Grandes filmes jornalísticos são como grandes biografias escritas por jornalistas, como Walter Isaacson. Vc fica inspirado pelo trabalho de pesquisa minucioso, coleta de evidências. É como uma pesquisa acadêmica, no sentido operacional da coisa. Às vezes verdades inconvenientes podem surgir.
Ainda não li nenhum livro dos grandes gênios literários mostrados no filme. Mas não foi por falta de vontade, mas talvez por não colocarmos numa ordem justa de prioridade em relação aos trocentos calhamaços que planejo ler antes de morrer.
De qualquer forma, lendo qualquer livro bom de verdade, sempre me perguntei o papel do editor em todo sucesso das prateleiras, já que não são raros os autores que colocam dedicatórias para seus agentes literários em suas obras.
Coincidentemente, tenho na minha estante de livros ainda não lidos, um exemplar da biografia sobre ninguém menos que Perkins. FIQUEI ANIMADÍSSIMO!
O filme mostra que muitas vezes um bom editor atua como se fosse um bom cavaleiro. Ele doma o cavalo, torna o cavalo cavalgável, mas não retira sua beleza, seu brilho nem sua originalidade.
OBS: Como diabos a Nicole Kidman consegue permanecer tão linda e jovem mesmo aos 49 anos?
Filme redondo pra matar a saudade de Harry Potter e ainda nos introduzir de forma muito elegante e simples (mas não simplória) ao passado tantas vezes mencionado sutilmente nas aventuras do HP.
Vi opiniões muito divididas sobre esse filme. Alguns estavam falando que é uma homenagem aos autistas, às potencialidades deles, às vezes inexploradas. Outros já falavam que essa é uma homenagem que deu completamente errado, com um menino autista com um pai insano que vem com uns papos e métodos muito duvidosos pra cima do moleque.
Eu preferi enxergar apenas um filme, sem pensar se ele foi feito em honra de algum grupo específico.
E como filme eu achei tudo bem interessante e envolvente. Talvez eu tenha me perdido nas vezes em que tentam explicar a parte específica de como o protagonista trabalha como contador e sua relação com negócios um tanto ilícitos.
Esse filme foi uma boa renovação do gênero thriller policial.
De início achei que seria o velho clichê do coroa ex-fuzileiro, aposentado, mas bom de porrada e cheio dos sistemas de segurança ninja. Mas felizmente o filme entre algo bem mais realista que isso, algo bem menos "limpo".
O que fuckin' diabos deu nos roteiristas, produtores, no Jared Leto pra fazer esse Coringa P.I.M.P. cheio de tatuagem e com barriga tanquinho que só faltava entrar em cena cantando "Baby, baby, baby ohhhhhhhh" do Justin Bieber?
Porra, o cara é um rapper, usa até aquelas dentaduras coloridas. Só falta o boné de aba reta.
Sério, se é assim que estão tentando reformular o conceito do personagem...não funcionou.
Dito isso, vamos ao roteiro.
O filme começa bem. O tom tá sombrio, a ideia inicial começa a fazer algum sentido. Estamos num universo marcado pelo aparecimento de uma divindade, o Superman. Mas ele morreu, então os governos estão loucos pra (1) se prevenir de um outro super-ser que possa vir do espaço com intenções não tão amigáveis e (2) criar sua própria milícia de humanos de destruição em massa antes que outros países o façam e comecem a usá-los.
É uma nova corrida armamentista.
Mas tudo começa a cheirar mal quando é repetido umas 3 vezes em meia hora de filme que a tal milícia vai ser criada pra tentar lutar contra esse super-ser vindouro. PORRA, JURA QUE ESSE É O CONCEITO POR TRÁS DE UM ESQUADRÃO COM UM ÚNICO SUPER-SER QUE É AQUELA BRUXA? O Superman ou qualquer kryptoniano faria picadinho de qualquer um ali. Não adiantaria nem se a Arlequina aparecesse rebolando com um taco de baseball na mão. Mas ok, prossigamos.
A bruxa é um baita problema, apesar de ter começado como um dos pontos interessantes do filme. Seu aparecimento lendário e sombrio se misturando hoje ao mundo moderno foi legal.
Mas que porra de plot foi esse em que ela liberta o irmão e decide dominar o mundo e criar uma máquina? Sério, não entendi a motivação do personagem, e não entendi como diabos os membros mais humanos do Esquadrão poderiam detê-la. Como eles acharam que iam conseguir?
Mano, era uma maluca com um porrete, um atirador, um demônio-mutante que taca fogo, um cara que lance bumerangues e um milico.
Ah, e tinha também uma japonesa que entrou DO NADA no filme, e que foi absolutamente desnecessária em todo o filme.
Tirando isso, que é quase todo o filme, minha nota é 1,5 só porque eu amei a trilha sonora, colocando de Eminem a John Forgety, e porque achei que o Pistoleiro e a Arlequina salvaram o dia.
As piadas também são muito legais, então em relação a isso o filme é ótimo.
É o que algumas pessoas já falaram: filmes escandinavos tem uma coisa especial, ainda mais quando resolvem ser sinistros. Pode ser o clima frio, aquela sensação auditiva de silêncio sepulcral. Sei lá.
Só sei que esse filme é bem macabro. Homenagem clara a O Bebê de Rosemary, mas com um estilo diferente em vários sentidos. Algo mais nas entrelinhas, mais no não dito. Muito bom.
O título me fez relembrar um filme que saiu há anos atrás: Cloverfield - Monstro.
No entanto, esse parece abordar uma história diferente, também sem manter o estilo câmera amadora.
Uma jovem sofre um acidente e fica desacordada. Ao recobrar a consciência, se vê trancada numa espécie de bunker criado por um estranho duvidoso, com ideias conspiratórias loucas sobre o fim do mundo. Parte do suspense do filme se sustenta pela dúvida gerada pelas intenções do personagem. Ele é só um louco adepto de teorias da conspiração ou realmente ocorreu um evento de proporções apocalípticas que obrigou os mais espertos a se esconderem?
O roteiro é feito com uma trama dentro da trama, o que torna o suspense bem interessante.
Um dos pontos negativos foi a relação com o título. Por que não houve nenhuma referência a Cloverfield? O nome foi por acaso?
Acho que nunca vi um filme com Richard Gere sendo tão bom ator.Talvez porque esse deu oportunidade para tal, imagino.
A história basicamente fala de um morador de rua em seu cotidiano e seu conflito interno com os dramas familiares do passado que de alguma forma estão conectados com seu estado atual nas ruas de Nova York. Entre as idas e vindas de sem-teto, tenta se reaproximar de sua filha, que não parece querer contato de jeito nenhum.
Vi algumas pessoas aqui falando do ritmo arrastado. Ora, a ideia é mostrar o mais realista possível como é a vida de um mendigo. Um dos recursos usados é a sensação de mesmice, de tempo que passa monotonamente, sem altos e baixos, sem empolgação e sem nada o que esperar a não ser a eterna luta pela sobre vivência -- e pelo sono tranquilo.
Dois pontos adicionais que me chamaram atenção:
(i) A civilização é um avanço tremendo na história humana, mas desde que as primeiras grandes sociedades surgiram (ex: sumérios), tivemos que conviver lado a lado com o progresso e as boas condições de vida e com aqueles que por algum motivo não conseguiram se misturar no sistema. É triste ver pessoas, cada uma com sua história, seus sonhos, seu passado, se ver marginalizada, excluída.
(ii) Distância e ódio entre pais e filhos. Pra mim isso é verdadeiramente tocante. É triste se colocar no lugar de um pai (podia ser uma mãe também, óbvio), que viu seu filho nascer, fez planos, criou sonhos, e no futuro se vê em guerra ou desprezado por essa pessoa que ele ajudou a gerar. E para a filha, também deve ser extremamente triste. O pai, que é um dos nossos modelos quando somos crianças, nos decepcionar a ponto de criar barreiras intransponíveis.
Se o filme tivesse se mantido no mesmo do início, eu daria 5 estrelas. Mas não é bem o que acontece.
Parecia que haveria uma reformulação da lenda do Tarzan. Quando apareceu o Alexander Skarsgård, como um nobre, mas com os indícios de seu antigo eu, fiquei realmente empolgado. O roteiro parecia almejar uma abordagem mais realista, mas ela não se manteve.
Do realismo retratado nos trejeitos e numa estrutura óssea modificada pela infância se desenvolvendo numa floresta selvagem, vemos surgir os elementos da lenda tradicional num contexto, agora, não muito propício: lutas com gorilas, músculos de aço (ok, podemos fechar os olhos a esse elemento), comunicação com outras espécies. Enfim, esses últimos achei bem dispensável dado o contexto que parecia estar sendo construído.
Maaaaas...tirando essa parte mais exigente, o filme é uma ótima diversão. Temos inclusive Samuel L. Jackson.
Vou resistir à tentação de explicar as críticas negativas desse filme com o clássico chavão messiânico "Deus, perdoai-vos, eles não sabem o que fazem" ou qualquer coisa do tipo que diga que esse filme não é um terror preparado pra sensibilizar a massa e o intelecto mediano -- até porque gosto é em parte uma questão estática também.
A bizarrice de The Witch depende muito mais do clima e da engenhosidade dos simples detalhes dos elementos do roteiro e das cenas do que sangue 'groselhesco' sendo borrifado na cara do telespectador.
Black Philip, Black Philip...
Bom, de qualquer forma, o contexto do filme é especial por mostrar a atmosfera da época.
Mesmo após a Idade Média, muitos lugares na Europa (e nos EUA) continuaram vivendo com base na religião. Não era da maneira como entendemos hoje. A existência de demônios, a coisificação da escuridão e da noite, a presença de anjos e de Deus era algo concreto pra mentalidade da época. Pessoas e animais possuídos eram uma realidade presente.
Como será que era o cotidiano de uma família vivendo em condições adversas, num zeitgeist que colocava qualquer tentativa de explicação no campo religioso?
Não sei se fui otimista demais por se tratar da Netflix, que tem uma procedência de qualidade inquestionável, se eu vi um aleatório e vi desenhos em nuvens ou se realmente o filme é bom.
O filme é uma crítica muito interessante a essas empresas de marketing multinível, que fazem seus associados consumirem e venderem todos o produtos da empresa, dos pés à cabeça. Que contam história gloriosas de vitória e enriquecimento, de oportunidades infinitas de crescimento.
Adicionalmente, e antes disso, considerando a cronologia do filme, a ideia do renascimento remete à primeira parte, que parece conduzir o protagonista a contextos que inevitavelmente o levam a se comportar de maneira inédita. Isso o transforma em outra pessoa, ou no mínimo abre um mundo de possibilidades que antes não existia -- sendo elas boas ou ruins.
Quando terminei de ver me liguei que era Hussell Crowe também na direção. Pelo visto, temos aí mais um próspero diretor-ator embarcando.
O filme foi bastante bem construído e apesar da premissa simples acaba causando uma conexão emocional de fato.
Também gostei da referência-cópia-inspiração-homenagem a clássicos como Dança com Lobos e O Último Samurai, que são feitos com famosa e eficiente fórmula de colocar uma pessoa "inocente" em meio a uma guerra aparentemente terminada, de início hostil ao desconhecido (exército inimigo) pra depois ver que eles são nada mais que humanos também, chegando ao nível de se apaixonar pelos costumes alheios.
Ah lembrei que Avatar era o filme mais recente a usar isso.
Achei bem acima do esperado. Da forma como os trailers tem iludido os cinéfilos ultimamente -- ou entregando plots ocultos e importantes de cara -- pensei que a parte mais interessante da trama, a construção da oposição entre Batman e Superman fosse ocupar uns 30 minutos de filme. Para minha surpresa, o filme é realmente embasado inteiramente nesse embate, não necessariamente montado só em cima de ação.
Se eu pudesse levantar dois elementos principais nesse filme diria que o primeiro foi a direção acertada do Zack Snyder. O cara conseguiu traduzir para a telona perfeitamente o aspecto misterioso e grandioso da figura do Superman. Quando vc olha as cenas com o azulão consegue perceber que ele REALMENTE é um ser poderoso e invulnerável, que é uma espécie de divindade ou de ser superior de alguma forma, tanto em caráter quanto em materialidade.
Com o Batman posso dizer algo parecido.
Primeiro: mordi a língua com meu ceticismo em relação ao Ben Affleck. O cara ficou muito bom como Bruce Wayne. Você percebe que existe uma grande dor por trás daquela seriedade e comprometimento. O cara é sombrio e vemos uma boa parte do Batman super-detetive dos quadrinhos.
Segundo: foi o Batman mais porradeiro que já vi. Não querendo gerar oposição entre o do Chris Nolan, que foi excelente e também gerou excelentes cenas de luta muito bem justificadas, mas o do Snyder tem mais mobilidade e faz bem mais o tipo quadrinhos e Arkham Asylum, por exemplo.
Além disso, foi muito legal dar certo foco (assim como Nolan fez em alguns momentos principalmente de Batman Begins) em como o Batman era visto de fora. O cara aparece quase literalmente como uma sombra, você quase acredita que ele é um demônio, como diz o povo de Gotham.
Agora vamos aos PONTOS NEGATIVOS:
Sabíamos desde o início que a Warner estava investindo num milagre ao tentar iniciar o plot da Liga da Justiça nesse filme. Muitos personagens precisaram ser citados e a própria história inicial que conecta O Homem de Aço e Batman vs Superman acabou ficando espremida pra dar espaço de, se não me engano depois de quase uma hora de filme, realmente diminuir o ritmo e começar a trabalhar no roteiro do filme atual.
Antes é tudo muito corrido. Vc pisca e o Superman está indo depois, pisca de novo e o Batman tá resolvendo sei lá o que em sei lá qual lugar.
Isso sem mencionar aquela cena pipocada DO NADA com o Flash aparecendo. Tenho suspeitas de que foi acrescentada depois do filme pronto. Foi uma boa cena, achei mega empolgante, mas ficou totalmente solta no filme. SOLTA MESMO! No tempo e no espaço!
Esse ritmo tosco do início aparece também em Homem de Aço. É bom relembrar que a primeira uma hora de filme parece mais um trailer gigante, até culminar no Clark entrando na nave kryptoniana e saindo de lá vestido, com cabelo penteado e barba feita e tudo.
Não sei até que ponto isso é culpa do roteiro, da direção ou sei lá do que mais.
Acho que isso é tudo que posso dizer sem soltar spoiler.
Garantido o lugar cativo na arquibancada dos melhores filmes da Marvel. Ao lado estão X-Men 2, First Class 1 e 2, Guardiões da Galáxia, Homem de Ferro e Capitão América - O Soldado Invernal. Mas se eu fosse faz um ranking mesmo desconfio que Deadpool ganhasse o primeiro lugar brincando.
Achei esse filme maravilhoso. Só não é melhor que o livro, que atinge níveis orgásmicos de hard science. As atuações também estão bem legais.
Enfim, é um filme que fala sobretudo da cooperação singular que existe dentro do trabalho científico, além da missão de salvar um astronauta perdido em outro planeta -- uma situação singular que com certeza despertaria a compaixão e senso de cooperação de qualquer ser humano normal. Enfim, tudo isso foi suficiente para ignorarmos a burocracia e a politicagem envolvida em operações que envolvem agências governamentais e ações internacionais.
Só não entendi por que teve tanta gente não gostando do filme, sob a alegação de que o roteiro deveria ter problematizado a relação EUA-China, ou que o filme pecou por mais uma vez colocar os americanos como os salvadores.
Cara, qual parte você não entendeu de que, na vida real, os programas espaciais mais bem-sucedidos são os dos americanos, chineses, e talvez o dos russos? Não cairia bem um fuckin' astronauta iraniano.
Um ótimo filme -- o que eu já sabia que seria ao ver Anthony Hopkins no elenco!
Resumidamente, Hopkin interpreta um antropólogo e primatólogo que é seduzido pelo modo de vida de um grupo de gorilas durante suas pesquisas de campo. Entretanto, a história começa com ele sendo preso, acusado de assassinato. O roteiro é todo construído em torno de mostrar por que houve o assassinato e qual a relação disso com a mudança de vida do cara.
Será que viver com gorilas o tornou mais violento? Selvagem?
Ao longo da história vemos que talvez seja o contrário. O Dr. Ethan Powel percebe que esses símios vivem de forma harmônica entre si e com o ambiente, explorando somente de forma sustentável etc. Em contrapartida, entende que o ser humano está longe desse equilíbrio, que foi perdido quando o ser humano deixou as savanas e outros ambientes naturais para construir cidades.
Sinteticamente, é esse o plot, o que permite a Powel fazer várias reflexões sobre como a psicologia do homem da cidade é diferente do homem "selvagem" e, logo, dos gorilas.
No entanto, uma coisa nessa história me incomodou: a ideia de que o homem era melhor quando vivia nas florestas e cavernas, e que os outros primatas mantém esse estilo mais harmonioso. Qualquer pesquisa desmente esse Mito do Bom Selvagem, que vez ou outra pula para fora da tumba de Rousseau e volta a nos iludir.
O plot do filme é super original, pena que -- como muito filme com conceito bom por aí -- no final resumem tudo na ação. To começando a acreditar na dobradinha irmãos Spierig e Ethan Hawke, que também são responsáveis pelo excelente O Predestinado, baseado num conto de Robert Heinlein.
Em Daybreakers somos convidados a imaginar um mundo moldado por vampiros, não por humanos. Dá pra ver que alguns detalhes foram pensados. Como vampiros são alérgicos à radiação ultravioleta, o cotidiano funciona basicamente durante a noite. Os prédios, arranha-céus bizarros de grandes, são interligados por pontes-túneis. Tudo parece mais organizado, mais estruturado. As grandes corporações parecem também bem mais presentes no dia-a-dia.
Pense bem: se essas criaturas da noite fossem a espécie dominante, teríamos um mundo capitalista mais voraz, ou talvez com mais benefícios vindos dessa lógica de mercado, uma vez que teríamos mais disposição pra conduzir os business. O Estado também parece mais controlador -- pelo menos enxergando da ótima que o filme apresenta, com um poderoso aparato governamental de caça aos humanos, em parceria com empresas que tentam trabalhar na criação de sangue sintético, e outras que sequestram humanos e os mantém numa espécie de coma para roubar seu sangue -- uma espécie de versão vampiresca do trabalho escravo de criancinhas chinesas.
Esqueça a visão dos vampiros como criaturas mortas-vivas-demoníacas-desvairadas; nesse filme, vampiros se confudem com grandes homens de negócios, com gentlemen.
Mas esse universo "perfeito" tem um problema: o que fazer quando os humanos entrarem em extinção? Pois esse dia chegou.
O Despertar da Força foi quaaase tudo que eu imaginei que seria.
Tivemos uma boa história que honrou bastante a trilogia original e deixou um pouco de lado aquele estilo for dummies inconfundível da trilogia mais recente.
A química entre os personagens foi inegável.
Saímos do vai-e-vem Sith-Jedi, mas sem eliminar a essência da saga que é os diferentes usos que diferentes grupos podem fazer da Força, inaugurando uma nova dicotomia, um novo vilão -- embora tudo isso remeta a antigas e clássicas questões.
Vimos rostos antigos, também vimos rostos novos e sábios -- e um antigo e também sábio, espera-se.
A fotografia também foi inegavelmente nota 10 -- pelo menos pra olhos leigos como os meus.
Tirei meio ponto na minha avaliação porque alguns pontos no filme me incomodaram, porém. Mas sei que esse foi só o primeiro de uma trilogia, então dá tempo de explorar tudo que não foi explorado nesse primeiro; dá tempo de ir clareando tudo que aconteceu entre os episódios VI e VII.
Mas vamos aos problemas (risco de SPOILERS leves):
1- O fuderoso Cavaleiro Ren que não passou de um leite com pêra. Esperava um vilão mais sombrio, talvez mais maduro. Mas o conflito interior foi interessante. Só achei a propaganda meio enganosa. Mas ok, tá valendo.
2- Jedis e não-jedis hábeis demais no combate com sabre. Nos outros filmes vimos que o treinamento jedi não requer só incremento da sabedoria, o aprimoramento da sensibilidade à Força, mas também de técnicas físicas, digamos assim. O manejo do sabre-de-luz é uma delas. Ser hábil nessa arma não é só uma questão de ter reflexos jedis, mas de saber a técnica do manejo da espada. Isso requer treino! Mas o que vemos é um cara que nem jedi é -- ou seja, sem reflexos acima do normal --, e uma garotinha que embora tenha o talento, nunca manejou uma coisa dessas, dando um baita de um trabalho para um cavaleiro sombrio que, até onde pude entender, recebeu pelo menos algum treinamento. Isso foi meio difícil de engolir, mas vou ser um bom fanboy e aguardar o que J. J. Abrams vai fazer com mais esse arco.
Quando ouvi falar desse filme pela primeira vez, estava sendo anunciado como a história que mostraria a última investigação do personagem, aparentemente uma 'reinvestigação' de um caso que descobre não ter sido corretamente resolvido no passado.
Fiquei empolgado, mas no fundo sabia que isso traria mais do mesmo, só que um Sherlock Holmes idoso tendo que lidar com problemas de memória.
Mas na realidade o filme não é nada disso. Sim, tem alguma investigação, tem algo sobre um caso, mas o que acontece de mais importante ali é a investigação feito em si mesmo.
A plano de fundo da história, mostrando um universo em que tanto Sherlock Holmes existe, quanto o Sherlock personagem dos romances de Watson, dá base para nos questionarmos quem seria esse verdadeiro detetive, como seria a verdadeira pessoa por trás do ofício. Como um indivíduo que se define pelo seu intelecto estaria lidando com a velhice e os problemas cognitivos que vem de bônus?
A ideia do filme é ótima, mas achei que o roteiro poderia ter sido trabalhado para alcançar uma história mais ambiciosa. Um filme com ótimas atuações e uma fotografia digna do Condado poderia ter oferecido mais. Mas foi ótimo no que se propôs a fazer.
Conspiração e Poder
3.7 108 Assista AgoraGrandes filmes jornalísticos são como grandes biografias escritas por jornalistas, como Walter Isaacson. Vc fica inspirado pelo trabalho de pesquisa minucioso, coleta de evidências. É como uma pesquisa acadêmica, no sentido operacional da coisa. Às vezes verdades inconvenientes podem surgir.
Enfim, fiquei extasiado com esse filme foda.
O Mestre dos Gênios
3.5 95 Assista AgoraAinda não li nenhum livro dos grandes gênios literários mostrados no filme. Mas não foi por falta de vontade, mas talvez por não colocarmos numa ordem justa de prioridade em relação aos trocentos calhamaços que planejo ler antes de morrer.
De qualquer forma, lendo qualquer livro bom de verdade, sempre me perguntei o papel do editor em todo sucesso das prateleiras, já que não são raros os autores que colocam dedicatórias para seus agentes literários em suas obras.
Coincidentemente, tenho na minha estante de livros ainda não lidos, um exemplar da biografia sobre ninguém menos que Perkins. FIQUEI ANIMADÍSSIMO!
O filme mostra que muitas vezes um bom editor atua como se fosse um bom cavaleiro. Ele doma o cavalo, torna o cavalo cavalgável, mas não retira sua beleza, seu brilho nem sua originalidade.
OBS: Como diabos a Nicole Kidman consegue permanecer tão linda e jovem mesmo aos 49 anos?
Animais Fantásticos e Onde Habitam
4.0 2,2K Assista AgoraFilme redondo pra matar a saudade de Harry Potter e ainda nos introduzir de forma muito elegante e simples (mas não simplória) ao passado tantas vezes mencionado sutilmente nas aventuras do HP.
O Fabuloso Destino de Amélie Poulain
4.3 5,0K Assista AgoraArtisticamente é um filme muito bom. É como uma peça de teatro. Mas pra mim o destaque parou aí.
Doutor Estranho
4.0 2,2K Assista AgoraAlguém anotou a placa do roteiro?
Brincadeira. Até que curti o filme. Mas convenhamos que uma temática tão nova na Marvel merecia um filme com umas 2h30 e uma gênese mais explorada.
O Contador
3.7 647 Assista AgoraVi opiniões muito divididas sobre esse filme. Alguns estavam falando que é uma homenagem aos autistas, às potencialidades deles, às vezes inexploradas. Outros já falavam que essa é uma homenagem que deu completamente errado, com um menino autista com um pai insano que vem com uns papos e métodos muito duvidosos pra cima do moleque.
Eu preferi enxergar apenas um filme, sem pensar se ele foi feito em honra de algum grupo específico.
E como filme eu achei tudo bem interessante e envolvente. Talvez eu tenha me perdido nas vezes em que tentam explicar a parte específica de como o protagonista trabalha como contador e sua relação com negócios um tanto ilícitos.
Esse filme foi uma boa renovação do gênero thriller policial.
Max e a Vida Boa
3.1 25A música (foda) e o mini clipe do início resumem todo o filme.
Agora, o James Franco realmente tem o QI de gênio? dafuq
O Homem nas Trevas
3.7 1,9K Assista AgoraNão via um filme claustrofóbico assim há tempos.
De início achei que seria o velho clichê do coroa ex-fuzileiro, aposentado, mas bom de porrada e cheio dos sistemas de segurança ninja. Mas felizmente o filme entre algo bem mais realista que isso, algo bem menos "limpo".
Curti.
Esquadrão Suicida
2.8 4,0K Assista AgoraVamos começar logo pelo principal:
O que fuckin' diabos deu nos roteiristas, produtores, no Jared Leto pra fazer esse Coringa P.I.M.P. cheio de tatuagem e com barriga tanquinho que só faltava entrar em cena cantando "Baby, baby, baby ohhhhhhhh" do Justin Bieber?
Porra, o cara é um rapper, usa até aquelas dentaduras coloridas. Só falta o boné de aba reta.
Sério, se é assim que estão tentando reformular o conceito do personagem...não funcionou.
Dito isso, vamos ao roteiro.
O filme começa bem. O tom tá sombrio, a ideia inicial começa a fazer algum sentido. Estamos num universo marcado pelo aparecimento de uma divindade, o Superman. Mas ele morreu, então os governos estão loucos pra (1) se prevenir de um outro super-ser que possa vir do espaço com intenções não tão amigáveis e (2) criar sua própria milícia de humanos de destruição em massa antes que outros países o façam e comecem a usá-los.
É uma nova corrida armamentista.
Mas tudo começa a cheirar mal quando é repetido umas 3 vezes em meia hora de filme que a tal milícia vai ser criada pra tentar lutar contra esse super-ser vindouro. PORRA, JURA QUE ESSE É O CONCEITO POR TRÁS DE UM ESQUADRÃO COM UM ÚNICO SUPER-SER QUE É AQUELA BRUXA? O Superman ou qualquer kryptoniano faria picadinho de qualquer um ali. Não adiantaria nem se a Arlequina aparecesse rebolando com um taco de baseball na mão. Mas ok, prossigamos.
A bruxa é um baita problema, apesar de ter começado como um dos pontos interessantes do filme. Seu aparecimento lendário e sombrio se misturando hoje ao mundo moderno foi legal.
Mas que porra de plot foi esse em que ela liberta o irmão e decide dominar o mundo e criar uma máquina? Sério, não entendi a motivação do personagem, e não entendi como diabos os membros mais humanos do Esquadrão poderiam detê-la. Como eles acharam que iam conseguir?
Mano, era uma maluca com um porrete, um atirador, um demônio-mutante que taca fogo, um cara que lance bumerangues e um milico.
Ah, e tinha também uma japonesa que entrou DO NADA no filme, e que foi absolutamente desnecessária em todo o filme.
Tirando isso, que é quase todo o filme, minha nota é 1,5 só porque eu amei a trilha sonora, colocando de Eminem a John Forgety, e porque achei que o Pistoleiro e a Arlequina salvaram o dia.
As piadas também são muito legais, então em relação a isso o filme é ótimo.
Shelley
3.0 66É o que algumas pessoas já falaram: filmes escandinavos tem uma coisa especial, ainda mais quando resolvem ser sinistros. Pode ser o clima frio, aquela sensação auditiva de silêncio sepulcral. Sei lá.
Só sei que esse filme é bem macabro. Homenagem clara a O Bebê de Rosemary, mas com um estilo diferente em vários sentidos. Algo mais nas entrelinhas, mais no não dito. Muito bom.
Rua Cloverfield, 10
3.5 1,9KO título me fez relembrar um filme que saiu há anos atrás: Cloverfield - Monstro.
No entanto, esse parece abordar uma história diferente, também sem manter o estilo câmera amadora.
Uma jovem sofre um acidente e fica desacordada. Ao recobrar a consciência, se vê trancada numa espécie de bunker criado por um estranho duvidoso, com ideias conspiratórias loucas sobre o fim do mundo. Parte do suspense do filme se sustenta pela dúvida gerada pelas intenções do personagem. Ele é só um louco adepto de teorias da conspiração ou realmente ocorreu um evento de proporções apocalípticas que obrigou os mais espertos a se esconderem?
O roteiro é feito com uma trama dentro da trama, o que torna o suspense bem interessante.
Um dos pontos negativos foi a relação com o título. Por que não houve nenhuma referência a Cloverfield? O nome foi por acaso?
O Encontro
2.6 44 Assista AgoraAcho que nunca vi um filme com Richard Gere sendo tão bom ator.Talvez porque esse deu oportunidade para tal, imagino.
A história basicamente fala de um morador de rua em seu cotidiano e seu conflito interno com os dramas familiares do passado que de alguma forma estão conectados com seu estado atual nas ruas de Nova York. Entre as idas e vindas de sem-teto, tenta se reaproximar de sua filha, que não parece querer contato de jeito nenhum.
Vi algumas pessoas aqui falando do ritmo arrastado. Ora, a ideia é mostrar o mais realista possível como é a vida de um mendigo. Um dos recursos usados é a sensação de mesmice, de tempo que passa monotonamente, sem altos e baixos, sem empolgação e sem nada o que esperar a não ser a eterna luta pela sobre vivência -- e pelo sono tranquilo.
Dois pontos adicionais que me chamaram atenção:
(i) A civilização é um avanço tremendo na história humana, mas desde que as primeiras grandes sociedades surgiram (ex: sumérios), tivemos que conviver lado a lado com o progresso e as boas condições de vida e com aqueles que por algum motivo não conseguiram se misturar no sistema. É triste ver pessoas, cada uma com sua história, seus sonhos, seu passado, se ver marginalizada, excluída.
(ii) Distância e ódio entre pais e filhos. Pra mim isso é verdadeiramente tocante. É triste se colocar no lugar de um pai (podia ser uma mãe também, óbvio), que viu seu filho nascer, fez planos, criou sonhos, e no futuro se vê em guerra ou desprezado por essa pessoa que ele ajudou a gerar. E para a filha, também deve ser extremamente triste. O pai, que é um dos nossos modelos quando somos crianças, nos decepcionar a ponto de criar barreiras intransponíveis.
Enfim, nota 10. Cinco estrelas.
A Lenda de Tarzan
3.1 793 Assista AgoraSe o filme tivesse se mantido no mesmo do início, eu daria 5 estrelas. Mas não é bem o que acontece.
Parecia que haveria uma reformulação da lenda do Tarzan. Quando apareceu o Alexander Skarsgård, como um nobre, mas com os indícios de seu antigo eu, fiquei realmente empolgado. O roteiro parecia almejar uma abordagem mais realista, mas ela não se manteve.
Do realismo retratado nos trejeitos e numa estrutura óssea modificada pela infância se desenvolvendo numa floresta selvagem, vemos surgir os elementos da lenda tradicional num contexto, agora, não muito propício: lutas com gorilas, músculos de aço (ok, podemos fechar os olhos a esse elemento), comunicação com outras espécies. Enfim, esses últimos achei bem dispensável dado o contexto que parecia estar sendo construído.
Maaaaas...tirando essa parte mais exigente, o filme é uma ótima diversão. Temos inclusive Samuel L. Jackson.
A Bruxa
3.6 3,4K Assista AgoraVou resistir à tentação de explicar as críticas negativas desse filme com o clássico chavão messiânico "Deus, perdoai-vos, eles não sabem o que fazem" ou qualquer coisa do tipo que diga que esse filme não é um terror preparado pra sensibilizar a massa e o intelecto mediano -- até porque gosto é em parte uma questão estática também.
A bizarrice de The Witch depende muito mais do clima e da engenhosidade dos simples detalhes dos elementos do roteiro e das cenas do que sangue 'groselhesco' sendo borrifado na cara do telespectador.
Black Philip, Black Philip...
Bom, de qualquer forma, o contexto do filme é especial por mostrar a atmosfera da época.
Mesmo após a Idade Média, muitos lugares na Europa (e nos EUA) continuaram vivendo com base na religião. Não era da maneira como entendemos hoje. A existência de demônios, a coisificação da escuridão e da noite, a presença de anjos e de Deus era algo concreto pra mentalidade da época. Pessoas e animais possuídos eram uma realidade presente.
Como será que era o cotidiano de uma família vivendo em condições adversas, num zeitgeist que colocava qualquer tentativa de explicação no campo religioso?
Rebirth
2.2 149 Assista AgoraNão sei se fui otimista demais por se tratar da Netflix, que tem uma procedência de qualidade inquestionável, se eu vi um aleatório e vi desenhos em nuvens ou se realmente o filme é bom.
O filme é uma crítica muito interessante a essas empresas de marketing multinível, que fazem seus associados consumirem e venderem todos o produtos da empresa, dos pés à cabeça. Que contam história gloriosas de vitória e enriquecimento, de oportunidades infinitas de crescimento.
Adicionalmente, e antes disso, considerando a cronologia do filme, a ideia do renascimento remete à primeira parte, que parece conduzir o protagonista a contextos que inevitavelmente o levam a se comportar de maneira inédita. Isso o transforma em outra pessoa, ou no mínimo abre um mundo de possibilidades que antes não existia -- sendo elas boas ou ruins.
Promessas de Guerra
3.5 117 Assista grátisQuando terminei de ver me liguei que era Hussell Crowe também na direção. Pelo visto, temos aí mais um próspero diretor-ator embarcando.
O filme foi bastante bem construído e apesar da premissa simples acaba causando uma conexão emocional de fato.
Também gostei da referência-cópia-inspiração-homenagem a clássicos como Dança com Lobos e O Último Samurai, que são feitos com famosa e eficiente fórmula de colocar uma pessoa "inocente" em meio a uma guerra aparentemente terminada, de início hostil ao desconhecido (exército inimigo) pra depois ver que eles são nada mais que humanos também, chegando ao nível de se apaixonar pelos costumes alheios.
Ah lembrei que Avatar era o filme mais recente a usar isso.
OBS: curti o chapéu australiano do Conner.
Batman vs Superman - A Origem da Justiça
3.4 5,0K Assista AgoraAchei bem acima do esperado. Da forma como os trailers tem iludido os cinéfilos ultimamente -- ou entregando plots ocultos e importantes de cara -- pensei que a parte mais interessante da trama, a construção da oposição entre Batman e Superman fosse ocupar uns 30 minutos de filme. Para minha surpresa, o filme é realmente embasado inteiramente nesse embate, não necessariamente montado só em cima de ação.
Se eu pudesse levantar dois elementos principais nesse filme diria que o primeiro foi a direção acertada do Zack Snyder. O cara conseguiu traduzir para a telona perfeitamente o aspecto misterioso e grandioso da figura do Superman. Quando vc olha as cenas com o azulão consegue perceber que ele REALMENTE é um ser poderoso e invulnerável, que é uma espécie de divindade ou de ser superior de alguma forma, tanto em caráter quanto em materialidade.
Com o Batman posso dizer algo parecido.
Primeiro: mordi a língua com meu ceticismo em relação ao Ben Affleck. O cara ficou muito bom como Bruce Wayne. Você percebe que existe uma grande dor por trás daquela seriedade e comprometimento. O cara é sombrio e vemos uma boa parte do Batman super-detetive dos quadrinhos.
Segundo: foi o Batman mais porradeiro que já vi. Não querendo gerar oposição entre o do Chris Nolan, que foi excelente e também gerou excelentes cenas de luta muito bem justificadas, mas o do Snyder tem mais mobilidade e faz bem mais o tipo quadrinhos e Arkham Asylum, por exemplo.
Além disso, foi muito legal dar certo foco (assim como Nolan fez em alguns momentos principalmente de Batman Begins) em como o Batman era visto de fora. O cara aparece quase literalmente como uma sombra, você quase acredita que ele é um demônio, como diz o povo de Gotham.
Agora vamos aos PONTOS NEGATIVOS:
Sabíamos desde o início que a Warner estava investindo num milagre ao tentar iniciar o plot da Liga da Justiça nesse filme. Muitos personagens precisaram ser citados e a própria história inicial que conecta O Homem de Aço e Batman vs Superman acabou ficando espremida pra dar espaço de, se não me engano depois de quase uma hora de filme, realmente diminuir o ritmo e começar a trabalhar no roteiro do filme atual.
Antes é tudo muito corrido. Vc pisca e o Superman está indo depois, pisca de novo e o Batman tá resolvendo sei lá o que em sei lá qual lugar.
Isso sem mencionar aquela cena pipocada DO NADA com o Flash aparecendo. Tenho suspeitas de que foi acrescentada depois do filme pronto. Foi uma boa cena, achei mega empolgante, mas ficou totalmente solta no filme. SOLTA MESMO! No tempo e no espaço!
Esse ritmo tosco do início aparece também em Homem de Aço. É bom relembrar que a primeira uma hora de filme parece mais um trailer gigante, até culminar no Clark entrando na nave kryptoniana e saindo de lá vestido, com cabelo penteado e barba feita e tudo.
Não sei até que ponto isso é culpa do roteiro, da direção ou sei lá do que mais.
Acho que isso é tudo que posso dizer sem soltar spoiler.
Deadpool
4.0 3,0K Assista AgoraGarantido o lugar cativo na arquibancada dos melhores filmes da Marvel. Ao lado estão X-Men 2, First Class 1 e 2, Guardiões da Galáxia, Homem de Ferro e Capitão América - O Soldado Invernal. Mas se eu fosse faz um ranking mesmo desconfio que Deadpool ganhasse o primeiro lugar brincando.
Perdido em Marte
4.0 2,3K Assista AgoraAchei esse filme maravilhoso. Só não é melhor que o livro, que atinge níveis orgásmicos de hard science. As atuações também estão bem legais.
Enfim, é um filme que fala sobretudo da cooperação singular que existe dentro do trabalho científico, além da missão de salvar um astronauta perdido em outro planeta -- uma situação singular que com certeza despertaria a compaixão e senso de cooperação de qualquer ser humano normal. Enfim, tudo isso foi suficiente para ignorarmos a burocracia e a politicagem envolvida em operações que envolvem agências governamentais e ações internacionais.
Só não entendi por que teve tanta gente não gostando do filme, sob a alegação de que o roteiro deveria ter problematizado a relação EUA-China, ou que o filme pecou por mais uma vez colocar os americanos como os salvadores.
Cara, qual parte você não entendeu de que, na vida real, os programas espaciais mais bem-sucedidos são os dos americanos, chineses, e talvez o dos russos? Não cairia bem um fuckin' astronauta iraniano.
O Regresso
4.0 3,5K Assista AgoraQue filme incrível!
Em dúvida aqui sobre quem merecia mais um Oscar, Tom Hardy ou DiCaprio.
Instinto
3.8 202Um ótimo filme -- o que eu já sabia que seria ao ver Anthony Hopkins no elenco!
Resumidamente, Hopkin interpreta um antropólogo e primatólogo que é seduzido pelo modo de vida de um grupo de gorilas durante suas pesquisas de campo. Entretanto, a história começa com ele sendo preso, acusado de assassinato. O roteiro é todo construído em torno de mostrar por que houve o assassinato e qual a relação disso com a mudança de vida do cara.
Será que viver com gorilas o tornou mais violento? Selvagem?
Ao longo da história vemos que talvez seja o contrário. O Dr. Ethan Powel percebe que esses símios vivem de forma harmônica entre si e com o ambiente, explorando somente de forma sustentável etc. Em contrapartida, entende que o ser humano está longe desse equilíbrio, que foi perdido quando o ser humano deixou as savanas e outros ambientes naturais para construir cidades.
Sinteticamente, é esse o plot, o que permite a Powel fazer várias reflexões sobre como a psicologia do homem da cidade é diferente do homem "selvagem" e, logo, dos gorilas.
No entanto, uma coisa nessa história me incomodou: a ideia de que o homem era melhor quando vivia nas florestas e cavernas, e que os outros primatas mantém esse estilo mais harmonioso. Qualquer pesquisa desmente esse Mito do Bom Selvagem, que vez ou outra pula para fora da tumba de Rousseau e volta a nos iludir.
2019: O Ano da Extinção
3.0 808O plot do filme é super original, pena que -- como muito filme com conceito bom por aí -- no final resumem tudo na ação. To começando a acreditar na dobradinha irmãos Spierig e Ethan Hawke, que também são responsáveis pelo excelente O Predestinado, baseado num conto de Robert Heinlein.
Em Daybreakers somos convidados a imaginar um mundo moldado por vampiros, não por humanos. Dá pra ver que alguns detalhes foram pensados. Como vampiros são alérgicos à radiação ultravioleta, o cotidiano funciona basicamente durante a noite. Os prédios, arranha-céus bizarros de grandes, são interligados por pontes-túneis. Tudo parece mais organizado, mais estruturado. As grandes corporações parecem também bem mais presentes no dia-a-dia.
Pense bem: se essas criaturas da noite fossem a espécie dominante, teríamos um mundo capitalista mais voraz, ou talvez com mais benefícios vindos dessa lógica de mercado, uma vez que teríamos mais disposição pra conduzir os business. O Estado também parece mais controlador -- pelo menos enxergando da ótima que o filme apresenta, com um poderoso aparato governamental de caça aos humanos, em parceria com empresas que tentam trabalhar na criação de sangue sintético, e outras que sequestram humanos e os mantém numa espécie de coma para roubar seu sangue -- uma espécie de versão vampiresca do trabalho escravo de criancinhas chinesas.
Esqueça a visão dos vampiros como criaturas mortas-vivas-demoníacas-desvairadas; nesse filme, vampiros se confudem com grandes homens de negócios, com gentlemen.
Mas esse universo "perfeito" tem um problema: o que fazer quando os humanos entrarem em extinção? Pois esse dia chegou.
Star Wars, Episódio VII: O Despertar da Força
4.3 3,1K Assista AgoraO Despertar da Força foi quaaase tudo que eu imaginei que seria.
Tivemos uma boa história que honrou bastante a trilogia original e deixou um pouco de lado aquele estilo for dummies inconfundível da trilogia mais recente.
A química entre os personagens foi inegável.
Saímos do vai-e-vem Sith-Jedi, mas sem eliminar a essência da saga que é os diferentes usos que diferentes grupos podem fazer da Força, inaugurando uma nova dicotomia, um novo vilão -- embora tudo isso remeta a antigas e clássicas questões.
Vimos rostos antigos, também vimos rostos novos e sábios -- e um antigo e também sábio, espera-se.
A fotografia também foi inegavelmente nota 10 -- pelo menos pra olhos leigos como os meus.
Tirei meio ponto na minha avaliação porque alguns pontos no filme me incomodaram, porém. Mas sei que esse foi só o primeiro de uma trilogia, então dá tempo de explorar tudo que não foi explorado nesse primeiro; dá tempo de ir clareando tudo que aconteceu entre os episódios VI e VII.
Mas vamos aos problemas (risco de SPOILERS leves):
1- O fuderoso Cavaleiro Ren que não passou de um leite com pêra. Esperava um vilão mais sombrio, talvez mais maduro. Mas o conflito interior foi interessante. Só achei a propaganda meio enganosa. Mas ok, tá valendo.
2- Jedis e não-jedis hábeis demais no combate com sabre. Nos outros filmes vimos que o treinamento jedi não requer só incremento da sabedoria, o aprimoramento da sensibilidade à Força, mas também de técnicas físicas, digamos assim. O manejo do sabre-de-luz é uma delas. Ser hábil nessa arma não é só uma questão de ter reflexos jedis, mas de saber a técnica do manejo da espada. Isso requer treino! Mas o que vemos é um cara que nem jedi é -- ou seja, sem reflexos acima do normal --, e uma garotinha que embora tenha o talento, nunca manejou uma coisa dessas, dando um baita de um trabalho para um cavaleiro sombrio que, até onde pude entender, recebeu pelo menos algum treinamento. Isso foi meio difícil de engolir, mas vou ser um bom fanboy e aguardar o que J. J. Abrams vai fazer com mais esse arco.
Sr. Sherlock Holmes
3.8 329 Assista AgoraQuando ouvi falar desse filme pela primeira vez, estava sendo anunciado como a história que mostraria a última investigação do personagem, aparentemente uma 'reinvestigação' de um caso que descobre não ter sido corretamente resolvido no passado.
Fiquei empolgado, mas no fundo sabia que isso traria mais do mesmo, só que um Sherlock Holmes idoso tendo que lidar com problemas de memória.
Mas na realidade o filme não é nada disso. Sim, tem alguma investigação, tem algo sobre um caso, mas o que acontece de mais importante ali é a investigação feito em si mesmo.
A plano de fundo da história, mostrando um universo em que tanto Sherlock Holmes existe, quanto o Sherlock personagem dos romances de Watson, dá base para nos questionarmos quem seria esse verdadeiro detetive, como seria a verdadeira pessoa por trás do ofício. Como um indivíduo que se define pelo seu intelecto estaria lidando com a velhice e os problemas cognitivos que vem de bônus?
A ideia do filme é ótima, mas achei que o roteiro poderia ter sido trabalhado para alcançar uma história mais ambiciosa. Um filme com ótimas atuações e uma fotografia digna do Condado poderia ter oferecido mais. Mas foi ótimo no que se propôs a fazer.