Pensei em escrever uma crítica mais elaborada como normalmente faço, abordando alguns pontos interessantes e outros que me desagradaram. Mas nada disso expressaria o mais puro sentimento que tive ao ver esta obra, portanto serei direto: Puta que pariu que bagulho chato do caralho mermão.
Caraca, o que dizer dessa maravilha? Durante toda a obra me ficou aquela sensação de que a cada vez que eu assistir conseguirei absorver algo novo. A ligação entre a primeira cena e a última, a música escolhida, o diálogo dos personagens... Tudo é muito cheio de poesia e significado. O coração ficou partido mas me restou esperança.
"There is.... There is a island!"
Queria pedir desculpa ae pra filmes Disney e Dreamworks, mas nunca o 3D será superior ao 2D em beleza, sentimento e charme. E animações dramáticas tem sido um dos gêneros mais fascinantes que tenho visto.
Que sátira política genial!! É tão atual hoje quanto na época de seu lançamento.
Durante o filme todo eu só ficava pensando nos vários trechos que funcionariam perfeitamente fora de contexto e continuariam tão engraçadas quanto estão no filme.
Sem falar na atuação do Cagney que ta inacreditável.
Visualmente um filme belíssimo, ainda mais que "Os Incompreendidos", demonstrando toda a aptidão técnica de Truffault. Algumas cenas são extremamente memoráveis, como a dos protagonistas andando na rua enquanto ouvimos os pensamentos do pianista ou a do bar dançante no início.
Porém, a narrativa aleatória e sem foco atrapalha a imersão na história, fazendo o ato final principalmente, extremamente enfadonho e desinteressante. Mesmo com apenas 1h20 o filme parece bem mais longo e não me imagino revendo ele em muito tempo.
Esse tipo de narrativa fragmentada e sem foco não atrapalha "Os Incompreendidos" por exemplo, pois lá a história nunca teve a necessidade de tal desenvolvimento, pelo conceito do filme ser justamente momentos de uma infância disvirtuada com teor autobiográfico. Mas quando se quer fazer um suspense a história muda.
Um problema parecido com o de "Acossado" do Goddard, mas lá não é tão agravante pois o foco principal ainda era o estilo e a subversão.
Mais um grande clássico de Billy Wilder! Desde a manipulação do espaço pequeno em que o filme se mantém por quase toda a história, até os diálogos ácidos e cenas emblemáticas, é puro ouro!
Meu único problema com ele é que acho que muitas cenas de alívio cômico se estendem mais que o necessário, problema inclusive que permeava boa parte dos filmes da época. Mas não atrapalha o filme significamente.
Apesar de ser um filme menos relevante e mais genérico do Coppola, ainda ta longe de ser ruim. Trata de vários temas interessantes como destino, adolescência, arrependimentos, e ainda tem personagens que carregam personalidades bem complexas que normalmente filmes do gênero deixam passar. A iluminação e reconstrução de época também é belissima e tem um papel importante na caracterização da atmosfera de "sonho" do filme.
O final também foge do clichê e mesmo sendo menos catártico, o fato do destino da personagem ter se mantido o mesmo tem haver com tudo que o filme quer mostrar. Mesmo que haja arrependimentos em nossas vidas, no final nós somos feitos de nossas decisões, e não podemos simplesmente deixar de ser nós mesmos.
Então, está acima da média do gênero e longe de ser um desserviço a carreira do Coppola. Agora, o que incomoda são algumas atuações. Na verdade, as atuações em si seriam boas em uma comédia pastelão ou sátira de esteriótipos, mas em um filme focado em aspectos mais dramáticos e temas mais sérios da mentalidade adolescente, colocar o Nicolas Cage no papel principal é sacanagem.
Pode não ser o melhor, nem o mais inteligente, nem o mais bem dirigido, nem o mais relevante pro cinema, nem o meu favorito do Allen. Mas é sem dúvida o que eu mais dei risada. Que comédia foda!
Só acho bizarro como atores número 1 da televisão viram coadjuvantes inúteis nesses filmes Hollywoodianos. Quem assistiu "The Wire" vai saber de quem to falando.
De qualquer forma, um filme que extrapola ao máximo o que já é exagero em filmes de ação, quase como uma sátira ao gênero, mas ainda mantendo uma forte personalidade visual. Filme honesto e até original dependendo o ponto de vista. Uma HQ do Mark Millar feita direto para o cinema mas sem melodrama barato.
O que dizer dessa obra-prima?? Bob Fosse já tinha um lugar especial na minha vida pelo fantástico e absolutamente subestimado "Lenny", já "Cabaré" que é o mais lembrado não mexeu muito comigo, mas é indiscutivelmente um grande musical.
Mas este, puta merda. Genial do começo ao fim. Esses filmes que parecem monólogos de seu criador, são verdadeiras auto-análises psicológicas e profundas sobre as dores da vida artística e pessoal. Filmes como "Adaptação", "Anne Hall", "Sinedoque, Nova York", "8 1/2", entre outros.
Já considero um dos filmes da minha vida, e competindo com Nashville, o melhor e mais genial musical que já vi.
Eu tenho um jeito de definir os filmes que mais gosto. Chamo eles de tridimensionais, por funcionarem em 3 aspectos diferentes. O primeiro é a experiência ao assistir o filme; eu me diverti? Fiquei fascinado? Trilha, fotografia, atuações.... A superficie do filme, porque não adianta um monte de significado brilhante se o filme por si só não for agradável.
Depois vem as camadas do filme. Aqui entra a genialidade do diretor e os temas que ele queria abordar além do básico que se está vendo. Aqui eu nunca julgo pela minha opinião, mas sim se o autor conseguiu expressar a sua.
E por último, vem aquilo que, o diretor não necessariamente colocou, mas cada um pode interpretar de sua maneira. Tipo "Caçar pelo em ovo", quadros em branco na obra que possam servir de espelho para a bagagem interpretativa de cada um.
Neste filme, acho que o Bunuel expressou aquilo que queria com eficiência, há inúmeras cenas multifacetárias em que se pode discutir e argumentar o significado, além de belas técnicas. Mas, simplesmente, achei enfadonho e cansativo. Pra mim, sátiras como as do Monty Python conseguem expor as mesmas criticas de uma maneira extremamente mais interessante e ao mesmo tempo divertir. Foi o elemento que faltou, a superficie interessante para que se possa destrinchar as camadas.
Um exemplo mais próximo do cinema de Bunuel, seria Cidade dos Sonhos do Lynch. Mesmo sendo extremamente surreal, tem uma atmosfera fantástica e me entretem tanto quanto qualquer filme convencional, e isso torna suas camadas e significados muito mais interessantes de se decifrar.
No começo achei que seria outra daquelas adaptações literárias infantilizadas que eram tão comuns até os anos 60. Mas o filme melhora gradualmente e consegue chegar a raiz do personagem Nemo, que é um dos mais interessantes e complexos da ficção cientifica, mesmo que mudando boa parte da história.
A parte visual é um espetáculo a parte, acredito que o fascínio é ainda maior pela maravilhosa restauração que foi feita do filme, uma das melhores que já vi.
A simplicidade é uma das maiores dádivas do cinema. São nessas pequenas e singelas histórias construídas de contemplação, diálogos, comédia e dramaticidade que podemos encontrar algo verdadeiro e profundo em nós mesmos. Que filme! Algumas cenas são hilárias, outras extremamente tocantes.
Como no Mito de Sísifo de Camus, mesmo com todo sofrimento e frustração que a vida nos aflinge, é possível encontrar algo de bom e belo em meio ao caos.
É interessante assistir um filme sobre este tema tão fascinante mas tão mal explorado no cinema. Claramente é de baixo orçamento, então aquilo que foi feito é fruto de um grande esforço técnico e artístico que merece nota.
O problema do filme está em suas decisões narrativas. É um dos piores usos do recurso de narração que já vi, tira toda a filosofia e poesia que estava inserida nas imagens para verbalizar elas, subestimando o público. Pior do que quando os atores lêem as poesias é quando a narração fala aquilo que está sendo mostrado em cena.
Se tirasse a narração, o filme já seria muito melhor. Mas há também um problema de clichês usados a exaustão, apesar de serem bem executados.
Busby Berkeley é um dos maiores gênios da história do cinema, e o maior da história dos musicais. Esse é o terceiro filme que vejo com números musicais criados e dirigidos por ele, e foram simplesmente 3 das mais inacreditáveis experiências audiovisuais que eu tive em muito tempo. Mas infelizmente, apenas estes números são dele.
Me decepcionei muito com esse filme. Após ver "Gold Diggers of 1933" e "Gold Diggers of 1935", que foram tristemente esquecidos com o passar dos anos, esperava que esse, que até hoje é aclamado como um dos grandes musicais da história, fosse ser um magnum opus, mas ficou muito atrás de ambos os Gold Diggers.
Os personagens são mal desenvolvidos, as situações são forçadas, inúmeros clichês mal executados, personagens demais e com química problemática, além de uns "deuses ex-machina" forçados.
O que se destaca são algumas interpretações, o final focado na triste figura do diretor, e claro, os números musicais que estes sim, merecem toda a aclamação do universo.
Claramente o baixo orçamento prejudica um gênio da invenção e criatividade como Gilliam, mas ainda assim o filme tem uma das melhores reconstruções da Idade Média que o cinema já teve, em toda sua sujeira e poluição. Palin também está excelente.
O único problema do filme é que aqui parece que o Gilliam ainda se sentia na sombra do Python e coloca um tipo de humor que não é bem a praia dele e que não funciona, a montagem do filme também é problemática, com um ritmo que não flui bem e cenas que não levam a nada. Ainda assim, um bom começo para um ótimo diretor.
O maior problema aqui é ser um musical com poucos números musicais, mas os que tem são simplesmente alguns dos mais geniais números musicais da história do cinema!
E diferente da "continuação" Gold Diggers of 1935, a história desse filme é até legal, com alguns momentos bem divertidos e excelentes performances cômicas.
Eu acho fascinante esse amor que os Beatles tinham por cinema e música experimental, e apesar de normalmente eu achar filmes assim difíceis de assistir, esse é curtinho e os números músicais são muito legais. Além de que tem aquela sensação bacana de ver que geral ta se divertindo durante as filmagens então da uma proximidade e carisma maior entre a banda e o espectador.
Sou suspeito pra falar de um filme do Terry Gilliam, já que amo 90%das coisas vindas dos ex-membros do Monty Python, e aqui não foi diferente. O estilo do Gilliam casou perfeitamente com a atmosfera do livro do Thompson, e aqui temos mais um exemplo do porque ele é um dos cineastas mais únicos da história. O nível de criatividade visual dele é infinita, e a trilha é um show a parte.
Anyway, assisti e li o livro no mesmo dia e devo dizer que, apesar de eu ter me divertido mais com o filme, toda a insanidade narrativa e visual no longa não deixou espaço pro conteúdo político do livro, pelo menos não para o espectador médio. Então imagino que muitos podem achar o filme uma obra vazia sobre drogas e loucura, quando na verdade fala muito sobre a cultura norte-americana.
Outro problema talvez tenha sido o Johnny Deep, não sei se a caricatura do personagem foi visão do Gilliam ou do Depp, mas tira muito da profundidade do personagem e da seriedade de alguns monólogos, além de que se fosse um personagem mais sério naquele mundo de loucuras, o humor teria ficado ainda melhor, e a prova disso ta no Benicio, que pra mim ta perfeito, no tom exato entre loucura e seriedade.
Os números musicais são belissimos, alguns dos melhores que eu já vi. Mas são menos de 20% do filme, e a história é bem ruinzinha, desinteressante e mal desenvolvida, só uma desculpa para os números musicais, que nem tem muita relação com a história.
Recomendo mais ver os números musicais no youtube e deixar o filme passar.
No começo o filme parece que vai ser muito divertido e energético, naquele estilo remanescente do Scorsese e do Tarantino, e só. Mas a história vai se tornando cada vez mais densa e complexa dramaticamente com o passar do tempo, e o filme consegue transcender o status de "bom porém derivado", para algo realmente forte, criativo e original.
Apocalypse Now é meu segundo filme favorito e meu sonho é me tornar um cineasta, então da pra ter uma ideia o quanto esse filme significou pra mim. Pra mim, bons documentários são aqueles que vão além de apenas documentar fatos, e acabam tocando em assuntos mais profundos e relacionáveis. Aqui nós temos, além da história dessa absurda produção, um estudo da mente de um artista em crise, e até que ponto uma pessoa pode ir para realizar seu sonho.
Meu único problema é que o final foi abrupto demais, poderia ter mostrado mais do impacto e recepção do filme, dando um pay off maior ao público. Mas no geral, magnífica obra. Merecia ter ganhado o Oscar de melhor documentário.
O filme tem algumas atuações problemáticas e uns erros de edição, mas nada que comprometa demais a obra. O que me impressiona no neorealismo italiano é a coragem de retratar as coisas em uma época em que todos estavam tão acostumados com finais felizes e arcos bem definidos.
Inúmeros personagens e situações que parecem que se desenvolverão para algo maior ao longo do filme apenas aparecem e somem aleatoriamente, não pq o roteiro é preguiçoso, mas sim pq a vida é desse jeito. Criar um final em que tudo se encaixa perfeitamente e os personagens vivem felizes para sempre em uma história dessa seria subestimar o público, mas também simplesmente matar o personagem seria uma das conclusões mais pertubadoras da história, então achei acertado deixar em aberto.
O que realmente assusta é a trilha escolhida pelo diretor no letreiro do fim. Deixa uma sensação de pessimismo que causa uma dicotomia com a cena relativamente positiva e esperançosa do Umberto brincando com seu cachorro.
Ta de brincadeira, perfeito! Melhor filme do Fincher depois de Se7en e Clube da Luta, e na minha opinião os únicos 3 dele que entram na categoria obra-prima.
Um suspense perfeitamente conduzido em que cada cena ajuda na construção do caso ou imerge o espectador na tensão dos personagens. Um dos filmes mais subestimados dos últimos anos.
As pessoas ficam esperando um slasher ou um thriller fajuto. Encontram um puta relato realista de como as coisas são na vida real e vem falar asneira.
Alphaville
3.9 177 Assista AgoraPensei em escrever uma crítica mais elaborada como normalmente faço, abordando alguns pontos interessantes e outros que me desagradaram. Mas nada disso expressaria o mais puro sentimento que tive ao ver esta obra, portanto serei direto:
Puta que pariu que bagulho chato do caralho mermão.
Os Cães Plagueados
4.2 47Caraca, o que dizer dessa maravilha? Durante toda a obra me ficou aquela sensação de que a cada vez que eu assistir conseguirei absorver algo novo. A ligação entre a primeira cena e a última, a música escolhida, o diálogo dos personagens... Tudo é muito cheio de poesia e significado. O coração ficou partido mas me restou esperança.
"There is.... There is a island!"
Queria pedir desculpa ae pra filmes Disney e Dreamworks, mas nunca o 3D será superior ao 2D em beleza, sentimento e charme. E animações dramáticas tem sido um dos gêneros mais fascinantes que tenho visto.
Cupido Não Tem Bandeira
4.0 56Que sátira política genial!! É tão atual hoje quanto na época de seu lançamento.
Durante o filme todo eu só ficava pensando nos vários trechos que funcionariam perfeitamente fora de contexto e continuariam tão engraçadas quanto estão no filme.
Sem falar na atuação do Cagney que ta inacreditável.
Atirem no Pianista
3.7 52 Assista AgoraVisualmente um filme belíssimo, ainda mais que "Os Incompreendidos", demonstrando toda a aptidão técnica de Truffault. Algumas cenas são extremamente memoráveis, como a dos protagonistas andando na rua enquanto ouvimos os pensamentos do pianista ou a do bar dançante no início.
Porém, a narrativa aleatória e sem foco atrapalha a imersão na história, fazendo o ato final principalmente, extremamente enfadonho e desinteressante. Mesmo com apenas 1h20 o filme parece bem mais longo e não me imagino revendo ele em muito tempo.
Esse tipo de narrativa fragmentada e sem foco não atrapalha "Os Incompreendidos" por exemplo, pois lá a história nunca teve a necessidade de tal desenvolvimento, pelo conceito do filme ser justamente momentos de uma infância disvirtuada com teor autobiográfico. Mas quando se quer fazer um suspense a história muda.
Um problema parecido com o de "Acossado" do Goddard, mas lá não é tão agravante pois o foco principal ainda era o estilo e a subversão.
Inferno Nº 17
4.0 54 Assista AgoraMais um grande clássico de Billy Wilder! Desde a manipulação do espaço pequeno em que o filme se mantém por quase toda a história, até os diálogos ácidos e cenas emblemáticas, é puro ouro!
Meu único problema com ele é que acho que muitas cenas de alívio cômico se estendem mais que o necessário, problema inclusive que permeava boa parte dos filmes da época. Mas não atrapalha o filme significamente.
Peggy Sue, Seu Passado a Espera
3.4 129 Assista AgoraApesar de ser um filme menos relevante e mais genérico do Coppola, ainda ta longe de ser ruim. Trata de vários temas interessantes como destino, adolescência, arrependimentos, e ainda tem personagens que carregam personalidades bem complexas que normalmente filmes do gênero deixam passar. A iluminação e reconstrução de época também é belissima e tem um papel importante na caracterização da atmosfera de "sonho" do filme.
O final também foge do clichê e mesmo sendo menos catártico, o fato do destino da personagem ter se mantido o mesmo tem haver com tudo que o filme quer mostrar. Mesmo que haja arrependimentos em nossas vidas, no final nós somos feitos de nossas decisões, e não podemos simplesmente deixar de ser nós mesmos.
Então, está acima da média do gênero e longe de ser um desserviço a carreira do Coppola. Agora, o que incomoda são algumas atuações. Na verdade, as atuações em si seriam boas em uma comédia pastelão ou sátira de esteriótipos, mas em um filme focado em aspectos mais dramáticos e temas mais sérios da mentalidade adolescente, colocar o Nicolas Cage no papel principal é sacanagem.
Um Assaltante Bem Trapalhão
3.7 93Pode não ser o melhor, nem o mais inteligente, nem o mais bem dirigido, nem o mais relevante pro cinema, nem o meu favorito do Allen. Mas é sem dúvida o que eu mais dei risada. Que comédia foda!
John Wick: De Volta ao Jogo
3.8 1,8K Assista AgoraSó acho bizarro como atores número 1 da televisão viram coadjuvantes inúteis nesses filmes Hollywoodianos. Quem assistiu "The Wire" vai saber de quem to falando.
De qualquer forma, um filme que extrapola ao máximo o que já é exagero em filmes de ação, quase como uma sátira ao gênero, mas ainda mantendo uma forte personalidade visual. Filme honesto e até original dependendo o ponto de vista. Uma HQ do Mark Millar feita direto para o cinema mas sem melodrama barato.
O Show Deve Continuar
4.0 126 Assista AgoraO que dizer dessa obra-prima?? Bob Fosse já tinha um lugar especial na minha vida pelo fantástico e absolutamente subestimado "Lenny", já "Cabaré" que é o mais lembrado não mexeu muito comigo, mas é indiscutivelmente um grande musical.
Mas este, puta merda. Genial do começo ao fim. Esses filmes que parecem monólogos de seu criador, são verdadeiras auto-análises psicológicas e profundas sobre as dores da vida artística e pessoal. Filmes como "Adaptação", "Anne Hall", "Sinedoque, Nova York", "8 1/2", entre outros.
Já considero um dos filmes da minha vida, e competindo com Nashville, o melhor e mais genial musical que já vi.
O Discreto Charme da Burguesia
4.1 284 Assista AgoraEu tenho um jeito de definir os filmes que mais gosto. Chamo eles de tridimensionais, por funcionarem em 3 aspectos diferentes. O primeiro é a experiência ao assistir o filme; eu me diverti? Fiquei fascinado? Trilha, fotografia, atuações.... A superficie do filme, porque não adianta um monte de significado brilhante se o filme por si só não for agradável.
Depois vem as camadas do filme. Aqui entra a genialidade do diretor e os temas que ele queria abordar além do básico que se está vendo. Aqui eu nunca julgo pela minha opinião, mas sim se o autor conseguiu expressar a sua.
E por último, vem aquilo que, o diretor não necessariamente colocou, mas cada um pode interpretar de sua maneira. Tipo "Caçar pelo em ovo", quadros em branco na obra que possam servir de espelho para a bagagem interpretativa de cada um.
Neste filme, acho que o Bunuel expressou aquilo que queria com eficiência, há inúmeras cenas multifacetárias em que se pode discutir e argumentar o significado, além de belas técnicas. Mas, simplesmente, achei enfadonho e cansativo. Pra mim, sátiras como as do Monty Python conseguem expor as mesmas criticas de uma maneira extremamente mais interessante e ao mesmo tempo divertir. Foi o elemento que faltou, a superficie interessante para que se possa destrinchar as camadas.
Um exemplo mais próximo do cinema de Bunuel, seria Cidade dos Sonhos do Lynch. Mesmo sendo extremamente surreal, tem uma atmosfera fantástica e me entretem tanto quanto qualquer filme convencional, e isso torna suas camadas e significados muito mais interessantes de se decifrar.
20.000 Léguas Submarinas
3.6 113 Assista AgoraNo começo achei que seria outra daquelas adaptações literárias infantilizadas que eram tão comuns até os anos 60. Mas o filme melhora gradualmente e consegue chegar a raiz do personagem Nemo, que é um dos mais interessantes e complexos da ficção cientifica, mesmo que mudando boa parte da história.
A parte visual é um espetáculo a parte, acredito que o fascínio é ainda maior pela maravilhosa restauração que foi feita do filme, uma das melhores que já vi.
Pequena Miss Sunshine
4.1 2,8K Assista AgoraA simplicidade é uma das maiores dádivas do cinema. São nessas pequenas e singelas histórias construídas de contemplação, diálogos, comédia e dramaticidade que podemos encontrar algo verdadeiro e profundo em nós mesmos. Que filme! Algumas cenas são hilárias, outras extremamente tocantes.
Como no Mito de Sísifo de Camus, mesmo com todo sofrimento e frustração que a vida nos aflinge, é possível encontrar algo de bom e belo em meio ao caos.
O Último Neandertal
3.7 26É interessante assistir um filme sobre este tema tão fascinante mas tão mal explorado no cinema. Claramente é de baixo orçamento, então aquilo que foi feito é fruto de um grande esforço técnico e artístico que merece nota.
O problema do filme está em suas decisões narrativas. É um dos piores usos do recurso de narração que já vi, tira toda a filosofia e poesia que estava inserida nas imagens para verbalizar elas, subestimando o público. Pior do que quando os atores lêem as poesias é quando a narração fala aquilo que está sendo mostrado em cena.
Se tirasse a narração, o filme já seria muito melhor. Mas há também um problema de clichês usados a exaustão, apesar de serem bem executados.
Rua 42
3.8 30 Assista AgoraBusby Berkeley é um dos maiores gênios da história do cinema, e o maior da história dos musicais. Esse é o terceiro filme que vejo com números musicais criados e dirigidos por ele, e foram simplesmente 3 das mais inacreditáveis experiências audiovisuais que eu tive em muito tempo. Mas infelizmente, apenas estes números são dele.
Me decepcionei muito com esse filme. Após ver "Gold Diggers of 1933" e "Gold Diggers of 1935", que foram tristemente esquecidos com o passar dos anos, esperava que esse, que até hoje é aclamado como um dos grandes musicais da história, fosse ser um magnum opus, mas ficou muito atrás de ambos os Gold Diggers.
Os personagens são mal desenvolvidos, as situações são forçadas, inúmeros clichês mal executados, personagens demais e com química problemática, além de uns "deuses ex-machina" forçados.
O que se destaca são algumas interpretações, o final focado na triste figura do diretor, e claro, os números musicais que estes sim, merecem toda a aclamação do universo.
Vejam "Gold Diggers".
Jabberwocky: Um Herói Por Acaso
3.4 16Claramente o baixo orçamento prejudica um gênio da invenção e criatividade como Gilliam, mas ainda assim o filme tem uma das melhores reconstruções da Idade Média que o cinema já teve, em toda sua sujeira e poluição. Palin também está excelente.
O único problema do filme é que aqui parece que o Gilliam ainda se sentia na sombra do Python e coloca um tipo de humor que não é bem a praia dele e que não funciona, a montagem do filme também é problemática, com um ritmo que não flui bem e cenas que não levam a nada. Ainda assim, um bom começo para um ótimo diretor.
Cavadoras de Ouro
3.8 26 Assista AgoraO maior problema aqui é ser um musical com poucos números musicais, mas os que tem são simplesmente alguns dos mais geniais números musicais da história do cinema!
E diferente da "continuação" Gold Diggers of 1935, a história desse filme é até legal, com alguns momentos bem divertidos e excelentes performances cômicas.
Magical Mystery Tour
3.7 101Eu acho fascinante esse amor que os Beatles tinham por cinema e música experimental, e apesar de normalmente eu achar filmes assim difíceis de assistir, esse é curtinho e os números músicais são muito legais. Além de que tem aquela sensação bacana de ver que geral ta se divertindo durante as filmagens então da uma proximidade e carisma maior entre a banda e o espectador.
Medo e Delírio
3.7 552 Assista AgoraSou suspeito pra falar de um filme do Terry Gilliam, já que amo 90%das coisas vindas dos ex-membros do Monty Python, e aqui não foi diferente. O estilo do Gilliam casou perfeitamente com a atmosfera do livro do Thompson, e aqui temos mais um exemplo do porque ele é um dos cineastas mais únicos da história. O nível de criatividade visual dele é infinita, e a trilha é um show a parte.
Anyway, assisti e li o livro no mesmo dia e devo dizer que, apesar de eu ter me divertido mais com o filme, toda a insanidade narrativa e visual no longa não deixou espaço pro conteúdo político do livro, pelo menos não para o espectador médio. Então imagino que muitos podem achar o filme uma obra vazia sobre drogas e loucura, quando na verdade fala muito sobre a cultura norte-americana.
Outro problema talvez tenha sido o Johnny Deep, não sei se a caricatura do personagem foi visão do Gilliam ou do Depp, mas tira muito da profundidade do personagem e da seriedade de alguns monólogos, além de que se fosse um personagem mais sério naquele mundo de loucuras, o humor teria ficado ainda melhor, e a prova disso ta no Benicio, que pra mim ta perfeito, no tom exato entre loucura e seriedade.
Mordedoras de 1935
3.1 1Os números musicais são belissimos, alguns dos melhores que eu já vi. Mas são menos de 20% do filme, e a história é bem ruinzinha, desinteressante e mal desenvolvida, só uma desculpa para os números musicais, que nem tem muita relação com a história.
Recomendo mais ver os números musicais no youtube e deixar o filme passar.
Magnólia
4.1 1,3K Assista AgoraNo começo o filme parece que vai ser muito divertido e energético, naquele estilo remanescente do Scorsese e do Tarantino, e só. Mas a história vai se tornando cada vez mais densa e complexa dramaticamente com o passar do tempo, e o filme consegue transcender o status de "bom porém derivado", para algo realmente forte, criativo e original.
Monty Python: And Now For Something Rather Similar
4.0 2O seguimento do Terry Jones partiu meu coração :(
A música de fechamento do Idle foi maravilhosa.
Francis Ford Coppola - O Apocalipse de um Cineasta
4.4 90Apocalypse Now é meu segundo filme favorito e meu sonho é me tornar um cineasta, então da pra ter uma ideia o quanto esse filme significou pra mim. Pra mim, bons documentários são aqueles que vão além de apenas documentar fatos, e acabam tocando em assuntos mais profundos e relacionáveis. Aqui nós temos, além da história dessa absurda produção, um estudo da mente de um artista em crise, e até que ponto uma pessoa pode ir para realizar seu sonho.
Meu único problema é que o final foi abrupto demais, poderia ter mostrado mais do impacto e recepção do filme, dando um pay off maior ao público. Mas no geral, magnífica obra. Merecia ter ganhado o Oscar de melhor documentário.
Umberto D.
4.4 124 Assista AgoraO filme tem algumas atuações problemáticas e uns erros de edição, mas nada que comprometa demais a obra. O que me impressiona no neorealismo italiano é a coragem de retratar as coisas em uma época em que todos estavam tão acostumados com finais felizes e arcos bem definidos.
Inúmeros personagens e situações que parecem que se desenvolverão para algo maior ao longo do filme apenas aparecem e somem aleatoriamente, não pq o roteiro é preguiçoso, mas sim pq a vida é desse jeito. Criar um final em que tudo se encaixa perfeitamente e os personagens vivem felizes para sempre em uma história dessa seria subestimar o público, mas também simplesmente matar o personagem seria uma das conclusões mais pertubadoras da história, então achei acertado deixar em aberto.
O que realmente assusta é a trilha escolhida pelo diretor no letreiro do fim. Deixa uma sensação de pessimismo que causa uma dicotomia com a cena relativamente positiva e esperançosa do Umberto brincando com seu cachorro.
[spoiler][/spoiler]
Zodíaco
3.7 1,3K Assista AgoraTa de brincadeira, perfeito! Melhor filme do Fincher depois de Se7en e Clube da Luta, e na minha opinião os únicos 3 dele que entram na categoria obra-prima.
Um suspense perfeitamente conduzido em que cada cena ajuda na construção do caso ou imerge o espectador na tensão dos personagens. Um dos filmes mais subestimados dos últimos anos.
As pessoas ficam esperando um slasher ou um thriller fajuto. Encontram um puta relato realista de como as coisas são na vida real e vem falar asneira.