Desde que Homem de Ferro estreou, inaugurando a “era Marvel” nos cinemas, os filmes do estúdio foram assombrados por uma nuvem negra de humor descabido e tom ameno regado a cenas patéticas que enfraqueciam os roteiros, já carentes de uma boa dose de radiação gama, e diminuíam a credibilidade dos fatos decorrentes - uma armadura numa maleta, mesmo que fiel ao material original, já é difícil de engolir, mas quando ela fica sendo atirada, de mão em mão, feito uma batata quente, durante uma luta mortal e os protagonistas agem como se estivesses num filme d’Os 3 Patetas, não se pode levar mais nada a sério . Filme solo atrás de filme solo, essas características passaram a fazer parte do DNA das produções cinematográficas da casa das idéias, e o que era visto com ressalva por parte da imprensa mundial, se tornou símbolo distorcido de qualidade para os produtores, quase tão comum quanto existir uma cena pós-crédito. Particularmente, repudiei essa “qualidade” adquirida. Dito isso, quatro anos, cinco filmes e meia dúzia de Bruce Banners depois, chegamos a Vingadores. O “projeto mais ambicioso da história do cinema” Admito que, ao contrário da maioria, estava com expectativas neutras para esse filme evento, pois tudo me parecia ser meramente um capítulo a mais na escalada dos filmes divertidos, porém medianos, com os quais me acostumara, e todo o material de divulgação, inclusive os trailers, corroboravam tal impressão. A única diferença aparente estava na escolha de Joss Whedon para direção. Um nerd convicto com seguidores mundo a fora e um currículo embasado em séries de TV e roteiros de quadrinhos, mas com experiência quase nula em cinema. Honestamente, não sabia o que esperar dessa aquisição. Bem, duas horas e vinte e dois minutos depois de iniciada a sessão, já com todos saindo da sala e eu querendo correr para a bilheteria para comprar ingressos para a próxima sessão, tive que reconhecer, Joss, Whedon é o novo” rei do mundo” do mundo dos blockbusters. Se, anteriormente, tínhamos personagens sem função narrativa, que serviam apenas como âncoras cômicas de gosto duvidoso, aqui, num geral, temos pessoas em situações “comuns”, onde o humor existe, mas faz parte das conversas “cotidianas”, como na vida real. E pasmem (!!!), existem conversas!!! Justiça seja feita, elas já se mostravam presentes nos filmes anteriores, mas quase sempre sem relevância para o desenvolvimento dos personagens. Pelas mãos de Whedon e Zac Penn (ênfase em Whedon), as aventuras superlativas de Jack Kirb e Stan Lee adquiriram contornos mais humanos, quando os personagens passaram a ter diálogos bem escritos e com função de expor seus interlocutores ao público. Pela primeira vez, pude acreditar que Nick Fury era o homem por trás daquela reunião; pela primeira vez, pude acreditar que ele era relevante ao grupo, e não apenas um rapper cafetão juntando suas putas para uma festa da pesada. Em diversos momentos, vi os personagens debatendo a gravidade da situação, não apenas confabulando planos de ação, mas discutindo causa, efeito e sentimentos. Mas não se iludam o excesso de alívio cômico ainda está lá! Tonny continua verborrágico, talvez mais do que antes, mas suas cenas “normais” são tão infinitamente superiores as dos dois longas solo do herói, que isso é compensado. (existe alguém ali dentro e não digo isso por conta da armadura) e Joss mostra isso em closes de seu silêncio e enfatizando seu rosto HUMANO. Infelizmente, em alguns momentos, o ”pastel” ainda se faz presente, mas, embora ridículos e fora de contexto, são exemplos ínfimos em tempo e importância. Um dos receios dessa união era, exatamente, o excesso de estrelas em cena, mas o diretor soube equilibrar isso com maestria. Os personagens se revezam em frente à câmera da maneira mais equilibrada possível, se não em tempo, ao menos em importância, com todos já prévia e devidamente apresentados, pelos filmes anteriores. O elenco, quase todo irrepreensível – já que havia material com o qual trabalhar – pôde ser explorado de uma forma ainda não vista. Natasha Romanoff, agora um personagem com objetivo narrativo, que não se atem a simplesmente exibir curvas ou lutar de forma estilizada e caricata, consegue ser a espiã astuta e letal dos quadrinhos, e ainda ter ares de garota fragilizada - no chão, depois de ser “atropelada por um trator”. Naquele momento, ela não está só machucada, é possível ver o medo em sua face. E as cenas que protagoniza com Clint Barton – Jeremy Renner, o Gavião Arqueiro - elevam o nível de dramaticidade e trazem verossimilhança ao “nicho de espionagem” da equipe. Tom Hiddleston simplesmente dispensa comentários, mas os merece! Ele arrasta para si, quase todo o peso dramático da aventura. Da mesma forma que Mark Ruffalo, oscilando esquizofrenicamente entre querer e não querer o “outro cara”, consegue ser o Banner médico & monstro que seus antecessores não foram. Chris Hemsworth está mais asgardiano do que nunca e Chris Evans, definitivamente é o Capitão América – com uma máscara horrível, mas é! A forma como o diretor resgata para o público, todo o sofrimento de Steve Rogers numa simples cena com sacos de pancada mostra sua preocupação em entregar personagens tridimensionais. E embora o filme derrape na montagem, as sequências de ação do último ato são alucinantes. Hulk, absolutamente esmaga (!!!); Homem de Ferro não para um segundo – os planos aéreos que o seguem são incríveis (!) - e ainda é autruísta (!?); Todos têm seu tempo, função e relevância. E a tão criticada cena da pistolinha da Viúva, só é ridícula se descontextualizada do todo que a precede e compõe. Tecnicamente, o filme é “90”% eficiente. A trilha de Alan Silvestre ajuda a demarcar as diferentes emoções vividas pelos personagens sem nos forçar a senti-las, deixando para incitar o público apenas no clímax, e funciona! Os efeitos, de forma geral, cumprem bem sua função – Hulk é a coisa mais incrível (olha o trocadilho!), bem como o aero porta aviões da S.H.I.E.L.D., no entanto, a raça alienígena (bucha de canhão) se mostra um tanto quanto amorfa, sem muito esmero visual e com mobilidade artificial. A fotografia clara e expositiva evidencia e reforça o que todos já sabemos, estamos vendo um filme com heróis coloridos, saídos de um gibi. Quanto ao 3D, ao menos em Imax, ele não atrapalha em absoluto, e ainda melhora razoavelmente a percepção de profundidade, pena o filme não ter sido todo gravado dessa maneira. Faltou um pouco de pretensão? Sim, faltou! Bem como ainda sobraram pitadas de alívio cômico descontextualizado, mas a evolução individual dos personagens e resultado do conjunto são tão positivos, que é impossível não querer mais. Nota 5!
Em 2002, depois de duas iniciativas “experimentais” bem sucedidas: Blade e X-Men, chegava às telas dos cinemas o maior e mais ousado projeto envolvendo um personagem Marvel: Homem-Aranha! A premissa básica, calcada na jornada do herói, conquistou o público comum ao estabelecer no “mundo real” a história de Peter Parker: garoto órfão, criado pelos tios - Benjamim e May Parker -, que na adolescência, embora extremamente inteligente, se mostrava inapto em fazer amigos e se aproximar de garotas, e, após ser picado acidentalmente por uma aranha radiotiva, adquire super poderes e passa a dividir seu tempo entre salvar o dia, pagar as contas e estudar para tirar boas notas. (A humanização do personagem que precisava lidar com os reveses do dia a dia, como qualquer pessoa comum, tornou a criação de Stan Lee e Steve Ditko uma das mais bem sucedidas HQs da época). O sucesso arrebatador do primeiro longa gerou uma sequência em 2004 - Homem-Aranha 2 – (considerada por muitos como a melhor adaptação de quadrinhos já feita) e outra em 2007 – Homem-Aranha 3 - Que foi sabotado internamente por “diferenças criativas” entre o diretor e o Estúdio (Sam Raimi queria usar sua criatividade para conceber algo que julgava à altura dos filmes anteriores, ao passo que o estúdio planejava ser bem criativo na confecção de bonequinhos do Venon, além dos outros dois vilões já existentes na trama), mas mesmo com uma história mal contada e um resultado qualitativo inferior aos predecessores a bilheteria milionária avalizou a agenda para um quarto filme, o que todos sabemos, não aconteceu. Em janeiro de 2010 um comunicado oficial põe fim na disputa de força entre o diretor, que queria o vilão Abutre, e o Estúdio, que insistia em um oponente mais popular. A pendenga levou junto para o ralo toda a equipe envolvida anteriormente, inclusive o elenco principal. Mas, como diz o ditado popular: Rei morto, Rei posto! A SONY/Columbia Pictures anuncia um reboot, contrata novo elenco e fecha com um novo diretor. Ficava no ar uma questão que, mesmo depois da estréia, não teve uma resposta unânime: Havia necessidade de um reboot para uma história contada, na ocasião, há oito anos e cujo último representante da franquia estava em cartaz há apenas três!? É claro que a resposta ia muito além da análise óbvia do ponto de vista criativo. O Homem-Aranha é um personagem adorado no mundo inteiro e sua permanência na Columbia Pictures dependia de uma cláusula específica de contrato que limita o tempo do herói em stand by. Com toda a equipe anterior fora da jogada, restava ao estúdio três opções: Continuar com uma sequência sem os astros já conhecidos (o que seria bem estranho), deixar tudo na geladeira e correr o risco de ter que devolver os direitos à Marvel (hahahahahaha!) ou aplicar um reboot “descabido” e fazer o melhor torcendo pelo melhor $$$. Imbróglio desembruglhado, chegamos a’O Espetacular Homem-Aranha – The Amazing Spider-Man, no original e nos quadrinhos. Encantado com o longa 500 Dias Com Ela, fiquei curioso para ver o que diretor Marc Web faria com o material, ainda que o exíguo currículo e a experiência ZERO com ação fossem fatores preocupantes. E quando um ator próximo dos trinta anos foi escolhido pra vestir a máscara do Teioso, não consegui ver sentido algum na decisão, uma vez que a idade tb depunha contra Tobey Maguire na hipótese de continuar a franquia. A tal “história não contada” sobre os pais de Peter só aumentava a aura de desconfiança. Mas o elenco se formou, o filme estreou, e ao final de mais deduas horas de projeção, quando tirei os óculos 3-D, não pude mais esconder que estava em lágrimas. Andrew Garfield, com sua cara de moleque, conseguira se tornar Peter Parker/Homem-Aranha de maneira irrepreensível, seja em físico ou em essência, sem precisar se transformar numa caricatura do que se tinha nas páginas mal coloridas dos anos 60. Aqui, Peter continua um jovem órfão criado pelos tios, e com a árdua missão de enfrentar o colegial sem o elixir da popularidade, mas, diferente dos quadrinhos, e da trilogia anterior, não se esconde do mundo sob o clichê do nerd desengonçado, todavia, é um erro pensar que um skate e lentes de contato traem o perfil clássico do personagem. O roteiro, escrito a seis mãos - destaque para Alvin Sargent, presente nos dois últimos filmes do Teioso, acostumado com dramas e romances e por James Vanderbilt, autor de obras variadas que oscilam entre o gosto duvidoso e o elogiado Zodíaco – acerta ao aproximar o adolescente do universo nerd atual - roupas despojadas e gadgets são uma realidade para esses garotos, hoje em dia - ao mesmo tempo em que reforça o isolamento e a revolta de Peter com sua condição - as lentes de contato e o skate soam mais como artifícios de camuflagem e libertação ante os reveses do colegial que assessórios supérfluos e moderninhos Infelizmente o texto peca ao não atentar para detalhes básicos, como o a ativação do sentido aranha – por vezes, ele se mostra preguiçoso -; ao não explorar as reações da “contaminação reptiliana” e por não incluir a família do Dr. Curt Connors na trama, algo que, embora fosse agradar aos fãs e aumentar a empatia do público em relação ao personagem, estenderia a duração do longa a algo pouco desejado em um filme que precisava reestabelecer o início da franquia. Deixa ainda algumas pontas que podem ou não ter ficado soltas, dependendo dos acontecimentos do próximo filme. Mas acerta ao reintroduzir os disparadores, resgatar a genialidade de Parker e, finalmente, ao apresentar um Aranha piadista, como nos quadrinhos – o uniforme, mais do que nunca – é a catarse do nerd introvertido -, mas não antes de conhecermos o garoto “inconsequente” que se diverte com suas novas habilidades. A metáfora da passagem da adolescência para a vida adulta – presente tb no filme de 2002, com a clássica morte do tio Bem – é reforçada, aqui, com palavras que influenciam as atitudes de Peter – (contém spoiler!) não é à toa que Parker deixa de caçar o assassino com tatuagem de estrela. Nesse contexto, o vilão Lagarto (Rhys Ifans premiado com o BAFTA de melhor ator coadjuvante por Um lugar Chamado Notting Hill) é o objeto central do foco do agora herói, Homem Aranha. Personagem que, mesmo sem o calço emocional de esposa e filho, é bem apresentado e tem motivações claras – a cena em que o personagem aparece refletindo o braço restante diante de um espelho sintetiza de forma melancólica a essência do que almeja... Ser normal. Só não confundam insanidade com plano maquiavélico. Como fera, o Dr. Exibe um design que remete às primeiras aparições do réptil nos quadrinhos, algo menos Godzilla e mais humano mutante. Mas com agilidade e força espantosas – a luta na escola é incrível! – Só comparáveis às do próprio Aranha (a força, aliás, é bem maior). Na construção das cenas de ação, o diretor optou por efeitos práticos, gravando boa parte das acrobacias com dubles, o que deixou o personagem, na tela, com um aspecto extremamente real. Aliás, o Aracnídeo nunca esteve tão ágil quanto aqui, seja com os pés no chão, nas paredes ou se balançando, em poses das capas de Todd Macfarlane, com seu novo uniforme à base de material de roupa de atletas. Mercadologicamente, havia a necessidade de certo distanciamento dos filmes de Sam Raimi, o que em tempos de Batman, by Christopher Nolan, significa lançar mão de uma abordagem mais dramática e “realista”, o que se mostrou uma decisão acertada nas mãos de Marc Webb, diretor com time preciso para cenas que se sustentam através de diálogos e feeling na condução de relacionamentos pseudo platônicos e conflituosos. A química entre Peter e Gwen (Emma Stone) – Aqui, fidelizando mais com os quadrinhos em ordem de surgimento e personalidade, é tamanha que nos faz pensar naquele casal de amigos de nossa escola. Emma é encantadora e nos faz derreter (ao menos os meninos), como faz com Peter, com seus olhos de “adolescente de manga”.
A alardeada “história não contada” serve de pano de fundo para embasar e desenvolver um Peter Parker mais psicológica e sentimentalmente humano, mais tátil... Tridimensional. Seu desenrolar é nebuloso, inconclusivo e indica uma continuidade temática para o que promete ser uma nova trilogia. Os acontecimentos passados e a busca por respostas delineiam a momentânea rebeldia, de Parker, reforçando o desenvolvimento dramático do núcleo familiar – enriquecido por interpretações de peso de Martin Sheen e Sally Field – mais uma vez nos fazendo pensar em relacionamentos com pessoas reais e não com caricaturas da década de 60 – a cena dos ovos chega a ser covarde, de tão comovente. A inclusão dos pais de Peter na trama, ainda que como ausência, integra diretamente o conflito moral que antecede a transformação do “garoto comum”, com grandes poderes, à caça de vingança, no herói com grandes responsabilidades. Tudo embalado pela trilha minimalista/intimista de James Hornner, que, embora ideal para Peter Parker, se mostra pouco épica para seu alter ego. São composições interessantes e competentes na maior parte do tempo, mas perdem a força quando são, inevitavelmente, comparadas ao coelho que Danny Elfman tirou da cartola. Vale ressaltar que, o 3-D é muito mais preocupado com a profundidade do que se vê do que com objetos voando em direção à tela, mas em muitos momentos, os “voos” do cabeça de teia ficam incríveis nesse formato, principalmente numa sala IMAX onde as imagens ficaram absurdamente nítidas e limpas, e com uma perda de claridade imperceptível (God save the IMAX!). Ao final, no consagrado estilo Marvel de encerrar filmes, temos uma cena pós-crédito que, se não entrega o rumo das próximas histórias, no mínimo deixa bem claro que a intenção é exatamente essa, conta mais histórias com o novo amigo da vizinhança. E se depois de tudo isso, ainda restou alguma dúvida sobre a necessidade de se fazer um reboot da trilogia estabelecida, a resposta é absolutamente, sim!
Motoqueiro Fantasma: Espírito de Vingança
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Motoqueiro Fantasma: Espírito de Vingança
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Motoqueiro Fantasma: Espírito de Vingança
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Os Vingadores
4.0 6,9K Assista AgoraDesde que Homem de Ferro estreou, inaugurando a “era Marvel” nos cinemas, os filmes do estúdio foram assombrados por uma nuvem negra de humor descabido e tom ameno regado a cenas patéticas que enfraqueciam os roteiros, já carentes de uma boa dose de radiação gama, e diminuíam a credibilidade dos fatos decorrentes - uma armadura numa maleta, mesmo que fiel ao material original, já é difícil de engolir, mas quando ela fica sendo atirada, de mão em mão, feito uma batata quente, durante uma luta mortal e os protagonistas agem como se estivesses num filme d’Os 3 Patetas, não se pode levar mais nada a sério . Filme solo atrás de filme solo, essas características passaram a fazer parte do DNA das produções cinematográficas da casa das idéias, e o que era visto com ressalva por parte da imprensa mundial, se tornou símbolo distorcido de qualidade para os produtores, quase tão comum quanto existir uma cena pós-crédito.
Particularmente, repudiei essa “qualidade” adquirida.
Dito isso, quatro anos, cinco filmes e meia dúzia de Bruce Banners depois, chegamos a Vingadores. O “projeto mais ambicioso da história do cinema”
Admito que, ao contrário da maioria, estava com expectativas neutras para esse filme evento, pois tudo me parecia ser meramente um capítulo a mais na escalada dos filmes divertidos, porém medianos, com os quais me acostumara, e todo o material de divulgação, inclusive os trailers, corroboravam tal impressão. A única diferença aparente estava na escolha de Joss Whedon para direção. Um nerd convicto com seguidores mundo a fora e um currículo embasado em séries de TV e roteiros de quadrinhos, mas com experiência quase nula em cinema. Honestamente, não sabia o que esperar dessa aquisição.
Bem, duas horas e vinte e dois minutos depois de iniciada a sessão, já com todos saindo da sala e eu querendo correr para a bilheteria para comprar ingressos para a próxima sessão, tive que reconhecer, Joss, Whedon é o novo” rei do mundo” do mundo dos blockbusters.
Se, anteriormente, tínhamos personagens sem função narrativa, que serviam apenas como âncoras cômicas de gosto duvidoso, aqui, num geral, temos pessoas em situações “comuns”, onde o humor existe, mas faz parte das conversas “cotidianas”, como na vida real. E pasmem (!!!), existem conversas!!! Justiça seja feita, elas já se mostravam presentes nos filmes anteriores, mas quase sempre sem relevância para o desenvolvimento dos personagens. Pelas mãos de Whedon e Zac Penn (ênfase em Whedon), as aventuras superlativas de Jack Kirb e Stan Lee adquiriram contornos mais humanos, quando os personagens passaram a ter diálogos bem escritos e com função de expor seus interlocutores ao público. Pela primeira vez, pude acreditar que Nick Fury era o homem por trás daquela reunião; pela primeira vez, pude acreditar que ele era relevante ao grupo, e não apenas um rapper cafetão juntando suas putas para uma festa da pesada.
Em diversos momentos, vi os personagens debatendo a gravidade da situação, não apenas confabulando planos de ação, mas discutindo causa, efeito e sentimentos. Mas não se iludam o excesso de alívio cômico ainda está lá! Tonny continua verborrágico, talvez mais do que antes, mas suas cenas “normais” são tão infinitamente superiores as dos dois longas solo do herói, que isso é compensado. (existe alguém ali dentro e não digo isso por conta da armadura) e Joss mostra isso em closes de seu silêncio e enfatizando seu rosto HUMANO.
Infelizmente, em alguns momentos, o ”pastel” ainda se faz presente, mas, embora ridículos e fora de contexto, são exemplos ínfimos em tempo e importância.
Um dos receios dessa união era, exatamente, o excesso de estrelas em cena, mas o diretor soube equilibrar isso com maestria. Os personagens se revezam em frente à câmera da maneira mais equilibrada possível, se não em tempo, ao menos em importância, com todos já prévia e devidamente apresentados, pelos filmes anteriores.
O elenco, quase todo irrepreensível – já que havia material com o qual trabalhar – pôde ser explorado de uma forma ainda não vista. Natasha Romanoff, agora um personagem com objetivo narrativo, que não se atem a simplesmente exibir curvas ou lutar de forma estilizada e caricata, consegue ser a espiã astuta e letal dos quadrinhos, e ainda ter ares de garota fragilizada - no chão, depois de ser “atropelada por um trator”. Naquele momento, ela não está só machucada, é possível ver o medo em sua face. E as cenas que protagoniza com Clint Barton – Jeremy Renner, o Gavião Arqueiro - elevam o nível de dramaticidade e trazem verossimilhança ao “nicho de espionagem” da equipe.
Tom Hiddleston simplesmente dispensa comentários, mas os merece! Ele arrasta para si, quase todo o peso dramático da aventura. Da mesma forma que Mark Ruffalo, oscilando esquizofrenicamente entre querer e não querer o “outro cara”, consegue ser o Banner médico & monstro que seus antecessores não foram. Chris Hemsworth está mais asgardiano do que nunca e Chris Evans, definitivamente é o Capitão América – com uma máscara horrível, mas é! A forma como o diretor resgata para o público, todo o sofrimento de Steve Rogers numa simples cena com sacos de pancada mostra sua preocupação em entregar personagens tridimensionais. E embora o filme derrape na montagem, as sequências de ação do último ato são alucinantes. Hulk, absolutamente esmaga (!!!); Homem de Ferro não para um segundo – os planos aéreos que o seguem são incríveis (!) - e ainda é autruísta (!?); Todos têm seu tempo, função e relevância. E a tão criticada cena da pistolinha da Viúva, só é ridícula se descontextualizada do todo que a precede e compõe.
Tecnicamente, o filme é “90”% eficiente. A trilha de Alan Silvestre ajuda a demarcar as diferentes emoções vividas pelos personagens sem nos forçar a senti-las, deixando para incitar o público apenas no clímax, e funciona!
Os efeitos, de forma geral, cumprem bem sua função – Hulk é a coisa mais incrível (olha o trocadilho!), bem como o aero porta aviões da S.H.I.E.L.D., no entanto, a raça alienígena (bucha de canhão) se mostra um tanto quanto amorfa, sem muito esmero visual e com mobilidade artificial.
A fotografia clara e expositiva evidencia e reforça o que todos já sabemos, estamos vendo um filme com heróis coloridos, saídos de um gibi.
Quanto ao 3D, ao menos em Imax, ele não atrapalha em absoluto, e ainda melhora razoavelmente a percepção de profundidade, pena o filme não ter sido todo gravado dessa maneira.
Faltou um pouco de pretensão? Sim, faltou! Bem como ainda sobraram pitadas de alívio cômico descontextualizado, mas a evolução individual dos personagens e resultado do conjunto são tão positivos, que é impossível não querer mais.
Nota 5!
O Espetacular Homem-Aranha
3.4 4,9K Assista AgoraEm 2002, depois de duas iniciativas “experimentais” bem sucedidas: Blade e X-Men, chegava às telas dos cinemas o maior e mais ousado projeto envolvendo um personagem Marvel: Homem-Aranha!
A premissa básica, calcada na jornada do herói, conquistou o público comum ao estabelecer no “mundo real” a história de Peter Parker: garoto órfão, criado pelos tios - Benjamim e May Parker -, que na adolescência, embora extremamente inteligente, se mostrava inapto em fazer amigos e se aproximar de garotas, e, após ser picado acidentalmente por uma aranha radiotiva, adquire super poderes e passa a dividir seu tempo entre salvar o dia, pagar as contas e estudar para tirar boas notas. (A humanização do personagem que precisava lidar com os reveses do dia a dia, como qualquer pessoa comum, tornou a criação de Stan Lee e Steve Ditko uma das mais bem sucedidas HQs da época).
O sucesso arrebatador do primeiro longa gerou uma sequência em 2004 - Homem-Aranha 2 – (considerada por muitos como a melhor adaptação de quadrinhos já feita) e outra em 2007 – Homem-Aranha 3 - Que foi sabotado internamente por “diferenças criativas” entre o diretor e o Estúdio (Sam Raimi queria usar sua criatividade para conceber algo que julgava à altura dos filmes anteriores, ao passo que o estúdio planejava ser bem criativo na confecção de bonequinhos do Venon, além dos outros dois vilões já existentes na trama), mas mesmo com uma história mal contada e um resultado qualitativo inferior aos predecessores a bilheteria milionária avalizou a agenda para um quarto filme, o que todos sabemos, não aconteceu.
Em janeiro de 2010 um comunicado oficial põe fim na disputa de força entre o diretor, que queria o vilão Abutre, e o Estúdio, que insistia em um oponente mais popular. A pendenga levou junto para o ralo toda a equipe envolvida anteriormente, inclusive o elenco principal. Mas, como diz o ditado popular: Rei morto, Rei posto!
A SONY/Columbia Pictures anuncia um reboot, contrata novo elenco e fecha com um novo diretor.
Ficava no ar uma questão que, mesmo depois da estréia, não teve uma resposta unânime: Havia necessidade de um reboot para uma história contada, na ocasião, há oito anos e cujo último representante da franquia estava em cartaz há apenas três!?
É claro que a resposta ia muito além da análise óbvia do ponto de vista criativo.
O Homem-Aranha é um personagem adorado no mundo inteiro e sua permanência na Columbia Pictures dependia de uma cláusula específica de contrato que limita o tempo do herói em stand by. Com toda a equipe anterior fora da jogada, restava ao estúdio três opções: Continuar com uma sequência sem os astros já conhecidos (o que seria bem estranho), deixar tudo na geladeira e correr o risco de ter que devolver os direitos à Marvel (hahahahahaha!) ou aplicar um reboot “descabido” e fazer o melhor torcendo pelo melhor $$$.
Imbróglio desembruglhado, chegamos a’O Espetacular Homem-Aranha – The Amazing Spider-Man, no original e nos quadrinhos.
Encantado com o longa 500 Dias Com Ela, fiquei curioso para ver o que diretor Marc Web faria com o material, ainda que o exíguo currículo e a experiência ZERO com ação fossem fatores preocupantes. E quando um ator próximo dos trinta anos foi escolhido pra vestir a máscara do Teioso, não consegui ver sentido algum na decisão, uma vez que a idade tb depunha contra Tobey Maguire na hipótese de continuar a franquia. A tal “história não contada” sobre os pais de Peter só aumentava a aura de desconfiança. Mas o elenco se formou, o filme estreou, e ao final de mais deduas horas de projeção, quando tirei os óculos 3-D, não pude mais esconder que estava em lágrimas.
Andrew Garfield, com sua cara de moleque, conseguira se tornar Peter Parker/Homem-Aranha de maneira irrepreensível, seja em físico ou em essência, sem precisar se transformar numa caricatura do que se tinha nas páginas mal coloridas dos anos 60.
Aqui, Peter continua um jovem órfão criado pelos tios, e com a árdua missão de enfrentar o colegial sem o elixir da popularidade, mas, diferente dos quadrinhos, e da trilogia anterior, não se esconde do mundo sob o clichê do nerd desengonçado, todavia, é um erro pensar que um skate e lentes de contato traem o perfil clássico do personagem.
O roteiro, escrito a seis mãos - destaque para Alvin Sargent, presente nos dois últimos filmes do Teioso, acostumado com dramas e romances e por James Vanderbilt, autor de obras variadas que oscilam entre o gosto duvidoso e o elogiado Zodíaco – acerta ao aproximar o adolescente do universo nerd atual - roupas despojadas e gadgets são uma realidade para esses garotos, hoje em dia - ao mesmo tempo em que reforça o isolamento e a revolta de Peter com sua condição - as lentes de contato e o skate soam mais como artifícios de camuflagem e libertação ante os reveses do colegial que assessórios supérfluos e moderninhos
Infelizmente o texto peca ao não atentar para detalhes básicos, como o a ativação do sentido aranha – por vezes, ele se mostra preguiçoso -; ao não explorar as reações da “contaminação reptiliana” e por não incluir a família do Dr. Curt Connors na trama, algo que, embora fosse agradar aos fãs e aumentar a empatia do público em relação ao personagem, estenderia a duração do longa a algo pouco desejado em um filme que precisava reestabelecer o início da franquia. Deixa ainda algumas pontas que podem ou não ter ficado soltas, dependendo dos acontecimentos do próximo filme. Mas acerta ao reintroduzir os disparadores, resgatar a genialidade de Parker e, finalmente, ao apresentar um Aranha piadista, como nos quadrinhos – o uniforme, mais do que nunca – é a catarse do nerd introvertido -, mas não antes de conhecermos o garoto “inconsequente” que se diverte com suas novas habilidades.
A metáfora da passagem da adolescência para a vida adulta – presente tb no filme de 2002, com a clássica morte do tio Bem – é reforçada, aqui, com palavras que influenciam as atitudes de Peter – (contém spoiler!) não é à toa que Parker deixa de caçar o assassino com tatuagem de estrela.
Nesse contexto, o vilão Lagarto (Rhys Ifans premiado com o BAFTA de melhor ator coadjuvante por Um lugar Chamado Notting Hill) é o objeto central do foco do agora herói, Homem Aranha. Personagem que, mesmo sem o calço emocional de esposa e filho, é bem apresentado e tem motivações claras – a cena em que o personagem aparece refletindo o braço restante diante de um espelho sintetiza de forma melancólica a essência do que almeja... Ser normal. Só não confundam insanidade com plano maquiavélico.
Como fera, o Dr. Exibe um design que remete às primeiras aparições do réptil nos quadrinhos, algo menos Godzilla e mais humano mutante. Mas com agilidade e força espantosas – a luta na escola é incrível! – Só comparáveis às do próprio Aranha (a força, aliás, é bem maior).
Na construção das cenas de ação, o diretor optou por efeitos práticos, gravando boa parte das acrobacias com dubles, o que deixou o personagem, na tela, com um aspecto extremamente real. Aliás, o Aracnídeo nunca esteve tão ágil quanto aqui, seja com os pés no chão, nas paredes ou se balançando, em poses das capas de Todd Macfarlane, com seu novo uniforme à base de material de roupa de atletas.
Mercadologicamente, havia a necessidade de certo distanciamento dos filmes de Sam Raimi, o que em tempos de Batman, by Christopher Nolan, significa lançar mão de uma abordagem mais dramática e “realista”, o que se mostrou uma decisão acertada nas mãos de Marc Webb, diretor com time preciso para cenas que se sustentam através de diálogos e feeling na condução de relacionamentos pseudo platônicos e conflituosos. A química entre Peter e Gwen (Emma Stone) – Aqui, fidelizando mais com os quadrinhos em ordem de surgimento e personalidade, é tamanha que nos faz pensar naquele casal de amigos de nossa escola. Emma é encantadora e nos faz derreter (ao menos os meninos), como faz com Peter, com seus olhos de “adolescente de manga”.
A alardeada “história não contada” serve de pano de fundo para embasar e desenvolver um Peter Parker mais psicológica e sentimentalmente humano, mais tátil... Tridimensional. Seu desenrolar é nebuloso, inconclusivo e indica uma continuidade temática para o que promete ser uma nova trilogia.
Os acontecimentos passados e a busca por respostas delineiam a momentânea rebeldia, de Parker, reforçando o desenvolvimento dramático do núcleo familiar – enriquecido por interpretações de peso de Martin Sheen e Sally Field – mais uma vez nos fazendo pensar em relacionamentos com pessoas reais e não com caricaturas da década de 60 – a cena dos ovos chega a ser covarde, de tão comovente.
A inclusão dos pais de Peter na trama, ainda que como ausência, integra diretamente o conflito moral que antecede a transformação do “garoto comum”, com grandes poderes, à caça de vingança, no herói com grandes responsabilidades. Tudo embalado pela trilha minimalista/intimista de James Hornner, que, embora ideal para Peter Parker, se mostra pouco épica para seu alter ego. São composições interessantes e competentes na maior parte do tempo, mas perdem a força quando são, inevitavelmente, comparadas ao coelho que Danny Elfman tirou da cartola.
Vale ressaltar que, o 3-D é muito mais preocupado com a profundidade do que se vê do que com objetos voando em direção à tela, mas em muitos momentos, os “voos” do cabeça de teia ficam incríveis nesse formato, principalmente numa sala IMAX onde as imagens ficaram absurdamente nítidas e limpas, e com uma perda de claridade imperceptível (God save the IMAX!).
Ao final, no consagrado estilo Marvel de encerrar filmes, temos uma cena pós-crédito que, se não entrega o rumo das próximas histórias, no mínimo deixa bem claro que a intenção é exatamente essa, conta mais histórias com o novo amigo da vizinhança.
E se depois de tudo isso, ainda restou alguma dúvida sobre a necessidade de se fazer um reboot da trilogia estabelecida, a resposta é absolutamente, sim!
NOTA: 5!
Sussurros do Coração
4.3 482 Assista AgoraAlguém tem um link pra AVI legendado?
Operação Presente
3.7 280 Assista AgoraAlguém tem um link para o arquivo em AVI dublado, que não seja em versão TS ou DVDscreen?
Já procurei muuuuito mas só acho essa droga de versão TS e DVDscreen.
Fanboys
3.7 308Demorei demais para ver essa pérola! Adorei o filme!
Como Arrasar um Coração
3.4 228 Assista AgoraAchei fraco.
Eva - Um Novo Começo
3.6 151Melhor que a maioria dos filmes americanos.
Terror na Água 3D
2.1 528Alguém tem um link em AVI dublado?
Tucker & Dale Contra o Mal
3.7 425 Assista AgoraAlguém tem um link pra arquivo em AVI com legenda?
Tudo pelo Poder
3.8 764 Assista AgoraMais um grande ator que se revela um grande diretor.
Sussurros do Coração
4.3 482 Assista AgoraAlguém tem um link pra AVI legendado?
Juan dos Mortos
3.6 161Algum link com legenda?
Operação Presente
3.7 280 Assista AgoraAlguém tem um link para o arquivo em AVI dublado?
Trabalhar Cansa
3.6 211Algum link para AVI?
Anjos da Noite: O Despertar
3.3 1,3K Assista AgoraDisparado, o pior filme da franquia! O filme é quase um média metragem, sem a menor razão de ser.
O Pacto
3.1 460Alguém tem um link para AVI dublado?
A Toda Prova
2.7 486 Assista AgoraAlgum link em AVI dublado?
Contrabando
3.3 381Alguém tem um link para download em AVI dublado?
A Mulher de Preto
3.0 2,9KAlguém tem um link em AVI dublado? Não tô conseguindo achar.
Drive
3.9 3,5K Assista AgoraDesse jeito, terei que incluir todos os filmes desse diretor em minha lista de favoritos. Fantásstico!"
A Mulher de Preto
3.0 2,9KAlguém tem um link em AVI dublado? Não tô conseguindo achar.