É legal até a metade, aí depois forçaram bastante a minha tolerância. Mas eu vou parar de comentar por aqui, afinal de contas, segundo o Filmow, se eu não gostei desse filme, eu não sei apreciar um "bom entretenimento".
O mais subestimado da franquia até agora - e isso pode também ser dito de George Lazenby, o injustiçado interprete que de fato merecia ter sido protagonista outras vezes.
Um prédio sendo demolido, reformas e reconstruções acontecendo ao fundo, edificações sendo substituídas e modernizadas: se fosse para concentrar o filme em uma única ideia, eu diria que é essa, a de que o passado não tem mais lugar na mesa e Atlantic City é uma cidade que apenas olha pra frente. E a forma como isso casa perfeitamente com a trajetória de Lou chega a ser tocante. Filmaço.
Talvez a maior representação artística do termo "vergonha alheia", o filme consegue errar em quase todos os âmbitos de sua produção. Se não existe uma racionalidade por trás da montagem, que poderia ter se favorecido da complexidade que seria manter tantas tramas girando, acho inconcebível pensar que alguém em plenas condições mentais tenha escrito esse roteiro de forma séria. Porém deus é bom e o elenco possui seu carisma, o que já garante algumas risadinhas aqui e ali e impede que a experiência se torne uma prova de resistência. Se você viu esse filme, e ficou sóbrio o tempo todo, saiba que eu te admiro.
É muito inverossímil ninguém se interessar por um joguinho de loteria, por um resultadinho de aposta. Não teriam feito tanta merda, disso eu não tenho dúvidas.
Não se contentando com sua direção atemporal e seu protagonista magnético, Bullitt vai além, trazendo uma reflexão incomum em sua cena clímax; se para Cathy aquela era uma realidade incômoda, chocante ao ponto dela questionar a própria visão de mundo de seu companheiro, para as pessoas no aeroporto (representando a grande maioria), que observavam com pouco interesse o cadáver a sua frente, nada ali parecia ser muito impressionante. Seria um comentário sobre a apatia da sociedade perante a violência? Vale lembrar que a Nova Hollywood estava em seus anos iniciais, o que pode ter desencadeado essa profética visão do diretor - ou do roteirista. De qualquer forma, Bullitt é um filmaço absurdo. Clássico total, como poucos filmes de ação conseguiram ser.
O visual é realmente estonteante, e a complexa mise-en-scène é muito bem trabalhada, mas a falta de personagens marcantes, associado a uma trama que por vezes parece se alongar desnecessariamente, diminuem o impacto que o filme deseja causar. Apesar dos méritos do terceiro ato, o final peca pela previsibilidade.
Tentaram se matar, viraram eternos. A declaração final de Herzog sobre seu maior desafio, a prova incontestável de que Kinski não era normal. A conclusão do filme é de uma delicadeza, de um sentimento tão profundo, que não tem como não se afetar. A mais pura arte.
A força desse filme é um negócio imensurável. Ele é o registro histórico e posterior de uma cultura que teve sua voz sufocada, dizimada, em prol do egoísmo daqueles que se auto proclamam "civilizados". Mas não apenas isso. A direção de Ciro Guerra desanima qualquer um que um dia sonha em se tornar cineasta; ele consegue evocar sentimento e imersão num trabalho audiovisual que beira a excelência, junto de uma narrativa que funciona quase que como uma extensão simbólica de muitas das crenças que o próprio filme discorre. Um primor, genial em seus atributos técnicos, perfeito em sua representatividade.
Beira o inacreditável que esse filme seja de 1938; seus atributos técnicos são tão exuberantes que você perdoa todas as cafonices do roteiro. E Errol Flynn possui um vigor físico em cena de dar inveja a qualquer Tom Cruise dos dias de hoje.
É inegável que, como forma, o filme possui dois aspectos importantes: a montagem, que consegue impor um ritmo agradável à narrativa, e a trilha sonora (mérito de quem escolheu quando e qual utilizar); mas é só. Não existe contextualização que me permita ignorar um dos roteiros mais imprudentes e nojentos da história. Eu apenas lamento que tal irresponsabilidade tenha influenciado tanto, não apenas em sua época, como também nos anos seguintes, permitindo que essa parcela delinquente da sociedade pudesse se ver representada no filme. Fica aí a dica: não adianta enfeitar, florear e revolucionar no ornamento de um bolo feito de fezes. Apesar de bonito, ele vai continuar sendo uma merda.
Lucio Fulci é um mestre, não tem outra explicação. Ele conseguiu fazer um filme repleto de cenas inesquecíveis, com momentos que vão do puro horror ao grotesco em segundos, mesmo tendo em mãos um roteiro merda e atores mais merdas ainda. A façanha fica ainda mais impressionante quando se para pra pensar que o filme acerta (e muito) em todos os seus outros aspectos técnicos, desde a trilha sonora até a direção de arte, e principalmente o belíssimo trabalho de maquiagem - um dos melhores que eu já vi em muito, muito tempo. No final, não acaba importando muito o fato de que nenhum personagem tenha carisma, ou que a história não faça o menor sentido; a menina vomitando os próprios órgãos e o jovem sendo empalado na furadeira já fazem tudo valer a pena.
É impressionante que, após dois atos que apenas flertam com grandes momentos, o filme se encerre não somente com uma conclusão satisfatória, mas também abrindo margem para uma discussão interessante sobre o poder do criador em cima de sua obra. Apesar da justificação (o que comprova que a ideia inicial deu lugar a essa versão), a decisão do filme em abraçar uma aura completamente diferente em seu segmento final dá uma dimensão ainda maior pra história. A labuta como reflexo do homem, o homem como reflexo de seu país: uma Alemanha colapsada, em cacos, humilhada em seu pós-guerra. Nada mais justo que o espectador tenha a chance de ser manipulado. O cinema também é esperança.
Porra, se a intenção do Friedkin era me fazer de otário, então que ele se esforçasse um pouco mais pra isso. Mexer na mixagem de som na hora do exorcismo (nada sutil), ou tentar colar aquela de "ah, eu não levei minha câmera, mas essa é minha memória do fato" não dá. De que adianta fazer um documentário se o seu "clímax" não foi gravado, e o que foi gravado foi alterado? E se a intenção era justamente essa, de discutir a crença e a ambiguidade do tema em meio a depoimentos racionais, a fim de tentar observar a questão por diferentes ângulos, então por quê não tornar a história mais "inventiva", não se limitando a essa narrativa tediosa e que nada acrescenta em termos de tensão? Um documentário sobre o filme de 73 seria melhor. Ou mesmo rever o próprio filme de 73 seria melhor. Caralho, acho que até ser possuído seria melhor.
A Guerra do Amanhã
3.2 710 Assista AgoraÉ legal até a metade, aí depois forçaram bastante a minha tolerância. Mas eu vou parar de comentar por aqui, afinal de contas, segundo o Filmow, se eu não gostei desse filme, eu não sei apreciar um "bom entretenimento".
Rocky III: O Desafio Supremo
3.6 349 Assista AgoraTinha potencial, mas a chatice desse Clubber Lang (associada à deprimente performance de Mr. T) coloca o filme muito próximo do esquecimento.
007: A Serviço Secreto de Sua Majestade
3.4 221 Assista AgoraO mais subestimado da franquia até agora - e isso pode também ser dito de George Lazenby, o injustiçado interprete que de fato merecia ter sido protagonista outras vezes.
Rio, 40 Graus
3.9 86 Assista AgoraNeo-realismo carioca.
Westworld - Onde Ninguém Tem Alma
3.3 197É muito melhor que a série, só isso mesmo.
Atlantic City
3.6 38 Assista AgoraUm prédio sendo demolido, reformas e reconstruções acontecendo ao fundo, edificações sendo substituídas e modernizadas: se fosse para concentrar o filme em uma única ideia, eu diria que é essa, a de que o passado não tem mais lugar na mesa e Atlantic City é uma cidade que apenas olha pra frente. E a forma como isso casa perfeitamente com a trajetória de Lou chega a ser tocante. Filmaço.
Simplesmente Amor
3.5 889 Assista AgoraTalvez a maior representação artística do termo "vergonha alheia", o filme consegue errar em quase todos os âmbitos de sua produção. Se não existe uma racionalidade por trás da montagem, que poderia ter se favorecido da complexidade que seria manter tantas tramas girando, acho inconcebível pensar que alguém em plenas condições mentais tenha escrito esse roteiro de forma séria. Porém deus é bom e o elenco possui seu carisma, o que já garante algumas risadinhas aqui e ali e impede que a experiência se torne uma prova de resistência. Se você viu esse filme, e ficou sóbrio o tempo todo, saiba que eu te admiro.
Dog Star Man
3.2 25Pô, eu realmente compreendo tudo no que concerne à narrativa visual do filme, mas o total silêncio é putaria demais.
Te Pego Lá Fora
3.6 518Que direção absurda desse filme. O Depois de Horas do ensino médio.
Era uma Vez no Oeste
4.4 730 Assista AgoraEu revi agora e não tem como não, é simplesmente o auge total dos faroestes. Tudo é perfeito e nada, nunca mais, chegou perto.
A Ligação
3.6 514 Assista AgoraÉ muito inverossímil ninguém se interessar por um joguinho de loteria, por um resultadinho de aposta. Não teriam feito tanta merda, disso eu não tenho dúvidas.
O Vingador Tóxico
3.7 215É inacreditável o quanto esse filme é bom.
Freaky: No Corpo de um Assassino
3.2 464Eu nunca imaginei que o Vince Vaughn pudesse ser tão divertido. É justamente em seus momentos mais inspirados que o filme surpreende.
Frances Ha
4.1 1,5K Assista AgoraEsse filme é um espetáculo.
Bullitt
3.8 98Não se contentando com sua direção atemporal e seu protagonista magnético, Bullitt vai além, trazendo uma reflexão incomum em sua cena clímax; se para Cathy aquela era uma realidade incômoda, chocante ao ponto dela questionar a própria visão de mundo de seu companheiro, para as pessoas no aeroporto (representando a grande maioria), que observavam com pouco interesse o cadáver a sua frente, nada ali parecia ser muito impressionante. Seria um comentário sobre a apatia da sociedade perante a violência? Vale lembrar que a Nova Hollywood estava em seus anos iniciais, o que pode ter desencadeado essa profética visão do diretor - ou do roteirista. De qualquer forma, Bullitt é um filmaço absurdo. Clássico total, como poucos filmes de ação conseguiram ser.
Amor, Sublime Amor
3.8 372 Assista AgoraO visual é realmente estonteante, e a complexa mise-en-scène é muito bem trabalhada, mas a falta de personagens marcantes, associado a uma trama que por vezes parece se alongar desnecessariamente, diminuem o impacto que o filme deseja causar. Apesar dos méritos do terceiro ato, o final peca pela previsibilidade.
Meu Melhor Inimigo
4.2 30Tentaram se matar, viraram eternos. A declaração final de Herzog sobre seu maior desafio, a prova incontestável de que Kinski não era normal. A conclusão do filme é de uma delicadeza, de um sentimento tão profundo, que não tem como não se afetar. A mais pura arte.
O Abraço da Serpente
4.4 237 Assista AgoraA força desse filme é um negócio imensurável. Ele é o registro histórico e posterior de uma cultura que teve sua voz sufocada, dizimada, em prol do egoísmo daqueles que se auto proclamam "civilizados". Mas não apenas isso. A direção de Ciro Guerra desanima qualquer um que um dia sonha em se tornar cineasta; ele consegue evocar sentimento e imersão num trabalho audiovisual que beira a excelência, junto de uma narrativa que funciona quase que como uma extensão simbólica de muitas das crenças que o próprio filme discorre. Um primor, genial em seus atributos técnicos, perfeito em sua representatividade.
Tenet
3.4 1,3K Assista AgoraSerá que tem como eu entrar na máquina invertida e desver o filme?
As Aventuras de Robin Hood
3.7 69 Assista AgoraBeira o inacreditável que esse filme seja de 1938; seus atributos técnicos são tão exuberantes que você perdoa todas as cafonices do roteiro. E Errol Flynn possui um vigor físico em cena de dar inveja a qualquer Tom Cruise dos dias de hoje.
O Nascimento de uma Nação
3.0 231É inegável que, como forma, o filme possui dois aspectos importantes: a montagem, que consegue impor um ritmo agradável à narrativa, e a trilha sonora (mérito de quem escolheu quando e qual utilizar); mas é só. Não existe contextualização que me permita ignorar um dos roteiros mais imprudentes e nojentos da história. Eu apenas lamento que tal irresponsabilidade tenha influenciado tanto, não apenas em sua época, como também nos anos seguintes, permitindo que essa parcela delinquente da sociedade pudesse se ver representada no filme. Fica aí a dica: não adianta enfeitar, florear e revolucionar no ornamento de um bolo feito de fezes. Apesar de bonito, ele vai continuar sendo uma merda.
Pavor na Cidade dos Zumbis
3.5 105Lucio Fulci é um mestre, não tem outra explicação. Ele conseguiu fazer um filme repleto de cenas inesquecíveis, com momentos que vão do puro horror ao grotesco em segundos, mesmo tendo em mãos um roteiro merda e atores mais merdas ainda. A façanha fica ainda mais impressionante quando se para pra pensar que o filme acerta (e muito) em todos os seus outros aspectos técnicos, desde a trilha sonora até a direção de arte, e principalmente o belíssimo trabalho de maquiagem - um dos melhores que eu já vi em muito, muito tempo. No final, não acaba importando muito o fato de que nenhum personagem tenha carisma, ou que a história não faça o menor sentido; a menina vomitando os próprios órgãos e o jovem sendo empalado na furadeira já fazem tudo valer a pena.
A Última Gargalhada
4.2 103 Assista AgoraÉ impressionante que, após dois atos que apenas flertam com grandes momentos, o filme se encerre não somente com uma conclusão satisfatória, mas também abrindo margem para uma discussão interessante sobre o poder do criador em cima de sua obra. Apesar da justificação (o que comprova que a ideia inicial deu lugar a essa versão), a decisão do filme em abraçar uma aura completamente diferente em seu segmento final dá uma dimensão ainda maior pra história. A labuta como reflexo do homem, o homem como reflexo de seu país: uma Alemanha colapsada, em cacos, humilhada em seu pós-guerra. Nada mais justo que o espectador tenha a chance de ser manipulado. O cinema também é esperança.
O Diabo e o Padre Amorth
2.4 104 Assista AgoraPorra, se a intenção do Friedkin era me fazer de otário, então que ele se esforçasse um pouco mais pra isso. Mexer na mixagem de som na hora do exorcismo (nada sutil), ou tentar colar aquela de "ah, eu não levei minha câmera, mas essa é minha memória do fato" não dá. De que adianta fazer um documentário se o seu "clímax" não foi gravado, e o que foi gravado foi alterado? E se a intenção era justamente essa, de discutir a crença e a ambiguidade do tema em meio a depoimentos racionais, a fim de tentar observar a questão por diferentes ângulos, então por quê não tornar a história mais "inventiva", não se limitando a essa narrativa tediosa e que nada acrescenta em termos de tensão? Um documentário sobre o filme de 73 seria melhor. Ou mesmo rever o próprio filme de 73 seria melhor. Caralho, acho que até ser possuído seria melhor.