"A Separação" é de um intimismo agoniante. Desde os primeiros diálogos é como se a câmera não existisse, como se se transmutasse em olhos, meus, seus, do mundo inteiro, a procurar uma fresta para vislumbrar os dramas que orbitam Simin e Nader. E o diretor, Asghar Farhadi, o faz com tamanha maestria que é impossível não se deixar envolver por eles. Não bastasse isso, a atuação do elenco é soberba, impecável, não havendo qualquer contraponto a suas atuações. “A Separação” é cinema de catarse que, mesmo com os créditos finais subindo, é capaz de arrebatar seu espectador.
“Que achas que responderá se alguém lhe vier dizer que não viu até então senão fantasmas, mas que agora, mais perto da realidade e voltado para objetos mais reais, vê com mais justeza?” (Platão. A República. Livro VII)
Uma realidade alternativa, mote já repassado não sei quantas vezes no cinema, vem a tona novamente, com esta roupagem de cinema independente que "Another Earth" carrega. O roteiro se desenvolve com competência e prende o espectador às situações apresentadas e, embora o filme tenha um cunho filosofal, não é prepotente, deixando os questionamentos fluírem naturalmente. A direção de Mike Cahill é nervosa: câmera por vezes trêmula, zooms abruptos, enquadramentos inusitados, o que me agradou. Destaque, também, para a trilha sonora e a fotografia, que fazem deste filme uma experiência interessante e rara no cinema dos dias atuais.
Este documentário nos apresenta um tema delicadíssimo e difícil até mesmo de se pensar: um ente querido tem uma doença que lhe traz dor e sofrimento, seus dias são de angústia, suas noites de esperança em, quem sabe, morrer durante o sono; e a manhã vem, e com ela a tortura da repetição. No entanto, o Estado, legalmente, proporciona-lhe uma saída: a morte assistida. É a escolha entre continuar vivendo (e sofrendo) uma luta infindável ou morrer com dignidade na presença das pessoas amadas. Sacrilégio ou livre arbítrio? Covardia ou coragem? Egoísmo ou amor próprio? Sim ou não? Respostas difíceis, assim como o é assistir a este ótimo documentário; difícil, mas imprescindível, porque nos abre os olhos ao sofrimento do próximo; porque nos faz perceber que a morte, por vezes, talvez não seja o pior destino.
Cronemberg, com sua sutileza intestinal, nos mostra as fronteiras da loucura em uma vertiginosa obra que equilibra, com maestria, a ficção, o sexo, a violência, o surrealismo e o terror.
Muitas vezes nos esquecemos de que crianças deveriam ser apenas crianças. Mas o mundo vem, como a vida também, e não permite. Érico Veríssimo não nos deixa esquecer: "O oposto do amor não é o ódio, mas a indiferença".
Não sei, não convenceu. O rendimento dos atores e atrizes foi fraco, extremamente insoso. Situações que poderiam render sustos são arruinadas por gritos e ruídos que destoam do contexto (ao invés de se tentar escapar em silêncio, o faz com gritos, por exemplo). Exageros desnecessários. Um filme do qual eu esperava muito, mas acabou por se resumir a um roteiro fraco e previsível, com atuações sofríveis. Uma pena.
Enquanto isso em Brasília vende-se até a mãe. VSF!!!
Justiça em Minas proíbe exibir "A Serbian Film" em todo o Brasil
A Justiça Federal em Belo Horizonte proibiu nesta terça-feira (8), por meio de liminar, a exibição em todo o país do longa "A Serbian Film - Terror sem limites", atendendo a pedido apresentado em ação cautelar pela Procuradoria da República em Minas Gerais.
A liminar foi concedida pelo juiz Ricardo Machado Rabelo, da 3ª Vara Federal, quatro dias após o Ministério da Justiça classificar o filme como "não recomendado para menores de 18 anos, por conter sexo, pedofilia, violência e crueldade".
Na sua decisão, conforme divulgado pelo Ministério Público Federal, o juiz disse que a exibição do filme "subverte a ordem natural e lógica do que é razoável".
"Tratando-se de um filme que traz consigo a marca da polêmica, já deflagrada inclusive em outros países, sobretudo em razão da alegada cena na qual um recém-nascido é violentado sexualmente, como afirmado na inicial, creio que a decisão da Administração (Ministério da Justiça) de classificar e liberar a exibição do filme, ainda que elegendo um prazo de 30 dias para que os órgãos competentes verifiquem a possível ocorrência de crime, subverte a ordem natural e lógica do que é razoável", escreveu.
O filme contém cenas sugestivas de estupro de recém-nascido e de incesto com criança. A polêmica começou após reportagem publicada na Ilustrada em 18/7, que apresentava "A Serbian Film" e os problemas que ele passou na Europa, onde foi censurado.
A censura é a mais jovem de 2 irmãs, a mais velha é a inquisição. (Johan Nestroy)
Após ação do DEM, juíza dá liminar proibindo exibição de filme sérvio
DO RIO (Folha de São Paulo)
A partir de uma ação ajuizada pelo diretório regional do DEM (Democratas) no Rio, a juíza Katerine Jatahy Nygaard, da 1ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso, proibiu a exibição do longa "A Serbian Film - Terror sem Limites", que teria sessão no sábado à noite no Cine Odeon, no Rio.
O filme, um dos mais polêmicos deste século por suas cenas de extrema violência sexual, que incluem necrofilia e o estupro de um recém-nascido, já havia sido censurado na Europa. Sua sessão no Rio, dentro do festival RioFan, estava prevista inicialmente para o espaço cultural da Caixa Econômica Federal --o banco, no entanto, vetou a exibição.
Em sua decisão liminar, a juíza cita o Estatuto da Criança e do Adolescente, que "veda expressamente a filmagem, reprodução, divulgação por qualquer meio de cenas de sexo explícito ou pornográfico envolvendo crianças ou adolescentes".
Em outro trecho, a juíza alega que "não se pode admitir que, em favor da liberdade de expressão, um pretenso manifesto político exponha de tal forma a degradação do ser humano, a ponto de violar sexualmente um recém-nascido."
O Grupo Estação, dono do Odeon, informa em seu site que acatou a liminar: "Em respeito a proibição de venda de ingressos e apreensão da cópia pela juíza da 1ª Vara da Infância e da Juventude do Rio de Janeiro, a sessão não será exibida. Procure a bilheteria do cinema ou a ingresso.com para a devolução dos valores".
Um ótimo documentário, com depoimentos minuciosos e aterradores das vítimas de abusos sexuais, que trazem a tona toda a demagogia, corporativismo e mentiras alojadas na hierarquia da igreja católica. Os clérigos preferiram protejer seus interesses ao de crianças violentadas. Não sei, não há como perdoar essa abominação.
18/07/2011 - 08h34 Censurado na Europa, filme com pedofilia está em festival no Rio
MARCO AURÉLIO CANÔNICO DO RIO (Folha de São Paulo)
Há muito tempo um filme não causava tanta polêmica. Por onde passou (ou tentou passar), "A Serbian Film: Terror sem Limites" --longa que o RioFan, festival de cinema fantástico do Rio, exibe no próximo sábado-- causou um grande barulho e chocou plateias e críticos.
Sua ficha corrida fala por si: é o filme mais censurado dos últimos 16 anos no Reino Unido (só foi liberado para exibição após 49 cortes).
Na Noruega, está vetado; na Espanha, rendeu um processo ao diretor do festival que o exibiu.
Também teve problemas com a lei na Alemanha (onde o laboratório que fez as cópias as destruiu após se dar conta do conteúdo) e em seu país de origem, a Sérvia.
"Isso tudo é espantoso para mim", diz o diretor, o estreante sérvio Srdjan Spasojevic, 35, à Folha.
"Estamos no século 21, seria de imaginar que tudo já foi dito e visto, mas de novo estamos vendo uma caça às bruxas porque alguém não gostou de um filme."
Não que se possa culpar alguém por não gostar de "A Serbian Film". O longa tem incesto, pedofilia, necrofilia, violência a granel (incluindo dois assassinatos em que a arma é um pênis) e, em seu momento mais polêmico e chocante, o estupro de um recém-nascido.
"Quando terminei de assistir, senti um mal-estar, fiquei pensando 'meu Deus, o que foi isso que eu vi?'", conta Raffaele Petrini, 26, o responsável pela distribuição do filme no Brasil.
Dono de uma microdistribuidora maranhense criada neste ano, Petrini diz que pensava em lançar o filme apenas em DVD.
As polêmicas internacionais, no entanto, o fizeram considerar uma distribuição nos cinemas --ele passou em festivais em Porto Alegre e em São Luís anteontem, e tem data de lançamento programada para 5 de agosto, apesar de ainda não ter salas previstas nem classificação do Ministério da Justiça.
"Depois dos escândalos, assisti de novo, de modo objetivo, e vi que era um filme bom, apesar das cenas de violência. Ele é bem repugnante, mas não exalta a pedofilia nem a necrofilia."
METÁFORA
"A Serbian Film" conta a história de um astro pornô aposentado que, por uma fortuna, aceita fazer um último filme, uma obra pornográfica com pretensões artísticas. Durante as filmagens, ele é drogado e forçado a cometer atrocidades sexuais.
"A ideia básica era expressar meus sentimentos sobre minha região e o mundo em geral. Por isso, o protagonista é um ator pornô, como uma metáfora para qualquer profissão onde as pessoas são violentamente exploradas", explica Spasojevic.
O diretor também afirma que seu filme é uma alegoria política --a história se passa na Sérvia, como o título indica, e tem referências pontuais às turbulências recentes do país.
"Era inevitável ter esses elementos no filme. Cresci num período muito turbulento da Sérvia, com várias guerras durante minha infância, bombardeios da Otan. Como artista, fui inspirado por essas coisas, e elas não me inspiram a fazer nada bonito."
Spasojevic não convenceu seus críticos, que o acusam de querer dar um verniz respeitável a um exercício sensacionalista e depravado.
"É um pesadelo de horror pornô mal atuado e mal dirigido, que aspira a ser uma sátira do lado negro da Sérvia moderna", escreveu Peter Bradshaw no jornal britânico "The Guardian".
Kim Newman, crítico da revista "Empire", foi mais ponderado. "Cabe ao público julgar se o elemento político do filme é uma justificativa espúria para um exercício cínico e chamativo de quebra de tabus --mas deve ser o público, não os censores, a tomar essa decisão."
Últimas palavras públicas de Salvador Allende, momentos antes de sua morte:
"Trabalhadores de minha Pátria, tenho fé no Chile e seu destino. Superarão outros homens este momento cinzento e amargo em que a traição pretende impor-se. Saibam que, antes do que se pensa, de novo se abrirão as grandes alamedas por onde passará o homem livre, para construir uma sociedade melhor.
Viva o Chile! Viva o povo! Viva os trabalhadores! Estas são minhas últimas palavras e tenho a certeza de que meu sacrifício não será em vão. Tenho a certeza de que, pelo menos, será uma lição moral que castigará a perfídia, a covardia e a traição."
Separados Pelo Sangue
3.8 29A crueza deste filme fere. E a apreensão, pelo desencadeamento dos fatos, faz do espectador uma pessoa sem esperança.
A Separação
4.2 726"A Separação" é de um intimismo agoniante. Desde os primeiros diálogos é como se a câmera não existisse, como se se transmutasse em olhos, meus, seus, do mundo inteiro, a procurar uma fresta para vislumbrar os dramas que orbitam Simin e Nader. E o diretor, Asghar Farhadi, o faz com tamanha maestria que é impossível não se deixar envolver por eles. Não bastasse isso, a atuação do elenco é soberba, impecável, não havendo qualquer contraponto a suas atuações. “A Separação” é cinema de catarse que, mesmo com os créditos finais subindo, é capaz de arrebatar seu espectador.
Gigantes de Aço
3.7 2,5KAdrian!!!
Filha do Mal
1.9 1,9K Assista AgoraNovo trailer (+18) - RESTRICTED AUDIENCES ONLY.
http://www.youtube.com/watch?v=jUB2ls-koLA
A Árvore da Vida
3.4 3,1K Assista AgoraÉ um filme sobre questionamentos, e as respostas calam em cada um.
Não há fronteiras para a arte.
Enter The Void: Viagem Alucinante
4.0 870A câmera de Gaspar Noé tem asas
feitas de sexo, delírio e morte.
A Coisa
3.2 813 Assista AgoraA explicação da origem dos eventos do filme de Carpenter é uma cópia mascarada e desnecessária do filme feito por Carpenter.
Planeta dos Macacos: A Origem
3.8 3,2K Assista AgoraLiberação animal!!!
A Outra Terra
3.7 874 Assista Agora“Que achas que responderá se alguém lhe vier dizer que não viu até então senão fantasmas, mas que agora, mais perto da realidade e voltado para objetos mais reais, vê com mais justeza?” (Platão. A República. Livro VII)
Uma realidade alternativa, mote já repassado não sei quantas vezes no cinema, vem a tona novamente, com esta roupagem de cinema independente que "Another Earth" carrega. O roteiro se desenvolve com competência e prende o espectador às situações apresentadas e, embora o filme tenha um cunho filosofal, não é prepotente, deixando os questionamentos fluírem naturalmente. A direção de Mike Cahill é nervosa: câmera por vezes trêmula, zooms abruptos, enquadramentos inusitados, o que me agradou. Destaque, também, para a trilha sonora e a fotografia, que fazem deste filme uma experiência interessante e rara no cinema dos dias atuais.
Como Morrer em Oregon
4.3 13UMA OBRA PODEROSA
Este documentário nos apresenta um tema delicadíssimo e difícil até mesmo de se pensar: um ente querido tem uma doença que lhe traz dor e sofrimento, seus dias são de angústia, suas noites de esperança em, quem sabe, morrer durante o sono; e a manhã vem, e com ela a tortura da repetição. No entanto, o Estado, legalmente, proporciona-lhe uma saída: a morte assistida. É a escolha entre continuar vivendo (e sofrendo) uma luta infindável ou morrer com dignidade na presença das pessoas amadas.
Sacrilégio ou livre arbítrio? Covardia ou coragem? Egoísmo ou amor próprio? Sim ou não? Respostas difíceis, assim como o é assistir a este ótimo documentário; difícil, mas imprescindível, porque nos abre os olhos ao sofrimento do próximo; porque nos faz perceber que a morte, por vezes, talvez não seja o pior destino.
Amor ou Consequência
3.9 342 Assista AgoraÉ através da magia e da inocência que o amor se mostra, como um sonho de criança, que não precisa dormir para sonhar.
Videodrome: A Síndrome do Vídeo
3.7 546 Assista AgoraCronemberg, com sua sutileza intestinal, nos mostra as fronteiras da loucura em uma vertiginosa obra que equilibra, com maestria, a ficção, o sexo, a violência, o surrealismo e o terror.
Para Sempre Lilya
4.2 869Muitas vezes nos esquecemos de que crianças deveriam ser apenas crianças. Mas o mundo vem, como a vida também, e não permite. Érico Veríssimo não nos deixa esquecer: "O oposto do amor não é o ódio, mas a indiferença".
Mal e Violência 2: Sofrimento
2.7 57Não sei, não convenceu. O rendimento dos atores e atrizes foi fraco, extremamente insoso. Situações que poderiam render sustos são arruinadas por gritos e ruídos que destoam do contexto (ao invés de se tentar escapar em silêncio, o faz com gritos, por exemplo). Exageros desnecessários. Um filme do qual eu esperava muito, mas acabou por se resumir a um roteiro fraco e previsível, com atuações sofríveis. Uma pena.
Era uma Vez no Oeste
4.4 730 Assista AgoraO diálogo inicial (como toda a cena) já é, por si, soberbo: (e mostra o que nos aguarda)
Harmonica: And Frank?
Snaky: Frank sent us.
Harmonica: Did you bring a horse for me?
Snaky: Well... looks like we're...
[snickers]
Snaky: ...looks like we're shy one horse.
Harmonica: You brought two too many.
A Serbian Film: Terror Sem Limites
2.5 2,0KEnquanto isso em Brasília vende-se até a mãe. VSF!!!
Justiça em Minas proíbe exibir "A Serbian Film" em todo o Brasil
A Justiça Federal em Belo Horizonte proibiu nesta terça-feira (8), por meio de liminar, a exibição em todo o país do longa "A Serbian Film - Terror sem limites", atendendo a pedido apresentado em ação cautelar pela Procuradoria da República em Minas Gerais.
A liminar foi concedida pelo juiz Ricardo Machado Rabelo, da 3ª Vara Federal, quatro dias após o Ministério da Justiça classificar o filme como "não recomendado para menores de 18 anos, por conter sexo, pedofilia, violência e crueldade".
Na sua decisão, conforme divulgado pelo Ministério Público Federal, o juiz disse que a exibição do filme "subverte a ordem natural e lógica do que é razoável".
"Tratando-se de um filme que traz consigo a marca da polêmica, já deflagrada inclusive em outros países, sobretudo em razão da alegada cena na qual um recém-nascido é violentado sexualmente, como afirmado na inicial, creio que a decisão da Administração (Ministério da Justiça) de classificar e liberar a exibição do filme, ainda que elegendo um prazo de 30 dias para que os órgãos competentes verifiquem a possível ocorrência de crime, subverte a ordem natural e lógica do que é razoável", escreveu.
O filme contém cenas sugestivas de estupro de recém-nascido e de incesto com criança. A polêmica começou após reportagem publicada na Ilustrada em 18/7, que apresentava "A Serbian Film" e os problemas que ele passou na Europa, onde foi censurado.
Cidade de Deus
4.2 1,8K Assista AgoraListas são sempre polêmicas, mas aí está: (fonte: Folha.com)
O site Pop Crunch, especializado em cultura pop e fofocas, elegeu as dez cenas mais violentas da história do cinema.
1. "Cidade de Deus" - Zé Pequeno e seus recrutas
2. "O Massacre da Serra Elétrica" - O dedo cortado
3. "Cães de Aluguel" - A cena da orelha
4. "Laranja Mecânica" - Cantando na chuva
5. "Hellraiser - Renascido do Inferno" - Jesus chorando
6. "Veludo azul" - A cena do bebê
7. "Os Bons Companheiros" - Billy Batts
8. "O Resgate do Soldado Ryan" - O Dia D
9. "Platoon" - A cena do vilarejo
10. "Taxi Driver" - O tiroteio final
A Casa dos Sonhos
3.2 1,4K Assista AgoraNão é por nada, mas esse trailer é um tremendo de um SPOILER. Parei na metade (tarde demais). Não vejam caso queiram alguma surpresa no filme.
Olha só o comentário mais positivado na página do trailer no youtube:
"Have I just watched the whole film???"
Saving Amy
4.5 2214 de setembro de 1983 - 23 de julho de 2011
Descanse em paz, Amy.
Túmulo dos Vagalumes
4.6 2,2KO filme acaba, mas a tristeza fica, enterrada em cova rasa.
Devastador...
A Serbian Film: Terror Sem Limites
2.5 2,0KA censura é a mais jovem de 2 irmãs, a mais velha é a inquisição.
(Johan Nestroy)
Após ação do DEM, juíza dá liminar proibindo exibição de filme sérvio
DO RIO (Folha de São Paulo)
A partir de uma ação ajuizada pelo diretório regional do DEM (Democratas) no Rio, a juíza Katerine Jatahy Nygaard, da 1ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso, proibiu a exibição do longa "A Serbian Film - Terror sem Limites", que teria sessão no sábado à noite no Cine Odeon, no Rio.
O filme, um dos mais polêmicos deste século por suas cenas de extrema violência sexual, que incluem necrofilia e o estupro de um recém-nascido, já havia sido censurado na Europa. Sua sessão no Rio, dentro do festival RioFan, estava prevista inicialmente para o espaço cultural da Caixa Econômica Federal --o banco, no entanto, vetou a exibição.
Em sua decisão liminar, a juíza cita o Estatuto da Criança e do Adolescente, que "veda expressamente a filmagem, reprodução, divulgação por qualquer meio de cenas de sexo explícito ou pornográfico envolvendo crianças ou adolescentes".
Em outro trecho, a juíza alega que "não se pode admitir que, em favor da liberdade de expressão, um pretenso manifesto político exponha de tal forma a degradação do ser humano, a ponto de violar sexualmente um recém-nascido."
O Grupo Estação, dono do Odeon, informa em seu site que acatou a liminar: "Em respeito a proibição de venda de ingressos e apreensão da cópia pela juíza da 1ª Vara da Infância e da Juventude do Rio de Janeiro, a sessão não será exibida. Procure a bilheteria do cinema ou a ingresso.com para a devolução dos valores".
Livrai-nos do Mal
3.9 49Um ótimo documentário, com depoimentos minuciosos e aterradores das vítimas de abusos sexuais, que trazem a tona toda a demagogia, corporativismo e mentiras alojadas na hierarquia da igreja católica. Os clérigos preferiram protejer seus interesses ao de crianças violentadas. Não sei, não há como perdoar essa abominação.
A Serbian Film: Terror Sem Limites
2.5 2,0KCONTÉM SPOILERS!!!
18/07/2011 - 08h34
Censurado na Europa, filme com pedofilia está em festival no Rio
MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DO RIO (Folha de São Paulo)
Há muito tempo um filme não causava tanta polêmica. Por onde passou (ou tentou passar), "A Serbian Film: Terror sem Limites" --longa que o RioFan, festival de cinema fantástico do Rio, exibe no próximo sábado-- causou um grande barulho e chocou plateias e críticos.
Sua ficha corrida fala por si: é o filme mais censurado dos últimos 16 anos no Reino Unido (só foi liberado para exibição após 49 cortes).
Na Noruega, está vetado; na Espanha, rendeu um processo ao diretor do festival que o exibiu.
Também teve problemas com a lei na Alemanha (onde o laboratório que fez as cópias as destruiu após se dar conta do conteúdo) e em seu país de origem, a Sérvia.
"Isso tudo é espantoso para mim", diz o diretor, o estreante sérvio Srdjan Spasojevic, 35, à Folha.
"Estamos no século 21, seria de imaginar que tudo já foi dito e visto, mas de novo estamos vendo uma caça às bruxas porque alguém não gostou de um filme."
Não que se possa culpar alguém por não gostar de "A Serbian Film". O longa tem incesto, pedofilia, necrofilia, violência a granel (incluindo dois assassinatos em que a arma é um pênis) e, em seu momento mais polêmico e chocante, o estupro de um recém-nascido.
"Quando terminei de assistir, senti um mal-estar, fiquei pensando 'meu Deus, o que foi isso que eu vi?'", conta Raffaele Petrini, 26, o responsável pela distribuição do filme no Brasil.
Dono de uma microdistribuidora maranhense criada neste ano, Petrini diz que pensava em lançar o filme apenas em DVD.
As polêmicas internacionais, no entanto, o fizeram considerar uma distribuição nos cinemas --ele passou em festivais em Porto Alegre e em São Luís anteontem, e tem data de lançamento programada para 5 de agosto, apesar de ainda não ter salas previstas nem classificação do Ministério da Justiça.
"Depois dos escândalos, assisti de novo, de modo objetivo, e vi que era um filme bom, apesar das cenas de violência. Ele é bem repugnante, mas não exalta a pedofilia nem a necrofilia."
METÁFORA
"A Serbian Film" conta a história de um astro pornô aposentado que, por uma fortuna, aceita fazer um último filme, uma obra pornográfica com pretensões artísticas. Durante as filmagens, ele é drogado e forçado a cometer atrocidades sexuais.
"A ideia básica era expressar meus sentimentos sobre minha região e o mundo em geral. Por isso, o protagonista é um ator pornô, como uma metáfora para qualquer profissão onde as pessoas são violentamente exploradas", explica Spasojevic.
O diretor também afirma que seu filme é uma alegoria política --a história se passa na Sérvia, como o título indica, e tem referências pontuais às turbulências recentes do país.
"Era inevitável ter esses elementos no filme. Cresci num período muito turbulento da Sérvia, com várias guerras durante minha infância, bombardeios da Otan. Como artista, fui inspirado por essas coisas, e elas não me inspiram a fazer nada bonito."
Spasojevic não convenceu seus críticos, que o acusam de querer dar um verniz respeitável a um exercício sensacionalista e depravado.
"É um pesadelo de horror pornô mal atuado e mal dirigido, que aspira a ser uma sátira do lado negro da Sérvia moderna", escreveu Peter Bradshaw no jornal britânico "The Guardian".
Kim Newman, crítico da revista "Empire", foi mais ponderado. "Cabe ao público julgar se o elemento político do filme é uma justificativa espúria para um exercício cínico e chamativo de quebra de tabus --mas deve ser o público, não os censores, a tomar essa decisão."
Dawson Ilha 10 – A Verdade Sobre a Ilha de …
3.5 17Últimas palavras públicas de Salvador Allende, momentos antes de sua morte:
"Trabalhadores de minha Pátria, tenho fé no Chile e seu destino. Superarão outros homens este momento cinzento e amargo em que a traição pretende impor-se. Saibam que, antes do que se pensa, de novo se abrirão as grandes alamedas por onde passará o homem livre, para construir uma sociedade melhor.
Viva o Chile! Viva o povo! Viva os trabalhadores! Estas são minhas últimas palavras e tenho a certeza de que meu sacrifício não será em vão. Tenho a certeza de que, pelo menos, será uma lição moral que castigará a perfídia, a covardia e a traição."