Minha interpretação de "Através Do Espelho" se resume na metáfora do Jardim do Éden: onde existe o pai, seus filhos Adão e Eva e o fruto proibido. Somente o genro que não consegui encaixar.
Eles vivem em uma ilha isolada, que poderia ser o Jardim do Éden / paraíso. Quando Karin (Eva) ouve vozes que a obrigam a ler o diário do pai (fruto proibido), ela passa por situações que, no fim, a fazem ir embora da ilha (o paraíso). Há também o incesto, já que Eva e Adão eram os únicos humanos e irmãos, como acontece com Fredrik e Karin.
Outra alusão é o distanciamento do pai David (Deus) em relação aos filhos. Quando David fala com o filho Fredrik, este último diz, surpreso, "o pai falou comigo".
As atuações da atriz protagonista são muito convincentes, fazendo você imaginar tudo que ela diz e torcer por ela. Apesar de tudo isso, não achei, à primeira vista, um filme extraordinário.
Para mim o filme foi claro: ela morreu assassinada e ele também. Os dois estão mortos e discutem sobre essa vida. O filme dá algumas dicas logo no início sobre isso. Aparecem alguns homens se virando e atirando em alvos. Em seguida, a câmera se aproxima de um deles, que vira e atira, mas não ouvimos o som do tiro e corta para a mulher vindo na direção oposta, depois ouvimos o som do tiro.
Finalmente, o narrador-personagem fala também de ter visto ela se debater, e o filme próprio revela que ela foi atingida, mas não revela o que aconteceu com ele. Por que? Ele diz que não se lembra a partir daí, mas porque ele também morreu, foi assassinado.
A última dica sobre o fato é a continuidade cortada, pois eles sempre "se teleportam" de um lugar para o outro durante uma fala. Se você pensar que eles são fantasmas, isso é fácil para eles, já que não existe mais distância física.
A grande questão é que tudo fica se repetindo, como se eles tivessem "revivendo" toda a memória, e em muitas vezes todas as pessoas ali não se movem, somente eles se movem livremente, como se eles fossem mais rápidos que os outros.
Eis o terceiro filme de Antonioni que eu eu vejo, contanto com "O Eclipse" e "A Noite", que é o melhor de longe, mas em "A Aventura", talvez por conta dos diversos problemas técnicos e de pessoal que o diretor teve, o filme perdeu o rumo e deixou diversas questões soltas, como o tal "segredo" que o pai menciona logo no começo do filme.
Se querem um trabalho bem feito, que reúne o melhor dessa trilogia da incomunicabilidade do diretor, para mim bastava ter visto "A Noite". Os outros pareceram a mesma ideia, porém piorada e entediante. Em "A Noite", o tédio aparece apenas no primeiro ato como construção da personagem e faz bastante sentido.
Não vi ninguém mencionar, mas esse filme faz um paralelo entre a renovação pós-guerra em Hiroshima e a renovação individual da personagem Elle, no mesmo período.
O filme começa com um estilo realista e poético sobre os efeitos da bomba de Hiroshima e em como a cidade foi, aos poucos, se recuperando, assim como as pessoas, mesmo aquelas que ficaram com sequelas foram se adaptando. Ela também fala do seu primeiro amor e da loucura, da cor, do cabelo curto e como ela foi se recuperando assim como o próprio cabelo voltava a crescer.
Esteticamente, o filme é maravilhoso. Os ângulos e a composição cinematográfica com um intenso jogo de sombras e contraste casavam com a indecisão da atriz e do impasse do casal.
Um fato interessantíssimo e bem colocado é a dualidade entre o "eu vi de tudo" e "você não viu nada", pois, de um lado, logo no começo do filme, a atriz revela poeticamente que sabe de tudo sobre a bomba de Hiroshima, pois leu tudo a respeito, frequentou museus e ficou informada, mas ela não vivenciou nada disso; e do outro lado, o arquiteto escuta as confissões da atriz sobre o passado dela como se ele tivesse vivenciado tudo aquilo, afinal ela se refere ao seu falecido amor como "você", falando para o arquiteto, como se fosse ele o antigo amor dela que morreu.
Divertido, caótico e imprevisível, A Regra Do Jogo possui diálogos e personagens sólidos e reais, como o cinema francês sempre se mostrou até os dias de hoje, especialmente ao se tratar de drama. Ao assistir ao filme, é possível se divertir e esquecer que ali são atores, coisa que não se via no cinema até então. A trama cresce fazendo metáfora com a caça, e é isso que acontece no filme: uma perseguição que não se sabe qual resultado será. O diretor consegue também sair dos quadros estáticos e dar movimento com planos sequência e movimentos rápidos de câmera que revelam aquilo que nos dá curiosidade, ao invés de fazer o tradicional corte brusco. Belíssimo filme.
Dos indicados ao Oscar, achei o mais bem dirigido e montado. O ritmo do filme é enérgico, os personagens são fortes e o desenvolvimento é muito bem colocado. Só achei que, em uma história triste como essa faltou um pouco mais de drama, sempre sustentando o tom de comédia, leveza, o que não deixa o filme ruim, mas empobrece um pouco, na minha opinião. Não fosse por isso, seria 10/10 e ganharia fácil o Oscar, eu acho.
Macunaíma é um filme que expõe a sociedade brasileira através de metáforas e sátiras implícitas. O filme tem um começo bastante interessante, mas se perde um pouco depois. De todo modo, é um filme divertido e criativo, com influência forte de Godard, ao meu ver. O maior problema nele é a continuidade e roteiro.
Basicamente o primeiro episódio de Black Mirror hehehe. Esse filme foi um salto de qualidade cinematográfica na época em termos de produção, fotografia e direção de arte. Ele só tem o problema de ser exagerado e extenso.
Amei Acossado e gostei de O Desprezo, também dele, mas Week-End achei muito exagerado no sentido de Nouvelle Vague. Ele tenta se sustentar de uma forma medíocre, com um grande egocentrismo da direção e roteiro. A ideia de quebrar a linha narrativa é interessante, incomodar também pode ser interessante, como na cena do engarrafamento ou nas loucuras que aconteciam até a primeira metade do filme, mas chega a um ponto que o filme tenta enfiar goela abaixo essa ideia anti-hollywoodiana a todo custo.
No momento que o espectador já entendeu o recado, o filme exagera ainda mais até ficar chato. Quando o espectador fica saturado, o filme consegue exagerar ainda mais e se tornar insuportável, pois coloca vários elementos aleatórios de maneira preguiçosa.
Se Godard queria fazer diferente, bastava que ele pensasse em uma estrutura e narrativa diferente. Colocar um monte de elementos e movimentos de câmera sem ligação alguma com o enredo é pura preguiça e narcisismo.
O filme fala sobre nossas interpretações individuais da realidade. A gente enxerga o que quer. Assim como no quadro cheio de pontos sem significados de Bill, ele tenta encontrar uma resposta nos pontos granulados da fotografia. Mas até que ponto aquilo que ele enxerga condiz com a realidade? Até que ponto podemos crer no que vemos? Então o filme abre justamente esse questionamento.
O final do filme deixa isso bem claro com a cena do jogo de tênis, pois ele começa como observador e é convidado a participar da brincadeira de imaginar um jogo real acontecendo. Quando ele aceita pegar a bola imaginária e devolver, passamos a ouvir os sons das raquetes imaginárias rebatendo a bola também imaginária.
Por outro lado, talvez a história poderia ter uma narrativa mais coerente, apesar de que a incoerencia provavelmente foi proposital e faz parte do tema psicodélico.
Filme fantástico, que envolve temas como religião, inocência, sexualidade, traição, tudo com uma fotografia bem feita, especialmente nos closes cheios de contraste e textura. Todo o roteiro é bem amarrado, nada se perde na trama. A trilha sonora é bem colocada e brinca com a atmosfera mística/onírica do filme. Os personagens são muito bem construídos e não fogem de suas convicções do início ao fim.
Os únicos pontos que poderiam ser melhores no filme são as repetições da mulher correndo na plantação. Isso poderia ter sido reduzido, mas também não chegou a me incomodar tanto, já que fez parte da construção da trama, mostrando a sogra dela descobrindo aos poucos o que estava acontecendo e tomando diferentes decisões. O outro ponto é o samurai com a mascara ter morrido tão facilmente. Esperava mais dessa parte.
Filme lindo, bem amarrado. O primeiro ato não tem muitos destaques, provavelmente propositalmente, pois nem trilha musical tem no começo, mas o filme cresce muito em todos os aspectos, especialmente na fotografia e montagem que me lembraram um pouco do clássico "Cidadão Kane" devido à constante profundidade de campo e ao intenso contraste de luz, e também me lembrou do modo de filmar presente nos filmes de David Fincher, acompanhando os gestos e movimentos de maneira sutil e delicada. O maior problema do filme está nos diálogos e em algumas reações não muito condizente dos personagens, mas o filme em si é muito bonito de se ver!
Venho assistindo a filmes dos anos 20 até chegar nesse. A premissa é boa, a produção também (para a época), mas as atuações são muito forçadas e cômicas, assim como a trilha musical fora de hora (como música de vitória logo após a família ser atacada). isso fora os diálogos e roteiro repetitivo, colocando gente morrendo sem mais nem menos, ou quando Martin demonstra ódio chutando uma índia morro abaixo e depois ficando com pena dela. Só rindo mesmo.
Que filme fantástico! Venho assistindo aos mais importantes filmes desde a década de 20 e, ao entrar na década de 40 com Cidadão Kane, fiquei impressionado com a evolução principalmente do roteiro, diálogos e atuações realistas, rompendo de vez com as amarras do teatro e dando cara ao CINEMA, de fato, diferente dos filmes anteriores. Aí vem a fotografia com seu contraste de luz e sombras bem colocados, a profundidade nas imagens ao colocar, no mesmo quadro, closes e plano geral com outra cena acontecendo. Isso sem falar nos movimentos de câmera que são espetaculares e inovadores.
A única crítica que tenho ao filme é que o final poderia ter sido um pouco melhor explorado.
O filme é muito bom em causar tensão. A trilha sonora é fantástica. O problema do filme está em alguns erros de continuidade e algumas coisas que não fazem sentido como ele usar o isqueiro até o último segundo. Teve gente criticando o final, mas o final é a melhor parte do filme, o momento que mais brinca com sua imaginação e deixa você tenso.
Espetacular! A fotografia é bem feita, considerando a época e os recursos. A história, no começo, você não dá nada, mas no desenvolvimento ela se transforma de uma maneira linda! Muito bom!
É um filme de fantasia, bonito e muito musical, o que é um ponto super positivo e emociona, maaaass o roteiro e a continuidade são horríveis. O personagem de Terrence não ajuda a resolver nada na trama. As reações dos personagens não condizem as cenas. Isso sem contar nessa paixão de uma noite só que o rapaz não consegue superar depois de ANOS! Se fosse um namoro, ou até mesmo uma caso de uma semana, poderia ser justificável a depender da intensidade, mas UMA NOITE?
E 12 anos depois o cara reencontra a mulher e dá a mão pra ela, como se nada tivesse acontecido.
A única coisa que salva é a paixão de Evan pela música, embora ele seja praticamente um X-men (só consegui engolir imaginando ser uma história de fantasia da Disney).
curti mto o filme e a montagem, mas achei muito extenso essa viagem começar já no fim do primeiro ato. Se a viagem acontecesse no final do segundo ato seria melhor.
O filme é muito forte e muito real. A atuação da mãe de Preciosa é uma coisa absurda, especialmente na última cena. Só não gostei de três coisas no filme: 1 - As viagens dela foram exageradas e cômicas, em momentos que não combinavam muito. Poderia ter sido feito de uma outra maneira. 2 - A trilha sonora de tom cômico em situações tristes que acabaram cortando o clima do filme.
3 - Do roteiro, eles focaram muito em colocar a culpa na mãe de Preciosa, mas em momento algum apontaram para o pai dela como culpado pelos estupros. "Tudo bem" a filha culpar a mãe, por falta de conhecimento mesmo, mas a própria assistente social colocou a culpa na mãe ao dizer "Você permitiu que ele a estuprasse", quando sabemos que muitas mulheres são violentadas e sofrem ameaças dos maridos e acabam se submetendo. Isso não tira a culpa dela, mas a culpa dos estupros foi do pai, não da mãe
Tecnicamente, o filme é excelente. O visual e a trilha também, mas infelizmente morre aí. Poderia ser uma obra-prima SE houvesse profundidade nos personagens, se fosse uma experiência transformadora, mas não é. Se você parar pra pensar, o filme mostra cenas de guerra, e é isso. Esperava mais.
Através de um Espelho
4.3 249Minha interpretação de "Através Do Espelho" se resume na metáfora do Jardim do Éden: onde existe o pai, seus filhos Adão e Eva e o fruto proibido. Somente o genro que não consegui encaixar.
Eles vivem em uma ilha isolada, que poderia ser o Jardim do Éden / paraíso. Quando Karin (Eva) ouve vozes que a obrigam a ler o diário do pai (fruto proibido), ela passa por situações que, no fim, a fazem ir embora da ilha (o paraíso). Há também o incesto, já que Eva e Adão eram os únicos humanos e irmãos, como acontece com Fredrik e Karin.
Outra alusão é o distanciamento do pai David (Deus) em relação aos filhos. Quando David fala com o filho Fredrik, este último diz, surpreso, "o pai falou comigo".
As atuações da atriz protagonista são muito convincentes, fazendo você imaginar tudo que ela diz e torcer por ela. Apesar de tudo isso, não achei, à primeira vista, um filme extraordinário.
Eu, Você e a Garota Que Vai Morrer
4.0 888 Assista AgoraQue filme ruim. É basicamente uma versão piorada de "50%".
O Ano Passado em Marienbad
4.2 156 Assista AgoraO filme é genial.
Explicação para quem não entendeu:
Para mim o filme foi claro: ela morreu assassinada e ele também. Os dois estão mortos e discutem sobre essa vida. O filme dá algumas dicas logo no início sobre isso. Aparecem alguns homens se virando e atirando em alvos. Em seguida, a câmera se aproxima de um deles, que vira e atira, mas não ouvimos o som do tiro e corta para a mulher vindo na direção oposta, depois ouvimos o som do tiro.
Finalmente, o narrador-personagem fala também de ter visto ela se debater, e o filme próprio revela que ela foi atingida, mas não revela o que aconteceu com ele. Por que? Ele diz que não se lembra a partir daí, mas porque ele também morreu, foi assassinado.
A última dica sobre o fato é a continuidade cortada, pois eles sempre "se teleportam" de um lugar para o outro durante uma fala. Se você pensar que eles são fantasmas, isso é fácil para eles, já que não existe mais distância física.
A grande questão é que tudo fica se repetindo, como se eles tivessem "revivendo" toda a memória, e em muitas vezes todas as pessoas ali não se movem, somente eles se movem livremente, como se eles fossem mais rápidos que os outros.
A Aventura
4.1 113 Assista AgoraEis o terceiro filme de Antonioni que eu eu vejo, contanto com "O Eclipse" e "A Noite", que é o melhor de longe, mas em "A Aventura", talvez por conta dos diversos problemas técnicos e de pessoal que o diretor teve, o filme perdeu o rumo e deixou diversas questões soltas, como o tal "segredo" que o pai menciona logo no começo do filme.
Se querem um trabalho bem feito, que reúne o melhor dessa trilogia da incomunicabilidade do diretor, para mim bastava ter visto "A Noite". Os outros pareceram a mesma ideia, porém piorada e entediante. Em "A Noite", o tédio aparece apenas no primeiro ato como construção da personagem e faz bastante sentido.
Noites de Cabíria
4.5 382 Assista AgoraQue atuação! Vejam A Estrada Da Vida e entenderão. São atuações completamente diferentes pela mesma atriz. Genial
Hiroshima, Meu Amor
4.2 315 Assista AgoraNão vi ninguém mencionar, mas esse filme faz um paralelo entre a renovação pós-guerra em Hiroshima e a renovação individual da personagem Elle, no mesmo período.
O filme começa com um estilo realista e poético sobre os efeitos da bomba de Hiroshima e em como a cidade foi, aos poucos, se recuperando, assim como as pessoas, mesmo aquelas que ficaram com sequelas foram se adaptando. Ela também fala do seu primeiro amor e da loucura, da cor, do cabelo curto e como ela foi se recuperando assim como o próprio cabelo voltava a crescer.
Esteticamente, o filme é maravilhoso. Os ângulos e a composição cinematográfica com um intenso jogo de sombras e contraste casavam com a indecisão da atriz e do impasse do casal.
Um fato interessantíssimo e bem colocado é a dualidade entre o "eu vi de tudo" e "você não viu nada", pois, de um lado, logo no começo do filme, a atriz revela poeticamente que sabe de tudo sobre a bomba de Hiroshima, pois leu tudo a respeito, frequentou museus e ficou informada, mas ela não vivenciou nada disso; e do outro lado, o arquiteto escuta as confissões da atriz sobre o passado dela como se ele tivesse vivenciado tudo aquilo, afinal ela se refere ao seu falecido amor como "você", falando para o arquiteto, como se fosse ele o antigo amor dela que morreu.
A Felicidade Não Se Compra
4.5 1,2K Assista AgoraO filme é deveras bonito e bem construído, só não gostei desse final com liçãozinha de moral, mas fora isso, amei o filme.
A Regra do Jogo
4.1 122 Assista AgoraDivertido, caótico e imprevisível, A Regra Do Jogo possui diálogos e personagens sólidos e reais, como o cinema francês sempre se mostrou até os dias de hoje, especialmente ao se tratar de drama. Ao assistir ao filme, é possível se divertir e esquecer que ali são atores, coisa que não se via no cinema até então. A trama cresce fazendo metáfora com a caça, e é isso que acontece no filme: uma perseguição que não se sabe qual resultado será. O diretor consegue também sair dos quadros estáticos e dar movimento com planos sequência e movimentos rápidos de câmera que revelam aquilo que nos dá curiosidade, ao invés de fazer o tradicional corte brusco. Belíssimo filme.
Eu, Tonya
4.1 1,4K Assista AgoraDos indicados ao Oscar, achei o mais bem dirigido e montado. O ritmo do filme é enérgico, os personagens são fortes e o desenvolvimento é muito bem colocado. Só achei que, em uma história triste como essa faltou um pouco mais de drama, sempre sustentando o tom de comédia, leveza, o que não deixa o filme ruim, mas empobrece um pouco, na minha opinião. Não fosse por isso, seria 10/10 e ganharia fácil o Oscar, eu acho.
Macunaíma
3.3 274 Assista AgoraMacunaíma é um filme que expõe a sociedade brasileira através de metáforas e sátiras implícitas. O filme tem um começo bastante interessante, mas se perde um pouco depois. De todo modo, é um filme divertido e criativo, com influência forte de Godard, ao meu ver. O maior problema nele é a continuidade e roteiro.
2001: Uma Odisseia no Espaço
4.2 2,4K Assista AgoraBasicamente o primeiro episódio de Black Mirror hehehe. Esse filme foi um salto de qualidade cinematográfica na época em termos de produção, fotografia e direção de arte. Ele só tem o problema de ser exagerado e extenso.
Week-End à Francesa
3.8 108Amei Acossado e gostei de O Desprezo, também dele, mas Week-End achei muito exagerado no sentido de Nouvelle Vague. Ele tenta se sustentar de uma forma medíocre, com um grande egocentrismo da direção e roteiro. A ideia de quebrar a linha narrativa é interessante, incomodar também pode ser interessante, como na cena do engarrafamento ou nas loucuras que aconteciam até a primeira metade do filme, mas chega a um ponto que o filme tenta enfiar goela abaixo essa ideia anti-hollywoodiana a todo custo.
No momento que o espectador já entendeu o recado, o filme exagera ainda mais até ficar chato. Quando o espectador fica saturado, o filme consegue exagerar ainda mais e se tornar insuportável, pois coloca vários elementos aleatórios de maneira preguiçosa.
Se Godard queria fazer diferente, bastava que ele pensasse em uma estrutura e narrativa diferente. Colocar um monte de elementos e movimentos de câmera sem ligação alguma com o enredo é pura preguiça e narcisismo.
Blow-Up: Depois Daquele Beijo
3.9 370 Assista AgoraPara quem não entendeu o filme e ficou boiando:
O filme fala sobre nossas interpretações individuais da realidade. A gente enxerga o que quer. Assim como no quadro cheio de pontos sem significados de Bill, ele tenta encontrar uma resposta nos pontos granulados da fotografia. Mas até que ponto aquilo que ele enxerga condiz com a realidade? Até que ponto podemos crer no que vemos? Então o filme abre justamente esse questionamento.
O final do filme deixa isso bem claro com a cena do jogo de tênis, pois ele começa como observador e é convidado a participar da brincadeira de imaginar um jogo real acontecendo. Quando ele aceita pegar a bola imaginária e devolver, passamos a ouvir os sons das raquetes imaginárias rebatendo a bola também imaginária.
Por outro lado, talvez a história poderia ter uma narrativa mais coerente, apesar de que a incoerencia provavelmente foi proposital e faz parte do tema psicodélico.
Onibaba: A Mulher Demônio
4.1 117Filme fantástico, que envolve temas como religião, inocência, sexualidade, traição, tudo com uma fotografia bem feita, especialmente nos closes cheios de contraste e textura. Todo o roteiro é bem amarrado, nada se perde na trama. A trilha sonora é bem colocada e brinca com a atmosfera mística/onírica do filme. Os personagens são muito bem construídos e não fogem de suas convicções do início ao fim.
Os únicos pontos que poderiam ser melhores no filme são as repetições da mulher correndo na plantação. Isso poderia ter sido reduzido, mas também não chegou a me incomodar tanto, já que fez parte da construção da trama, mostrando a sogra dela descobrindo aos poucos o que estava acontecendo e tomando diferentes decisões. O outro ponto é o samurai com a mascara ter morrido tão facilmente. Esperava mais dessa parte.
A Noite
4.2 103Filme lindo, bem amarrado. O primeiro ato não tem muitos destaques, provavelmente propositalmente, pois nem trilha musical tem no começo, mas o filme cresce muito em todos os aspectos, especialmente na fotografia e montagem que me lembraram um pouco do clássico "Cidadão Kane" devido à constante profundidade de campo e ao intenso contraste de luz, e também me lembrou do modo de filmar presente nos filmes de David Fincher, acompanhando os gestos e movimentos de maneira sutil e delicada. O maior problema do filme está nos diálogos e em algumas reações não muito condizente dos personagens, mas o filme em si é muito bonito de se ver!
Rastros de Ódio
4.1 266 Assista AgoraVenho assistindo a filmes dos anos 20 até chegar nesse. A premissa é boa, a produção também (para a época), mas as atuações são muito forçadas e cômicas, assim como a trilha musical fora de hora (como música de vitória logo após a família ser atacada). isso fora os diálogos e roteiro repetitivo, colocando gente morrendo sem mais nem menos, ou quando Martin demonstra ódio chutando uma índia morro abaixo e depois ficando com pena dela. Só rindo mesmo.
Cidadão Kane
4.3 992 Assista AgoraQue filme fantástico! Venho assistindo aos mais importantes filmes desde a década de 20 e, ao entrar na década de 40 com Cidadão Kane, fiquei impressionado com a evolução principalmente do roteiro, diálogos e atuações realistas, rompendo de vez com as amarras do teatro e dando cara ao CINEMA, de fato, diferente dos filmes anteriores. Aí vem a fotografia com seu contraste de luz e sombras bem colocados, a profundidade nas imagens ao colocar, no mesmo quadro, closes e plano geral com outra cena acontecendo. Isso sem falar nos movimentos de câmera que são espetaculares e inovadores.
A única crítica que tenho ao filme é que o final poderia ter sido um pouco melhor explorado.
Enterrado Vivo
3.1 1,6KO filme é muito bom em causar tensão. A trilha sonora é fantástica. O problema do filme está em alguns erros de continuidade e algumas coisas que não fazem sentido como ele usar o isqueiro até o último segundo. Teve gente criticando o final, mas o final é a melhor parte do filme, o momento que mais brinca com sua imaginação e deixa você tenso.
Aurora
4.4 205 Assista AgoraEspetacular! A fotografia é bem feita, considerando a época e os recursos. A história, no começo, você não dá nada, mas no desenvolvimento ela se transforma de uma maneira linda! Muito bom!
O Som do Coração
3.9 1,5K Assista AgoraÉ um filme de fantasia, bonito e muito musical, o que é um ponto super positivo e emociona, maaaass o roteiro e a continuidade são horríveis. O personagem de Terrence não ajuda a resolver nada na trama. As reações dos personagens não condizem as cenas. Isso sem contar nessa paixão de uma noite só que o rapaz não consegue superar depois de ANOS! Se fosse um namoro, ou até mesmo uma caso de uma semana, poderia ser justificável a depender da intensidade, mas UMA NOITE?
E 12 anos depois o cara reencontra a mulher e dá a mão pra ela, como se nada tivesse acontecido.
Scott Pilgrim Contra o Mundo
3.9 3,2K Assista AgoraO roteiro é bem tosquinho, mas a direção e a pós salvam o filme.
Enter The Void: Viagem Alucinante
4.0 870curti mto o filme e a montagem, mas achei muito extenso essa viagem começar já no fim do primeiro ato. Se a viagem acontecesse no final do segundo ato seria melhor.
Preciosa: Uma História de Esperança
4.0 2,0K Assista AgoraO filme é muito forte e muito real. A atuação da mãe de Preciosa é uma coisa absurda, especialmente na última cena. Só não gostei de três coisas no filme:
1 - As viagens dela foram exageradas e cômicas, em momentos que não combinavam muito. Poderia ter sido feito de uma outra maneira.
2 - A trilha sonora de tom cômico em situações tristes que acabaram cortando o clima do filme.
3 - Do roteiro, eles focaram muito em colocar a culpa na mãe de Preciosa, mas em momento algum apontaram para o pai dela como culpado pelos estupros. "Tudo bem" a filha culpar a mãe, por falta de conhecimento mesmo, mas a própria assistente social colocou a culpa na mãe ao dizer "Você permitiu que ele a estuprasse", quando sabemos que muitas mulheres são violentadas e sofrem ameaças dos maridos e acabam se submetendo. Isso não tira a culpa dela, mas a culpa dos estupros foi do pai, não da mãe
Dunkirk
3.8 2,0K Assista AgoraTecnicamente, o filme é excelente. O visual e a trilha também, mas infelizmente morre aí. Poderia ser uma obra-prima SE houvesse profundidade nos personagens, se fosse uma experiência transformadora, mas não é. Se você parar pra pensar, o filme mostra cenas de guerra, e é isso. Esperava mais.