Nos filmes de Friedkin sempre há uma possessão, uma procura desmedida por algo (ex.: Damien Karras, “O Exorcista”, em busca de sua fé perdida; Popeye Doyle, “Operação França”, com sua idéia fixa do trabalho a cumprir (com os fins justificando os meios), que se aplica, também, a Richard Chance de “Viver e Morrer em Los Angeles”). Neste “Killer Joe” a possessão é a da estupidez e da burrice humana e a busca é pelo dinheiro, simples assim. Mas o cinema autoral de Friedkin tem o dom de, mesmo na simplicidade, causar admiração e desconforto. Friedkin não está interessado em adular seu espectador, ele não faz concessões; mesmo que, para isso, pese a mão (literalmente) em relação ao sexismo (a mulher em “Killer Joe”, meus caros, ou é objeto ou saco de pancada). “Killer Joe” é insano, morbidamente hilário, voyeurístico, pervertido e vulgar (um filme taxado como NC-17 -No Children 17 and Under Admitted- nos Estados Unidos, é um natimorto econômico). Friedkin mostra estar em forma, e, na altura dos seus 77 anos, ainda carrega consigo sua maior possessão: em hipótese alguma se curvar ao “status quo” de Hollywood.
Elenco infantil estupendo. Tamanha é a solidão e tristeza de Bachir Lazhar que não há como não ter empatia pelo personagem à primeira vista. Após um primeiro evento trágico o filme passa leve aos olhos, com situações que alternam o dramático e o cômico, mas com um toque tão refinado, que o final me pegou de surpresa, tão imerso que estava na rica companhia das crianças e de seu professor.
"Tem o infinito, tem o além, tem o além dos além. O além dos além é um transbordo. Você sabe o que é um transbordo? Bem... tudo que enche transborda..."
Se não dá para torcer por "Take Shelter" no oscar, temos o "Spirit Awards", foram 05 indicações (melhor filme, direção, ator (Shannon), atriz coadjuvante (Chastain)e concorre, também, ao Piaget Producers Award).
“Take Shelter” somatiza, gradativamente, em seu espectador, a dúvida. E é em cima deste pequeno sentimento que Jeff Nichols faz um filme soberbo, alternando realidade e ilusão, moldando nas ações de um homem a busca de um caminho verdadeiro entre a loucura e a premonição.
Louvores (justos diga-se de passagem) à atuação descomunal de Michael Shannon, que, com este filme, toma, em definitivo, seu lugar entre os grandes atores do cinema independente; mas, a onipresente, Jessica Chastain, oferece um equilíbrio dramático ao filme, ao contrapor sua realidade, de maneira excepcional, com os devaneios de LaForche (Shannon).
Assim como a esquizofrenia deriva, em parte, do grego “Phrenes”, que seria algo como a parte do corpo responsável por fazer a ligação entre este e a alma, “Take Shelter” é um elo entre o espectador e suas incertezas que só se rompe no último segundo, mas a sensação de união com esta obra de arte perdura além, muito além dos créditos finais.
A fotografia e a iluminação neste filme são de uma delicadeza incrível. Ótimas atuações, com destaque para as crianças que, de tão espontâneas, foi como se estivessem filmando suas vidas. Gostei, também, da sutileza (e por vezes brutalidade) com que abordaram a homossexualidade. Pena que o roteiro é um pouco estagnado e não nos apresente a história com a intensidade e fluência merecidas.
Curiosidade: contei pelo menos 02 atores que também trabalharam no "Labirinto do Fauno": Roger Casamajor e o sempre malvado Sergi López.
Killer Joe: Matador de Aluguel
3.6 880 Assista Agora<<Leves Spoilers>>
Nos filmes de Friedkin sempre há uma possessão, uma procura desmedida por algo (ex.: Damien Karras, “O Exorcista”, em busca de sua fé perdida; Popeye Doyle, “Operação França”, com sua idéia fixa do trabalho a cumprir (com os fins justificando os meios), que se aplica, também, a Richard Chance de “Viver e Morrer em Los Angeles”). Neste “Killer Joe” a possessão é a da estupidez e da burrice humana e a busca é pelo dinheiro, simples assim. Mas o cinema autoral de Friedkin tem o dom de, mesmo na simplicidade, causar admiração e desconforto. Friedkin não está interessado em adular seu espectador, ele não faz concessões; mesmo que, para isso, pese a mão (literalmente) em relação ao sexismo (a mulher em “Killer Joe”, meus caros, ou é objeto ou saco de pancada). “Killer Joe” é insano, morbidamente hilário, voyeurístico, pervertido e vulgar (um filme taxado como NC-17 -No Children 17 and Under Admitted- nos Estados Unidos, é um natimorto econômico). Friedkin mostra estar em forma, e, na altura dos seus 77 anos, ainda carrega consigo sua maior possessão: em hipótese alguma se curvar ao “status quo” de Hollywood.
Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças
4.3 4,7KChange your heart
Look around you
Change your heart
It will astound you
I need your lovin'
Like the sunshine
O Palhaço
3.6 2,2KComo diria DaVinci: "A simplicidade é o último grau de sofisticação".
p.s.: Paulo José eterno!
Excision
3.3 246A adolescência é uma münchhausen com facas afiadas.
Seita Mortal
2.6 312Michael Parks está excelente. Que atuação!
Anônimo
3.8 365Há mais coisas entre o céu e a terra, William, do que pode sonhar tua vã filosofia.
O Segredo da Cabana
3.0 3,2KDiabolicamente divertido.
Prometheus
3.1 3,4K Assista Agora"Big things have small beginnings".
O trailer 2 é de arregaçar!!!
Intocáveis
4.4 4,1KAh, essas histórias que a vida guarda, depois de contadas vem morar conosco, como uma lembrança repentina ou um sorriso sem porquê.
Confissões
4.2 855Um bom filme com uma ótima edição. Os últimos minutos são de prender a respiração.
obs.: "Incêndios", "Confissões": não sei, estou começando a ouvir Radiohead de uma maneira mais mórbida.
Um Tira Acima da Lei
2.7 80Uma atuação excepcional do Woody Harrelson, mas o filme não o acompanha.
Seita Mortal
2.6 312Semi-automáticas em um domingo pela manhã.
George Harrison: Living in the Material World
4.6 193Uma obra monumental!
Faroeste Caboclo
3.2 2,4KMelhor estrofe de "Faroeste Caboclo"?
"E nisso o sol cegou seus olhos
E então Maria Lúcia ele reconheceu
Ela trazia a Winchester-22
A arma que seu primo Pablo lhe deu."
Amor e arrependimento de mãos dadas com a morte.
Salve Legião!
George Harrison: Living in the Material World
4.6 193Paul McCartney pode terminar faixa inacabada de George Harrison
George Harrison: Living in the Material World
4.6 19303 pessoas precisam ouvir mais guitarras chorar suavemente.
Poder Sem Limites
3.4 1,7K Assista AgoraSe o Andrew tivesse vestido uma capa vermelha e arregaçado um tanque o filme ganharia mais meia estrela.
Um Dia
3.9 3,5K"Tristeza não tem fim. Felicidade sim."
O que Traz Boas Novas
4.0 101Elenco infantil estupendo. Tamanha é a solidão e tristeza de Bachir Lazhar que não há como não ter empatia pelo personagem à primeira vista. Após um primeiro evento trágico o filme passa leve aos olhos, com situações que alternam o dramático e o cômico, mas com um toque tão refinado, que o final me pegou de surpresa, tão imerso que estava na rica companhia das crianças e de seu professor.
Estamira
4.3 375"Tem o infinito, tem o além, tem o além dos além. O além dos além é um transbordo. Você sabe o que é um transbordo? Bem... tudo que enche transborda..."
"Eu sou a beira do mundo"
O Abrigo
3.6 720Se não dá para torcer por "Take Shelter" no oscar, temos o "Spirit Awards", foram 05 indicações (melhor filme, direção, ator (Shannon), atriz coadjuvante (Chastain)e concorre, também, ao Piaget Producers Award).
O Abrigo
3.6 720A ligação entre o corpo e a alma
“Take Shelter” somatiza, gradativamente, em seu espectador, a dúvida. E é em cima deste pequeno sentimento que Jeff Nichols faz um filme soberbo, alternando realidade e ilusão, moldando nas ações de um homem a busca de um caminho verdadeiro entre a loucura e a premonição.
Louvores (justos diga-se de passagem) à atuação descomunal de Michael Shannon, que, com este filme, toma, em definitivo, seu lugar entre os grandes atores do cinema independente; mas, a onipresente, Jessica Chastain, oferece um equilíbrio dramático ao filme, ao contrapor sua realidade, de maneira excepcional, com os devaneios de LaForche (Shannon).
Assim como a esquizofrenia deriva, em parte, do grego “Phrenes”, que seria algo como a parte do corpo responsável por fazer a ligação entre este e a alma, “Take Shelter” é um elo entre o espectador e suas incertezas que só se rompe no último segundo, mas a sensação de união com esta obra de arte perdura além, muito além dos créditos finais.
Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças
4.3 4,7KClementine: Joely? What if you stayed this time?
Joel: I walked out the door. There's no memory left.
Clementine: Come back and make up a good-bye at least. Let's pretend we had one.
Clementine: Bye Joel.
Joel: I love you...
Clementine: Meet me... in Montauk...
Pão Negro
3.9 44UMA BOA OBRA, MAS PODERIA SER MELHOR EXPLORADA
A fotografia e a iluminação neste filme são de uma delicadeza incrível. Ótimas atuações, com destaque para as crianças que, de tão espontâneas, foi como se estivessem filmando suas vidas. Gostei, também, da sutileza (e por vezes brutalidade) com que abordaram a homossexualidade. Pena que o roteiro é um pouco estagnado e não nos apresente a história com a intensidade e fluência merecidas.
Curiosidade: contei pelo menos 02 atores que também trabalharam no "Labirinto do Fauno": Roger Casamajor e o sempre malvado Sergi López.