteiro ou o elenco: a edição. Com rápidos e inesperados cortes e inúmeros flashbacks, a inusitada edição utilizada durante o longa torna-se um dos principais pilares para manter a atenção do espectador durante um filme com mais de três horas de duração e, simultaneamente, garantir a explicação de diversos acontecimentos e fatos ocorridos sem alterar a linearidade da história durante os avanços das investigações retratadas no filme.
Em segundo lugar, também acredito que é imprescindível mencionar o roteiro, a partir do qual o espectador é "bombardeado" com inúmeras informações que distribuem-se por meio de várias cenas envolvendo depoimentos de investigados e testemunhas, flashbacks e notícias de jornais e televisão e acumulam-se, ao longo do filme, até serem "encaixadas", como peças de um grande quebra cabeça, e organizadas em uma complexa teoria da conspiração.
Obviamente, é importante mencionar que muitos fatos mostrados no filme não são precisos (como, por exemplo, a teoria da "bala mágica", que não foi bem explicada na história e, na realidade, desestrutura a teoria da conspiração elaborada por Garrison) e jamais foram comprovados, porém não prejudicam a obra pelo simples fato de que "JFK" nunca teve o real intuito de esclarecer as dúvidas acerca da morte de Kennedy ou de fornecer uma verdade absoluta, mas, na verdade, procurou, na época, "cutucar" a sociedade americana acerca do mistério que envolvia (e ainda envolve) um dos episódios mais tristes da história dos Estados Unidos. Logo, ao gerar polêmica e atrair a atenção ao que houve, o filme conseguiu não somente mostrar uma versão dos fatos ocorridos, mas também incentivou, de maneira brilhante, os espectadores a conhecerem um pouco mais acerca da história e questionar se a versão oficial é, de fato, a verdadeira e definitiva ou se existe algo que está sendo ocultado.
Portanto, "JFK" é um ótimo filme que funciona, simultaneamente, como um documentário e como um filme de ficção, pois, na verdade, talvez nunca saberemos se a teoria proposta no filme, misturando fatos precisos e meras hipóteses, é a verdadeira ou não, mas sempre continuaremos, após assistir ao longa, mais críticos acerca do que realmente ocorreu.
O Mundo de Andy
3.9 357Mais um excelente trabalho de Milos Forman e uma belíssima cinebiografia! De uma forma geral, "O Mundo de Andy" consegue entreter e emocionar, das mais variadas formas, o espectador e ainda contar a interessante história da vida pessoal e carreira, com naturais ajustes e mudanças em relação à história real, de Andy Kaufman.
Em primeiro lugar, gostaria de destacar a fantástica atuação de Jim Carrey! Apesar de ser comum lembrar do ator pelas suas performances em filmes icônicos como "O Máscara", "Ace Ventura" e "O Show de Truman", eu me arrisco a dizer que é, neste filme, que é possível presenciar a sua atuação mais rica e completa, com uma imersão total no personagem interpretado. Além disso, também é interessante verificar que Carrey não interpreta apenas Kaufman, mas todos os diversos outros personagens interpretados pelo artista e também as suas diversas facetas na vida pessoal.
Em segundo lugar, também acredito que é importante mencionar a forma como a história foi apresentada. Apesar de alguns problemas identificados no ritmo do enredo (algo comum em filmes que procuram retratar a vida de um determinado indivíduo), o filme consegue, de maneira extremamente competente e como é comum nos filmes de Forman, caminhar pela linha tênue que separa comédia e drama e ilusão e realidade, da mesma forma como Kaufman conduzia as suas apresentações.
Assim, a obra cumpre o papel de mostrar exatamente o que o artista insistia em afirmar ao longo de boa parte de sua vida: que ele, na verdade, não era um comediante que desejava apenas fazer as pessoas rirem, mas um mero artista da música e da dança que procurava estimular os mais diversos sentimentos e emoções nas pessoas, sendo eles de raiva, tristeza, surpresa ou alegria!
Logo, "O Mundo de Andy" é um excelente filme e uma belíssima homenagem ao misterioso e genial artista que foi Andy Kaufman. Recomendado!
Um Estranho no Ninho
4.4 1,8K Assista AgoraApesar de ter esperado um pouco mais do filme, devido aos diversos prêmios conquistados e às minhas elevadas expectativas, "Um Estranho no Ninho" é, sem dúvida alguma, um clássico do cinema, não somente pela sua própria qualidade, mas pelos personagens marcantes e uma história simples e, ao mesmo tempo, cativante!
Com relação aos personagens, é exatamente a partir das suas respectivas peculiaridades, das interações e falas entre eles e da excelente performance do elenco envolvido que o espectador "prende a atenção" no filme e que uma simples história torna-se rica e interessante e de ser acompanhada. Dentre todos os existentes, os de maior destaque são, sem dúvida alguma, o paciente McMurphy e a enfermeira Ratched, com atuações marcantes de Jack Nicholson e Louise Fletcher!
Recomendo!
Vôo United 93
3.4 234 Assista AgoraDe uma forma bem elaborada, filme apresenta um retrato fiel de diversos acontecimentos que ocorreram durante o atentado do 11 de Setembro, com um destaque maior para o sequestro do Voo 93 e sob a perspectiva dos militares monitorando a situação, dos passageiros nos aviões sequestrados e outras pessoas envolvidas.
Sobretudo ao final do filme, com as cenas de conflito entre os passageiros e os terroristas e os vários telefonemas de despedidas que ocorreram no avião ao longo do desenrolar da trama, o espectador presencia momentos de grande tensão e drama que, sem dúvida alguma, "prendem a atenção" até o término do longa e nos fazem lembrar dos horrores causados durante esse terrível atentado naquele fatídico dia.
Recomendo para quem aprecia um bom filme tenso, mas que também funciona como uma espécie de documentário!
Star Wars, Episódio VIII: Os Últimos Jedi
4.1 1,6K Assista AgoraFinalmente tive a oportunidade de assistir a este filme e devo admitir que estou um pouco decepcionado. Recheado, em proporção quase idêntica, de diversos pontos positivos e negativos, "Os Últimos Jedi" consegue, como alguns já citaram em outros comentários, fornecer um magnífico espetáculo visual e uma aventura frenética, mas peca em diversos aspectos do roteiro e da composição da história.
Em primeiro lugar, gostaria de destacar os aspectos técnicos. Como havia mencionado anteriormente, o visual do filme me agradou bastante, com uma excelente fotografia e criativos, bem elaborados e novos cenários e criaturas que foram adicionados à saga. A trilha sonora de John Williams, como de costume, mostrou-se impecável ao longo de todo o filme, tanto com as músicas antigas quanto com as mais recentes.
Em segundo lugar, acredito que é imprescindível já comentar acerca do roteiro e da forma como a história foi construída nesta obra, o que, por outro lado, não me agradou. À princípio, gostaria de mencionar que, ao longo do filme, foi possível identificar uma grande quantidade de cenas desnecessárias e mal elaboradas. Dentre as desnecessárias, encontra-se, por exemplo, a cena em que a Leia "voa" em direção à nave com a ajuda da força. Dentre as mal elaboradas, encontram-se o momento em que o personagem do Benicio Del Toro simplesmente consegue abrir à própria cela passando uma espécie de "cartão", o momento em que a Rey entra em uma caverna existente na ilha e não consegue obter quaisquer respostas acerca do seu passado e diversas outras.
Analisando a história de uma forma mais detalhada, também gostaria de mencionar os dois principais arcos da trama foram construídos: o da Rey e o do Kylo Ren. No caso da Rey, confesso que me decepcionei com a forma como a origem dos seus pais foi revelada e também com o seu "treinamento" com o Luke. Com relação à origem dos seus pais, não ficou muito claro se ela já sabia que eles eram meros "catadores de lixo" ou se ela apenas soube por meio do Kylo e, além disso, a origem, em si, pareceu-me bem rasa e mal explicada. Se o Kylo já sabia, como exatamente ele soube disso? Se a Rey já sabia, porque, no filme anterior, ela desejava permanecer em Jakku à espera dos pais? Além disso, o próprio filme cria uma certa expectativa acerca dessas respostas, mas, ao final, trata essa revelação de uma forma pouco detalhada.
Quanto ao seu "treinamento" com o Luke, eu até coloco entre aspas devido ao fato de não ter sido, exatamente, um treinamento. Em resumo, o Luke apenas deu duas "lições" à Rey durante meros dois dias, ensinando ela acerca da força e do papel dos jedis na galáxia. Obviamente, essas duas "lições" foram muito importantes, mas não somente poderiam ter sido apresentadas de uma melhor forma como também poderiam ter sido acompanhadas de ensinamentos acerca da utilização prática da força, como, por exemplo, de técnicas de luta com o sabre de luz, algo que não ocorreu, dando a impressão de que a Rey já sabia de quase tudo, não precisava de qualquer tipo de treinamento mais específico e já estava pronta para confrontar quaisquer adversários, algo que sequer o Anakin e o próprio Luke, poderosos com a força, apresentaram em filmes anteriores.
Com relação ao arco do Kylo Ren, aí encontra-se a minha maior decepção. No primeiro filme, eu realmente considerei o Kylo como um personagem bem interessante e complexo, representando um sith com diversos conflitos internos e algo novo na saga. No entanto, no episódio VIII, apesar de conhecermos um poucos mais de sua história, as suas reais intenções tornam-se ainda mais confusas do que o aceitável, assim como o seu real papel na história. Por que o Kylo, após ter matado o próprio pai para provar algo ao Snoke, simplesmente decide, de repente, voltar-se contra o próprio Snoke e tentar, por algum motivo, governar a galáxia junto com a Rey? É difícil de acreditar que somente as conversas que os dois tiveram foram suficientes para tal mudança repentina.
Além disso, os seus excessos de raiva e o seu descontrole já tornaram-se um pouco "chatos" e, junto com diversos outros aspectos, dificultam a existência de uma certa "conexão" ou empatia do espectador com o personagem. Logo, o Kylo, que mostrava-se um personagem interessante e com grande potencial a ser aproveitado, ainda não conseguiu ser explorado como um eventual herói ou, sobretudo, como um forte vilão.
Por fim, dentro do arco do Kylo, é também importante mencionar como o Snoke foi extremamente mal aproveitado. Considerando que ele deveria ser o principal "articulador" da Primeira Ordem e o mestre do Kylo Ren, ele apresenta falas de um vilão comum, tem praticamente nada revelado acerca de sua origem e história e desaparece da história com uma das mortes mais ridículas de toda a saga. Além disso, se ele conseguia "ler" a mente do Kylo, como ele não previu que o seu aprendiz iria se voltar contra ele?
Obviamente, além dos diversos aspectos negativos que eu mencionei anteriormente, existem interessantes novos personagens e tramas secundárias, assim como novidades bem elaboradas e criativas que foram adicionadas à saga, como a aparição repentina do Mestre Yoda e as conversas entre o Kylo e a Rey, que me agradaram bastante, embora não tenham sido suficientes para "compensar" os vários erros apresentados no roteiro.
Assim, o episódio VIII apresenta altos e baixos, mas os pontos negativos associados, sobretudo, ao roteiro, acabam "pesando" mais e prejudicando não somente o filme, mas o desenrolar da trilogia ao próximo filme.
Me Chame Pelo Seu Nome
4.1 2,6K Assista AgoraContinuando a minha maratona de filmes indicados ao Oscar 2018, finalmente tive a oportunidade de assistir "Me Chame Pelo Seu Nome" e, apesar de ter esperado um pouco mais do filme e considerá-lo um pouco enfadonho em diversos momentos, tenho que admitir que o filme, de uma forma geral, é muito bem produzido, delicado e com um final que, em minha opinião, corresponde ao seu grande ponto alto!
Em primeiro lugar, acredito que é muito importante destacar os dois aspectos que acredito terem sido praticamente unânimes, em termos de qualidade, nesta obra: a fotografia e a trilha sonora. Com relação à fotografia, a forma como a bela paisagem italiana é mostrada é tão bela que é quase impossível assistir ao filme sem sentir uma grande vontade de ir visitar os locais nos quais a história ocorre!
Em segundo lugar, é imprescindível mencionar que o elenco, de uma maneira geral, é ótimo no filme, mas com um destaque maior para Timothee Chalamet e Armie Hammer, que apresentaram uma excepcional "química" neste filme, sendo fundamentais para que o relacionamento entre os seus respectivos personagens fluísse de maneira natural ao longo da história. Quanto à Hammer, acredito que a sua atuação poderia receber um pouco mais de reconhecimento, dado que sequer foi indicado ao Oscar, algo que ele, em minha opinião, merecia por este papel.
Em terceiro lugar, gostaria de comentar um pouco acerca do roteiro, que acredito, sem querer soar um pouco arrogante ou exigente, que poderia ter sido melhor elaborado. Existem diversos momentos belíssimos e muito delicados no filme (como, por exemplo, a cena final com a conversa entre Eliot e o seu pai), mas, em parte significativa do longa, diversas cenas são, simplesmente, monótonas, lentas e desnecessárias, prejudicando muito a experiência do espectador e dando a sensação de que a história está "se arrastando" e de que a trama está demorando muito tempo para se desenrolar.
Além disso, à exceção do fato dos dois serem homossexuais, o romance que foi apresentado, ao longo do filme, não se diferenciou muito do que é possível ver em diversos outros filmes existentes. É óbvio que não é possível ignorar todas as peculiaridades e dificuldades pelas quais os personagens passam devido ao relacionamento entre os dois, mas, de uma forma geral, não se diferencia muito de uma história de romance comum e simples, não apresentando muitos elementos que o tornassem mais do que isso.
Assim, "Me Chame Pelo Seu Nome" é um bom filme, mas nada além disso e alternando cenas realmente belas e delicadas com longas sequência monótonas e lentas que não acrescentaram algo importante à história principal e prejudicam a obra.
Três Anúncios Para um Crime
4.2 2,0K Assista AgoraFinalmente tive a oportunidade de assistir a esse filme e, apesar de esperar um pouco mais, devo admitir que "Três Anúncios Para um Crime" é um filme bem interessante e divertido, por causa, sobretudo, dos excelentes roteiro e elenco, que se encaixam de uma forma quase perfeita!
Em primeiro lugar, é necessário mencionar o elenco que, como eu havia mencionado anteriormente, é um dos principais aspectos do filme. O grandes destaques são, sem dúvida alguma, Frances McDormand (que, provavelmente, conseguirá o seu segundo Oscar), Woody Harrelson e Sam Rockwell, que estão ótimos em seus respectivos papéis.
Em segundo lugar, acredito que é imprescindível também destacar o criativo, interessante e "ácido" roteiro, que consegue misturar comédia e drama e até abordar temas sérios (como, por exemplo, o estupro e assassinato de uma jovem e condutas racistas e irresponsáveis por parte de alguns policiais nos EUA) com um leve toque de humor negro, o que proporciona diversas cenas e momentos muito divertidos. Também é interessante a forma como, apesar do longa apresentar uma proposta simples, são verificadas diversas reviravoltas na história, surpreendendo e "prendendo a atenção" ao longo do filme.
Aliás, a forma como a trama foi conduzida, os diálogos criativos entre as personagens e o próprio local e temática escolhidos me fizeram lembrar, em diversas oportunidades, os filmes dos irmãos Coen. Eu não sei se houve algum tipo de influência da filmografia desses diretores neste filme, mas, particularmente, tive essa sensação ao assistí-lo.
Com relação aos pontos negativos do filme, acredito que o principal a ser mencionado encontra-se exatamente neste interessante roteiro, com um final que, para mim, foi um pouco decepcionante, sobretudo após todos os diversos eventos que ocorrem até originar esse desfecho.
Eu tinha uma certeza quase absoluta de que o real responsável pelo assassinato e estupro da garota havia sido aquele rapaz do bar e de que a justiça poderia ter sido feita, mas não foi o que houve. Apesar do final até ter soado bem realista (já que, em várias oportunidades, muitos crimes do tipo realmente jamais são resolvidos), ficou parecendo que todo o esforço da Mildred foi em vão e que a vida dela e das pessoas ao seu redor mais piorou do que melhorou após ela apenas ter tentado fazer justiça pelo o que houve com a filha. Enfim, acredito que eles ao menos poderiam ter colocado uma cena final dos dois assassinando o rapaz em Idaho, mas sequer isso foi inserido no final, que, como eu afirmei, foi decepcionante.
Assim, "Três Anúncios Para um Crime" é um filme simples, mas bem "ácido" e criativo em seu roteiro, com uma boa mistura entre comédia e drama que me agradou bastante, apesar de que, pelas expectativas criadas anteriormente, eu esperasse um pouco mais e um final melhor elaborado. Recomendado!
A Forma da Água
3.9 2,7KApós muito tempo de espera, finalmente consegui assistir ao filme e devo admitir que este novo trabalho de Guilhermo Del Toro retorna com todos os diversos elementos que marcaram a sua filmografia em um filme delicado, interessante e, sem dúvida alguma, bem criativo.
Em primeiro lugar, gostaria de destacar a trilha sonora e o elenco, que encontram-se fantásticos neste filme. Com relação ao elenco, destaque para Sally Hawkins, que consegue desempenhar, de forma excelente, o difícil papel de uma mulher muda e que relaciona-se, de uma forma inusitada, com a "criatura" do laboratório. É de se admirar a maneira como a atriz consegue fazer a personagem se expressar e conduzir a trama permanecendo calada durante a maior parte do tempo!
Em segundo lugar, é impossível também não destacar mais uma criativa história de fantasia elaborada por Del Toro. Como alguns já comentaram anteriormente, a "substância" da história pouco se diferencia do que é possível encontrar em diversos outros filmes, pois, em síntese e analisando de forma fria, apenas corresponde a mais uma história de amor com todos os seus elementos e clichês já conhecidos. No entanto, o grande diferencial é, exatamente, a "forma", isto é, a maneira como essa história de amor ocorre e é contada ao espectador, com todas as peculiaridades das suas respectivas personagens envolvidas e, naturalmente, com um pouco de fantasia.
Analisando a história de uma forma mais detalhada, gostaria de destacar alguns aspectos. À princípio e sem querer soar muito exigente, fiquei com a impressão de que diversos elementos presentes na trama mostraram-se um pouco desnecessários e mal elaborados e poderiam ter sido eliminados ou corrigidos, de maneira à tornar o filme ainda mais objetivo e simples e, de certa forma, melhor. Por exemplo, as cenas envolvendo a família do Coronel Strickland e a tentativa de relacionamento de Giles com um rapaz em uma loja de tortas não acrescentaram à trama e, até o momento, ainda não consegui entender o porquê de terem sido adicionadas à versão final.
Além disso, a forma caricata como o Coronel Strickland é retratado me incomodou bastante, pois, mesmo com as desnecessárias cenas mostrando a sua interação com a família, ele jamais realmente foi melhor aproveitado (apesar de ter, à disposição, o excepcional talento de Michael Shannon), ao longo do filme, de uma forma mais complexa e interessante do que a de um mero vilão ou um "empecilho" ao relacionamento entre Elisa e a "criatura". Outra parte mal elaborada remete à cena final envolvendo o Dr. Hoffstetler, que é, inexplicavelmente, morto pelos próprios espiões russos com os quais ele trabalhava, como este evento apenas tivesse ocorrido de forma a fazer com que o Coronel obtivesse a informação que queria e a história pudesse se desenrolar até o final obtido.
Contudo, apesar dos pontos que poderiam ter sido melhor elaborados e que foram mencionados anteriormente, gostaria de destacar os diversos elementos positivos da trama escrita por Del Toro. Neste caso, é imprescindível mencionar o relacionamento entre Elisa e a "criatura", que, inicialmente, parece estranho e bizarro, mas que, ao longo da história e muito devido à delicada maneira como é retratado, logo é "aceito" pelo espectador e, ao final, é compreendido de maneira completa.
À princípio, o espectador é levado a acreditar que a mera razão pela qual existe uma determinada "conexão" e atração entre os dois é devido ao fato de ambos compartilharem, cada qual à sua maneira, o fato de serem criaturas solitárias, mal compreendidas e que não podem se comunicar com os demais de uma forma normal. No entanto, ao final do filme, é revelado que, além deste motivo inicial, outro aspecto determinante ao relacionamento é o fato de ambos serem, de fato, criaturas iguais!
Apesar dessa revelação ser apenas confirmada e fornecida ao final do filme, Del Toro, ao longo da história, apresenta pequenas "pistas" que já poderiam levar, caso observadas de forma atenta, a essa revelação final, como, por exemplo, o fato de Elisa ser orfã e ter sido encontrada à beira de um rio, as cicatrizes no pescoço que ela tinha desde a infância e o fato de ser muda, assim como a "criatura" do laboratório.
Assim, "A Forma da Água", com todos os seus poucos aspectos mal elaborados e vários aspectos positivos, é um filme simples em seu propósito, mas complexo, delicado e muito interessante na maneira como é apresentado, funcionando como uma excelente fantasia e um belíssimo escape à realidade! Recomendado!
Corra!
4.2 3,6K Assista AgoraEste filme foi, sem dúvida alguma, uma excelente surpresa!
Misturando drama, humor e suspense, agradou-me bastante a forma como "Corra!" conseguiu me manter interessado na trama e "prender a minha atenção" ao decorrer do longa, com uma história criativa e, de certa forma, também surpreendente.
Recomendo este filme para interessados em um suspense/terror, no mínimo, diferente!
Dr. Fantástico
4.2 665 Assista AgoraEstá longe de ser um dos melhores filmes do Kubrick, mas é uma interessante comédia que funciona, com todas as situações absurdas que são mostradas ao longo da representação de um tema tão delicado, como uma crítica à Guerra Fria e à corrida nuclear (que ainda ocorriam durante a época na qual o filme foi lançado) e apresenta um humor, no mínimo, diferente.
Além disso, também gostaria de destacar as excelentes atuações de George C. Scott e, sobretudo, Peter Sellers, que elevam o nível do filme e proporcionam engraçadas cenas e diálogos divertidos.
Recomendo para qualquer um interessado em uma comédia inteligente!
Patton, Rebelde ou Herói?
3.9 133 Assista AgoraSem dúvida alguma, é um clássico dos filmes de guerra e uma excelente biografia de uma das figuras militares mais interessantes da história!
Além da fantástica, fenomenal e impecável atuação de George C. Scott, é muito interessante a maneira como todos os fatos históricos narrados são apresentados sob a perspectiva americana, militar e, sobretudo, de Patton, de tal maneira que é quase impossível terminar de assistir ao filme sem, em seguida, se sentir mais interessado em pesquisar acerca da Segunda Guerra Mundial e da vida do famoso general americano.
Recomendo este ótimo filme!
Amadeus
4.4 1,1KSem exageros, devo admitir que tentar descrever este filme é muito semelhante a tentar descrever uma obra de arte! Merecedor de todos os prêmios conquistados e de todos os elogios possíveis, "Amadeus" é o tipo de filme que, como alguns já comentaram anteriormente, te hipnotiza de uma forma que eu, particularmente, jamais havia observando em outras obras.
Em primeiro lugar, acredito que é imprescindível destacar os aspectos técnicos que, neste caso, beiram à perfeição, como, por exemplo, a fotografia, o figurino e a fantástica trilha sonora composta por música clássica que não somente fornecem, ao espectador, uma incrível ambientação à época na qual os fatos narrados teriam ocorrido, mas também realizam uma imersão de tal forma que mais parece que estamos assistindo a uma longa e bela ópera ou peça de teatro do que, de fato, a um filme.
Em segundo lugar, é necessário mencionar as excelentes atuações de F. Murray Abraham e Tom Hulce, que deram vida aos seus respectivos personagens de maneira tão talentosa, enérgica e precisa que é difícil imaginar quaisquer outros atores nos seus respectivos papéis. Atuações magistrais e ambas merecedoras de aplausos!
Em terceiro lugar, também gostaria de destacar acerca do roteiro e da forma como a história é contada. Com uma diversificada mistura de humor (com muitas cenas realmente engraçadas), drama e música clássica, é bem interessante a maneira como somos apresentados à história sob a perspectiva e narração de um Salieri envelhecido e saudosista e também a forma como, ao longo do filme, as personagens interagem, em diversos momentos, sem quaisquer tipos de falas, mas apenas por meio de olhares, emoções, apresentações em óperas e muita música! Em diversas situações ao longo da trama, não há muito o que pensar ou entender, mas muito a se sentir e, simplesmente, se deixar levar pela música!
Analisando a historia de uma forma mais detalhada, também é muito interessante a forma como é retratada a relação de amor, ódio, admiração e desprezo que Salieri cultivava por Mozart. O primeiro, ao mesmo tempo que admira o talento de Mozart, revolta-se com o fato de, mesmo após tantos sacrifícios ao longo de sua vida e de tanto esforço para se tornar um grande músico, não somente jamais havia conseguido a habilidade com a música que tanto pedia à Deus, mas também percebia que tudo o que sonhava ter havia sido fornecido, como em um ato de fúria pessoal de Deus contra Salieri, em um compositor que Salieri desprezava pessoalmente por considerá-lo infantil, vulgar e arrogante e que parecia ter obtido toda a sua habilidade musical sem qualquer tipo de esforço, mas de maneira natural e divina.
Assim, a fúria e inveja contra Mozart consomem Salieri de tal forma que a sua vida passa a ser movida a partir desses sentimentos e da busca por superar o seu compositor rival e de arruinar a sua vida ao máximo possível, de tal maneira que até afeta uma fé que parecia inabalável, mas que logo também é destruída pela fúria obsessiva que havia se instalado em Salieri, o levando a até se voltar contra Deus. Essa obsessão é bem descrita em uma fala marcante no filme, na qual o compositor italiano afirma: "eu vi que Don Giovanni apenas foi apresentado cinco vezes em Viena, mas eu fui, secretamente, a cada uma das cinco".
Logo, "Amadeus" é uma obra-prima do cinema e um filme que merece não somente ser assistido, mas sentido! Recomendadíssimo!
O Gângster
4.0 456 Assista AgoraPara quem está acostumado, como eu, a assistir filmes de ficção científica do Ridley Scott, pode parecer, no mínimo, incomum, assistir a um filme do gênero policial do diretor. No entanto, em "O Gângster", Scott consegue entregar um ótimo trabalho que executa a difícil tarefa de "prender a atenção" do espectador durante pouco menos de 3 horas de duração.
Em primeiro lugar, gostaria de destacar as ótimas atuações de Denzel Washington e Russell Crowe, que, sem dúvida alguma, elevam, de forma considerável, o patamar do filme.
Em segundo lugar, também é importante mencionar os diversos problemas que o filme apresenta com relação à veracidade da grande maioria dos fatos narrados ao longo da história, com apenas uma pequena parte do que foi mostrado tendo realmente acontecido. Com relação a esse aspecto, embora me incomode um pouco, é necessário admitir que o filme jamais teve o real objetivo de ser um "documentário" sobre o que realmente ocorreu, mas apenas um filme dramático como qualquer outro, o que permite a alteração de muitos fatos e a dramatização de diversos acontecimentos, o que, de fato, ocorreu neste caso.
Logo, "O Gângster" é um ótimo filme policial e com excelentes atuações, caso, obviamente, seja visto como um filme dramático e não como um retrato fiel dos fatos narrados. Recomendado!
Donnie Darko
4.2 3,8K Assista AgoraJá fazia um bom tempo que desejava assistir a esse filme e, quando finalmente consegui, não me arrependi de forma alguma! É um bom e interessante filme, mas também não dá para negar que é, de certa forma, confuso e complexo, o que pode, de maneira compreensível, desagradar alguns, mas para mim, particularmente, essa "confusão" é exatamente o que torna "Donnie Darko" mais do que um filme qualquer.
Em primeiro lugar, gostaria de mencionar a excelente atuação do Jake Gyllenhaal e também a fantástica trilha sonora ao longo do filme, com destaque para a música "Mad World" que acompanha o final do longa.
Em segundo lugar, também acredito que é imprescindível destacar o ponto mais marcante do filme: o mirabolante, confuso, complexo e interessante roteiro. Bem, à princípio, é importante afirmar que apenas assistir ao filme, mesmo que prestando atenção aos mínimos detalhes, não é suficiente para compreender, de maneira completa, a história, que é apenas possível de ser entendida ao ler os capítulos de "A Filosofia da viagem no tempo" (livro que, na verdade, não existe, mas apresenta um resumo disponível na internet). Além disso, também é fundamental compreender que o próprio filme não trata, de forma detalhada e clara, de muitos aspectos presentes no livro e de grande importância para se compreender a trama, o que faz com que ele se mostre um pouco "incompleto" e torne a história ainda mais confusa do que ela já é, o que é exatamente o principal erro do filme, em minha opinião.
Analisando de uma forma mais detalhada e já compreendendo melhor após ler os capítulos do livro fictício, achei muito interessante a forma como a história se desenrola exatamente para que Donnie pudesse, ao final de todos os acontecimentos, "forçar" a queda da turbina dentro do "portal" e, assim, conseguisse ajustar a linha do tempo e evitar um colapso no universo, mesmo que isso o obrigasse a provocar a própria morte.
Ao longo de toda essa "trajetória" para evitar o colapso do universo, é possível ver Donnie enfrentando os "valentões" da escola, descobrindo o amor ao conhecer a Gretchen (algo que ele jamais teria a oportunidade caso tivesse morrido logo no começo do filme com a queda da turbina) e enfrentando os seus próprios medos. Assim, além de toda a complexa história por trás do filme, também é possível acompanhar, de maneira mais clara, uma bela história de um jovem enfrentando todos os problemas que o cercam durante a sua adolescência, o que, por si só, já tornaria o filme bem interessante.
Portanto, "Donnie Darko" é o tipo de filme que, gostando ou não, é interessante, marcante e dificilmente é esquecido!
Platoon
4.0 624 Assista Agora"I think now, looking back, we did not fight the enemy; we fought ourselves. And the enemy was in us."
Platoon
4.0 624 Assista AgoraApesar de não gostar muito da direção do Oliver Stone ao longo da sua carreira, devo admitir que, neste filme em particular, ele acertou em cheio e entregou, simplesmente, uma obra prima dos filmes de guerra.
Dentre todos os aspectos que me agradaram no filme, destaco aqui, sobretudo, o realismo com o qual o espectador é apresentado à Guerra do Vietnã. Desde as discussões entre os soldados até os tiros e explosões constantes ao longo das batalhas e a violência e morte presentes na história, Stone procura retratar a guerra como ela é, isto é, sem idealismos ou filtros, mas com todos os horrores nela presentes e de forma visceral e assustadora.
Assim, "Platoon" é um clássico dos filmes de guerra que eu recomendo para qualquer um que aprecie um bom filme do gênero!
Cães de Aluguel
4.2 1,9K Assista AgoraComo alguns já comentaram anteriormente, é incrível como, logo em seu filme de estreia, o Tarantino já mostrou todos os elementos que marcaram a sua filmografia ao longo da carreira, como, por exemplo, os longos e criativos diálogos, a violência e sangue gratuitos ao espectador, personagens carismáticos, o leve humor negro, a falta de linearidade na história e diversos outros.
Com relação ao aspecto da falta de linearidade, este correspondeu a uma das características que mais me agradou no filme, pois, particularmente, considerei muito interessante a forma como o espectador é somente apresentado às reais facetas das personagens à medida que a história vai ocorrendo e em um momento em que já sabemos que a tentativa de roubo à loja não havia saído como esperado, assim conseguindo "desvendar" a trama aos poucos para, após todos esses fatos, ocorrer uma surpresa com um final, no mínimo, inesperado.
Em minha opinião, o principal "defeito" do filme é o fato de ter sido muito curto para personagens tão interessantes e uma história que poderia ter sido muito mais explorada (embora o resultado final entregue pelo Tarantino tenha sido muito bom, sem dúvida alguma). Sinceramente, eu poderia permanecer horas assistindo a essas discussões e conversas entre as personagens e, com certeza, também gostaria que o Mr Brown e o Mr Blue tivessem participado um pouco mais da história!
Assim, "Cães de Aluguel" é o tipo de filme que qualquer fã do Tarantino, como eu, assistirá com muito prazer e um sorriso no rosto, assim como qualquer apreciador de um bom filme.
Malena
3.9 406 Assista AgoraPara falar a verdade, apenas assisti a este filme por curiosidade em ver algumas cenas da Monica Bellucci, mas fui surpreendido por um belo e delicado filme que, sem dúvida alguma, superou as minhas expectativas.
De uma forma geral, é possível dizer que a história trata de dois temas principais: a forma como a sociedade julga as pessoas pela aparência e também as transformações pelas quais um garoto passa durante a sua adolescência. Neste último aspecto, é interessante observar todos os prazeres (os sonhos com Malena e o amor cultivado com relação á ela) e também o sofrimento (de ver como muitos pessoas maltratavam a sua amada e também devido a um amor não correspondido) pelo qual o jovem Renato passa durante essa época de sua vida e como tudo o que ocorreu o marcou de forma profunda.
Assim, "Malena" é um filme muito mais complexo e interessante do que pode aparentar à princípio e o recomendo sem dúvida alguma!
Barry Lyndon
4.2 401 Assista AgoraEstava muito ansioso para assistir a essa obra e devo admitir que, apesar de não ser o melhor filme do Kubrick, também está longe de ser o pior ou sequer de ser um filme ruim.
Em primeiro lugar, apesar de soar um pouco repetitivo com relação a vários comentários já feitos sobre este filme anteriormente, é quase impossível não mencionar a excelente fotografia, isto é, a forma como as cenas são filmadas e toda a ambientação que é preparada para inserir o espectador na época em que os fatos narrados ocorrem ao longo da história.
Em segundo lugar, também é imprescindível afirmar que, apesar da longa duração do filme, a história, em minha opinião, não se tornou entediante ou "arrastada" em momento algum. Na verdade, determinadas reviravoltas no roteiro continuaram mantendo a minha atenção e tornando a trama interessante, embora eu compreenda, perfeitamente, quem não tenha gostado do filme por causa da duração, já que não é qualquer um que consegue ter a paciência necessária.
Analisando, de uma forma mais detalhada, alguns aspectos da história, é interessante verificar, como eu havia mencionado antes, diversas reviravoltas na trama e, principalmente, a transformação sofrida por Redmond Barry. Neste último aspecto, observa-se que Redmond, de um jovem inocente e apaixonado pela prima, torna-se, sobretudo devido às suas decepções amorosas na relação com a prima e às suas experiências no exército prussiano, um homem sem escrúpulos, mentiroso e capaz de fazer de tudo para obter dinheiro e ascender socialmente, o que ele efetivamente consegue em determinado momento da história.
Também é fascinante observar, ao longo do filme, a presença de um leve humor negro e, simultaneamente, o desenrolar de uma história realmente trágica, dramática e triste, sobretudo para Barry, que encerra a sua trajetória, apesar de todos os esforços feitos, exatamente da forma como mais desejava evitar: pobre, sem esposa e sem qualquer herdeiro.
Em terceiro lugar, destaco que, apesar dos positivos aspectos mencionados anteriormente, sinto que este filme não apresentou um "algo mais" necessário para qualquer grande obra e presente em diversos outros filmes de Kubrick. Talvez as atuações poderiam ter sido mais interessantes ou a história, sobretudo em sua segunda parte, poderia ter se desenvolvido melhor, mas a minha sensação final é de que faltou alguma coisa para tornar este bom filme em algo à altura do diretor.
Por fim, com todos os seus vários pontos positivos e alguns pontos negativos, "Barry Lyndon" é um bom filme de um grande diretor e eu recomendo para quem tiver paciência em apreciá-lo.
Sing Street - Música e Sonho
4.1 713 Assista AgoraEsse filme é, sem dúvida alguma, uma belíssima surpresa!
Em primeiro lugar, gostaria de destacar a "delicadeza" do filme. Não que o filme seja "meloso" ou algo do tipo, mas é fascinante como, mesmo que de uma forma bastante despretensiosa, somos introduzidos a personagens interessantes, diálogos bem elaborados e a uma trama que se desenrola e flui de maneira incrivelmente natural, como se esta obra tivesse, na verdade, uma duração muito menor do que, de fato, tem.
Essa "delicadeza", isto é, este cuidado e criatividade (apesar desse tipo de história de "um garoto querendo conquistar uma garota no colegial" soar, de maneira justa, como sendo um clichê, a forma como este filme, em particular, nos mostra o desenrolar da trama é bem criativo e único) existentes na elaboração do filme corresponderam a dois aspectos que me agradaram bastante e que considero raros de serem vistos em muitos filmes atuais.
Em segundo lugar, é impossível comentar qualquer coisa a respeito desta obra sem mencionar essa excepcional, agradável e viciante trilha sonora, que é ótima não somente por se encaixar perfeitamente na história e na época retratadas no filme, mas também, sem dúvida alguma, pela qualidade das músicas.
Portanto, de forma resumida, "Sing Street" é o tipo de filme que lhe agrada enquanto você assiste, motiva-lhe a assistir novamente, praticamente lhe "força" a ouvir, várias vezes, essa fantástica trilha sonora e lhe surpreende de forma extremamente positiva! Mais do que recomendado para qualquer um que goste de um bom filme!