O forte do filme é ver um pouquinho de Almodóvar na pele do protagonista, além de arte INCRÍVEL, especialmente se tratando das cores (com destaque para o vermelho que praticamente sai da tela de tão vivo) e acompanhar os temas abordados, como sexualidade na infância, drogas pesadas e relação mãe-filho problemática. No entanto, a forma do filme é bem feijão com arroz, com praticamente apenas planos fixos, personagens geralmente sentados e contando uma história, o que para mim tornou o filme um pouco cansativo. O que compensa mesmo são as referências à arte como um todo, especialmente ao cinema.
O que mais chama atenção na trilogia de Pasolini é a relação com o sexo e a sátira ao moralismo, especialmente através da traição e objetificação sexual, além das cores e figurino que retratam a época mercantilista. As críticas e as mini-estórias que se passam são interessantes em si, mas infelizmente o humor bobo, o desenvolvimento simplório e dublagem e mixagem precárias enfraquecem os seus filmes. Há também uma insistência na utilização de atores ruins, mas isso acaba fazendo parte do universo cômico dos filmes e não chega a prejudicar. Um Conto de Canterbury trás estórias interessantes, porém para um público muito específico que se diverte com estórias e produções toscas de humor bobo.
O filme me lembrou um pouco o estilo Almodôvar, tanto nos figurinos quanto na fotografia e atuações. Ele traz questões muito fortes ligadas à relação mãe-filha e passa num piscar de olhos. Mas para mim faltou algo ou algo ficou em excesso. Não sei dizer... talvez as atuações ficaram exageradas e me tiraram um pouco da imersão. Não consegui ver personagens ali, e sim atrizes.
Transformaram Kardec em um herói sem defeitos. Pior: a primeira cena com ele tenta imitar Sociedade dos Poetas Mortos, porém bem forçadamente e de maneira risível, colocando-o como uma pessoa de mente aberta, para logo em seguida, colocá-lo como cético. Todos os outros personagens servem apenas de ilustração e as atuações são teatrais e sem química, novamente risíveis. Direção capenga, embora tenha uma boa dinâmica, não deixando o filme chato, mas tem muitas quebras de eixo, escolhas confusas de de enquadramento e montagem com cortes aleatórios. O que salva o filme é talvez o figurino e a arte
Terminei com a certeza de não ter absorvido nem 50% da capacidade dessa ficção documental, ou seria um documentário ficcional?
De todo modo, precisarei rever várias vezes e em diferentes momentos da vida essa AULA de psicologia e filosofia de um dos meus diretores favoritos, Alain Resnais surpreende à medida que o filme avança, não pelas estórias aqui usadas quase que como ilustrações didáticas para o que o autor queria dizer, mas por mostrar o quão somos, ao mesmo tempo, seres incríveis e limitados, e que precisamos urgentemente aprender mais sobre como nossos cérebros e como nosso corpo funciona para evitar repetir comportamentos irracionais e animalescos que geram tanta violência no mundo.
É aí que tá a caixa de pandora lançada pelo autor: ele consegue mostrar como existem diferentes formas de violência, desde a violência individual tratando de doenças mentais como a depressão e doenças psicossomáticas, quanto a violência do nosso dia a dia, quando expurgamos estímulos primitivos através de atitudes irracionais como quebrar objetos ou competir e brigar irracionalmente com o outro, quando nos sentimos ameaçados e não encontramos uma fuga (instinto primitivo)... E ele vai além com as últimas cenas mostrando como o ser humano violenta não somente uns aos outros, mas também o próprio planeta e a própria existência naquela imagem chocante de um bairro poluído e com prédios no lugar de árvores, mas em um desses prédios, há uma grande pintura de uma árvore... pintada sobre tijolos. QUE... IN...CRÍVEL! Mais uma vez, outro filme de Resnais entrando para meus favoritos!
A única crítica que tenho é de ter ficado confuso com os personagens na primeira hora, visto que é um filme complexo, e isso acabou me distraindo um pouco. O fato de eu não ter visto quase nenhum dos filmes preto-e-branco aos quais ele faz referência também contribuiu para o afastamento, apesar de não ser essencial para o contexto das cenas.
Que filme ruim, hein? Todos os atos são pessimamente construídos, inclusive os personagens e suas motivações. O original de 1960 bastou eu ver os primeiros 20 minutos pra ver o quão superior é, e a cada minuto mostrou ser ainda melhor, inclusive ao colocar as referências dos Sete Samurais como o velho da vila dando conselho, o rapaz cortando madeira e o jovem bêbado amador indo atrás do pistoleiro mais rápido porque o admira.
Já esse de 2016 tudo é falso, plástico, inclusive o vilão e suas atitudes, com aquelas olhadas maquiavélicas de baixo pra cima, sair matando mulher só porque correu e queimando igreja, coisas que não fazem um mínimo de sentido. Era só pra mostrar que ele é cruel? Nossa... E o desenvolvimento, os diálogos e conclusão também são bem artificiais. Em momento algum a gente tem uma sensação de perigo, uma vez que os protagonistas se garantem o tempo todo, nunca tem uma situação de perigo que nos deixe tensos, fazendo com que a gente nem se importe se eles morrerem.
Difícil encontrar um defeito nesse filme. Pensei bastante e só consegui pensar em duas coisas: as atuações do padre que me tiravam da imersão e a pouquíssima importância que os coadjuvantes tem com suas ações para o andar da estória, deixando quase tudo de atuação nas costas do incrível Lewis, porém, essa segunda questão pode ser proposital, já que o filme trata da arrogância e do egoísmo do protagonista.
Fora isso, o filme é impecável: tanto nas bem colocadas variações de planos, como no primeiríssimo plano durante a conversa de Daniel com o irmão; tanto naos enquadramentos que sempre nos situa geograficamente, quando o filho passa por uma situação difícil e o pai vai ajudar, mas ao mesmo tempo vemos o que acontece lá fora; tanto nas diferenças de textura, deixando a pele de Daniel mais sebosa e nítida no final; tanto na atuação incrível do Lewis, talvez exceto pelo exagero da última cena na postura dele principalmente; tanto pela trilha musical criando uma tensão constante e que muda também em momentos-chave.
O roteiro é o ponto forte do filme, pois faz uma crítica à ganância pela exploração de petróleo, mas também à igreja e ao ateísmo também, equilibrando a balança. Tudo que é mostrado em tela é aproveitado mais tarde, sejam os pequenos detalhes e acontecimentos que nos colocam num estado de tensão pela criança, ou quando um dono de terra tenta vender o terreno e é rejeitado. Os diálogos revelam muitíssimo sobre os personagens, especialmente as pequenas atitudes, pequenos gestos que mostram a relação de Daniel com o filho, que era apenas usado como um rosto bonito para suavizar o jeito de Daniel ao conseguir o que ele queria.
Filme excelente, só não dei nota máxima pela atuação do padre, pela última cena tragicômica, que acho que fugiu um pouco do clima do filme. Na verdade, pelo desfecho do filme como um todo.
O filme é basicamente uma novela mexicana com chineses falando em inglês, sustentado mais pela arte e fotografia. O roteiro é bem machista e previsível: desde o início do filme, sabemos tudo que vai acontecer. As construções dos personagens são mal feitas. A protagonista apenas reage o filme todo, nunca move o filme, exceto quando ela vai procurar a irmã, ainda criança. De resto, são as pessoas guiando ela só porque ela tem os olhos azuis. Aliás, não me convenceram esses olhos, dá pra ver que é lente e ficou feio. E a parte dela se tornando uma gueixa é bem risível.
Mameha começa a ensinar ela a se levantar e no mesmo minuto diz "Você é uma geixa extraordinária" (risos). Em seguida, ela fala uma frase de efeito tirada de não sei de onde "Vai ser como acordar os leões" , e Mameha diz "Você tem o dom das palavras". Eu ri bastante nessa cena.
Os diálogos são fraquíssimos, com frases de efeito, não dizem nada sobre os personagens, que por sua vez são incoerentes com suas ações. Ela se tornar uma gueixa famosa foi bastante forçado. Se ela ainda tivesse adquirido habilidades especiais ou fizesse algo de diferente, mesmo que não mostrasse como ela adquiriu (já que a transformação dela é bem pobre), faria mais sentido. Mas ela só tinha aqueles olhos azuis e ponto. Pra piorar tudo: colocaram um filme falado EM INGLÊS, sem nenhuma justificativa! Isso por si só já arruína boa parte.
Não sei como o filme tem nota alta. Aliás, sei: pessoas dando muito valor somente ao visual do filme. Isso mostra que não ligam muito pra roteiro, atuações etc, contanto que o visual esteja bonitinho, ou seja: que a produtora tenha dinheiro pra arte rsrs
O roteiro tem umas sacadas inteligentes, especialmente sobre um tal de Rollo Tomasi, e uma direção que vai direto ao ponto, sem muita enrolação, especialmente se tratando do vilão, apesar de que achei o primeiro ato do filme confuso, cheio de nomes que eram apresentados rapidamente e depois tive dificuldade de relembrar quem era quem. O filme melhora do meio pro fim, mas também toma umas decisões um tanto incoerentes, como a que trata de Exley e Lynn. No geral, é um bom filme. Maiores destaques em atuação, pra mim, vão para o Dudley (James Cromwell) e Exley (interpretado por Guy Pearce, um dos meus atores favoritos, diga-se de passagem). Consigo ver nos dois personagens reais. Os outros atores, embora muito bons, tiravam-me da imersão. Eu via o Kevin Spacey e Russell Crowe ali, não os personagens.
Que filmes perfeito, em todos os detalhes. As únicas coisas que me incomodaram um pouco foram o exagero da construção de Jhonnatas ao falar tão lento e de alguns personagens, sem justificativa, andarem mto lentamente. Além disso, a escolha de reviver a mulher só no final foi um pouco forçada. Se ela revivesse quando Johnatas entrou no quarto, o filme ficaria mto maior pq abriria para outras interpretações. Fora isso, o filme é muito bem construído tanto em roteiro, com personagens críveis e com bastante contraste entre eles e sem se colocar ao lado de nenhuma crença ou não-crença.
Acompanhei outros filmes mais antigos e bem mais longos que esse, mas achei Vampyr bastante fraco, e não foi pela ausência de monstros ou sangue como comentaram aqui, mas por um roteiro com personagens desinteressantes que são jogados na estória sem quê nem porquê, incluindo o protagonista. A única coisa que me agradou mais foi a trilha sonora. Além disso, logo no começo, nas cenas que o protagonista entra na casa e passa por situações misteriosas. Mas, como disse, não há motivação nenhuma para elas terem acontecido coincidentemente com ele.
Vivemos num país que o atual presidente quer armar a população, e estando nessa realidade, o que mais me incomodou nesse filme (independente de ser um contexto diferente) foi colocar os assassinos como como protagonistas no final das contas, até romantizando-o quando mostra ele tocando piano enquanto a câmera "dança", ou quando eles estão planejando e a câmera os vê de baixo, coisa que não acontece com os outros personagens. Fora isso, a fotografia incomoda com erros de continuidade de luz que nitidamente houve uma tentativa de correção na pós em algumas sequencias. As cores no filme são interessantes, assim como essa forma de contar a história passando de um personagem pro outro, mas foi como falaram aqui: o filme acaba sendo meio vazio, com sequências de acompanhamento de personagens arrastadas e que não movem a trama pra frente. Quando parece que uma das histórias vai chegar a algum lugar, não chega. No mais, foi uma boa experiência, especialmente por conhecermos vários personagens interessantes.
O filme é forte e trabalha também com as sutilezas da linguagem tanto no roteiro, quando menciona "mãos sujas" quanto na arte quando coloca o protagonista quase sempre em regiões azuis, em contraste com a coadjuvante em laranja. Quando o protagonista consegue resolver o problema, ele passa a aparecer laranja também.
O filme é bom, traz temas importantíssimos para aquela realidade. Poderia ter sido melhor na construção do roteiro, talvez, apesar de que sendo baseada em uma história real, é mais difícil. No fim, o roteiro é bem previsível ao seguir a jornada do herói. Não foi um filme que me tocou, mas é bonito. Por isso dei nota 4.
Faz uma década que enrolo pra ver essa trilogia que uma ex namorada minha amava. terminei a trilogia gostando mais do primeiro filme. Esse último fez um ping pong interessante sobre quem tinha razão, mas as discussões partiam do nada, e engraçado como Jesse sabia lidar com tudo, mas o filme peca exatamente nisso, colocando a mulher sempre como uma chata e ele como alguém que sempre sabia lidar emocionalmente. Acho que os 3 filmes são quase equivalentes e têm seus méritos nos diálogos e tal, mas não entendo como as pessoas têm paciência de ver e rever esse filme não sei quantas vezes e o idolatrar. Pra mim, é um bom filme sim, com bons diálogos, mas só isso. Não foi um filme que trouxe nada de excepcional, que mudou minha maneira de pensar nem nada, fora que todos os outros aspectos técnicos do filme são bem feijão com arroz.
O filme é quase ok, não fossem pelos problemas de roteiro e direção. As partes boas do filme foram pontuais, como em alguns planos bonitos envolvendo contraste fotografico com Paco especialmente. Como não foi ruim a experiência de ver o filme, exceto pelo começo, dei 2,5
Depois de ver esse filme, entendi porque não ganhou o Oscar, não que o filme não seja bom... É bom, mas faltam algumas coisas. Não entendi pq ganhou melhor roteiro, sinceramente. Faria mais sentido ganhar como direção. É um filme com uma ideia muito boa, bem humorado e bem produzido, mas com personagens lineares e sem camadas, previsíveis. A história também é meio previsível, tudo acontece de maneira muito fácil, com a maioria dos personagens burra, infelizmente incluindo o arco de Patrice. E a direção e montagem do filme fazem uma crítica aos radicais negros os comparando ao KKK, sendo que, embora os dois fossem violentos, não há comparação, uma vez que um grupo é violento por racismo, xenofobia etc, e outro é violento em resposta as violências que sofrem diariamente. Comparar os dois grupos foi meio estranho, mesmo vindo de Spike Lee. Mas Green Book também não merecia ganhar melhor filme, ainda mais devido aos acontecimentos nos bastidores
Achei bem interessante como o roteiro dialoga com a direção no sentido de criar um clima de horror psicológico e culpa na protagonista. Tudo que acontece ao redor, mesmo sendo banal, serve para essa construção, horas para a protagonista (ao ver um outro cachorro em sua casa mais tarde), ou para o expectador, ao vê-la sem cabeça em quadro.
Dei 3 estrelas por ser um filme que não me cativou tanto, nem achei impressionante, além de ser arrastado um pouco, mas achei bom.
No final, para mim, a direção deixa clara a resposta sobre o mistério ao colocar a câmera vendo através de um vidro que distorce a imagem, como se dissesse que a conclusão da protagonista foi distorcida, como que apenas uma ilusão de sua paranóia. O proprio começo do filme mostra que foi um cachorro atropelado, não um menino
Que filme brilhante! 12 personagens, cada um com sua devida importância e construção bem feita, com seus caprichos, preconceitos, jeitos particulares. A forma como a história se desenvolve e faz você imaginar a mesma cena do crime que é contada pelos personagens de forma diferente acaba mantando o expectador preso à historia.
Não assistam em 3D: estraga a experiência, há perda de qualidade visual e de foco e nem de longe passa uma ideia de 3D, nem digital, nem de profundidade.
No mais, saí maravilhado do filme, devido ao cuidado com as piadas inteligentes, várias sacadas e referências anteriores, sem falar na arte riquíssima para cada personagem e na trilha sonora específica de cada personagem que dá uma agonia boa ao caminhar lado a lado com eles. Pessoalmente, só me incomodou que o filme tentou abraçar muuito mais do que conseguiu entregar, na prática, embora tenha quase conseguido (no meu gosto pessoal). Também incomodou um pouquinho ser muito puxado pro infantil, inclusive o design de personagens como FISK e Green Goblin, além de outros, mas isso é pessoal meu, não quer dizer que o filme seja pior por isso.
A proposta do filme é excelente ao funcionar como um "jogo", e a experiência é ainda melhor para quem já viu toda a série, mas na prática o filme é um pouco raso, e as opções são meio nada a ver com o contexto do filme, além do que as atuações do protagonista são razoaveis, porém tive uma impressão de amadorismo, não me colocou na história.
Bastante contexto histórico pós-guerra na Alemanha, mas fiquei um pouco confuso com algumas decisões do roteiro e movimentos de câmera. O forte do filme, pra mim, foi a fotografia, direção de arte e figurino.
Filme bem estilo Goddard misturado com Antonioni, com uma leve pitada de Resnais. Confuso, picotado propositalmente. Algumas decisões da direção me deixaram perdido especialmente no ato um. Gostei mais do meio pro final, nas críticas ao moralismo da época, e na visão que o roteirista tinha sobre a situação política. Preciso rever pra entender melhor
Lágrimas escorrem de meu rosto. "O Intendente Sansho" (1954) é um filme incrível e sensível! Sou difícil de me emocionar, mas não consegui conter o choro com essa obra-prima. Terminei o filme com o coração, ao mesmo tempo, apertado e quente, triste e feliz. Como pode? O roteiro do filme é uma saga sobre a verdadeira humanidade, sobre resistência e sobre família. É um misto de sentimentos e emoções que é difícil não se abalar. As 2 horas e 4 minutos passam rapidamente, graças à bela direção de Kenji Mizoguchi, com variações de planos ricos e belos, com um ritmo moderado, movimentos de câmera ágeis, enquadramentos repletos de molduras lindíssimas e roteiro que nos leva a diferentes sensações, com grandes ensinamentos, levando-nos do topo ao fundo do poço e ao topo novamente, como se trilhássemos o caminho de montanhas, as mesmas montanhas que entram na composição do primeiro ato talvez. QUE FILME!
Dor e Glória
4.2 619 Assista AgoraO forte do filme é ver um pouquinho de Almodóvar na pele do protagonista, além de arte INCRÍVEL, especialmente se tratando das cores (com destaque para o vermelho que praticamente sai da tela de tão vivo) e acompanhar os temas abordados, como sexualidade na infância, drogas pesadas e relação mãe-filho problemática. No entanto, a forma do filme é bem feijão com arroz, com praticamente apenas planos fixos, personagens geralmente sentados e contando uma história, o que para mim tornou o filme um pouco cansativo. O que compensa mesmo são as referências à arte como um todo, especialmente ao cinema.
Um Conto de Canterbury
3.6 2O que mais chama atenção na trilogia de Pasolini é a relação com o sexo e a sátira ao moralismo, especialmente através da traição e objetificação sexual, além das cores e figurino que retratam a época mercantilista. As críticas e as mini-estórias que se passam são interessantes em si, mas infelizmente o humor bobo, o desenvolvimento simplório e dublagem e mixagem precárias enfraquecem os seus filmes. Há também uma insistência na utilização de atores ruins, mas isso acaba fazendo parte do universo cômico dos filmes e não chega a prejudicar. Um Conto de Canterbury trás estórias interessantes, porém para um público muito específico que se diverte com estórias e produções toscas de humor bobo.
Sonata de Outono
4.5 492O filme me lembrou um pouco o estilo Almodôvar, tanto nos figurinos quanto na fotografia e atuações. Ele traz questões muito fortes ligadas à relação mãe-filha e passa num piscar de olhos. Mas para mim faltou algo ou algo ficou em excesso. Não sei dizer... talvez as atuações ficaram exageradas e me tiraram um pouco da imersão. Não consegui ver personagens ali, e sim atrizes.
Kardec: A História Por Trás do Nome
3.2 142Transformaram Kardec em um herói sem defeitos. Pior: a primeira cena com ele tenta imitar Sociedade dos Poetas Mortos, porém bem forçadamente e de maneira risível, colocando-o como uma pessoa de mente aberta, para logo em seguida, colocá-lo como cético. Todos os outros personagens servem apenas de ilustração e as atuações são teatrais e sem química, novamente risíveis. Direção capenga, embora tenha uma boa dinâmica, não deixando o filme chato, mas tem muitas quebras de eixo, escolhas confusas de de enquadramento e montagem com cortes aleatórios. O que salva o filme é talvez o figurino e a arte
Meu Tio da América
4.1 45Terminei com a certeza de não ter absorvido nem 50% da capacidade dessa ficção documental, ou seria um documentário ficcional?
De todo modo, precisarei rever várias vezes e em diferentes momentos da vida essa AULA de psicologia e filosofia de um dos meus diretores favoritos, Alain Resnais surpreende à medida que o filme avança, não pelas estórias aqui usadas quase que como ilustrações didáticas para o que o autor queria dizer, mas por mostrar o quão somos, ao mesmo tempo, seres incríveis e limitados, e que precisamos urgentemente aprender mais sobre como nossos cérebros e como nosso corpo funciona para evitar repetir comportamentos irracionais e animalescos que geram tanta violência no mundo.
É aí que tá a caixa de pandora lançada pelo autor: ele consegue mostrar como existem diferentes formas de violência, desde a violência individual tratando de doenças mentais como a depressão e doenças psicossomáticas, quanto a violência do nosso dia a dia, quando expurgamos estímulos primitivos através de atitudes irracionais como quebrar objetos ou competir e brigar irracionalmente com o outro, quando nos sentimos ameaçados e não encontramos uma fuga (instinto primitivo)... E ele vai além com as últimas cenas mostrando como o ser humano violenta não somente uns aos outros, mas também o próprio planeta e a própria existência naquela imagem chocante de um bairro poluído e com prédios no lugar de árvores, mas em um desses prédios, há uma grande pintura de uma árvore... pintada sobre tijolos. QUE... IN...CRÍVEL! Mais uma vez, outro filme de Resnais entrando para meus favoritos!
A única crítica que tenho é de ter ficado confuso com os personagens na primeira hora, visto que é um filme complexo, e isso acabou me distraindo um pouco. O fato de eu não ter visto quase nenhum dos filmes preto-e-branco aos quais ele faz referência também contribuiu para o afastamento, apesar de não ser essencial para o contexto das cenas.
Sete Homens e Um Destino
3.6 575 Assista AgoraQue filme ruim, hein? Todos os atos são pessimamente construídos, inclusive os personagens e suas motivações. O original de 1960 bastou eu ver os primeiros 20 minutos pra ver o quão superior é, e a cada minuto mostrou ser ainda melhor, inclusive ao colocar as referências dos Sete Samurais como o velho da vila dando conselho, o rapaz cortando madeira e o jovem bêbado amador indo atrás do pistoleiro mais rápido porque o admira.
Já esse de 2016 tudo é falso, plástico, inclusive o vilão e suas atitudes, com aquelas olhadas maquiavélicas de baixo pra cima, sair matando mulher só porque correu e queimando igreja, coisas que não fazem um mínimo de sentido. Era só pra mostrar que ele é cruel? Nossa... E o desenvolvimento, os diálogos e conclusão também são bem artificiais. Em momento algum a gente tem uma sensação de perigo, uma vez que os protagonistas se garantem o tempo todo, nunca tem uma situação de perigo que nos deixe tensos, fazendo com que a gente nem se importe se eles morrerem.
Sangue Negro
4.3 1,2K Assista AgoraDifícil encontrar um defeito nesse filme. Pensei bastante e só consegui pensar em duas coisas: as atuações do padre que me tiravam da imersão e a pouquíssima importância que os coadjuvantes tem com suas ações para o andar da estória, deixando quase tudo de atuação nas costas do incrível Lewis, porém, essa segunda questão pode ser proposital, já que o filme trata da arrogância e do egoísmo do protagonista.
Fora isso, o filme é impecável: tanto nas bem colocadas variações de planos, como no primeiríssimo plano durante a conversa de Daniel com o irmão; tanto naos enquadramentos que sempre nos situa geograficamente, quando o filho passa por uma situação difícil e o pai vai ajudar, mas ao mesmo tempo vemos o que acontece lá fora; tanto nas diferenças de textura, deixando a pele de Daniel mais sebosa e nítida no final; tanto na atuação incrível do Lewis, talvez exceto pelo exagero da última cena na postura dele principalmente; tanto pela trilha musical criando uma tensão constante e que muda também em momentos-chave.
O roteiro é o ponto forte do filme, pois faz uma crítica à ganância pela exploração de petróleo, mas também à igreja e ao ateísmo também, equilibrando a balança. Tudo que é mostrado em tela é aproveitado mais tarde, sejam os pequenos detalhes e acontecimentos que nos colocam num estado de tensão pela criança, ou quando um dono de terra tenta vender o terreno e é rejeitado. Os diálogos revelam muitíssimo sobre os personagens, especialmente as pequenas atitudes, pequenos gestos que mostram a relação de Daniel com o filho, que era apenas usado como um rosto bonito para suavizar o jeito de Daniel ao conseguir o que ele queria.
Filme excelente, só não dei nota máxima pela atuação do padre, pela última cena tragicômica, que acho que fugiu um pouco do clima do filme. Na verdade, pelo desfecho do filme como um todo.
Memórias de uma Gueixa
4.1 1,4K Assista AgoraO filme é basicamente uma novela mexicana com chineses falando em inglês, sustentado mais pela arte e fotografia. O roteiro é bem machista e previsível: desde o início do filme, sabemos tudo que vai acontecer. As construções dos personagens são mal feitas. A protagonista apenas reage o filme todo, nunca move o filme, exceto quando ela vai procurar a irmã, ainda criança. De resto, são as pessoas guiando ela só porque ela tem os olhos azuis. Aliás, não me convenceram esses olhos, dá pra ver que é lente e ficou feio. E a parte dela se tornando uma gueixa é bem risível.
Mameha começa a ensinar ela a se levantar e no mesmo minuto diz "Você é uma geixa extraordinária" (risos). Em seguida, ela fala uma frase de efeito tirada de não sei de onde "Vai ser como acordar os leões" , e Mameha diz "Você tem o dom das palavras". Eu ri bastante nessa cena.
Os diálogos são fraquíssimos, com frases de efeito, não dizem nada sobre os personagens, que por sua vez são incoerentes com suas ações. Ela se tornar uma gueixa famosa foi bastante forçado. Se ela ainda tivesse adquirido habilidades especiais ou fizesse algo de diferente, mesmo que não mostrasse como ela adquiriu (já que a transformação dela é bem pobre), faria mais sentido. Mas ela só tinha aqueles olhos azuis e ponto. Pra piorar tudo: colocaram um filme falado EM INGLÊS, sem nenhuma justificativa! Isso por si só já arruína boa parte.
Não sei como o filme tem nota alta. Aliás, sei: pessoas dando muito valor somente ao visual do filme. Isso mostra que não ligam muito pra roteiro, atuações etc, contanto que o visual esteja bonitinho, ou seja: que a produtora tenha dinheiro pra arte rsrs
Los Angeles: Cidade Proibida
4.1 528 Assista AgoraO roteiro tem umas sacadas inteligentes, especialmente sobre um tal de Rollo Tomasi, e uma direção que vai direto ao ponto, sem muita enrolação, especialmente se tratando do vilão, apesar de que achei o primeiro ato do filme confuso, cheio de nomes que eram apresentados rapidamente e depois tive dificuldade de relembrar quem era quem. O filme melhora do meio pro fim, mas também toma umas decisões um tanto incoerentes, como a que trata de Exley e Lynn. No geral, é um bom filme. Maiores destaques em atuação, pra mim, vão para o Dudley (James Cromwell) e Exley (interpretado por Guy Pearce, um dos meus atores favoritos, diga-se de passagem). Consigo ver nos dois personagens reais. Os outros atores, embora muito bons, tiravam-me da imersão. Eu via o Kevin Spacey e Russell Crowe ali, não os personagens.
A Palavra
4.5 100Que filmes perfeito, em todos os detalhes. As únicas coisas que me incomodaram um pouco foram o exagero da construção de Jhonnatas ao falar tão lento e de alguns personagens, sem justificativa, andarem mto lentamente. Além disso, a escolha de reviver a mulher só no final foi um pouco forçada. Se ela revivesse quando Johnatas entrou no quarto, o filme ficaria mto maior pq abriria para outras interpretações. Fora isso, o filme é muito bem construído tanto em roteiro, com personagens críveis e com bastante contraste entre eles e sem se colocar ao lado de nenhuma crença ou não-crença.
O Vampiro
4.0 77Acompanhei outros filmes mais antigos e bem mais longos que esse, mas achei Vampyr bastante fraco, e não foi pela ausência de monstros ou sangue como comentaram aqui, mas por um roteiro com personagens desinteressantes que são jogados na estória sem quê nem porquê, incluindo o protagonista. A única coisa que me agradou mais foi a trilha sonora. Além disso, logo no começo, nas cenas que o protagonista entra na casa e passa por situações misteriosas. Mas, como disse, não há motivação nenhuma para elas terem acontecido coincidentemente com ele.
Elefante
3.6 1,2K Assista AgoraVivemos num país que o atual presidente quer armar a população, e estando nessa realidade, o que mais me incomodou nesse filme (independente de ser um contexto diferente) foi colocar os assassinos como como protagonistas no final das contas, até romantizando-o quando mostra ele tocando piano enquanto a câmera "dança", ou quando eles estão planejando e a câmera os vê de baixo, coisa que não acontece com os outros personagens. Fora isso, a fotografia incomoda com erros de continuidade de luz que nitidamente houve uma tentativa de correção na pós em algumas sequencias. As cores no filme são interessantes, assim como essa forma de contar a história passando de um personagem pro outro, mas foi como falaram aqui: o filme acaba sendo meio vazio, com sequências de acompanhamento de personagens arrastadas e que não movem a trama pra frente. Quando parece que uma das histórias vai chegar a algum lugar, não chega. No mais, foi uma boa experiência, especialmente por conhecermos vários personagens interessantes.
Drive
3.9 3,5K Assista AgoraO filme é forte e trabalha também com as sutilezas da linguagem tanto no roteiro, quando menciona "mãos sujas" quanto na arte quando coloca o protagonista quase sempre em regiões azuis, em contraste com a coadjuvante em laranja. Quando o protagonista consegue resolver o problema, ele passa a aparecer laranja também.
O Menino que Descobriu o Vento
4.3 741O filme é bom, traz temas importantíssimos para aquela realidade. Poderia ter sido melhor na construção do roteiro, talvez, apesar de que sendo baseada em uma história real, é mais difícil. No fim, o roteiro é bem previsível ao seguir a jornada do herói. Não foi um filme que me tocou, mas é bonito. Por isso dei nota 4.
Antes da Meia-Noite
4.2 1,5K Assista AgoraFaz uma década que enrolo pra ver essa trilogia que uma ex namorada minha amava. terminei a trilogia gostando mais do primeiro filme. Esse último fez um ping pong interessante sobre quem tinha razão, mas as discussões partiam do nada, e engraçado como Jesse sabia lidar com tudo, mas o filme peca exatamente nisso, colocando a mulher sempre como uma chata e ele como alguém que sempre sabia lidar emocionalmente. Acho que os 3 filmes são quase equivalentes e têm seus méritos nos diálogos e tal, mas não entendo como as pessoas têm paciência de ver e rever esse filme não sei quantas vezes e o idolatrar. Pra mim, é um bom filme sim, com bons diálogos, mas só isso. Não foi um filme que trouxe nada de excepcional, que mudou minha maneira de pensar nem nada, fora que todos os outros aspectos técnicos do filme são bem feijão com arroz.
Todos Já Sabem
3.4 216 Assista AgoraO filme é quase ok, não fossem pelos problemas de roteiro e direção. As partes boas do filme foram pontuais, como em alguns planos bonitos envolvendo contraste fotografico com Paco especialmente. Como não foi ruim a experiência de ver o filme, exceto pelo começo, dei 2,5
Infiltrado na Klan
4.3 1,9K Assista AgoraDepois de ver esse filme, entendi porque não ganhou o Oscar, não que o filme não seja bom... É bom, mas faltam algumas coisas. Não entendi pq ganhou melhor roteiro, sinceramente. Faria mais sentido ganhar como direção. É um filme com uma ideia muito boa, bem humorado e bem produzido, mas com personagens lineares e sem camadas, previsíveis. A história também é meio previsível, tudo acontece de maneira muito fácil, com a maioria dos personagens burra, infelizmente incluindo o arco de Patrice. E a direção e montagem do filme fazem uma crítica aos radicais negros os comparando ao KKK, sendo que, embora os dois fossem violentos, não há comparação, uma vez que um grupo é violento por racismo, xenofobia etc, e outro é violento em resposta as violências que sofrem diariamente. Comparar os dois grupos foi meio estranho, mesmo vindo de Spike Lee. Mas Green Book também não merecia ganhar melhor filme, ainda mais devido aos acontecimentos nos bastidores
A Mulher Sem Cabeça
3.5 63Achei bem interessante como o roteiro dialoga com a direção no sentido de criar um clima de horror psicológico e culpa na protagonista. Tudo que acontece ao redor, mesmo sendo banal, serve para essa construção, horas para a protagonista (ao ver um outro cachorro em sua casa mais tarde), ou para o expectador, ao vê-la sem cabeça em quadro.
Dei 3 estrelas por ser um filme que não me cativou tanto, nem achei impressionante, além de ser arrastado um pouco, mas achei bom.
No final, para mim, a direção deixa clara a resposta sobre o mistério ao colocar a câmera vendo através de um vidro que distorce a imagem, como se dissesse que a conclusão da protagonista foi distorcida, como que apenas uma ilusão de sua paranóia. O proprio começo do filme mostra que foi um cachorro atropelado, não um menino
12 Homens e Uma Sentença
4.6 1,2K Assista AgoraQue filme brilhante! 12 personagens, cada um com sua devida importância e construção bem feita, com seus caprichos, preconceitos, jeitos particulares. A forma como a história se desenvolve e faz você imaginar a mesma cena do crime que é contada pelos personagens de forma diferente acaba mantando o expectador preso à historia.
Homem-Aranha: No Aranhaverso
4.4 1,5K Assista AgoraNão assistam em 3D: estraga a experiência, há perda de qualidade visual e de foco e nem de longe passa uma ideia de 3D, nem digital, nem de profundidade.
No mais, saí maravilhado do filme, devido ao cuidado com as piadas inteligentes, várias sacadas e referências anteriores, sem falar na arte riquíssima para cada personagem e na trilha sonora específica de cada personagem que dá uma agonia boa ao caminhar lado a lado com eles. Pessoalmente, só me incomodou que o filme tentou abraçar muuito mais do que conseguiu entregar, na prática, embora tenha quase conseguido (no meu gosto pessoal). Também incomodou um pouquinho ser muito puxado pro infantil, inclusive o design de personagens como FISK e Green Goblin, além de outros, mas isso é pessoal meu, não quer dizer que o filme seja pior por isso.
Black Mirror: Bandersnatch
3.5 1,4KA proposta do filme é excelente ao funcionar como um "jogo", e a experiência é ainda melhor para quem já viu toda a série, mas na prática o filme é um pouco raso, e as opções são meio nada a ver com o contexto do filme, além do que as atuações do protagonista são razoaveis, porém tive uma impressão de amadorismo, não me colocou na história.
O Casamento de Maria Braun
4.1 58Bastante contexto histórico pós-guerra na Alemanha, mas fiquei um pouco confuso com algumas decisões do roteiro e movimentos de câmera. O forte do filme, pra mim, foi a fotografia, direção de arte e figurino.
Antes da Revolução
3.6 26Filme bem estilo Goddard misturado com Antonioni, com uma leve pitada de Resnais. Confuso, picotado propositalmente. Algumas decisões da direção me deixaram perdido especialmente no ato um. Gostei mais do meio pro final, nas críticas ao moralismo da época, e na visão que o roteirista tinha sobre a situação política. Preciso rever pra entender melhor
O Intendente Sansho
4.5 65Lágrimas escorrem de meu rosto. "O Intendente Sansho" (1954) é um filme incrível e sensível! Sou difícil de me emocionar, mas não consegui conter o choro com essa obra-prima. Terminei o filme com o coração, ao mesmo tempo, apertado e quente, triste e feliz. Como pode? O roteiro do filme é uma saga sobre a verdadeira humanidade, sobre resistência e sobre família. É um misto de sentimentos e emoções que é difícil não se abalar. As 2 horas e 4 minutos passam rapidamente, graças à bela direção de Kenji Mizoguchi, com variações de planos ricos e belos, com um ritmo moderado, movimentos de câmera ágeis, enquadramentos repletos de molduras lindíssimas e roteiro que nos leva a diferentes sensações, com grandes ensinamentos, levando-nos do topo ao fundo do poço e ao topo novamente, como se trilhássemos o caminho de montanhas, as mesmas montanhas que entram na composição do primeiro ato talvez. QUE FILME!