Primeiramente: Caralho, que atuação foda a do Mark Ruffalo! É a melhor atuação dele que já vi até agora.
Segundamente: Que facada no coração é esse filme, puta que pariu!
Terceiramente: "The Normal Heart" é aquele tipo de filme que já te deixa pesaroso logo de início, durante e depois de seu fim, tanto que não me foi fácil terminar de vê-lo. O filme aborda o início da epidemia da AIDS nos anos 80, nos EUA, retratando precisamente o drama na comunidade LGBT, de pessoas lutando para viver dignamente, tentando angariar fundos em meio ao surto da doença e a negligência do governo.
Seguindo uma perspectiva trágica, Ryan Murphy expõe vidas entrelaçadas pela dor, pela perda e pela privação do direito de amar livremente em derrocada dos sonhos e de um futuro próspero.
No mais, este filme mostra de maneira bem crua e direta o quão desumana pode ser a discriminação sexual.
Certos filmes me conquistam por sua singularidade.
Não vou dizer que "Raising Cain" seja uma obra-prima ou pelo menos bom ao ponto de se tornar um clássico, porque não é. Mas há algo de muito singular neste filme. Há nele uma combinação que envolve desde a inspiração em "Psycho", de Hitchcock, as referências aos filmes como "Dressed to Kill", "Blow Out" e "Body Double" a planos certeiros e trilha sonora que formam uma atmosfera única; atmosfera essa que me envolveu de tal modo que me provocou arrepios tão intensos que pouquíssimos filmes de terror foram capazes de me provocar na vida.
Pode ser que você deteste esse filme justamente por seu roteiro não ser dos melhores (visto que há nele diversas cenas desconexas), por seu tom debochado em determinados aspectos ou por quaisquer outros motivos que te façam detestá-lo, entretanto é inegável a sua capacidade de assustar, de prender a atenção por sua história marcante, com uma representação brilhante do transtorno de personalidades múltiplas feita por John Lithgow.
Como disse, certos filmes me conquistam por sua singularidade, ainda que não sejam de qualidade notável.
Antes de comentar qualquer coisa sobre esse filme aqui, preciso dizer um negócio:
CARALHO MANO, QUE MULHER HIPNOTIZANTE DA PORRA ESSA SAMANTHA ROBINSON, PQP!
Ela lembra muito a Lana Del Rey nesse filme, tá loco.
Mas vamos lá, sobre o filme (foi difícil reparar em alguma outra coisa além da Samantha, e como foi!):
Há quem pense que "The Love Witch" seja apenas mais um filme saudosista dos filmes de bruxaria dos anos 60/70, mas vai além disto: é uma sátira ao machismo, à masculinidade frágil e ao falocentrismo.
Levando isto em consideração, Elaine (Samantha Robinson) representa dois arquétipos da mulher: o primeiro é a mulher de senso comum, frágil, impregnada de construções sociais, que acredita tanto em contos de fadas como na ideia de que as mulheres devem viver para satisfazer as vontades dos homens; o segundo, que é o total oposto, é o da mulher de senso crítico, mas repulsiva aos homens, que os vê como simplórios e dispensáveis e os escarnece como frágeis brinquedos fora do lacre de proteção, com os quais ela deixa de se divertir após constatados os seus defeitos.
Sobre essa dualidade, pode ser simbolizada num quadro da figura do signo de Gêmeos pendurado na parede do quarto da própria Elaine, o que em sentido astrológico explica seu comportamento, já que Gêmeos se caracteriza pela multipolaridade. Sob o contexto da protagonista, isto é justificável, tendo em vista o seu modo de vida esotérico.
A maneira caricata como os homens são retratados nesse filme só acentua seu forte teor satírico, deixando claro que a intenção de Ana Biller é a de criticar e fazer refletir, e não contar uma história sobre a "mocinha frágil e ingênua que sonha em encontrar seu príncipe encantado".
Alegorias à parte, me agradou bastante o cuidado da diretora com a mise-en-scène, com a estética que pode facilmente confundir se você não reparar em alguns detalhes incompatíveis com o tempo referido (como alguns carros na rua, por exemplo), com a fotografia e trilha sonora, que exerceram enorme efeito na atmosfera nostálgica do filme.
Enfim... Eu já disse que estou apaixonado pela Samantha Robinson?
É impossível dissertar sobre este filme sem citar sua estética genuína. Cada cena forma uma pintura barroca diferente, resultado evidente de uma boa cenografia, boa ambientação, fotografia e figurinos bem pensados, mas sem deixar de acompanhar o período histórico em que os bordéis franceses estiveram em alta no século XIX e seu inevitável declínio, no século XX.
No entanto, Bertrand Bonello não apenas faz um retrato preciso e delicado de um bordel parisiense em sua decadente rotina sofrendo os avanços do tempo; o diretor desconstrói toda a objetificação que as prostitutas na época sofriam e expõe, às claras, seres humanos sensíveis, frustrados, angustiados, desesperançosos, marginalizados, privados de seus sonhos e da própria liberdade, gritando por socorro em gestos e olhares contidos.
Grindhouse é um negócio tão sensacional que me faz ganhar o dia, de tanto que me diverte! Hahahaha, cara, esse filme é uma pérola! É tão tosco que chega a ser bom... Típico filme pra se assistir chapado com o pessoal num fim de semana. Comecei a vê-lo sóbrio e o terminei doido. Hahahaha
A Monster Calls é uma abordagem poética e metafórica a um tema que, apesar de clichê, não deixa de ser delicado.
O subconsciente é onde estão os segredos e emoções mais profundas, o que pode muito bem ser assimilado ao monstro, que é uma árvore e tem suas raízes fincadas em terra instável — o que aliás simboliza a mensagem que o filme transmite.
Porque é em tempos incertos que nos tornamos fortes, e raiz é sinônimo de força.
O roteiro poderia ter sido melhor desenvolvido levando em conta as atuações e personagens tão acentuados, tal como os temas e cenários que o Dolan propõe.
No entanto, ele aborda com delicadeza dilemas que muitas pessoas enfrentam ao longo de suas vidas, esboçando um quadro real em que as relações humanas, as emoções, o tempo e a própria vida são voláteis e altamente inflamáveis.
É um filme de fácil (e talvez dolorosa) identificação pessoal, seja para quem saíra de casa por alienação parental, não aceitação, inconformidade com questões mal resolvidas no passado, vergonha ou tantos motivos cujas noções podem ser captadas na óptica transmitida por Dolan.
Quem conhece o meu gosto cinematográfico sabe o quanto eu detesto musicais.
Para mim, um musical precisa não apenas ser excelente e inovador, mas autêntico em diversos aspectos, porque do contrário eu simplesmente o considero como patético e pedante.
No entanto, é inegável a grande qualidade que La la land tem em seu conjunto: bom uso de cores, ótima coloração, boa ambientação — homenagem honrosa à Era de Ouro do cinema norte-americano, inclusive —, trilha sonora cativante (tão cativante que não sai da minha cabeça até agora), boa fotografia, atuações que não deixam a desejar... A direção de arte desse filme é digna de todo mérito.
Se há um detalhe que gostei bastante em La la land é o uso das cenas musicais sob circunstâncias cruciais do enredo, com uma boa dosagem de dramaticidade, sem aquela coisa exagerada de 90% dos musicais. Suas reviravoltas em perspectiva realista também me agradaram muito.
É um filme apaixonante por essas e outras razões. Tanto o conceito quanto a proposta são bem desenvolvidos em La la land, de modo que o filme se sobressaia não somente por sua incontestável qualidade técnica, como também por sua qualidade alegórica.
Enfim, recomendo ver, rever, ver outras vezes com sua namoradinha ou namoradinho, até a tua cabeça explodir.
P.S.: Se você já viu Whiplash, deve imaginar o quanto eu ri da cena em que J.K. Simmons aparece no clube, ainda no começo do filme, quando o Sebastian foge do repertório natalino... Porque eu inevitavelmente imaginei o Terence Fletcher gritando "VOCÊ TÁ FORA DO MEU TEMPO!" e dando uma cadeirada violenta no maluco. Hahahaha
É o filme que eu mais gostei da trilogia do Corvo. Nele, a cristianização dos povos pagãos da Islândia e da Noruega é abordada sob uma óptica bastante mordaz e direta, mas sem relevar uma das facetas mais sombrias dos vikings do século X: a ganância exacerbada por poder e bens materiais acima dos próprios valores imateriais, o que explica sua consequente deterioração.
Uma ode visual ao platonismo, ao amor irrealizável, que versa de maneira pungente sobre a intransigência do tempo e da realidade, fazendo refletir sobre a fugacidade dos belos momentos, dos sonhos que se perdem inexoravelmente na vida.
É uma animação tão real e carregada de mensagens interessantes que vale muito a pena assistir.
O Ministério da Sofrência adverte: não recomendável para quem estiver sentindo falta de alguém.
Razoável, apenas razoável por ter um roteiro fraco e personagens demasiado insossos. No entanto, o perfil do Major é interessante justamente por sua frieza e calculismo como sequelas traumáticas de guerra.
Mysterious Skin discorre sobre temas delicados, como abuso sexual e pedofilia.
Apesar do enredo ser bem previsível, é interessante notar a objetividade com a qual Gregg Araki faz uma abordagem tão sensível, metaforizando o trauma de uma das personagens centrais com extraterrestres, no intuito claro de mostrar a desumanidade dos atos supracitados.
Ao longo do filme ele também explora as reações e o desenvolvimento de ambas as personagens principais a partir de acontecimentos tão fatídicos de maneira bastante antagônica e categórica: enquanto Neil se mostra corrompido, vulgar e totalmente entregue à devassidão dos prazeres carnais, Brian por outro lado, mostra-se praticamente assexual, com total repulsa ao sexo e a volúpia.
Sob tal conjuntura, o filme entrega um panorama fidedigno e bastante preciso acerca das consequências que podem exercer a violência sexual na infância.
"...Mantendo-me fiel à política da WZRB, apresentando a mais imediata e completa cobertura local de sangue e vísceras, a TV 30 apresenta o que acredito ser algo inédito na TV. Ao vivo e a cores, a cobertura exclusiva de uma tentativa de suicídio."
Maluco... Eu tô absolutamente em choque com o final desse filme, pqp!
Um legítimo filme viking feito por quem tem maior autonomia para abordar a temática: um escandinavo.
Hrafn Gunnlaugsson faz uma direção crua e sem qualquer espaço para a romantização tipicamente vista em séries e filmes convencionais da indústria; é objetivo e bastante mordaz ao retratar os vikings como bárbaros que eram.
Quem encontrar a "Trilogia do Corvo" por aí, garanto que, a começar por este filme, terá valido muito a pena procurar.
"The greatest trick the devil ever pulled was to convince the world he didn't exist."
Keyser Söze é a prova de que é possível fazer filmes policiais sobre demônios. E além do mais é um personagem tão instigante que bem que poderia haver uma série ou um filme só sobre ele.
Filme mais cru e visceral da trilogia dinamarquesa Pusher. A não ser pela coloração do sangue, a cena final tem um dos gores mais próximos da realidade que já vi.
Está aí um found footage potencialmente perturbador. Não por ser uma peça de terror, porque não necessariamente a vejo como tal, mas por representar os acontecimentos com um certo grau de realismo... toda a estética do filme, inclusive, contribui para isto.
Todo o mito acerca de "Kagutaba" tal como o ritual para invocá-lo e o conjunto de artefatos comprobatórios de sua existência são bem construídos, o que a meu ver contribui substancialmente tanto para a narrativa quanto para o enredo e sua atmosfera tão densa, intrigante e obscura. Vale citar que a trilha sonora não poderia ser outra, já que casa perfeitamente com o todo da obra.
The Normal Heart
4.3 1,0K Assista AgoraPrimeiramente: Caralho, que atuação foda a do Mark Ruffalo! É a melhor atuação dele que já vi até agora.
Segundamente: Que facada no coração é esse filme, puta que pariu!
Terceiramente: "The Normal Heart" é aquele tipo de filme que já te deixa pesaroso logo de início, durante e depois de seu fim, tanto que não me foi fácil terminar de vê-lo. O filme aborda o início da epidemia da AIDS nos anos 80, nos EUA, retratando precisamente o drama na comunidade LGBT, de pessoas lutando para viver dignamente, tentando angariar fundos em meio ao surto da doença e a negligência do governo.
Seguindo uma perspectiva trágica, Ryan Murphy expõe vidas entrelaçadas pela dor, pela perda e pela privação do direito de amar livremente em derrocada dos sonhos e de um futuro próspero.
No mais, este filme mostra de maneira bem crua e direta o quão desumana pode ser a discriminação sexual.
Síndrome de Caim
3.3 65 Assista AgoraCertos filmes me conquistam por sua singularidade.
Não vou dizer que "Raising Cain" seja uma obra-prima ou pelo menos bom ao ponto de se tornar um clássico, porque não é. Mas há algo de muito singular neste filme. Há nele uma combinação que envolve desde a inspiração em "Psycho", de Hitchcock, as referências aos filmes como "Dressed to Kill", "Blow Out" e "Body Double" a planos certeiros e trilha sonora que formam uma atmosfera única; atmosfera essa que me envolveu de tal modo que me provocou arrepios tão intensos que pouquíssimos filmes de terror foram capazes de me provocar na vida.
Pode ser que você deteste esse filme justamente por seu roteiro não ser dos melhores (visto que há nele diversas cenas desconexas), por seu tom debochado em determinados aspectos ou por quaisquer outros motivos que te façam detestá-lo, entretanto é inegável a sua capacidade de assustar, de prender a atenção por sua história marcante, com uma representação brilhante do transtorno de personalidades múltiplas feita por John Lithgow.
Como disse, certos filmes me conquistam por sua singularidade, ainda que não sejam de qualidade notável.
Ex Machina: Instinto Artificial
3.9 2,0K Assista Agora(leia com a voz do Boça):
MEEEO, ISSO É MUITO BLACK MIRROR, MEO!
Uma Noite Alucinante 3
3.5 530 Assista AgoraEsse filme é tão pastelão que até pensei que fosse ter algum personagem parecido com o Beiçola.
Nocturama
3.2 45A versão obscura de "The Breakfast Club".
A Bruxa do Amor
3.6 206 Assista AgoraAntes de comentar qualquer coisa sobre esse filme aqui, preciso dizer um negócio:
CARALHO MANO, QUE MULHER HIPNOTIZANTE DA PORRA ESSA SAMANTHA ROBINSON, PQP!
Ela lembra muito a Lana Del Rey nesse filme, tá loco.
Mas vamos lá, sobre o filme (foi difícil reparar em alguma outra coisa além da Samantha, e como foi!):
Há quem pense que "The Love Witch" seja apenas mais um filme saudosista dos filmes de bruxaria dos anos 60/70, mas vai além disto: é uma sátira ao machismo, à masculinidade frágil e ao falocentrismo.
Levando isto em consideração, Elaine (Samantha Robinson) representa dois arquétipos da mulher: o primeiro é a mulher de senso comum, frágil, impregnada de construções sociais, que acredita tanto em contos de fadas como na ideia de que as mulheres devem viver para satisfazer as vontades dos homens; o segundo, que é o total oposto, é o da mulher de senso crítico, mas repulsiva aos homens, que os vê como simplórios e dispensáveis e os escarnece como frágeis brinquedos fora do lacre de proteção, com os quais ela deixa de se divertir após constatados os seus defeitos.
Sobre essa dualidade, pode ser simbolizada num quadro da figura do signo de Gêmeos pendurado na parede do quarto da própria Elaine, o que em sentido astrológico explica seu comportamento, já que Gêmeos se caracteriza pela multipolaridade. Sob o contexto da protagonista, isto é justificável, tendo em vista o seu modo de vida esotérico.
A maneira caricata como os homens são retratados nesse filme só acentua seu forte teor satírico, deixando claro que a intenção de Ana Biller é a de criticar e fazer refletir, e não contar uma história sobre a "mocinha frágil e ingênua que sonha em encontrar seu príncipe encantado".
Alegorias à parte, me agradou bastante o cuidado da diretora com a mise-en-scène, com a estética que pode facilmente confundir se você não reparar em alguns detalhes incompatíveis com o tempo referido (como alguns carros na rua, por exemplo), com a fotografia e trilha sonora, que exerceram enorme efeito na atmosfera nostálgica do filme.
Enfim... Eu já disse que estou apaixonado pela Samantha Robinson?
L'Apollonide - Os Amores da Casa de Tolerância
3.9 229 Assista AgoraÉ impossível dissertar sobre este filme sem citar sua estética genuína. Cada cena forma uma pintura barroca diferente, resultado evidente de uma boa cenografia, boa ambientação, fotografia e figurinos bem pensados, mas sem deixar de acompanhar o período histórico em que os bordéis franceses estiveram em alta no século XIX e seu inevitável declínio, no século XX.
No entanto, Bertrand Bonello não apenas faz um retrato preciso e delicado de um bordel parisiense em sua decadente rotina sofrendo os avanços do tempo; o diretor desconstrói toda a objetificação que as prostitutas na época sofriam e expõe, às claras, seres humanos sensíveis, frustrados, angustiados, desesperançosos, marginalizados, privados de seus sonhos e da própria liberdade, gritando por socorro em gestos e olhares contidos.
O Dom de Deus
3.7 4Incrível como um filme simples e de baixo orçamento consegue ser mais interessante que superproduções inteiras.
Eu Bebo Seu Sangue
3.4 53Grindhouse é um negócio tão sensacional que me faz ganhar o dia, de tanto que me diverte! Hahahaha, cara, esse filme é uma pérola! É tão tosco que chega a ser bom... Típico filme pra se assistir chapado com o pessoal num fim de semana. Comecei a vê-lo sóbrio e o terminei doido. Hahahaha
Sete Minutos Depois da Meia-Noite
4.1 992 Assista AgoraEncantador.
A Monster Calls é uma abordagem poética e metafórica a um tema que, apesar de clichê, não deixa de ser delicado.
O subconsciente é onde estão os segredos e emoções mais profundas, o que pode muito bem ser assimilado ao monstro, que é uma árvore e tem suas raízes fincadas em terra instável — o que aliás simboliza a mensagem que o filme transmite.
Porque é em tempos incertos que nos tornamos fortes, e raiz é sinônimo de força.
E que direção de arte magnífica!
É Apenas o Fim do Mundo
3.5 304 Assista AgoraO roteiro poderia ter sido melhor desenvolvido levando em conta as atuações e personagens tão acentuados, tal como os temas e cenários que o Dolan propõe.
No entanto, ele aborda com delicadeza dilemas que muitas pessoas enfrentam ao longo de suas vidas, esboçando um quadro real em que as relações humanas, as emoções, o tempo e a própria vida são voláteis e altamente inflamáveis.
É um filme de fácil (e talvez dolorosa) identificação pessoal, seja para quem saíra de casa por alienação parental, não aceitação, inconformidade com questões mal resolvidas no passado, vergonha ou tantos motivos cujas noções podem ser captadas na óptica transmitida por Dolan.
Valsa com Bashir
4.2 305 Assista AgoraSenti uma leve influência de "Waking Life" do Linklater na narrativa e na esquemática de entrevistas...
Moonlight: Sob a Luz do Luar
4.1 2,4K Assista AgoraÉ impossível olhar pra Chiron e não lembrar do que já dizia Dostoiévski:
"Sou mestre na arte de falar em silêncio. Toda a minha vida falei calando-me e vivi em mim mesmo tragédias inteiras sem pronunciar uma palavra."
La La Land: Cantando Estações
4.1 3,6K Assista AgoraQuem conhece o meu gosto cinematográfico sabe o quanto eu detesto musicais.
Para mim, um musical precisa não apenas ser excelente e inovador, mas autêntico em diversos aspectos, porque do contrário eu simplesmente o considero como patético e pedante.
No entanto, é inegável a grande qualidade que La la land tem em seu conjunto: bom uso de cores, ótima coloração, boa ambientação — homenagem honrosa à Era de Ouro do cinema norte-americano, inclusive —, trilha sonora cativante (tão cativante que não sai da minha cabeça até agora), boa fotografia, atuações que não deixam a desejar... A direção de arte desse filme é digna de todo mérito.
Se há um detalhe que gostei bastante em La la land é o uso das cenas musicais sob circunstâncias cruciais do enredo, com uma boa dosagem de dramaticidade, sem aquela coisa exagerada de 90% dos musicais. Suas reviravoltas em perspectiva realista também me agradaram muito.
É um filme apaixonante por essas e outras razões. Tanto o conceito quanto a proposta são bem desenvolvidos em La la land, de modo que o filme se sobressaia não somente por sua incontestável qualidade técnica, como também por sua qualidade alegórica.
Enfim, recomendo ver, rever, ver outras vezes com sua namoradinha ou namoradinho, até a tua cabeça explodir.
P.S.: Se você já viu Whiplash, deve imaginar o quanto eu ri da cena em que J.K. Simmons aparece no clube, ainda no começo do filme, quando o Sebastian foge do repertório natalino... Porque eu inevitavelmente imaginei o Terence Fletcher gritando "VOCÊ TÁ FORA DO MEU TEMPO!" e dando uma cadeirada violenta no maluco. Hahahaha
Hvíti víkingurinn
3.8 3É o filme que eu mais gostei da trilogia do Corvo. Nele, a cristianização dos povos pagãos da Islândia e da Noruega é abordada sob uma óptica bastante mordaz e direta, mas sem relevar uma das facetas mais sombrias dos vikings do século X: a ganância exacerbada por poder e bens materiais acima dos próprios valores imateriais, o que explica sua consequente deterioração.
5 Centímetros por Segundo
3.9 383Uma ode visual ao platonismo, ao amor irrealizável, que versa de maneira pungente sobre a intransigência do tempo e da realidade, fazendo refletir sobre a fugacidade dos belos momentos, dos sonhos que se perdem inexoravelmente na vida.
É uma animação tão real e carregada de mensagens interessantes que vale muito a pena assistir.
O Ministério da Sofrência adverte: não recomendável para quem estiver sentindo falta de alguém.
A Outra Face da Violência
3.5 44Razoável, apenas razoável por ter um roteiro fraco e personagens demasiado insossos. No entanto, o perfil do Major é interessante justamente por sua frieza e calculismo como sequelas traumáticas de guerra.
Mistérios da Carne
4.1 975Mysterious Skin discorre sobre temas delicados, como abuso sexual e pedofilia.
Apesar do enredo ser bem previsível, é interessante notar a objetividade com a qual Gregg Araki faz uma abordagem tão sensível, metaforizando o trauma de uma das personagens centrais com extraterrestres, no intuito claro de mostrar a desumanidade dos atos supracitados.
Ao longo do filme ele também explora as reações e o desenvolvimento de ambas as personagens principais a partir de acontecimentos tão fatídicos de maneira bastante antagônica e categórica: enquanto Neil se mostra corrompido, vulgar e totalmente entregue à devassidão dos prazeres carnais, Brian por outro lado, mostra-se praticamente assexual, com total repulsa ao sexo e a volúpia.
Sob tal conjuntura, o filme entrega um panorama fidedigno e bastante preciso acerca das consequências que podem exercer a violência sexual na infância.
Christine
3.7 212 Assista Agora"...Mantendo-me fiel à política da WZRB, apresentando a mais imediata e completa cobertura local de sangue e vísceras, a TV 30 apresenta o que acredito ser algo inédito na TV. Ao vivo e a cores, a cobertura exclusiva de uma tentativa de suicídio."
Maluco... Eu tô absolutamente em choque com o final desse filme, pqp!
A Vingança dos Bárbaros
3.2 5Um legítimo filme viking feito por quem tem maior autonomia para abordar a temática: um escandinavo.
Hrafn Gunnlaugsson faz uma direção crua e sem qualquer espaço para a romantização tipicamente vista em séries e filmes convencionais da indústria; é objetivo e bastante mordaz ao retratar os vikings como bárbaros que eram.
Quem encontrar a "Trilogia do Corvo" por aí, garanto que, a começar por este filme, terá valido muito a pena procurar.
Os Suspeitos
4.1 782 Assista Agora"The greatest trick the devil ever pulled was to convince the world he didn't exist."
Keyser Söze é a prova de que é possível fazer filmes policiais sobre demônios. E além do mais é um personagem tão instigante que bem que poderia haver uma série ou um filme só sobre ele.
Que delícia de filme.
As Harmonias de Werckmeister
4.3 94Terminei de ver o filme com uma puta vontade de escrever uma análise com tudo o que me fascinou, mas tudo o que consigo dizer é: Eita porra!
Pusher III: O Anjo da Morte
3.8 37Filme mais cru e visceral da trilogia dinamarquesa Pusher. A não ser pela coloração do sangue, a cena final tem um dos gores mais próximos da realidade que já vi.
Noroi: A Lenda de Kagutaba
3.3 161Está aí um found footage potencialmente perturbador. Não por ser uma peça de terror, porque não necessariamente a vejo como tal, mas por representar os acontecimentos com um certo grau de realismo... toda a estética do filme, inclusive, contribui para isto.
Todo o mito acerca de "Kagutaba" tal como o ritual para invocá-lo e o conjunto de artefatos comprobatórios de sua existência são bem construídos, o que a meu ver contribui substancialmente tanto para a narrativa quanto para o enredo e sua atmosfera tão densa, intrigante e obscura. Vale citar que a trilha sonora não poderia ser outra, já que casa perfeitamente com o todo da obra.