"La llamada" é um filme muito mais complexo do que parece. O filme fala sobre esse chamado, esse momento em que sentimos que temos que mudar, quando percebemos que existe algo diferente dentro de nós, algo que temos que deixar sair. María sente o chamado de Deus (representado de forma bem interessante, um deus que canta músicas de Whitney Houston); Susana se descobre homossexual, a freira Milagros percebe que não nasceu para a "vida santa" e Bernarda se dá conta da importância da música na sua vida. Todo o roteiro é leve e bem imprevisível, o filme é capaz de manter o teu interesse do início ao fim. O musical tem poucas músicas, algumas delas já super conhecidas, outras compostas para a obra, mas todas com a sua importância para o filme. É interessante analisar as letras e perceber o quanto se encaixam na história. A música "La llamada" de Leiva é uma obra à parte: "[...] Hoy he sentido la llamada Con toda la fuerza Las luces apagadas Y las piernas abiertas [...]".
Não é um filme para qualquer um. É belíssimo, cheio de poesia, de melancolia, de mistério... mas não é para qualquer um (infelizmente). Chega dói ver tantos comentários de pessoas que acharam o filme chato, que acharam as histórias "curtas demais", que queriam saber a continuação... EU ENTENDO, DE VERDADE, mas acho que muita gente não entendeu a proposta do filme. Não, o objetivo não era fazer com que todas as histórias se entrelaçassem (embora tenham pontos em comum). As histórias estão cheias de subentendidos, de várias interpretações, de jogos com o espectador, de dúvidas... isso é muito legal. Não entendo a necessidade de juntar todas elas (de forma forçada) e que tudo tenha um "sentido". Onde fica a imaginação de cada um? A grande protagonista é Nova Iorque e os diretores e roteiristas nos permitiram conhecer um pouco da vida das diversas pessoas que poderiam estar passeando tranquilamente por lá. A trilha sonora é belíssima e todas as cenas são tão cotidianas, tão simples (em alguns casos, tão familiares)... achei realmente encantador. Segue a linha de "Paris, Eu Te amo", mas neste caso, a diferença de estilo entre os "curtas" não é tão drástica. Esperava um filme ruim e me surpreendi muito positivamente.Espero que alguém faça uma análise/crítica realista, sem tantos "achismos" e com base no que o filme de fato pretende mostrar. Amaria ler.
Resolvi assistir esse filme antes de dormir e foi uma péssima decisão. Não, não achei "O Quarto de Jack" chato, muito pelo contrário. Me emocionei, me chateei, gritei, fiquei nervosa e senti um nó na garganta que me acompanhou durante toda a noite.
Ultimamente, poucos filmes me tiraram tanto da zona de conforto. Pensar em todas as situações vividas pelas protagonistas e imaginar o sofrimento da Joy, só me faz agradecer pela liberdade que tenho para ir onde eu quiser, com quem eu quiser. Me faz sentir culpada, inclusive, pelos momentos de preguiça, de não aproveitar as oportunidades, de não ter percebido o quanto a vida pode ser bonita.
É muito fácil reclamar de tudo quando se tem tudo. Fico me lembrando de histórias como essa, de tantas mulheres que foram privadas de suas vidas... Agora mesmo, quantas mulheres não estão sofrendo em cativeiro? Quantas não estão sendo estupradas, humilhadas, espancadas, mortas?
De vez em quando alguns casos ganham notoriedade. Lembro do "monstro de Amstetten" que chegou a ter 7 filhos com a própria filha, à qual foi manteve presa durante 24 anos! Ou então a história de Natascha Kampusch... O caso Araceli, aqui no Brasil, ainda me provoca nojo e raiva. Mas principalmente, recordo o livro que é tradição em minha família: toda vez que uma de nós fazia 12 anos, minha tia emprestava seu exemplar do livro "Yo tenía doce años, cogí mi bici y me fui al colegio...", que conta o famoso caso Dutroux... Na época fiquei bastante traumatizada e chocada, jamais imaginaria que garotas da minha idade pudessem sofrer daquela forma... Como existe gente perversa, meu Deus... E para piorar, não nos preocupamos com as vítimas, e muitos culpados ainda ficam impunes. Impunes e homenageados (vide o caso Araceli)...
Achei o olhar de Jack com relação ao mundo encantador. A força que Joy demonstrou para cuidá-lo é inspiradora. Ao contrário de muitos, achei muito interessante
a vida após o quarto. Enquanto Jack se impressiona com um mundo cheio de luz, cores, formas e vida, Joy percebe como esse mundo é diferente daquele que deixou com 17 anos (agora tudo parece ser triste) e do quanto seria difícil recomeçar.
Ótimas atuações, roteiro excelente e bastante delicado (até porque a história de Joy naõ incluiu surras constantes, como sabemos que ocorrem nesses casos). Mesmo assim, até agora estou maravilhada, eles trouxeram muita profundidade ao ponto de vista de uma criança de 5 anos...
A trilha sonora é boa (mas repetitiva), o enredo é interessante (porém muito devagar, em 50 min de filme, tirando a cena inicial, nada de emocionante acontece), o final é previsível e como sempre, os protagonistas tomam decisões idiotas (sem contar com o clássico vilão que NUNCA morre).
Confesso que demorei pra entrar na história, a primeira meia hora passou muito devagar. Sem contar que a história de Myers ficou muito mal explicada (ok, está claro que o filme foi pensado para ter uma continuação, mas mesmo assim, o vilão merecia bem mais do que os comentários rasos que o psiquiatra fazia sobre ele). Enfim, o filme não deixa de ter seus méritos, mas assisti-lo hoje em dia não é grande coisa...
Por último, não consegui simpatizar com ninguém, a exceção da personagem de Jamie Lee. Que amigas idiotas! Não é possível que eu tenha sido a única que pensou que elas só se aproveitavam da mocinha, além de soltar constantes piadinhas pelo jeito mas tímido e estudioso da Laurie.
P.S: Falando em Laurie, sério que ela tinha a Annabelle no quarto? Como assim? Kkkkkkk
Tudo neste filme funciona. Roteiro, personagens, atuações, fotografia, trilha sonora, diálogos... "Pulp Fiction" de fato fala sobre um "tempo de violência" (infelizmente, ainda hoje, incrivelmente atual) e não precisa MOSTRAR cenas explícitas, para sugerir ideias e situações adoravelmente apelativas (a própria definição de "pulp fiction" trazida no filme, se refere a histórias sem grande qualidade ou coerência). Muitos se incomodam com a banalização do crime, com a bestialidade e a selvageria que são mostradas. Mas, francamente: nem a sinopse do filme, nem o seu subtítulo, e nem o seu diretor são convidativos para o politicamente correto, né?
É uma obra onde tudo se encaixa perfeitamente bem, e você, muitas vezes, até consegue amar e rir de situações convencionalmente horríveis (meu Deus, isso é tão errado) e pensando bem, são bem poucos os filmes onde isso é "permitido". E digo "permitido", porque me parece quase impossível não se deixar levar por toda a genialidade do enredo, das circunstâncias e das 2h e meia que passam voando.
Não é o tipo de filme que costuma passa batido. Assim como "Laranja Mecânica" não deixa indiferente. Você pode amar, ou até odiar. Mas se sentir indiferença, acho válido rever...
Toda vez que vou assistir um filme sigo o mesmo ritual: faço tudo o que tenho que fazer em casa e na rua (pra ninguém me perturbar), aviso a todos que estarei ocupada (só pra reforçar), pego o fone de ouvido e me preparo pra adentrar no universo do filme. E é sempre assim, fico atenta, observo os detalhes, tento prestar atenção nos diálogos, no roteiro, nas atuações... Digo tudo isto porque fazia tempo que não assistia algo que me fizesse esquecer tudo isso. "Houve Uma Vez Dois Verões" é divertido, leve e extremamente simples. Assista esperando rir, curtir uma boa trilha sonora e sentir saudade de algo que nem mesmo você sabe direito o que é. Tudo é questão de manter/ a mente quieta,/ a espinha ereta/ e o coração tranquilo...
Nooossa, faz tempo que procurava este filme aqui no Filmow, tinha ele em DVD uns 10 anos atrás! Não é muito conhecido, tampouco uma obra-prima, mas eu me divertia muito assistindo! Obrigada por cadastrarem!
Tô tentando entender até agora a média desse filme. Aliás, tô tentando entender o porquê dessa "decepção tão grande". Pra começar, pela minha (super escassa) experiência, aprendi a não esperar nada dos filmes, principalmente se são do gênero terror/suspense. Procuro não assistir os trailers e me interesso pelos filmes (ou não) apenas pela sinopse. Digo tudo isto pois como filme de terror, talvez "The Boy" não seja dos melhores, mas como suspense, se a gente for pensar, consegue ter uma história bastante sombria:
"Um garoto de 7 anos tem algum problema psicológico, é muito tímido e tem apenas uma amiga. Seus pais nunca conseguiram lidar com ele muito bem, por isso sempre diziam que ele era "estranho". No dia do seu aniversário de 8 anos, esse garoto, Brahms, provavelmente quis obrigar a sua amiga a fazer algo que ela não queria, uma brincadeira, ou algo mais grave, e pela recusa da menina, ele a mata com golpes na cabeça (não lembro dos detalhes da morte da garota). Ao voltar pra casa, o menino provoca um incêndio, (ou quem provoca são os pais? A mãe estava ausente e o pai bebia muito...) acidente esse, que deixa o garoto com parte do rosto desfigurado. Como o menino era tímido e tinha problemas mentais (o que fez com que os pais desconfiassem do seu envolvimento na morte da menina e preferissem dizer que havia morrido para evitar mais investigações) a solução encontrada foi mantê-lo escondido em passagens secretas dentro da casa e colocar um boneco que serviria para que o menino se sentisse cuidado, como qualquer outro (ou simplesmente para que todos tivessem pena do "pobre casal que perdeu seu filhinho"). Com o tempo, cansados dessa vida e desse segredo, os pais procuram uma babá substituta, provavelmente uma 'namorada" para seus filho, já crescido, de acordo com as preferências de Brahms (a mãe dele fala que todas as candidatas eram jovens e bonitas), por isso, depois que o garoto escolhesse a protagonista, deixam para ele uma carta que diz que Greta é alguém para ele "amar". Brahms fica obcecado por ela, e acredita que Greta é sua, por isso não admite que ela tenha outros relacionamentos. Era questão de tempo que o homem se revelasse e tentasse forçar alguma coisa com a babá. Mas para todos, era conveniente que Greta pensasse que realmente havia algo sobrenatural com o boneco. Os pais de Brahms, cheios de culpa, assim que se foram, se mataram...".
Pelos comentários, ficou claro que a maioria esperava que o boneco de verdade estivesse possuído (tipo Annabelle) e que com o tempo, a protagonista passasse a conviver com ele, em paz, criando até mesmo uma família. Pensei que Brahms a protegeria de Cole, ela ficaria na casa, e seriam felizes para sempre... Mas agora que penso, não seria isso previsível demais? Pela construção do filme, seria muito óbvio esse final, até porque duvido que a maioria não tenha pensado nesse desfecho, nem que fosse por um momento. Ou Brahms a perseguiria até a morte (como se espera de um filme desses) ou ela cuidaria dele pra sempre (sendo a sucessora dos pais do boneco, até arranjar, no futuro uma nova babá; final improvável, mas que, pelo menos eu, estava esperando).
Com tudo isso, creio que os roteiristas somente nos fizeram de "trouxa" o tempo todo. O choque do final acabou com nossas expectativas e embora tenha sido corrido e, realmente, por vezes, meio tosco, acredito que o filme inteirinho foi construído contando com esse desfecho. Para o filme ficar completo, penso que seria necessário uma espécie de flashback que explicasse um pouco da verdadeira história e não transformasse a cena final numa perseguição bizarra e que quebrasse por completo todo o clima do filme. O brilho da história ficou um pouco ofuscado, mas 2.8 de média?!? Tô pensado seriamente em fazer uma lista de filmes com médias injustas no Filmow... Não é 5 estrelas, mas merece pelo menos 3... [/spoiler]
O legal de ter lido tantos comentários negativos sobre esse filme é que me fizeram esperar algo muito ruim, e no fim das contas, me surpreendi positivamente e curti bastante! Já que todos comparam este com o primeiro fiquei feliz com certas mudanças em relação ao anterior: 1) excluíram a cota de romance desnecessário ( acredito que a personagem da Mèlanie Laurent não precisava ter tido nada sério com o Dylan, como o final do primeiro filme deu a entender);
2) sinceramente, pensei que sentiria falta da Isla, mas achei a Lula super engraçada, tendo uma função dentro dos Cavaleiros, ao contrário da Henley, que ao meu ver, só se destacava por ser a única mulher do grupo, infelizmente.
Na verdade, achei interessante como foram apresentados novos conceitos para a "magia", como a ideia de que a ciência era a verdadeira mágica. Outro ponto positivo foi que o filme fosse, de fato, uma sequência, esclarecendo algumas coisas com relação ao primeiro e não inventando uma história totalmente nova como a maioria das continuações.
Sobre o final, penso que foi como o de um truque de mágica: você assiste atentamente, pra não perder detalhe, e depois de realizado o truque, se pergunta o que deixou passar e tentar descobrir onde está a pegadinha.
Realmente, este filme é como um soco no estômago de quem assiste. Não se preocupa muito com aspectos técnicos, está claro que o objetivo principal sempre foi denunciar essa realidade que, infelizmente, ainda existe no Brasil (e no mundo). É triste pensar que neste momento muitas Marias sofrem desta forma. Se existe esse tipo de prostituição é porque existem pessoas que procuram o serviço e não se abalam com a realidade dessas crianças. REPUGNANTE.
Triste também é ver a inocência dos pais de meninas como Maria, que vendem as suas filhas acreditando que elas terão um vida melhor. Ou pelo menos preferem acreditar nisso...
Ao terminar de assistir, fiquei com uma dúvida: alguém sabe o porquê do título "Anjos do Sol"? Eu acredito que seja uma referência aos anjos da noite. Li em algum lugar que os anjos da noite geralmente assumem a forma de uma mulher bonita, que enlouquece os homens e os seduz... Os anjos do sol poderiam ser as meninas que são usadas para "seduzir" esses homens? Alguém mais pesquisou sobre isso?
Setenta balcones hay en esta casa, setenta balcones y ninguna flor. ¿A sus habitantes, Señor, qué les pasa? ¿Odian el perfume, odian el color? La piedra desnuda de tristeza agobia, ¡Dan una tristeza los negros balcones! ¿No hay en esta casa una niña novia? ¿No hay algún poeta bobo de ilusiones? ¿Ninguno desea ver tras los cristales una diminuta copia de jardín? ¿En la piedra blanca trepar los rosales, en los hierros negros abrirse un jazmín? Si no aman las plantas no amarán el ave, no sabrán de música, de rimas, de amor. Nunca se oirá un beso, jamás se oirá una clave... ¡Setenta balcones y ninguna flor!
Poucos filmes conseguem ser classificados como "comédia" e "drama" com tanta precisão. "O Palhaço" é um filme tão doce, tão delicado, tão sensível que conseguiu roubar qualquer julgamento negativo que eu pudesse fazer.
Com uma linda fotografia, trilha sonora, simbolismos,ótima atuações... tive a sensação de estar lendo um livro onde cada capítulo contava alguma aventura da "família" circense e do Pangaré à procura da sua identidade (literalmente, até). Enfim, o que dizer? Estou encantada!
Assistir "Ó Paí, Ó" esperando ver uma comédia é uma perda de tempo. O filme vai muito além disso. Utiliza personagens um pouco caricatas (porém típicas da Bahia) para mostrar como é o modo de vida e a visão que os baianos temos das coisas mais simples.
A alegria em contraste com a violência. A vontade de vencer na vida contra a falta de oportunidades. A sensualidade, as músicas, o "baianês" (nosso idioma particular) e uma crítica social muito forte, através de cada uma das várias personagens.
Preconceito e sincretismo religioso, adultério, racismo, homossexualidade, aborto, pobreza e até um exemplo das pessoas que saem do Brasil em busca de uma vida melhor mas se decepcionam com a dura realidade dos imigrantes fora do seu país.
Pela simplicidade das cenas (muitas vezes sentia como se estivesse lá, presenciando os diálogos), as boas atuações, a crítica implícita e as chocantes cenas finais (que conseguiram me arrepiar, passando com muita eficiência as situações antagônicas do carnaval baiano) acredito que esse filme é uma grande obra do cinema nacional.
Pena que para os brasileiros, filmes como este: https://filmow.com/amor-ou-amizade-t2199/ merecem uma média maior...
Acredito que se todos investigassem um pouco, a sua média seria absurdamente maior. Detalhes muito bem pensados, subjetividade, boas atuações, fotografia angustiante, diversas teorias e um final que com certeza não deixa indiferente. Um prato cheio para quem quer assistir algo diferente e mais cult.
Só uma coisa a dizer: o roteiro desse filme é absolutamente perfeito!
" Se você atirar no céu como um flecha quebrada, é muito difícil se manter reto e direito. Se você atirar no céu como uma flecha quebrada, cairá com certeza até tocar o chão, é difícil chegar ao céu quando se está destinado ao inferno..." Broken Arrow - The Script.
Que filme maravilhoso!! Sensível, delicado, profundo, cheio de detalhes, cenas impactantes, temática complexa e polêmica, personagens interessantes (a Sofi é adorável...) e um desenvolvimento que, realmente, me surpreendeu muito! Não sei descrever muito bem o que senti, só sei que conseguiu me capturar totalmente. Prende a atenção desde o minuto 1. Obs.: para os que não assistiram tem uma cena após os créditos.
Um tema tão difícil e duro para a história de nós, brasileiros, narrado através dos olhos inocentes de alguém que, assim como muitos na época, não conhecia ou fugia da triste realidade do país com a ajuda do futebol... Mauro teve que crescer durante aquele ano. Aprendeu o que é o exílio, perdeu seres queridos, soube o que é se sentir só e tudo isso sem entender o porquê. Impossível assistir e não se emocionar. O filme não fala de forma explícita sobre a ditadura, mas ela, de certa forma é a protagonista e a antagonista dele...o tempo todo.
Sim, amigos, o Brasil já viveu tempos piores...
Também chamou a minha atenção todos os maravilhosos detalhes técnicos: figurino, fotografia, ambientação... e claro, a fantástica trilha sonora.
A pior das torturas foi o quarto ter dado ao Mike a oportunidade de rever sua filha... e depois vê-la morrer novamente.
Definitivamente é um filme original. Cada um pode tirar suas próprias conclusões, existem vários finais, é baseado num conto de Stephen King... gosto muito de filmes assim, depois que acabam deixam um leque de possibilidades para que possamos entrar ainda mais nas suas histórias.
O "porém" é que, por algum motivo, fui perdendo o interesse ao longo do filme. Não sei se esperava mais do quarto ou se senti que o foco deixou de ser o terror/suspense sobrenatural e passou ao passado e ao psicológico do protagonista. Acho que devo passar uma noite no 1408 porque, sinceramente, não acredito que tudo aquilo que ele viveu foi real. Embora o final que eu assisti deixou entender isso, penso que aquela bebida (que ele não parou de tomar), o chocolate, a atmosfera e as lendas do lugar fizeram um estrago na cabeça dele, por esse motivo pensava constantemente nos seus traumas... Pensando bem, o que há de mais terrorífico do que aquilo que existe em nossas mentes? Obs.: Não entendi direito o problema do Enslin com o pai (alguém saberia me dizer?)
Na minha escala, daria ao Dolphin e ao seu "quarto do mal" 7/10 caveiras...
Gosto demais do Cazuza, sempre fui fascinada pela sua pessoa e as suas músicas. Já li o livro "Cazuza, só as Mães São Felizes" (que serviu de base para o filme) e acho que justamente por isso, me decepcionei bastante. O filme é muito curto, foca muito na pessoa Cazuza, esquecendo do desenvolvimento dele como artista, da sua carreira no Barão Vermelho e depois em solitário e até da sua doença, bem pouco explorada . Tudo é muito corrido, meio superficial e certas atuações deixam muito a desejar. O melhor do filme é a sua ambientação (certas horas realmente me senti nos anos 80) e as atuações de Daniel de Oliveira e Marieta Severo. Apesar de tudo, acredito que para os fãs ainda consegue ser muito emocionante, principalmente pelas músicas e as maravilhosas cenas finais.
Psicologia Gestalt: "o conjunto tem suas próprias leis, que coordenam seus elementos. Com manipulação e persuasão o indivíduo começa a controlar os pensamentos do subordinado, o que resulta numa fusão de mentes. Então uma mente alimenta a outra até se converterem num só".
"Like Minds" pode ser traduzido como 'mentes iguais/parecidas". A tradução para o português foi infeliz pois o título original do filme nos ajuda muito a entender (ou pelo menos tentar) o que a história quer nos passar. O filme seria resumido assim: Alex diz que Nigel consegue entrar na sua mente... tudo isso enquanto o próprio Alex tenta entrar na nossa.
Nigel pode ter conseguido ficar na mente de Alex, passando para ele suas obsessões. Por isso Nigel quer morrer, sabe que terá a "eternidade" pois sempre viverá na cabeça de Alex, inclusive poderá controlar várias outras mentes (no final, Alex já encontra um "novo" Jack). O próprio Alex fala sobre Gestalt com a psicóloga e se mostra consciente de que isso aconteceu com ele, dizendo escutar as vozes de Nigel...
Mas o final nos faz acreditar que tudo isso de "fusão de mentes" tenha sido uma ótima história (contada justamente para uma psicóloga) inventada por Alex para justificar três assassinatos. Eu particularmente creio que a verdadeira história aconteceu ao contrário: Alex seria o dominante que controlava Nigel. Poderia ser um psicopata obcecado pelo ordem à qual pertence o seu pai... O filme não nos deixa um final claro, existirão sempre várias teorias.
A atuação do Eddie é sempre tão envolvente e correta... esse filme estreou há dez anos e ele já mostrava ser um grandíssimo ator. O filme se torna confuso muitas vezes por toda a história dos Templários, dos Cátaros... quem não sabe nada sobre o tema pode ficar meio perdido (como eu), então é bom dar uma olhadinha antes de assistir. Não é um filme de terror, mas sim um bom filme de mistério e suspense, bem obscuro e inclusive um pouco dramático.
Os verdadeiros filmes de terror, aqueles que de verdade dão medo, não focam em monstros e fantasmas e sim nas próprias pessoas. Saímos na rua e não sabemos como é a pessoa que passa do nosso lado ou inclusive a que senta do nosso lado no ônibus. O pior de tudo é quando a pessoa desconhecida mora na nossa própria casa.
"Precisamos Falar Sobre o Kevin" é um prato cheio para quem se interessa no seguinte debate: de fato existem pessoas que nascem más ou essa "maldade" surge graças ao meio em que vive? Investigando sobre a psicopatia e a sociopatia achei muita informação diferente. Muitos dizem que os dois transtornos são a mesma coisa. Outros fazem diferença entre o psicopata controlado, encantador e meticuloso e o sociopata passional, adoidado e descuidado. Outros falam que é exatamente o contrário.
Olhando assim, fica difícil entender quem é Kevin. Uma criança revoltada mesmo tendo uma mãe que luta para conseguir seu carinho e um pai que muitas vezes ignora aquilo que faz de errado? Ou será que ele é revoltado justamente por isso? Se for assim, ele era capaz de perceber essas carências afetivas desde criança? O filme insinua que sua "implicância" com a mãe vem desde que era um bebê. Se for o caso, nasceria Kevin um psicopata? Por essa razão seria manipulador, dissimulado, não consegue sentir empatia... Mas Kevin não esconde isso da sua mãe, na verdade, sempre fez questão de que ela soubesse quem de fato ele era. Só não entendo o porquê. Será que se eles tivessem dado especial atenção a esses comportamentos e levado a criança a um especialista tudo seria diferente? Talvez essa é a culpa que sente a sua mãe. No final do filme, vemos que nem ele mesmo sabe por que fez tudo aquilo. Penso que o fez porque sim, porque tinha vontade, porque simplesmente não se importava com a dor e o sofrimento que causaria.
Além da história inquietante o filme possui uma trilha sonora muito adequada, uma estrutura não-linear interessante e a constante presença da cor vermelha,
"Perfume" é um conto filosófico com narrador em terceira pessoa, que conta a história de um homem nascido e criado como um ninguém em sua constante procura por ser reconhecido, amar e ser amado.
Jean-Baptiste desde cedo percebeu que tinha um dom e procurou incessantemente um meio para apurá-lo. Sofria com toda a rejeição e maltrato mas era consciente da sua brilhantez. A jovem do fruto amarelo e seu cheiro serviram para que finalmente tivesse um objetivo: coletar os melhores aromas e com eles formar o perfume perfeito. De alguma forma achava que esse perfume traria aquilo que sempre sonhou. Para ele "a verdadeira essência do homem está contida em sua alma". Conseguir o aroma de 13 jovens virgens (a prostituta serviu apenas como teste) e como consequência, a essência de 13 almas "puras", daria a ele o cheiro de um anjo.
Mas ele percebeu uma característica diferente nele: não tinha cheiro. Para alguém que percebia o mundo através desse sentido, era como se o próprio não existisse. Mas essa não foi sua única decepção: percebeu, no final, que embora tivesse um perfume capaz de controlar as pessoas através do amor, luxúria e vários sentimentos (bons e ruins) existentes na alma humana, nada poderia dar-lhe e fazer-lhe sentir o amor verdadeiro, aquilo que sempre almejou.
Jean, nasceu sem amor e cresceu levando a desgraça para a vida daqueles que passaram no seu caminho. Com a sua morte (bizarra e poética) simbolicamente no mesmo lugar onde nasceu, acabou, por fim, deixando algo de bom: uma estranha felicidade naqueles que "o mataram".
Destaque para a bela trilha sonora, para a excelente atuação do Ben Whishaw e claro, para o sempre afinado Alan Rickman, neste caso, único cérebro pensante da corte francesa.
O Santo Acampamento!
2.9 24"La llamada" é um filme muito mais complexo do que parece.
O filme fala sobre esse chamado, esse momento em que sentimos que temos que mudar, quando percebemos que existe algo diferente dentro de nós, algo que temos que deixar sair.
María sente o chamado de Deus (representado de forma bem interessante, um deus que canta músicas de Whitney Houston); Susana se descobre homossexual, a freira Milagros percebe que não nasceu para a "vida santa" e Bernarda se dá conta da importância da música na sua vida.
Todo o roteiro é leve e bem imprevisível, o filme é capaz de manter o teu interesse do início ao fim.
O musical tem poucas músicas, algumas delas já super conhecidas, outras compostas para a obra, mas todas com a sua importância para o filme. É interessante analisar as letras e perceber o quanto se encaixam na história.
A música "La llamada" de Leiva é uma obra à parte:
"[...] Hoy he sentido la llamada
Con toda la fuerza
Las luces apagadas
Y las piernas abiertas [...]".
Nova York, Eu Te Amo
3.2 607 Assista AgoraNão é um filme para qualquer um.
É belíssimo, cheio de poesia, de melancolia, de mistério... mas não é para qualquer um (infelizmente).
Chega dói ver tantos comentários de pessoas que acharam o filme chato, que acharam as histórias "curtas demais", que queriam saber a continuação... EU ENTENDO, DE VERDADE, mas acho que muita gente não entendeu a proposta do filme.
Não, o objetivo não era fazer com que todas as histórias se entrelaçassem (embora tenham pontos em comum). As histórias estão cheias de subentendidos, de várias interpretações, de jogos com o espectador, de dúvidas... isso é muito legal. Não entendo a necessidade de juntar todas elas (de forma forçada) e que tudo tenha um "sentido". Onde fica a imaginação de cada um? A grande protagonista é Nova Iorque e os diretores e roteiristas nos permitiram conhecer um pouco da vida das diversas pessoas que poderiam estar passeando tranquilamente por lá.
A trilha sonora é belíssima e todas as cenas são tão cotidianas, tão simples (em alguns casos, tão familiares)... achei realmente encantador.
Segue a linha de "Paris, Eu Te amo", mas neste caso, a diferença de estilo entre os "curtas" não é tão drástica.
Esperava um filme ruim e me surpreendi muito positivamente.Espero que alguém faça uma análise/crítica realista, sem tantos "achismos" e com base no que o filme de fato pretende mostrar. Amaria ler.
O Quarto de Jack
4.4 3,3K Assista AgoraResolvi assistir esse filme antes de dormir e foi uma péssima decisão. Não, não achei "O Quarto de Jack" chato, muito pelo contrário. Me emocionei, me chateei, gritei, fiquei nervosa e senti um nó na garganta que me acompanhou durante toda a noite.
Ultimamente, poucos filmes me tiraram tanto da zona de conforto. Pensar em todas as situações vividas pelas protagonistas e imaginar o sofrimento da Joy, só me faz agradecer pela liberdade que tenho para ir onde eu quiser, com quem eu quiser. Me faz sentir culpada, inclusive, pelos momentos de preguiça, de não aproveitar as oportunidades, de não ter percebido o quanto a vida pode ser bonita.
É muito fácil reclamar de tudo quando se tem tudo. Fico me lembrando de histórias como essa, de tantas mulheres que foram privadas de suas vidas... Agora mesmo, quantas mulheres não estão sofrendo em cativeiro? Quantas não estão sendo estupradas, humilhadas, espancadas, mortas?
De vez em quando alguns casos ganham notoriedade. Lembro do "monstro de Amstetten" que chegou a ter 7 filhos com a própria filha, à qual foi manteve presa durante 24 anos! Ou então a história de Natascha Kampusch... O caso Araceli, aqui no Brasil, ainda me provoca nojo e raiva. Mas principalmente, recordo o livro que é tradição em minha família: toda vez que uma de nós fazia 12 anos, minha tia emprestava seu exemplar do livro "Yo tenía doce años, cogí mi bici y me fui al colegio...", que conta o famoso caso Dutroux... Na época fiquei bastante traumatizada e chocada, jamais imaginaria que garotas da minha idade pudessem sofrer daquela forma... Como existe gente perversa, meu Deus... E para piorar, não nos preocupamos com as vítimas, e muitos culpados ainda ficam impunes. Impunes e homenageados (vide o caso Araceli)...
Achei o olhar de Jack com relação ao mundo encantador. A força que Joy demonstrou para cuidá-lo é inspiradora. Ao contrário de muitos, achei muito interessante
a vida após o quarto. Enquanto Jack se impressiona com um mundo cheio de luz, cores, formas e vida, Joy percebe como esse mundo é diferente daquele que deixou com 17 anos (agora tudo parece ser triste) e do quanto seria difícil recomeçar.
Ótimas atuações, roteiro excelente e bastante delicado (até porque a história de Joy naõ incluiu surras constantes, como sabemos que ocorrem nesses casos). Mesmo assim, até agora estou maravilhada, eles trouxeram muita profundidade ao ponto de vista de uma criança de 5 anos...
Halloween: A Noite do Terror
3.7 1,2K Assista AgoraFiquei bastante decepcionada.
A trilha sonora é boa (mas repetitiva), o enredo é interessante (porém muito devagar, em 50 min de filme, tirando a cena inicial, nada de emocionante acontece), o final é previsível e como sempre, os protagonistas tomam decisões idiotas (sem contar com o clássico vilão que NUNCA morre).
Confesso que demorei pra entrar na história, a primeira meia hora passou muito devagar. Sem contar que a história de Myers ficou muito mal explicada (ok, está claro que o filme foi pensado para ter uma continuação, mas mesmo assim, o vilão merecia bem mais do que os comentários rasos que o psiquiatra fazia sobre ele). Enfim, o filme não deixa de ter seus méritos, mas assisti-lo hoje em dia não é grande coisa...
Por último, não consegui simpatizar com ninguém, a exceção da personagem de Jamie Lee. Que amigas idiotas! Não é possível que eu tenha sido a única que pensou que elas só se aproveitavam da mocinha, além de soltar constantes piadinhas pelo jeito mas tímido e estudioso da Laurie.
P.S: Falando em Laurie, sério que ela tinha a Annabelle no quarto? Como assim? Kkkkkkk
Pulp Fiction: Tempo de Violência
4.4 3,7K Assista AgoraTudo neste filme funciona. Roteiro, personagens, atuações, fotografia, trilha sonora, diálogos... "Pulp Fiction" de fato fala sobre um "tempo de violência" (infelizmente, ainda hoje, incrivelmente atual) e não precisa MOSTRAR cenas explícitas, para sugerir ideias e situações adoravelmente apelativas (a própria definição de "pulp fiction" trazida no filme, se refere a histórias sem grande qualidade ou coerência). Muitos se incomodam com a banalização do crime, com a bestialidade e a selvageria que são mostradas. Mas, francamente: nem a sinopse do filme, nem o seu subtítulo, e nem o seu diretor são convidativos para o politicamente correto, né?
É uma obra onde tudo se encaixa perfeitamente bem, e você, muitas vezes, até consegue amar e rir de situações convencionalmente horríveis (meu Deus, isso é tão errado) e pensando bem, são bem poucos os filmes onde isso é "permitido". E digo "permitido", porque me parece quase impossível não se deixar levar por toda a genialidade do enredo, das circunstâncias e das 2h e meia que passam voando.
Não é o tipo de filme que costuma passa batido. Assim como "Laranja Mecânica" não deixa indiferente. Você pode amar, ou até odiar. Mas se sentir indiferença, acho válido rever...
Seven: Os Sete Crimes Capitais
4.3 2,7K Assista AgoraErnest Hemingway: "O mundo é um bom lugar e vale a pena lutar por ele".
"Concordo com a segunda parte".
Houve uma Vez Dois Verões
3.4 211 Assista AgoraToda vez que vou assistir um filme sigo o mesmo ritual: faço tudo o que tenho que fazer em casa e na rua (pra ninguém me perturbar), aviso a todos que estarei ocupada (só pra reforçar), pego o fone de ouvido e me preparo pra adentrar no universo do filme. E é sempre assim, fico atenta, observo os detalhes, tento prestar atenção nos diálogos, no roteiro, nas atuações...
Digo tudo isto porque fazia tempo que não assistia algo que me fizesse esquecer tudo isso. "Houve Uma Vez Dois Verões" é divertido, leve e extremamente simples. Assista esperando rir, curtir uma boa trilha sonora e sentir saudade de algo que nem mesmo você sabe direito o que é.
Tudo é questão de manter/ a mente quieta,/ a espinha ereta/ e o coração tranquilo...
Kimberly
2.6 2Nooossa, faz tempo que procurava este filme aqui no Filmow, tinha ele em DVD uns 10 anos atrás!
Não é muito conhecido, tampouco uma obra-prima, mas eu me divertia muito assistindo! Obrigada por cadastrarem!
Boneco do Mal
2.7 1,2K Assista AgoraTô tentando entender até agora a média desse filme. Aliás, tô tentando entender o porquê dessa "decepção tão grande". Pra começar, pela minha (super escassa) experiência, aprendi a não esperar nada dos filmes, principalmente se são do gênero terror/suspense. Procuro não assistir os trailers e me interesso pelos filmes (ou não) apenas pela sinopse. Digo tudo isto pois como filme de terror, talvez "The Boy" não seja dos melhores, mas como suspense, se a gente for pensar, consegue ter uma história bastante sombria:
"Um garoto de 7 anos tem algum problema psicológico, é muito tímido e tem apenas uma amiga. Seus pais nunca conseguiram lidar com ele muito bem, por isso sempre diziam que ele era "estranho". No dia do seu aniversário de 8 anos, esse garoto, Brahms, provavelmente quis obrigar a sua amiga a fazer algo que ela não queria, uma brincadeira, ou algo mais grave, e pela recusa da menina, ele a mata com golpes na cabeça (não lembro dos detalhes da morte da garota). Ao voltar pra casa, o menino provoca um incêndio, (ou quem provoca são os pais? A mãe estava ausente e o pai bebia muito...) acidente esse, que deixa o garoto com parte do rosto desfigurado. Como o menino era tímido e tinha problemas mentais (o que fez com que os pais desconfiassem do seu envolvimento na morte da menina e preferissem dizer que havia morrido para evitar mais investigações) a solução encontrada foi mantê-lo escondido em passagens secretas dentro da casa e colocar um boneco que serviria para que o menino se sentisse cuidado, como qualquer outro (ou simplesmente para que todos tivessem pena do "pobre casal que perdeu seu filhinho"). Com o tempo, cansados dessa vida e desse segredo, os pais procuram uma babá substituta, provavelmente uma 'namorada" para seus filho, já crescido, de acordo com as preferências de Brahms (a mãe dele fala que todas as candidatas eram jovens e bonitas), por isso, depois que o garoto escolhesse a protagonista, deixam para ele uma carta que diz que Greta é alguém para ele "amar". Brahms fica obcecado por ela, e acredita que Greta é sua, por isso não admite que ela tenha outros relacionamentos. Era questão de tempo que o homem se revelasse e tentasse forçar alguma coisa com a babá. Mas para todos, era conveniente que Greta pensasse que realmente havia algo sobrenatural com o boneco. Os pais de Brahms, cheios de culpa, assim que se foram, se mataram...".
Pelos comentários, ficou claro que a maioria esperava que o boneco de verdade estivesse possuído (tipo Annabelle) e que com o tempo, a protagonista passasse a conviver com ele, em paz, criando até mesmo uma família. Pensei que Brahms a protegeria de Cole, ela ficaria na casa, e seriam felizes para sempre... Mas agora que penso, não seria isso previsível demais? Pela construção do filme, seria muito óbvio esse final, até porque duvido que a maioria não tenha pensado nesse desfecho, nem que fosse por um momento. Ou Brahms a perseguiria até a morte (como se espera de um filme desses) ou ela cuidaria dele pra sempre (sendo a sucessora dos pais do boneco, até arranjar, no futuro uma nova babá; final improvável, mas que, pelo menos eu, estava esperando).
Com tudo isso, creio que os roteiristas somente nos fizeram de "trouxa" o tempo todo. O choque do final acabou com nossas expectativas e embora tenha sido corrido e, realmente, por vezes, meio tosco, acredito que o filme inteirinho foi construído contando com esse desfecho.
Para o filme ficar completo, penso que seria necessário uma espécie de flashback que explicasse um pouco da verdadeira história e não transformasse a cena final numa perseguição bizarra e que quebrasse por completo todo o clima do filme. O brilho da história ficou um pouco ofuscado, mas 2.8 de média?!?
Tô pensado seriamente em fazer uma lista de filmes com médias injustas no Filmow... Não é 5 estrelas, mas merece pelo menos 3...
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Truque de Mestre: O 2º Ato
3.5 941 Assista AgoraO legal de ter lido tantos comentários negativos sobre esse filme é que me fizeram esperar algo muito ruim, e no fim das contas, me surpreendi positivamente e curti bastante!
Já que todos comparam este com o primeiro fiquei feliz com certas mudanças em relação ao anterior:
1) excluíram a cota de romance desnecessário ( acredito que a personagem da Mèlanie Laurent não precisava ter tido nada sério com o Dylan, como o final do primeiro filme deu a entender);
2) sinceramente, pensei que sentiria falta da Isla, mas achei a Lula super engraçada, tendo uma função dentro dos Cavaleiros, ao contrário da Henley, que ao meu ver, só se destacava por ser a única mulher do grupo, infelizmente.
Na verdade, achei interessante como foram apresentados novos conceitos para a "magia", como a ideia de que a ciência era a verdadeira mágica. Outro ponto positivo foi que o filme fosse, de fato, uma sequência, esclarecendo algumas coisas com relação ao primeiro e não inventando uma história totalmente nova como a maioria das continuações.
Sobre o final, penso que foi como o de um truque de mágica: você assiste atentamente, pra não perder detalhe, e depois de realizado o truque, se pergunta o que deixou passar e tentar descobrir onde está a pegadinha.
Anjos do Sol
4.0 409Realmente, este filme é como um soco no estômago de quem assiste. Não se preocupa muito com aspectos técnicos, está claro que o objetivo principal sempre foi denunciar essa realidade que, infelizmente, ainda existe no Brasil (e no mundo). É triste pensar que neste momento muitas Marias sofrem desta forma. Se existe esse tipo de prostituição é porque existem pessoas que procuram o serviço e não se abalam com a realidade dessas crianças. REPUGNANTE.
Triste também é ver a inocência dos pais de meninas como Maria, que vendem as suas filhas acreditando que elas terão um vida melhor. Ou pelo menos preferem acreditar nisso...
Ao terminar de assistir, fiquei com uma dúvida: alguém sabe o porquê do título "Anjos do Sol"? Eu acredito que seja uma referência aos anjos da noite. Li em algum lugar que os anjos da noite geralmente assumem a forma de uma mulher bonita, que enlouquece os homens e os seduz... Os anjos do sol poderiam ser as meninas que são usadas para "seduzir" esses homens? Alguém mais pesquisou sobre isso?
O Filho da Noiva
4.1 297Setenta balcones hay en esta casa,
setenta balcones y ninguna flor.
¿A sus habitantes, Señor, qué les pasa?
¿Odian el perfume, odian el color?
La piedra desnuda de tristeza agobia,
¡Dan una tristeza los negros balcones!
¿No hay en esta casa una niña novia?
¿No hay algún poeta bobo de ilusiones?
¿Ninguno desea ver tras los cristales
una diminuta copia de jardín?
¿En la piedra blanca trepar los rosales,
en los hierros negros abrirse un jazmín?
Si no aman las plantas no amarán el ave,
no sabrán de música, de rimas, de amor.
Nunca se oirá un beso, jamás se oirá una clave...
¡Setenta balcones y ninguna flor!
Baldomero Fernández Romero
O Palhaço
3.6 2,2K Assista AgoraPoucos filmes conseguem ser classificados como "comédia" e "drama" com tanta precisão. "O Palhaço" é um filme tão doce, tão delicado, tão sensível que conseguiu roubar qualquer julgamento negativo que eu pudesse fazer.
Com uma linda fotografia, trilha sonora, simbolismos,ótima atuações... tive a sensação de estar lendo um livro onde cada capítulo contava alguma aventura da "família" circense e do Pangaré à procura da sua identidade (literalmente, até).
Enfim, o que dizer? Estou encantada!
O ventilador, ventila a dor <3
Ó Paí, Ó
3.2 476Assistir "Ó Paí, Ó" esperando ver uma comédia é uma perda de tempo. O filme vai muito além disso. Utiliza personagens um pouco caricatas (porém típicas da Bahia) para mostrar como é o modo de vida e a visão que os baianos temos das coisas mais simples.
A alegria em contraste com a violência. A vontade de vencer na vida contra a falta de oportunidades. A sensualidade, as músicas, o "baianês" (nosso idioma particular) e uma crítica social muito forte, através de cada uma das várias personagens.
Preconceito e sincretismo religioso, adultério, racismo, homossexualidade, aborto, pobreza e até um exemplo das pessoas que saem do Brasil em busca de uma vida melhor mas se decepcionam com a dura realidade dos imigrantes fora do seu país.
Pela simplicidade das cenas (muitas vezes sentia como se estivesse lá, presenciando os diálogos), as boas atuações, a crítica implícita e as chocantes cenas finais (que conseguiram me arrepiar, passando com muita eficiência as situações antagônicas do carnaval baiano) acredito que esse filme é uma grande obra do cinema nacional.
Pena que para os brasileiros, filmes como este: https://filmow.com/amor-ou-amizade-t2199/ merecem uma média maior...
O Homem Duplicado
3.7 1,8K Assista AgoraAcredito que se todos investigassem um pouco, a sua média seria absurdamente maior. Detalhes muito bem pensados, subjetividade, boas atuações, fotografia angustiante, diversas teorias e um final que com certeza não deixa indiferente. Um prato cheio para quem quer assistir algo diferente e mais cult.
Cidade de Deus
4.2 1,8K Assista AgoraSó uma coisa a dizer: o roteiro desse filme é absolutamente perfeito!
" Se você atirar no céu como um flecha quebrada,
é muito difícil se manter reto e direito.
Se você atirar no céu como uma flecha quebrada,
cairá com certeza
até tocar o chão,
é difícil chegar ao céu quando se está destinado ao inferno..."
Broken Arrow - The Script.
O Universo No Olhar
4.2 1,3KQue filme maravilhoso!! Sensível, delicado, profundo, cheio de detalhes, cenas impactantes, temática complexa e polêmica, personagens interessantes (a Sofi é adorável...) e um desenvolvimento que, realmente, me surpreendeu muito!
Não sei descrever muito bem o que senti, só sei que conseguiu me capturar totalmente. Prende a atenção desde o minuto 1.
Obs.: para os que não assistiram tem uma cena após os créditos.
Falando sobre tal cena, fiquei feliz ao ver que não existe ninguém registrado com os mesmos olhos de Hitler... :P
O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias
3.7 455Um tema tão difícil e duro para a história de nós, brasileiros, narrado através dos olhos inocentes de alguém que, assim como muitos na época, não conhecia ou fugia da triste realidade do país com a ajuda do futebol...
Mauro teve que crescer durante aquele ano. Aprendeu o que é o exílio, perdeu seres queridos, soube o que é se sentir só e tudo isso sem entender o porquê.
Impossível assistir e não se emocionar. O filme não fala de forma explícita sobre a ditadura, mas ela, de certa forma é a protagonista e a antagonista dele...o tempo todo.
Sim, amigos, o Brasil já viveu tempos piores...
Também chamou a minha atenção todos os maravilhosos detalhes técnicos: figurino, fotografia, ambientação... e claro, a fantástica trilha sonora.
1408
3.3 1,4K Assista AgoraA pior das torturas foi o quarto ter dado ao Mike a oportunidade de rever sua filha... e depois vê-la morrer novamente.
Definitivamente é um filme original. Cada um pode tirar suas próprias conclusões, existem vários finais, é baseado num conto de Stephen King... gosto muito de filmes assim, depois que acabam deixam um leque de possibilidades para que possamos entrar ainda mais nas suas histórias.
O "porém" é que, por algum motivo, fui perdendo o interesse ao longo do filme. Não sei se esperava mais do quarto ou se senti que o foco deixou de ser o terror/suspense sobrenatural e passou ao passado e ao psicológico do protagonista.
Acho que devo passar uma noite no 1408 porque, sinceramente, não acredito que tudo aquilo que ele viveu foi real. Embora o final que eu assisti deixou entender isso, penso que aquela bebida (que ele não parou de tomar), o chocolate, a atmosfera e as lendas do lugar fizeram um estrago na cabeça dele, por esse motivo pensava constantemente nos seus traumas...
Pensando bem, o que há de mais terrorífico do que aquilo que existe em nossas mentes?
Obs.: Não entendi direito o problema do Enslin com o pai (alguém saberia me dizer?)
Na minha escala, daria ao Dolphin e ao seu "quarto do mal" 7/10 caveiras...
Os Suspeitos
4.1 2,7K Assista Agora"Reze pelo melhor, prepare-se para o pior".
Maravilhosas atuações, ótimo roteiro e uma sensação de: "tenho que investigar e pensar bem nos detalhes dessa história para ver se entendi direito".
Cazuza: O Tempo Não Pára
3.6 977 Assista AgoraGosto demais do Cazuza, sempre fui fascinada pela sua pessoa e as suas músicas. Já li o livro "Cazuza, só as Mães São Felizes" (que serviu de base para o filme) e acho que justamente por isso, me decepcionei bastante. O filme é muito curto, foca muito na pessoa Cazuza, esquecendo do desenvolvimento dele como artista, da sua carreira no Barão Vermelho e depois em solitário e até da sua doença, bem pouco explorada . Tudo é muito corrido, meio superficial e certas atuações deixam muito a desejar.
O melhor do filme é a sua ambientação (certas horas realmente me senti nos anos 80) e as atuações de Daniel de Oliveira e Marieta Severo.
Apesar de tudo, acredito que para os fãs ainda consegue ser muito emocionante, principalmente pelas músicas e as maravilhosas cenas finais.
Mentes Diabólicas
3.6 113Psicologia Gestalt: "o conjunto tem suas próprias leis, que coordenam seus elementos. Com manipulação e persuasão o indivíduo começa a controlar os pensamentos do subordinado, o que resulta numa fusão de mentes. Então uma mente alimenta a outra até se converterem num só".
"Like Minds" pode ser traduzido como 'mentes iguais/parecidas". A tradução para o português foi infeliz pois o título original do filme nos ajuda muito a entender (ou pelo menos tentar) o que a história quer nos passar.
O filme seria resumido assim: Alex diz que Nigel consegue entrar na sua mente... tudo isso enquanto o próprio Alex tenta entrar na nossa.
Nigel pode ter conseguido ficar na mente de Alex, passando para ele suas obsessões. Por isso Nigel quer morrer, sabe que terá a "eternidade" pois sempre viverá na cabeça de Alex, inclusive poderá controlar várias outras mentes (no final, Alex já encontra um "novo" Jack). O próprio Alex fala sobre Gestalt com a psicóloga e se mostra consciente de que isso aconteceu com ele, dizendo escutar as vozes de Nigel...
Mas o final nos faz acreditar que tudo isso de "fusão de mentes" tenha sido uma ótima história (contada justamente para uma psicóloga) inventada por Alex para justificar três assassinatos.
Eu particularmente creio que a verdadeira história aconteceu ao contrário: Alex seria o dominante que controlava Nigel. Poderia ser um psicopata obcecado pelo ordem
à qual pertence o seu pai... O filme não nos deixa um final claro, existirão sempre várias teorias.
A atuação do Eddie é sempre tão envolvente e correta... esse filme estreou há dez anos e ele já mostrava ser um grandíssimo ator.
O filme se torna confuso muitas vezes por toda a história dos Templários, dos Cátaros... quem não sabe nada sobre o tema pode ficar meio perdido (como eu), então é bom dar uma olhadinha antes de assistir.
Não é um filme de terror, mas sim um bom filme de mistério e suspense, bem obscuro e inclusive um pouco dramático.
Precisamos Falar Sobre o Kevin
4.1 4,2K Assista AgoraOs verdadeiros filmes de terror, aqueles que de verdade dão medo, não focam em monstros e fantasmas e sim nas próprias pessoas. Saímos na rua e não sabemos como é a pessoa que passa do nosso lado ou inclusive a que senta do nosso lado no ônibus. O pior de tudo é quando a pessoa desconhecida mora na nossa própria casa.
"Precisamos Falar Sobre o Kevin" é um prato cheio para quem se interessa no seguinte debate: de fato existem pessoas que nascem más ou essa "maldade" surge graças ao meio em que vive?
Investigando sobre a psicopatia e a sociopatia achei muita informação diferente. Muitos dizem que os dois transtornos são a mesma coisa. Outros fazem diferença entre o psicopata controlado, encantador e meticuloso e o sociopata passional, adoidado e descuidado. Outros falam que é exatamente o contrário.
Olhando assim, fica difícil entender quem é Kevin. Uma criança revoltada mesmo tendo uma mãe que luta para conseguir seu carinho e um pai que muitas vezes ignora aquilo que faz de errado? Ou será que ele é revoltado justamente por isso? Se for assim, ele era capaz de perceber essas carências afetivas desde criança? O filme insinua que sua "implicância" com a mãe vem desde que era um bebê. Se for o caso, nasceria Kevin um psicopata? Por essa razão seria manipulador, dissimulado, não consegue sentir empatia...
Mas Kevin não esconde isso da sua mãe, na verdade, sempre fez questão de que ela soubesse quem de fato ele era. Só não entendo o porquê.
Será que se eles tivessem dado especial atenção a esses comportamentos e levado a criança a um especialista tudo seria diferente? Talvez essa é a culpa que sente a sua mãe. No final do filme, vemos que nem ele mesmo sabe por que fez tudo aquilo. Penso que o fez porque sim, porque tinha vontade, porque simplesmente não se importava com a dor e o sofrimento que causaria.
Além da história inquietante o filme possui uma trilha sonora muito adequada, uma estrutura não-linear interessante e a constante presença da cor vermelha,
que como li em um comentário, anuncia em todo momento os acontecimentos que virão
Perfume: A História de um Assassino
4.0 2,2K"Perfume" é um conto filosófico com narrador em terceira pessoa, que conta a história de um homem nascido e criado como um ninguém em sua constante procura por ser reconhecido, amar e ser amado.
Jean-Baptiste desde cedo percebeu que tinha um dom e procurou incessantemente um meio para apurá-lo. Sofria com toda a rejeição e maltrato mas era consciente da sua brilhantez. A jovem do fruto amarelo e seu cheiro serviram para que finalmente tivesse um objetivo: coletar os melhores aromas e com eles formar o perfume perfeito. De alguma forma achava que esse perfume traria aquilo que sempre sonhou. Para ele "a verdadeira essência do homem está contida em sua alma". Conseguir o aroma de 13 jovens virgens (a prostituta serviu apenas como teste) e como consequência, a essência de 13 almas "puras", daria a ele o cheiro de um anjo.
Mas ele percebeu uma característica diferente nele: não tinha cheiro. Para alguém que percebia o mundo através desse sentido, era como se o próprio não existisse. Mas essa não foi sua única decepção: percebeu, no final, que embora tivesse um perfume capaz de controlar as pessoas através do amor, luxúria e vários sentimentos (bons e ruins) existentes na alma humana, nada poderia dar-lhe e fazer-lhe sentir o amor verdadeiro, aquilo que sempre almejou.
Jean, nasceu sem amor e cresceu levando a desgraça para a vida daqueles que passaram no seu caminho. Com a sua morte (bizarra e poética) simbolicamente no mesmo lugar onde nasceu, acabou, por fim, deixando algo de bom: uma estranha felicidade naqueles que "o mataram".
Destaque para a bela trilha sonora, para a excelente atuação do Ben Whishaw e claro, para o sempre afinado Alan Rickman, neste caso, único cérebro pensante da corte francesa.