O roteiro do filme deve ser confuso para quem não conhece os detalhes da história. Temos apenas flashbacks a respeito de certos momentos-chave do passado de Jeffrey e o filme, como um todo, é centrado em um ou dois crimes.
O grande problema com o filme é que a maioria do que é mostrado, aconteceu de forma muito diferente.
Vou passar algum tempo debatendo a honestidade deste filme. Ou seja, se ele foi feito com a intenção de mostrar o drama real de um casal de idosos ao enfrentar as dificuldades crescentes impostas pelo avanço progressivo de uma doença com o decorrer dos dias, ou se a intenção foi apenas facilmente sensibilizar o espectador através de um roteiro cuja fórmula é garantia de espremer lágrimas de quem o assiste.
De todas formas, Emmanuelle (lindíssima aos 85 anos) e Trintignant se sobressaem nas interpretações lancinantemente convincentes. A direção que (bem) se utiliza de planos longos e cores frias, concede ao filme um caráter outonal, que casa perfeitamente com o roteiro.
O Sinal da Cruz concluiu a trilogia de filmes bíblicos feitos por DeMille. O filme tira bom proveito do fato de sido feito numa Hollywood Pre-Code. As cenas com os leões e, em geral, todas as que envolvem a execução dos cristãos foram muito bem feitas, beirando a um realismo assustador. Frederic March fantástico,
Seria um filme interessante se não fosse tão pretencioso. Sokurov pecou ao querer fazer um longa em uma única tomada, e o resultado final é um filme belo em imagem, mas vazio em conteúdo. Um museu por onde desfilam os fantasmas da história russa, mas que acabam fazendo parte de um filme sobre coisa nenhuma.
Quem gostou do filme, leia Memória da Casas dos Mortos, do Dostoiévski. O livro retrata o período em que ele foi condenado a trabalhos forcados na Sibéria por 10 anos. Posteriormente, Dostoiévski escreveu a respeito e faz uma análise muito boa a respeito do sistema penitenciário, e dadas as diferenças de época e penalidades, é um livro muito bom pra entender a questão toda.
Antes de comentar este filme, preciso resumir a história do terror como gênero do cinema para contextualizar melhor a situação:
* Década de 20 - na Alemanha foram feitos dois filmes que praticamente deram origem ao gênero: o expressionista O Gabinete do Dr. Caligari e Nosferatu, filmes que lidavam com o sobrenatural. Já nos EUA da metade da década, os filmes de terror eram feitos com base em deformidades físicas, como O Corcunda de Notre Dame e O Fantasma da Opera.
* Década de 30 - o som chega aos filmes. Estamos na década dos filmes de monstros. Entre os filmes mais importantes estão Drácula, Frankenstein, A Múmia e O Médico e o Monstro.
* Década de 40 - Com o sucesso de filmes como O Lobisomen, os estúdios criaram uma fórmula onde vários monstros apareciam juntos, Dracula, Frankenstein, a Múmia, etc...
* Década de 50 - Depois da 2ª Guerra Mundial, filmes de monstros deixaram de ter apelo ao público, o medo da energia atômica tomou conta das populações e isso foi refletido também no cinema produzido na década, que se caracterizou pela enorme quantidade de "B movies". Monstros frutos de experiências em laboratório, mutados pela energia nuclear e invações alienígenas. Foi a década das mutações gigante, enfim.
Invasion of the Body Snatchers, feito em 1956, está dentro da categoria de filmes que refletia o medo da energia nuclear, das mutações e das invasões alienígenas ao mesmo tempo.
No entando, ainda permanece a ideia de que o filme tenha várias mensagens políticas escondidas, refletindo o temor americano com o comunismo. Porém, deve-se apreciar as obras de arte pelo que elas são, não procurando significados inexistentes ou supostamente escondidos.
Essa paranóia da crítica, tanto literária quanto cinematográfica, de tentar achar alegorias ou metáforas por trás das coisas mais banais é ridícula. O que o autor quis dizer é totalmente irrelevante, o que importa é o que foi dito.
Chegando nesse ponto, devo dizer que o produtor do filme negou, inúmeras vezes, que tanto a obra cinematográfica quanto a peça que lhe deu origem, tenham qualquer significância política.
O filme é pura e simplesmente um thriller que reflete uma época na história americana onde a presença do tema nuclear estava presente. Nada mais.
Trata-se de uma análise sociológica que mostra que a forma pela qual vemos o mundo é fruto de experiências de troca. Para os três filhos criados isoladamente do mundo, o mundo é a casa onde vivem, ou seja, um microcosmos onde a realidade é aquilo que é permitido que seja real pelos pais.
Extremamente interessante do ponto de vista da sociologia e antropologia.
As atuações "robóticas" corroboram a forma pela qual as crianças aprenderam a se comunicar, através de fitas em um gravador. O ritmo do filme é perfeito.
Vai demorar um pouco pra eu conseguir processar tudo o que esse filme me causou. Extremamente impactante e comovedor. Um retrato da opressão em que vive, ainda, a mulher de origem islâmica, sempre sob o jugo machista de uma sociedade patriarcal e falocêntrica.
O filme nos mostra, também, como os homens são pressionados pela própria sociedade da qual fazem parte, a serem o que são. É uma análise crua de uma situação bastante complicada.
Adaptar O Processo para o cinema demandou que Orson Welles fizesse algumas alterações pontuais na cronologia dos acontecimentos do livro de Kafka. Mas, deve-se levar em conta o fato de O Processo ser uma obra inacabada, ainda que contenha um capítulo que leve o romance ao fim. Portanto, algumas mudanças deviam ser feitas a fim de que o filme tivesse um sentido maior para o público que não leu o livro.
O Processo foi escrito entre 1914 e 1915 por um Kafka atormentado por problemas pessoais e enfrentando crises de criatividade e depressão, e não foi publicado senão dez anos após ter sido escrito, em 1925, após a morte de seu autor, por Max Brod, amigo de Kafka, que recebeu os manuscritos originais um ano antes de sua morte. Kafka, porém, havia advertido Max Brod que queimasse tudo o que ele havia escrito.
O grande problema na continuidade de O Processo, o livro, está no fato de que Kafka, ao escrever os capítulos, não os enumerou e deixou muitos inacabados.
Personagens que aparecem e desaparecem do nada são constantes no estilo kafkaniano, mas aqui os encontramos pela falta de motivação do autor em continuar escrevendo. Um dos melhores capítulos da obra, que envolve o comerciante Block, simplesmente acaba do nada, deixando o leitor na expectativa do que viria a se desenrolar. Max Brod, de posse dos manuscritos originais, então, tomou para si a tarefa de enumerar os capítulos, e publicou a obra quando considerou satisfatório o material existente e reunido.
A obra literária é composta de dez capítulos e normalmente segue a cronologia estabelecida por Brod. Orson Welles, no entando, reorganizou alguns desses capítulos e a ordem dos fatos para conseguir uma obra mais consistente, seguindo aquilo que algumas correntes da crítica literária consideram como a ordem mais correta.
Algumas cenas são extremamente fieis ao livro, como a que envolve o comerciante Block, outras podem deixar o espectador que não leu o livro bastante confuso. Numa análise geral, Orson Welles fez um bom trabalho na adaptação para o cinema de uma das melhores obras da literatura mundial contemporânea, apesar de ter – inexplicavelmente – alterado seu final.
Porém, a interpretação de Anthony Perkins deixa a desejar. Perkins oscila durante o filme, não conseguindo uma caracterização firme de Josef K., ainda que se considere que o personagem passa por diversas mudanças de personalidade conforme se desenvolvem os acontecimentos.
Filme bem despretencioso, mas que acaba se tornando inesquecível por inúmeros pequenos detalhes. Sean Penn absolutamente monstro na interpretação desse híbrido entre Ozzy e Robert Smith. O roteiro, apesar de ter problemas em algumas áreas e quanto a alguns núcleos de personagens, consegue se firmar como uma peça sólida, graças às falas de Cheyenne. Quem diria que a mistura de um astro decadente e infantil do pop/rock com a caça a um criminoso nazista poderia resultar em um bom filme?
2 Filhos de Francisco
3.0 816 Assista AgoraMasturbação do ego. Me recuso.
Glória Feita de Sangue
4.4 448 Assista AgoraNão existem vencedores numa guerra.
Dahmer: O Canibal de Milwaukee
3.0 14Pouquissimo fiel aos fatos.
Dahmer - Mente Assassina
2.6 75O roteiro do filme deve ser confuso para quem não conhece os detalhes da história. Temos apenas flashbacks a respeito de certos momentos-chave do passado de Jeffrey e o filme, como um todo, é centrado em um ou dois crimes.
O grande problema com o filme é que a maioria do que é mostrado, aconteceu de forma muito diferente.
Amor
4.2 2,2K Assista AgoraVou passar algum tempo debatendo a honestidade deste filme. Ou seja, se ele foi feito com a intenção de mostrar o drama real de um casal de idosos ao enfrentar as dificuldades crescentes impostas pelo avanço progressivo de uma doença com o decorrer dos dias, ou se a intenção foi apenas facilmente sensibilizar o espectador através de um roteiro cuja fórmula é garantia de espremer lágrimas de quem o assiste.
De todas formas, Emmanuelle (lindíssima aos 85 anos) e Trintignant se sobressaem nas interpretações lancinantemente convincentes. A direção que (bem) se utiliza de planos longos e cores frias, concede ao filme um caráter outonal, que casa perfeitamente com o roteiro.
Num Lago Dourado
3.9 77 Assista AgoraExtremamente delicado e belo. Um dos filmes que me fizeram chorar até que meus olhos doessem e minha alma me fosse leve.
O Sinal da Cruz
4.0 16O Sinal da Cruz concluiu a trilogia de filmes bíblicos feitos por DeMille. O filme tira bom proveito do fato de sido feito numa Hollywood Pre-Code. As cenas com os leões e, em geral, todas as que envolvem a execução dos cristãos foram muito bem feitas, beirando a um realismo assustador. Frederic March fantástico,
Arca Russa
4.0 182Seria um filme interessante se não fosse tão pretencioso. Sokurov pecou ao querer fazer um longa em uma única tomada, e o resultado final é um filme belo em imagem, mas vazio em conteúdo. Um museu por onde desfilam os fantasmas da história russa, mas que acabam fazendo parte de um filme sobre coisa nenhuma.
Shortbus
3.7 548A angústia e o sentimento de não merecimendo de amor do James me representam tão bem… Não deveria ser assim.
Anatomia do Inferno
2.8 67As pesssoas precisam parar de interpretar obras de ficção como visões de seus autores. A maioria que comentou aqui não entendeu NADA do filme.
Não Estou Lá
3.9 497 Assista AgoraPra entender o filme é preciso conhecer um pouco da carreira do Dylan. Ou seja, pros fãs, é um prato cheio.
A Volta dos Mortos Vivos 3
3.1 163Horrível, horrível, horrível!
Scum
3.9 14Quem gostou do filme, leia Memória da Casas dos Mortos, do Dostoiévski. O livro retrata o período em que ele foi condenado a trabalhos forcados na Sibéria por 10 anos. Posteriormente, Dostoiévski escreveu a respeito e faz uma análise muito boa a respeito do sistema penitenciário, e dadas as diferenças de época e penalidades, é um livro muito bom pra entender a questão toda.
O Processo de Joana D'arc
4.0 19Meu preferido do Bresson.
O Sol É Para Todos
4.3 414 Assista AgoraFotografia belíssima, direção fantástica, atuações brilhantes. Um filme impecável.
Vampiros de Almas
3.9 157Antes de comentar este filme, preciso resumir a história do terror como gênero do cinema para contextualizar melhor a situação:
* Década de 20 - na Alemanha foram feitos dois filmes que praticamente deram origem ao gênero: o expressionista O Gabinete do Dr. Caligari e Nosferatu, filmes que lidavam com o sobrenatural. Já nos EUA da metade da década, os filmes de terror eram feitos com base em deformidades físicas, como O Corcunda de Notre Dame e O Fantasma da Opera.
* Década de 30 - o som chega aos filmes. Estamos na década dos filmes de monstros. Entre os filmes mais importantes estão Drácula, Frankenstein, A Múmia e O Médico e o Monstro.
* Década de 40 - Com o sucesso de filmes como O Lobisomen, os estúdios criaram uma fórmula onde vários monstros apareciam juntos, Dracula, Frankenstein, a Múmia, etc...
* Década de 50 - Depois da 2ª Guerra Mundial, filmes de monstros deixaram de ter apelo ao público, o medo da energia atômica tomou conta das populações e isso foi refletido também no cinema produzido na década, que se caracterizou pela enorme quantidade de "B movies". Monstros frutos de experiências em laboratório, mutados pela energia nuclear e invações alienígenas. Foi a década das mutações gigante, enfim.
Invasion of the Body Snatchers, feito em 1956, está dentro da categoria de filmes que refletia o medo da energia nuclear, das mutações e das invasões alienígenas ao mesmo tempo.
No entando, ainda permanece a ideia de que o filme tenha várias mensagens políticas escondidas, refletindo o temor americano com o comunismo. Porém, deve-se apreciar as obras de arte pelo que elas são, não procurando significados inexistentes ou supostamente escondidos.
Essa paranóia da crítica, tanto literária quanto cinematográfica, de tentar achar alegorias ou metáforas por trás das coisas mais banais é ridícula. O que o autor quis dizer é totalmente irrelevante, o que importa é o que foi dito.
Chegando nesse ponto, devo dizer que o produtor do filme negou, inúmeras vezes, que tanto a obra cinematográfica quanto a peça que lhe deu origem, tenham qualquer significância política.
O filme é pura e simplesmente um thriller que reflete uma época na história americana onde a presença do tema nuclear estava presente. Nada mais.
Dente Canino
3.8 1,2K Assista AgoraTrata-se de uma análise sociológica que mostra que a forma pela qual vemos o mundo é fruto de experiências de troca. Para os três filhos criados isoladamente do mundo, o mundo é a casa onde vivem, ou seja, um microcosmos onde a realidade é aquilo que é permitido que seja real pelos pais.
Extremamente interessante do ponto de vista da sociologia e antropologia.
As atuações "robóticas" corroboram a forma pela qual as crianças aprenderam a se comunicar, através de fitas em um gravador. O ritmo do filme é perfeito.
A Estrangeira
4.2 66Vai demorar um pouco pra eu conseguir processar tudo o que esse filme me causou. Extremamente impactante e comovedor. Um retrato da opressão em que vive, ainda, a mulher de origem islâmica, sempre sob o jugo machista de uma sociedade patriarcal e falocêntrica.
O filme nos mostra, também, como os homens são pressionados pela própria sociedade da qual fazem parte, a serem o que são. É uma análise crua de uma situação bastante complicada.
Merece ir pra minha lista de favoritos.
O Processo
4.0 128 Assista AgoraAdaptar O Processo para o cinema demandou que Orson Welles fizesse algumas alterações pontuais na cronologia dos acontecimentos do livro de Kafka. Mas, deve-se levar em conta o fato de O Processo ser uma obra inacabada, ainda que contenha um capítulo que leve o romance ao fim. Portanto, algumas mudanças deviam ser feitas a fim de que o filme tivesse um sentido maior para o público que não leu o livro.
O Processo foi escrito entre 1914 e 1915 por um Kafka atormentado por problemas pessoais e enfrentando crises de criatividade e depressão, e não foi publicado senão dez anos após ter sido escrito, em 1925, após a morte de seu autor, por Max Brod, amigo de Kafka, que recebeu os manuscritos originais um ano antes de sua morte. Kafka, porém, havia advertido Max Brod que queimasse tudo o que ele havia escrito.
O grande problema na continuidade de O Processo, o livro, está no fato de que Kafka, ao escrever os capítulos, não os enumerou e deixou muitos inacabados.
Personagens que aparecem e desaparecem do nada são constantes no estilo kafkaniano, mas aqui os encontramos pela falta de motivação do autor em continuar escrevendo. Um dos melhores capítulos da obra, que envolve o comerciante Block, simplesmente acaba do nada, deixando o leitor na expectativa do que viria a se desenrolar. Max Brod, de posse dos manuscritos originais, então, tomou para si a tarefa de enumerar os capítulos, e publicou a obra quando considerou satisfatório o material existente e reunido.
A obra literária é composta de dez capítulos e normalmente segue a cronologia estabelecida por Brod. Orson Welles, no entando, reorganizou alguns desses capítulos e a ordem dos fatos para conseguir uma obra mais consistente, seguindo aquilo que algumas correntes da crítica literária consideram como a ordem mais correta.
Algumas cenas são extremamente fieis ao livro, como a que envolve o comerciante Block, outras podem deixar o espectador que não leu o livro bastante confuso. Numa análise geral, Orson Welles fez um bom trabalho na adaptação para o cinema de uma das melhores obras da literatura mundial contemporânea, apesar de ter – inexplicavelmente – alterado seu final.
Porém, a interpretação de Anthony Perkins deixa a desejar. Perkins oscila durante o filme, não conseguindo uma caracterização firme de Josef K., ainda que se considere que o personagem passa por diversas mudanças de personalidade conforme se desenvolvem os acontecimentos.
Aqui é o Meu Lugar
3.6 580 Assista Agora''Have you noticed how nobody works anymore, and everyone does something artistic?''
Aqui é o Meu Lugar
3.6 580 Assista AgoraFilme bem despretencioso, mas que acaba se tornando inesquecível por inúmeros pequenos detalhes. Sean Penn absolutamente monstro na interpretação desse híbrido entre Ozzy e Robert Smith. O roteiro, apesar de ter problemas em algumas áreas e quanto a alguns núcleos de personagens, consegue se firmar como uma peça sólida, graças às falas de Cheyenne. Quem diria que a mistura de um astro decadente e infantil do pop/rock com a caça a um criminoso nazista poderia resultar em um bom filme?
Aqui é o Meu Lugar
3.6 580 Assista Agora“We go from an age when we say ‘My life will be that’, to an age when we say ‘That’s life’.”
O Diário de uma Camareira
3.7 27 Assista AgoraBuñuel danadinho.
Tão Forte e Tão Perto
4.0 2,0K Assista AgoraTantas GPOY nesse filme.